Fungos que afectam a pele nas areias das praias e piscinas Laura Rosado Micologia

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Fungos que afectam a pele nas areias das praias e piscinas

Laura Rosado

Micologia

•1975 Formação do Laboratório de Micologia

•2007Unidade de Micologia – DDI

•Micologia clínica

•Micologia alimentar

•Micologia ambiental

Unidade de Micologia

Lesão num pé, provocada por Trichophyton

rubrum

Lesão num tronco, provocada por Trichophyton mentagrophytes

Lesão num tronco provocada por Trichophyton mentagrophytes

Lesão na cabeça, provocada por Microsporum audouinii

Aspecto macroscópico Aspecto microscópico

Rosado, L.; Sabino, R.; Veríssimo, C.; Loureiro, L.; Firmino, S.; Leão, F.

Solo

Piscinas Praias

Animais

IntroduçãoIntroduçãoNoções básicas de MicologiaNoções básicas de Micologia

Agentes responsáveis Agentes responsáveis das infecções fúngicasdas infecções fúngicas

Fungos leveduriformes Fungos leveduriformes (leveduras)(leveduras)

Fungos filamentosos (boloresFungos filamentosos (bolores))

Micoses mais frequentesMicoses mais frequentes do conhecimentodo conhecimento

Comum?Comum?

Várias espécies fúngicasVárias espécies fúngicaspatogénicas/potencialmente patogénicaspatogénicas/potencialmente patogénicas

Ambiente Clínica

Ar

Água

Areia

Exsudados

Expectorações

Peles e unhas

Dermatomicoses

IMPACTO

SOCIO-ECONóMICO

DOR /PRURIDO

ABSENTISMO

LABORAL

MEDICAMENTOS

DISPENDIOSOS

Grupos de risco (VÍRUS HIV)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

1 2 3 4 5

Anos

Nº análises a tecidos queratinizados ao longo dos anos

2002 20032002 2004 2005 2006

Riscos para Saúde

Quais os agentes responsáveis pelo “pé de atleta”?

Os agentes mais frequentemente isolados são as espécies Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum

Interdigital

Exames microscópicos (40x) aspecto macroscópico da colónia em cultura

onicomicose

Malassezia furfur/Pitiriase versicolor

Outros fungos potencialmente patogénicos/alergogénicos

Scedosporium spp.Fusarium spp.

Aspergillus spp.

Alergias e infecções respiratórias

Dermatomicoses que afectam a pele, de acordo com a sua localização:

Tinea pedis

Tinea manum

Tinea corporis

População mais predisposta à infecção

Crianças

População idosa

Mulher grávida

Fungos que afectam as zonas cutâneas e anexos cutâneos, tendo capacidade para invadir os tecidos queratinizados,

Classificam-se, de acordo com a sua origem em:

-Antropofílicos

- Zoofílicos

- Geofílicos

Estes fungos superficiais

Classificam-se, de acordo com a sua origem em:

-Antropofílicos

- Zoofílicos

- Geofílicos

Grupo de fungos relacionados entre si porque afectam apenas as zonas cutâneas e anexos cutâneos, tendo capacidade para invadir os tecidos

queratinizados, desenvolvendo actividade queratinolítica nesses locais

Classificam-se, de acordo com a sua origem em:

-Antropofílicos

- Zoofílicos

- Geofílicos

Grupo de fungos relacionados entre si porque afectam apenas as zonas cutâneas e anexos cutâneos, tendo capacidade para invadir os tecidos

queratinizados, desenvolvendo actividade queratinolítica nesses locais

Trichophyton terrestre

Espécie geofílica mais frequentemente isolada na areia

Distribuição universal

Pode contaminar unhas e pele

Monitorização da Qualidade das Areias em Zonas Balneares

Monitorização da Qualidade dasAreias em Zonas Balneares

RelatórioJaneiro 2007

Porquê ? Como?

A qualidade ambiental das praias

Tem vindo a adquirir uma importância crescente

•Critério de escolha do destino turístico

•No âmbito da Saúde Publica no risco de contrair doenças por contaminação bacteriológica e micológica pela água e areias.

•Suspeita de infecções na pele pelos utentes que frequentam as praias

Vários Estudos realizados na Unidade de Micologia sobre a Qualidade micológica das areias das praias

.1987 - Várias análises esporádicas de areias de praias a pedido de clientes

.1989 - Estudo preliminar em colaboração com a Escola Nacional a de Saúde Públicas com a Faculdade de Ciências Tecnologia/FCT (Monitorização de várias praias litorais do Pais).

Seguiu-se para este estudo a metodologia utilizada por vários autores nas praias do sul de França

Na avaliação da qualidade das praias

Tem sido utilizado como único critério

A qualidade das águas balneares

Qualidade Micológica de areias das praias

- Alertar as entidades, para eventual problema de saúde pública e ambiental;

- Estabelecer parâmetros devido à inexistência de normas

aplicadas a este tipo de análise;

- Propor a qualidade microbiológica das areias como critério a

considerar na avaliação da qualidade das praias.

Micologia Ambiental

Promoção do projectoABAE - Associação das Bandeiras Azuis para a Europa

Promoção do projectoABAE - Associação das Bandeiras Azuis para a Europa

Participantes no projecto:IA – Instituto do Ambiente

INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

INAG – Instituto da Água

CMC – Câmara Municipal de Cascais

CMVC – Câmara Municipal de Viana do Castelo

Participantes no projecto:IA – Instituto do Ambiente

INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

INAG – Instituto da Água

CMC – Câmara Municipal de Cascais

CMVC – Câmara Municipal de Viana do Castelo

ESTUDO SOBRE A QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DAS AREIAS DAS PRAIAS - 2000-2002

ESTUDO SOBRE A QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DAS AREIAS DAS PRAIAS - 2000-2002

Foram definidos os métodos de análise e os parâmetros indicadores de qualidade

Areia Limpa praia saudável

210 amostras de areia

105 amostras de água

210 amostras de areia

105 amostras de água

Três praias por região:

1 Praia com Bandeira Azul atribuida

1 Praia não frequentada por banhistas

1 Praia com água de má qualidade

Três praias por região:

1 Praia com Bandeira Azul atribuida

1 Praia não frequentada por banhistas

1 Praia com água de má qualidade

5 Regiões - amostragens bimestrais durante 1 ano

e um mês

5 Regiões - amostragens bimestrais durante 1 ano

e um mês

AmostragemAmostragem

Saco de colheita estérilSaco de colheita estéril

Transporte AnáliseTransporte Análise

agua

Areia húmida

Areia seca

AmostragemAmostragem

Areia secaAreia seca

Areia molhadaAreia molhada

ÁguaÁgua

Saco de colheita estérilSaco de colheita estéril

Transporte AnáliseTransporte Análise

Leveduras:Leveduras:

Fungos filamentosos potencialmenteFungos filamentosos potencialmente

patogénicos e alergogénicospatogénicos e alergogénicos

Dermatófitos:Dermatófitos:

Contagem total de fungosContagem total de fungos

Parâmetros para análise micológicaParâmetros para análise micológica

Indicadoras de contaminação Indicadoras de contaminação fecalfecal

IndicadoresIndicadores de contaminação de contaminação animal/humanaanimal/humana

Indicadores a pesquisar

Parâmetros Micológicos

•Fungos leveduriformes (leveduras)

•Fungos filamentosos potencialmente patogénicos e alergogénicos

•Dermatófitos

Fungos leveduriformes

Fungos filamentosos

potencialmente patogénicos

Dermatófitos

Candida albicansCandida spp.

Cryptococcus sp.Rhodotorula sp.

Aspergillus fumigatusAspergillus nigerAspergillus sp.Fusarium sp.

Scopulariopsis sp.Scytalidium sp.

Scedosporium sp.Chrysosporium sp.

Trichophyton sp.Microsporium sp.

Epidermophyton sp.

MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DAS AREIAS EM ZONAS BALNEARES. CONTRIBUTOS DO PROJECTO ICREW

Limites dos Parâmetros Micológicos

MONITORIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DAS AREIAS EM ZONAS BALNEARES. CONTRIBUTOS DO PROJECTO ICREW

Valores propostos Valores propostos (VMA)(VMA)

LevedurasLeveduras 60 PFC/ g60 PFC/ g

Fungos Fungos potencialmente potencialmente patogénicos e patogénicos e alergogénicosalergogénicos

85 PFC / g85 PFC / g

DermatófitosDermatófitos 15 PFC / g15 PFC / g

• “De um ponto de vista recreativo, as areias das praias são objecto de atenção. Sobretudo em latitudes mais altas, uma grande parte do tempo é passada na própria areia, não na água.”

• “Há géneros e espécies potencialmente patogénicas por contacto que se podem recolher da areia. Por esta razão têm sido expressas preocupações relativamente à areia de praia poder constituir um reservatório de agentes de infecções.”

Organização Mundial de Saúde, 2003, in “Guidelines for safe recreational water environments”, p118.

• “De um ponto de vista recreativo, as areias das praias são objecto de atenção. Sobretudo em latitudes mais altas, uma grande parte do tempo é passada na própria areia, não na água.”

• “Há géneros e espécies potencialmente patogénicas por contacto que se podem recolher da areia. Por esta razão têm sido expressas preocupações relativamente à areia de praia poder constituir um reservatório de agentes de infecções.”

Organização Mundial de Saúde, 2003, in “Guidelines for safe recreational water environments”, p118.

A NOVA DIRECTIVA DAS ÁGUAS BALNEARES (2006/7/EC), QUE SUBSTITUI A DIRECTIVA 76/160/CEE, TEM COMO PRINCIPAIS OBJECTIVOS:

•PRESERVAR, PROTEGER E MELHORAR A QUALIDADE AMBIENTAL;

•PROTEGER A SAÚDE HUMANA.

A NOVA DIRECTIVA DAS ÁGUAS BALNEARES (2006/7/EC), QUE SUBSTITUI A DIRECTIVA 76/160/CEE, TEM COMO PRINCIPAIS OBJECTIVOS:

•PRESERVAR, PROTEGER E MELHORAR A QUALIDADE AMBIENTAL;

•PROTEGER A SAÚDE HUMANA.

COMPLEMENTA A DIRECTIVA 2000/60/EC, QUE ESTABELECE UM QUADRO DE PROTECÇÃO DE ÁGUA.

Após

• A publicação da nova directiva

• “Guidelines” da OMS

Um aumento crescente por parte das Câmaras Municipais do nossos país de pedidos das análises de areias porque será uma mais valia para a autarquia e utentes da praia

A ABAE e as suas congéneres mundiais formaram já um grupo de trabalho (internacional) de forma a inserir a qualidade microbiológica das areias na lista de critérios usados para atribuição da Bandeira Azul

Greetings from Portugal !

Análise micológica de superfícies. Porquê?

Devido à constante humidade, calor e ao elevado nº de

pessoas sem calçado, a superfície de piscinas é o ambiente adequado ao desenvolvimento de fungos.

Alguns desses fungos são agentes de dermatomicoses (infecções superficiais da pele).

A infecção dá-se pelo contacto directo da pele com esporos do fungo.

Pontos de colheita

Junto à piscina

Sauna

Jacuzzi

Balneários

Factores que predispõem ao aparecimento de dermatomicoses:

Profissões de risco (pessoal saúde, veterinários, jardineiros, trabalhadores de infantários, profissões que impliquem contacto constante com a água

• Exposição a grandes quantidades de inóculo (balneários, piscina, e ginásios, por ex.)

A dermatomicose mais associada à frequência de piscinas e balneários de ginásio.

Pé de atleta

No entanto...

Prevenção

Uso de calçado no balneário e na zona de piscina

Secar bem os pés após o duche

Não partilhar calçado ou toalhas

As entidades gestoras devem controlar periodicamente a

higienização das superfícies de modo a evitar a propagação de

agentes etiológicos de dermatomicoses.

Parâmetros micológicos

Dermatófitos:

Trichophyton spp.Microsporum spp.Epidermophyton floccosum

Fungos potencialmente patogénicos:

Aspergillus spp., Fusarium spp., Scedosporium spp. Scopulariopsis spp., Candida spp.

PeleAntes da amostra ser retirada, a pele deve ser limpa com álcool a 70% para remover vestígios de pomadas ou unguentos. Nas infecções de pele, o material biológico deve ser colhido a partir da fronteira entre o tecido doente e o saudável. Com o auxílio do bisturi, devem-se raspar escamas de pele da lesão para o interior de uma caixa de Petri esterilizada. Por último, passa-se com uma zaragatoa embebida em soro fisiológico pela lesão.

Método de colheita

10 cm

10 cm

Zaragatoa estéril Água peptonada estéril

Devem realizar-se duas/três colheitas em pontos diferentes

10ml

Exame directoColocar o raspado da pele em lâmina com gota de KOH 30% (deixar actuar 20 minutos ou mais) ou a fita-cola directamente entre lâmina e lamela

Pele com suspeita de Pitiríase versicolor

Resultado Positivo:

Presença de esporos em cachos associados a hifas encurvadas, espessas e curtas – “esparguete com almôndegas”

Exame directo

Colocar em lâmina com gota de KOH 30%

Deixar actuar 20 minutos ou mais

Pele, cabelos ou unhas

Resultado Positivo:

Presença de leveduras, esporos e/ou hifas

Pele

UnhaCabelos / Pêlos

•Cristina Veríssimo•João Brandão •Raquel Sabino•Helena Parada•Célia Alves•Nazaré Ventura

Agradecimentos