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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Álisson Gomes da Silva Rocha A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Garanhuns 2015

Garanhunsww2.uag.ufrpe.br/pedagogia/sites/ww2.uag.ufrpe.br.pedagogia/files/A... · importância da alimentação saudável no ambiente escolar. Em seguida, apresentamos o conceito

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Álisson Gomes da Silva Rocha

A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO

CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Garanhuns

2015

2

Álisson Gomes da Silva Rocha

A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO

CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial para a

obtenção do título de Licenciado em

Pedagogia, pelo Curso de Licenciatura em

Pedagogia da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, Unidade Acadêmica de

Garanhuns.

Orientadora: Profª. Ma. Glória Maria Duarte

Cavalcanti

Garanhuns

2015

3

Ficha Catalográfica

Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial UFRPE/UAG

CDD: 372.5

1. Ensino de Ciências

2. Horta Escolar

3. Ensino Fundamental

I. Cavalcanti, Glória Maria Duarte

II.Título

R672h Rocha, Álisson Gomes da Silva

A horta escolar como recurso didático para o estudo do

conceito de alimentação saudável no 3º ano do ensino

fundamental / Álisson Gomes da Silva Rocha._Garanhuns,

2015.

Orientador: Glória Maria Duarte Cavalcanti

Monografia (Curso Licenciatura em Pedagogia) –

Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade

Acadêmica de Garanhuns, 2015.

Inclui referências

4

Álisson Gomes da Silva Rocha

A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO

CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial para a

obtenção do título de Licenciado em

Pedagogia, pelo Curso de Licenciatura em

Pedagogia da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, Unidade Acadêmica de

Garanhuns.

Aprovado em: ______/______/_______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Profª. Ma. Glória Maria Duarte Cavalcanti - UAG/UFRPE

______________________________________________________________________

Profª. Drª. Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos - UAG/UFRPE

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Luciano Cavalcanti do Nascimento - UAG/UFRPE

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por acreditar que nada acontece sem a vontade

Dele, por permitir a realização deste tão esperado sonho, de ter um diploma de nível

superior, almejando ser um profissional comprometido, responsável e dedicado.

A minha família, pelo apoio, pela ajuda, pela força, especialmente, a minha mãe,

com quem sempre posso contar, como uma verdadeira amiga, que quer o meu melhor,

que torce por mim, que é, e sempre será a minha melhor educadora, por me ensinar os

mais preciosos ensinamentos.

A minha orientadora, a professora Glória Maria Duarte Cavalcanti, com quem tive

a oportunidade der ser orientado desde o início do curso, onde por ela, me senti abraçado

e acolhido. Agradeço pela paciência, pela dedicação, por ter me ajudado na escolha da

temática, e assim, possibilitado a elaboração deste trabalho.

Ao professor Gustavo Lima e a minha co-orientadora a Professora Heloísa Bastos,

por contribuírem de forma primordial e significativa para a construção deste trabalho.

Ao professor Luciano Cavalcanti do Nascimento pelas contribuições, pelo apoio

e boa vontade.

A todos os colegas de turma, principalmente, aqueles que se tornaram meus

amigos, a eles quero expressar o meu carinho e admiração: Itatyara Fernanda, Maria

Thamires, Raquel Medeiros e Tamara Marla.

A todos os professores, por terem contribuído com a minha formação, por

proporcionar diversos conhecimentos, que serão importantes na vida profissional,

acadêmica e enquanto sujeito pertencente à sociedade, a todos expresso a minha gratidão.

À escola campo, principalmente aos alunos, pois sem eles não seria possível a

realização desta pesquisa.

Enfim, a todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização deste

trabalho, os meus sinceros agradecimentos.

6

Dedico este trabalho em especial a minha mãe, por sempre torcer

por mim e a toda minha família pela força e apoio. E a todos os

professores que contribuíram com a minha formação, sendo

mediadores no processo de aprendizagem. Também aos meus

amigos de turma, que caminharam os mesmos caminhos,

compartilhando ideias.

7

“Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o

mundo natural[...] A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao

construí-lo e cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como

fonte de tantos mistérios!”

Moacir Gadotti

8

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo analisar as etapas de uma proposta pedagógica

que utiliza a horta escolar como recurso didático e suas contribuições para a construção

do conceito de alimentação saudável de alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma

escola municipal de Garanhuns – PE. Buscamos oportunizar aos alunos uma reflexão

sobre a importância de uma alimentação saudável, por meio de aulas teóricas e práticas,

que foram realizadas em semanas consecutivas. Consideramos os conhecimentos prévios

dos alunos e os relacionamos a conhecimentos científicos. Vale salientar que aplicamos

um questionário aos alunos antes e ao término das aulas teóricas e práticas, para

identificarmos se houve mudanças nas suas concepções sobre alimentação saudável e,

consequentemente, possíveis mudanças de hábitos alimentares. A partir da análise

realizada na pesquisa, percebemos que os alunos mudaram aspectos de sua concepção

alimentar, passando a conhecer o que são hábitos alimentares saudáveis e não saudáveis.

PALAVRAS CHAVE: Alimentação Saudável. Horta Escolar. Hábitos Alimentares.

Ensino de Ciências. Ensino Fundamental.

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 12

2.1 O CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL......................................................... 12

2.1.1 A importância da Alimentação Saudável no espaço escolar....................................... 13

2.2 OS NUTRIENTES............................................................................................................... 19

2.2.1 As Proteínas .................................................................................................................... 19

2.2.2 Os Carboidratos............................................................................................................. 20

2.2.3 Os Lipídios ...................................................................................................................... 20

2.2.4 Sais Minerais.................................................................................................................. 20

2.2.5 As Vitaminas.................................................................................................................... 21

2.3 A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO.................................................... 22

3 METODOLOGIA................................................................................................................. 29

3.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................................... 29

3.2 CAMPO E SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA............................................... 29

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS..................................................................... 30

3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................................... 31

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................................................................... 33

4.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS............................................... 33

4.2 ANÁLISE DAS AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS......................................................... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 44

REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 46

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO....................................................................................... 50

APÊNDICE B – PLANOS DE AULA................................................................................... 51

APÊNDICE C – FOTOS DAS AULAS................................................................................ 55

10

1 INTRODUÇÃO

A temática alimentação saudável tem sido bastante discutida nos dias atuais,

devido à preocupação das pessoas com a saúde, com a aparência física, com o bem estar

e com a qualidade de vida. A alimentação e a nutrição ocupam hoje um lugar de destaque

no contexto mundial.

Para o Ministério da Educação (BRASIL, 2007), uma alimentação saudável é

aquela que atende a todas as exigências do corpo, ou seja, não está abaixo nem acima das

necessidades do organismo, além de ser a fonte de nutrientes que envolvam diferentes

aspectos, como valores culturais, sensoriais, entre outros.

Segundo Barbosa e Martins (2008), alimentação saudável é uma dieta composta

de alimentos capazes de fornecer proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, minerais e

vitaminas em quantidade e qualidade adequadas a cada pessoa. De forma mais

simplificada, é aquela refeição planejada com alimentos de todos os tipos, sem abusos e

também sem exclusões, que contém todos os nutrientes e é de procedência conhecida.

Com base na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de

2004, podemos afirmar que as práticas alimentares e hábitos saudáveis são construídos

pelos indivíduos e pelas relações sociais que os mesmos estabelecem em diferentes

espaços de convivência e trocas de informação. Na infância, além da família, o ambiente

escolar é um local favorável para o desenvolvimento de ações para a promoção de práticas

alimentares saudáveis, por ser um espaço de socialização, e devido à existência da

merenda escolar.

Com base no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), todas as

escolas devem ter um cardápio nutritivo, para que todas as crianças tenham hábitos

alimentares saudáveis, em todas as faixas etárias. O PNAE tem como fundamento o

direito humano à alimentação adequada e constitui um importante parceiro no estímulo à

adoção de práticas alimentares saudáveis no ambiente escolar. Tem como objetivo suprir

as necessidades nutricionais dos alunos, durante sua permanência na escola, contribuindo

para o seu crescimento e desenvolvimento, para a aprendizagem e o rendimento escolar,

bem como a formação de hábitos alimentares saudáveis.

Com a aprovação da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, e da Resolução FNDE

nº 38, de 16 de julho de 2009, as escolas das redes públicas de educação básica passaram

a usar produtos da agricultura familiar nas refeições oferecidas aos seus alunos. Agora,

no mínimo 30% do valor enviado às escolas públicas pelo Fundo Nacional de

11

Desenvolvimento da Educação para o Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE) devem ser utilizados obrigatoriamente na aquisição de gêneros alimentícios

provenientes da agricultura familiar, garantindo ao cardápio da merenda escolar o uso de

frutas, verduras e legumes.

A horta pode ser considerada uma atividade didática bastante significativa para a

aprendizagem dos alunos, podendo ser desenvolvida na unidade escolar, pois é um

recurso muito eficaz para a formação dos educandos, favorecendo o aprendizado em

diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, sobre educação alimentar. A horta

pode ser considerada um recurso pedagógico facilitador do processo de ensino-

aprendizagem, pois está relacionada ao prazer e a descoberta. Nela, o professor pode

propor atividades que envolvam diversos conteúdos de diferentes disciplinas,

favorecendo, dessa forma, um trabalho interdisciplinar.

De acordo com Silva, Munaretto e Mantovani (2011), as verduras e legumes

colhidos na horta da escola servem para enriquecer o cardápio do lanche, pois os alunos

desfrutarão de um lanche mais saboroso, saudável e nutritivo. Os alunos podem também

levar essas atividades práticas e esse conhecimento para sua própria casa, desenvolvendo

junto com sua família.

Diante disso, surge o seguinte questionamento: Como uma proposta pedagógica

que utilize horta escolar pode contribuir para a construção do conceito de alimentação

saudável?

Temos como objetivo geral deste trabalho, analisar as etapas da proposta

pedagógica e suas contribuições para a construção do conceito de alimentação saudável.

De forma mais específica, identificar as concepções dos alunos sobre alimentação

saudável; caracterizar os aspectos de uma proposta pedagógica que utiliza a horta escolar

para trabalhar o conceito de alimentação saudável; e avaliar se houve mudança na

concepção alimentar dos alunos após a experiência com a proposta pedagógica.

Além deste primeiro, este trabalho de conclusão de curso está dividido em quatro

capítulos.

No segundo, capítulo apresentamos a fundamentação teórica da pesquisa,

iniciando pelo conceito de alimentação saudável, continuando com a importância da

escola enquanto agente que pode contribuir para a construção de hábitos alimentares

saudáveis, favorecendo o bem estar físico e mental; também apresentamos os diversos

nutrientes encontrados nos alimentos e encerramos debatendo a horta escolar como um

12

recurso didático a ser utilizado pelos professores para o ensino aprendizagem dessa

temática.

No terceiro capítulo, identificamos o tipo de pesquisa realizada, os sujeitos e o

campo da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e os procedimentos metodológicos

adotados para aplicação desses instrumentos.

No quarto capítulo, apresentamos e analisamos os resultados da pesquisa, através

da comparação das respostas obtidas nos questionários aplicados antes e após as aulas

teóricas e práticas.

Finalizando este trabalho, apresentamos as considerações finais, as referências e

os apêndices.

Sendo assim, é importante que propostas pedagógicas diferenciadas, como a horta

escolar, se tornem vigentes no ensino fundamental, para minimizar a barreira existente

entre teoria e prática, bem como para desenvolver o ensino-aprendizagem sobre

alimentação saudável.

13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo da pesquisa, discutimos o conceito de alimentação saudável

destacando sua importância para os seres humanos, os principais tipos de alimentos e os

critérios de consideração para ser uma alimentação saudável. Discutiremos também a

importância da alimentação saudável no ambiente escolar. Em seguida, apresentamos o

conceito e os diversos tipos de nutrientes. Finalizando este momento, apresentamos uma

discussão sobre a horta escolar como recurso didático para o ensino do conceito de

alimentação saudável.

2.1 O CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Sabe-se que se alimentar é de fundamental importância para que os seres humanos

possam sobreviver. No entanto, o tipo de alimento, a quantidade e a qualidade dos

mesmos são algumas das questões que contribuem positivamente ou negativamente para

se ter uma vida saudável.

A alimentação está presente em toda a vida do ser humano, como um fator

essencial a sua sobrevivência. “A alimentação é uma necessidade básica do ser humano

e o ato de alimentar-se, embora possa parecer comum, envolve uma multiplicidade de

aspectos que influenciam a qualidade de vida do indivíduo” (ZANCUL, 2008, p. 12). E

poder comer alimentos saudáveis é um direito assegurado para todos, sendo respeitada a

cultura alimentar de cada região. Sendo assim, é dever do poder público respeitar,

proteger, promover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito

humano à alimentação adequada, bem como garantir as ações para que ele seja

concretizado.

A alimentação não se resume somente a saciar a fome, mas busca oferecer

alimentos saudáveis, que sejam condizentes com a dignidade de cada indivíduo

comtemplando as suas necessidades nutricionais. De fato,

A realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a

alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o

acesso a outras necessidades essenciais, orientando-se em práticas

alimentares promotoras de saúde com respeito à diversidade e de forma

sustentável, é a síntese da segurança alimentar e nutricional, que deve

ser garantida em todos os espaços sociais de formação da cidadania

(BRASIL, 2008, p. 8).

14

De acordo com o Ministério da Educação (BRASIL, 2005, p. 12) uma alimentação

saudável deve ser:

Variada: inclui vários grupos alimentares, a fim de fornecer diferentes

nutrientes (por exemplo: cereais, frutas, hortaliças, carnes, laticínios e

feijões);

Equilibrada: respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento

(exemplo: deve-se comer mais frutas e verduras);

Suficiente: em quantidades que atendam e respeitem as necessidades de

cada pessoa;

Acessível: baseadas em alimentos in natura, produzidos e comercializados

regionalmente (acessibilidade física) que são mais baratos que alimentos

industrializados (acessibilidade financeira);

Segura: os alimentos não devem apresentar contaminantes de natureza

biológica, física ou química ou outros perigos que comprometem a saúde

do indivíduo ou da população. Assim, deve-se respeitar regras de higiene,

procurando manusear e armazenar adequadamente todos os alimentos,

descartando aqueles que possuem o prazo de validade vencido ou que

estejam visualmente estragados.

Diante disso, podemos afirmar que para termos uma alimentação saudável,

precisamos observar vários aspectos que são fundamentais e necessários na alimentação

e que nos ajudam a manter uma boa qualidade de vida.

2.1.1 A importância da alimentação saudável no espaço escolar

Sabe-se que a alimentação atua diretamente no metabolismo do corpo humano,

ajudando no crescimento físico, no desenvolvimento mental e na capacidade de

concentração, facilitando o processo de aprendizagem dos alunos. Dessa forma, é papel

da escola, orientar seus alunos para que os mesmos fiquem cientes das consequências

que uma má alimentação pode provocar no seu desenvolvimento físico e intelectual, e

ao mesmo tempo conscientizá-los dos benefícios de uma alimentação saudável para a

sua saúde.

15

É na escola que a criança passa boa parte do seu tempo, sendo um ambiente

privilegiado para promoção de hábitos alimentares saudáveis, que devem permanecer

durante toda a infância e continuar por toda vida.

[...] a alimentação inadequada nos primeiros anos devida e durante a

fase escolar é responsável pelo baixo peso, atraso no crescimento e

desenvolvimento físico e mental, além de favorecer o desenvolvimento

de doenças, como infecções, doenças do coração, obesidade e diabetes,

que irão comprometer a vida adulta (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.

59).

De acordo com Dutra et al. (2007, p. 53) “será mais fácil mudar os hábitos das

crianças, logo na infância, contribuindo para uma vida mais saudável futuramente”.

Diante disso, além da escola, torna-se importante a participação da família, na

constituição dos hábitos alimentares das crianças, por ser o lugar onde estabelecem as

primeiras relações sociais. Portanto,

Como pais [...], nossa tarefa é orientar e direcionar a alimentação dos

nossos filhos e filhas, já que, como crianças e adolescentes, eles não

reúnem as condições de definir a qualidade da própria alimentação.

Além disso, é de responsabilidade dos pais a seleção dos produtos que

comporão a alimentação da família (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.

16)

Além do mais, é na adolescência que o cuidado com a alimentação continua sendo

de fundamental importância, pois é nessa fase que o indivíduo está crescendo e o seu

corpo está se desenvolvendo, passando por alterações.

Em relação às alterações alimentares, é importante enfatizar que esse

processo deve ser cauteloso, pois crianças e adolescentes não podem

passar por períodos de restrição de alimentos, já que estão em fase de

crescimento ativo. O que se deve fazer é a sensibilização deles para o

problema em questão é, conjuntamente, estimular a prática da

alimentação saudável. Assim, estaremos mantendo o aporte de

nutrientes necessários para o desenvolvimento físico das crianças e

adolescentes (BRASIL, 2005, p. 49).

“Por vezes, a escola é a principal oportunidade de aprendizagem de princípios e

de comportamentos alimentares saudáveis, bem como para suprir algumas carências

alimentares [...]” (SANTOS; PRECIOSO 2012, p.30). Por isso, é necessária a oferta de

uma alimentação saudável dentro do estabelecimento escolar, proporcionando a aquisição

de conhecimentos sobre educação alimentar, complementando, assim, a alimentação

servida em casa. Sendo assim, “a merenda escolar ocasiona oportunidade para que os

escolares sejam estimados a conhecer, valorizar e aceitar com satisfação novos alimentos

[...]” (MARCONDES, 1998, p. 101).

16

A atuação do educador é de suma importância para conscientização e

desenvolvimento do conhecimento dos estudantes acerca de uma alimentação saudável.

Uma vez que podem ser criadas em sala de aula ações que possibilitem um maior interesse

das crianças ao consumo de alimentos saudáveis.

O professor ainda constitui a maior força na aprendizagem. Seus

conhecimentos, atitudes e práticas influenciam decisivamente sobre os

modos de pensar, sentir e agir dos seus alunos. A participação dos

professores na merenda escolar interfere positivamente sobre o

comportamento dos escolares na aceitação dos alimentos oferecidos

(MARCONDES, 1998, p. 101-2).

Uma alimentação saudável, também se faz necessária à manutenção da saúde,

melhoria da qualidade de vida, uma vez que deve ser variada, compostas por legumes e

verduras e outros alimentos que atendam às necessidades nutricionais do corpo, podendo,

desta forma, combater possíveis doenças. Portanto, é também responsabilidade da

unidade escolar preocupar-se com a reeducação alimentar dos seus alunos. “Se os alunos

não modificarem os seus hábitos alimentares inadequados na infância e na adolescência

poderão ter possivelmente fatores de risco para doenças crônicas na fase adulta” (LEVY

et al 2009; p. 11).

Entre adultos, e principalmente em crianças e adolescentes, doenças como a

desnutrição e a obesidade têm sido bastante frequentes, devido a uma má alimentação. A

desnutrição ocorre quando há uma deficiência de nutrientes vitais da pessoa, que

apresenta um aspecto físico de extrema magreza. “A desnutrição é uma síndrome e tem

como causa diversos fatores, normalmente associados à pobreza, e à falta de alimentos

dela decorrentes” (BRASIL, 2005, p. 39).

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no

indivíduo. “A obesidade é uma doença e pode acarretar várias complicações, como

diabetes, hipertensão, doenças do coração e, até mesmo, ser fator determinante de alguns

cânceres” (BRASIL, 2005, p. 39).

Além do risco de ficar doente, a criança mal alimentada não terá um bom

desempenho escolar, pois se sabe que com fome a pessoa fica desanimada, sonolenta,

sem estímulos para realizar atividades físicas e mentais. “Uma pessoa mal alimentada

torna-se fraca, irritadiça, desanimada, sem vontade de trabalhar, andar, pensar e realizar

atividades que dependam do esforço muscular e intelectual” (SALGADO, 2005, p. 17).

Assim sendo, torna-se importante a busca por alimentos provenientes e mantedores de

uma boa saúde, que ajudem a evitar o adoecimento do corpo.

17

Em relação à saúde das pessoas, pesquisas indicam que alguns

compostos presentes naturalmente nos alimentos, ou a eles adicionados,

são capazes de reduzir o risco de contrair várias doenças graves, tais

como cânceres e doenças do coração (BRASIL, 2005, p. 66).

O nosso corpo é constituído por aquilo que comemos. Por isso, devemos optar por

uma alimentação balanceada, que ajude na renovação e na manutenção das nossas células,

na constituição do nosso sangue, músculos e nervos. De acordo com Dartora et al. (2006),

a nutrição é um fator essencial na manutenção da saúde e refeições balanceadas

constituem um dos recursos utilizados pela medicina preventiva para determinar uma vida

saudável e duradoura.

Como já enfatizamos, a família e a escola têm papel fundamental na constituição

e organização dos hábitos alimentares de crianças e adolescentes. No entanto, a mídia,

principalmente a televisão, como o meio de comunicação mais utilizado pela população

brasileira, por outras famílias a internet, vem influenciando o consumo de alimentos

considerados não saudáveis, como os de fast food, tais como, hambúrgueres, frituras e

refrigerantes, pois possuem valor calórico elevado em virtude da grande quantidade de

gorduras e açúcares presentes. Por isso,

A importância da alimentação oferecida aos alunos no ambiente escolar

torna-se ainda mais significativa se considerarmos que hoje os

comerciais de televisão contribuem decisivamente para a formação da

cultura alimentar do conjunto da população (ABREU, 1999, p. 18).

Para Antonio e Mendes (2009, p. 11) o conhecimento que fundamentará uma

compreensão sobre hábitos saudáveis, direitos, possibilidades, autonomia de decisão com

base na razão, basicamente se adquire na escola [...]. “Para criança e o jovem escolares a

escola é a guardiã da informação segura, onde eles podem “checar” a pertinência das

informações que estão na mídia” (ANTONIO; MENDES, 2009, p. 11). Dessa forma, a

escola se concretiza como o espaço de informações a respeito da alimentação saudável,

que poderá auxiliar seus alunos na construção de hábitos alimentares corretos.

Contudo, nota-se a seriedade do processo de educação alimentar e nutricional

dentro da unidade escolar, proporcionando aos educandos o aperfeiçoamento dos seus

hábitos alimentares saudáveis.

É importante ressaltar, no entanto, que o fenômeno educativo é fruto de

uma construção contínua e, desse modo, acredita-se que a prática

constante de hábitos alimentares saudáveis pode ser estabelecida a

partir de um processo de educação alimentar e nutricional permanente

dentro da escola. Tanto pela forma como ocorreram as interações nas

aulas, como pelo interesse demonstrado pelos alunos [...] (ZANCUL,

2008, p. 4).

18

O ambiente escolar, por ser um local importante para construção de conhecimento

e obtenção de informações, carece utilizar de métodos que entusiasmem e conduzam seus

alunos à escolha por alimentos saudáveis, ou seja, é dever da escola dar exemplo do que

seja alimentação saudável, cabendo aos dirigentes e professores analisar se os alimentos

oferecidos na merenda escolar são coerentes com os de uma alimentação equilibrada.

A alimentação e a educação são processos extremamente integrados, e

a promoção da saúde e de hábitos alimentares saudáveis se dá tanto pela

divulgação das informações quanto pelas práticas e posturas adotadas

no ambiente escolar (SONATI; BOCCALETTO, 2009, p. 25).

A escola, junto com seus professores, pode ajudar os estudantes a reconhecerem

as suas necessidades alimentares, tornando-os autônomos, para que tomem a iniciativa

para a prática de uma boa alimentação, reconhecendo o melhor tipo de alimento que lhe

assegure melhor qualidade de vida.

O ambiente de ensino pode proporcionar condições para que os alunos

adquiram hábitos alimentares corretos a partir de atividades que visem

uma educação alimentar saudável, assim como, estímulos aos alunos

para que reflitam sobre suas próprias atitudes diante da ingestão de

alimentos buscando mudanças reais e gradativas de hábitos alimentares

individuais, melhorando o perfil nutricional e construindo consciência

crítica acerca da necessidade da busca de melhores escolhas

alimentares, que contribuem para melhor e maior qualidade de vida

(LIMA, 2008, p. 25).

A escola poderá ser uma boa fonte de alimentação saudável, oferecendo

alternativas de alimentos nutritivos, frescos, naturais e de boa qualidade, facilitando assim

a aceitação e a adaptação das crianças a esses alimentos.

Portanto, a alimentação escolar além de ter característica de assistência

nutricional, desde que ofereça alimentos adequados em quantidade e

qualidade, para satisfazer às necessidades nutricionais do escolar no

período em que permanece na escola, também adquire características

de ferramenta educativa, que pode e deve ser utilizada para fins maiores

de educação, habilitando o aluno a intervir na própria realidade (LIMA,

2008, p. 29- 30).

A articulação entre teoria e prática é essencial para que os educandos tenham um

aprendizado significativo sobre alimentação saudável. Por isso, cabe ao educador elaborar

ações que possibilitem aos seus alunos oportunidades de vivenciarem atividades práticas.

Precisa-se trabalhar a teoria, pois o educador leva aos alunos o

conhecimento sobre alimentação saudável [...] mais tão importante é

que haja uma metodologia prática sobre o assunto, pois só assim os

alunos entenderam efetivamente como é fazer uma boa alimentação,

19

aquela balanceada que tanto precisamos para viver bem e saudável

(LIMA, 2008, p. 6).

O tema alimentação saudável pode ser trabalhado de forma prática e teórica, de

forma que os alunos se envolvam no processo de construção de seus conhecimentos e,

consequentemente, desenvolvam uma mudança na concepção de hábitos alimentares

saudáveis.

Trabalhar as práticas alimentares no espaço escolar exige dedicação,

força de vontade e ideias criativas. O trabalho deve ser interdisciplinar,

com uso de metodologias interativas que permitam que os alunos

participem efetivamente das atividades e levem à sala de aula dados de

sua realidade, a fim de que o trabalho de educação nutricional seja

contextualizado, reflexivo e não meramente prescritivo (CARVALHO,

2009, p. 28).

Para que a escola possa desenvolver um trabalho mais estável e concreto sobre

alimentação saudável, buscando a conscientização dos seus alunos sobre a importância

do tema, deve junto aos seus professores e comunidade escolar elaborar medidas, metas

e objetivos que devem estar postos no projeto pedagógico da escola. “Defende-se que a

educação alimentar e nutricional na escola deve fazer parte do projeto pedagógico, sendo

necessários maiores investimentos nesta área como, por exemplo, a produção de materiais

didáticos sobre o tema [...] “(ZANCUL, 2008, p. 4).

Os professores e funcionários da escola, enquanto sujeitos de referência para os

educandos, devem dar bons exemplos, evitando o consumo de alimentos de baixo ou

nenhum valor nutritivo na instituição escolar, já que possuem um papel fundamental para

a formação de hábitos saudáveis. Além disso, a escola possui uma função pedagógica que

visa oferecer oportunidades para o desenvolvimento de aprendizagens.

Quando pretende-se discutir o tema “alimentação”, compreender o

fenômeno alimentar em sua complexidade e ter suas habilidades

pessoais e consciência crítica desenvolvidas é fundamental para o

melhor aproveitamento de momentos privilegiados do cotidiano

escolar: [...] os lanches trazidos de casa, a própria alimentação

doméstica e a merenda escolar, que merece destaque por dar aos alunos

a oportunidade de consumir alimentos saudáveis, constituindo

um espaço pedagógico para discussão de vários temas de ensino do qual

podem participar, além dos professores, os pais, as merendeiras e os

próprios alunos (CARVALHO, 2009, p. 27).

Não só os educandos, mas também seus familiares terão a oportunidade de mudar

os seus hábitos alimentares, uma vez que, conscientes da importância da alimentação

saudável, as crianças poderão expandir esses hábitos aprendidos e praticados na escola

20

até suas casas. “Através da adoção de hábitos saudáveis não só os indivíduos, mas

também suas famílias e comunidades se apoderam de um bem, um direito e recurso

aplicável à vida cotidiana” (IRALA; FERNANDEZ, 2001, p. 01).

2.2 OS NUTRIENTES

Para manter um bom funcionamento do corpo, o nosso organismo precisa absorver

os nutrientes dos alimentos que ingerimos. Dessa maneira, a nossa alimentação necessita

ser adequada. Para Alvarenga (2007), nutriente é qualquer substância proveniente de um

alimento que proporciona energia ou contribui para o crescimento, o desenvolvimento e

a manutenção da saúde e da vida. A finalidade da alimentação é satisfazer as necessidades

nutricionais do corpo, evitando que a carência de nutrientes possa causar desequilíbrio no

organismo e gerar doenças.

Todos os nutrientes são importantes, por isso, exige-se um consumo variado de

alimentos, com base nos critérios de diversidade, equilíbrio e moderação. São eles:

2.2.1 As proteínas De acordo com Alvarenga (2007) são responsáveis pela construção

das células e fornecimento de energia. Constituem 18% do nosso peso corporal e formam

quase exclusivamente a pele, unhas, músculos, movimento peristáltico dos intestinos,

fabricação de anticorpos, produção de enzimas e hormônios e até os próprios

transmissores de comunicação nervosa dependem das proteínas.

As proteínas que melhor funcionam para a conservação e recuperação da saúde

são as procedentes de fontes vegetais. Sua carência atrasa o crescimento, enfraquece os

músculos, diminui a resistência a doenças, causa anemia, nervosismo, problemas

vasculares, como varizes, hemorroidas e derrame cerebral. Além disso, reduz a imunidade

da pele, dos cabelos e das unhas.

As principais fontes de proteínas são: frango, camarão, carne vermelha, peixe,

soja, amêndoa, ovos e leite.

2.2.2 Os carboidratos Segundo Alvarenga (2007), os carboidratos podem ser chamados

de açúcares. Os açúcares, quando consumidos refinados, além de possuírem um teor

nutricional vazio, em excesso podem gerar doenças muitos sérias, como as diabetes,

obesidade, hipoglicemia e colapso das glândulas suprarrenais etc.

Os carboidratos estão presentes em alimentos como, o açúcar refinado e mascavo,

arroz branco e integral, batatas, bolos e doces, centeio, feijão, geleia, iogurtes e mel.

21

2.2.3 Os lipídios De acordo com Alvarenga (2007), as gorduras fornecem energia e são

indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo. Elas fazem parte de todas

as células do nosso corpo, inclusive das células nervosas (neurônios). Sem as gorduras

em nossa dieta, algumas vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) não poderiam ser usadas

pelo nosso organismo.

Existem as gorduras boas e as ruins. As boas são as insaturadas, são gorduras

líquidas, procedentes do reino vegetal. Estão presentes em óleos vegetais, azeite, abacate,

sementes (de girassol, de abóbora etc.). Estas fazem bem para o nosso organismo, pois

têm a função de limpá-lo deixando-o livre de gorduras ruins. Além disso, são anti-

inflamatórias e algumas ainda aumentam o colesterol bom (HDL).

As gorduras ruins são as saturadas e as “trans” (gordura hidrogenada). As

primeiras são encontradas em alimentos de origem animal, como banha, carnes, manteiga

e leite integral. As outras são encontradas em produtos industrializados (salgadinhos,

biscoito, sorvete, chocolate etc.). Estas gorduras aumentam o colesterol “ruim” (LDL) e

as trans ainda reduzem o bom colesterol (HDL). Se consumidas com frequência e por

longo período, provocam entupimentos de artérias (podendo levar a problemas

cardiovasculares) além de promoverem maior inflamação no organismo. Este tipo de

gordura predispõe a pessoa à doenças como, cardiopatias, obesidade, doenças do fígado

e colesterol alto.

2.2.4 Os sais minerais Com base nos estudos realizados por Alvarenga (2007), podemos

dizer que os sais minerais funcionam juntamente com as vitaminas, ativando o

funcionamento das enzimas, e possibilitam que o corpo realize de forma precisa suas

atividades.

São alimentos fontes de minerais: leite, espinafre, couve, brócolos, nozes, trigo.

Ervilha, ovos, aveia, sal de cozinha e algas marinhas.

2.2.5 As vitaminas Segundo Alvarenga (2007), são substâncias que quando introduzidas

no organismo, desempenham importante papel de manutenção da saúde, no crescimento,

na defesa e na nutrição. São essenciais à saúde e não são fabricadas pelo organismo, a

maioria delas precisa ser ingerida diariamente. Algumas delas:

22

Vitamina A - É importante para o crescimento, para boa formação da pele,

das mucosas, dos ossos e dos dentes, além de ser essencial para a visão,

por fazer parte da formação da retina e da adaptação à escuridão. Essa

vitamina também aumenta a imunidade e a resistência contra agentes

infecciosos, protege contra gripes e resfriados. Além disso, ela age contra

a formação do câncer, já que atua como antioxidante, retardando o

processo de envelhecimento das células.

As maiores fontes de vitamina A são: fígado, peixes gordurosos, leite, ovos,

vegetais folhosos verde-escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados, como, cenoura,

abóbora, pêssego, maça e mamão.

Vitamina C - Melhora a imunidade, reduzindo a susceptibilidade a

infecções. É importante para o crescimento e a regeneração dos tecidos,

na síntese do colágeno, cicatrização e para a saúde das gengivas.

As maiores fontes de vitamina C são: frutas cítricas, kiwi, acerola, abacaxi, abóbora,

batata-doce, pimentão verde, milho, couve-flor, espinafre, repolho, tomate, mamão

papaia e manga.

Vitamina D - Modula a atividade imunológica, mas a sua principal função

diz respeito à absorção e utilização do cálcio e do fósforo, no

desenvolvimento e manutenção da saúde de ossos e dentes. Por isso, é

essencial na prevenção e tratamento da osteoporose e raquitismo.

As maiores fontes de vitamina D são: peixes (especialmente salmão e sardinha),

gema de ovo, leite e derivados.

Vitamina E - Reduz a pressão arterial e tem papel em diversos tecidos,

como o muscular e o nervoso. É recomendada em situações de

infertilidade e problemas no aparelho reprodutor. Sua deficiência pode

acarretar dificuldades na circulação sanguínea, na cicatrização, afetar a

pressão arterial e até ocorrer neuropatias periféricas (aumento ou perda de

sensibilidade nos nervos espalhados pelo corpo).

As maiores fontes de vitamina E são: óleos vegetais, azeite de oliva, ovos, leite,

fígado, nozes, castanhas, amêndoas, sementes de girassol, semente de abóbora e abacate.

Vitamina K - É necessária na coagulação sanguínea e na cicatrização.

Atua na formação óssea, prevenindo a osteoporose. A vitamina K impede

a progressão da placa de colesterol e inibe a calcificação arterial,

23

reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares e infarto. Sua deficiência

gera tendência à hemorragia, causando sangramento fácil da gengiva e da

pele. Em caso de cirurgia, o indivíduo com esta deficiência pode ter

hemorragia pós-operatória e pior recuperação, tendendo a correr mais

risco durante a operação.

As maiores fontes de vitamina K são: fígado, vegetais verdes (alface, brócolis, espinafre,

repolho), óleo, carnes, peixes, produtos lácteos e ervilha.

2.3 A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO

Os recursos didáticos são componentes presentes no espaço escolar: livro didático,

vídeos, a horta escolar, entre outros capazes de estimular os alunos para o alcance do

conhecimento. Os recursos didáticos têm como finalidade melhorar a qualidade de

transmissão e recepção das mensagens e tornar os conteúdos ministrados mais facilmente

assimiláveis, aprimorando o processo ensino-aprendizagem.

Para Souza (2007, p. 111), “Recurso didático é todo material utilizado como

auxílio no ensino aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado, pelo professor,

a seus alunos”. Os recursos didáticos apresentam algumas funções, como: fornecer

informações, orientar a aprendizagem, exercitar habilidades, motivar, avaliar, fornecer

ambientes de expressão e criação.

Baseado na Constituição Federal (1988), podemos dizer que uma alimentação

adequada é direito fundamental de todo ser humano inerente à dignidade da pessoa

humana, devendo o poder público e as instituições educacionais, adotar políticas,

estratégias e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança

alimentar e nutricional da população. Nesse contexto, as hortas escolares impedem a

violação do direito do ser humano a uma alimentação adequada, pois a mesma fornece

alimentos de qualidade, saudáveis, sem o uso de produtos químicos, prejudiciais a saúde.

De acordo com Costa, Vasconcelos e Corso (2012) vários estudos

epistemológicos têm sugerido a importância do consumo de hortaliças na promoção de

saúde e prevenção de doenças crônicas. Para os autores, o conhecimento sobre o consumo

desses alimentos, considerados protetores, torna-se essencial, uma vez que hábitos de vida

estabelecidos na infância podem ser mantidos na vida adulta.

24

A horta é uma atividade didática, podendo ser desenvolvida na unidade escolar,

pois é, um instrumento bastante ativo para a formação dos educandos, favorecendo o

aprendizado em diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, sobre educação

alimentar. Além de fornecer hortaliças, que contêm vitaminas e minerais, essenciais ao

corpo, a horta escolar contribui para uma alimentação de qualidade, permitindo a

participação dos educandos em atividades práticas, melhorando seus conhecimentos e

aperfeiçoando suas experiências.

O consumo de hortaliças pode ser desenvolvido numa instituição do

ensino com o envolvimento dos alunos. Além da satisfação de poder

aproveitar na alimentação escolar as hortaliças que ajudou a cultivar, o

aluno aprende o seu valor nutritivo, bem como seus benefícios para a

sua saúde. (ARAÚJO; DRAGO, 2011, p. 125).

A horta é um recurso pedagógico facilitador do processo de ensino-

aprendizagem, pois está relacionada ao prazer e à descoberta. Nela, o professor pode

propor o trabalho com diversos conteúdos. A Horta Escolar é uma ação local, que

consegue envolver toda a comunidade escolar, garantindo segurança alimentar e

nutricional.

A horta na escola é uma estratégia viva, capaz de promover estudos,

pesquisas, debates e atividades sobre questões [...] alimentar e

nutricional; estimular o trabalho pedagógico, dinâmico, participativo,

prazeroso, inter e transdisciplinar; integrar os diversos profissionais da

escola por meio de temas relacionados com a educação [...]alimentar e

nutricional (BARBOZA, 2007, p. 9 -10).

De acordo com a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de

2004, a horta escolar apresenta caráter nutricional, pois, o cultivo de frutas, hortaliças e

legumes, pode ampliar a oferta desses alimentos na escola, aumentar o valor nutricional

da merenda escolar, contribuir com uma refeição mais variada e fortalecer a familiaridade

das crianças com esses alimentos.

Com a implantação da horta escolar, será possível dinamizar e tornar lúdico o

ensino para uma alimentação saudável, através da oferta de subsídios para conteúdos

pedagógicos que contribuíram com as mudanças dos educandos, em relação aos hábitos

alimentares saudáveis. Contudo, a horta promoverá o estímulo dos alunos, em consumir

o alimento por eles cultivado. Para Araújo e Drago (2011), a horta escolar é de suma

importância para o desenvolvimento de atividades pedagógicas no âmbito da unidade

escolar.

25

Tal projeto deveria ser adotado por todas as escolas nas séries iniciais,

principalmente nas escolas públicas, onde as hortaliças poderiam fazer

parte da merenda escolar, porque conscientiza esses alunos sobre a

importância de uma boa alimentação e melhora o ensino [...], tornando-

o mais dinâmico (ARAÙJO; DRAGO, 2011, p. 127).

A horta escolar é um grande eixo dinamizador de atividades curriculares no ensino

fundamental, sendo um grande centralizador do ensino de uma alimentação saudável,

podendo contribuir de forma direta, com a qualidade de vida do educando, através da

oferta de alimentos nutritivos, essenciais à saúde.

Esse tipo de alimento tem um valor importante dentro de uma dieta

saudável. São alimentos fontes de micronutrientes, fibras e de

nutrientes com propriedades funcionais, como, por exemplo, os

carotenoides. Carotenoides são pigmentos amarelos, verdes e

vermelhos encontrados nos vegetais e com uma função antioxidante que

retardam o envelhecimento celular. Ademais, frutas e hortaliças

possuem poucas calorias em relação ao volume do alimento consumido,

favorecendo a manutenção saudável do peso corporal (SONATI, 2009,

p. 32).

De acordo com Silva, Munaretto e Mantovani (2011) as verduras e legumes

coletados na horta da escola servem [...] para enriquecer o cardápio do lanche, pois os

alunos desfrutarão de um lanche mais saboroso, saudável e nutritivo. Os alunos podem

também levar essas atividades práticas e esse conhecimento para sua própria casa,

desenvolvendo junto com sua família. “Pelo cultivo da horta, os educandos certamente,

terão o lanche escolar mais enriquecido e saboroso” (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.

43).

No contexto escolar, a horta se adequa como um recurso a ser utilizado para

relacionar teoria com a prática, sendo feito o estudo dos conteúdos, relacionando-os com

as vivências cotidianas dos alunos. Quando o professor aplica o conteúdo, por exemplo,

“o estudo dos valores nutricionais das hortaliças”, o aluno conseguirá se aprimorar melhor

do conteúdo, facilitando seu conhecimento, pois o mesmo alcançará de maneira mais

significativa o que foi visto na teoria, a partir do contato com as hortaliças na própria

horta.

O Professor [...] sente a necessidade de associar a teoria com a prática,

para a construção do conhecimento do aluno, pois o conteúdo deve ser

associado com a realidade, para que ocorra de maneira mais fácil a

aprendizagem (SILVA, MUNARETTO, MANTOVANI, 2011, p. 56).

É possível trabalhar com o tema alimentação em todas as disciplinas do currículo

escolar. Cabe aos professores, utilizar o espaço da horta escolar, para a realização de

26

atividades integradoras, que facilitem a oportunidade de novos conhecimentos por parte

dos alunos.

Utilizando o alimento como tema e a horta como espaço de

experimentação, o professor [...] pode desenvolver várias temáticas e

atividades integradoras dos vários campos do conhecimento, que,

certamente, vão gerar novas aprendizagens (BARBOSA; MARTINS,

2008, p. 44).

Para Fernandes (2007) com uma pequena horta escolar, podem-se atingir vários

objetivos, como, melhorar a educação dos escolares, mediante uma aprendizagem ativa e

integrada a um plano de estudos de conhecimentos teóricos e práticos sobre diversos

conteúdos, produzir verduras e legumes frescos e sadios a baixo custo. Para isso basta

que as hortaliças sejam plantadas e cuidadas com carinho e dedicação, proporcionando

aos escolares experiências de práticas ecológicas para a produção de alimentos, de tal

forma, que possam transmiti-las a seus familiares e consequentemente, aplicá-las em

hortas caseiras ou comunitárias, complementando os programas de merenda escolar com

alimentos frescos, ricos em nutrientes e sem contaminação por agrotóxicos.

Sendo assim, é importante perceber que o aprendizado com a horta escolar vai

além dos muros da escola, ou seja, o consumo de hortaliças não será restrito apenas ao

tempo em que os alunos passam na unidade escolar, permanecendo também nas refeições

diárias servidas em casa, uma vez que as crianças entendendo a importância do consumo

desses alimentos para a sua saúde, qualidade de vida e bem estar, influenciarão os pais

para a obtenção desses produtos. “Certamente, a horta escolar provoca um movimento e

uma relação mais estreita entre o estudante e alimento” (BARBOSA; MARTINS, 2008,

p. 46). A escola como interessada na promoção de hábitos alimentares saudáveis dos seus

alunos, deve chamar a atenção dos familiares, para o fato de que também precisam adotar

a horta nas suas residências, como apoio a uma alimentação que deve ser variada, rica em

nutrientes, longe do uso de produtos químicos, para que desta forma, proporcione

alimentos saudáveis, de caráter orgânico.

Infelizmente, não são todas as pessoas que têm aceso a uma alimentação de

qualidade, balanceada e com todos os nutrientes que o corpo necessita. Podemos citar

como exemplo, a falta de dinheiro para a compra desses alimentos, por não serem de

baixo custo, devido à falta da sua produção. Outro fator é a preferência das famílias pelo

consumo de alimentos inadequados, como massas, frituras e refrigerantes, que se

ingeridos em bastante quantidade, prejudicam a saúde.

27

Sabedores de que muitas crianças e adolescentes não tem acesso a

hortaliças e legumes em sua alimentação, muitas vezes por falta de

recursos financeiros da família, ou ainda por hábitos alimentares, e

sabedores também, das graves consequências que isto lhes acarreta

estamos implantando e implementando a horta escolar como

demonstração concreta e real da possibilidade e da visibilidade de

alcançarmos uma alimentação mais saudável [...] (BARBOZA, 2007,

p. 42).

É na horta que iremos encontrar alimentos provenientes de nutrientes, que

auxiliam no bom funcionamento do nosso corpo.

As hortaliças fornecem, principalmente, pró vitamina A, vitamina B e

vitamina C, além de minerais como cálcio, fósforo e ferro, e fibras

necessárias ao bom funcionamento dos intestinos. Entretanto, a saúde

só será preservada se o consumo de hortaliças for diversificado, isento

de contaminação por patógenos ou agrotóxicos e equilibrado

nutricionalmente (FERNANDES, 2007, p. 13).

Fernandes (2007) ainda acrescenta que a alimentação adequada exige alimentos

que contenham carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais e vitaminas. Portanto, é

recomendável uma alimentação diversificada e a ingestão de pelo menos cinco variedades

de hortaliças em cada refeição. O consumo diário de hortaliças na dieta é uma boa garantia

de saúde.

A horta escolar é uma estratégia de educar para a alimentação saudável, na

medida em que oportuniza ações voltadas para o estímulo de hábitos alimentares

adequados, que sejam colocadas em prática e aliadas à formação dos indivíduos em idade

escolar.

Por isto enfatizamos que a horta escolar não tem por finalidade produzir

alfaces, coentros e cenouras apenas; ela objetiva algo maior: a

abordagem das temáticas [...] alimentação e nutrição com vistas a

mudanças dos maus hábitos alimentares [...], por meio de uma prática

pedagógica dinâmica, prazerosa e geradora de aprendizagens

(BARBOZA, 2007, p. 53).

O simples fato de a merenda escolar conter hortaliças no seu cardápio, já ajuda no

incentivo ao consumo desses alimentos pelos alunos. Além do mais, com a horta a escola

pode diminuir o custo da merenda escolar, complementando com a compra de outros

alimentos, que sejam nutritivos e de qualidade.

O custo de algumas verduras pode se tornar mais barato quando criamos

as hortas dentro das escolas [...]. Além disso, essa prática garante o

fornecimento de uma merenda mais variada e, consequentemente, mais

saudável [...] (BRASIL, 2005, p. 78).

28

Infelizmente, a oferta e a propaganda para alimentos não saudáveis de baixo valor

nutritivo estão presentes nos nossos dias atuais. Cabe com a horta escolar, através do

incentivo do consumo de hortaliças, garantir um futuro mais saudável.

Os hábitos, preferências e aversões são estabelecidos nos primeiros

anos e levados até a fase adulta, quando frequentemente as mudanças

de hábitos encontram resistência, incentivar a criança a comer mais

frutas, verduras e legumes é apostar em um futuro mais saudável e

assegurar a essa criança a capacidade de escolher melhor seu próprio

alimento, uma vez que o excesso de oferta de alimentos poucos

saudáveis continuará a fazer parte da sociedade moderna (SONATI,

2009, p. 33).

Para Maciel (2009, p. 69) “o sentido da modificação do padrão de consumo

alimentar é o da inclusão de frutas e hortaliças nas refeições, limitar o consumo de

gorduras saturadas, sal, refrigerantes e aumentar o consumo de fibras”. Sendo que,

refeições compostas por uma grande quantidade de alimentos industrializados e poucas

hortaliças, tem sido resultado de agravos na saúde. Por isso, é importante que a escola

utilize estratégias como a horta escolar, capaz de contribuir com mudanças na cultura

alimentar.

[...] por meio da promoção da ação escolar e de uma educação integral

dos educandos, é possível gerar mudanças na cultura da comunidade no

que se refere à alimentação, à nutrição, à saúde e à qualidade de vida de

todos, sobretudo, tendo a horta escolar como o eixo gerador de tais

(BRASIL, 2008, p. 48-49).

Como já mencionado, o nosso corpo precisa de alguns nutrientes presentes nos

alimentos para se manter saudável, a horta escolar favorece o acesso dos escolares a esses

alimentos que auxiliam na manutenção da saúde. Além disso, a horta escolar diversifica

o currículo e envolve os escolares em atividades didáticas.

A formação de hortas [...] escolares e/ou comunitárias é estratégia que

também facilita o acesso a esses alimentos, além de ser um excelente

instrumento de atividades didáticas, complementação de renda,

participação e mobilização social, entre outras vantagens. Uma horta

[..] escolar possibilita que toda a comunidade escolar se envolva nas

atividades de alimentação e saúde e, para uma diversidade de conteúdos

do currículo, a horta/ pomar pode constituir-se num interessante tema

transversal favorecedor de diferentes parcerias (BRASIL, 2008, p. 42-

43).

29

3 METODOLOGIA

Este capítulo está organizado da seguinte maneira: primeiramente apresentamos o tipo

de pesquisa que realizamos. Em seguida, os sujeitos participantes e o campo onde foi

realizada a pesquisa. Na sequência, identificamos o instrumento utilizado na coleta de

dados, e por fim, os procedimentos metodológicos que direcionaram a mesma.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Tomamos para esta pesquisa a abordagem qualitativa, porque se preocupa com os

aspectos da realidade, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das

relações sociais. Interessamo-nos pelas atitudes que diferentes pessoas tomam para dar

sentido às suas vidas e a forma como estruturam o mundo social em que vivem.

O objetivo da pesquisa qualitativa é trazer à tona o que os participantes

pensam a respeito do que está sendo pesquisado. Não é só a visão de

pesquisador que é importante, mas também o que o sujeito tem a dizer

em relação ao problema (MARTINELLI, 1999, p. 21-22).

Esta é uma pesquisa-ação, caracterizada pela resolução de um problema

diagnosticado no âmbito da unidade escolar, com o qual os pesquisadores e participantes

estão envolvidos de modo participativo e cooperativo. Visa colaborar com a elaboração

de estratégias e ações que auxiliem os agentes na sua atividade transformadora da

situação.

A pesquisa-ação é aquela que o pesquisador faz intervenções diretas na

realidade social que se apresenta com algum problema. Ele interage de

forma intensa com os sujeitos pesquisados e com a realidade que o

cerca. Além de constatar o problema e suas causas, ele procura agir para

solucioná-lo de modo prático e conscientizar os sujeitos envolvidos

sobre a melhor forma de evitar a ocorrência de tais problemas

(XAVIER, 2010, p. 47).

Xavier (2010) ainda acrescenta que, neste tipo de investigação, o cientista

pesquisa enquanto age, e propõe mudanças que são aplicadas por ele mesmo.

3.2 CAMPO E SUJEITOS DA PESQUISA

Esta pesquisa foi desenvolvida em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental

de uma escola do município de Garanhuns-PE, que atende às seguintes modalidades:

Educação Infantil e Ensino Fundamental, durante os turnos diurno e vespertino. Os

sujeitos participantes da pesquisa foram 18 alunos, entre eles 8 do sexo masculino e 10

30

do sexo feminino, com faixa etária entre 8 a 10 anos de idade. A escolha da escola campo

se deu pelo fato de o pesquisador ser bolsista do Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência (PIBID), em que o mesmo desenvolveu o projeto, e por ter percebido

a necessidade de se trabalhar a temática alimentação saudável, utilizando como recurso

didático uma horta escolar.

Por questões éticas, os alunos foram informados previamente que estariam sendo

estudados, concordando em participar voluntariamente da pesquisa. Pedimos a

autorização da gestora e da professora da turma para a execução da pesquisa, garantindo

total sigilo e proteção dos dados, como também o tratamento igual para com todos os

sujeitos envolvidos. Explicamos a necessidade da pesquisa sobre o tema, os objetivos e

os procedimentos metodológicos.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Utilizamos como instrumento de coleta de dados desta pesquisa um questionário,

sendo aplicado aos alunos antes e ao término das aulas teóricas e práticas sobre a

importância de uma alimentação saudável para a melhoria da qualidade de vida. Com ele

identificamos as concepções prévias dos estudantes sobre alimentação saudável, partindo

para um trabalho de reeducação alimentar através do consumo de hortaliças,

contribuindo, dessa forma, para a qualidade de vida dos sujeitos estudados. Também

analisamos se houve mudanças no conceito de hábito alimentar saudável dos alunos após

a construção e utilização da horta escolar como um recurso didático para o estudo do

referido conceito.

O questionário foi estruturado, em questões abertas e fechadas e teve como

objetivo obter o máximo de informações por meio das perguntas dirigidas aos alunos

sobre o conceito de alimentação saudável. Buscamos também identificar com o

questionário, que tipos de alimentos são consumidos pelos estudantes em suas refeições

diárias, se há a presença de hortaliças, a concepção dos mesmos sobre alimentação

saudável e se reconhecem a necessidade de mudança dos hábitos alimentares.

As diversas questões utilizadas no questionário e a análise dos planos de aulas

forneceram informações para atingir os objetivos específicos, conforme mostrado no

quadro a seguir:

31

OBJETIVOS ESPECÍFICOS INSTRUMENTOS

Identificar as concepções iniciais dos

alunos sobre alimentação saudável;

Questionário

Caracterizar os aspectos de uma proposta

pedagógica que utiliza a horta escolar

para trabalhar o conceito de alimentação

saudável;

Análise de conteúdo dos planos de aula.

Avaliar se houve mudança na concepção

alimentar dos alunos após a experiência

com a proposta pedagógica.

Questionário

A partir da análise das respostas do primeiro questionário, aplicado aos alunos do

3º ano, desenvolvemos aulas teóricas sobre alimentação saudável e aulas práticas, através

da construção de uma horta escolar.

Dando continuidade à pesquisa aplicamos novamente o mesmo questionário que

foi aplicado antes das aulas teóricas e práticas, com o objetivo de identificar as possíveis

mudanças conceituais dos alunos sobre alimentação saudável, e se a horta escolar

enquanto recurso didático contribuiu para a compreensão desse conceito.

3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Após termos a autorização da gestora da escola e da professora da turma,

iniciamos a pesquisa aplicando um questionário aos alunos. Na semana seguinte, após

termos analisado as respostas dos alunos, demos início às aulas teóricas e práticas. Foram

quatro aulas, em semanas consecutivas, nos quais os alunos envolvidos puderam refletir

sobre os diferentes aspectos da temática proposta.

Na primeira aula, trabalhamos os alimentos e sua importância para os seres

humanos, e alimentação saudável. Desenvolvemos atividades individuais e em grupo,

sempre considerando o conhecimento prévio dos alunos, buscando relacioná-los a

conceitos científicos.

Na segunda aula, trabalhamos os tipos e grupos de alimentos. Para isso,

mostramos um vídeo sobre os tipos de alimentos (energéticos, construtores e reguladores)

e os grupos de nutrientes (proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídeos e sais minerais) e

suas funções no corpo. Também apresentamos a pirâmide alimentar.

Na terceira aula, trabalhamos os tipos de hortas e sua importância na alimentação

saudável. De início, fizemos alguns questionamentos aos alunos, buscando identificar o

que eles já sabem sobre o assunto. Em seguida, explicamos o conceito de horta e os

32

cuidados de que ela necessita, trabalhamos com um texto sobre os principais tipos de

horta (doméstica, comunitária, comercial e orgânica, dando maior respaldo à horta

escolar. Apresentamos slides sobre o conceito de hortaliças, bem como, a sua importância

na alimentação saudável.

Na quarta aula, construímos, junto aos alunos, a horta escolar. Para isso,

construímos o canteiro no terreno livre da escola e plantamos sementes e mudas de

hortaliças, explicando o valor nutricional de cada uma. Montamos uma roda de conversa,

para refletir sobre as experiências e aprendizagens proporcionadas pela construção da

horta na escola.

Dando continuidade a esse processo de desenvolvimento da pesquisa, após uma

semana do término das aulas teóricas e práticas, aplicamos o mesmo questionário para

verificarmos se houve alterações na concepção dos alunos sobre a temática estudada e

possíveis mudanças nos hábitos alimentares.

33

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo apresentamos as análises dos questionários aplicados aos alunos

antes e depois das aulas teóricas e práticas, bem como, as análises das aulas teóricas e

práticas desenvolvidas durante a realização da pesquisa.

4.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS ANTES E DEPOIS DAS

AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS

Foram construídas categorias para análise das respostas dos questionários

direcionados aos alunos antes e depois das aulas teóricas e práticas, relacionando-as à

fundamentação teórica da pesquisa.

Para categorização das respostas obtidas no questionário foram construídos

quadros. O primeiro apresenta os tipos de alimentos mais consumidos pelos alunos

durante as suas refeições diárias: café da manhã, almoço, jantar e lanches. O segundo

sintetiza a opinião dos alunos sobre como cada um dos alimentos consumidos por eles

ajudam a manter a sua saúde. O terceiro mostra se eles consideram a sua alimentação

saudável, justificando a sua resposta. O quarto resume o que eles entendem por uma

alimentação saudável. O quinto apresenta os alimentos por eles considerados saudáveis.

Na categorização do primeiro quadro, organizamos os alimentos apresentados nas

respostas dos alunos nos seguintes grupos:

Alimentos energéticos extras são representados pelos açúcares simples, doces e

tortas elaborados, juntamente aos óleos vegetais e outros tipos de gorduras.

Alimentos construtores incluem os alimentos fonte de proteína como o leite e

seus derivados, carnes, ovos e leguminosas (feijão, soja, lentilha, ervilha, etc.).

Esses alimentos têm a capacidade de construir e regenerar tecidos corporais

(músculos, pele, ossos, etc.).

Alimentos reguladores são representados pelas frutas, verduras e hortaliças e são

capazes de fornecer vitaminas, sais minerais, fibras e determinadas quantidades

de carboidratos.

Alimentos energéticos são a nossa maior e primeira fonte de carboidratos,

fornecendo energia na forma de glicose, que serve de combustível para nosso

organismo realizar as funções físicas e mentais. Estão incluídos os carboidratos

complexos: cereais, farinhas e pães (integrais ou não), raízes e tubérculos e as

massas.

34

QUADRO 1. Quais são os alimentos que compõem as suas refeições diárias?

Categoria

dos tipos de

alimentos

Café da manhã Almoço Jantar Lanches

Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois

Alimentos

Energéticos

extras

A5 A17 A10,

A17

A8,

A16

A1, A14 A1, A2,

A3, A4,

A5, A7,

A8, A9,

A10, A11,

A13, A14,

A15, A17,

A18

A2, A4,

A6, A7,

A8, A9,

A13, A14,

A15, A18

Alimentos

Construtores

A1, A2,

A3, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10, A13

A15, A16,

A17

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A18

A1, A2,

A3, A4,

A5, A6,

A7,A8,

A9, A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A1, A2,

A3, A5,

A7, A9,

A11,

A13,

A17,

A18

A2, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A13,

A15

A3, A4,

A6, A10,

A12

A1, A2,

A4, A10,

A12, A16,

A17

Alimentos

Reguladores

A1, A2,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A14,

A15,

A16,

A17

A3, A4,

A9, A15

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A6 A4, A6,

A14, A16,

A18

A1, A2,

A4, A6,

A7, A8,

A9, A10,

A11, A12,

A13, A14,

A15, A16,

A18

Alimentos

Energéticos

A1, A2,

A3, A4,

A5, A6,

A7, A8,

A9, A10,

A11, A12,

A13, A14,

A15, A16,

A17, A18

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A1, A2,

A3, A4,

A5, A6,

A7, A8,

A9, A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A1, A3,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A16,

A17,

A18

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A8, A9,

A10,

A11,

A12,

A13,

A14,

A15,

A16,

A17,

A18

A3, A6,

A12, A16,

A17, A18

A1, A2,

A4, A5,

A6, A7,

A12, A15,

A16, A17

Ao realizarmos uma análise comparativa das respostas dadas pelos alunos na

primeira questão do questionário antes das aulas práticas e teóricas, percebemos que os

hábitos alimentares dos mesmos não correspondiam a uma alimentação totalmente

35

saudável, pois não consumiam alimentos de todos os tipos, ou seja, não apresentava uma

variedade dos grupos alimentares, como por exemplo, os alimentos reguladores,

representados pelas frutas, legumes e verduras não foram citados. Estes são importantes

na absorção de nutrientes, aumentam a resistência contra infeções e promovem o

funcionamento do intestino.

Podemos observar a falta do consumo desses alimentos nas respostas dadas pelos

alunos 2 e 13:

(A2) Café com leite, pão, arroz, feijão, pizza, cuscuz, carne, ovo, biscoito e todinho;

(A13) Pão com salsicha, feijão, arroz, macarrão, pão com ovo, cuscuz, biscoito e

salgadinho.

Porém, quando analisamos as respostas dadas à mesma questão após a realização

das aulas teóricas e práticas, identificamos o consumo de frutas, verduras e legumes

durante as refeições cotidianas dos alunos. O que significa uma melhora na alimentação

dos mesmos, estando mais equilibrada.

(A2) Café, pão, frutas, chocolate quente, leite, cachorro quente, bolacha, arroz, feijão,

carne, pizza, lasanha, salada, sopa, iogurte, biscoito e maça;

(A13) Pão com salsicha, café com leite, macarrão, arroz, feijão, carne, salada de pepino,

tomate, suco de morango, sopa, cuscuz com manteiga, salgadinho, biscoito, refrigerante

e frutas.

De acordo com Freitas (2002) uma alimentação saudável e balanceada é um dos

fatores predominantes para se ter uma boa saúde, pois somos formados por aquilo que

comemos. O sangue, os nervos, os músculos e as células são constituídas e renovadas de

acordo com o que ingerimos. A alimentação influi diretamente em nossa disposição, em

nosso estado emocional e também em nossa inteligência.

Na categorização do segundo quadro, organizamos as respostas dos alunos de

acordo com as seguintes categorias: Conceituou – quando os alunos apresentaram uma

definição de como os alimentos ajudam a manter a sua saúde; Conceituou e deu exemplos

de alimentos que ajudam a manter a sua saúde; Deu exemplos, quando não conceituou

mais apresentou exemplos de alimentos que ajudam a manter a sua saúde; não respondeu.

QUADRO 2. Como cada um desses alimentos ajudam a manter a sua saúde?

Categorias Antes Depois

Conceituou A1, A3, A4, A5, A6, A10, A11,

A12, A13, A16, A17

A1, A2, A4, A5, A6, A7, A8, A9,

A10, A11, A12, A13, A14, A15,

16, A17, A18

Conceituou e deu exemplos A9, A14, A15, A18 Deu exemplos A7, A8

36

Não responderam A2 A3

Verificamos que antes das aulas teóricas e práticas não havia um entendimento

significativo por parte dos alunos a respeito de como os alimentos ingeridos por eles

podem contribuir com o bem estar de sua saúde, proporcionando assim, o bom

funcionamento do corpo. Observamos isso nas respostas dos alunos:

(A15): Porque tem ferro, o feijão que todo mundo come;

(A18): A cenoura é boa para os ossos.

Ao analisarmos as respostas dadas ao questionário após as aulas teóricas e

práticas, pudemos perceber que os alunos apresentaram novos elementos em suas

respostas, o que mostra uma construção significativa do conceito trabalhado nas aulas.

Eles justificaram a importância dos alimentos consumidos para o favorecimento de sua

saúde.

(A15): Protege a nossa pele e nos faz ficar fortes com boa aparência;

(A18): Protege o corpo de doenças, deixa os cabelos, as unhas e os dentes em bom estado.

Inicialmente, pudemos perceber que não havia por parte dos alunos a preocupação

em conhecer que possíveis reações ocorrem em seu corpo devido ao consumo de

determinados alimentos. Eles estavam preocupados apenas em saciar a fome, sem se

importar com a qualidade e quantidade dos alimentos consumidos.

Essa concepção não faz mais parte do entendimento dos alunos sobre como se

alimentar, ambos compreendem que para estarem bem alimentados e preservarem a sua

saúde, devem optar pela escolha de alimentos que atendam às suas exigências

nutricionais.

QUADRO 3.Você considera sua alimentação saudável? Por que?

Categorias Justificativa Antes Depois

Sim Conceitos

científicos

A1, A2, A4, A5, A6, A8,

A9, A11, A12, A13,

A14, A15, A16, A17,

A18

Antes Depois

A1, A2, A3, A4,

A5, A6, A7, A8,

A9, A10, A11,

A12, A13, A14,

A15, A16, A17,

A18

A1, A2,

A3, A4,

A5, A6,

A7, A8,

A9, A10,

A11, A12,

A13, A14,

A15, A16,

A17, A18

Conceitos do

senso comum

A1, A2, A3, A4,

A5, A6, A7, A8,

A10, A11, A12,

A13, A14, A15,

A18

A7, A10

Deu exemplos de

alimentos

A17

Não respondeu A9 A3

Não

37

Antes Depois Conceitos

científicos

A16, A17 Conceitos do

senso comum

A16, A17

Deu exemplos de

alimentos

Não respondeu

Na terceira questão do questionário, antes das aulas teóricas e práticas,

perguntamos aos alunos se eles consideram a sua alimentação saudável, todos

responderam que sim, sendo que, dois dos alunos optaram pelas duas alternativas.

Oportunizamos dizer que ambos assim fizeram por estarem cientes de que consomem

alimentos de boa procedência, como também aqueles que não são característicos de uma

alimentação adequada. Como podemos perceber nas respostas dadas:

(A16): Sim, eu como coisas saudáveis, e não, porque como doces e salgadinho.

(A17): Sim, porque como as coisas que dão força, e não, porque como batata frita.

Ao dizerem que sua alimentação é saudável, os alunos não apresentaram conceitos

bem definidos acerca da temática, apresentando apenas conhecimentos do senso comum.

(A 6): A gente fica forte;

(A15): Porque eu gosto.

Portanto, torna-se evidente que é preciso que as escolas adotem a alimentação

saudável como componente curricular, sendo uma ação primordial, proporcionar o estudo

desse tema, por favorecer aos alunos uma melhor compreensão de seus hábitos

alimentares. Bizzo e Leder (2005) afirmam que a educação nutricional propõe a

construção coletiva do conhecimento através do planejamento didático com participação

entre escola, equipe de saúde, a criança e a família, além dos conteúdos trabalhados nas

aulas, respeitando os saberes e as vivências dos educandos.

O Ministério da Saúde acrescenta que haja prevenção de doenças, é fundamental

trabalhar a saúde no período escolar, sendo esse espaço propício e privilegiado para o

desenvolvimento de programas de intervenção junto à população, pois sua abrangência

não se restringe ao ensino, inclui também ações de promoção de saúde, as relações escola

e família, alimentação escolar e promoção de um ambiente saudável. (BRASIL, 2003).

Já nas respostas dadas após as aulas teóricas e práticas, os alunos apresentaram

conceitos mais significativos e argumentados ao dizerem que sua alimentação é saudável.

(A 6): Porque é composta de alimentos de todos os grupos da pirâmide alimentar;

38

(A 15): Porque é nutritiva e saborosa.

Diante das respostas apresentadas, percebemos que os alunos compreenderam que

uma alimentação saudável deve ser variada e equilibrada, a fim de oferecer diferentes

tipos de nutrientes, que estão presentes em vários alimentos, inclusive naqueles que

devemos comer com moderação, como é o caso, dos doces e salgados.

Outra questão mencionada pelos alunos é com relação ao sabor dos alimentos.

Porém, apesar de considerarmos a qualidade do sabor como algo atrativo para o consumo

dos alimentos, não hesitamos em dizer que alimentos considerados inadequados, podem

ser saborosos, como também, precisamos consumir aqueles que podem não ser de sabor

agradável, mas que possuem um valor nutricional importante para o nosso corpo.

QUADRO 4. O que você entende por uma alimentação saudável?

Categorias Antes Depois

Conceituou A1, A3, A4, A9, A10, A12, A13,

A14, A15, A17, A18

Todos os alunos conceituaram.

Conceituou e deu exemplos de

alimentos

A 6, A11

Deu exemplos de alimentos A2, A5, A7, A8, A16 Não responderam

A quarta questão do questionário corresponde às concepções dos alunos sobre

alimentação saudável antes e após as aulas teóricas e práticas. Pudemos observar que os

mesmos não apresentavam conceitos científicos, apresentando nas suas respostas

conhecimentos adquiridos no cotidiano e exemplos de alimentos.

(A 2): Café e pão;

(A 6): Arroz, feijão e carne.

É pertinente ressaltar, que além dos alunos não terem apresentado conceitos

característicos de uma alimentação saudável, os alimentos por eles citados, não

correspondem totalmente a uma alimentação adequada, por haver uma carência de

nutrientes, presentes em outros alimentos.

Segundo Valente (2002) uma prática de educação alimentar é aquela que contribui

para construção de seres humanos saudáveis. O que garante uma alimentação saudável

são as escolhas certas dos alimentos, que possam garantir uma variedade de nutrientes

para manutenção da saúde.

Após as aulas teóricas e práticas, observamos mudanças na concepção dos alunos

sobre alimentação saudável. Apresentaram conceitos científicos sobre o tema.

Compreendemos que os alunos ampliaram os seus conhecimentos, ao mostrarem que uma

39

alimentação saudável é aquela que oferta os nutrientes necessários ao corpo, mantendo-o

funcionando em perfeito estado, além de ser balanceada. O que fez com que eles

pudessem compreender que é necessário o consumo de um maior número de alimentos

em quantidades ideais ao próprio corpo.

(A 2): Aquela que é rica em nutrientes essenciais ao corpo;

(A 6): Tem que ser balanceada e de qualidade.

Podemos dizer que os alunos compreenderam que cada alimento é essencial para

uma parte do corpo, alguns ajudam no funcionamento do coração, dos pulmões, outros

revigoram a pele, mantêm as unhas e os cabelos fortes, desta forma, prevenindo doenças.

Portanto, torna-se necessário que a escola esteja pronta para lidar com esses

assuntos que envolvem a saúde dos seus alunos, e que está totalmente voltada para a

questão da alimentação saudável, podendo o professor utilizar ferramentas que auxiliem

os alunos na mudança de concepção alimentar. Durante as aulas, foi possível perceber

como as estratégias pedagógicas proporcionaram aos alunos a análise, a reflexão e a

mudança de concepção a partir dos conceitos científicos trabalhados em sala de aula.

Desta forma, garantindo aos alunos várias aprendizagens sobre o tema, que

consequentemente, ajudará na escolha dos seus hábitos alimentares.

QUADRO 5. Quais são os alimentos que você considera saudáveis?

Categorias Antes Depois

Frutas e verduras A1, A3, A4, A6, A9, A10, A11, A13,

A15

A1, A2, A4, A5, A6, A7, A8, A9,

A11, A12, A13, A14, A15, A16,

A17

Grão A2, A3, A6, A7, A8, A12, A13, A14,

A14, A16, A17, A18

A1, A2, A4, A5, A6, A7, A9, A12,

A13, A14, A15, A18

Massas A2, A5, A6, A7, A14 A2, A6, A13, A14, A17, A18

Carnes A2, A3, A5, A7, A12, A14, A15,

A16, A17, A18

A4, A6, A9, A13, A14, A16, A18

Leite A4, A7, A9, A15, A17

Água A12 A8, A16, A17

Café A2 A2

Guloseimas A3, A15, A17 A16

Não responderam A3

A quinta questão do questionário, se refere aos alimentos considerados saudáveis

pelos alunos antes e após as aulas teóricas e práticas. De início, percebemos que eles

tinham a concepção de que uma alimentação saudável devia ser composta por frutas,

verduras e legumes, com mais importância que os demais grupos de alimentos.

(A1): Tomate, alface, cenoura e pimentão;

(A10): Verduras e legumes.

40

Após as aulas, os alunos ampliaram o número de alimentos por eles considerados

saudáveis, compreendendo que alimentar-se diariamente apenas de frutas, verduras e

legumes não é essencial, por causar o emagrecimento, além da falta de energia para

brincar, estudar, trabalhar, dificultando o seu crescimento. Devendo optar por alimentos

de todos os grupos alimentares, resultando no fortalecimento da saúde, com energia e

força para resolver as suas atividades cotidianas.

(A1): Feijão, arroz, frutas e verduras;

(A10): Arroz, feijão, carne, verduras, legumes, leite e ovo.

Entre os alimentos apresentados pelos alunos, poucos consideraram a água como

um alimento, apesar de reconhecerem a sua importância para a vida dos seres humanos.

Ainda assim, houve um aumento com relação às respostas apresentadas ao primeiro

questionário, antes das aulas teóricas e práticas.

4.2 ANÁLISE DAS AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS

Através da realização das aulas teóricas e práticas, percebemos que a participação

dos alunos ocorreu de forma significativa em todas as atividades propostas, por serem

atividades diferenciadas, que despertaram o interesse e a motivação dos alunos para o

alcance do aprendizado, tornando as aulas dinâmicas e prazerosas.

Na primeira aula, buscamos identificar os conhecimentos prévios dos alunos a

partir de reflexões sobre os motivos pelos quais nos alimentamos. Para isso, colamos

cartazes na lousa, com as seguintes perguntas: O que é alimento? Por que comemos? O

que é ter uma alimentação saudável? Nessa atividade os alunos se sentiram bastante

motivados em darem as suas opiniões sobre as questões levantadas. À medida em que os

alunos iam dando as suas respostas, íamos anotando-as nos cartazes, para em seguida

fazermos uma discussão.

No segundo momento da aula, dividimos a turma em quatro grupos, cada grupo

recebeu uma sacola com figuras de alimentos. Os alunos aguçaram a sua curiosidade em

saber o que aconteceria por diante. Todos os componentes de cada grupo tiveram a

oportunidade de verificar as figuras que estavam na sacola. Dando continuidade, um

representante de cada grupo apresentou as figuras para os demais colegas da turma. Após

cada apresentação, perguntávamos se os alimentos daquela sacola correspondiam a uma

alimentação saudável. As sacolas estavam denominadas de “A, “B”, “C” e “D”.

41

Com isso, proporcionamos uma discussão entre os grupos e mostramos qual a

sacola que correspondia a uma alimentação saudável. Explicamos o que aconteceria, ao

comermos apenas dos alimentos das outras sacolas. Essa atividade proporcionou aos

alunos a compreensão de que uma alimentação saudável deve ser balanceada, ou seja,

composta por alimentos de todos os grupos.

Na segunda aula, apresentamos um vídeo sobre os tipos de alimentos (energéticos,

construtores e reguladores). O professor deve optar por recursos didáticos que possam

favorecer a qualidade das aulas. De acordo com Freitas (2007), todo e qualquer recurso

utilizado em um procedimento de ensino, visa estimular e aproximar o aluno do processo

de ensino-aprendizagem. Desta forma, fazendo com que os educandos se sintam

motivados a aprender.

Em seguida, dividimos a turma em grupos, cada equipe representou um dos grupos

de nutrientes, com o objetivo de encontrarem informações sobre eles, para serem

montadas tabelas ou cartazes com as informações que estavam espalhadas pelo birô da

sala. Os alunos fizeram a apresentação dos cartazes produzidos por eles e refletiram sobre

as suas opiniões acerca da importância desses alimentos para o corpo. Sem dúvida, essa

foi uma atividade que teve total envolvimento dos educandos.

Distribuímos na turma, para todos os alunos, um esquema vazio da pirâmide

alimentar, nas bordas havia uma numeração com a quantidade de porções que devemos

ingerir de cada grupo alimentar. Solicitamos aos educandos, que preenchessem os

espaços vazios com o nome dos alimentos que achavam correspondentes aos espaços. Ao

concluírem, mostramos em forma de cartaz um esquema original de uma pirâmide

alimentar. Essa atividade fez com que os alunos entendessem como é constituída a

pirâmide alimentar, passaram a conhecer quais os alimentos que devemos consumir em

maior quantidade, e aqueles que devemos evitar durante as refeições diárias.

Com base em Achterberg et al. (1994) a pirâmide alimentar é um instrumento de

orientação nutricional, utilizado por profissionais com objetivo de promover mudanças

de hábitos alimentares visando a saúde global do indivíduo e a prevenção de doenças.

Para Welsh et al. (1992) é uma representação gráfica facilitadora para a visualização dos

alimentos assim como a sua escolha nas refeições do dia.

Iniciamos a terceira aula fazendo alguns questionamentos aos alunos, tais como:

Quem conhece uma horta? O que é uma horta? Para que serve? As respostas obtidas

foram anotadas na lousa à medida que os educandos iam se pronunciando. Todos eles

42

disseram já ter visto uma horta, mas que nunca tinham plantado. Sintetizaram as suas

respostas em dizer que a horta serve para plantar verduras, legumes e frutas.

Demos continuidade, explicando o conceito de horta. Para melhor compreensão

dos alunos, distribuímos um texto sobre os principais tipos de horta, para ser lido e

interpretado. Em dupla, os educandos fizeram uma apresentação sobre as suas

interpretações. Essa atividade resultou no interesse dos educandos em construírem hortas

nas suas próprias casas, compreendendo que as mesmas podem melhorar a alimentação

de suas famílias, como também, ajudar na renda familiar.

Ao discutirmos sobre a horta escolar, os educandos ficaram entusiasmados para

construir uma na própria escola. Explicamos que ela precisa de devidos cuidados como

regar e eliminar plantas daninhas. Todos se mostraram evidentemente compromissados.

Apresentamos slides retratando a importância das hortaliças para uma alimentação

saudável. Para identificarmos a compreensão dos educandos foi requerido que eles

produzissem um pequeno texto. Ao fazermos análise deste, em geral, percebemos que os

educandos entenderam que as hortaliças são importantes fontes de vitaminas e sais

minerais, que ajudam a regular e a manter o bom funcionamento do organismo. No final

da aula, solicitamos que todos trouxessem para o nosso próximo encontro, sementes ou

mudinhas de hortaliças, para assim, prepararmos os canteiros para construção da horta

escolar.

Na quarta aula, antes de sairmos da sala, explicamos aos alunos os procedimentos

que iríamos tomar para elaborarmos a horta na escola. Foi nítido perceber como o simples

fato de deixar a sala de aula e ocupar outros espaços da escola, fez com que os educandos

estivessem mais dispostos para realizar as atividades. Zabalza (2001) afirma que o espaço

poderá favorecer a aquisição de aprendizagens, revelando-se estimulante em função do

nível de coerência entre os objetivos e a dinâmica proposta para as atividades a realizar,

ou em relação aos métodos de ensino e de aprendizagem caracterizadores do nosso modo

de trabalhar.

Os alunos trouxeram variadas hortaliças, como, semente de coentro, mudas de

cebolinha, alface, couve e tomate, que são plantas de pequeno porte, que podem ser

plantadas em pequenos espaços. Cada educando teve a oportunidade de fazer o plantio.

À medida que iam plantando, refletíamos sobre o valor nutricional das hortaliças.

Concluímos essa etapa regando a horta.

No último momento da aula, montamos uma roda de conversa, promovendo um

diálogo sobre as aprendizagens desenvolvidas a partir da construção da horta escolar.

43

44

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos dizer que uma proposta pedagógica que utiliza a horta escolar enquanto

recurso didático contribui de forma significativa para a construção do conceito de

alimentação saudável, por possibilitar a participação dos alunos em atividades práticas,

melhorando seus conhecimentos e aperfeiçoando suas experiências. A construção da

horta escolar possibilitou o contato direto dos alunos com os alimentos que cultivaram,

aprendendo o valor nutricional e os benefícios que esses trazem para a sua saúde. Também

podemos dizer que a horta escolar é um recurso pedagógico dinâmico, facilitador da

aprendizagem, por despertar a curiosidade e a participação dos alunos na realização das

atividades.

Nesta pesquisa foi possível identificar as concepções prévias dos alunos sobre

alimentação saudável, a partir da aplicação de um questionário. Após análise das

respostas apresentadas no questionário realizamos aulas teóricas e práticas que

contribuíram para o trabalho com o conceito de alimentação saudável. Ao finalizarmos

as aulas, aplicamos o mesmo questionário para avaliar se houve mudança na concepção

alimentar dos alunos após a experiência com a proposta pedagógica. A partir disso,

compreendemos que os alunos mudaram a sua concepção alimentar, aderindo a novos

hábitos alimentares, ampliando os seus conhecimentos sobre a temática.

Ao analisarmos os hábitos alimentares dos alunos, percebemos que eles não

tinham uma definição correta sobre o conceito de alimentação saudável, pois

consideravam apenas como saudáveis frutas e verduras, apesar de pouco consumir esses

tipos de alimentos. Além disso, não compreendiam a importância de outros alimentos

para o fornecimento de nutrientes essenciais ao corpo, nem entendiam que uma

alimentação saudável deve ser variada e balanceada, composta por alimentos de todos os

grupos alimentares, para suprir as necessidades nutricionais das pessoas.

Dessa forma, afirmamos a importância do trabalho com essa temática em sala de

aula, pois é necessário que as crianças aprendam a variar a sua alimentação para que as

mesmas cresçam saudáveis, proporcionando-as força e vontade para participar das

atividades propostas pela escola, como também realizar com sucesso outras atividades

cotidianas.

Percebemos ainda que muitos dos alunos comiam determinados alimentos sem

saber a função que eles realizam no corpo, comendo apenas para saciar a fome ou por

prazer, sem se importar com o valor nutricional. É evidente na pesquisa, que os alunos

45

possuíam conhecimentos do senso comum sobre a temática, ao dizerem, por exemplo,

“muito bom a gente fica forte” “eu não adoeço”. Esses conhecimentos foram

aperfeiçoados e modificados a partir da realização das aulas.

Podemos dizer que a maioria das crianças antes das aulas teóricas e práticas

consideravam a sua alimentação saudável, mas que na realidade não estavam

relacionando-a de acordo com os conceitos científicos. As justificativas apresentadas se

direcionavam novamente a conhecimentos do senso comum.

Durante as aulas teóricas e práticas, percebemos que as concepções alimentares dos

alunos começaram a sofrer modificações, os mesmo já sabiam diferenciar hábitos

alimentares saudáveis de não saudáveis. Podemos afirmar que as atividades realizadas

foram de fundamental importância para que os alunos alçassem o conceito científico de

alimentação saudável. De modo especial, destacamos a horta escolar como um recurso

didático primordial para o trabalho com essa temática. Sendo essa, uma ferramenta

significativa dentro do ambiente escolar, por proporcionar aos professores, possibilidades

diferentes de atrair a atenção e interesse dos alunos para os conteúdos que estão sendo

estudados.

Consideramos pertinente o trabalho com a temática alimentação saudável, por ser

algo que está presente durante toda a vida do ser humano, podendo influenciar

diretamente na sua qualidade de vida. Ressaltamos a importância desta temática no

currículo escolar, desde os anos inicias do Ensino Fundamental, para que desde a infância

os alunos possam ter contato com hábitos alimentares saudáveis. Como também,

destacamos a horta escolar como um recurso didático primordial para o trabalho com essa

temática, por ser uma ferramenta que oportuniza ações voltadas para o estimulo de hábitos

alimentares adequados, que proporciona aprendizagens aos alunos.

Afirmamos a relevância desta pesquisa, por contribuir de forma significativa com

os sujeitos pesquisados, auxiliando-os na construção da concepção de alimentação

saudável, para que de forma autônoma e consciente possam prezar por hábitos alimentares

corretos.

Apontamos a necessidade de novas pesquisas sobre esse tema, para que novos

aspectos sejam estudados, como por exemplo, o crescimento das plantas e a colheita dos

alimentos, que são importantes para o aprendizado dos alunos.

46

REFERÊNCIAS

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direito da criança e ato pedagógico? Em Aberto, Brasília, ano 15, jul./set.1999.

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de Janeiro: Cartilha nutrição, 2007. Disponível em: <http://

www.foreverliving.com.br/arqs/downloads/detalhe_1224594990_flp_cartilha_nutricao_

20071214_web.pdf^>. Acesso em: 20/10/14.

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BARBOZA, N. V. S. A horta escolar dinamizando o currículo da escola. Brasília:

caderno I, 2007.

BARBOSA, Najla. V. S; MARTINS, Carolina dos S. C. Alimentação e nutrição:

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BIZZO, M. L. G.; LEDER. L. Educação nutricional nos parâmetros curriculares

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sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa

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________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Alimentação

saudável e sustentável. Brasília: Universidade de Brasília, 2005.

47

________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Manual operacional para profissionais de saúde e educação:

promoção da alimentação saudável nas escolas / Ministério da Saúde, Secretaria de

Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde,

2008.152 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

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50

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Nome: ____________________________________________________________

Idade: _______ Ano: ______

1 Quais são os alimentos que compõem as suas refeições diárias?

A Café da manhã:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

B Almoço:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

C Jantar:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

D Lanches:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

2 Como cada um desses alimentos ajuda a manter a sua saúde?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3 –Você considera a sua alimentação saudável?

( ) SIM ( ) NÃO

Por que?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4 - O que você entende por uma alimentação saudável?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

5- Quais são os alimentos que você considera saudáveis?

APÊNDICE B - PLANOS DE AULA

51

1ª Aula

1 CONTEÚDOS – Os Alimentos, e sua importância para os seres vivos;

alimentação saudável.

2 OBJETIVOS

Compreender o conceito de alimentos;

Identificar sua importância para a vida dos seres vivos;

Caracterizar o que seja uma alimentação saudável.

3 METODOLOGIA

1º Momento

De início faremos uma reflexão sobre os motivos pelos quais nos alimentamos,

fazendo questionamentos e anotando em cartazes.

a O que é alimento?

b Por que comemos?

c O que é ter uma alimentação Saudável?

Após as respostas obtidas, dialogaremos dizendo que os alimentos fornecem os

elementos necessários para o desenvolvimento do corpo (ossos, músculos) libera

energia e protege o organismo de doenças. Por isso, não devemos só comer os

alimentos que gostamos. Mas aqueles que atendam a todas as necessidades

nutricionais do nosso corpo.

2º Momento

A turma será dividida em grupos, cada grupo receberá uma sacola transparente:

Sacola A - com figuras de doces, frituras, refrigerantes e salgadinhos;

Sacola B - com figuras de verduras, legumes e frutas;

Sacola C - com figuras de arroz, carne, feijão, leite e pão;

Sacola D - com um pouco de alimentos de cada grupo alimentar presentes nas

demais sacolas.

Os grupos deverão mostrar o conteúdo de cada uma delas e discutir qual das

sacolas deve escolher para ter uma alimentação saudável. Após as respostas dos

alunos, o professor irá mostrar em cartazes o que provavelmente acontecerá com

cada pessoa que consumir dos alimentos da sacola de A a D. E incentiva-los a

desenvolver hábitos alimentares saudáveis.

4 RECURSOS – Sacolas com figuras de alimentos, marcador e cartolina.

52

5 AVALIAÇÃO - Consideraremos os conhecimentos prévios dos alunos, a partir

de atividades individuais e em grupos.

2ª Aula

1 CONTEÚDO – Tipos e Grupos de alimentos e pirâmide alimentar.

2 OBJETIVOS

Identificar os tipos de alimentos;

Reconhecer os grupos que estão organizados os alimentos;

Compreender como estar organizada a pirâmide alimentar.

3 METODOLOGIA

1º Momento

Apresentação de um vídeo sobre os grupos e tipos de alimentos (energéticos,

construtores e reguladores) e suas funções no organismo humano.

2º Momento

Ao assistirem o vídeo, a turma será dividida em equipes, cada equipe representará

um dos grupos de nutrientes que compõem a pirâmide alimentar. Serão postos

em um local da sala informações correspondentes a cada grupo, onde as equipes

terão que montar tabela ou cartazes com informações correspondentes a cada

grupo alimentar.

Ao concluírem a tabela as equipes discutirão entre si a importância desses

alimentos para uma boa qualidade de vida, expondo as suas opiniões para toda a

turma.

3º Momento

Individualmente cada aluno receberá um esquema vazio da pirâmide alimentar,

devendo preenche-la, escrevendo os nomes dos alimentos que acham

correspondentes a cada parte da pirâmide. Explicaremos que a numeração

presente nas bordas representa a quantidade de porções que podemos consumir

diariamente dos alimentos de cada grupo.

4º Momento

Após o preenchimento do esquema da pirâmide alimentar, discutiremos junto aos

alunos porque copiaram o nome do alimento em determinado local, buscando

53

estimular a participação de toda a turma. O professor mostrará uma pirâmide

alimentar original, explicando-a quanto aos tipos e grupos alimentares.

4 RECURSOS – Vídeo, esquema vazio da pirâmide alimentar (impresso), cola

branca e cartolina.

5 AVALIAÇÃO – Será flexível, fazendo com que os alunos interajam com o

processo avaliativo, aproveitando o erro como um elemento que possa favorecer

o aprendizado.

3ª Aula

1 CONTEÚDOS – Tipos de Hortas e sua importância na alimentação saudável.

2 OBJETIVOS

Entender o conceito de horta;

Identificar os diferentes tipos de hortas;

Reconhecer a importância da horta na alimentação saudável;

3 METODOLOGIA

1º Momento

De início, faremos alguns questionamentos aos alunos como:

a Quem conhece uma horta?

b O que é uma horta?

c Para que ela serve?

Após as respostas explicaremos o conceito de horta e que a mesma precisa de

cuidados diários, como regar e eliminar plantas daninhas.

2º Momento

Iremos distribuir entre os alunos um texto sobre os principais tipos de horta,

dando maior ênfase a horta escolar, para ser lido, discutido e interpretado em

dupla. Em seguida, faremos a apresentação das interpretações das duplas com

relação aos tipos de hortas.

3º Momento

Importância das Hortaliças na alimentação saudável

Apresentação de slides sobre o que são hortaliças e sua importância na

alimentação. Faremos uma discursão coletiva, solicitando que os alunos

54

desenvolvam um pequeno texto sobre a importância da horta na alimentação

saudável.

4º Momento

Solicitaremos que cada aluno traga na próxima aula, uma muda de uma hortaliça

para plantarmos na horta escolar.

4 RECURSOS: Um texto, notebook, data show.

5 AVALIAÇÃO: Será diagnostica, buscando identificar os conhecimentos prévios

trazidos pelos alunos sobre os conteúdos trabalhados, relacionando-os a conceitos

científicos.

4ª Aula

1. CONTEÚDOS – Construção de canteiro, plantação das hortaliças e seu valor

nutricional.

2. OBJETIVOS

Construir canteiro;

Plantar as hortaliças;

Identificar o valor nutricional das hortaliças plantadas.

3. METODOLOGIA

1º Momento

Construiremos os canteiros, à medida que as mudas forem sendo plantadas,

informaremos aos alunos o valor nutricional de cada hortaliça, questionando as

funções que ela fornece ao corpo.

2º Momento

Montaremos uma tabela com o dia/mês e horário que cada aluno da turma e

funcionários da escola estarão responsáveis para regar a horta e tomar possíveis

cuidados.

3° Momento

Promover após a aula prática uma roda de diálogo com os alunos para identificar

as aprendizagens desenvolvidas durante a aula.

55

4. RECURSOS: Enxada, mudas e sementes de hortaliças e água.

5. AVALIAÇÃO: Faremos observações a partir da participação dos alunos durante

a realização das atividades, proporcionaremos uma auto avaliação permitindo aos

alunos uma reflexão de suas ações no processo de ensino aprendizagem.

APÊNDICE C – FOTOS DAS AULAS

1ª Aula

2ª Aula

A

Figura A: Cartazes confeccionados a partir

dos conhecimentos prévios dos alunos

sobre o que é alimento, por que comemos e

o que é ter uma alimentação saudável.

B

Figura B: Sacolas com imagens

de alimentos dos diferentes

grupos alimentares (Doces

salgados e óleos; leite e

derivados, hortaliças; massas e

cereais).

56

4ª Aula

Figura C: Textos com informações sobre

os nutrientes: Proteínas, vitaminas,

lipídeos, carboidratos e sais minerais.

Figura D: Os alunos lendo

informações sobre os nutrientes.

Figura E: Alunos produzindo cartazes a

partir das informações que encontraram

sobre os nutrientes.

Figura F: Cartazes feitos pelos

alunos a partir de informações

coletadas sobre os nutrientes.

C D

E F

57

Figura G: Alunos recebendo

instruções de como se dará o

processo de plantação das

hortaliças.

Figura H: Os alunos estão em mãos,

com mudas de diferentes hortaliças,

onde foi explicado o valor nutricional

de cada uma.

Figuras I e J : Alunos fazendo o plantio das hortaliças.

G H

I J