FACELI - D1 - Helga Catarina Pereira de Magalhães Faria - Teoria Geral do Direito - Aula 05

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PROCESSO LEGISLATIVO

A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

De acordo com Pedro Lenza:

Intervenção federal:  É a medida de caráter excepcional e temporário que afasta a autonomia dos estados, Distrito Federal ou municípios.Fundamentação legal - Art. 34 da CF

Estado de defesa: é um ato do Presidente da República, por meio de decreto, para preservar, bem como para restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social, que se encontrem ameaçados, por grave e iminente instabilidade institucional ou que tenham sido atingidos por calamidade da natureza de grandes proporções. Fundamentação legal - Art. 136 da CF

Estado de sítio: o Presidente da República pode solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: a) Comoção grave de repercussão

nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia da medida tomada durante o estado de defesa.

b) Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.

Fundamentação legal – Art. 137 da CF.

ATENÇÃO

Diferentemente do que ocorre no estado de defesa, aqui há prévio controle político, pois o Presidente da República só pode decretar estado de sítio mediante a autorização do Congresso Nacional, quórum maioria absoluta de seus membros.

Estado Calamidade: uma situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público do ente atingido.

Lei C0mplementar e Lei Ordinária Semelhanças: O processo legislativo de constituição das leis complementares e ordinárias foi tratado quando expusemos processo legislativo, constituindo-se, basicamente em três fases distintas, a saber: fase de iniciativa (deflagra-se o processo legislativo); fase constitutiva (deliberação parlamentar) e a fase complementar (promulgação e publicação). Como regra geral, por meio das leis editar-se-ão normas gerais regulando as normas constitucionais.

DIFERENÇAS: existem duas grandes diferenças entre lei complementar e lei ordinária, uma do ponto de vista material e a outra do ponto de vista formal.

Aspecto material

As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei complementar estão TAXATIVAMENTE previstas no Texto Maior. Estão predeterminadas.

Em relação às leis ordinárias, o campo é residual, ou seja tudo que não for regulamentado por lei complementar, decreto legislativo e resoluções.

Aspecto formalNo tocante ao aspecto formal, a grande diferença entre lei complementar e lei ordinária está no quórum de aprovação do respectivo projeto de lei. Enquanto lei complementar é aprovada pelo quórum de maioria absoluta, já as leis ordinárias quórum de maioria relativa. Vejamos:Lei Complementar - maioria absoluta art. 69 da CF.Lei Ordinária – maioria simples ou relativa art. 47 da CF.

ATENÇÃO INos dois casos, busca-se a maioria, só que para o quórum de maioria absoluta, a maioria será a dos componentes, do total de membros integrantes da Casa (sempre um número fixo) enquanto para a maioria simples a maioria, será dos presentes à reunião ou sessão que naquele dia de votação compareceram.

ATENÇÃO II

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Trata-se do quórum de aprovação de lei ordinária, qual seja, o da maioria simples. No entanto deverá estar presente na sessão de votação, pelo menos a maioria absoluta dos membros.

Trata-se do quórum de INSTALAÇÃO DE SESSÃO DE VOTAÇÃO

PARLAMENTO HIPOTÉTICO(100 componentes. Hoje compareceram 60

dos 100)

LEI ORDINÁRIA LEI COMPLEMENTAR

Quórum de instalação da sessão de votação – pelo menos 51 (maioria absoluta). Como vieram, na hipótese, 60 podemos começar a votar.

Quórum de instalação da sessão de votação – pelo menos 51 (maioria absoluta). Como vieram, na hipótese, 60 podemos começar a votar.

Quórum de aprovação – 31 (maioria simples) maioria dos presentes (60).

Quórum de aprovação – 51 (maioria absoluta) maioria dos componentes(100).

Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária ?

Essa matéria é muito discutida na doutrina, e há opiniões contrárias.

Alexandre de Morais, dentre outros, entende haver hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. A hierarquia se dá em decorrência do quórum mais qualificado e das hipóteses taxativas de previsão da lei complementar.

Por outro lado, Michel Temer, dentre outros, afirmam inexistir hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, na medida em que ambas encontram o seu fundamento de validade na Constituição Federal, pois admitir isso seria o mesmo que entender que uma lei municipal é hierarquicamente inferior a uma lei federal. Tem-se, na verdade, âmbitos diferenciados de atuação, atribuições diversas de acordo com as regras definidas pelo constituinte originário.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

No RE 419.629.377.457 e 381.964, se posicionou no sentido de INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA, entre lei complementar (LC) e lei ordinária (LO). ATENÇÃO

RE - Recurso ExtraordinárioResp - Recurso Especial

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