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7/24/2019 Imperios Antigos, Da Mesopotamia a Origem Do Isla (30-40 e 51-5)
1/10
Eric H
Cline
Mark W Graham
Universidade George Washington Faculdade
de
Grove City
IMPRIOS
NTI OS
Da Mesopotmia Origem do
Isl
raduo
Getulio Schanoski
}r
M R S
7/24/2019 Imperios Antigos, Da Mesopotamia a Origem Do Isla (30-40 e 51-5)
2/10
C P T U L O
l
P R E L D I O E R D O S N T I G O S I M P R I O S
Co m
machados
de
bronze
e u
conquistei
A Lenda de Sargo de
Acdia
Qual a relao entre ideologia, econom ia,
fora
m ilitar e pol-
tica (para o q ue usaremos neste livro as letras IEMP) no surgi-
mento do urbanismo e das cidades-estados?
Que relaes de comrcio, diplomticas e polticas entre os di-
versos tipos e estgios de integrao e consolidao existiram
alm do nvel da cidade-estado?
Como surgiram os primeiros imprios da histria?
A
Era dos Antigos Imprios, aquela sucesso amplamente inin-
terrupta de imprios que se estendeu do sculoVIII a.C. at o
sculo VIII d.C.,
no
surgiu
ex
nihilo
do
nada. Quando
a era
se
iniciou,
um longo histrico de cidades-estados, reinos e at mesmo
alguns impriosj haviam estabelecidoseucurso - umahistria rica
com
quase
o
dobro
da Era dos
Antigos Imprios
em si.
Antes disso,
houYe
u m
perodo indefinido
e
muitas vezes mais longo
d e
colonizao
humana pr-histrica .
A Era dos Antigos Imprios foi construda so-
br e
alicerces
muito antigos.
Um a
srie
de
mudanassignificativas,
que se
iniciaram
p or
volta
de
4000
a.C.,prenunciou um anovaera da
histria humana. Padres
de
povoamentomudavam, conformeascidades-estados- cidades politica-
mente
independentes
e
suas
terrasadjacentesdo
interior
- tornavam-se
importantescentros
de
populaes
densasede realizaescr iat ivasse m
P R K L U I O
E R D O S
ANTIGOS
I M P R I O S
precedentes.
Po r
volta
de
3000
a.C.,
essas
mudanas fizeram
surgir
o
que os eruditos chamam de Idade do Bronze,que se estende atpouco
tempo aps 1200 a.C. O comrcio e as relaes diplomticas come-
aram a emergir entre lugares distantes, formando redes e imprios
bastante estveis, mas que tambm acabaram provocando batalhas e
guerras.
O s
primeiros exrcitos foramreu nidos, levados
a
guerrear
so b
o
com ando de reis constitudos de seu direito divino.
Entre
a serasd e crescimento, consolidao e integrao, o mundo
viveu
longos perodos de quase sculos de fragmentao, retrao e
colapso, conhecidos como eras sombrias pelo fato de terem produzido
pouqussimos registros escritos e monumentos. Esse perodo no foi
um a marcha inexorvel de progresso, mas apenas cumulativa. Com
cada perodo de recuperao, algumas cidades-estados alcanavam
um a escala maior em termos do tamanho de suas reas, populaes e
monumen tos consolidados. O perodo final de retrao que se iniciou
nosculo XII
a.C.,
um perodo de mais de 300 anos normalmente co-
nhecidocomo a Baixa
Idade
Mdia ou Idade das T revas, indicou o fim
da Era doBronze. A recuperao poltica e cultural iniciada na Baixa
IdadeMdia marcou o verdadeiro com eo da Era dos Antigos Imprios.
O
S U R G I M E N T O
DOIMPRIO
Nossa histria comea no Oriente Prximo, uma grande regio
antiga que vai desde a costa leste do m ar Egeu e central da Prsia at a
parte central norte de Anatlia e sul do Egito
(fig.
1.1). Quase todos os
imprios antigos comearam nesse ponto, muitos deles se estendendo
at
lugares muito alm dessa regio. Os poucos que de fato no se ori-
ginaram no O riente Prximo acabaram incluindo pores importantes
dessa rea. Muitos
m ilnios
mais tarde, nossa histria termina no
centro
daregio, quase exatamente no mesmo local onde com eou.
Quatro sees ou arenas amplas constituam o Oriente Prximo.
A
Mesopotmia,
a
Terraentre
osRios - o
T igre
e oEufrates-,
pode
ser chamada de seu epicentro. O urbanismo comeou ali e, por sua vez,
impriosmais antigos surgiram a partir dessa regio em particular mais
do
que em qualquer ou tra. Ao noroeste ficava a Anatlia, parte daatual
Turquia, que, embora tenha gerado somente um imprio, continuou
sendo umimportante cruzamentoe
campo
de
batalha
ao
longo
de
todo
.o m u n d oantigo. Ao
sudoes te
f i c a v a o Egito, aregio mais unificada e
estvel de todas, estabelecida ao longo do Rio Ni l o . Sua longa e rica
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32
I M P K I O S A N T I G O S
histria incluiu
diversas
fasesde imprio.Ao
oeste
da
Mesopotmia
ficavao Levante, as margens orientais do M ar Mediterrneo e as regies
adjacentes.
Essa rea no produziu nenhum grande
imprio,
mas, ao
contrrio, diversos reinos menores que geralmente se viam no caminho
direto
deimpriosem expanso. Duranteoprimeiro
milnio
da Era do
Bronze, essas quatro regies se desenvolveram de modo relativamente
isolado. Depois disso, foram integradas de forma mais
unificada
po r
meiodo comrcio, diplomaciae conquista.
Duas outras regies
foram
integradas de modo temporrio pelos de-
senvolvimentos e padres do O riente Prximo, um a delas logo no incio
de nossa histria e a outra muito tempo depois. A poro oeste do mar
Egeu,o Reino Mecnicodo continenteda G rcia, em especial, seguiu
os ritmos do O riente Prximo durante os ltimos 300 anos da Era do
Bronze. Com o fim desse reino, o lado oeste do Mar Egeu passou a trilhar
seu prprio cam inho por vrios sculos. A A rbia, na verdade localizada
no
meio
da
arena
do
O riente Prximo,
representouum
papel
importante
somente por um breve perodo, no fim de nosso estudo.
N o O riente Prximo, os humanos se estabeleceram em trs zonas
climticas. A populao m ais densa ficava localizada nas plancies cos-
teiras e ribeirinhas, o cenrio predominante da
histria
da
A ntiguidade.
O s rios eram lugares geralmente hostis e imprev isveis que necessita-
vam de um trabalho de engenharia de larga escala antes que uma colo-
nizao humana extensa pudesse existir ali. Descries mais antigas de
partes
do
Oriente Prximo
como o Crescente Frtil costumam ocultar
esse fato. A segunda zona, as bases das cadeias montanhosas, abrigou
algumas das colonizaes humanas mais antigas na regio e tinha um cer-
rado e vida animal abundantes, embora tivesse um menor potencial para a
agricultura. Mudanas de populaes das regies montanhosas para as
plancies foram muito comuns
e
necessrias
no s
primeiros estgios
da
histria do homem , como veremos. A s montanhas e os desertos repre-
sentam
as
zonas climticas mais marginais,
co m
populaes humanas
extremamente escassas. A s montanhas, por sua vez, abrigavam os deu-
ses, segundo
os
povos antigos dessas regies.
Comecemos pela Revoluo Urbana, uma alterao demogrfica
fundamental
que ocorreu na Mesopotmia entre 4000 e 3000 a.C. De
certo modo, o termo
revoluo
um tanto
forte,
pois as mudanas
aconteceram
a o
longo
do
curso
de um
milnio.
N a
forma
de uma
reorga-
nizao bsica de colonizao
humana,
porm, o termo se encaixa bem.
Esse foi o tempo do
nascimento
c crescimento da
cidade-estado
como
a
forma
bsica
de
poltica. U m t i m o exemplo Uruk, cuja populao
foi es t imada cm
a p r o x i m a d a m e n te 1.500 pessoas
logo aps
4000 a.C.
P R E L D I O E R D O S A N T I G O SI M P R I O S
33
Mapa da Idade do ronze
e 20 mil em 3000 a.C. A s cidades-estados tinham hierarquias sociais
bastante
claras desde o incio: nobreza (em diversos nveis), plebeus,
escravos e assim por diante.
Para auxiliar
a
populao crescente, havia novas
tcnicas e
tecno-
logiasprontas capazes de aumentar a produtividade agrcola em at dez
vezes.
A irrigao e as represas, a inveno do arado e o uso da
fora
animal
estavam entre as principais inovaes da produo de alimentos.
Um aquesto semelhante do
ovo
e da galinha para os
eruditos
est
em
tentar descobrir se esses avanos tecnolgicos geraram ou, na rea-
lidade, foram
gerados pelos desenvolvimentos polticos ocorridos
na s
cidades-estados. Isto , ser que os desafios da produo de alimentos
ao
longo dos rios mais hostis e geralmente imprevisveis exigiram sis-
temasehierarquias polticas para tornar possvel su ahabitao,o u ser
qu e
as
hierarquias polticas cada
v ez
mais coerentes proporcionaram
a
omisso c a liderana qu e tornaram possveiso s avanos tecnolgicos?
A l t i m a
proposio parece ser
mais
consensual entre os estudiosos
no decorrer das l t i m a s dcadas, embora muitos atualmente
suspeitem
de
q u e esse e n i g m a possa
m u i l o bem ser uma
dicotomia falsa.
O q u e
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34
I M P R I O S A N T K M S
as mudanas sem dvida representaram, em todos os casos, foi uma
srie de respostas humanas bem-sucedidas e criativas aos desafios de
um
ambiente
ba stante instvel.
Essas alteraes polticas e tecnolgicas originaram a Era do
Bronze, que resultou de toda uma juno de mud anas sociais.Ideolo-
gia, economia,
fora
militar e poltica foram entrelaados de uma s vez
no mesmo pano de
fundo
da cidade-estado, como podem os ver em suas
principais caractersticas: arquitetura monumental, escrita, permanente
hierarquia de classes, exrcitos e guerras d e larga escala. Apesar de mui-
to teis, listas como essas no so completas, sendo que poucas pessoas
as consideram como a condio
sine qua non
coletiva da
civilizao .
D em aneira tradicional, o desenvolvimento da escrita foi considerado o
ponto de partida para a histria humana (em oposio
pr-histria ).
Essa uma m edida to boa quanto qualquer outra, desde que observe-
mos suas limitaes. Houve ,
afinal
de contas, ao menos um imprio na
histria sem um sistema de escrita (os inas na Amrica do Sul).
A ideologia religiosa e a poltica estiveram entrelaadas de modo
inextricvel desde os primrdios quepodemser traados em suas origens.
Como disse uma vez um famoso antroplogo, a realeza em toda a parte e
em todo o tempo sem pre foi, de certo modo, um m inistriosagrado .11O
exemplomais bvio dissofoi amonarquia sacra, qu ecaracterizou todas
asentidades polticas do Oriente Prximo. O rei era um m ediador entre os
humanos e os deuses, independentemente de ser ele mesmo visto como
um deus ou, o que era maisfrequente,como o sacerdote-rei ou represen-
tante dos deuses. O rei regia a cidade-estado, realizava diversas funes
religiosas vitais e pessoalmente comandava seu exrcito em uma batalha
contra cidades-estados vizinhas. Todo um grupo de sacerdotes operava
como secretrios
d o
sistema religioso
d a
cidade-estado.
Se os sistemas religiosos surgiram primeiramente como um meio
de controle social
ou
poltico
(ou
ambos)
-
comoafirmamm uitos erudi-
to s
- uma
questo
de
imensa controvrsia;
aforma
como
ela
pode
ser
respondida, ento, est tanto
em sua
interpretao
de
evidncias quanto
em no ssas prprias pressuposies. Os templos e os zigurates dom ina-
ram a linha do horizonte das cidades-estados da Me sopotmia. Ao lado
de uma pletora de divindades men ores, cada cidade-estado reverenciava
um nico deussuperior
q ue
diziam residir
no
pico
d o
zigurate.
O
zigu-
rate provavelmente
t inha
a
forma
de uma
montanha para fazer
com que
os deuses se sentissem em casa cm suas novasmoradas nas
plancies
r ibe i r inhas
(fig. 1 . 2 ) .
M.
l i .
li. l
.vans-h
i l c h a r d . Social
Anlliro m o^y
an d
Ollicr /:\.vmv>
((
ileiu-oi
%
:
l
ixv P ress,
I W > 2 ) , 2 1 0 .
1 U K L D i o A E R A
D O S
A V T K O S
I M P R I O S
A
fonte
dom inante de riqueza eram os impostos ou os tributos dos
bens agrcolas produzidos nas reas do interior, geralmente em um raio
de seis
a dez ou 20
quilmetros
do
centro
da
cidade-estado.
O
proces-
so provavelmente retratado no
famoso
conto de aventura do Oriente
Prximo A Epopeia de Gilgamesh, apesar de ter sido escrito sculos
mais tarde. Em um determinado momento, a deusa Ishtar promete a
Gilgamesh,
o
lder
de
Uruk,
que a
renda
das
montanhas
e da
plancie
eles [isto, ossditos]deverotrazer como
tributo .
12 Oexcedente eco-
nmico geralmenteera
destinado
aosmonumentos religiosospolticos,
qu esetornarammaisbemelaboradoscom ariqueza cad avezmaior- a
economia e a poltica, assim como a poltica e a ideologia, estavam
profundamente integradas.
O s
templos eram quase sempre
os
principais
centros de distribuio econmica.
A questo de quem de
fato
era dono da terra mais complexa.
Pesquisas recentesmostram
que no
existiu
u m
sistema nico
po r
toda
a
Mesopotmia ao longo dos tempos, mas uma mistura diversa em que
ostemplos, palciose atmesmoosindivduos particulares eram
donos
de
terras. Ao seu tempo, os reis passaram a tomar
posse
ou controlar a
maior
parte das propriedades, se no todas, e a oferec-las emforma de
concesses para estimular
e
garantir
a
lealdade.
Modelos de comrcio surgiram muito cedo, de modo ainda mais
importante
na
produo
de
bronze.
O
bronze
er a
usado para e sculturas,
objetosdomsticos e armas. Era uma liga, composta de cobre misturado
com outros materiais, geralmente estanho, em uma proporo de
7:1
a
10 :
l (ou seja, de sete a dez vezes de cobre p ara o estanho). A p roduo
de bronze dependia totalmente do comrcio de longa distncia porque
os materiais eram relativamente escassos
no
Oriente Prximo
e
tinham
de
ser coletados de diversas fontes diferentes. O fim dessas redes de
comrcio seria capaz de encerrar de forma
definitiva
a Era do Bronze.
Mudanas pequenas, apesar de decisivas, na consolidao econ-
mica
e poltica, alm dos nveis das cidades-estados, provavelmente so
anterioresao incio da Idade do B ronze. Elas primeiramente atingiram
unidades territoriais e culturais mais amplas: o sul da Mesopotmia,
coletivamente conhecido como Sumria,
foi a
primeiraregio;logo
e m
seguida
veio o n orte da M esopotmia. A consolidaoveioinicialmente
por
meio do comrcio e da aliana e, ento, pela conquista, que fez
nascerem
o s
primeiros,apesar
d e
breves,
imprios
do
mundo.
1 2 . James li.
Pr i l cha id ,
ed.
/ / / <
Ancicnt
Ncar
Easl.
Volume l:
Anlhology ofTexts
an d
Pic-
urcs (Pr ince lon ,
N . I :
P i nur l o i i
lI n i v e r s i l y
Press,
ll)5H), 51 ; a
par t i r
de ento eitado
como
Pr i tehard A N i r .
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5/10
I M P I O S
A N riGos
1.2. Templo zigurate Agargouf Iraque. Biblioteca de Imagens: DeA Picture
Library/Recurso de Arte N Y.
A prim eira cons olidao geral pode ser traada a Uruk, no sul da
Mesopotmia, entre 3500 e 3000 a.C. Por intermdio de
fortes
alianas,
Uruk passou a estabelecer e co mandar uma imensa cadeia de comrcio.
A pesar disso, U ruk, na realidade, jamais controlou as questes polticas
internas das cidades-estados em seu circuito, nunca tendo conquistado
grandes territrios, embora parea ter estabelecido colnias bastante
amplas. Parece que as elites de outras cidades-estados se beneficiarem
imensamente de sua incorporao na rede de comrcio de Uruk. Em-
bora
n o
tenha sido
u m
conglomerado imperialista,
o
local
se m
dvida
preparou o cenrio para outros tipos de consolidao que se seguiram.
Pouco tempo depois, segundo alguns estudiosos
do
Oriente Pr-
ximo, o Kengir, ou Liga da Sumria (2900-2300 a.C.), trouxe uma uni-
ficao
ainda maior.
A s
evidncias
s o
imprecisas
e
indiretas,
mas ela
provavelmente comeou como uma ampla associao de comrcio e se
transformou
em uma
liga poltica
e
religiosa,
be m
como
um a
liga mili-
tar e de defesa formal. O centro da Liga ficava em Nippur, um impor-
tante centro religiosono no rte da Sumria. Pode muito bem ter existido
um a
srie
d e u n i es e
l igas igualmente efmeras, embora
as
evidncias
disponveis no sejam to claras .
A conquis ta m i l i t a r c a consolidao poltica foram resultadosdessa
ccntral i / ao.
H a v i a um a
e n o r m e b arre i ra
a ser
t ran s p os t a , porm,
antes
P R E L D I O
E R A D O S A N T I G O S I M P R I O S
qu e
o verdadeiro imprio pudesse surgir. Da mesma maneira que a ideo-
logia religiosa passaria, com o tempo, a ser um ingrediente
fundamental
dos antigos imprios, veremos em diversos momentos que, a princpio,
ela foi, na
realidade,
um obstculo. Cada uma das cidades-estados da
Mesopotmia afirmava
ter
sido fundada
por uma
divindade diferente,
qu econtinuava sendo seu d eus principal. A expanso e a
unificao
eram
desafios iguais para o mandato divino das cidades-estados que eram con-
quistadas e das que conquistavam. Com o tempo, as tradies que favore-
ciam
uma expanso mais ampla em nome de uma determinada divindade
surgiam, unindo de modo
definitivo
a ideologia religiosa e sua conquista.
A primeira gr ande consolidao militar e poltica conhecida foi
realizada por Lugalzagesi (r. c. 2400 a.C.), um lder da cidade-estado
de Umma. Ele conquistou e subordinou as cidades-estados vizinhas de
Ur , Uruk e Lagash para criar aquilo que alguns consideram o primei-
ro imprio sum rio. A ssim com o aconteceu com a maioria dos reis do
Oriente Prximo que conquistaram tempos depois, algumas pessoas
provavelmente exageraram a verdade um pouco mais em um a dedicat-
ri aque declarava suas conquistas:
Quando para Lugalzagesi, rei de Uruk, rei da terra, sacerdote de An, "pro-
feta"
de N isaba (...) [os deuses] Enlil, o rei dos campos, concedera a realeza
da
Terra, tornara a Terra obediente a ele, lanara todos o s pases aos seus
p se os subjugaradonascerao pr do sol - naquela poca,ele percorreu
o
caminho
do Mar
Infer ior (Golfo Prsico), atravs
do
Tigre
e
Eufrates,
at o
M ar
Superior (Mediterrneo)
e
Enlil
n o
permitira
q ue
ningum
se
opusesse
a ele do nascer ao pr do sol.13
Observe como
Enlil lhe
oferece suas conquistas
- um
sinal
das
tradies ideolgicas da construo dos imprios que estava por vir.
Contudo, ele obviamente
ofende
outro deus no processo, e uma maldi-
o consequente fo ipronunciada contra ele.
O
homem
de
Umma [Lugalzagesi],
por ter
destrudo Lagash, pecou contra
Ningirsu Que a mo que ele uso u contra ele (isto , o deus Ni ngir su) seja
decepada 14
A ssim como a maioria dessas primeiras conquistas, o imprio pro-
vavelmente
quase no se estendeu alm de seu
fundador.
1 3 Vasc
I n s c r i p t i o n o f
L uga l -Z ages i" , c i t ao de J . N ichol asPostgate, Early Mesopot
mia: Socicty andKconomya t fhe DawnofHistory (L on don: R out l cdge, 1992) , T ext o 2: 3.
14. li .
So l l b e r g e r ,
Corpus
ds
inscrip tions royales j)rsargoniques
de Lagash:
Ukg. 16
( i a i f v i i , 1956), c i l a c n o i l e A m l i c K u h r t ,
Th e
AncientNear
Kast c.
.1000 330li.
('.,
vol . l
( l . o i u l o n :
R o u l l a l f - f ,
1994),
43 .
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6/10
38
I M P R I O S A N T I G O S
O
norte
da
Mesopotmia logo seguiria
o
modelo sumrio
de
con-
solidao, chegando at mesmo alm dele. Assim como o sul de Uruk,
a cidade-estado de Kish comeou a firmar
influncia
e a se estabelecer
comolocalimportante
por
meio
das
redes
de
comrcio.
Um
conquista-
dor chamado Sargo usurpou o trono de Kish e o expandiu por todas as
regies norte e sul da Mesopotmia desde sua nova capital na Acdia,
superando o prprio Lugalzagesi. Como Sargo uniu a maior parte da
Mesopotmia e estendeu sua regncia at partes do Levante, ele geral-
mente se orgulha de ocupar o lugar de primeiro construtor de imprios
da histria. De suas dedicatrias e tambm as de seu neto, Naram-Sin,
responsvel por trazer o imprio ao seu apogeu, podemos ver um novo
tipo de liderana surgindo: a realeza herica, que viria a caracterizar a
maioria do s antigos imprios futuros. Naram-Sin,d emaneira especfi-
ca, deu incio antiga realeza herica:
Naram-Sin, oForte, rei daAcdia,quando os quatro cantos(do Universo)
juntos
se
mostraram hostis,
ele
permaneceu vitorioso
nas
nove batalhas
em
um
nico ano por causa do amor que Ishtar tinha por ele, e aprisionou aque-
les
reis
que se
ergueram contra ele.
Por ter
conseguido preservar
s ua
cidade
no
tempo
d a
crise,
[o s
habitantes
de] sua
cidade perguntaram
po r
Ishtar
em
Eanna, deEnlil emNippur, deDagane mTuttul,d eNinhursagemKesh, de
Enki
emEridu,de Sin em Ur, deShamash emSippare deNergalemKutha,
que elefosseo deu s de sua cidade Acdia, e eles construram um tem plo em
sua homenagem no meio da
Acdia.
15
Reis mais antigos da Mesopotmia geralmente se descreviam
como reis
pastores .
Eles estimavam seu povo de uma forma pater-
nalista, sendo que sua autoridade era garantida por sua confirmao
dos padres tradicionais de justia. O rei herico, ao contrrio, recebia
e mantinha suaposio com base nos mritos e realizaes pessoais,
conquistas geralmente consideradas supremas entre eles. Um Rei da
Terra ou Rei dos Quatro
Cantos
dominava por intermdio de uma
aristocracia guerreira. Com Sargo e Naram-Sin, vemos uma tendncia
bvia nadireode umpoder maior com riqueza e sofisticao. Esse
domnio foi proclamado na arquitetura, em relevos e esculturas,
cuja
criao alcanou nveis impressionantes
de
excelncia
com
Sargo
e
Naram-Sin(fig. 1.3). Entretanto, depois de Naram-Sin, o imprio en trou
em declnio e, mais uma vez, uma era de cidades-estados desconectadas
tomoucontad aMesopotmia.
15.
Waltcr Farhcr, Die Vergtt
i c hung N a r m Sins ,Orienalia
52
(1 9 83 ) , 67-72, ci tao
de Mar Va u
de
Mieroop,
A Iliston
< >
flic
Ancicnt Ni ur East
ca .
3000 32.
H . C
( M a l d c n ,
MA : W i i f k w e l l . 2004) , M .
P K L L D I O
A E R A D O S
A N T K J O S I M P R I O S
39
1.3. Epitfio
de
pedra
da
Vitria
de
Naram-Sin. Erich
Lessing/Recurso de
Arte NY.
Alguns sculos mais tarde, c. 2100 a.C., o principal momen-
to seguinte de consolidao, mais uma vez de breve durao, teve
incio
na cidade-estado de Ur. O lder de Ur, Ur-Nammu, assumiu o
controle tanto da Surnria quanto da Acdia, diretamente invocando
um passado distante de unificao. Esse um modelo que veremos
co m
frequncia neste estudo: para construir
a
legitimidade,
futuros
imperadores geralmente se apresentavam, ou a seus reinos (ou a am-
bos), como os restauradores de dias gloriosos de antigamente. Mais
de um milnio depois, os imprios neoassrios e neobabilnicos pas-
sariam a se
molda r
segundo os
re inos
d a
Idade
do
Bronze, erguendo
at mesmo,de modo in tenc iona l ,t emplos
e
palcios dire tamente
no s
locais das
ru n as
de es t ru tu ra s da Era do Bronze. Aproximadamente
1.600
anos
mai s
ta rde, Sargfio, um dos maiores reisneoass r ios , iria
i n c lu s iv e ado l a r
se u
nome. No
m u i t o temp o
aps a morte do
f i l h o
de
7/24/2019 Imperios Antigos, Da Mesopotamia a Origem Do Isla (30-40 e 51-5)
7/10
I M P R I O S
N T I C O S
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Ur-Nammu, porm seu imprio se curvou con forme os governantes
locais declararam sua autonomia.
Pouco mais de um sculo depois, dois reis contemporneos recons-
tituram politicamente as duas regies daMesopotmia.
Shamshi-Adad
(r.
1814-1781 a.C.), afirmando descendncia da dinastia acadiana de Sar-
go, conquistou o norte da Mesopotmia. Hamurbi (r. 1792-1750 a.C.),
descendente de uma linhagem de nmades ocidentais conhecidos como
amorreus, uniu uma confederao livre de cidades-estados das regies sul
e
central
d a
Mesopotmia
e
governou
a
Babilnia, antes
uma
provncia
do
imprio de Ur-N amm u. Apesar de tudo, os imprios que esses dois reis
construram
mal conseguiram sobreviver aos seus fundad ores; j o nome
de Ham urbi ainda vive pelofato de ele ter promulgado um famoso cdigo
de
leis - cuja maior parte sebaseava emexemplos anteriores. Outra era, que
durou um sculo, veio em seguida. Dela surgiu uma era muito importante
esem precedentes deintegrao e
consolidao
que se estendeu por cerca
de 300 anos, conhecida como o Final da Idade do Bronze.
Conforme
cidades-estados, ligas e imprios nasciam e eram derru-
bados
na
Mesopotmia,
o
Egito estava construindo
u m
reino poderoso
ao sudoeste. s margens do Nilo, um rio geralmente m ais previsvel e
hospitaleiro do que o Tigre ou o
Eufrates,
o Egito tambm se
beneficiou
das inovaes tecnolgicas que troux eram m aior eficincia e produtivi-
dade agrcola. Desde
o
incio,
o
Egito surgiu
de uma
forma mais uni-
ficada do que a Mesopotmia. No existiam cidades-estados no Egito,
mas sim dois reinos iniciais que, logo nos primrdios, se unificaram
para form ar o reino do Egito. Mais tarde, durante perodos de crises, o
Egito acabou se dividindo e se fragmentand o, mas ali a desunio conti-
nuava sendo a exceo e no a regra.
Em algum momento por volta de
3000 a.C.,
enquanto a Idade do
Bronze nascia na Mesopotmia, um lder quase lendrio chamado Narmer
(o u
Mens), por meio da fora, unificou os dois reinos. O Alto e o Bai-
xo Egito (pense
ao
contrrio, conform e
o
Ni lo
flui - o
Alto Egito
fica
ao sul e o Baixo Egito ao norte). A unio se manteve forte desde o
incio, centralizada ao redor da capital em Mnfis (Fig. l .4). A histria
do Egito tradicionalmente contada po r dinastias; esse perodo inicial
conhecido com o o Perodo Dinstico Inicial . E possvel que algumas
importantes mudanas durante esse perodo - naarquitetura e nosele-
mentos decorativos,porexemplo - tenham sido inspiradas diretamente
no
modelo
de
U ruk , d i fundido pelas l igaes
do
comrcio durante
o
quarto
m i l n io
a .C.
Um longo perodo de
prosperidade,
paz e isolamento poltico quase
absoluto
se
seguiu
com a
Ibrmao
do
Velho Reino
(2715-2134
a.C.).
4 Paleta
de
N armer. Werner Forman/Recurso
d e
Arte N
Y.
Esse perodo geralmente chamado de Era da Pirmide, pois durante
essa poca esses famosos monumentos do mundo antigo foram criados.
O
rei , ou ofara, estavanocentro do reino
unificado
- umdeus, um re-
gentepoltico, um m ediador d ivino, ele personificava o padro d e justia
e do Cosmos que os egpcios conheciam como m a at (a deusa Maet).
As pirmides nos oferecem um exemplo claro do poder da imagem
e do local de a rquitetura monum ental em reinos fortes: ideologia, eco-
nomia
e poltica
c aminh am
junta s de maneira evidente nesse perodo. A
imagst ica real que era
v is ta
nesses monumen tos aprimorou a ideia da
mitologia do re i
d i v in o
e o m i t o do Estado unificado. A pr imeira pir-
mide f o i const ru da po r vo l ta de 2700 a.C . e representa o primeiro uso
m o n u m e n t a l
de pedras na h i s t r i a do m un d o . Os l deres c os a rqui te tos
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comunicao entre os principais elementos e entre os mais importantes
centros e as cidades-estados menores, seus
vassalos.
As cartas, gravadas
em paletas de argila durvel, foram preservadas em diversos arquivos
po r todo o O riente Prximo. Um a indicao de poder relativo sempre
aparece de maneira clara nas cartas assim que so estabelecidos; as
principais potncias normalmente se dirigem umas s outras
como
ir-
mos
e as de menor poder, assim tambm como as cidades-estados,
como servos .
O
arquivo descoberto
em
Tell el-A marna, Egito,
fo i
especialmente
til na elucidao dessa era. O fara
A khenaton/Am enhotep
IV (r. 1350-
1333
a.C.) construiu uma nova capital imperial em A khenaton ou Tell
el-Amarna,
baseada
em
parte
em uma
converso
religiosabizarra. Ao
afirmar queA t on ,o disco solar,era o deus superior - se no o nico
deus
-, ele
construiu A khenaton como
uma
capital isolada
e um
templo
ao ar livre para seu deus. O local (assim como sua refo rma religiosa) foi
abandonado logo aps sua morte e permaneceu assim preservando um a
rica coleo de intercmbios diplomticos a partir da metade do sculo
XIV A proximadamente 350 paletas de argila documentam as relaes
polticas do Egito, sendo que a maior parte com diversas cidades-estados
subordinadas do Levante. Esses registros se referem ao fara como um
senhor divino e mostram uma evidente forma de submisso. A s cartas so
bastante formalistas, com um padro evidente de servilismo em destaque:
A o rei , meu senhor, o deus Sol dos cus. A ssim, Zatatna, prncipe de A ccho
[A cre], vosso servo,
o
servo
do
rei,
e a
terra [sob] seus dois ps,
o
cho
qu e
ele pisa.
A os dois ps do rei, meu senhor, o deus S ol dos cus, sete vezes,
sete vezes eu caio, tanto passvel quanto passivo. Que o rei, meu senhor,
oua
a
palavra
que seu
servo [Zir]damyashda
tirou
deBiryawaza.17
Quase
40 das
paletas
so dos
GrandesReis
e
mostram
as
outras
principais potncias relacionadas ao Egito. A linguagem dessas cartas
aquela usada por irmos e amigos. Em uma carta do rei de Mitanni ao
fara do Egito:
D iga a
N i m m u r ey a ,
rei do Egito,m eu
irmo,
m eu
genro,
quemeu amo e
quem
me am a; Tushratta, rei de Mitanni, que te ama, seu sogro, diz: Tudo est bem
comigo.
Q ue
tudo esteja
bem com
voc.
Q ue
tudo esteja
bem em sua
casa .
18
En to , a carta prossegueco m u m pedi do formal.
f -
17. P r i t c h a r d , A N
l
i, 2 6 2 - 2 6 3.
IX
W i l l i a m
l .
M o r a i ) ,
/ / / < nuinin Lctlirs
( B a l l i m o i r :
J o l m s l l o p k i n s l
1 W 2 ) ,
6 1 - 6 2 .
1.10.
Akhena ton Nefertiti e seus filhos abenoados por Aton. Werner Forman/
Recurso de Arte NY.
A linguagem da maioria das cartas apresenta os Grandes Rei s
como lderes coletivos de uma nica comunidade internacional maior
(alguns a descrevem como a linguagem de uma
grande
famlia ).
A lianas matrimoniais, trocas depresentes e pedidos de ouro e outros
materiais preciosos predominam na s cartas deiguais.A s cartas do svas-
salos
geralmente so de pedidos afveis de
ajuda
ou relatos detalhados
a respeito de outras cidades-estados ereinos.
CO L A P SO D O SI ST EMA IN T E R N A C I O N A L
Por razes bastante discutidas
po r
eruditos, esse perodo impres-
sionante de integrao, expanso e poltica da fora foi interrompido de
maneira
abrupt a. D a m esm aforma que, de repente, todo o sistema surgiu
no
scul o X V a.C'., ele se de s m a nte lou quase po r completo no incio
do sculo X I I A integrao
poltica
e
comercial
garantia qu e grandes
potncias
se
formassem
e fossem de s m e m br a da s m ai s ou
m e nos
ao
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mesmo tempo.
Obras
monumentais de arquitetura, o comrcio de longa
distncia, alianas polticas, a expanso demogrfica e a alfabetizao
entraram em declnio ou deixaram de existir de forma bastante repentina
na maioria das regies. A riqueza caiu de forma drstica,
como
vemos nas
tumbas e nos objetos funerais. O O riente Prximo voltou a contar com
o
modelo
j ultrapassado de cidades-estados de pequena
escala durante
aquilo que os eruditos chamam de Idade das Trevas.
O s estudiosos chegaram a propor trs principais tipos de expli-
caes: invases externas, conflitos sociais internos e catstrofes na-
turais ou ambientais. Todos esses trs aparecem em fontes disponveis
e, portanto,
o
consenso
atual
entre
os
eruditos
tem
sido
o de
aceitar
explicaes de causas m ltiplas, em vez de procurar uma nica causa.
Os invasores
mais famosos- apesarde noseremosnicos- eramos
misteriosos Povos do Mar, que invadiram o Mediterrneo oriental, o
Egito e o Egeu. Podemos ter uma noo a seu respeito no registro do
fara
egpcio Ramss III (r. 1184-1153 a.C.) de seubem-sucedido, e
bastante breve, esforo de o bstruir sua mar:
O s
pases estrangeiros armaram
u ma
conspirao
em
suas ilhas. Todas
de uma
s vez, as terras foram retiradas e espalhadas na disputa. Terra alguma podia
ser
salva diante
de
seus ataques, desde
os Hatti
[hititas], Kode, Carquemish,
A rzawa e
A lashiya [Chipre?],
q ue
foram interceptados
em [um momento] Um
acampamento [foi montado] em algum lugar em A mor. Eles arrasaram se u
povo e sua terra era como se nunca tivesse existido. Eles estavam se apro-
ximando do Egito, enquanto as chamas eram preparadas diante deles. Sua
confederao
eram
os filisteus,
Tjeker, Shekelesh, Denye(n)
e
Weshesh, terras
unidas. Eles puseram suas mos e seus coraes confiantes e fervorosos sobre
as terras at o circundar da terra. Nossosplanos sero bem-sucedidos "19
O desfecho do reino de Ramss II I nos oferece um exemplo per-
feito da interseo dos trs tipos de causas. Depois de, com sucesso,
afastar um grupo de Povos do Mar
( eles
foram arrastados, confinados
e prostrados na praia, mortos e amontoados dos ps s cabeas"),
20
el e voltou para casa para enfrentar a fome no Egito e foi, finalmente,
assassinado
em uma conspirao no palcio. O s sacerdotes de A mon,
ento, formaram um estado teocrtico fraco em Tebas durante a Idade
das Trevas que estava por vir.
O imprio hitita entraria em declnio ao longo do curso de algu-
mas dcadas aps 1200 a.C., provavelmente sob a invaso dos Povos
do Mar, almde uma diviso interna- reas perifricas extirpadasdo
19
Pritchard, ANK,
X 5
20.
1 ritdmrcl,
ANIi, 1X 6
P I I E L U I O
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reino, rompendo seus juramentos e, assim, con tribuindo para diminuir
o fluxo de riqueza do centro, levando tambm u ma importante presena
militar(fig. 1.11).A o mesmo tempo, os assrios e os babilnios estavam
lutando
contra os arameus do deserto.
N o entanto,
ne m
tudo
er a
sombra
e
escurido. Pesquisas arqueo-
lgicas
recentes mostram
que algumas reas, na verdade, prosperaram
durante a Idade da s
Trevas.
Cidades-estados menores, po r exemplo,
conseguiam desfrutar de uma nova sensao de autonomia e liberdade
em relao
ao s
reinos maiores que,
o ano
inteiro,
os
tornava subser-
vientes em sua posio de vassalos. A lguns lugares, como, por exem-
p l o
partesdo Chipre, na realidade, tiveram um perodo de crescimento
nessa poca.
U m a
srie
de
reinos menores, conhecidos como
os
neo-
-hititas, continuou a
praticar
a
cultura hitita
na
A natlia
e no
norte
da
Sria. N o O riente Prximo, o declnio foi comparativamente menor, j
que a deciso foi se mudar para o leste do Eufrates.
Em alguns poucos casos famosos, as privaes relativas da Ida-
de das Trevas foraram os humanos a inovar de algumas formas mais
abrangentes e influentes, o que os obrigou a deixar sua rotina de tran-
quilidade. O ferro comeou a se espalhar durante esse perodo por uma
razobastante prtica. Conhecido duranteaIdadedoBronze peloshiti-
tas
e tambm po r outros povos, o material era usado som ente com p ro-
psitosdecorativos. N ingu m ainda havia desenvolvidoum atecnologia
para a produo de ferramen tas e armas de grande utilidade. O bronze,
naturalmente,era o m etal de preferncia, embora fosse mais leve, mais
caro emais difcil de sertrabalhado.O ferro,a ocontrrio, er afacilmen-
te
encontrado
em
todo
o
O riente Prximo
e,
diferentemente
d o
bronze,
sua produo no dependia de redes de comrcio de grande escala.
Tecnologias
necessrias para
a
fundio
do
ferro foram desenvolvidas
no s sculos XII e XI, chegando inclusive a produzir ao. O produto era
m ui t o
mais resistente do que obronze epodi as ertotalmente produzido
de fornia local e com um custo muito mais acessvele , evidentemente,
o perodo aps o colapso da Idade do Bronze geralmente cham ado de
a
"I dade doFerro .
O desaparecimento ou a retrao extrema dos sistemas de escrita
durant eaIda ded asTrevas tambm es timulouodesenvolvimentode uma
das invenes mais significativasdahistria- oalfabeto. A ssim comoo
ferro, a
ideia
do alf ab e to j existia no perodo anterior, mas ele no era
m u i t o usado.
S eu
p r i m e i r o us o importante e extensivo foi
realizado pelos
fencios (c omo ser d is cu tid o no
C a p t u l o
3), um povo do Levante. O
alf ab e to era um sisk-m;i
m a i s s i m p l e s
do que a
e s c r i t a c u n c i for m e
da
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1.11. Guerreiros
lut ndo
bordo
de navios: batalha naval contraosPovosdo
a r Erich Lessing/Recurso de Arte NY.
Mesopotm ia e os hierglifos do Egito e podia ser aprendido com um
treinamento menor e uma infraestrutura educacional muito mais prti-
ca o que o tornava adequado a um perodo de colonizaes de menor
escala. Seu us o logo se espalhou muito alm do s fencios em especial
no O cidente. A ssim como no incio de nossa histria um desafio bsico
exigiu
uma profunda criatividade.
A ps o hiato da Idade das Trevas antigos imprios posteriores
continuaramacrescer- crescer cadavezmais- muito alm do que
aconteceu na I dade do Bronze. A sntese de ideologia economia fora
militar e poltica fica muito m ais explcita e evidente por meio de uma
abundncia comparativa
d efontes
visuais
e
escritas alm
de seu
material
arqueolgico. Os modos de resistncia e reao ao imperialismo e
expanso se tornaro extensivamente documentados e ao que
tudo indica muito mais variados. Contudo
os
padres bsicos
de
controle
e
d o m n i o
por um
g r u p o
em
relao
a
outros parecem
co ns idcr a ve lm cntc
s e m e lha nte s . S e isso aconteceu
p r i n c i p a l m e n t e
cm
funode
exemplos deliberados tirados
de
im p r io s passados
-
como
a maioria dos imprios subsequentes demo nstra de modo explcito
- ou pelo fato do imperialismoser um resultado inevitvelda vida
ur bana uma
questo
que se
esconde logo abaixo
da
superfcie
de
todo
este estudo.
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