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Jornal São José do Rio Preto, sexta-feira 22 de setembro de 2017 O próximo passo da CPI ANÁLISE Trio que integra comissão vai pedir ajuda ao promotor Sérgio Clementino, mas já adianta que relatório caminhará no sentido de apontar omissão e irresponsabilidade por parte do ex-prefeito ao dizer que não sabia de nada TENDA DOS MILAGRES E como quase tudo na política sempre tem votos e afins como objetivo final, uma singela estrutura muito usada em festas populares se tornou o objeto de desejo dos vereadores de Rio Preto: são aquelas tendas brancas, geralmente montadas em quermesses, eventos de escolas, atividades recreativas ou religiosas, por exemplo, que lideram a lista de pedidos dos parlamentares ao secretário de Governo, Jair Moretti. Claro que, aqui, estamos falando apenas das demandas prosaicas e assumidas sem pudores ou temores. A verdade é que as tendas estão se revelando poderosas no sentido de transformar agradinhos em votos. PONTO COM NÓ Ao tirar Arnaldo Vieira do seu gabinete e colocá-lo no Procon, o vereador Jean Dornelas, de olho nas urnas em 2018 como candidato a deputado federal, tenta ganhar mais um setor pródigo em votos: o das ovelhas que obedecem cegamente a seus pastores. Daí que a vaga aberta em sua assessoria foi oferecida ao pastor Rinaldo, da Igreja Missão da Fé. Trata-se de um homem articulado e que mantém cativo seu rebanho, em franco crescimento. Até o final da tarde de ontem, o religioso ainda estava pensando na oferta. TROCA DE JUIZ Adilson Araki Ribeiro é o novo juiz titular da 1ª Vara da Fazenda de Rio Preto. O magistrado, que estava na 6ª Vara Cível, trocou de posto com o juiz Marcelo de Moraes Sabbag. Para quem desconhece o juridiquês, é de competência das varas de Fazenda Pública processar e julgar as causas que envolvem o município, tais como ações civis públicas movidas pela Promotoria, ações de improbidade administrativa, reintegrações de posse e pedidos de indenização por dano moral, entre outras. A 2ª Vara da Fazenda em Rio Preto é ocupada pela juíza Tatiana Pereira Viana Santos. ANJOS SEM ASAS Fabrício Carareto, Maria Elena Covre e Beck AGENDA DE CANDIDATO A probabilidade de o secretário estadual de Habitação, deputado Rodrigo Garcia (DEM), ser candidato ao governo de São Paulo em 2018 é remota. Nem mesmo os aliados mais próximos acreditam nisso. Ainda assim, Rodrigo emplacou uma agenda extensa de anúncios pelo Estado. Hoje (22), passará por Cosmorama onde distribuirá casas e participa com o prefeito Edinho Araújo (PMDB) da entrega de veículos para entidades assistenciais de Rio Preto, no valor de R$ 1 milhão. Se o nome de Rodrigo não colar para governador, o périplo já serve ao menos para a reeleição a deputado federal. Colaboraram com a coluna: Thais Covre e Rodrigo Carraro [email protected] CAPIVARAS PENSANTES Fernanda Sansão POSTADO NO VIEIRA E A FÁBRICA DE VOTOS Não foram poucos os malabarismos de Jean Dornelas (PRB) para emplacar Arnaldo Vieira, seu assessor de gabinete e professor universitário com formação em jornalismo, como diretor do Procon. Candidato nas eleições do ano passado, com pouco mais de 400 votos, Arnaldo precisou prometer que não vai mais se aventurar nas urnas, ou seja, será apenas um técnico, apesar da não-formação em direito, para ganhar, enfim, a bênção de Edinho. À coluna, ele disse que “eleição de vereador já deu”. E completou: “Tive a experiência, precisava ter, e vi que não é para mim, sou de gestão, mesmo.” E o moço anda numa empolgação só. Quer dar uma “otimizada no Procon da Zona Norte” e implantar um aplicativo mais ágil para facilitar as demandas dos consumidores. “Mas antes preciso tomar pé da situação.” O presidente do PRB em Rio Preto, Diego Polachini, comparou Vieira a outros jornalistas de sucesso no cargo, como Celso Russomano, aquele que carrega voto a rodo para a legenda. Ou seja, alguém tem dúvidas do que levou Dornelas a demandar tanto empenho pelo seu pupilo? Como estará meu mundo em 2030? O que os adultos e jovens de hoje farão por mim? Daqui até lá são apenas 13 anos, tempo suficiente para deixar nosso mundo melhor! Envolva-se, plante a sua árvore, garanta um futuro de mais qualidade. Hoje estamos sentindo o ar seco, a poeira, a poluição, o calor excessivo, por conta das árvores que não plantamos há 20 anos atras. Vamos mudar? Muda que a cidade Muda! NEM PATO, NEM CACIQUE O empresário Olavo Tarraf não gostou nada de nota nesta coluna que ligava os integrantes do partido Novo, novíssimo em Rio Preto, aos adoradores do pato amarelo da Fiesp. “Não queremos pagar o pato, não mesmo. Está certo! Só não temos ligação com Fiesp ou nomes ligados. Temos princípios e ideais liberais, sem caciques políticos.” Recado dado. Recado repassado. TROFÉU CAPIVARA Golpe no Troféu A palavra golpe virou carne de vaca no Brasil. A esquerda acusa Michel Temer de aplicar um golpe em Dilma Rousseff. A direita usa o mesmo termo para classificar uma possível antecipação das eleições de 2018. É golpe para lá, golpe para cá... uma banalização total. Isso porque, talvez, esquerda e direita não conheçam o general Antonio Hamilton Mourão. Esse sim fala de golpe com autoridade. Melhor, de Golpe com letra maiúscula. Na sexta-feira passada (15), Mourão proferiu uma palestra em uma loja maçônica em Brasília. E disse que o Exército pode intervir a qualquer momento, caso julgue que o Judiciário falhou em promover a faxina ética no País: “No presente momento, os Poderes terão que buscar a solução. Se não con- seguirem, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução”. Mourão é reincidente e já pagou pela língua. Em 2015, quando Dilma era ainda presidente, pregou a oficiais da reserva o discurso de “despertar a luta patriótica” e blábláblá. Na época, o comandante do Exérci- to general Villas Bôas destituiu Mourão do co- mando militar Sul. Mas o homem não aprende e, saudoso de 64, flerta com uma nova chan- ce de os militares voltarem ao poder. Há 53 anos, era o fantasma do comunismo. Agora, é a sombra da corrupção. E, para o general, só o Exército seria capaz de livrar o País da perdição, ainda que para isso seja necessário colocar a Constituição Federal debaixo dos co- turnos. Sorte que, nas Forças Armadas, há pessoas sensatas como o comandante Villas Bôas que rejei- tam qualquer tentativa de golpe militar. Por isso, é de Mourão o Troféu Capivara da semana. E por dois motivos justos: primeiro porque, mesmo fa- lando abertamente em Golpe de Estado, não foi punido pelo comando do Exército (muito pro- vavelmente para não torná-lo mártir da causa). E segundo, por algo mais singelo: quem sabe com o Troféu em mãos, Mourão fique satisfeito e resolva sossegar o facho. Golpe nunca mais, general. Nunca mais. ZONA ELEITORAL por Beck Bom, gente, já tá bom de textão nas redes sobre a #CuraGay, né? Quatro dias ininterruptos de opiniões, críticas, julgamentos e lavagens cerebrais, vamos combinar, é tempo mais do que razoável para se chegar a uma conclusão: a de que não tem CURA para o que não é DOENÇA. Hoje, portanto, vamos debater outra notícia. Até porque o fim de semana tá começando e quase todo mundo pega ‘homossexualidade’ depois que bebe (podem enviar e-mail esbravejando, prometo ler e responder todos). Vamos lá: “Proposta de lei prevê apagar críticas a políticos na web. Deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP) é o autor do projeto”. (Fonte: Ronaldo Lemos, colunista da Folha). Sim, caro leitor indignado, prezada leitora suada, quanto mais ficamos nas redes debatendo bobagens, mais projetos bizarros são ‘costurados’ por políticos idem. O desta semana, como podemos perceber com a notícia acima, tem a ver com a incrível ideia do deputado Luiz Lauro Filho de ‘apagar críticas a políticos na web’. Pausa para um Rivotril sublingual. E o que mais assusta nem é a coragem (ou desfaçatez) do nobre parlamentar, mas o destemor em jogar isso na cara do povo, justamente num momento em que o povo pegou gosto por responder à altura os desmandos da classe política. Piada ou proposta de lei, seja como for, a gente não consegue nem esquecer o passado – relembrado todo dia pelo Facebook -, quiçá apagar 25 anos de críticas construídos sob o suor da internet discada. Ô raça... Mais uma ‘probosta’ de deputado... Divulgação Deputado Luiz Lauro Filho quer apagar as críticas feitas a políticos na web. Já podemos inventar o ‘Errorex virtual’... A demissão em massa dos Anjos da Guarda já começa a surtir efeito na Câmara de Rio Preto. Ontem (21), um terceirizado que foi dispensado passou pelo gabinete do vereador Paulo Pauléra (PP). Ele queria, claro, emprego. Lembrando que, pela previsão inicial, até o dia 28 de setembro 500 anjos da guarda serão mandados embora. E boa parte deles certamente vai bater à porta dos gabinetes do Legislativo. O confortável “eu não sabia de nada” livrou por um bom tem- po a cara do ex-presidente Lula das estripulias envolvendo seu go- verno, seu partido (o PT) e siglas aliadas. Foi no papel de “marido traído” que ele saiu vitorioso das urnas na disputa pela reeleição em 2006, embalada pelo escân- dalo do Mensalão, e chegou livre, leve e solto até aqui, mesmo com a devastação da Lava Jato ao seu redor. Só agora a história começa a mudar. Tiradas as devidas proporções e gravidades das supostas irregu- laridades investigadas pela CPI do Lixo, em Rio Preto, o fato é que, segundo os vereadores que integram a comissão – Pedro Ro- berto (relator), Marco Rillo (presi- dente) e Renato Pupo (integrante) –, a muleta do “eu não sabia de nada” adotada pelo ex-prefeito Valdomiro Lopes e parte de seus colaboradores diretos durante os depoimentos não pode ser aceita passivamente. Daí que eles já dão um sinal do caminho que deve se- guir o relatório final dos trabalhos. “Se é assim, houve, no mínimo, omissão ou irresponsabilidade”, afirma Pedro Roberto. Antes de se concentrar no documento conclu- sivo, no entanto, o trio pretende ouvir o promotor de justiça Sér- gio Clementino. A ideia, segundo Pedro Roberto, é que ele ajude os parlamentares a estabelecer, à luz da legislação vigente, o grau de responsabilidade do ex-prefeito e os demais integrantes do governo quando eles dizem que não sa- biam o que ocorria num contrato de cifras milionárias. Para o vereador Renato Pupo, delegado de Polícia, não resta dú- vidas de que a omissão, no caso, caracteriza responsabilidade soli- dária no âmbito civil. “Não cola mais esse ‘eu não sabia’ quando se pergunta, entre outras coisas, por que a Prefeitura pagava pela lim- peza de 900 bocas de lobo men- salmente sem a certeza de que o previsto estava de fato acontecen- do”. A CPI não tem o poder de impor punição ou algo do tipo. O relatório, se caminhar mesmo para a denúncia de responsabilidade ci- vil, segue para o Ministério Públi- co que dará o encaminhamento. Seja qual for a conclusão do relatório da CPI, o fato é que um prefeito não tem mesmo como saber de tudo, mas precisa deixar bem claro quem deve saber e dar as devidas respostas do que foi feito com o dinheiro do cidadão. Simples assim. Divulgação

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JornalSão José do Rio Preto, sexta-feira22 de setembro de 2017

O próximo passo da CPI ANÁLISE

“ Trio que integra comissão vai pedir ajuda ao promotor Sérgio Clementino, mas já adianta que relatório caminhará

no sentido de apontar omissão e irresponsabilidade por parte do ex-prefeito ao dizer que não sabia de nada

TENDA DOS MILAGRES E como quase tudo na política sempre tem votos e afins como objetivo final, uma singela estrutura muito usada em festas populares se tornou o objeto de desejo dos vereadores de Rio Preto: são aquelas tendas brancas, geralmente montadas em quermesses, eventos de escolas, atividades recreativas ou religiosas, por exemplo, que lideram a lista de pedidos dos parlamentares ao secretário de Governo, Jair Moretti. Claro que, aqui, estamos falando apenas das demandas prosaicas e assumidas sem pudores ou temores. A verdade é que as tendas estão se revelando poderosas no sentido de transformar agradinhos em votos.

PONTO COM NÓAo tirar Arnaldo Vieira do seu gabinete e colocá-lo no Procon, o vereador Jean Dornelas, de olho nas urnas em 2018 como candidato a deputado federal, tenta ganhar mais um setor pródigo em votos: o das ovelhas que obedecem cegamente a seus pastores. Daí que a vaga aberta em sua assessoria foi oferecida ao pastor Rinaldo, da Igreja Missão da Fé. Trata-se de um homem articulado e que mantém cativo seu rebanho, em franco crescimento. Até o final da tarde de ontem, o religioso ainda estava pensando na oferta.

TROCA DE JUIZAdilson Araki Ribeiro é o novo juiz titular da 1ª Vara da Fazenda de Rio Preto. O magistrado, que estava na 6ª Vara Cível, trocou de posto com o juiz Marcelo de Moraes Sabbag. Para quem desconhece o juridiquês, é de competência das varas de Fazenda Pública processar e julgar as causas que envolvem o município, tais como ações civis públicas movidas pela Promotoria, ações de improbidade administrativa, reintegrações de posse e pedidos de indenização por dano moral, entre outras. A 2ª Vara da Fazenda em Rio Preto é ocupada pela juíza Tatiana Pereira Viana Santos.

ANJOS SEM ASAS

Fabrício Carareto, Maria Elena Covre e Beck

AGENDA DE CANDIDATOA probabilidade de o secretário estadual de Habitação, deputado Rodrigo Garcia (DEM), ser candidato ao governo de São Paulo em 2018 é remota. Nem mesmo os aliados mais próximos acreditam nisso. Ainda assim, Rodrigo emplacou uma agenda extensa de anúncios pelo Estado. Hoje (22), passará por Cosmorama onde distribuirá casas e participa com o prefeito Edinho Araújo (PMDB) da entrega de veículos para entidades assistenciais de Rio Preto, no valor de R$ 1 milhão. Se o nome de Rodrigo não colar para governador, o périplo já serve ao menos para a reeleição a deputado federal.

Colaboraram com a coluna: Thais Covre e Rodrigo Carraro

[email protected]

CAPIVARAS PENSANTES

Fernanda SansãoPOSTADO NO

VIEIRA E A FÁBRICA DE VOTOS Não foram poucos os malabarismos de Jean Dornelas (PRB) para emplacar Arnaldo Vieira, seu assessor de gabinete e professor universitário com formação em jornalismo, como diretor do Procon. Candidato nas eleições do ano passado, com pouco mais de 400 votos, Arnaldo precisou prometer que não vai mais se aventurar nas urnas, ou seja, será apenas um técnico, apesar da não-formação em direito, para ganhar, enfim, a bênção de Edinho. À coluna, ele disse que “eleição de vereador já deu”. E completou: “Tive a experiência, precisava ter, e vi que não é para mim, sou de gestão, mesmo.” E o moço anda numa empolgação só. Quer dar uma “otimizada no Procon da Zona Norte” e implantar um aplicativo mais ágil para facilitar as demandas dos consumidores. “Mas antes preciso tomar pé da situação.” O presidente do PRB em Rio Preto, Diego Polachini, comparou Vieira a outros jornalistas de sucesso no cargo, como Celso Russomano, aquele que carrega voto a rodo para a legenda. Ou seja, alguém tem dúvidas do que levou Dornelas a demandar tanto empenho pelo seu pupilo?

Como estará meu mundo em 2030?O que os adultos e jovens de hoje farão por mim?Daqui até lá são apenas 13 anos, tempo suficiente para deixar nosso mundo melhor! Envolva-se, plante a sua árvore, garanta

um futuro de mais qualidade.Hoje estamos sentindo o ar seco, a poeira, a poluição, o calor excessivo, por conta das árvores que não plantamos há 20 anos atras.Vamos mudar? Muda que a cidade Muda!

NEM PATO, NEM CACIQUE O empresário Olavo Tarraf não gostou nada de nota nesta coluna que ligava os integrantes do partido Novo, novíssimo em Rio Preto, aos adoradores do pato amarelo da Fiesp. “Não queremos pagar o pato, não mesmo. Está certo! Só não temos ligação com Fiesp ou nomes ligados. Temos princípios e ideais liberais, sem caciques políticos.” Recado dado. Recado repassado.

TROFÉU CAPIVARA Golpe no TroféuA palavra golpe virou carne de vaca no Brasil. A esquerda

acusa Michel Temer de aplicar um golpe em Dilma Rousseff. A direita usa o mesmo termo para classificar uma possível antecipação das eleições de 2018. É golpe para lá, golpe para cá... uma banalização total. Isso porque, talvez, esquerda e direita não conheçam o general Antonio Hamilton Mourão. Esse sim fala de golpe com autoridade. Melhor, de Golpe com letra maiúscula. Na sexta-feira passada (15), Mourão proferiu uma palestra em uma loja maçônica em Brasília. E disse que o Exército pode intervir a qualquer momento,

caso julgue que o Judiciário falhou em promover a faxina ética no País: “No presente momento, os Poderes terão que buscar a solução. Se não con-seguirem, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução”. Mourão é reincidente e já pagou pela língua. Em 2015, quando Dilma era ainda presidente, pregou a oficiais da reserva o discurso de “despertar a luta patriótica” e blábláblá. Na época, o comandante do Exérci-to general Villas Bôas destituiu Mourão do co-

mando militar Sul. Mas o homem não aprende e, saudoso de 64, flerta com uma nova chan-ce de os militares voltarem ao poder. Há 53 anos, era o fantasma do comunismo. Agora, é a sombra da corrupção. E, para o general, só o Exército seria capaz de livrar o País da perdição, ainda que para isso seja necessário

colocar a Constituição Federal debaixo dos co-turnos. Sorte que, nas Forças Armadas, há pessoas

sensatas como o comandante Villas Bôas que rejei-tam qualquer tentativa de golpe militar. Por isso, é de Mourão o Troféu Capivara da semana. E por dois motivos justos: primeiro porque, mesmo fa-lando abertamente em Golpe de Estado, não foi punido pelo comando do Exército (muito pro-vavelmente para não torná-lo mártir da causa). E

segundo, por algo mais singelo: quem sabe com o Troféu em mãos, Mourão fique satisfeito e resolva

sossegar o facho. Golpe nunca mais, general. Nunca mais.

ZONA ELEITORAL

por Beck

Bom, gente, já tá bom de textão nas redes sobre a #CuraGay, né?

Quatro dias ininterruptos de opiniões, críticas, julgamentos e lavagens cerebrais, vamos combinar, é tempo mais do que razoável para se chegar a uma conclusão: a de que não tem CURA para o que não é DOENÇA.

Hoje, portanto, vamos debater outra notícia. Até porque o fim de semana tá começando e quase todo mundo pega ‘homossexualidade’ depois que bebe (podem enviar e-mail esbravejando, prometo ler e responder todos).

Vamos lá: “Proposta de lei prevê apagar críticas a políticos na web. Deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP) é o autor do projeto”. (Fonte: Ronaldo Lemos, colunista da Folha).

Sim, caro leitor indignado, prezada leitora suada, quanto mais ficamos nas redes debatendo bobagens, mais projetos bizarros são ‘costurados’ por políticos idem.

O desta semana, como podemos perceber com a notícia acima, tem a ver com a incrível ideia do deputado Luiz Lauro Filho de ‘apagar críticas a políticos na web’. Pausa para um Rivotril sublingual.

E o que mais assusta nem é a coragem (ou desfaçatez) do nobre parlamentar, mas o destemor em jogar isso na cara do povo, justamente num momento em que o povo pegou gosto por responder à altura os desmandos da classe política.

Piada ou proposta de lei, seja como for, a gente não consegue nem esquecer o passado – relembrado todo dia pelo Facebook -, quiçá apagar 25 anos de críticas construídos sob o suor da internet discada. Ô raça...

Mais uma ‘probosta’ de deputado...

Divulgação

Deputado Luiz Lauro Filho quer apagar as críticas feitas a políticos na web. Já podemos inventar o ‘Errorex virtual’...

A demissão em massa dos Anjos da Guarda já começa a surtir efeito na Câmara de Rio Preto. Ontem (21), um terceirizado que foi dispensado passou pelo gabinete do vereador Paulo Pauléra (PP). Ele queria, claro, emprego. Lembrando que, pela previsão inicial, até o dia 28 de setembro 500 anjos da guarda serão mandados embora. E boa parte deles certamente vai bater à porta dos gabinetes do Legislativo.

O confortável “eu não sabia de nada” livrou por um bom tem-po a cara do ex-presidente Lula das estripulias envolvendo seu go-verno, seu partido (o PT) e siglas aliadas. Foi no papel de “marido traído” que ele saiu vitorioso das urnas na disputa pela reeleição em 2006, embalada pelo escân-dalo do Mensalão, e chegou livre, leve e solto até aqui, mesmo com a devastação da Lava Jato ao seu redor. Só agora a história começa a mudar.

Tiradas as devidas proporções e gravidades das supostas irregu-laridades investigadas pela CPI do Lixo, em Rio Preto, o fato é que, segundo os vereadores que

integram a comissão – Pedro Ro-berto (relator), Marco Rillo (presi-dente) e Renato Pupo (integrante) –, a muleta do “eu não sabia de nada” adotada pelo ex-prefeito Valdomiro Lopes e parte de seus colaboradores diretos durante os depoimentos não pode ser aceita passivamente. Daí que eles já dão um sinal do caminho que deve se-guir o relatório final dos trabalhos. “Se é assim, houve, no mínimo, omissão ou irresponsabilidade”, afirma Pedro Roberto. Antes de se concentrar no documento conclu-sivo, no entanto, o trio pretende ouvir o promotor de justiça Sér-gio Clementino. A ideia, segundo Pedro Roberto, é que ele ajude os

parlamentares a estabelecer, à luz da legislação vigente, o grau de responsabilidade do ex-prefeito e os demais integrantes do governo quando eles dizem que não sa-biam o que ocorria num contrato de cifras milionárias.

Para o vereador Renato Pupo, delegado de Polícia, não resta dú-vidas de que a omissão, no caso, caracteriza responsabilidade soli-

dária no âmbito civil. “Não cola mais esse ‘eu não sabia’ quando se pergunta, entre outras coisas, por que a Prefeitura pagava pela lim-peza de 900 bocas de lobo men-salmente sem a certeza de que o previsto estava de fato acontecen-do”.

A CPI não tem o poder de impor punição ou algo do tipo. O relatório, se caminhar mesmo para

a denúncia de responsabilidade ci-vil, segue para o Ministério Públi-co que dará o encaminhamento.

Seja qual for a conclusão do relatório da CPI, o fato é que um prefeito não tem mesmo como saber de tudo, mas precisa deixar bem claro quem deve saber e dar as devidas respostas do que foi feito com o dinheiro do cidadão. Simples assim.

Divulgação