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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Álisson Gomes da Silva Rocha
A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO
CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Garanhuns
2015
2
Álisson Gomes da Silva Rocha
A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO
CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial para a
obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia, pelo Curso de Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Unidade Acadêmica de
Garanhuns.
Orientadora: Profª. Ma. Glória Maria Duarte
Cavalcanti
Garanhuns
2015
3
Ficha Catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial UFRPE/UAG
CDD: 372.5
1. Ensino de Ciências
2. Horta Escolar
3. Ensino Fundamental
I. Cavalcanti, Glória Maria Duarte
II.Título
R672h Rocha, Álisson Gomes da Silva
A horta escolar como recurso didático para o estudo do
conceito de alimentação saudável no 3º ano do ensino
fundamental / Álisson Gomes da Silva Rocha._Garanhuns,
2015.
Orientador: Glória Maria Duarte Cavalcanti
Monografia (Curso Licenciatura em Pedagogia) –
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade
Acadêmica de Garanhuns, 2015.
Inclui referências
4
Álisson Gomes da Silva Rocha
A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ESTUDO DO
CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO 3º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial para a
obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia, pelo Curso de Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Unidade Acadêmica de
Garanhuns.
Aprovado em: ______/______/_______
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________
Profª. Ma. Glória Maria Duarte Cavalcanti - UAG/UFRPE
______________________________________________________________________
Profª. Drª. Heloisa Flora Brasil Nóbrega Bastos - UAG/UFRPE
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Luciano Cavalcanti do Nascimento - UAG/UFRPE
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por acreditar que nada acontece sem a vontade
Dele, por permitir a realização deste tão esperado sonho, de ter um diploma de nível
superior, almejando ser um profissional comprometido, responsável e dedicado.
A minha família, pelo apoio, pela ajuda, pela força, especialmente, a minha mãe,
com quem sempre posso contar, como uma verdadeira amiga, que quer o meu melhor,
que torce por mim, que é, e sempre será a minha melhor educadora, por me ensinar os
mais preciosos ensinamentos.
A minha orientadora, a professora Glória Maria Duarte Cavalcanti, com quem tive
a oportunidade der ser orientado desde o início do curso, onde por ela, me senti abraçado
e acolhido. Agradeço pela paciência, pela dedicação, por ter me ajudado na escolha da
temática, e assim, possibilitado a elaboração deste trabalho.
Ao professor Gustavo Lima e a minha co-orientadora a Professora Heloísa Bastos,
por contribuírem de forma primordial e significativa para a construção deste trabalho.
Ao professor Luciano Cavalcanti do Nascimento pelas contribuições, pelo apoio
e boa vontade.
A todos os colegas de turma, principalmente, aqueles que se tornaram meus
amigos, a eles quero expressar o meu carinho e admiração: Itatyara Fernanda, Maria
Thamires, Raquel Medeiros e Tamara Marla.
A todos os professores, por terem contribuído com a minha formação, por
proporcionar diversos conhecimentos, que serão importantes na vida profissional,
acadêmica e enquanto sujeito pertencente à sociedade, a todos expresso a minha gratidão.
À escola campo, principalmente aos alunos, pois sem eles não seria possível a
realização desta pesquisa.
Enfim, a todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização deste
trabalho, os meus sinceros agradecimentos.
6
Dedico este trabalho em especial a minha mãe, por sempre torcer
por mim e a toda minha família pela força e apoio. E a todos os
professores que contribuíram com a minha formação, sendo
mediadores no processo de aprendizagem. Também aos meus
amigos de turma, que caminharam os mesmos caminhos,
compartilhando ideias.
7
“Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o
mundo natural[...] A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao
construí-lo e cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como
fonte de tantos mistérios!”
Moacir Gadotti
8
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as etapas de uma proposta pedagógica
que utiliza a horta escolar como recurso didático e suas contribuições para a construção
do conceito de alimentação saudável de alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma
escola municipal de Garanhuns – PE. Buscamos oportunizar aos alunos uma reflexão
sobre a importância de uma alimentação saudável, por meio de aulas teóricas e práticas,
que foram realizadas em semanas consecutivas. Consideramos os conhecimentos prévios
dos alunos e os relacionamos a conhecimentos científicos. Vale salientar que aplicamos
um questionário aos alunos antes e ao término das aulas teóricas e práticas, para
identificarmos se houve mudanças nas suas concepções sobre alimentação saudável e,
consequentemente, possíveis mudanças de hábitos alimentares. A partir da análise
realizada na pesquisa, percebemos que os alunos mudaram aspectos de sua concepção
alimentar, passando a conhecer o que são hábitos alimentares saudáveis e não saudáveis.
PALAVRAS CHAVE: Alimentação Saudável. Horta Escolar. Hábitos Alimentares.
Ensino de Ciências. Ensino Fundamental.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................... 12
2.1 O CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL......................................................... 12
2.1.1 A importância da Alimentação Saudável no espaço escolar....................................... 13
2.2 OS NUTRIENTES............................................................................................................... 19
2.2.1 As Proteínas .................................................................................................................... 19
2.2.2 Os Carboidratos............................................................................................................. 20
2.2.3 Os Lipídios ...................................................................................................................... 20
2.2.4 Sais Minerais.................................................................................................................. 20
2.2.5 As Vitaminas.................................................................................................................... 21
2.3 A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO.................................................... 22
3 METODOLOGIA................................................................................................................. 29
3.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................................... 29
3.2 CAMPO E SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA............................................... 29
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS..................................................................... 30
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................................... 31
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................................................................... 33
4.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS............................................... 33
4.2 ANÁLISE DAS AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS......................................................... 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 44
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 46
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO....................................................................................... 50
APÊNDICE B – PLANOS DE AULA................................................................................... 51
APÊNDICE C – FOTOS DAS AULAS................................................................................ 55
10
1 INTRODUÇÃO
A temática alimentação saudável tem sido bastante discutida nos dias atuais,
devido à preocupação das pessoas com a saúde, com a aparência física, com o bem estar
e com a qualidade de vida. A alimentação e a nutrição ocupam hoje um lugar de destaque
no contexto mundial.
Para o Ministério da Educação (BRASIL, 2007), uma alimentação saudável é
aquela que atende a todas as exigências do corpo, ou seja, não está abaixo nem acima das
necessidades do organismo, além de ser a fonte de nutrientes que envolvam diferentes
aspectos, como valores culturais, sensoriais, entre outros.
Segundo Barbosa e Martins (2008), alimentação saudável é uma dieta composta
de alimentos capazes de fornecer proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, minerais e
vitaminas em quantidade e qualidade adequadas a cada pessoa. De forma mais
simplificada, é aquela refeição planejada com alimentos de todos os tipos, sem abusos e
também sem exclusões, que contém todos os nutrientes e é de procedência conhecida.
Com base na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de
2004, podemos afirmar que as práticas alimentares e hábitos saudáveis são construídos
pelos indivíduos e pelas relações sociais que os mesmos estabelecem em diferentes
espaços de convivência e trocas de informação. Na infância, além da família, o ambiente
escolar é um local favorável para o desenvolvimento de ações para a promoção de práticas
alimentares saudáveis, por ser um espaço de socialização, e devido à existência da
merenda escolar.
Com base no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), todas as
escolas devem ter um cardápio nutritivo, para que todas as crianças tenham hábitos
alimentares saudáveis, em todas as faixas etárias. O PNAE tem como fundamento o
direito humano à alimentação adequada e constitui um importante parceiro no estímulo à
adoção de práticas alimentares saudáveis no ambiente escolar. Tem como objetivo suprir
as necessidades nutricionais dos alunos, durante sua permanência na escola, contribuindo
para o seu crescimento e desenvolvimento, para a aprendizagem e o rendimento escolar,
bem como a formação de hábitos alimentares saudáveis.
Com a aprovação da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, e da Resolução FNDE
nº 38, de 16 de julho de 2009, as escolas das redes públicas de educação básica passaram
a usar produtos da agricultura familiar nas refeições oferecidas aos seus alunos. Agora,
no mínimo 30% do valor enviado às escolas públicas pelo Fundo Nacional de
11
Desenvolvimento da Educação para o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE) devem ser utilizados obrigatoriamente na aquisição de gêneros alimentícios
provenientes da agricultura familiar, garantindo ao cardápio da merenda escolar o uso de
frutas, verduras e legumes.
A horta pode ser considerada uma atividade didática bastante significativa para a
aprendizagem dos alunos, podendo ser desenvolvida na unidade escolar, pois é um
recurso muito eficaz para a formação dos educandos, favorecendo o aprendizado em
diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, sobre educação alimentar. A horta
pode ser considerada um recurso pedagógico facilitador do processo de ensino-
aprendizagem, pois está relacionada ao prazer e a descoberta. Nela, o professor pode
propor atividades que envolvam diversos conteúdos de diferentes disciplinas,
favorecendo, dessa forma, um trabalho interdisciplinar.
De acordo com Silva, Munaretto e Mantovani (2011), as verduras e legumes
colhidos na horta da escola servem para enriquecer o cardápio do lanche, pois os alunos
desfrutarão de um lanche mais saboroso, saudável e nutritivo. Os alunos podem também
levar essas atividades práticas e esse conhecimento para sua própria casa, desenvolvendo
junto com sua família.
Diante disso, surge o seguinte questionamento: Como uma proposta pedagógica
que utilize horta escolar pode contribuir para a construção do conceito de alimentação
saudável?
Temos como objetivo geral deste trabalho, analisar as etapas da proposta
pedagógica e suas contribuições para a construção do conceito de alimentação saudável.
De forma mais específica, identificar as concepções dos alunos sobre alimentação
saudável; caracterizar os aspectos de uma proposta pedagógica que utiliza a horta escolar
para trabalhar o conceito de alimentação saudável; e avaliar se houve mudança na
concepção alimentar dos alunos após a experiência com a proposta pedagógica.
Além deste primeiro, este trabalho de conclusão de curso está dividido em quatro
capítulos.
No segundo, capítulo apresentamos a fundamentação teórica da pesquisa,
iniciando pelo conceito de alimentação saudável, continuando com a importância da
escola enquanto agente que pode contribuir para a construção de hábitos alimentares
saudáveis, favorecendo o bem estar físico e mental; também apresentamos os diversos
nutrientes encontrados nos alimentos e encerramos debatendo a horta escolar como um
12
recurso didático a ser utilizado pelos professores para o ensino aprendizagem dessa
temática.
No terceiro capítulo, identificamos o tipo de pesquisa realizada, os sujeitos e o
campo da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e os procedimentos metodológicos
adotados para aplicação desses instrumentos.
No quarto capítulo, apresentamos e analisamos os resultados da pesquisa, através
da comparação das respostas obtidas nos questionários aplicados antes e após as aulas
teóricas e práticas.
Finalizando este trabalho, apresentamos as considerações finais, as referências e
os apêndices.
Sendo assim, é importante que propostas pedagógicas diferenciadas, como a horta
escolar, se tornem vigentes no ensino fundamental, para minimizar a barreira existente
entre teoria e prática, bem como para desenvolver o ensino-aprendizagem sobre
alimentação saudável.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo da pesquisa, discutimos o conceito de alimentação saudável
destacando sua importância para os seres humanos, os principais tipos de alimentos e os
critérios de consideração para ser uma alimentação saudável. Discutiremos também a
importância da alimentação saudável no ambiente escolar. Em seguida, apresentamos o
conceito e os diversos tipos de nutrientes. Finalizando este momento, apresentamos uma
discussão sobre a horta escolar como recurso didático para o ensino do conceito de
alimentação saudável.
2.1 O CONCEITO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Sabe-se que se alimentar é de fundamental importância para que os seres humanos
possam sobreviver. No entanto, o tipo de alimento, a quantidade e a qualidade dos
mesmos são algumas das questões que contribuem positivamente ou negativamente para
se ter uma vida saudável.
A alimentação está presente em toda a vida do ser humano, como um fator
essencial a sua sobrevivência. “A alimentação é uma necessidade básica do ser humano
e o ato de alimentar-se, embora possa parecer comum, envolve uma multiplicidade de
aspectos que influenciam a qualidade de vida do indivíduo” (ZANCUL, 2008, p. 12). E
poder comer alimentos saudáveis é um direito assegurado para todos, sendo respeitada a
cultura alimentar de cada região. Sendo assim, é dever do poder público respeitar,
proteger, promover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito
humano à alimentação adequada, bem como garantir as ações para que ele seja
concretizado.
A alimentação não se resume somente a saciar a fome, mas busca oferecer
alimentos saudáveis, que sejam condizentes com a dignidade de cada indivíduo
comtemplando as suas necessidades nutricionais. De fato,
A realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a
alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, orientando-se em práticas
alimentares promotoras de saúde com respeito à diversidade e de forma
sustentável, é a síntese da segurança alimentar e nutricional, que deve
ser garantida em todos os espaços sociais de formação da cidadania
(BRASIL, 2008, p. 8).
14
De acordo com o Ministério da Educação (BRASIL, 2005, p. 12) uma alimentação
saudável deve ser:
Variada: inclui vários grupos alimentares, a fim de fornecer diferentes
nutrientes (por exemplo: cereais, frutas, hortaliças, carnes, laticínios e
feijões);
Equilibrada: respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento
(exemplo: deve-se comer mais frutas e verduras);
Suficiente: em quantidades que atendam e respeitem as necessidades de
cada pessoa;
Acessível: baseadas em alimentos in natura, produzidos e comercializados
regionalmente (acessibilidade física) que são mais baratos que alimentos
industrializados (acessibilidade financeira);
Segura: os alimentos não devem apresentar contaminantes de natureza
biológica, física ou química ou outros perigos que comprometem a saúde
do indivíduo ou da população. Assim, deve-se respeitar regras de higiene,
procurando manusear e armazenar adequadamente todos os alimentos,
descartando aqueles que possuem o prazo de validade vencido ou que
estejam visualmente estragados.
Diante disso, podemos afirmar que para termos uma alimentação saudável,
precisamos observar vários aspectos que são fundamentais e necessários na alimentação
e que nos ajudam a manter uma boa qualidade de vida.
2.1.1 A importância da alimentação saudável no espaço escolar
Sabe-se que a alimentação atua diretamente no metabolismo do corpo humano,
ajudando no crescimento físico, no desenvolvimento mental e na capacidade de
concentração, facilitando o processo de aprendizagem dos alunos. Dessa forma, é papel
da escola, orientar seus alunos para que os mesmos fiquem cientes das consequências
que uma má alimentação pode provocar no seu desenvolvimento físico e intelectual, e
ao mesmo tempo conscientizá-los dos benefícios de uma alimentação saudável para a
sua saúde.
15
É na escola que a criança passa boa parte do seu tempo, sendo um ambiente
privilegiado para promoção de hábitos alimentares saudáveis, que devem permanecer
durante toda a infância e continuar por toda vida.
[...] a alimentação inadequada nos primeiros anos devida e durante a
fase escolar é responsável pelo baixo peso, atraso no crescimento e
desenvolvimento físico e mental, além de favorecer o desenvolvimento
de doenças, como infecções, doenças do coração, obesidade e diabetes,
que irão comprometer a vida adulta (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.
59).
De acordo com Dutra et al. (2007, p. 53) “será mais fácil mudar os hábitos das
crianças, logo na infância, contribuindo para uma vida mais saudável futuramente”.
Diante disso, além da escola, torna-se importante a participação da família, na
constituição dos hábitos alimentares das crianças, por ser o lugar onde estabelecem as
primeiras relações sociais. Portanto,
Como pais [...], nossa tarefa é orientar e direcionar a alimentação dos
nossos filhos e filhas, já que, como crianças e adolescentes, eles não
reúnem as condições de definir a qualidade da própria alimentação.
Além disso, é de responsabilidade dos pais a seleção dos produtos que
comporão a alimentação da família (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.
16)
Além do mais, é na adolescência que o cuidado com a alimentação continua sendo
de fundamental importância, pois é nessa fase que o indivíduo está crescendo e o seu
corpo está se desenvolvendo, passando por alterações.
Em relação às alterações alimentares, é importante enfatizar que esse
processo deve ser cauteloso, pois crianças e adolescentes não podem
passar por períodos de restrição de alimentos, já que estão em fase de
crescimento ativo. O que se deve fazer é a sensibilização deles para o
problema em questão é, conjuntamente, estimular a prática da
alimentação saudável. Assim, estaremos mantendo o aporte de
nutrientes necessários para o desenvolvimento físico das crianças e
adolescentes (BRASIL, 2005, p. 49).
“Por vezes, a escola é a principal oportunidade de aprendizagem de princípios e
de comportamentos alimentares saudáveis, bem como para suprir algumas carências
alimentares [...]” (SANTOS; PRECIOSO 2012, p.30). Por isso, é necessária a oferta de
uma alimentação saudável dentro do estabelecimento escolar, proporcionando a aquisição
de conhecimentos sobre educação alimentar, complementando, assim, a alimentação
servida em casa. Sendo assim, “a merenda escolar ocasiona oportunidade para que os
escolares sejam estimados a conhecer, valorizar e aceitar com satisfação novos alimentos
[...]” (MARCONDES, 1998, p. 101).
16
A atuação do educador é de suma importância para conscientização e
desenvolvimento do conhecimento dos estudantes acerca de uma alimentação saudável.
Uma vez que podem ser criadas em sala de aula ações que possibilitem um maior interesse
das crianças ao consumo de alimentos saudáveis.
O professor ainda constitui a maior força na aprendizagem. Seus
conhecimentos, atitudes e práticas influenciam decisivamente sobre os
modos de pensar, sentir e agir dos seus alunos. A participação dos
professores na merenda escolar interfere positivamente sobre o
comportamento dos escolares na aceitação dos alimentos oferecidos
(MARCONDES, 1998, p. 101-2).
Uma alimentação saudável, também se faz necessária à manutenção da saúde,
melhoria da qualidade de vida, uma vez que deve ser variada, compostas por legumes e
verduras e outros alimentos que atendam às necessidades nutricionais do corpo, podendo,
desta forma, combater possíveis doenças. Portanto, é também responsabilidade da
unidade escolar preocupar-se com a reeducação alimentar dos seus alunos. “Se os alunos
não modificarem os seus hábitos alimentares inadequados na infância e na adolescência
poderão ter possivelmente fatores de risco para doenças crônicas na fase adulta” (LEVY
et al 2009; p. 11).
Entre adultos, e principalmente em crianças e adolescentes, doenças como a
desnutrição e a obesidade têm sido bastante frequentes, devido a uma má alimentação. A
desnutrição ocorre quando há uma deficiência de nutrientes vitais da pessoa, que
apresenta um aspecto físico de extrema magreza. “A desnutrição é uma síndrome e tem
como causa diversos fatores, normalmente associados à pobreza, e à falta de alimentos
dela decorrentes” (BRASIL, 2005, p. 39).
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no
indivíduo. “A obesidade é uma doença e pode acarretar várias complicações, como
diabetes, hipertensão, doenças do coração e, até mesmo, ser fator determinante de alguns
cânceres” (BRASIL, 2005, p. 39).
Além do risco de ficar doente, a criança mal alimentada não terá um bom
desempenho escolar, pois se sabe que com fome a pessoa fica desanimada, sonolenta,
sem estímulos para realizar atividades físicas e mentais. “Uma pessoa mal alimentada
torna-se fraca, irritadiça, desanimada, sem vontade de trabalhar, andar, pensar e realizar
atividades que dependam do esforço muscular e intelectual” (SALGADO, 2005, p. 17).
Assim sendo, torna-se importante a busca por alimentos provenientes e mantedores de
uma boa saúde, que ajudem a evitar o adoecimento do corpo.
17
Em relação à saúde das pessoas, pesquisas indicam que alguns
compostos presentes naturalmente nos alimentos, ou a eles adicionados,
são capazes de reduzir o risco de contrair várias doenças graves, tais
como cânceres e doenças do coração (BRASIL, 2005, p. 66).
O nosso corpo é constituído por aquilo que comemos. Por isso, devemos optar por
uma alimentação balanceada, que ajude na renovação e na manutenção das nossas células,
na constituição do nosso sangue, músculos e nervos. De acordo com Dartora et al. (2006),
a nutrição é um fator essencial na manutenção da saúde e refeições balanceadas
constituem um dos recursos utilizados pela medicina preventiva para determinar uma vida
saudável e duradoura.
Como já enfatizamos, a família e a escola têm papel fundamental na constituição
e organização dos hábitos alimentares de crianças e adolescentes. No entanto, a mídia,
principalmente a televisão, como o meio de comunicação mais utilizado pela população
brasileira, por outras famílias a internet, vem influenciando o consumo de alimentos
considerados não saudáveis, como os de fast food, tais como, hambúrgueres, frituras e
refrigerantes, pois possuem valor calórico elevado em virtude da grande quantidade de
gorduras e açúcares presentes. Por isso,
A importância da alimentação oferecida aos alunos no ambiente escolar
torna-se ainda mais significativa se considerarmos que hoje os
comerciais de televisão contribuem decisivamente para a formação da
cultura alimentar do conjunto da população (ABREU, 1999, p. 18).
Para Antonio e Mendes (2009, p. 11) o conhecimento que fundamentará uma
compreensão sobre hábitos saudáveis, direitos, possibilidades, autonomia de decisão com
base na razão, basicamente se adquire na escola [...]. “Para criança e o jovem escolares a
escola é a guardiã da informação segura, onde eles podem “checar” a pertinência das
informações que estão na mídia” (ANTONIO; MENDES, 2009, p. 11). Dessa forma, a
escola se concretiza como o espaço de informações a respeito da alimentação saudável,
que poderá auxiliar seus alunos na construção de hábitos alimentares corretos.
Contudo, nota-se a seriedade do processo de educação alimentar e nutricional
dentro da unidade escolar, proporcionando aos educandos o aperfeiçoamento dos seus
hábitos alimentares saudáveis.
É importante ressaltar, no entanto, que o fenômeno educativo é fruto de
uma construção contínua e, desse modo, acredita-se que a prática
constante de hábitos alimentares saudáveis pode ser estabelecida a
partir de um processo de educação alimentar e nutricional permanente
dentro da escola. Tanto pela forma como ocorreram as interações nas
aulas, como pelo interesse demonstrado pelos alunos [...] (ZANCUL,
2008, p. 4).
18
O ambiente escolar, por ser um local importante para construção de conhecimento
e obtenção de informações, carece utilizar de métodos que entusiasmem e conduzam seus
alunos à escolha por alimentos saudáveis, ou seja, é dever da escola dar exemplo do que
seja alimentação saudável, cabendo aos dirigentes e professores analisar se os alimentos
oferecidos na merenda escolar são coerentes com os de uma alimentação equilibrada.
A alimentação e a educação são processos extremamente integrados, e
a promoção da saúde e de hábitos alimentares saudáveis se dá tanto pela
divulgação das informações quanto pelas práticas e posturas adotadas
no ambiente escolar (SONATI; BOCCALETTO, 2009, p. 25).
A escola, junto com seus professores, pode ajudar os estudantes a reconhecerem
as suas necessidades alimentares, tornando-os autônomos, para que tomem a iniciativa
para a prática de uma boa alimentação, reconhecendo o melhor tipo de alimento que lhe
assegure melhor qualidade de vida.
O ambiente de ensino pode proporcionar condições para que os alunos
adquiram hábitos alimentares corretos a partir de atividades que visem
uma educação alimentar saudável, assim como, estímulos aos alunos
para que reflitam sobre suas próprias atitudes diante da ingestão de
alimentos buscando mudanças reais e gradativas de hábitos alimentares
individuais, melhorando o perfil nutricional e construindo consciência
crítica acerca da necessidade da busca de melhores escolhas
alimentares, que contribuem para melhor e maior qualidade de vida
(LIMA, 2008, p. 25).
A escola poderá ser uma boa fonte de alimentação saudável, oferecendo
alternativas de alimentos nutritivos, frescos, naturais e de boa qualidade, facilitando assim
a aceitação e a adaptação das crianças a esses alimentos.
Portanto, a alimentação escolar além de ter característica de assistência
nutricional, desde que ofereça alimentos adequados em quantidade e
qualidade, para satisfazer às necessidades nutricionais do escolar no
período em que permanece na escola, também adquire características
de ferramenta educativa, que pode e deve ser utilizada para fins maiores
de educação, habilitando o aluno a intervir na própria realidade (LIMA,
2008, p. 29- 30).
A articulação entre teoria e prática é essencial para que os educandos tenham um
aprendizado significativo sobre alimentação saudável. Por isso, cabe ao educador elaborar
ações que possibilitem aos seus alunos oportunidades de vivenciarem atividades práticas.
Precisa-se trabalhar a teoria, pois o educador leva aos alunos o
conhecimento sobre alimentação saudável [...] mais tão importante é
que haja uma metodologia prática sobre o assunto, pois só assim os
alunos entenderam efetivamente como é fazer uma boa alimentação,
19
aquela balanceada que tanto precisamos para viver bem e saudável
(LIMA, 2008, p. 6).
O tema alimentação saudável pode ser trabalhado de forma prática e teórica, de
forma que os alunos se envolvam no processo de construção de seus conhecimentos e,
consequentemente, desenvolvam uma mudança na concepção de hábitos alimentares
saudáveis.
Trabalhar as práticas alimentares no espaço escolar exige dedicação,
força de vontade e ideias criativas. O trabalho deve ser interdisciplinar,
com uso de metodologias interativas que permitam que os alunos
participem efetivamente das atividades e levem à sala de aula dados de
sua realidade, a fim de que o trabalho de educação nutricional seja
contextualizado, reflexivo e não meramente prescritivo (CARVALHO,
2009, p. 28).
Para que a escola possa desenvolver um trabalho mais estável e concreto sobre
alimentação saudável, buscando a conscientização dos seus alunos sobre a importância
do tema, deve junto aos seus professores e comunidade escolar elaborar medidas, metas
e objetivos que devem estar postos no projeto pedagógico da escola. “Defende-se que a
educação alimentar e nutricional na escola deve fazer parte do projeto pedagógico, sendo
necessários maiores investimentos nesta área como, por exemplo, a produção de materiais
didáticos sobre o tema [...] “(ZANCUL, 2008, p. 4).
Os professores e funcionários da escola, enquanto sujeitos de referência para os
educandos, devem dar bons exemplos, evitando o consumo de alimentos de baixo ou
nenhum valor nutritivo na instituição escolar, já que possuem um papel fundamental para
a formação de hábitos saudáveis. Além disso, a escola possui uma função pedagógica que
visa oferecer oportunidades para o desenvolvimento de aprendizagens.
Quando pretende-se discutir o tema “alimentação”, compreender o
fenômeno alimentar em sua complexidade e ter suas habilidades
pessoais e consciência crítica desenvolvidas é fundamental para o
melhor aproveitamento de momentos privilegiados do cotidiano
escolar: [...] os lanches trazidos de casa, a própria alimentação
doméstica e a merenda escolar, que merece destaque por dar aos alunos
a oportunidade de consumir alimentos saudáveis, constituindo
um espaço pedagógico para discussão de vários temas de ensino do qual
podem participar, além dos professores, os pais, as merendeiras e os
próprios alunos (CARVALHO, 2009, p. 27).
Não só os educandos, mas também seus familiares terão a oportunidade de mudar
os seus hábitos alimentares, uma vez que, conscientes da importância da alimentação
saudável, as crianças poderão expandir esses hábitos aprendidos e praticados na escola
20
até suas casas. “Através da adoção de hábitos saudáveis não só os indivíduos, mas
também suas famílias e comunidades se apoderam de um bem, um direito e recurso
aplicável à vida cotidiana” (IRALA; FERNANDEZ, 2001, p. 01).
2.2 OS NUTRIENTES
Para manter um bom funcionamento do corpo, o nosso organismo precisa absorver
os nutrientes dos alimentos que ingerimos. Dessa maneira, a nossa alimentação necessita
ser adequada. Para Alvarenga (2007), nutriente é qualquer substância proveniente de um
alimento que proporciona energia ou contribui para o crescimento, o desenvolvimento e
a manutenção da saúde e da vida. A finalidade da alimentação é satisfazer as necessidades
nutricionais do corpo, evitando que a carência de nutrientes possa causar desequilíbrio no
organismo e gerar doenças.
Todos os nutrientes são importantes, por isso, exige-se um consumo variado de
alimentos, com base nos critérios de diversidade, equilíbrio e moderação. São eles:
2.2.1 As proteínas De acordo com Alvarenga (2007) são responsáveis pela construção
das células e fornecimento de energia. Constituem 18% do nosso peso corporal e formam
quase exclusivamente a pele, unhas, músculos, movimento peristáltico dos intestinos,
fabricação de anticorpos, produção de enzimas e hormônios e até os próprios
transmissores de comunicação nervosa dependem das proteínas.
As proteínas que melhor funcionam para a conservação e recuperação da saúde
são as procedentes de fontes vegetais. Sua carência atrasa o crescimento, enfraquece os
músculos, diminui a resistência a doenças, causa anemia, nervosismo, problemas
vasculares, como varizes, hemorroidas e derrame cerebral. Além disso, reduz a imunidade
da pele, dos cabelos e das unhas.
As principais fontes de proteínas são: frango, camarão, carne vermelha, peixe,
soja, amêndoa, ovos e leite.
2.2.2 Os carboidratos Segundo Alvarenga (2007), os carboidratos podem ser chamados
de açúcares. Os açúcares, quando consumidos refinados, além de possuírem um teor
nutricional vazio, em excesso podem gerar doenças muitos sérias, como as diabetes,
obesidade, hipoglicemia e colapso das glândulas suprarrenais etc.
Os carboidratos estão presentes em alimentos como, o açúcar refinado e mascavo,
arroz branco e integral, batatas, bolos e doces, centeio, feijão, geleia, iogurtes e mel.
21
2.2.3 Os lipídios De acordo com Alvarenga (2007), as gorduras fornecem energia e são
indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo. Elas fazem parte de todas
as células do nosso corpo, inclusive das células nervosas (neurônios). Sem as gorduras
em nossa dieta, algumas vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) não poderiam ser usadas
pelo nosso organismo.
Existem as gorduras boas e as ruins. As boas são as insaturadas, são gorduras
líquidas, procedentes do reino vegetal. Estão presentes em óleos vegetais, azeite, abacate,
sementes (de girassol, de abóbora etc.). Estas fazem bem para o nosso organismo, pois
têm a função de limpá-lo deixando-o livre de gorduras ruins. Além disso, são anti-
inflamatórias e algumas ainda aumentam o colesterol bom (HDL).
As gorduras ruins são as saturadas e as “trans” (gordura hidrogenada). As
primeiras são encontradas em alimentos de origem animal, como banha, carnes, manteiga
e leite integral. As outras são encontradas em produtos industrializados (salgadinhos,
biscoito, sorvete, chocolate etc.). Estas gorduras aumentam o colesterol “ruim” (LDL) e
as trans ainda reduzem o bom colesterol (HDL). Se consumidas com frequência e por
longo período, provocam entupimentos de artérias (podendo levar a problemas
cardiovasculares) além de promoverem maior inflamação no organismo. Este tipo de
gordura predispõe a pessoa à doenças como, cardiopatias, obesidade, doenças do fígado
e colesterol alto.
2.2.4 Os sais minerais Com base nos estudos realizados por Alvarenga (2007), podemos
dizer que os sais minerais funcionam juntamente com as vitaminas, ativando o
funcionamento das enzimas, e possibilitam que o corpo realize de forma precisa suas
atividades.
São alimentos fontes de minerais: leite, espinafre, couve, brócolos, nozes, trigo.
Ervilha, ovos, aveia, sal de cozinha e algas marinhas.
2.2.5 As vitaminas Segundo Alvarenga (2007), são substâncias que quando introduzidas
no organismo, desempenham importante papel de manutenção da saúde, no crescimento,
na defesa e na nutrição. São essenciais à saúde e não são fabricadas pelo organismo, a
maioria delas precisa ser ingerida diariamente. Algumas delas:
22
Vitamina A - É importante para o crescimento, para boa formação da pele,
das mucosas, dos ossos e dos dentes, além de ser essencial para a visão,
por fazer parte da formação da retina e da adaptação à escuridão. Essa
vitamina também aumenta a imunidade e a resistência contra agentes
infecciosos, protege contra gripes e resfriados. Além disso, ela age contra
a formação do câncer, já que atua como antioxidante, retardando o
processo de envelhecimento das células.
As maiores fontes de vitamina A são: fígado, peixes gordurosos, leite, ovos,
vegetais folhosos verde-escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados, como, cenoura,
abóbora, pêssego, maça e mamão.
Vitamina C - Melhora a imunidade, reduzindo a susceptibilidade a
infecções. É importante para o crescimento e a regeneração dos tecidos,
na síntese do colágeno, cicatrização e para a saúde das gengivas.
As maiores fontes de vitamina C são: frutas cítricas, kiwi, acerola, abacaxi, abóbora,
batata-doce, pimentão verde, milho, couve-flor, espinafre, repolho, tomate, mamão
papaia e manga.
Vitamina D - Modula a atividade imunológica, mas a sua principal função
diz respeito à absorção e utilização do cálcio e do fósforo, no
desenvolvimento e manutenção da saúde de ossos e dentes. Por isso, é
essencial na prevenção e tratamento da osteoporose e raquitismo.
As maiores fontes de vitamina D são: peixes (especialmente salmão e sardinha),
gema de ovo, leite e derivados.
Vitamina E - Reduz a pressão arterial e tem papel em diversos tecidos,
como o muscular e o nervoso. É recomendada em situações de
infertilidade e problemas no aparelho reprodutor. Sua deficiência pode
acarretar dificuldades na circulação sanguínea, na cicatrização, afetar a
pressão arterial e até ocorrer neuropatias periféricas (aumento ou perda de
sensibilidade nos nervos espalhados pelo corpo).
As maiores fontes de vitamina E são: óleos vegetais, azeite de oliva, ovos, leite,
fígado, nozes, castanhas, amêndoas, sementes de girassol, semente de abóbora e abacate.
Vitamina K - É necessária na coagulação sanguínea e na cicatrização.
Atua na formação óssea, prevenindo a osteoporose. A vitamina K impede
a progressão da placa de colesterol e inibe a calcificação arterial,
23
reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares e infarto. Sua deficiência
gera tendência à hemorragia, causando sangramento fácil da gengiva e da
pele. Em caso de cirurgia, o indivíduo com esta deficiência pode ter
hemorragia pós-operatória e pior recuperação, tendendo a correr mais
risco durante a operação.
As maiores fontes de vitamina K são: fígado, vegetais verdes (alface, brócolis, espinafre,
repolho), óleo, carnes, peixes, produtos lácteos e ervilha.
2.3 A HORTA ESCOLAR COMO RECURSO DIDÁTICO
Os recursos didáticos são componentes presentes no espaço escolar: livro didático,
vídeos, a horta escolar, entre outros capazes de estimular os alunos para o alcance do
conhecimento. Os recursos didáticos têm como finalidade melhorar a qualidade de
transmissão e recepção das mensagens e tornar os conteúdos ministrados mais facilmente
assimiláveis, aprimorando o processo ensino-aprendizagem.
Para Souza (2007, p. 111), “Recurso didático é todo material utilizado como
auxílio no ensino aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado, pelo professor,
a seus alunos”. Os recursos didáticos apresentam algumas funções, como: fornecer
informações, orientar a aprendizagem, exercitar habilidades, motivar, avaliar, fornecer
ambientes de expressão e criação.
Baseado na Constituição Federal (1988), podemos dizer que uma alimentação
adequada é direito fundamental de todo ser humano inerente à dignidade da pessoa
humana, devendo o poder público e as instituições educacionais, adotar políticas,
estratégias e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança
alimentar e nutricional da população. Nesse contexto, as hortas escolares impedem a
violação do direito do ser humano a uma alimentação adequada, pois a mesma fornece
alimentos de qualidade, saudáveis, sem o uso de produtos químicos, prejudiciais a saúde.
De acordo com Costa, Vasconcelos e Corso (2012) vários estudos
epistemológicos têm sugerido a importância do consumo de hortaliças na promoção de
saúde e prevenção de doenças crônicas. Para os autores, o conhecimento sobre o consumo
desses alimentos, considerados protetores, torna-se essencial, uma vez que hábitos de vida
estabelecidos na infância podem ser mantidos na vida adulta.
24
A horta é uma atividade didática, podendo ser desenvolvida na unidade escolar,
pois é, um instrumento bastante ativo para a formação dos educandos, favorecendo o
aprendizado em diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, sobre educação
alimentar. Além de fornecer hortaliças, que contêm vitaminas e minerais, essenciais ao
corpo, a horta escolar contribui para uma alimentação de qualidade, permitindo a
participação dos educandos em atividades práticas, melhorando seus conhecimentos e
aperfeiçoando suas experiências.
O consumo de hortaliças pode ser desenvolvido numa instituição do
ensino com o envolvimento dos alunos. Além da satisfação de poder
aproveitar na alimentação escolar as hortaliças que ajudou a cultivar, o
aluno aprende o seu valor nutritivo, bem como seus benefícios para a
sua saúde. (ARAÚJO; DRAGO, 2011, p. 125).
A horta é um recurso pedagógico facilitador do processo de ensino-
aprendizagem, pois está relacionada ao prazer e à descoberta. Nela, o professor pode
propor o trabalho com diversos conteúdos. A Horta Escolar é uma ação local, que
consegue envolver toda a comunidade escolar, garantindo segurança alimentar e
nutricional.
A horta na escola é uma estratégia viva, capaz de promover estudos,
pesquisas, debates e atividades sobre questões [...] alimentar e
nutricional; estimular o trabalho pedagógico, dinâmico, participativo,
prazeroso, inter e transdisciplinar; integrar os diversos profissionais da
escola por meio de temas relacionados com a educação [...]alimentar e
nutricional (BARBOZA, 2007, p. 9 -10).
De acordo com a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de
2004, a horta escolar apresenta caráter nutricional, pois, o cultivo de frutas, hortaliças e
legumes, pode ampliar a oferta desses alimentos na escola, aumentar o valor nutricional
da merenda escolar, contribuir com uma refeição mais variada e fortalecer a familiaridade
das crianças com esses alimentos.
Com a implantação da horta escolar, será possível dinamizar e tornar lúdico o
ensino para uma alimentação saudável, através da oferta de subsídios para conteúdos
pedagógicos que contribuíram com as mudanças dos educandos, em relação aos hábitos
alimentares saudáveis. Contudo, a horta promoverá o estímulo dos alunos, em consumir
o alimento por eles cultivado. Para Araújo e Drago (2011), a horta escolar é de suma
importância para o desenvolvimento de atividades pedagógicas no âmbito da unidade
escolar.
25
Tal projeto deveria ser adotado por todas as escolas nas séries iniciais,
principalmente nas escolas públicas, onde as hortaliças poderiam fazer
parte da merenda escolar, porque conscientiza esses alunos sobre a
importância de uma boa alimentação e melhora o ensino [...], tornando-
o mais dinâmico (ARAÙJO; DRAGO, 2011, p. 127).
A horta escolar é um grande eixo dinamizador de atividades curriculares no ensino
fundamental, sendo um grande centralizador do ensino de uma alimentação saudável,
podendo contribuir de forma direta, com a qualidade de vida do educando, através da
oferta de alimentos nutritivos, essenciais à saúde.
Esse tipo de alimento tem um valor importante dentro de uma dieta
saudável. São alimentos fontes de micronutrientes, fibras e de
nutrientes com propriedades funcionais, como, por exemplo, os
carotenoides. Carotenoides são pigmentos amarelos, verdes e
vermelhos encontrados nos vegetais e com uma função antioxidante que
retardam o envelhecimento celular. Ademais, frutas e hortaliças
possuem poucas calorias em relação ao volume do alimento consumido,
favorecendo a manutenção saudável do peso corporal (SONATI, 2009,
p. 32).
De acordo com Silva, Munaretto e Mantovani (2011) as verduras e legumes
coletados na horta da escola servem [...] para enriquecer o cardápio do lanche, pois os
alunos desfrutarão de um lanche mais saboroso, saudável e nutritivo. Os alunos podem
também levar essas atividades práticas e esse conhecimento para sua própria casa,
desenvolvendo junto com sua família. “Pelo cultivo da horta, os educandos certamente,
terão o lanche escolar mais enriquecido e saboroso” (BARBOSA; MARTINS, 2008, p.
43).
No contexto escolar, a horta se adequa como um recurso a ser utilizado para
relacionar teoria com a prática, sendo feito o estudo dos conteúdos, relacionando-os com
as vivências cotidianas dos alunos. Quando o professor aplica o conteúdo, por exemplo,
“o estudo dos valores nutricionais das hortaliças”, o aluno conseguirá se aprimorar melhor
do conteúdo, facilitando seu conhecimento, pois o mesmo alcançará de maneira mais
significativa o que foi visto na teoria, a partir do contato com as hortaliças na própria
horta.
O Professor [...] sente a necessidade de associar a teoria com a prática,
para a construção do conhecimento do aluno, pois o conteúdo deve ser
associado com a realidade, para que ocorra de maneira mais fácil a
aprendizagem (SILVA, MUNARETTO, MANTOVANI, 2011, p. 56).
É possível trabalhar com o tema alimentação em todas as disciplinas do currículo
escolar. Cabe aos professores, utilizar o espaço da horta escolar, para a realização de
26
atividades integradoras, que facilitem a oportunidade de novos conhecimentos por parte
dos alunos.
Utilizando o alimento como tema e a horta como espaço de
experimentação, o professor [...] pode desenvolver várias temáticas e
atividades integradoras dos vários campos do conhecimento, que,
certamente, vão gerar novas aprendizagens (BARBOSA; MARTINS,
2008, p. 44).
Para Fernandes (2007) com uma pequena horta escolar, podem-se atingir vários
objetivos, como, melhorar a educação dos escolares, mediante uma aprendizagem ativa e
integrada a um plano de estudos de conhecimentos teóricos e práticos sobre diversos
conteúdos, produzir verduras e legumes frescos e sadios a baixo custo. Para isso basta
que as hortaliças sejam plantadas e cuidadas com carinho e dedicação, proporcionando
aos escolares experiências de práticas ecológicas para a produção de alimentos, de tal
forma, que possam transmiti-las a seus familiares e consequentemente, aplicá-las em
hortas caseiras ou comunitárias, complementando os programas de merenda escolar com
alimentos frescos, ricos em nutrientes e sem contaminação por agrotóxicos.
Sendo assim, é importante perceber que o aprendizado com a horta escolar vai
além dos muros da escola, ou seja, o consumo de hortaliças não será restrito apenas ao
tempo em que os alunos passam na unidade escolar, permanecendo também nas refeições
diárias servidas em casa, uma vez que as crianças entendendo a importância do consumo
desses alimentos para a sua saúde, qualidade de vida e bem estar, influenciarão os pais
para a obtenção desses produtos. “Certamente, a horta escolar provoca um movimento e
uma relação mais estreita entre o estudante e alimento” (BARBOSA; MARTINS, 2008,
p. 46). A escola como interessada na promoção de hábitos alimentares saudáveis dos seus
alunos, deve chamar a atenção dos familiares, para o fato de que também precisam adotar
a horta nas suas residências, como apoio a uma alimentação que deve ser variada, rica em
nutrientes, longe do uso de produtos químicos, para que desta forma, proporcione
alimentos saudáveis, de caráter orgânico.
Infelizmente, não são todas as pessoas que têm aceso a uma alimentação de
qualidade, balanceada e com todos os nutrientes que o corpo necessita. Podemos citar
como exemplo, a falta de dinheiro para a compra desses alimentos, por não serem de
baixo custo, devido à falta da sua produção. Outro fator é a preferência das famílias pelo
consumo de alimentos inadequados, como massas, frituras e refrigerantes, que se
ingeridos em bastante quantidade, prejudicam a saúde.
27
Sabedores de que muitas crianças e adolescentes não tem acesso a
hortaliças e legumes em sua alimentação, muitas vezes por falta de
recursos financeiros da família, ou ainda por hábitos alimentares, e
sabedores também, das graves consequências que isto lhes acarreta
estamos implantando e implementando a horta escolar como
demonstração concreta e real da possibilidade e da visibilidade de
alcançarmos uma alimentação mais saudável [...] (BARBOZA, 2007,
p. 42).
É na horta que iremos encontrar alimentos provenientes de nutrientes, que
auxiliam no bom funcionamento do nosso corpo.
As hortaliças fornecem, principalmente, pró vitamina A, vitamina B e
vitamina C, além de minerais como cálcio, fósforo e ferro, e fibras
necessárias ao bom funcionamento dos intestinos. Entretanto, a saúde
só será preservada se o consumo de hortaliças for diversificado, isento
de contaminação por patógenos ou agrotóxicos e equilibrado
nutricionalmente (FERNANDES, 2007, p. 13).
Fernandes (2007) ainda acrescenta que a alimentação adequada exige alimentos
que contenham carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais e vitaminas. Portanto, é
recomendável uma alimentação diversificada e a ingestão de pelo menos cinco variedades
de hortaliças em cada refeição. O consumo diário de hortaliças na dieta é uma boa garantia
de saúde.
A horta escolar é uma estratégia de educar para a alimentação saudável, na
medida em que oportuniza ações voltadas para o estímulo de hábitos alimentares
adequados, que sejam colocadas em prática e aliadas à formação dos indivíduos em idade
escolar.
Por isto enfatizamos que a horta escolar não tem por finalidade produzir
alfaces, coentros e cenouras apenas; ela objetiva algo maior: a
abordagem das temáticas [...] alimentação e nutrição com vistas a
mudanças dos maus hábitos alimentares [...], por meio de uma prática
pedagógica dinâmica, prazerosa e geradora de aprendizagens
(BARBOZA, 2007, p. 53).
O simples fato de a merenda escolar conter hortaliças no seu cardápio, já ajuda no
incentivo ao consumo desses alimentos pelos alunos. Além do mais, com a horta a escola
pode diminuir o custo da merenda escolar, complementando com a compra de outros
alimentos, que sejam nutritivos e de qualidade.
O custo de algumas verduras pode se tornar mais barato quando criamos
as hortas dentro das escolas [...]. Além disso, essa prática garante o
fornecimento de uma merenda mais variada e, consequentemente, mais
saudável [...] (BRASIL, 2005, p. 78).
28
Infelizmente, a oferta e a propaganda para alimentos não saudáveis de baixo valor
nutritivo estão presentes nos nossos dias atuais. Cabe com a horta escolar, através do
incentivo do consumo de hortaliças, garantir um futuro mais saudável.
Os hábitos, preferências e aversões são estabelecidos nos primeiros
anos e levados até a fase adulta, quando frequentemente as mudanças
de hábitos encontram resistência, incentivar a criança a comer mais
frutas, verduras e legumes é apostar em um futuro mais saudável e
assegurar a essa criança a capacidade de escolher melhor seu próprio
alimento, uma vez que o excesso de oferta de alimentos poucos
saudáveis continuará a fazer parte da sociedade moderna (SONATI,
2009, p. 33).
Para Maciel (2009, p. 69) “o sentido da modificação do padrão de consumo
alimentar é o da inclusão de frutas e hortaliças nas refeições, limitar o consumo de
gorduras saturadas, sal, refrigerantes e aumentar o consumo de fibras”. Sendo que,
refeições compostas por uma grande quantidade de alimentos industrializados e poucas
hortaliças, tem sido resultado de agravos na saúde. Por isso, é importante que a escola
utilize estratégias como a horta escolar, capaz de contribuir com mudanças na cultura
alimentar.
[...] por meio da promoção da ação escolar e de uma educação integral
dos educandos, é possível gerar mudanças na cultura da comunidade no
que se refere à alimentação, à nutrição, à saúde e à qualidade de vida de
todos, sobretudo, tendo a horta escolar como o eixo gerador de tais
(BRASIL, 2008, p. 48-49).
Como já mencionado, o nosso corpo precisa de alguns nutrientes presentes nos
alimentos para se manter saudável, a horta escolar favorece o acesso dos escolares a esses
alimentos que auxiliam na manutenção da saúde. Além disso, a horta escolar diversifica
o currículo e envolve os escolares em atividades didáticas.
A formação de hortas [...] escolares e/ou comunitárias é estratégia que
também facilita o acesso a esses alimentos, além de ser um excelente
instrumento de atividades didáticas, complementação de renda,
participação e mobilização social, entre outras vantagens. Uma horta
[..] escolar possibilita que toda a comunidade escolar se envolva nas
atividades de alimentação e saúde e, para uma diversidade de conteúdos
do currículo, a horta/ pomar pode constituir-se num interessante tema
transversal favorecedor de diferentes parcerias (BRASIL, 2008, p. 42-
43).
29
3 METODOLOGIA
Este capítulo está organizado da seguinte maneira: primeiramente apresentamos o tipo
de pesquisa que realizamos. Em seguida, os sujeitos participantes e o campo onde foi
realizada a pesquisa. Na sequência, identificamos o instrumento utilizado na coleta de
dados, e por fim, os procedimentos metodológicos que direcionaram a mesma.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Tomamos para esta pesquisa a abordagem qualitativa, porque se preocupa com os
aspectos da realidade, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das
relações sociais. Interessamo-nos pelas atitudes que diferentes pessoas tomam para dar
sentido às suas vidas e a forma como estruturam o mundo social em que vivem.
O objetivo da pesquisa qualitativa é trazer à tona o que os participantes
pensam a respeito do que está sendo pesquisado. Não é só a visão de
pesquisador que é importante, mas também o que o sujeito tem a dizer
em relação ao problema (MARTINELLI, 1999, p. 21-22).
Esta é uma pesquisa-ação, caracterizada pela resolução de um problema
diagnosticado no âmbito da unidade escolar, com o qual os pesquisadores e participantes
estão envolvidos de modo participativo e cooperativo. Visa colaborar com a elaboração
de estratégias e ações que auxiliem os agentes na sua atividade transformadora da
situação.
A pesquisa-ação é aquela que o pesquisador faz intervenções diretas na
realidade social que se apresenta com algum problema. Ele interage de
forma intensa com os sujeitos pesquisados e com a realidade que o
cerca. Além de constatar o problema e suas causas, ele procura agir para
solucioná-lo de modo prático e conscientizar os sujeitos envolvidos
sobre a melhor forma de evitar a ocorrência de tais problemas
(XAVIER, 2010, p. 47).
Xavier (2010) ainda acrescenta que, neste tipo de investigação, o cientista
pesquisa enquanto age, e propõe mudanças que são aplicadas por ele mesmo.
3.2 CAMPO E SUJEITOS DA PESQUISA
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental
de uma escola do município de Garanhuns-PE, que atende às seguintes modalidades:
Educação Infantil e Ensino Fundamental, durante os turnos diurno e vespertino. Os
sujeitos participantes da pesquisa foram 18 alunos, entre eles 8 do sexo masculino e 10
30
do sexo feminino, com faixa etária entre 8 a 10 anos de idade. A escolha da escola campo
se deu pelo fato de o pesquisador ser bolsista do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID), em que o mesmo desenvolveu o projeto, e por ter percebido
a necessidade de se trabalhar a temática alimentação saudável, utilizando como recurso
didático uma horta escolar.
Por questões éticas, os alunos foram informados previamente que estariam sendo
estudados, concordando em participar voluntariamente da pesquisa. Pedimos a
autorização da gestora e da professora da turma para a execução da pesquisa, garantindo
total sigilo e proteção dos dados, como também o tratamento igual para com todos os
sujeitos envolvidos. Explicamos a necessidade da pesquisa sobre o tema, os objetivos e
os procedimentos metodológicos.
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Utilizamos como instrumento de coleta de dados desta pesquisa um questionário,
sendo aplicado aos alunos antes e ao término das aulas teóricas e práticas sobre a
importância de uma alimentação saudável para a melhoria da qualidade de vida. Com ele
identificamos as concepções prévias dos estudantes sobre alimentação saudável, partindo
para um trabalho de reeducação alimentar através do consumo de hortaliças,
contribuindo, dessa forma, para a qualidade de vida dos sujeitos estudados. Também
analisamos se houve mudanças no conceito de hábito alimentar saudável dos alunos após
a construção e utilização da horta escolar como um recurso didático para o estudo do
referido conceito.
O questionário foi estruturado, em questões abertas e fechadas e teve como
objetivo obter o máximo de informações por meio das perguntas dirigidas aos alunos
sobre o conceito de alimentação saudável. Buscamos também identificar com o
questionário, que tipos de alimentos são consumidos pelos estudantes em suas refeições
diárias, se há a presença de hortaliças, a concepção dos mesmos sobre alimentação
saudável e se reconhecem a necessidade de mudança dos hábitos alimentares.
As diversas questões utilizadas no questionário e a análise dos planos de aulas
forneceram informações para atingir os objetivos específicos, conforme mostrado no
quadro a seguir:
31
OBJETIVOS ESPECÍFICOS INSTRUMENTOS
Identificar as concepções iniciais dos
alunos sobre alimentação saudável;
Questionário
Caracterizar os aspectos de uma proposta
pedagógica que utiliza a horta escolar
para trabalhar o conceito de alimentação
saudável;
Análise de conteúdo dos planos de aula.
Avaliar se houve mudança na concepção
alimentar dos alunos após a experiência
com a proposta pedagógica.
Questionário
A partir da análise das respostas do primeiro questionário, aplicado aos alunos do
3º ano, desenvolvemos aulas teóricas sobre alimentação saudável e aulas práticas, através
da construção de uma horta escolar.
Dando continuidade à pesquisa aplicamos novamente o mesmo questionário que
foi aplicado antes das aulas teóricas e práticas, com o objetivo de identificar as possíveis
mudanças conceituais dos alunos sobre alimentação saudável, e se a horta escolar
enquanto recurso didático contribuiu para a compreensão desse conceito.
3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Após termos a autorização da gestora da escola e da professora da turma,
iniciamos a pesquisa aplicando um questionário aos alunos. Na semana seguinte, após
termos analisado as respostas dos alunos, demos início às aulas teóricas e práticas. Foram
quatro aulas, em semanas consecutivas, nos quais os alunos envolvidos puderam refletir
sobre os diferentes aspectos da temática proposta.
Na primeira aula, trabalhamos os alimentos e sua importância para os seres
humanos, e alimentação saudável. Desenvolvemos atividades individuais e em grupo,
sempre considerando o conhecimento prévio dos alunos, buscando relacioná-los a
conceitos científicos.
Na segunda aula, trabalhamos os tipos e grupos de alimentos. Para isso,
mostramos um vídeo sobre os tipos de alimentos (energéticos, construtores e reguladores)
e os grupos de nutrientes (proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídeos e sais minerais) e
suas funções no corpo. Também apresentamos a pirâmide alimentar.
Na terceira aula, trabalhamos os tipos de hortas e sua importância na alimentação
saudável. De início, fizemos alguns questionamentos aos alunos, buscando identificar o
que eles já sabem sobre o assunto. Em seguida, explicamos o conceito de horta e os
32
cuidados de que ela necessita, trabalhamos com um texto sobre os principais tipos de
horta (doméstica, comunitária, comercial e orgânica, dando maior respaldo à horta
escolar. Apresentamos slides sobre o conceito de hortaliças, bem como, a sua importância
na alimentação saudável.
Na quarta aula, construímos, junto aos alunos, a horta escolar. Para isso,
construímos o canteiro no terreno livre da escola e plantamos sementes e mudas de
hortaliças, explicando o valor nutricional de cada uma. Montamos uma roda de conversa,
para refletir sobre as experiências e aprendizagens proporcionadas pela construção da
horta na escola.
Dando continuidade a esse processo de desenvolvimento da pesquisa, após uma
semana do término das aulas teóricas e práticas, aplicamos o mesmo questionário para
verificarmos se houve alterações na concepção dos alunos sobre a temática estudada e
possíveis mudanças nos hábitos alimentares.
33
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo apresentamos as análises dos questionários aplicados aos alunos
antes e depois das aulas teóricas e práticas, bem como, as análises das aulas teóricas e
práticas desenvolvidas durante a realização da pesquisa.
4.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS ANTES E DEPOIS DAS
AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS
Foram construídas categorias para análise das respostas dos questionários
direcionados aos alunos antes e depois das aulas teóricas e práticas, relacionando-as à
fundamentação teórica da pesquisa.
Para categorização das respostas obtidas no questionário foram construídos
quadros. O primeiro apresenta os tipos de alimentos mais consumidos pelos alunos
durante as suas refeições diárias: café da manhã, almoço, jantar e lanches. O segundo
sintetiza a opinião dos alunos sobre como cada um dos alimentos consumidos por eles
ajudam a manter a sua saúde. O terceiro mostra se eles consideram a sua alimentação
saudável, justificando a sua resposta. O quarto resume o que eles entendem por uma
alimentação saudável. O quinto apresenta os alimentos por eles considerados saudáveis.
Na categorização do primeiro quadro, organizamos os alimentos apresentados nas
respostas dos alunos nos seguintes grupos:
Alimentos energéticos extras são representados pelos açúcares simples, doces e
tortas elaborados, juntamente aos óleos vegetais e outros tipos de gorduras.
Alimentos construtores incluem os alimentos fonte de proteína como o leite e
seus derivados, carnes, ovos e leguminosas (feijão, soja, lentilha, ervilha, etc.).
Esses alimentos têm a capacidade de construir e regenerar tecidos corporais
(músculos, pele, ossos, etc.).
Alimentos reguladores são representados pelas frutas, verduras e hortaliças e são
capazes de fornecer vitaminas, sais minerais, fibras e determinadas quantidades
de carboidratos.
Alimentos energéticos são a nossa maior e primeira fonte de carboidratos,
fornecendo energia na forma de glicose, que serve de combustível para nosso
organismo realizar as funções físicas e mentais. Estão incluídos os carboidratos
complexos: cereais, farinhas e pães (integrais ou não), raízes e tubérculos e as
massas.
34
QUADRO 1. Quais são os alimentos que compõem as suas refeições diárias?
Categoria
dos tipos de
alimentos
Café da manhã Almoço Jantar Lanches
Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Alimentos
Energéticos
extras
A5 A17 A10,
A17
A8,
A16
A1, A14 A1, A2,
A3, A4,
A5, A7,
A8, A9,
A10, A11,
A13, A14,
A15, A17,
A18
A2, A4,
A6, A7,
A8, A9,
A13, A14,
A15, A18
Alimentos
Construtores
A1, A2,
A3, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10, A13
A15, A16,
A17
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A18
A1, A2,
A3, A4,
A5, A6,
A7,A8,
A9, A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A1, A2,
A3, A5,
A7, A9,
A11,
A13,
A17,
A18
A2, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A13,
A15
A3, A4,
A6, A10,
A12
A1, A2,
A4, A10,
A12, A16,
A17
Alimentos
Reguladores
A1, A2,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A14,
A15,
A16,
A17
A3, A4,
A9, A15
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A6 A4, A6,
A14, A16,
A18
A1, A2,
A4, A6,
A7, A8,
A9, A10,
A11, A12,
A13, A14,
A15, A16,
A18
Alimentos
Energéticos
A1, A2,
A3, A4,
A5, A6,
A7, A8,
A9, A10,
A11, A12,
A13, A14,
A15, A16,
A17, A18
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A1, A2,
A3, A4,
A5, A6,
A7, A8,
A9, A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A1, A3,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A16,
A17,
A18
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A8, A9,
A10,
A11,
A12,
A13,
A14,
A15,
A16,
A17,
A18
A3, A6,
A12, A16,
A17, A18
A1, A2,
A4, A5,
A6, A7,
A12, A15,
A16, A17
Ao realizarmos uma análise comparativa das respostas dadas pelos alunos na
primeira questão do questionário antes das aulas práticas e teóricas, percebemos que os
hábitos alimentares dos mesmos não correspondiam a uma alimentação totalmente
35
saudável, pois não consumiam alimentos de todos os tipos, ou seja, não apresentava uma
variedade dos grupos alimentares, como por exemplo, os alimentos reguladores,
representados pelas frutas, legumes e verduras não foram citados. Estes são importantes
na absorção de nutrientes, aumentam a resistência contra infeções e promovem o
funcionamento do intestino.
Podemos observar a falta do consumo desses alimentos nas respostas dadas pelos
alunos 2 e 13:
(A2) Café com leite, pão, arroz, feijão, pizza, cuscuz, carne, ovo, biscoito e todinho;
(A13) Pão com salsicha, feijão, arroz, macarrão, pão com ovo, cuscuz, biscoito e
salgadinho.
Porém, quando analisamos as respostas dadas à mesma questão após a realização
das aulas teóricas e práticas, identificamos o consumo de frutas, verduras e legumes
durante as refeições cotidianas dos alunos. O que significa uma melhora na alimentação
dos mesmos, estando mais equilibrada.
(A2) Café, pão, frutas, chocolate quente, leite, cachorro quente, bolacha, arroz, feijão,
carne, pizza, lasanha, salada, sopa, iogurte, biscoito e maça;
(A13) Pão com salsicha, café com leite, macarrão, arroz, feijão, carne, salada de pepino,
tomate, suco de morango, sopa, cuscuz com manteiga, salgadinho, biscoito, refrigerante
e frutas.
De acordo com Freitas (2002) uma alimentação saudável e balanceada é um dos
fatores predominantes para se ter uma boa saúde, pois somos formados por aquilo que
comemos. O sangue, os nervos, os músculos e as células são constituídas e renovadas de
acordo com o que ingerimos. A alimentação influi diretamente em nossa disposição, em
nosso estado emocional e também em nossa inteligência.
Na categorização do segundo quadro, organizamos as respostas dos alunos de
acordo com as seguintes categorias: Conceituou – quando os alunos apresentaram uma
definição de como os alimentos ajudam a manter a sua saúde; Conceituou e deu exemplos
de alimentos que ajudam a manter a sua saúde; Deu exemplos, quando não conceituou
mais apresentou exemplos de alimentos que ajudam a manter a sua saúde; não respondeu.
QUADRO 2. Como cada um desses alimentos ajudam a manter a sua saúde?
Categorias Antes Depois
Conceituou A1, A3, A4, A5, A6, A10, A11,
A12, A13, A16, A17
A1, A2, A4, A5, A6, A7, A8, A9,
A10, A11, A12, A13, A14, A15,
16, A17, A18
Conceituou e deu exemplos A9, A14, A15, A18 Deu exemplos A7, A8
36
Não responderam A2 A3
Verificamos que antes das aulas teóricas e práticas não havia um entendimento
significativo por parte dos alunos a respeito de como os alimentos ingeridos por eles
podem contribuir com o bem estar de sua saúde, proporcionando assim, o bom
funcionamento do corpo. Observamos isso nas respostas dos alunos:
(A15): Porque tem ferro, o feijão que todo mundo come;
(A18): A cenoura é boa para os ossos.
Ao analisarmos as respostas dadas ao questionário após as aulas teóricas e
práticas, pudemos perceber que os alunos apresentaram novos elementos em suas
respostas, o que mostra uma construção significativa do conceito trabalhado nas aulas.
Eles justificaram a importância dos alimentos consumidos para o favorecimento de sua
saúde.
(A15): Protege a nossa pele e nos faz ficar fortes com boa aparência;
(A18): Protege o corpo de doenças, deixa os cabelos, as unhas e os dentes em bom estado.
Inicialmente, pudemos perceber que não havia por parte dos alunos a preocupação
em conhecer que possíveis reações ocorrem em seu corpo devido ao consumo de
determinados alimentos. Eles estavam preocupados apenas em saciar a fome, sem se
importar com a qualidade e quantidade dos alimentos consumidos.
Essa concepção não faz mais parte do entendimento dos alunos sobre como se
alimentar, ambos compreendem que para estarem bem alimentados e preservarem a sua
saúde, devem optar pela escolha de alimentos que atendam às suas exigências
nutricionais.
QUADRO 3.Você considera sua alimentação saudável? Por que?
Categorias Justificativa Antes Depois
Sim Conceitos
científicos
A1, A2, A4, A5, A6, A8,
A9, A11, A12, A13,
A14, A15, A16, A17,
A18
Antes Depois
A1, A2, A3, A4,
A5, A6, A7, A8,
A9, A10, A11,
A12, A13, A14,
A15, A16, A17,
A18
A1, A2,
A3, A4,
A5, A6,
A7, A8,
A9, A10,
A11, A12,
A13, A14,
A15, A16,
A17, A18
Conceitos do
senso comum
A1, A2, A3, A4,
A5, A6, A7, A8,
A10, A11, A12,
A13, A14, A15,
A18
A7, A10
Deu exemplos de
alimentos
A17
Não respondeu A9 A3
Não
37
Antes Depois Conceitos
científicos
A16, A17 Conceitos do
senso comum
A16, A17
Deu exemplos de
alimentos
Não respondeu
Na terceira questão do questionário, antes das aulas teóricas e práticas,
perguntamos aos alunos se eles consideram a sua alimentação saudável, todos
responderam que sim, sendo que, dois dos alunos optaram pelas duas alternativas.
Oportunizamos dizer que ambos assim fizeram por estarem cientes de que consomem
alimentos de boa procedência, como também aqueles que não são característicos de uma
alimentação adequada. Como podemos perceber nas respostas dadas:
(A16): Sim, eu como coisas saudáveis, e não, porque como doces e salgadinho.
(A17): Sim, porque como as coisas que dão força, e não, porque como batata frita.
Ao dizerem que sua alimentação é saudável, os alunos não apresentaram conceitos
bem definidos acerca da temática, apresentando apenas conhecimentos do senso comum.
(A 6): A gente fica forte;
(A15): Porque eu gosto.
Portanto, torna-se evidente que é preciso que as escolas adotem a alimentação
saudável como componente curricular, sendo uma ação primordial, proporcionar o estudo
desse tema, por favorecer aos alunos uma melhor compreensão de seus hábitos
alimentares. Bizzo e Leder (2005) afirmam que a educação nutricional propõe a
construção coletiva do conhecimento através do planejamento didático com participação
entre escola, equipe de saúde, a criança e a família, além dos conteúdos trabalhados nas
aulas, respeitando os saberes e as vivências dos educandos.
O Ministério da Saúde acrescenta que haja prevenção de doenças, é fundamental
trabalhar a saúde no período escolar, sendo esse espaço propício e privilegiado para o
desenvolvimento de programas de intervenção junto à população, pois sua abrangência
não se restringe ao ensino, inclui também ações de promoção de saúde, as relações escola
e família, alimentação escolar e promoção de um ambiente saudável. (BRASIL, 2003).
Já nas respostas dadas após as aulas teóricas e práticas, os alunos apresentaram
conceitos mais significativos e argumentados ao dizerem que sua alimentação é saudável.
(A 6): Porque é composta de alimentos de todos os grupos da pirâmide alimentar;
38
(A 15): Porque é nutritiva e saborosa.
Diante das respostas apresentadas, percebemos que os alunos compreenderam que
uma alimentação saudável deve ser variada e equilibrada, a fim de oferecer diferentes
tipos de nutrientes, que estão presentes em vários alimentos, inclusive naqueles que
devemos comer com moderação, como é o caso, dos doces e salgados.
Outra questão mencionada pelos alunos é com relação ao sabor dos alimentos.
Porém, apesar de considerarmos a qualidade do sabor como algo atrativo para o consumo
dos alimentos, não hesitamos em dizer que alimentos considerados inadequados, podem
ser saborosos, como também, precisamos consumir aqueles que podem não ser de sabor
agradável, mas que possuem um valor nutricional importante para o nosso corpo.
QUADRO 4. O que você entende por uma alimentação saudável?
Categorias Antes Depois
Conceituou A1, A3, A4, A9, A10, A12, A13,
A14, A15, A17, A18
Todos os alunos conceituaram.
Conceituou e deu exemplos de
alimentos
A 6, A11
Deu exemplos de alimentos A2, A5, A7, A8, A16 Não responderam
A quarta questão do questionário corresponde às concepções dos alunos sobre
alimentação saudável antes e após as aulas teóricas e práticas. Pudemos observar que os
mesmos não apresentavam conceitos científicos, apresentando nas suas respostas
conhecimentos adquiridos no cotidiano e exemplos de alimentos.
(A 2): Café e pão;
(A 6): Arroz, feijão e carne.
É pertinente ressaltar, que além dos alunos não terem apresentado conceitos
característicos de uma alimentação saudável, os alimentos por eles citados, não
correspondem totalmente a uma alimentação adequada, por haver uma carência de
nutrientes, presentes em outros alimentos.
Segundo Valente (2002) uma prática de educação alimentar é aquela que contribui
para construção de seres humanos saudáveis. O que garante uma alimentação saudável
são as escolhas certas dos alimentos, que possam garantir uma variedade de nutrientes
para manutenção da saúde.
Após as aulas teóricas e práticas, observamos mudanças na concepção dos alunos
sobre alimentação saudável. Apresentaram conceitos científicos sobre o tema.
Compreendemos que os alunos ampliaram os seus conhecimentos, ao mostrarem que uma
39
alimentação saudável é aquela que oferta os nutrientes necessários ao corpo, mantendo-o
funcionando em perfeito estado, além de ser balanceada. O que fez com que eles
pudessem compreender que é necessário o consumo de um maior número de alimentos
em quantidades ideais ao próprio corpo.
(A 2): Aquela que é rica em nutrientes essenciais ao corpo;
(A 6): Tem que ser balanceada e de qualidade.
Podemos dizer que os alunos compreenderam que cada alimento é essencial para
uma parte do corpo, alguns ajudam no funcionamento do coração, dos pulmões, outros
revigoram a pele, mantêm as unhas e os cabelos fortes, desta forma, prevenindo doenças.
Portanto, torna-se necessário que a escola esteja pronta para lidar com esses
assuntos que envolvem a saúde dos seus alunos, e que está totalmente voltada para a
questão da alimentação saudável, podendo o professor utilizar ferramentas que auxiliem
os alunos na mudança de concepção alimentar. Durante as aulas, foi possível perceber
como as estratégias pedagógicas proporcionaram aos alunos a análise, a reflexão e a
mudança de concepção a partir dos conceitos científicos trabalhados em sala de aula.
Desta forma, garantindo aos alunos várias aprendizagens sobre o tema, que
consequentemente, ajudará na escolha dos seus hábitos alimentares.
QUADRO 5. Quais são os alimentos que você considera saudáveis?
Categorias Antes Depois
Frutas e verduras A1, A3, A4, A6, A9, A10, A11, A13,
A15
A1, A2, A4, A5, A6, A7, A8, A9,
A11, A12, A13, A14, A15, A16,
A17
Grão A2, A3, A6, A7, A8, A12, A13, A14,
A14, A16, A17, A18
A1, A2, A4, A5, A6, A7, A9, A12,
A13, A14, A15, A18
Massas A2, A5, A6, A7, A14 A2, A6, A13, A14, A17, A18
Carnes A2, A3, A5, A7, A12, A14, A15,
A16, A17, A18
A4, A6, A9, A13, A14, A16, A18
Leite A4, A7, A9, A15, A17
Água A12 A8, A16, A17
Café A2 A2
Guloseimas A3, A15, A17 A16
Não responderam A3
A quinta questão do questionário, se refere aos alimentos considerados saudáveis
pelos alunos antes e após as aulas teóricas e práticas. De início, percebemos que eles
tinham a concepção de que uma alimentação saudável devia ser composta por frutas,
verduras e legumes, com mais importância que os demais grupos de alimentos.
(A1): Tomate, alface, cenoura e pimentão;
(A10): Verduras e legumes.
40
Após as aulas, os alunos ampliaram o número de alimentos por eles considerados
saudáveis, compreendendo que alimentar-se diariamente apenas de frutas, verduras e
legumes não é essencial, por causar o emagrecimento, além da falta de energia para
brincar, estudar, trabalhar, dificultando o seu crescimento. Devendo optar por alimentos
de todos os grupos alimentares, resultando no fortalecimento da saúde, com energia e
força para resolver as suas atividades cotidianas.
(A1): Feijão, arroz, frutas e verduras;
(A10): Arroz, feijão, carne, verduras, legumes, leite e ovo.
Entre os alimentos apresentados pelos alunos, poucos consideraram a água como
um alimento, apesar de reconhecerem a sua importância para a vida dos seres humanos.
Ainda assim, houve um aumento com relação às respostas apresentadas ao primeiro
questionário, antes das aulas teóricas e práticas.
4.2 ANÁLISE DAS AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS
Através da realização das aulas teóricas e práticas, percebemos que a participação
dos alunos ocorreu de forma significativa em todas as atividades propostas, por serem
atividades diferenciadas, que despertaram o interesse e a motivação dos alunos para o
alcance do aprendizado, tornando as aulas dinâmicas e prazerosas.
Na primeira aula, buscamos identificar os conhecimentos prévios dos alunos a
partir de reflexões sobre os motivos pelos quais nos alimentamos. Para isso, colamos
cartazes na lousa, com as seguintes perguntas: O que é alimento? Por que comemos? O
que é ter uma alimentação saudável? Nessa atividade os alunos se sentiram bastante
motivados em darem as suas opiniões sobre as questões levantadas. À medida em que os
alunos iam dando as suas respostas, íamos anotando-as nos cartazes, para em seguida
fazermos uma discussão.
No segundo momento da aula, dividimos a turma em quatro grupos, cada grupo
recebeu uma sacola com figuras de alimentos. Os alunos aguçaram a sua curiosidade em
saber o que aconteceria por diante. Todos os componentes de cada grupo tiveram a
oportunidade de verificar as figuras que estavam na sacola. Dando continuidade, um
representante de cada grupo apresentou as figuras para os demais colegas da turma. Após
cada apresentação, perguntávamos se os alimentos daquela sacola correspondiam a uma
alimentação saudável. As sacolas estavam denominadas de “A, “B”, “C” e “D”.
41
Com isso, proporcionamos uma discussão entre os grupos e mostramos qual a
sacola que correspondia a uma alimentação saudável. Explicamos o que aconteceria, ao
comermos apenas dos alimentos das outras sacolas. Essa atividade proporcionou aos
alunos a compreensão de que uma alimentação saudável deve ser balanceada, ou seja,
composta por alimentos de todos os grupos.
Na segunda aula, apresentamos um vídeo sobre os tipos de alimentos (energéticos,
construtores e reguladores). O professor deve optar por recursos didáticos que possam
favorecer a qualidade das aulas. De acordo com Freitas (2007), todo e qualquer recurso
utilizado em um procedimento de ensino, visa estimular e aproximar o aluno do processo
de ensino-aprendizagem. Desta forma, fazendo com que os educandos se sintam
motivados a aprender.
Em seguida, dividimos a turma em grupos, cada equipe representou um dos grupos
de nutrientes, com o objetivo de encontrarem informações sobre eles, para serem
montadas tabelas ou cartazes com as informações que estavam espalhadas pelo birô da
sala. Os alunos fizeram a apresentação dos cartazes produzidos por eles e refletiram sobre
as suas opiniões acerca da importância desses alimentos para o corpo. Sem dúvida, essa
foi uma atividade que teve total envolvimento dos educandos.
Distribuímos na turma, para todos os alunos, um esquema vazio da pirâmide
alimentar, nas bordas havia uma numeração com a quantidade de porções que devemos
ingerir de cada grupo alimentar. Solicitamos aos educandos, que preenchessem os
espaços vazios com o nome dos alimentos que achavam correspondentes aos espaços. Ao
concluírem, mostramos em forma de cartaz um esquema original de uma pirâmide
alimentar. Essa atividade fez com que os alunos entendessem como é constituída a
pirâmide alimentar, passaram a conhecer quais os alimentos que devemos consumir em
maior quantidade, e aqueles que devemos evitar durante as refeições diárias.
Com base em Achterberg et al. (1994) a pirâmide alimentar é um instrumento de
orientação nutricional, utilizado por profissionais com objetivo de promover mudanças
de hábitos alimentares visando a saúde global do indivíduo e a prevenção de doenças.
Para Welsh et al. (1992) é uma representação gráfica facilitadora para a visualização dos
alimentos assim como a sua escolha nas refeições do dia.
Iniciamos a terceira aula fazendo alguns questionamentos aos alunos, tais como:
Quem conhece uma horta? O que é uma horta? Para que serve? As respostas obtidas
foram anotadas na lousa à medida que os educandos iam se pronunciando. Todos eles
42
disseram já ter visto uma horta, mas que nunca tinham plantado. Sintetizaram as suas
respostas em dizer que a horta serve para plantar verduras, legumes e frutas.
Demos continuidade, explicando o conceito de horta. Para melhor compreensão
dos alunos, distribuímos um texto sobre os principais tipos de horta, para ser lido e
interpretado. Em dupla, os educandos fizeram uma apresentação sobre as suas
interpretações. Essa atividade resultou no interesse dos educandos em construírem hortas
nas suas próprias casas, compreendendo que as mesmas podem melhorar a alimentação
de suas famílias, como também, ajudar na renda familiar.
Ao discutirmos sobre a horta escolar, os educandos ficaram entusiasmados para
construir uma na própria escola. Explicamos que ela precisa de devidos cuidados como
regar e eliminar plantas daninhas. Todos se mostraram evidentemente compromissados.
Apresentamos slides retratando a importância das hortaliças para uma alimentação
saudável. Para identificarmos a compreensão dos educandos foi requerido que eles
produzissem um pequeno texto. Ao fazermos análise deste, em geral, percebemos que os
educandos entenderam que as hortaliças são importantes fontes de vitaminas e sais
minerais, que ajudam a regular e a manter o bom funcionamento do organismo. No final
da aula, solicitamos que todos trouxessem para o nosso próximo encontro, sementes ou
mudinhas de hortaliças, para assim, prepararmos os canteiros para construção da horta
escolar.
Na quarta aula, antes de sairmos da sala, explicamos aos alunos os procedimentos
que iríamos tomar para elaborarmos a horta na escola. Foi nítido perceber como o simples
fato de deixar a sala de aula e ocupar outros espaços da escola, fez com que os educandos
estivessem mais dispostos para realizar as atividades. Zabalza (2001) afirma que o espaço
poderá favorecer a aquisição de aprendizagens, revelando-se estimulante em função do
nível de coerência entre os objetivos e a dinâmica proposta para as atividades a realizar,
ou em relação aos métodos de ensino e de aprendizagem caracterizadores do nosso modo
de trabalhar.
Os alunos trouxeram variadas hortaliças, como, semente de coentro, mudas de
cebolinha, alface, couve e tomate, que são plantas de pequeno porte, que podem ser
plantadas em pequenos espaços. Cada educando teve a oportunidade de fazer o plantio.
À medida que iam plantando, refletíamos sobre o valor nutricional das hortaliças.
Concluímos essa etapa regando a horta.
No último momento da aula, montamos uma roda de conversa, promovendo um
diálogo sobre as aprendizagens desenvolvidas a partir da construção da horta escolar.
44
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos dizer que uma proposta pedagógica que utiliza a horta escolar enquanto
recurso didático contribui de forma significativa para a construção do conceito de
alimentação saudável, por possibilitar a participação dos alunos em atividades práticas,
melhorando seus conhecimentos e aperfeiçoando suas experiências. A construção da
horta escolar possibilitou o contato direto dos alunos com os alimentos que cultivaram,
aprendendo o valor nutricional e os benefícios que esses trazem para a sua saúde. Também
podemos dizer que a horta escolar é um recurso pedagógico dinâmico, facilitador da
aprendizagem, por despertar a curiosidade e a participação dos alunos na realização das
atividades.
Nesta pesquisa foi possível identificar as concepções prévias dos alunos sobre
alimentação saudável, a partir da aplicação de um questionário. Após análise das
respostas apresentadas no questionário realizamos aulas teóricas e práticas que
contribuíram para o trabalho com o conceito de alimentação saudável. Ao finalizarmos
as aulas, aplicamos o mesmo questionário para avaliar se houve mudança na concepção
alimentar dos alunos após a experiência com a proposta pedagógica. A partir disso,
compreendemos que os alunos mudaram a sua concepção alimentar, aderindo a novos
hábitos alimentares, ampliando os seus conhecimentos sobre a temática.
Ao analisarmos os hábitos alimentares dos alunos, percebemos que eles não
tinham uma definição correta sobre o conceito de alimentação saudável, pois
consideravam apenas como saudáveis frutas e verduras, apesar de pouco consumir esses
tipos de alimentos. Além disso, não compreendiam a importância de outros alimentos
para o fornecimento de nutrientes essenciais ao corpo, nem entendiam que uma
alimentação saudável deve ser variada e balanceada, composta por alimentos de todos os
grupos alimentares, para suprir as necessidades nutricionais das pessoas.
Dessa forma, afirmamos a importância do trabalho com essa temática em sala de
aula, pois é necessário que as crianças aprendam a variar a sua alimentação para que as
mesmas cresçam saudáveis, proporcionando-as força e vontade para participar das
atividades propostas pela escola, como também realizar com sucesso outras atividades
cotidianas.
Percebemos ainda que muitos dos alunos comiam determinados alimentos sem
saber a função que eles realizam no corpo, comendo apenas para saciar a fome ou por
prazer, sem se importar com o valor nutricional. É evidente na pesquisa, que os alunos
45
possuíam conhecimentos do senso comum sobre a temática, ao dizerem, por exemplo,
“muito bom a gente fica forte” “eu não adoeço”. Esses conhecimentos foram
aperfeiçoados e modificados a partir da realização das aulas.
Podemos dizer que a maioria das crianças antes das aulas teóricas e práticas
consideravam a sua alimentação saudável, mas que na realidade não estavam
relacionando-a de acordo com os conceitos científicos. As justificativas apresentadas se
direcionavam novamente a conhecimentos do senso comum.
Durante as aulas teóricas e práticas, percebemos que as concepções alimentares dos
alunos começaram a sofrer modificações, os mesmo já sabiam diferenciar hábitos
alimentares saudáveis de não saudáveis. Podemos afirmar que as atividades realizadas
foram de fundamental importância para que os alunos alçassem o conceito científico de
alimentação saudável. De modo especial, destacamos a horta escolar como um recurso
didático primordial para o trabalho com essa temática. Sendo essa, uma ferramenta
significativa dentro do ambiente escolar, por proporcionar aos professores, possibilidades
diferentes de atrair a atenção e interesse dos alunos para os conteúdos que estão sendo
estudados.
Consideramos pertinente o trabalho com a temática alimentação saudável, por ser
algo que está presente durante toda a vida do ser humano, podendo influenciar
diretamente na sua qualidade de vida. Ressaltamos a importância desta temática no
currículo escolar, desde os anos inicias do Ensino Fundamental, para que desde a infância
os alunos possam ter contato com hábitos alimentares saudáveis. Como também,
destacamos a horta escolar como um recurso didático primordial para o trabalho com essa
temática, por ser uma ferramenta que oportuniza ações voltadas para o estimulo de hábitos
alimentares adequados, que proporciona aprendizagens aos alunos.
Afirmamos a relevância desta pesquisa, por contribuir de forma significativa com
os sujeitos pesquisados, auxiliando-os na construção da concepção de alimentação
saudável, para que de forma autônoma e consciente possam prezar por hábitos alimentares
corretos.
Apontamos a necessidade de novas pesquisas sobre esse tema, para que novos
aspectos sejam estudados, como por exemplo, o crescimento das plantas e a colheita dos
alimentos, que são importantes para o aprendizado dos alunos.
46
REFERÊNCIAS
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direito da criança e ato pedagógico? Em Aberto, Brasília, ano 15, jul./set.1999.
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47
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50
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
Nome: ____________________________________________________________
Idade: _______ Ano: ______
1 Quais são os alimentos que compõem as suas refeições diárias?
A Café da manhã:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
B Almoço:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
C Jantar:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
D Lanches:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2 Como cada um desses alimentos ajuda a manter a sua saúde?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
3 –Você considera a sua alimentação saudável?
( ) SIM ( ) NÃO
Por que?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4 - O que você entende por uma alimentação saudável?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5- Quais são os alimentos que você considera saudáveis?
APÊNDICE B - PLANOS DE AULA
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1ª Aula
1 CONTEÚDOS – Os Alimentos, e sua importância para os seres vivos;
alimentação saudável.
2 OBJETIVOS
Compreender o conceito de alimentos;
Identificar sua importância para a vida dos seres vivos;
Caracterizar o que seja uma alimentação saudável.
3 METODOLOGIA
1º Momento
De início faremos uma reflexão sobre os motivos pelos quais nos alimentamos,
fazendo questionamentos e anotando em cartazes.
a O que é alimento?
b Por que comemos?
c O que é ter uma alimentação Saudável?
Após as respostas obtidas, dialogaremos dizendo que os alimentos fornecem os
elementos necessários para o desenvolvimento do corpo (ossos, músculos) libera
energia e protege o organismo de doenças. Por isso, não devemos só comer os
alimentos que gostamos. Mas aqueles que atendam a todas as necessidades
nutricionais do nosso corpo.
2º Momento
A turma será dividida em grupos, cada grupo receberá uma sacola transparente:
Sacola A - com figuras de doces, frituras, refrigerantes e salgadinhos;
Sacola B - com figuras de verduras, legumes e frutas;
Sacola C - com figuras de arroz, carne, feijão, leite e pão;
Sacola D - com um pouco de alimentos de cada grupo alimentar presentes nas
demais sacolas.
Os grupos deverão mostrar o conteúdo de cada uma delas e discutir qual das
sacolas deve escolher para ter uma alimentação saudável. Após as respostas dos
alunos, o professor irá mostrar em cartazes o que provavelmente acontecerá com
cada pessoa que consumir dos alimentos da sacola de A a D. E incentiva-los a
desenvolver hábitos alimentares saudáveis.
4 RECURSOS – Sacolas com figuras de alimentos, marcador e cartolina.
52
5 AVALIAÇÃO - Consideraremos os conhecimentos prévios dos alunos, a partir
de atividades individuais e em grupos.
2ª Aula
1 CONTEÚDO – Tipos e Grupos de alimentos e pirâmide alimentar.
2 OBJETIVOS
Identificar os tipos de alimentos;
Reconhecer os grupos que estão organizados os alimentos;
Compreender como estar organizada a pirâmide alimentar.
3 METODOLOGIA
1º Momento
Apresentação de um vídeo sobre os grupos e tipos de alimentos (energéticos,
construtores e reguladores) e suas funções no organismo humano.
2º Momento
Ao assistirem o vídeo, a turma será dividida em equipes, cada equipe representará
um dos grupos de nutrientes que compõem a pirâmide alimentar. Serão postos
em um local da sala informações correspondentes a cada grupo, onde as equipes
terão que montar tabela ou cartazes com informações correspondentes a cada
grupo alimentar.
Ao concluírem a tabela as equipes discutirão entre si a importância desses
alimentos para uma boa qualidade de vida, expondo as suas opiniões para toda a
turma.
3º Momento
Individualmente cada aluno receberá um esquema vazio da pirâmide alimentar,
devendo preenche-la, escrevendo os nomes dos alimentos que acham
correspondentes a cada parte da pirâmide. Explicaremos que a numeração
presente nas bordas representa a quantidade de porções que podemos consumir
diariamente dos alimentos de cada grupo.
4º Momento
Após o preenchimento do esquema da pirâmide alimentar, discutiremos junto aos
alunos porque copiaram o nome do alimento em determinado local, buscando
53
estimular a participação de toda a turma. O professor mostrará uma pirâmide
alimentar original, explicando-a quanto aos tipos e grupos alimentares.
4 RECURSOS – Vídeo, esquema vazio da pirâmide alimentar (impresso), cola
branca e cartolina.
5 AVALIAÇÃO – Será flexível, fazendo com que os alunos interajam com o
processo avaliativo, aproveitando o erro como um elemento que possa favorecer
o aprendizado.
3ª Aula
1 CONTEÚDOS – Tipos de Hortas e sua importância na alimentação saudável.
2 OBJETIVOS
Entender o conceito de horta;
Identificar os diferentes tipos de hortas;
Reconhecer a importância da horta na alimentação saudável;
3 METODOLOGIA
1º Momento
De início, faremos alguns questionamentos aos alunos como:
a Quem conhece uma horta?
b O que é uma horta?
c Para que ela serve?
Após as respostas explicaremos o conceito de horta e que a mesma precisa de
cuidados diários, como regar e eliminar plantas daninhas.
2º Momento
Iremos distribuir entre os alunos um texto sobre os principais tipos de horta,
dando maior ênfase a horta escolar, para ser lido, discutido e interpretado em
dupla. Em seguida, faremos a apresentação das interpretações das duplas com
relação aos tipos de hortas.
3º Momento
Importância das Hortaliças na alimentação saudável
Apresentação de slides sobre o que são hortaliças e sua importância na
alimentação. Faremos uma discursão coletiva, solicitando que os alunos
54
desenvolvam um pequeno texto sobre a importância da horta na alimentação
saudável.
4º Momento
Solicitaremos que cada aluno traga na próxima aula, uma muda de uma hortaliça
para plantarmos na horta escolar.
4 RECURSOS: Um texto, notebook, data show.
5 AVALIAÇÃO: Será diagnostica, buscando identificar os conhecimentos prévios
trazidos pelos alunos sobre os conteúdos trabalhados, relacionando-os a conceitos
científicos.
4ª Aula
1. CONTEÚDOS – Construção de canteiro, plantação das hortaliças e seu valor
nutricional.
2. OBJETIVOS
Construir canteiro;
Plantar as hortaliças;
Identificar o valor nutricional das hortaliças plantadas.
3. METODOLOGIA
1º Momento
Construiremos os canteiros, à medida que as mudas forem sendo plantadas,
informaremos aos alunos o valor nutricional de cada hortaliça, questionando as
funções que ela fornece ao corpo.
2º Momento
Montaremos uma tabela com o dia/mês e horário que cada aluno da turma e
funcionários da escola estarão responsáveis para regar a horta e tomar possíveis
cuidados.
3° Momento
Promover após a aula prática uma roda de diálogo com os alunos para identificar
as aprendizagens desenvolvidas durante a aula.
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4. RECURSOS: Enxada, mudas e sementes de hortaliças e água.
5. AVALIAÇÃO: Faremos observações a partir da participação dos alunos durante
a realização das atividades, proporcionaremos uma auto avaliação permitindo aos
alunos uma reflexão de suas ações no processo de ensino aprendizagem.
APÊNDICE C – FOTOS DAS AULAS
1ª Aula
2ª Aula
A
Figura A: Cartazes confeccionados a partir
dos conhecimentos prévios dos alunos
sobre o que é alimento, por que comemos e
o que é ter uma alimentação saudável.
B
Figura B: Sacolas com imagens
de alimentos dos diferentes
grupos alimentares (Doces
salgados e óleos; leite e
derivados, hortaliças; massas e
cereais).
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4ª Aula
Figura C: Textos com informações sobre
os nutrientes: Proteínas, vitaminas,
lipídeos, carboidratos e sais minerais.
Figura D: Os alunos lendo
informações sobre os nutrientes.
Figura E: Alunos produzindo cartazes a
partir das informações que encontraram
sobre os nutrientes.
Figura F: Cartazes feitos pelos
alunos a partir de informações
coletadas sobre os nutrientes.
C D
E F