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1. Moeda e o Sistema Monetário 1.1 Moeda: origem, funções e agregados monetários Bibliografia Carvalho, F. (2015), cap.1 Lopes&Rossetti (2009), cap.1 1 18/09/16

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1. MoedaeoSistemaMonetário

1.1Moeda:origem,funçõeseagregadosmonetários

BibliografiaCarvalho,F.(2015),cap.1

Lopes&Rossetti (2009),cap.11

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• Primeiros agrupamentos humanos, em geral, nômades – escambo

ü exploração da natureza para obter alimentação e proteção

ü processo primitivo de conservação dos produtos

ü pequena diversidade de produtos disponíveis

ü operação rudimentar de troca direta de eventuais excedentes

ü “dupla coincidência” de necessidade e desejo de trocas diretas decaráter apenas acessório nas sociedades primitivas

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OrigemdaMoeda

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• Primeira revolução agrícola e fixação de certos grupos em certas áreas(delta dos rios Nilo, Tigre e Eufrates)

ü agricultura organizada e domesticação de animais

ü criação de instrumentos de trabalho e diversificação da produção

ü estágio primitivo da especialização e divisão social do trabalho(novas funções como guerreiros, agricultores, pastores, artesãos esacerdotes)

ü auto-suficiência cede lugar à interdependência

ü a troca passa a ser fundamental para sobrevivência edesenvolvimento dos grupos sociais

ü dupla coincidência de desejos relativamente mais difícil, dada amaior diversificação de bens e serviços disponíveis

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OrigemdaMoeda

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• Primeira revolução agrícola e fixação de certos grupos em certas áreas(delta dos rios Nilo, Tigre e Eufrates) – continuação

ü gradativamente, escambo cede lugar a processos indiretos depagamento intermediados por determinados produtos de aceitaçãogeneralizada (fenômeno essencialmente social)

ü separação da compra e da venda – função de intermediário de troca

ü o valor dos demais bens e serviços começa a ser medido em relaçãoaos produtos-padrão – medida de valor

ü estes produtos representam poder aquisitivo que pode ser realizadoem diferentes momentos, o que os caracteriza como reserva devalor

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OrigemdaMoeda

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Origem da Moeda: produtos de aceitação generalizada, usados comointermediários de troca; medida de valor para os demais bens; e reserva devalor para realização de transações futuras.

• Intermediário de troca ou meio de pagamentos

Função essencial da moeda, que permite a separação das operações decompra e venda, viabilizando:

ü eliminação dos inconvenientes decorrentes da necessidade dadupla coincidência de desejos (ex. tempo empregado nastransações)

ü melhoria no processo de produção e distribuição e, portanto,maior grau de especialização e de divisão social do trabalho

ü aumento da eficiência econômica e da quantidade de bens eserviços

ü desenvolvimento dos mercados e crescimento econômico5

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FunçõesdaMoeda

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• Unidade de medida / conta

A moeda como unidade padrão de medida serve para comparação eagregação do valor de diferentes mercadorias.

Sem uma unidade de medida, o número de relações de troca queprecisariam ser mensuradas seria RT = n(n-1)/2, isto é, a combinação de nbens dois a dois.Ex. 10 produtos => 45 relações de troca

100 produtos => 4.950 relações de troca1000 produtos => 449.500 relações de troca

E é pré-condição para o estabelecimento de contratos, que dependem deuma unidade de conta para determinar a quantidade de unidadesmonetárias que liquidam as obrigações contraídas nas aquisições demercadorias ou serviços.

Um denominador comum, conforme os mercados ganham complexidade, éfundamental no processo de desenvolvimento econômico.

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FunçõesdaMoeda

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• Reserva de Valor

A moeda representa um poder de compra que pode ser utilizado emdiferentes momentos no tempo.

Esta função decorre da separação dos atos de compra e venda, que permite,portanto, a separação temporal destes dois atos.

Diferentes ativos também desempenham a função de reserva de valor, comoações, imóveis, obras de arte, etc., podendo inclusive, em alguns casos,render juros e experimentar valorização de preço, mas todos são menoslíquidos do que a moeda, que não precisa ser convertida em nada paraviabilizar uma compra (pronta aceitação a valor previsível).

A inflação corrói o valor da moeda, fragilizando sua função de reserva devalor.

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FunçõesdaMoeda

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• Indestrutibilidade: a moeda deve ser durável, isto é, não deve sedeteriorar com o manuseio por parte dos agentes na intermediação dastrocas.

• Inalterabilidade: a moeda não deve poder ser alterada ou falsificada(reprodução indevida) para que mantenha sua aceitação geral.

• Homogeneidade: unidades monetárias distintas de igual valor devem serrigorosamente iguais.

• Divisibilidade: a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos quepermitam a realização de transações de qualquer valor.

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Característicasdamoeda

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• Transferibilidade: facilidade de transferência de propriedade (ex. semidentificação do possuidor).

• Facilidade de manuseio e transporte: questões relativas, por exemplo, atamanho e peso do bem usado como moeda não devem dificultar suautilização como intermediário de troca.

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Característicasdamoeda

Lopes&Rossetti (2009),cap.1,s.1.3.

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Evolução dos sistemas monetários influenciada pela busca de instrumentosque atendessem satisfatoriamente às funções e características desejadaspara moeda.

• Moedas-mercadorias

As primeiras moedas foram aquelas mercadorias suficientemente raras, parater valor, e que atendiam a uma necessidade geral, tornando-as aceitas semrestrições.

Assim, as primeiras moedas tinham essencialmente valor de uso e, com suaaceitação geral (associada ao valor de uso), passavam a ter também valor detroca.

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Evoluçãodamoeda

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• Moedas-mercadorias

Com o passar do tempo houve um processo gradativo de desmaterializaçãoda moeda, que aos poucos deixa de ter valor de uso e passa a ter apenasvalor de troca.

A substituição das moedas mercadorias, com expressivo valor de uso, poroutros tipos de moeda se deve ao não preenchimento das característicasessenciais dos instrumentos monetários e da justaposição do valor de uso edo valor de troca, mantendo a semelhança com o escambo e seusinconvenientes que dificultam a operação de troca.

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Evoluçãodamoeda

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Épocas Regiões Principaismoedas-mercadorias

Antiguidade Egito Cobre. Anéisdecobre,comosubdivisãodaunidade-peso

BabilôniaeAssíria Cobre,prataecevada

Lídia Peçasmetálicas cunhadas.Emboraexistamdúvidashistóricas,oslídios(sec.XVIIaC)teriamsidoosprimeirospovosacunharmoedas,atestandoseupesoetítulo

Pérsia Gado, sobretudobovinoseovinos

Bretanha Barrasdeferro.Espadas deferro.Escravos.

Índia Animaisdomésticos. Arroz.Metais(notadamenteouroecobre).

China Conchas,sedaemetais. Instrumentosagrícolas.Cereais.Sal.

Evoluçãodamoeda

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18/09/16Épocas Regiões Principaismoedas-mercadorias

IdadeMédia IlhasBritânicas Moedasdecouro(precursoras dascédulasdepapel).Gado.Ouroeprataemunidades-peso.

Alemanha Gado (iníciodaidadeMédia).Cereais(notadamenteaveiaecenteio).Mel.Moedascunhadas:Solidus,deouro;Denar,deprata.

Islândia Gado.Tecidos.Peixessecos(notadamenteobacalhau)

Noruega Gadobovino.Escravos.Tecidos. Manteiga.Pelescurtidas.

Rússia Gadobovino. Pelesdeesquiloedemarta.Prata,emunidades-peso.

China Arroz (cominstrumentodetrocaeunidadedeconta).Chá.Sal.Peçasdeferro,estanhoeprata,comvaloresinter-relacionados.

Japão Anéisdecobre,cobertoscomouroeprata.Pérolas. Ágata.Arroz.

Evoluçãodamoeda

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18/09/16Épocas Regiões Principaismoedas-mercadorias

IdadeModerna

EstadosUnidos Épocacolonial: fumo,cereais,carnes-secas,madeiraegado.

Austrália Rum,trigoecarne(nosprimórdiosdacolonização britânica)

Canadá Pelesecereais

França Apósadesvalorizaçãodosassignats: metaispreciososecereais

AlemanhaeÁustria NoTirol: terracomodenominadorcomumdevalores;gadocomoinstrumentodetroca

Japão Arroz.Warrants,emitidospordepósitosdessecereal,atéoséculoXVIIIforamusadoscomomoeda

Evoluçãodamoeda

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• Metalismo

Os metais foram as mercadorias que mais se ajustaram às funções damoeda, por suas características físicas, por seu valor de uso nãocomprometer seu valor de troca e por permitir a cunhagem, que certificavapeso e qualidade.

Cunhagem e a senhoriagem:

“(O)s processos de cunhagem também possibilitaram a cobrança de tributos:na Idade Média, os senhores feudais assumiram o poder exclusivo de cunharmoedas e de alterar seu valor nominal, por meio do qual se apropriavam desubstanciais parcelas da base metálica, cada vez que impunham valoresnominais mais altos para iguais quantidades metal ou reduziam essasquantidade em relação à unidade expressa de valor nominal. É a esseprocesso de apropriação, caracterizado como uma cobrança de tributo, quese dá a denominação de seignorage ou senhoriagem.” (Lopes&Rossetti(2009), p.31)

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Evoluçãodamoeda

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• Metalismo

Metais inicialmente usados como instrumentos monetários (forma delingotes ou barras): cobre, bronze e ferro. Sua abundância, em função dadescoberta de novas jazidas e do aperfeiçoamento do processo industrial defundição, porém, comprometia sua função de reserva de valor.

Seguiu-se, então, a progressiva substituição de metais não nobres pelo ouroe pela prata, cujas características permitiam o atendimento satisfatório dasfunções da moeda.

Fora algumas exceções, o ouro e a prata mantiveram seu valor relativamenteestável ao longo do tempo, com o crescimento da oferta acompanhandoaproximadamente o crescimento da produção e, portanto, mantendo suaescassez relativa.

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• Metalismo

Historicamente, o ouro foi considerado a moeda mercadoria por excelência.

O grama do ouro, em algum momento, tornou-se o numerário de referênciapara os demais preços – padrão-ouro.

A cunhagem ganhou crescente importância para assegurar peso e qualidadedos metais, evitando falsificação, dilapidação e reforçando sua aceitaçãogeral.

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• Moeda-Papel

A moeda-papel surge com o desenvolvimento dos sistemas monetários àbase de metais preciosos e com o incremento das atividades de produção ede comércio (intra e interregional).

Particularmente após o Renascimento, os comerciantes, para contornar opeso e riscos de roubo dos metais preciosos, passaram a recorrer às casas decustódia, isto é, instituições equipadas para guardar metais monetários eoutros valores, mediante o pagamento de uma taxa e recebendo, emcontrapartida, certificados de depósito.

Estes certificados de depósito de ouro e prata, com 100% de lastro e comgarantia de plena conversibilidade, pela facilidade de manuseio (comodidadee segurança), passaram a circular no lugar dos metais preciosos,configurando o surgimento da moeda-papel, que tornou-seprogressivamente instrumento preferencial de troca e de reserva de valor.

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• Moeda-Papel

Embora a moeda-papel, e não o ouro, tenha passado a circular como meiode pagamentos, ela permanece 100% lastreada em ouro, mantendo umaconversão fixa 1:1., podendo, portanto, ser trocada a qualquer momentopelo equivalente em ouro no órgão emissor.

A escassez do ouro, até então, impõe um limite físico para emissão demoeda-papel.

Permanece o padrã-ouro.

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• Moeda fiduciária (papel-moeda)

A constatação, por parte das casas de custódia, de que a reconversão damoeda-papel em metais preciosos não era solicitada por todos os seusdetentores ao mesmo tempo levou à percepção de que não era necessário olastro integral, de 100%, em relação aos certificados em circulação.

De maneira lenta e gradual, as casas de custódia começaram a emitircertificados não lastreados, criando a moeda fiduciária ou o papel-moeda,com base na confiança que desfrutavam da sociedade em geral.

O papel-moeda, portanto, emitido por “particulares”, tem lastro inferior a100% e menor conversibilidade: se todos tentassem converter seuscertificados em metal precioso ao mesmo tempo, haveria quebra do sistema.

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• Moeda fiduciária (papel-moeda)

Para evitar a falência do sistema monetário e financeiro, o Estado passou aregulamentar as emissões, estabelecendo três sistemas básicos:

1. Sistema de cobertura integral: emissões iguais ao montante do encaixemetálico. (Inglaterra em 1844 e EUA em 1874)

2. Sistema de reserva proporcional: estabelece uma relação legal entre aemissão e o encaixe metálico. (Alemanha e Bélgica - 30% e EUA/1913, Itália,Suíça e Holanda – 40%).

3. Sistema de teto máximo: fixa um teto máximo de emissão, sem relaçãocom encaixe metálico, sendo mais flexível que os outros e facilitando aregulação da oferta monetária em relação às necessidades da economia.(França de 1870 a 1928)

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• Moeda fiduciária (papel-moeda)

A inflexibilidade desses sistemas levou a maior parte dos países à emissão denotas inconversíveis, mas, após o fim da Primeira Guerra Mundial,procuraram reestabelecer a conversibilidade, dando origem a dois sistemas:

1. Gold exchange standard, no qual as notas são conversíveis em uma divisaestrangeira, a qual, por sua vez, é conversível em ouro.

2. Gold bullion standard, no qual as notas são conversíveis em lingotes deouro, de tal forma que o metal não é usado para pagamentos internos,podendo ser entesourado ou usado em transações internacionais,geralmente oficiais.

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• Moeda fiduciária (papel-moeda)

A partir da Grande Depressão a conversibilidade foi progressivamenteabandonada, com exceção do dólar, que manteve lastro e conversibilidadeproporcional desde Bretton Woods até 1971 (padrão dólar-ouro).

Atualmente, todos os sistemas monetários são fiduciários, com as seguintescaracterísticas:

ü Inexistência de lastro metálico

ü Inconversibilidade absoluta

ü Monopólio estatal das emissões

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Evoluçãodamoeda

Lopes&Rossetti (2009),cap.1,s.1.4.

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• Moeda bancária

A moeda bancária, escritural ou invisível está associada aos depósitos a vistamovimentados por meio de cheques e, hoje em dia, por meio de cartões dedébito.

Esta moeda também é chamada de moeda escritural, por corresponder alançamentos a débito e crédito, registrados nas contas correntes dos bancos.

Atualmente, as duas formas convencionais de moeda utilizadas são a moedafiduciária e a moeda bancária.

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Evoluçãodamoeda

Lopes&Rossetti (2009),cap.1,s.1.4.

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EvoluçãodamoedanoBrasil

Lopes&Rossetti (2009),cap.1,s.1.5.

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Fonte: http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/pdrmonet.asp?idpai=CEDMOEBR 26

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Cédulasemoedasbrasileiras

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• Conceito de Liquidez

A liquidez de qualquer ativo depende da proporção em que ele seja:“realizável com maior certeza a curto prazo sem perdas” (Keynes, Treatise onMoney).

Segundo Carvalho, F.C. (2015, p.32): “A liquidez, portanto, é o atributo quequalquer ativo possui, em maior ou menor grau, de (i) conservar valor aolongo do tempo e (ii) ser capaz de liquidar dívidas”.

A moeda é o ativo de maior liquidez, pois não precisa ser convertido emnenhum outro ativo para viabilizar uma transação com bens e serviços.

Neste sentido, o desenvolvimento do sistema financeiro, ao organizar osmercados nos quais os instrumentos financeiros são negociados e ampliar onúmero de transações realizadas com os diversos ativos, contribui paraaumentar a liquidez dos ativos transacionados.

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AgregadosMonetários

Carvalho,F.C.(2015),S.1.3

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• Agregados Monetários

Os conceitos de agregados monetários diferenciam-se em função do grau deliquidez dos ativos considerados.

No caso do Brasil, os agregados utilizados são:

ü M0 = B = PMPP + Reservas (ET)

ü M1 = MP = PMPP + DV

ü M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos depoupança + títulos emitidos por instituições depositárias

ü M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa + operaçõescompromissadas registradas no Selic

ü M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez

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AgregadosMonetários

Carvalho,F.C.(2015),S.1.3

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AgregadosMonetáriosnoBrasil

M1 M1/M4(%) Depósitosdepoupança Títulosprivados1 M2

334.417 6,0% 659.005 1.292.298 2.285.721

M2 M2/M4(%) Quotasdefundosdeinvestimentos2,3

Oper.compromissadascomtítulosfederais4 M3

2.285.721 41,1% 2.277.820 195.771 4.759.312

M3 M3/M4(%) Títulosfederais(Selic) M4

4.759.312 85,7% 795.021 5.554.333

1/ Inclui depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias, letras imobiliárias, letras de crédito do agronegócio, letras de crédito imobiliário e letrasfinanceiras.2/ Composto por Fundos Cambial; Curto Prazo; Renda Fixa (inclusive extramercado); Multimercado; Referenciado; e outros fundos ainda não enquadradosnas classes instituídas pela Instrução CVMnº 409, de 18 de agosto de 2004.3/ Exclui lastro em títulos emitidos primariamente por instituição financeira.4/ As aplicações do setor não-financeiro em operações compromissadas estão incluídas no M3 a partir de agosto de 1999, quando eliminou-se o prazomínimo de 30 dias, exigido em tais operações desde outubro de 1991.* Dados preliminares.Fonte: http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/seriehistmpamp.asp

Meiosdepagamentoampliados- Dez/2015*Saldosemfinaldeperíodo– R$milhões