Radio e audio__revisao

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Introdução a Rádio e Áudio

Revisão

Prof. Alexandre Lenzi

lenzi.alexandre@gmail.com

Março/2013

Em 1890, o italiano Guglielmo Marconi conseguiu transmitir sinais sonoros a uma distância de nove metros; depois, de 275 metros; depois, três quilômetros; e, em 1901, 3.200 quilômetros.

Naquele tempo, o rádio era apenas uma extensão do telégrafo, usado para se comunicar com navios em alto-mar.

Rádio no Brasil

No centenário da Independência Brasileira, em 1922, é inaugurado oficialmente o Rádio no Brasil.

Na transmissão inédita, os brasileiros ouviram o discurso do então presidente Epitácio Pessoa e trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes.

Já em 1923, convicto de que era primordial fazer rádio no Brasil, Edgar Roquette Pinto conseguiu sensibilizar com suas idéias a Academia Brasileira de Ciências, nascendo assim, no dia 20 de abril daquele ano, a primeira estação de rádio do país, a Sociedade Rádio do Rio, hoje Rádio MEC.

No início as rádios se mantinham apenas com a contribuição do público, mas com o passar do tempo foi permitida a presença de patrocinadores (março de 1932).

De 1920 até o início da década de 1960, o que se destaca são as radionovelas.

Nos anos 1930, as marchinhas de carnaval + A Voz do Brasil (1935)

Nos anos 1950, o radiojornalismo ganha mais força.

Linguagem radiofônica - Recursos

Comunicação afetiva

- poder de sugestão, estímulo à imaginação

- construção de imagens auditivas, ver por meio das palavras

Empatia

- estético

- emocional

- interação com o ouvinte

Elementos de identificação

- cotidiano, vivências

- caráter intimista

Técnicas criativas

- explorar a potencialidade sonora do veículo: música, efeitos sonoros, ruídos, silêncio, palavra e voz.

Linguagem radiofônica - Limitações

Unisensorialidade (só usa um sentido - audição)

- cansaço

- distração

Ausência do interlocutor

- unidirecionalidade

- desconhece a reação do ouvinte

Receptor condicionado

- atenção superficial

- inconstância

- limitada capacidade de apreensão

Fugacidade

- limitada capacidade de informação

- monotonia

O texto no Rádio

Nitidez: a linguagem deve ser clara, inconfundível de modo que o ouvinte possa ver através das palavras.

Simplicidade: nunca escreva o que você não diria. O texto deve ser simples, fácil de falar e de ser compreendido.

Forte e incisiva: a linguagem dever ser convincente, que demonstre segurança, firmeza, clareza e conhecimento do assunto.

Síntese: é rigorosamente exigida para dar dinâmica.

Invocativa: é fundamental colocar-se na posição do ouvinte, reagindo como ele, dirigindo-se a ele, imaginando seus anseios e maneira de pensar.

Agradável: o texto deve ser agradável aos ouvidos, o que requer escolha de termos e expressões que soem agradavelmente.

Coloquial: ser natural, informal, usar linguagem simples são condições absolutamente indispensáveis para quem fala no Rádio.

A estrutura do rádio

A estrutura de

uma emissora

de rádio não é

complexa:

bastam microfone,

mesa de som,

transmissor,

antena, receptor...

1 - O estúdio de uma emissora de rádio é acusticamente isolado, geralmente com espuma. Lá, o locutor fala ao microfone, que é um "transdutor": recebe a vibração da voz em ondas mecânicas e as converte em corrente elétrica

2 - O microfone é ligado a uma mesa de som, assim como o tocador de CD ou MP3 e o computador onde ficam armazenados comerciais, efeitos sonoros e músicas. A função da mesa de som é unir esses sons a outros, como as ligações telefônicas dos ouvintes, e fazer a peneira do que vai ao ar.

3 - O sinal em forma de impulsos elétricos que sai da mesa é fraco, por isso ele passa por um amplificador, que aumenta a intensidade de corrente elétrica por meio de um circuito eletrônico.

4 - No alto da emissora fica a antena.Lá, é mais fácil evitar que o sinal seja interrompido. Ela recebe os sinais elétricos e os transforma em ondas eletromagnéticas.

5 - Esses sinais chegam ao receptor, o aparelho de rádio. Quando mexemos no dial, um circuito interno faz com que a antena do aparelho oscile de acordo com cada estação. Os alto-falantes, então, convertem as ondas elétricas em vibrações mecânicas (o som propriamente dito).

Funções na redação de uma rádio:

Áreas específica do comunicador/jornalista:

Pauteiro

Repórter

Redator

Produtor

Chefe de reportagem

Apresentador

Locutor

Comentarista

Editores

Diretor

Gêneros e formatos

Dramático

Radioteatros, radionovelas, séries,

esquetes, cômicos, etc.

Jornalístico

Notas simples e ampliadas, boletins,

entrevistas, reportagens, comentários,

editoriais, debates, entrevistas, etc.

Musical

Programas de variedades, programas de um ritmo só, de um intérprete só, festivais, pedidos dos ouvintes, etc.

Radiorevista

Não chega a ser um quarto gênero, mas um superformato onde cabe todo tipo de recursos e formatos, sejam eles dramáticos, jornalísticos ou musicais.

Uma linha de 70 toques

cada = cinco segundos

Uma lauda com

12 linhas = um minuto

Lembrando que para facilitar a leitura e controle

do tempo, tudo deve ser escrito por extenso,

incluindo números e datas.

Roteiro básico

Legendas

LOC: Locutor

BG: Background

TEC: Técnico de estúdio

CONV: Convidado

ETV: Entrevistado

FADE: Diminui som

Pode ter LOC1, LOC2, LOC3 (Se sabe quem vai gravar, pode substituir pelo nome do repórter)

SONORA: Depoimento do entrevistado no meio da matéria. Não deve ser muito longa.

Pode ter deixa inicial e deixa final da fala do entrevistado.

A fonte do roteiro deve ser limpa e de tamanho razoável para que o locutor/leitor possa vê-la com clareza (usar corpo de tamanho 12 para cima).

OBS: O programa de rádio tem de ter agilidade para mudar de assunto sempre que os acontecimentos assim o exigirem. Durante a apresentação podem ser incluídas informações atuais. Isso significa que algo sairá do roteiro inicialmente previsto.

Outras expressões

Ambiente: Sons que dão idéia do local da transmissão. Podem ser ouvidos ao fundo das narrações ou entrevistas, ou isolados em pequenos trechos no meio das matérias. Som ambiente.

Background (BG): Música, vozes ou ruído em fundo que servem de suporte para a fala. Não pode de forma alguma prejudicar o som da fala (se sobrepor a ela).

Chamada: Flash gravado sobre matéria ou programa, transmitida várias vezes durante a programação, para despertar o interesse do ouvinte.

Decupagem: Processo de registro da ordem e da

duração das diversas sequências de uma

reportagem gravada, anotando-se frases que

identifiquem essas sequências para editá-las.

Edição: Preparo das gravações originais antes de

serem transmitidas; montagem de uma matéria, após

selecionar, cortar e emendar trechos da gravação.

Enquete: Levantamento de testemunhos públicos.

O mesmo que fala povo.

Fade: Efeito que consiste no aparecimento ou desaparecimento gradual do som.

Fade in: Elevação gradual do volume de um som (música, fala ou ruídos)

Fade out: Diminuição gradual do volume.

Roteiro: Texto que apresenta o desenrolar total do programa de rádio; também significa a relação de comerciais que devem ser veiculados em ordem de horário, no jargão radiofônico é o mesmo que “tripa”.

Espelho: é o esqueleto do programa, o roteiro a ser seguido, com a ordem das matérias e intervalos, delimitando o tempo de cada tópico.

Vinheta: Mensagem transmitida no intervalo de programas, composta de um texto curto, música e efeitos sonoros. Pode haver vinheta para chamar uma matéria ou programa, campanha institucional e outras.

“Break”: intervalo comercial entre um bloco e outro do produto radiojornalístico.

Teaser: pequeno trecho de entrevista, destacado para servir como chamada no início de um produto radiojornalístico ou durante a programação.

Cabeça: é o texto que serve para chamar uma

reportagem e que apresenta o assunto ao ouvinte.

Não deve ser muito extenso. O texto da cabeça das

matérias deve introduzir o assunto e não repetir o

que o repórter falará.

Nota-pé: após a matéria apresentada pelo repórter,

o locutor ainda se refere ao assunto reportagem para

complementar ou acrescentar informações.

Suíte: breve resumo dos acontecimentos anteriores,

relacionados ao fato que se vai comentar/noticiar.

Chamada interblocos: é o destaque anunciado pelo locutor para o próximo (ou próximos) bloco. Seu objetivo é anunciar as notícias que vêm depois do intervalo.

Deixa: é a última ou as últimas palavras de uma sonora, às quais o locutor deve estar atento para retomar a locução/apresentação.

Escalada: é a leitura do conjunto de títulos em destaque (manchetes) na abertura do radiojornal ou boletim.

Entrevistas

O objetivo de uma entrevista é fornecer,

nas próprias palavras do entrevistado,

fatos, razões ou opiniões sobre um

determinado assunto.

Há três tipos básicos de entrevistas: informativa, interpretativa e emocional

O objetivo da entrevista informativa é transmitir informações ao ouvinte.

O repórter faz perguntas abertas buscando revelar informações novas (o quê? quem? quando? onde? como? e por quê?).

O objetivo da entrevista interpretativa é expor o raciocínio do entrevistado, permitindo ao ouvinte fazer um julgamento sobre o senso de valores ou as prioridades do entrevistado.

Checa a opinião do entrevistado sobre um determinado assunto. Busca ampliar e esclarecer fatos já conhecidos

O objetivo da entrevista emocional é dar uma idéia do estado de espírito do entrevistado, de modo que o ouvinte possa entender melhor o que ocorre em termos humanos.

Marcada pela sensibilidade e espontaneidade (Exemplo: Captar impressões de um atleta que acabou de receber um prêmio). O silêncio é uma ferramenta interessante.

Existe o perigo de cair no sensacionalismo. Deve-se permitir a manifestação emocional, com base na solidariedade e não na exploração.

Convergência

Convergência é um conceito que surge com força

dentro das empresas de comunicação jornalística

mundo afora. Lourival Sant’Anna (2008) aponta que

a experiência internacional, sobretudo nos Estados

Unidos e na Inglaterra, indica que há uma tendência

para a fusão de veículos rumo à convergência dos

meios de comunicação, acompanhada por uma

gestão mais profissional das redações. Neste novo

quadro, repórteres de jornais impressos podem

produzir textos para os sites, assim como jornalistas

das versões digitais podem ter sua produção

publicada na versão de papel.

O que exige muita competência para ser feito em um

único meio – impresso, televisivo, radiofônico ou

digital – torna-se ainda mais difícil quando se exige

do jornalista atuação em mais de uma frente.

Sant’Anna acredita que a sobrecarga de tarefas e

de preocupações com aspectos técnicos, por mais

simples que sejam as operações dos novos

aparelhos, pode afetar a qualidade na apuração.

Diante deste quadro, a alternativa não é desistir de

uma produção multimídia, mas investir na formação

de um novo perfil de jornalistas, no qual o

individualismo e o protagonismo cederiam algum

espaço para o trabalho em equipe.

Uma nova mídia não necessariamente acaba

com sua antecessora, mas exige sua

revisão/transformação/atualização.

Heródoto Barbeiro e

Paulo Rodolfo de Lima:

A internet não acabará com o rádio. A internet não concorre com o rádio; é a salvação deste. O avanço tecnológico não deixa outra saída para o rádio senão a internet, o que proporcionará um salto de qualidade tanto em propagação como em conteúdo.

É preciso separar a ideia de rádio como aquele

aparelhinho quadrado, com botões, e que

retransmite emissoras de áudio. O rádio,

comunicação auditiva, eletrônica a distância,

pode se materializar no computador, basta que

este tenha instalado um programa de áudio.

O rádio via internet potencializa interatividade.

A propagação da rádio via internet globalizao meio. Basta digitar o endereço eletrônico e uma pequena rádio comunitária, por exemplo, cujo alcance pela antena FM é de apenas um quilômetro em volta da praça da vila, é ouvida em qualquer lugar do mundo, com todas as características desse tipo de comunicação, algo inimaginável na era da antena e das ondas eletromagnéticas.

Debora Cristina Lopez

O rádio informativo enfrenta dois desafios: o incremento da concorrência e o envelhecimento da audiência.

E a resposta está na própria origem deste novo cenário: a internet, que estabelece um novo modelo narrativo baseado na linguagem multimídia e no hipertexto; que impõe novas rotinas produtivas e novos tempos de programação e escuta; e que gera uma conversação renovada e interativa.

Multimídia - Marcos Palacios (2003) aponta a

multimidialidade como a convergência dos

formatos das mídias tradicionais (imagem, texto

e som) na narração de um fato jornalístico numa

situação de agregação e complementaridade.

Palacios reconhece que essa multimidialidade

na internet é uma continuidade, se

considerarmos que na TV já ocorre uma

conjugação de formatos (imagem, som e texto).

No entanto, é igualmente evidente que a web,

pela facilidade de conjugação dos diferentes

formatos, potencializa essa característica.

Hipermídia - É o conjunto de meios que permite

o acesso simultâneo a textos, imagens e sons

de modo interativo e não-linear, possibilitando

fazer links entre elementos de mídia, controlar a

própria navegação e, até, extrair telas, imagens

e sons cuja sequência constituirá uma versão

pessoal do usuário

De todos os suportes digitais, a internet se apresenta como o espaço propulsor de uma nova rádio que exige a atualização das estratégias, conceitos e hábitos de trabalho tradicionais do meio.

O rádio precisa despertar para o novo ambiente em que está inserido e, ainda que gradualmente, precisa rever ações e estratégias. O rádio não desaparecerá, mas será fortalecido pelas possibilidades que a internet e, acredita-se, a digitalização, oferecem.

O rádio na TV, na internet,

em dispositivos móveis

ou no rádio digital

ainda é rádio.

Desde que tenha

como base a

transmissão sonora

e as rotinas produtivas

de comunicação radiofônica,

ainda é rádio e produz conteúdo

radiojornalístico multimídia.

O uso das tecnologias da informação e da comunicação e este novo cenário fazem com que o rádio contemporâneo se encontre em um marco, que determinará mais uma vez uma mudança em sua concepção e em suas rotinas – na produção radiofônica de maneira geral e, de maneira mais pontual, no radiojornalismo.

Como em outros momentos da história do rádio, a mudança atual tem uma origem tecnológica imediata. É a tecnologia digital que afeta a produção (com maior qualidade); a transmissão (com um sinal mais resistente a interferências); e os sistemas de recepção dos programas (com condições técnicas melhores).

A tendência, para o futuro do rádio em sua configuração hipermidiática, é que ele passe a congregar produções audiovisuais, fotográficas, infográficas e de texto, buscando a complementação do conteúdo sonoro. Com isso, novas habilidades serão demandadas do profissional deste meio e novas funções serão criadas nesse ambiente de convergência.

Convergência de primeiro,

segundo e terceiro níveis

Estes níveis são integrados,

complementares e compõem um

processo de construção da identidade e de

determinação do papel da comunicação

radiofônica no novo cenário que se instaura.

O primeiro nível deste

processo diz respeito

ao período de

informatização das

redações, que teve

consequências

importantes para

o jornalismo, permitindo a edição digital

de sons e textos e agilizando o processo de

construção da informação na emissora.

Já o segundo nível engloba a tecnologização de diversas etapas do processo.

Trata-se do momento em que se estabelece um diálogo entre as ferramentas de apuração, produção e transmissão de informações, sem, no entanto, afetar diretamente a estrutura narrativa e a composição do produto.

Neste nível, a diferença para o produto final diz respeito à velocidade com que a informação é composta e transmitida e a qualidade do som.

Já na convergência de terceiro nível, a

inserção das tecnologias da informação da

comunicação no processo de construção e

transmissão da notícia afeta a configuração do

veículo, suas definições tradicionais e suas

estratégias de linguagem.

É o momento em que se configura a produção

multimídia, com repórteres multiplataforma

produzindo conteúdo em áudio, vídeo, texto,

fotografia e infografia para a emissora.

Assim, no radiojornalismo é possível considerar convergência de terceiro nível a produção multimídia. Para o desenvolvimento desta, o rádio conta com dois ambientes tecnológicos distintos: a utilização da internet como um suporte para a transmissão de dados complementares e a definição por um padrão de rádio digital, que permita no próprio aparelho receptor a construção de uma narrativa multimídia e, a depender do sistema adotado, propicie ferramentas de interação.

Hipermidiático

Jornalismo online, telejornalismo,

radiojornalismo e jornalismo impresso

hoje dialogam. Grupos de comunicação

permitem a visualização mais intensa dos

processos de convergência – seja em um

âmbito ou em outro. É importante considerar

que nem sempre as iniciativas buscam a

integração das redações.

Entre as principais alterações identificadas nas

rotinas do rádio pela adoção de novas

tecnologias está a demanda por conteúdos

multimídia e complementares, como vídeos,

áudios, textos, imagens e infografias.

Trata-se da configuração do rádio

hipermidiático, o que vai além da transmissão

em antena, ampliando sua produção pela

internet e dispositivos de rádio digital, mas que

ainda mantém a raiz no conteúdo sonoro.

A eficácia informativa do rádio hipermidiático

tem origem e fim na difusão sonora.

O conteúdo multiplataforma, embora importante,

não se apresenta como fundamental para a

compreensão da mensagem. Trata-se de uma

produção complementar, de aprofundamento,

detalhamento, memória ou utilidade pública.

Informações de trânsito ou tempo, por exemplo,

além de serem transmitidas

no ar são disponibilizadas

de maneira mais organizada

e personalizada na internet.

Neste contexto, o rádio precisa atender a duas

demandas:

a) integrar-se aos ambientes de interação e de

convívio do ouvinte-internauta, participando

ativamente de redes sociais, da blogosfera, da

twittosfera, entre outros.

b) investir na criação radiofônica, na

atualização da estética sonora e dos usos da

forma como colaboração para a construção do

conteúdo. A integração às redes sociais é vista

como fundamental.

Surgem, desta forma, novos formatos

para rádio hipermidiático.

Formatos estes que, aliados às novas

funções e habilidades do jornalista de rádio

propiciam a revisão estrutural do veículo.

Ressurge o espaço da criação

radiofônica, intensifica-se o espaço da

análise e são apresentadas novas

estratégias de envolvimento e relação

com o ouvinte-internauta.

A análise, a discussão e a contextualização,

embora convivam com o hard news, assumem

um papel central, com a predominância de

mesas redondas, comentários e âncoras.

Streaming live e on demand

Com a internet banda larga, surgiram aplicações com a tecnologia de streaming de áudio e vídeo. Para tornar mais leve e rápido o download, a tecnologia de streaming utiliza a execução de áudio e vídeo na web por permitir escutar e visualizar os arquivos enquanto se faz o download.

Caso não utilize streaming para mostrar um conteúdo multimídia na rede, o usuário terá de descarregar primeiro o arquivo inteiro no seu computador e mais tarde executá-lo, para finalmente ver e ouvir o conteúdo do arquivo. Entretanto, o streaming permite que esta tarefa seja realizada durante o download do arquivo.

O streaming funciona da seguinte maneira: primeiro o computador do cliente conecta com o servidor e este começa a lhe mandar o arquivo;

O cliente começa a receber o arquivo e constrói um buffer, onde começa a salvar a informação;

Quando se enche o buffer com uma pequena parte do arquivo, o cliente começa a mostrar e ao mesmo tempo continua o download;

Se em algum momento a conexão sofre decréscimos de velocidade, utiliza-se a informação existente no buffer, de modo que se pode suportar um pouco esse decréscimo; caso a comunicação interrompa durante muito tempo, o buffer se esvazia e a execução do arquivo irá cortar até que haja a restauração do sinal.

Existem dois modos de

transmissão por streaming.

Streaming on Demand, que trata arquivos já

gravados, que podem ser acessados em

qualquer momento e quantas vezes

necessárias.

Streaming Live, uma transmissão “ao vivo”, em

que todas as pessoas escutam ou assistem a

mesma coisa, ao mesmo tempo.

Transmissão assíncrona

A transmissão assíncrona (ou sob demanda) é a melhor opção para quem não tem condições de fazer uma rádio ao vivo, mas sim utilizando arquivos de áudio (MP3 ou outro formato pré-gravado e armazenado no seu site).

Os áudios são gravados num computador qualquer e em seguida são enviados a um servidor de internet, junto com uma lista contendo o nome desses arquivos. Quem quiser escutar algum desses programas simplesmente utiliza um programa de áudio para solicitar esses arquivos diretamente do servidor.

Transmissão síncrona A transmissão síncrona ("ao vivo“) é um pouco mais

complicada e é usada para veicular uma rádio ao vivo pela internet. Pra começar, é preciso um computador com internet e uma placa de som.

Note que "ao vivo" não quer dizer no mesmo instante. É inviável ter uma transmissão/recepção instantânea. Primeiro porque, no universo observável, a velocidade máxima da informação é a velocidade da luz. No caso da transmissão via ondas eletromagnéticas (rádio AM, FM, etc) esse limite é quase atingido, mas no caso da internet existem vários fatores que fazer com que ocorram até três minutos de diferença entre a mensagem se enviada e recebida.

Na transmissão síncrona, é possível tanto transmitir músicas armazenadas no computador (nos formatos MP3, OGG, etc) quanto veicular áudio externo, que é inserido na transmissão através da placa de som do computador. A primeira etapa de é selecionar essas fontes de áudio.

Na segunda etapa, o áudio das fontes é comprimido e codificado nos formatos MP3 ou OGG. Em seguida, esse áudio é enviado ao servidor.

Do outro lado da transmissão está o computador do ouvinte, que por um programa reprodutor de áudio se conecta ao servidor de webradio, recebe o áudio e faz com que este seja reproduzido no auto-falante do seu computador.

Resumindo, uma transmissão síncrona é

equivalente a produzir e enviar pela internet um

arquivo de MP3 (ou similar) em tempo real. A

cada etapa do processo há um pequeno atraso

devido ao processamento dos computadores, à

velocidade da conexão, etc.

Áudio comprimido: MP3 e OGG

O áudio digitalizado ocupa muita informação. Armazenar arquivos do tipo WAV gasta tanto espaço que você não conseguiria ter muitas horas de música no computador. Transmitir pela internet, nem pensar.

A solução foi a compressão dos arquivos de áudio. Da mesma forma que você compacta um arquivo de texto ou imagem, também é possível comprimir áudio. Isso é feito eliminando do áudio frequências inaudíveis ou pouco audíveis por seres humanos e utilizando métodos de compactação de dados. Um arquivo comprimido pode ser mais de dez vezes menor do que o arquivo WAV original. Esse tamanho reduzido possibilita as rádios via internet.

Os dois formatos de áudio comprimidos mais

conhecidos são o MP3 e o OGG.

Para fazer um arquivo em MP3 ou OGG, é

necessário comprimir o áudio original. Para

ouvi-lo, é preciso descompactá-lo, e isso é

feito pelos programas de áudio.

O que é podcast

Um arquivo de áudio,

geralmente salvo no formato

MP3, que pode ser ouvido

na internet ou transferido para

o computador do internauta

para ser ouvido mais tarde.

Neologismo que funde duas

palavras: iPod, o tocador de arquivos digitais

de áudio da Apple, e broadcast, que significa

transmissão em inglês.

No celular

Os celulares deram uma contribuição importante

à popularização do podcast.

O principal ingrediente dessa receita é o fato de

o podcast poder ser

ouvido em tantos

aparelhos eletrônicos,

em qualquer lugar,

qualquer hora.

Dicas para fazer um bom podcast

Programas de rádio são os ancestrais do podcast. Com eles, você aprende sobre fidelizar o ouvinte. Seja claro. A linguagem deve ser simples.

Seja qual for o estilo escolhido - musical, noticioso, humorístico, educativo, de entrevistas -lembre-se de que você conduz o ouvinte para um universo feito apenas de imaginação e sons.

Assim como o rádio, o podcast libera o público para fazer outras atividades enquanto ouve o programa. Evite despejar uma avalanche de dados por segundo sobre o ouvinte. Procure ser redundante, mas de forma inteligente.

Faça um breve roteiro

Esboce o caminho que pretende seguir. Não é

necessário criar uma estrutura rígida com todos

os detalhes previstos, ela pode roubar a

simpatia e a naturalidade.

O roteiro serve para você não esquecer o que

vai falar e contribui para eliminar parte daqueles

murmúrios de indecisão. Ajuda também no

cálculo do tempo do programa.

Edição

Identifique os pontos fortes e procure valorizá-

los. Elimine ruídos, acrescente som de fundo,

corte momentos de silêncio. São muitos os

recursos. Não use todos ao mesmo tempo, não

crie um carro alegórico de efeitos.

Use vinhetas para demarcar partes do

programa. Como uma boa moldura, a vinheta

valoriza a obra.

Alguns usos dos podcasts

Programas de entretenimento (cultura pop,

cinema e tecnologia são os temas mais comum)

Rádios (transmissão de programas das rádios

tradicionais como forma de aumentar audiência

e atingir um novo público)

Entrevistas (depoimentos de especialistas e

consultores sobre assuntos específicos)

Educação (aulas em aúdio para ensino a

distância ou complemento das aulas

tradicionais, cursos de idiomas, etc.)

Propaganda política (prefeituras e governos

adotaram o podcast para divulgar discursos,

fazer campanha, prestar contas, estreitar o

relacionamento com o eleitor).

Rádios Comunitárias

Conceito do governo:

Trata-se de radiodifusão de sons, em

frequência modulada (FM), de baixa potência

(25 Watts), que dá condições à comunidade de

ter um canal de comunicação inteiramente

dedicado a ela, abrindo oportunidade para

divulgação de suas ideias, manifestações

culturais, tradições e hábitos sociais.

Não pode ter fins lucrativos.

Lei nº 9.612, de 20 de fevereiro de 1998

O que diz a lei federal

A legislação atual confere existência legal às

emissoras de rádio comunitárias, detalhando

que elas devem ter como finalidade primordial a

prestação de serviços de utilidade pública,

oportunizando a difusão de suas idéias,

culturas, tradições e hábitos. Devem também

oferecer mecanismos que visem a integração da

comunidade por meio de estímulos ao lazer,

cultura e convívio social, fortalecendo o direito

de expressão dos seus integrantes.

Art. 3º - Finalidades das rádios comunitárias:

I - dar oportunidade à difusão de ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade;

II - oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social;

III - prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário;

IV - contribuir para o aperfeiçoamento

profissional nas áreas de atuação dos

jornalistas e radialistas, de conformidade com a

legislação profissional vigente;

V - permitir a capacitação dos cidadãos no

exercício do direito de expressão da forma mais

acessível possível.

Art. 4º Princípios da programação:

I - preferência a finalidades educativas,

artísticas, culturais e informativas em benefício

do desenvolvimento geral da comunidade;

II - promoção das atividades artísticas e

jornalísticas na comunidade e da integração dos

membros da comunidade atendida;

III - respeito aos valores éticos e sociais da

pessoa e da família, favorecendo a integração

dos membros da comunidade atendida;

IV - não discriminação de raça, religião, sexo,

preferências sexuais, convicções político-

ideológico-partidárias e condição social nas

relações comunitárias.

§ 1º É vedado o proselitismo de qualquer

natureza (como as propagandas religiosas ou

políticas, por exemplo).

§ 2º As programações opinativa e informativa

observarão os princípios da pluralidade de

opinião, divulgando, sempre, as diferentes

interpretações relativas aos fatos noticiados.

§ 3º Qualquer cidadão da comunidade

beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre

quaisquer assuntos abordados na programação

da emissora, devendo observar apenas o

momento adequado

da programação para

fazê-lo, mediante pedido

encaminhado à

Direção responsável

pela Rádio Comunitária.

Limitações técnicas

Entende-se por cobertura restrita aquela destinada ao atendimento de determinada comunidade de um bairro e/ou vila.

Mas a lei estabelece como alcance o raio de um quilômetro a partir da antena.

Gera críticas, muitas rádios desobedecem. Uma alternativa legal é a transmissão pela internet.

Sinal fora do dial

No Brasil, o dial definido para FM vai

de 88 a 108 MGz, que é a frequência captada

pelos principais aparelhos do mercado.

Mas a normatização do governo para as

Rádios Comunitárias prevê a utilização dos

canais 200 (87,9 MHz), 199 (87,7MHz)

e 198 (87,5MHz), dificultando a sintonização.

A Rádio Comunitária

só pode ter apoio

cultural (dar nome

e contatos das

empresas apoiadoras)

Não pode ter

publicidade

tradicional.

Jornalismo na Rádio Comunitária

Para Cicilia Peruzzo, são características do jornalismo nas rádios comunitárias:

Parte do local - Isto é, interessa mais (não só) a notícia de proximidade, tanto a geográfica como provindas de outras identidades comunitárias. Enquanto o critério número um da grande imprensa é abordar temas que interessam a um grande número de pessoas, o jornalismo comunitária privilegia assuntos que dizem respeito diretamente às pessoas que vivem em uma dada localidade ou que compartilha de outras afinidades.

Esse "jornalismo de proximidade",porém, não ocorre em todas as rádios comunitárias, seja por falta de equipe para apurar os fatos, pela carência de formação ou porque a emissora ainda está na fase de imitar as rádios comerciais.

Profissionais, geralmente, são voluntários. Jornalistas em início de carreira, que se qualificam e mudam para as rádios comerciais em busca de salários melhores.

As principais fontes são pessoas comuns -São as lideranças populares e cidadão comuns que vivem as situações tratadas.

Linguagem coloquial - A padronização no formato leal, em geral, não chega a ser respeitada nos meios populares.

As abordagens são mais características do formato debate, entrevistas simples e notas do que reportagens.

Preponderantemente ao vivo.

Caráter denunciativo

O poder público é

denunciado quando comete

atos irregulares

ou presta serviços

inadequados.

Jornalismo como

serviço social

Ênfase a esclarecimentos sobre campanhas,

orientações, seja para inscrição para

participação em uma determinada atividade ou

acesso a serviços regulares.

Podemos, então, agrupar os informes de

uma rádio comunitária em três linhas:

1 - Notícia - O fato ou acontecimento nos

moldes do jornalismo tradicional, com suas

peculiaridades.

2 - Serviço - Campanhas, oferta de

emprego, localização de pessoa

desaparecida, documentos perdidos, etc.

3 - Social/afetivo - Informes pessoais ou das

famílias, reuniões, casamentos, etc.