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Professor: Rodrigo Sodero
Instagram: @profrodrigosodero
Facebook/FANPAGE: Rodrigo Sodero III e ProfessorRodrigo Sodero
PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
PRÁTICA PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIA
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
No início de nosso estudo sobre a Prática ProcessualPrevidenciária é interessante que trabalhemos com aclassificação ou categorização das açõesprevidenciárias.
É inviável que classifiquemos todas as espécies deações previdenciárias possíveis.
Diante disso, levaremos em consideração as maisfrequentes ações judiciais em matéria previdenciária.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Classificaremos as ações previdenciárias de acordocom a pretensão da parte autora.
Deste modo, são 05 as principais espécies de ações:
1. Ação de concessão de benefício previdenciário;
2. Ação de revisão de benefício previdenciário;
3. Ação de restabelecimento de benefício previdenciário;
4. Ação de manutenção de benefício previdenciário, e;
5. Ação de anulação de benefício previdenciário.
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Com a propositura da ação de concessão de benefícioprevidenciário pretende-se que o Poder Judiciáriodetermine que o INSS conceda a prestação, produzindoefeitos desde a data em que ela se tornou devida (RE631.240/MG – prévio requerimento administrativo).
Regra: 4-3-2-1!!!
Opções: ação ordinária (Justiça Estadual ou Federalcomum), ação pelo JEF ou mandado de segurança(Justiça Federal).
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
As ações de concessão tem por objeto:
1. Uma obrigação de fazer orientada à concessão datutela específica para implemento do benefício (art. 497,do CPC – princípio da imediatidade da tutelaprevidenciária), e;
2. Uma obrigação de pagar quantia certa, correspondenteao pagamento dos valores que não foram pagos desdequando era devido o benefício (art. 495, do CPC).
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Termo a quo do pagamento: será a DIB, respeitada aprescrição quinquenal, devendo se observar as normasespecíficas para cada caso.
Exemplos: aposentadoria por idade para o empregado,inclusive o doméstico, na forma do art. 49, da Lei 8.213/91;pensão por morte, na forma art. 74, inciso I, da Lei 8.213/91.
Caso contrário, a DIB será fixada na DER.
Prescrição: direito ao benefício é imprescritível. Prescrevemas prestações vencidas há mais de 05 anos (art. 1º c/c art.3º, do Decreto 20.910/32, art. 103, parágrafo único, da Lei8.213/91 e Súmula 85 do STJ)
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Não se aplica a prescrição: contra os menores, os incapazese ausentes, na forma do CC (art. 103, parágrafo único, da Lei8.213/91). No mesmo sentido dispõe o art. 79, da Lei8.213/91, para casos de pensão por morte.
Menor de idade: segundo o STJ não corre prescrição contrao 18 anos, nos termos do art. 79, da Lei 8.213/91 (STJ: REsp1.405.909/AL). Quanto ao pagamento das parcelas vencidaso prazo de 05 anos se iniciaria no dia em que a prescriçãopassaria a correr (STJ, AgRg no REsp 1.420.928/RS e REsp1.669.468/RS).
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Incapazes: com a edição da Lei 13.146/2015 (art. 6º. A deficiêncianão afeta a plena capacidade civil da pessoa), deixam de serconsiderados absolutamente incapazes os que por enfermidadeou deficiência mental não tiverem o discernimento necessáriopara a prática desses atos , assim como os que, mesmo por causatransitória, não puderem exprimir sua vontade (revogação dosincisos do art. 3º).
Ausentes: ausente é a pessoa que desaparece do seu domicíliosem dela haver notícia, desde que não tenha deixadorepresentante ou curador. Segundo o CC de 1916 os ausenteseram considerados absolutamente incapazes. Com a vigência doCC de 2002 os ausentes não mais são consideradosabsolutamente incapazes, de modo que contra eles correnormalmente a prescrição.
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Objetos da ação: as ações de revisão também tem porobjeto uma obrigação de fazer e uma obrigação de pagarquantia certa.
Podemos diferenciá-las em 02 tipos de ações:
Revisional de concessão (revisional da RMI (desubstituição material ou de substituição formal),revisional da DIB, substituição de benefício)
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Há decadência para revisão (impugnação) do ato deconcessão do benefício?
Art. 103, da Lei 8.213/91 (contagem: art. 103, da Lei 8.213/91– parte final e parágrafo único do art. 568, da IN 77/2015);
MP 1.523-9, publ. em 28.06.1997, convertida na Lei 9.528/97:conferiu nova redação ao art. 103, da Lei 8.213/91. Prazodecadencial de 10 anos para revisão do ato de concessãodo benefício, em linhas gerais. MP 1.663-15, publ. em23.10.1998. Lei 9.711/98: diminuição do prazo para 05 anos(alteração entrou em vigor em 21.11.1998). MP 138, public.em 20.11.2003, convertida na Lei 10.839/04: volta a fixar oprazo em 10 anos.
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Concessão do melhor benefício (RE 630.501/RS):
STJ: determinou a suspensão de todos os processosdo país até o julgamento dos REsps 1.612.818/PR e1.631.021/PR (Tema 966), sob o rito dos repetitivos.
Precedentes bons: não decai (STJ, AgRg no AResp549.306, REsp 1.578.156, REsp 1.600.604, REsp1.603.698, REsp 1.599.426, REsp 1.604.738, REsp1.608.130, REsp 1.608.126, REsp 1.607.072).
Precedente ruim: decai (TNU, PEDILEF 0516851-74.2013.4.05.8100).
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Questões não resolvidas no processo administrativo ecasos de indeferimento
STJ: determinou a suspensão de todos os processosdo país até o julgamento dos REsps 1.648.336/RS e1.644.191/RS (Tema 975), sob o rito dos repetitivos(art. 1.037, inciso II, do CPC).
Precedentes bons: STJ, no AgRg no REsp1.407.710/PR e Súmula 81 da TNU.
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Benefícios concedidos antes da MP 1.523/97:
STF (RE 626.489/SE – Tema 313): o prazo decadencialatinge os benefícios concedidos antes da edição daMP 1.523, de 28.06.1997, com termo inicial decontagem estabelecido em 01º.08.1997. (vide art. 568,da IN INSS/PRES 77/2015)
STJ: REsp`s repetitivos 1.309.529/PR e 1.326.114/SC(Tema 544).
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Contagem do prazo decadencial no caso de pensãopor morte: o início do prazo decadencial se dá após odeferimento da pensão por morte, em decorrência doprincípio da actio nata, tendo em vista que apenascom o óbito do segurado adveio a legitimidade dopensionista para o pedido de revisão, já que, poróbvio, não era titular do benefício originário, direitopersonalíssimo. (TNU, Processo 5015568-30.2012.4.04.7201 e REsp 1.529.562/CE)
Atenção: para o STF (RE 1.013.583/PR) a matéria nãopossui repercussão geral, pois é infraconstitucional.
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Benefícios concedidos antes da MP 1.523/97:
STF (RE 626.489/SE – Tema 313): o prazo decadencialatinge os benefícios concedidos antes da edição daMP 1.523, de 28.06.1997, com termo inicial decontagem estabelecido em 01º.08.1997. (vide art. 568,da IN INSS/PRES 77/2015)
STJ: REsp`s repetitivos 1.309.529/PR e 1.326.114/SC(Tema 544).
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Algumas outras teses:
Inconstitucionalidade do prazo decadencial (direitohumano e fundamental): ADI 5048/DF (EXTINTA -ilegitimidade ativa da COBAP, com trânsito emjulgado).
Tese voltada à má-fé da Administração: aplicaçãoreversa do art. 103-A, da Lei 8.213/91 (paralelismo –Hermes Arrais Alencar) e princípios do art. 37, da CF.
AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Para impugnar ato de reajustamento de benefício(exemplo: art. 194, inciso IV e 201, § 4º, ambos daCF).
Opções: ação ordinária (Justiça Estadual ouFederal comum), ação pelo JEF ou mandado desegurança (Justiça Federal comum).
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
A ação de restabelecimento de benefício previdenciário éutilizada quando o beneficiário é privado do gozo daprestação que estava recebendo (cancelamento, cessação,suspensão ou diminuição da renda mensal).
Ato de cancelamento: se opera no exercício da autotutelaadministrativa, fundamentando-se na concessão irregulardo benefício (exemplo: erro administrativo na contagem dotempo de contribuição que serviu de base para aconcessão do B-42);
Ato de cessação: ocorre quando há o término normal dobenefício, diante da suposta alteração das circunstânciasde fato que lhe deram origem (exemplo: segurado recebiaauxílio-doença e depois recuperou a capacidadelaborativa);
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Ato de suspensão: caracteriza-se pela interrupção dopagamento para a averiguação de possívelirregularidade na concessão (exercício da autotutela);
Ato de redução da renda mensal: acontece quando hádiminuição do valor da renda mensal do benefício porsuposta irregularidade no momento da apuração darenda mensal inicial ou no seu reajustamento(situação mais rara).
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Impugna-se ato administrativo invasivo da esferajurídico-patrimonial do beneficiário, ou seja, ato deprivação, ao beneficiário, de bem previdenciário que seencontra em gozo.
Objetos da ação: aqui temos novamente uma obrigaçãode fazer e outra de pagar quantia certa (desde aefetuação do ato administrativo invasivo).
Opções: ação ordinária (Justiça Estadual ou Federalcomum), ação pelo JEF ou mandado de segurança(Justiça Federal comum).
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Exemplos:
1. Cessação de benefício por incapacidade
“Operação Pente Fino”.
2. Cancelamento do pagamento do benefício ante a verificaçãode irregularidade na sua concessão
Decadência contra o INSS e em favor do beneficiário? Sim(art. 103-A, da Lei 8.213/91).
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Qual a história do prazo decadencial que existe em favor dobeneficiário do INSS?
a) Art. 7º, da Lei 6.309/75, até 14.05.1992, quando entrou em vigor aLei 8.422/92, que em seu art. 22 revogou a primeira norma (05anos)
b) Art. 54, da Lei 9.784, de 1º de fevereiro de 1999 (05 anos)
c) MP 138, de 19 de novembro de 2003 e Lei 10.839/04 (10 anos)
STJ: para benefícios “concedidos” entre a edição da Lei 8.422/92e a Lei 9.784/99 é possível a aplicação do prazo decadencial comtermo inicial da contagem em 01º.02.1999 (REsp repetitivo1.114.938/AL). No mesmo sentido do entendimento firmado peloSTJ é o Parecer/CJ nº 3509/2005, emitido pela consultoria doMinistério da Previdência e o que prevê o art. 569, da ININSS/PRES 77/2015.
AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Atenção: segundo a IN INSS/PRES 77/2015, aplica-se a decadência na hipótese de manutençãoindevida de benefícios decorrentes de divergênciacadastral ou inacumulação legal, nãodesdobramento de cotas ou outras situaçõesdecorrentes de manutenção de benefícios, excetonos casos de ocorrência de dolo, fraude ou má-fé(art. 570, da IN INSS PRES 77/2015).
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
A ação de manutenção de benefício previdenciário éutilizada na iminência da prática de atos administrativosinvasivos.
Objeto da ação: a ação de manutenção terá por objeto umaobrigação de não fazer.
Exemplos: manutenção do auxílio-doença diante da altaprogramada (precedentes: TRF1, Reexame Necessário0003683-62.2014.4.01.3307 e TRF3, AMS 0010754-76.2008.4.03.6183. Atenção para a Resolução INSS/PRES nº97, de 19 de julho de 2010 (ACP 2005.33.00.020219-8/JFBA))e manutenção do pagamento do benefício durante ainvestigação administrativa de sua regularidade.
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Dica prática: é importante requerer o restabelecimentodo benefício na ação, diante da hipótese de o atoadministrativo invasivo se aperfeiçoar no curso daação!
Opções: ação ordinária (Justiça Estadual ou Federalcomum), ação pelo JEF ou mandado de segurança(Justiça Federal comum).
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
A ação de anulação de benefício previdenciário éutilizada quando o recebimento da prestação por umaterceira pessoa implica em prejuízo ao autor indicadona demanda.
Tem como objeto a extinção do direito de outrem a umbem jurídico previdenciário, com efeitos ex tunc.
Exemplo: mãe do segurado deixa de receber pensãopor morte em razão de uma suposta companheira ter sehabilitado perante o INSS.
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO
Dica prática: deve figurar no pólo passivo dademanda o INSS e o titular do benefício que sepretende anular (Precedente: TRF4, AC2001.04.02.013435-2)
Opções: ação ordinária (Justiça Estadual ouFederal comum), ação pelo JEF ou mandado desegurança (Justiça Federal comum).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
De início, cumpre se distinguir jurisdição decompetência.
Jurisdição: é a atividade do Estado que tem porobjetivo fazer atuar concretamente a lei nos conflitosde interesse.
Competência: é a delimitação da jurisdição. Traduz aideia de divisão da jurisdição entre os órgãos dosJudiciário.
Os critérios para determinação da competência são decaráter objetivo, funcional e territorial.
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Critério objetivo: subdivide-se na competência emrazão do valor da causa, da matéria e da pessoa.
Critério funcional: diz respeito às funções do juizdentro do processo (Exemplo: Câmara ou Turma deTribunal é responsável pelo julgamento de determinadamatéria).
Critério territorial: a competência é definida pelodomicílio das partes, pela situação da coisa ou pelolugar de certos atos ou fatos.
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
A competência pode ser classificada em absoluta ourelativa.
A incompetência absoluta pode ser declarada de ofícioe pode ser alegada em qualquer tempo ou grau dejurisdição, independentemente de exceção (art. 64, § 1º,do CPC).
O CPC prevê em seu art. 64 que a alegação deincompetência relativa deve ser feita como questãopreliminar de contestação. Pode ser prorrogada (art. 65,do CPC).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Para fins de definição da competência para
julgamento das ações previdenciárias, podemos
dividi-las em causas que discutem as prestações
comuns e de índole assistencial e aquelas cuja
origem é acidentária (acidente do trabalho ou
doenças equiparadas; vide arts. 19 a 23, da Lei
8.213/91).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
O valor da causa ainda é critério para oajuizamento das ações perante o JEF (art. 3º,da Lei 10.259/01).
Atenção: o JEF não é competente para julgarmandado de segurança (art. 3º, § 1º, inciso I, daLei 10.259/01).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Prestações comuns previdenciárias:
Estabelece o art. 109, inciso I, da CF, que compete aosjuízes federais processar e julgar as causas em que aUnião, entidade autárquica ou empresa pública federalforem interessadas na condição de autoras, rés,assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as deacidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral eà Justiça do Trabalho.
A competência em estudo é definida em razão dapessoa, cabendo, portanto, à Justiça Federal julgar oslitígios em que estes entes estejam presentes,observadas a exceções mencionadas na parte final dodispositivo.
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Assim, as ações que buscam a concessão,restabelecimento, manutenção, anulação ou revisão debenefícios previdenciários cuja origem não estejaligada a acidente de trabalho e doenças equiparadas,devem ser propostas na Justiça Federal.
Atenção: diz a Súmula 689, do STF, que o seguradopode ajuizar ação contra a instituição previdenciáriaperante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas daCapital do Estado-Membro.
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Prestações comuns previdenciárias e a competência federaldelegada:
Estabelece o art. 109, § 3º, da CF, que serão processadas ejulgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dossegurados ou beneficiários, as causas em que forem parteinstituição de previdência social e segurado, sempre que acomarca não seja sede de vara de juízo federal.
Condição para utilização da competência federal delegada:inexistência de foro federal na comarca de seu domicílio.
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Atenção: no caso de mandado de segurança não é cabível adelegação de competência, já que é privativo da JustiçaFederal o julgamento da ação mandamental contra ato daautoridade coatora federal (art. 109, inciso VIII, da CF).
Recurso: deve ser direcionado ao TRF! (art. 109, § 4º, da CF)
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Ações acidentárias:
Estabelece a parte final do art. 109, inciso I, da CF, que
compete aos juízes estaduais processar e julgar as
causas referentes à benefícios previdenciários de
natureza acidentária (Súmula 15, do STJ e 501, do STF).
Ação de revisão de benefício acidentário: a
competência é da justiça estadual (precedente: STJ,
AgRg no CC 117.486/RJ).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Ação que envolve pensão por morte de origem
acidentária: a competência é da justiça estadual
(precedentes: STJ, CC 132.034/SP e STF, AgrAI
722.821).
Ação de acumulação de benefício comum com
benefício acidentário: competência da justiça federal
(precedente: STF, RE 461.005/SP).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Competência para declaração da morte presumida:
quando requerida com o único objetivo de recebimento
da pensão por morte é de competência da justiça
federal, não se confundindo com a declaração de
ausência prevista nos arts. 22 a 29 do CC e 1.159 a
1.169, do CPC (precedente: STJ, CC 130.296/PI).
JEF: O JEF não seria competente, pois haveria a
necessidade de citação por edital do segurado ausente
(precedente: STJ, cc 93.523 – Savaris critica – p. 532).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Ações referentes à benefício assistencial:
O art. 29, parágrafo único, da Lei 8.742/93, estabelece
que o INSS será responsável pela execução e
manutenção do benefício assistencial, razão pela qual,
na forma do art. 109, inciso I, da CF, compete aos juízes
federais processar e julgar as causas referentes a esta
prestação.
Atenção: a competência federal delegada é possível
neste caso!
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Havendo conflito de competência entre juízesfederais e estaduais caberá ao STJ dirimir acontrovérsia.
Quando o conflito se der entre juiz federal e juizestadual investido na competência federal, é doTRF a competência para dirimi-lo (Súmula 3, doSTJ).
COMPETÊNCIA EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA
Se o conflito ocorrer entre juiz federal de vara
comum e juiz federal de vara do JEF, a
competência para decidi-lo também será do TRF
(Súmula 428, do STJ).
Já no que condiz ao conflito entre JEF´s caberá à
Turma Recursal do Estado o julgamento.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
A comprovação do indeferimento administrativocomo condição das ações previdenciárias é temade debate frequente no Poder Judiciário.
Interesse de agir: necessidade + adequação =necessidade concreta da atividade jurisdicional eadequação de provimento e procedimentodesejados.
Sem a comprovação do indeferimento doadministrativo ou da omissão de resposta no prazolegal (art. 49, da Lei 9.784/99), não existiriainteresse de agir do requerente.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Consequência: extinção da ação sem apreciaçãode mérito (art. 485, inciso VI, do CPC).
Particularmente, entendemos pela desnecessidadeda comprovação do indeferimento do pedidoadministrativo para a propositura das açõesprevidenciárias, sob pena de afronta ao princípioda inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º,inciso XXXV, da CF).
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Ações de revisão de impugnação de ato deconcessão ou de impugnação de ato dereajustamento: há evidente interesse de agir, poissó é cabível quando o INSS comete algumequívoco no cálculo da RMI ou no reajuste daprestação previdenciária.
Exceção (pode gerar discussão!): quando adocumentação não foi apresentada à época dopedido de concessão (ressalva do STF quando dojulgamento do RE 631.240/MG).
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Ações de restabelecimento: há evidente interessede agir, pois o INSS pratica ato administrativoinvasivo.
Importante: segundo a TNU o pedido deprorrogação do auxílio-doença não é necessáriopara a configuração do interesse de agir nas açõesde restabelecimento deste benefício (PEDILEF5006414-91.2012.4.04.7005, julgado em 19.08.2015).
Ações de manutenção: está presente o interessede agir, pois há perigo iminente de cessação,cancelamento, suspensão ou diminuição do valordo benefício.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Ações de anulação: o interesse de agir está presente,pois o benefício foi concedido à terceiro em prejuízo dorequerente, que também o pleiteouadministrativamente.
Exceção: quando não há pleito administrativo por partedo requerente o interesse de agir certamente serádiscutível.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Ações de concessão:
O STF, na decisão proferida RE 631.240/MG,
entendeu pela necessidade do prévio ingresso na
via administrativa - com indeferimento ou omissão
de resposta no prazo legal (art. 49, da Lei 9.784/99)
- para a caracterização do interesse de agir nas
ações previdenciárias de concessão de benefício.
STJ: REsp repetitivo 1.369.834/SP.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
O STF estabeleceu um regime de transição emrelação às ações propostas anteriormente aojulgamento do RE 631.240/MG (27.08.2014).
Nos casos de ações ajuizadas perante JEF`sitinerantes, a ausência de prévio requerimentonão deve implicar a extinção do feito.
Caso o INSS já tenha apresentado contestação demérito, está caracterizado o interesse de agir pelaresistência de pretensão, ainda que nãoformulado o requerimento na esferaadministrativa.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Os demais processos serão sobrestados para:
Intimação do autor para dar entrada no pedidoadministrativo em 30 dias, pena de extinção doprocesso sem o julgamento do mérito.
Comprovada a postulação, o INSS deverá semanifestar em até 90 dias.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Se concedido o benefício administrativamente ounão puder ser analisado o requerimento porrazões atribuíveis ao próprio requerente(ausência de comparecimento para perícia ouentrevista, por exemplo), deve-se extinguir oprocesso sem o julgamento do mérito.
Na hipótese de indeferimento na esferaadministrativa, reputa-se caracterizado ointeresse processual, devendo-se prosseguir ofeito, superada esta preliminar.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Em todo caso, quando da análise administrativaou judicial, para efeitos de fixação da DIB (oucomo formalizado o requerimentoadministrativo), será levada em conta a data doinício do processo (sendo posteriormentedecidido, em cada caso, se o marco inicial será oajuizamento da ação ou da citação do INSS).
Atenção: entendemos que no caso de ação deconcessão do melhor benefício, o préviorequerimento administrativo é desnecessário,tendo em vista que é obrigação do INSS concedera mais beenéfica prestação ao segurado.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Atenção: pela mesma razão, entendemos quenão é necessário o prévio requerimento deconcessão específico do benefício comocondição da ação previdenciária quando osegurado requer prestação diversa da que temdireito (exemplo: requer benefício assistenciale tem direito a aposentadoria por idade) ou,no caso de benefício por incapacidade,quando o INSS tem ciência da situação dorequerente, devido as perícias médicasperiódicas que é submetido!
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Atenção: do mesmo modo, no caso de lide presumidao requerimento administrativo deve ser dispensado(STJ, AgRg no REsp 1.331.251/PR!
Exemplo: concessão da aposentadoria especial comreconhecimento da especialidade de tempo de serviçode posterior a edição da Lei 9.032/95 para ocontribuinte individual não cooperado (art. 259, incisoI, da IN INSS/PRES 77/2015).
Atenção para o Enunciado 79, do FONAJEF: Acomprovação de denúncia da negativa de protocolode pedido de concessão de benefício, feita perante aouvidoria da Previdência Social, supre a exigência decomprovação de prévio requerimento administrativonas ações de benefícios da seguridade social.
INTERESSE DE AGIR NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Demora para o ajuizamento da ação judicial: não érazoável exigir do segurado que o indeferimentoadministrativo formalizado pelo Poder Público sejarecente. Uma vez indeferido o pedido administrativo,abre-se espacço para a revisão judicial de tal atoadministrativo (TNU, PEDILEF05041086220094058200)
TUTELA ANTECIPADA NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Fundamentação: art. 300 e seguintes do CPC.
Probabilidade do direito: “linkar” as provas com o
direito pleiteado na petição; no caso os requisitos de
concessão do benefício.
Perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo: fundamentar na natureza alimentar, na
dignidade da pessoa humana, mas também apresentar
provas da necessidade do autor (própria e da família).
TUTELA ANTECIPADA NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Devolução dos valores já recebidos em sede de tutela
antecipada revogada nas ações previdenciárias:
STJ: REsp repetitivo 1.401.560/MT (ruim) e Embargos
de Divergência em REsp 1.086.154/RS (dupla
conformidade).
STF: ARE 734.199/DF e AI 829.661/MS - não há que se
falar devolução.
TRF3: ACP 0005906-07.2012.4.03.6183 –
posicionamento do STJ .não se aplica no caso de BPC.
TUTELA ANTECIPADA NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Portaria Conjunta nº 2 PGF-INSS, de 16.01.2018:
Cobrança nos próprios autos ou nos autos da rescisória;
após o trânsito o procurador solicita a elaboração dos
cálculos.
Caso o procedimento acima seja obstaculizado ou
infrutífero, o INSS deverá promover a cobrança
administrativa, salvo se houver decisão judicial que
proíba: notifica com a GRU para pagamento à vista ou
parcelado e se não pagar, desconta do benefício. Caso
não obtenha sucesso o débito é inscrito na dívida ativa.
TUTELA ANTECIPADA NAS AÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
Recomendação Conjunta nº 01/2015 do
CNJ/AGU/MTPS: antecipação das perícias.
Justificação prévia (art. 300, § 2º, do CPC): fragilidade
da prova/pedido de realização de audiência.
Produção antecipada de prova (ação autônoma): art.
381, do CPC.
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 319, do CPC:
Basicamente reproduz o texto do art. 282, do CPC. Em seu
inciso II, entretanto, diz que, além do acima exposto, deve ser
indicada a existência de união estável, o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico do autor e do réu. Caso
não disponha das informações, poderá o autor, na petição
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
Em seu inciso VII diz que deve constar a opção do autor pela
realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação
(Mediação e conciliação nas ações previdenciárias?
Necessidade de acordo prévio/autorização de Brasília. Somente
matéria de fato depois da prova. Portarias PGF 109/2007,
915/2009, 06/2011).
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
art. 320, do CPC: a petição inicial será instruída com os
documentos indispensáveis à propositura da ação.
Art. 321, do CPC: diz que o juiz deverá conceder 15 dias
para que as irregularidades sejam sanadas, sendo
emendada ou completada, a petição inicial sob pena de
indeferimento da inicial.
Art. 287, do CPC: a petição inicial deve vir acompanhada de
procuração, que conterá os endereços do advogado,
eletrônico e não eletrônico.
RITO NAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Rito Sumário (art. 275 e seguintes, do CPC de 1973): ações
acidentárias (art. 129, inciso II, da Lei 8.213/91).
Atenção: no NCPC não há Rito Sumário!
Rito Ordinário: demais ações.
Rito do JEF (Lei 10.259/01): valor da causa de até 60 salários
mínimos.
A PETIÇÃO INICIAL - ANTES DO MÉRITO
Prioridade de Tramitação: art. 1.048, inciso I, do CPC (idoso e
portador de doença grave) :
“Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal,
os procedimentos judiciais: I - em que figure como parte ou
interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida
qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713,
de 22 de dezembro de 1988”.
Art. 9º, inciso VII, da Lei 13.146/15: A pessoa com deficiência
tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a
finalidade de: (...) VII - tramitação processual e procedimentos
judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em
todos os atos e diligências.
A PETIÇÃO INICIAL - ANTES DO MÉRITO
Justiça Gratuita: Lei 1.060/50 e art. 129, parágrafo
único da Lei 8.213/91. Atenção para o JEF!!! No
NCPC: art. 99 e seguintes!
Autenticação dos Documentos: art. 425, inciso IV,
do CPC.
Competência: art. 109, da CF.
Prévio Requerimento Administrativo: RE
631.240/MG, dentre outras questões.
A PETIÇÃO INICIAL - ANTES DO MÉRITO
Publicações: pode ser requerido que sejam feitas
em nome de determinado advogado, sob pena de
nulidade, na forma do art. 272, § 2º, do CPC.
Art. 272, § 2º, do CPC: sob pena de nulidade, é
indispensável que da publicação constem os
nomes das partes e de seus advogados, com o
respectivo número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da
sociedade de advogados.
A PETIÇÃO INICIAL - MÉRITO
Dos fatos e do direito (causa de pedir remota e
próxima):
Fatos: devem ser narrados os fatos que tem
repercussão jurídica de forma clara, objetiva
(mais sucinta possível) e agradável.
Direito: todos os fundamentos jurídicos devem
ser expostos realizando-se uma conexão entre
os fatos e o direito, citando-se moderadamente
a doutrina e a jurisprudência.
FUTURO PREQUESTIONAMENTO
Relacionar os fundamentos da ação e requerer a
manifestação expressa do Juízo, na forma dos
arts. 5º, inciso LIV e LV e 93, inciso IX, da CF.
Prequestionamento: RE, REsp e Incidentes de
Uniformização!
FUTURO PREQUESTIONAMENTO
STF, Súmula nº 282. Admissibilidade - Recurso
Extraordinário - Questão Federal Suscitada. É inadmissível
o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão
recorrida, a questão federal suscitada.
STF, Súmula nº 356. O ponto omisso da decisão, sobre o
qual não foram opostos Embargos Declaratórios, não pode
ser objeto de Recurso Extraordinário, por faltar o requisito
do prequestionamento.
FUTURO PREQUESTIONAMENTO
STJ, Súmula nº 211. Recurso Especial - Questão Não
Apreciada pelo Tribunal A Quo – Admissibilidade -
Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a
despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi
apreciada pelo tribunal "a quo".
STJ, Súmula nº 98. Embargos de Declaração - Propósito
de Prequestionamento - Caráter Protelatório Embargos de
declaração manifestados com notório propósito de
prequestionamento não têm caráter protelatório.
O PEDIDO NAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
O advogado deve ter especial atenção com o pedido
nas ações previdenciárias.
Quando da formulação do pedido deve se lembrar da
“classificação das ações previdenciárias”, da fixação
da DIB (nas ações de concessão e desaposentação) e
do pleito de pagamento das parcelas vencidas e
vincendas.
Roteiro: justiça gratuita, prioridade de tramitação,
tutela antecipada/multa e desobediência, citação,
“pedido”, juros e correção, honorários de
sucumbência.
O PEDIDO NAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Espécies de pedido:
1. Alternativo (art. 325 e 326, parágrafo único, do CPC).
Exemplo: Concessão da aposentadoria por idade ou por
tempo de contribuição (ambas, eventualmente com o
mesmo valor).
2. Subsidiário (art. 326, caput, do CPC). Exemplo: Concessão
da aposentadoria especial, ou, subsidiariamente, da
aposentadoria por tempo de contribuição.
3. Cumulativo (art. 327, do CPC). Exemplo: Restabelecimento
do auxílio-doença e dano moral.
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
Benefícios previdenciários por incapacidade e seus
fatos geradores: aposentadoria por invalidez, auxílio-
doença e auxílio-acidente.
Benefício Assistencial de Prestação Continuada e seu
fato gerador.
O que pleitear nas “ações previdenciárias” que tratam
da incapacidade ou deficiência (as vezes coincidente
com a incapacidade): Aposentadoria por invalidez,
auxílio-doença, auxílio-acidente ou “BAPC”?
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
Art. 492, do CPC e o julgamento extra petita ou ultra
petita:
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza
diversa da pedida, bem como condenar a parte em
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe
foi demandado.
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
Saída técnica para o reconhecimento do benefício por
incapacidade diverso do que foi pedido:
Art. 462, do CPC. Se, depois da propositura da ação,
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz
tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento
da parte, no momento de proferir a sentença.
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
Art. 493, do CPC. Se, depois da propositura da ação,
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz
tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento
da parte, no momento de proferir a decisão. Parágrafo
único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá
as partes sobre ele antes de decidir.
As alegações são: a perícia concluiu por fato gerador
diverso daquele que ensejou o pedido, o que acarreta a
aplicação do art. 493, do CPC - e que cuidando-se de
matéria previdenciária, o pleito inicial deve ser
analisado com certa flexibilidade.
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
Jurisprudência:
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. DEFERIDO AUXÍLIO-DOENÇA EM VEZ DE
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DECISÃO EXTRA
PETITA. NÃO-OCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A
sentença, restabelecida pela decisão em sede de recurso
especial, bem decidiu a espécie, quando, reconhecendo o
preenchimento dos requisitos necessários à concessão do
benefício de auxílio-doença, deferiu-o ao segurado, não
obstante ter ele requerido aposentadoria por invalidez. 2.
Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 868.911/SP,
Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,
julgado em 16/10/2008, DJe 17/11/2008)
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
POR INCAPACIDADE
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DEFERIDO BENEFÍCIO
ASSISTENCIAL EM VEZ DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU
AUXÍLIO-DOENÇA. DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO-OCORRÊNCIA.
JUROS DE MORA. RECURSO PROVIDO. 1. Cuidando-se de matéria
previdenciária, o pleito contido na peça inaugural deve ser
analisado com certa flexibilidade. In casu, postulada na inicial a
concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença,
incensurável a decisão judicial que reconhece o preenchimento
dos requisitos e concede ao autor o benefício assistencial de
prestação continuada. 2. Os juros moratórios, em se tratando de
benefício previdenciário, devem ser fixados à razão de 1% (um por
cento) ao mês em face de sua natureza alimentar, a partir da
citação, conforme o disposto no art. 3º do Decreto-Lei 2.322/87. 3.
Recurso especial provido. (REsp 847.587/SP, Rel. Ministro
ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em
07/10/2008, DJe 01/12/2008)
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS:
OUTROS CASOS INTERESSANTES
Jurisprudência do STJ:
Caso 01: pedido de aposentadoria por tempo de contribuição e
concessão de aposentadoria por idade mais vantajosa. “O
Direito Previdenciário não deverá ser interpretado como uma
relação de Direito Civil ou Direito Administrativo no rigor dos
termos, mas sim como fórmula ou tutela ao hipossuficiente, ao
carecido, ao excluído. Este deve, também, ser um dos nortes
da jurisdição previdenciária”. (AgRg no REsp 1.320.249/RJ).
Caso 02: pedido de restabelecimento da aposentadoria por
idade rural e concessão de aposentadoria por idade híbrida,
na forma do art. 48, § 3º, da Lei 8.213/91(AgRg no REsp
1.367.825/RS).
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