131-politicaseacoesparaacadeiaprodutivadegemasejoias

Embed Size (px)

Citation preview

  • POLTICAS E AES PARA A CADEIA PRODUTIVA DE GEMAS E JIAS

  • REPBLICA FEDERATIVA DO BRASILMINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR

    Secretaria de Desenvolvimento da Produo

  • M I N I S T R I O D O D E S E N V O LV I M E N TO, I N D S T R I A E CO M R C I O E X T E R I O R Luiz Fernando FurlanM INIS T R O D E E S TAD O

    Mrcio Fortes de AlmeidaSECR E TR I O - E XECU T I VO

    Antnio Srgio Martins MelloSECR E TR I O D O D E SEN VO LV IM EN TO DA PR O D U O

    Aneli Dacs FranzmannD IR E TO R A D O D EPAR TA M EN TO DA S IND S T R IA S

    IN T ENSI VA S EM M O - D E- O B R A E R ECUR SOS NAT UR AIS

    Bruno Henrique Rodrigues de MeloCO O R D ENAD O R- G ER AL DA S IND S T R IA S

    IN T ENSI VA S EM M O - D E- O B R A

    Talita Tormin SaitoCO O R D ENAD O R A-T CNI C A D O F RUM

    D E COM PE T I T I V IDAD E DA C AD EIA

    PR O D U T I VA D E G EM A S E J IA S

    w w w.desenvolvimento.gov.br w w w.ibgm.com.br

    Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio ExteriorEsplanada dos Ministrios,Bloco J70053-900 | Braslia, DFPABX: 61 2109-7000

    Instituto Brasileiro de Gemas e Metais PreciososSCN, Centro Empresarial Liberty Mall, Torre A, conjuntos 1103/110770712-903 | Braslia, DFPABX: 61 3326-3926

    I N S T I T U TO B R A S I L E I R O D E G E M A S E M E TA I S P R E C I O S O S

    CONSELHO DE ADMINISTR A O

    Joo Ferreira GomesPR E SID EN T E

    DIRETORIA E XECUTIVA

    Hcliton Santini HenriquesPR E SID EN T E

    cio Barbosa de MoraeD IR E TO R

    Edmundo Calhau FilhoD IR E TO R

    COORDENADORES DO TR ABALHO

    Hcliton Santini HenriquesMarcelo Monteiro Soares

    Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos.Polticas e Aes para a Cadeia Produtiva de Gemas e Jias / Instituto

    Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos ; Hcliton Santini Henriques, Marcelo Monteiro Soares (coords.). Braslia : Brisa, 2005.

    116 p.: il.

    1. Plos e arranjos produtivos locais de gemas e jias. 2.Poltica pblica. 3.Exportao. 4.Aes do setor de gemas e jias. I. Brasil. Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior. II. Henriques, Hcliton Santini. III. Soares, Marcelo Monteiro. IV. Ttulo.

    622.37:671.1I59p

    Brasil. Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior.Polticas e Aes para a Cadeia Produtiva de Gemas e Jias / Ministrio do

    Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior ; Hcliton Santini Henriques, Marcelo Monteiro Soares (coords.). Braslia : Brisa, 2005.

    116 p.: il.

    1. Plos e arranjos produtivos locais de gemas e jias. 2.Poltica pblica. 3.Exportao. 4. Aes do setor de gemas e jias. I. Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos. II. Henriques, Hcliton Santini. III. Soares,

    Marcelo Monteiro. IV. Ttulo.

    622.37:671.1B823p

  • POLTICAS E AES PARA A CADEIA PRODUTIVA DE GEMAS E JIAS

  • APRESENTAO 6

    INTRODUO 8

    ANTECEDENTES 11

    12 H I S T R I C O

    13 A S T R A N S F O R M A E S D O M E R C A D O

    13 A A B E R T U R A D A E C O N O M I A B R A S I L E I R A

    14 A C O N S T R U O D E I N F R A - E S T R U T U R A D E A P O I O T C N I C O E T E C N O L G I C O

    14 A M O D E R N I Z A O T C N I C A E T E C N O L G I C A

    14 O S A C E R T O S E D E S A C E R T O S D A S P O L T I C A S P B L I C A S

    DIAGNSTICO DA CADEIA PRODUTIVA 18

    2 0 P E R F I L D A C A D E I A P R O D U T I VA

    2 0 C A R A C T E R S T I C A S D A C A D E I A P R O D U T I VA

    2 2 I N D I C A D O R E S D A C A D E I A P R O D U T I VA E M G R A N D E S N M E R O S

    2 5 A I N S E R O D A S J I A S B R A S I L E I R A S N O M E R C A D O I N T E R N A C I O N A L

    2 6 E S T R AT G I A A D O TA D A : O D E S I G N C O M O E L E M E N T O D I F E R E N C I A D O R D A J I A

    2 7 R E S U LTA D O D A S P E S Q U I S A S Q U A N T I TAT I VA S E Q U A L I TAT I VA S

    3 3 L E VA N TA M E N T O S O B R E A I N F R A - E S T R U T U R A L A B O R AT O R I A L E A

    E X I S T N C I A D E C U R S O S D E F O R M A O E C A PA C I TA O P R O F I S S I O N A L

    3 4 P E R C E P E S D A S V I S I TA S T C N I C A S S I N S T I T U I E S D E E N S I N O , P E S Q U I S A E F O M E N T O

    3 5 P R I N C I PA I S G A R G A L O S D A C A D E I A P R O D U T I VA D E G E M A S , J I A S E A F I N S

    PRINCIPAIS PLOS E ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAISDE GEMAS, JIAS E AFINS 40

    4 2 C O N C E I T O S B S I C O S

    4 2 M E C A N I S M O S D E A P O I O I N S T I T U C I O N A L

    4 3 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O A M A Z O N A S

    4 5 P O L D E G E M A S , J I A S E AT E S A N AT O M I N E R A L D O E S TA D O D A B A H I A

    4 8 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O C E A R

    5 0 P L O D E G E M A S E J I A S D O D I S T R I T O F E D E R A L

    5 2 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D E G O I S

    5 4 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O M AT O G R O S S O

    5 5 P L O S D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D E M I N A S G E R A I S

    6 3 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O PA R

    6 7 P L O D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O P I A U

    6 9 A R R A N J O P R O D U T I V O L O C A L D E J I A S D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O

    7 3 A R R A N J O S P R O D U T I V O S D E G E M A S E J I A S D O E S TA D O D O R I O G R A N D E D O S U L

    76 A R R A N J O S P R O D U T I V O S D O E S TA D O D E S O PA U L O

    III

    II

    I

    IV

    S U M R I O

    V

  • VII

    PROPOSIO DAS MACROMETAS E METAS INSTRUMENTAIS PARA A CADEIA PRODUTIVA PERODO 2005 2007 86

    8 9 P R O P O S I O D E M A C R O M E TA S

    8 9 P R O P O S I E S D E M E TA S I N S T R U M E N TA I S

    CONJUNTO DE AES ESPECFICAS PARA OAUMENTO DE COMPETITIVIDADE DA CADEIAPRODUTIVA DE GEMAS, JIAS E AFINS | PROPOSTA DO SETOR PRODUTIVO 90

    9 2 C A PA C I TA O , G E S T O E F O M E N T O T E C N O L G I C O

    9 2 P R O M O O C O M E R C I A L I N T E R N A

    9 2 P R O M O O C O M E R C I A L E X T E R N A

    9 3 A C E S S O A O C R D I T O

    9 3 A D E Q U A O T R I B U T R I A , F I S C A L E D E P R O C E D I M E N T O S

    9 3 F O R TA L E C I M E N T O D O S P L O S / A P L S | A R R A N J O S P R O D U T I V O S L O C A I S

    ANEXOS 95

    9 6 I E S TAT S T I C A S D E E X P O R TA O

    1 0 0 I I M A PA G E M O L G I C O E A U R F E R O

    1 0 2 I I I M AT E R I A I S G E M O L G I C O S

    1 0 5 I V G L O S S R I O D E P E D R A S B R A S I L E I R A S

    1 0 6 V F E I R A S N A C I O N A I S E I N T E R N A C I O N A I S

    1 0 7 V I A S S O C I A E S D E C L A S S E D O S E T O R D E G E M A S E J I A S

    10 8 V I I R E L A O D O S R G O S E E N T I D A D E S D E E N S I N O P E S Q U I S A E F O M E N T O

    110 VIII R E F E R N C I A S B I B L I O G R F I C A S

    S U M R I O

    VI

  • O Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em trabalho de parceria, tm a satisfao de apresentar o presente documento, que apresenta diagnstico e consubstancia poltica, diretrizes e aes para o desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias no Brasil.A partir da criao do seu Frum de Competitividade, em Braslia, em julho de 2004, os governos, federal e estaduais, e a iniciativa privada vm trabalhando de forma integrada para melhor conhecer os principais gargalos que impedem os diversos segmentos do Setor de alcanarem nveis de desenvolvimento adequados, compatveis com o seu grande potencial.Lembramos que o Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans, foi criado pelo entendimento de que esse Setor possui efetivas condies de incorporar ganhos de produtividade e qualidade, aumentos expressivos de exportao de produtos de maior valor agregado, forte contribuio para a gerao de emprego e renda, alm de promover a incluso social e o desenvolvimento regional.Nos ltimos anos, o Setor tem apresentado diversos avanos. Hoje, a indstria se prepara para enfrentar os desaos de uma maior participao no mercado internacional dispe de razovel infra-estrutura de suporte tcnico. Alm disso, o mercado de Gemas e Jias conta com forte compromisso dos diversos rgos governamentais em apoiar aes concretas para seu fortalecimento, principalmente nos Plos e Arranjos Produtivos Locais.No entanto, ainda h muito que realizar para alcanar nveis internacionais de competitividade. O aumento de escala, a integrao de esforos, o melhor direcionamento das aes de fomento s reais necessidades do setor produtivo, o combate informalidade, principalmente pela signicativa reduo dos impostos, e o fortalecimento da imagem da jia brasileira no mercado externo devem constituir-se nas principais prioridades para o futuro prximo.Temos certeza de que esse amplo trabalho ir permitir, a todos os que esto diretamente ligados ao Setor, uma orientao segura para nortear suas aes. Para isso, deve-se aprofundar o diagnstico dos seus diversos segmentos, apresentando um conjunto de aes estratgicas, com sugestes concretas para o equacionamento dos problemas levantados. O Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em trabalho de parceria, tm a satisfao de apresentar o presente documento, que apresenta diagnstico e consubstancia poltica, diretrizes e aes para o desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias no Brasil.A partir da criao do seu Frum de Competitividade, em Braslia, em julho de 2004, os governos, federal e estaduais, e a iniciativa privada vm trabalhando de forma integrada para melhor conhecer os principais gargalos que impedem os diversos segmentos do Setor de alcanarem nveis de desenvolvimento adequados, compatveis com o seu grande potencial.Lembramos que o Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans,

    APR

    ESE

    NTA

    O

  • O Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em trabalho de parceria, tm a satisfao de apresentar o presente documento, que apresenta diagnstico e consubstancia poltica, diretrizes e aes para o desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias no Brasil.A partir da criao do seu Frum de Competitividade, em Braslia, em julho de 2004, os governos, federal e estaduais, e a iniciativa privada vm trabalhando de forma integrada para melhor conhecer os principais gargalos que impedem os diversos segmentos do Setor de alcanarem nveis de desenvolvimento adequados, compatveis com o seu grande potencial.Lembramos que o Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans, foi criado pelo entendimento de que esse Setor possui efetivas condies de incorporar ganhos de produtividade e qualidade, aumentos expressivos de exportao de produtos de maior valor agregado, forte contribuio para a gerao de emprego e renda, alm de promover a incluso social e o desenvolvimento regional.Nos ltimos anos, o Setor tem apresentado diversos avanos. Hoje, a indstria se prepara para enfrentar os desaos de uma maior participao no mercado internacional dispe de razovel infra-estrutura de suporte tcnico. Alm disso, o mercado de Gemas e Jias conta com forte compromisso dos diversos rgos governamentais em apoiar aes concretas para seu fortalecimento, principalmente nos Plos e Arranjos Produtivos Locais.No entanto, ainda h muito que realizar para alcanar nveis internacionais de competitividade. O aumento de escala, a integrao de esforos, o melhor direcionamento das aes de fomento s reais necessidades do setor produtivo, o combate informalidade, principalmente pela signicativa reduo dos impostos, e o fortalecimento da imagem da jia brasileira no mercado externo devem constituir-se nas principais prioridades para o futuro prximo.Temos certeza de que esse amplo trabalho ir permitir, a todos os que esto diretamente ligados ao Setor, uma orientao segura para nortear suas aes. Para isso, deve-se aprofundar o diagnstico dos seus diversos segmentos, apresentando um conjunto de aes estratgicas, com sugestes concretas para o equacionamento dos problemas levantados. O Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC) e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em trabalho de parceria, tm a satisfao de apresentar o presente documento, que apresenta diagnstico e consubstancia poltica, diretrizes e aes para o desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias no Brasil.A partir da criao do seu Frum de Competitividade, em Braslia, em julho de 2004, os governos, federal e estaduais, e a iniciativa privada vm trabalhando de forma integrada para melhor conhecer os principais gargalos que impedem os diversos segmentos do Setor de alcanarem nveis de desenvolvimento adequados, compatveis com o seu grande potencial.Lembramos que o Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans,

    O Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior - MDIC e o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos - IBGM, em tra-balho de parceria no mbito do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans, apresentam este diagnstico que consubs-tancia poltica, diretrizes e aes para o desenvolvimento desta Cadeia Pro-dutiva no Brasil.

    Desde a instalao do Frum, em julho de 2004, Governo e Setor Produtivo vm trabalhando intensamente de forma integrada para diagnosticar os prin-cipais gargalos que dicultam os diversos elos da Cadeia de alcanarem nveis de desenvolvimento adequados, compatveis com o seu grande potencial.

    O Frum foi concebido com a viso estratgica de que esse Setor possui efetivas condies e potencialidades de incorporar ganhos de produtividade, qualidade, competitividade, aumento nas exportaes de produtos de maior valor agregado, forte contribuio para a gerao de emprego e renda, alm de promover a incluso social e o desenvolvimento regional.

    Nos ltimos anos, o Setor vem apresentando signicativos avanos. Hoje, a indstria se prepara para enfrentar os desaos de uma maior participao no mercado internacional, dispondo de razovel infra-estrutura de suporte tcni-co. Alm disso, o mercado de Gemas e Jias conta com forte compromisso dos diversos rgos governamentais em apoiar aes concretas para seu fortaleci-mento, principalmente nos Plos e Arranjos Produtivos Locais.

    Apesar disso, h muito que realizar para alcanar nveis internacionais de competitividade. Essas so as principais prioridades a serem implementadas: O aumento de escala de produo, a integrao de esforos entre as empre-sas e as instituies de pesquisa e ensino, o melhor direcionamento das aes de fomento s reais necessidades do setor produtivo, o combate informali-dade, a adequao tributria e o fortalecimento da imagem da jia brasilei-ra no mercado externo.

    Temos certeza de que esse amplo trabalho ir permitir, a todos os que esto diretamente ligados ao Setor, uma orientao segura para nortear su-as aes. Nesse contexto, o Frum de Competitividade tem um papel funda-mental na construo de aes estratgicas para o equacionamento dos gar-galos apresentados neste documento.

    Braslia, julho de 2005

    MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA

    E COMRCIO EXTERIOR

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEMAS E METAIS

    PRECIOSOS

  • INTRODUO

    Este trabalho fruto de convnio rmado entre o Ministrio do Desenvolvimento Indstria e Comrcio Exterior e o IBGM, em desdobramento s aes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias. O presente estudo foi elaborado com a participao ativa dos prprios convenentes, das associaes e sindicatos estaduais e de consultoria externa.A metodologia utilizada foi desenvolvida no sentido de caracterizar, a partir de um diagnstico atualizado, todos os elos da cadeia produtiva. Considerando-se suas inter-relaes, obstculos e oportunidades, foram indicadas propostas de polticas e conjunto de aes que contribussem para o aumento da competitividade setorial.Para tanto, inicialmente, foi elaborado captulo contendo informaes bsicas sobre o histrico da cadeia produtiva, as transformaes ocorridas nos mercados domstico e internacional, a construo de mecanismos de apoio tcnico e tecnolgico, de capacitao gerencial e os instrumentos de promoo comercial. Foram, tambm, examinados os acertos e desacertos das polticas pblicas orientadas para o setor de gemas e jias (Captulo III Antecedentes).O diagnstico realizado para embasar o trabalho considerou, alm das informaes de fontes secundrias, ampla pesquisa direta com 170 empresas dos diversos segmentos que compem o Setor. De igual modo, contriburam para o desenvolvimento do trabalho as percepes de 40 entidades representativas da classe, de fomento, ensino e governo, cuja sntese dos resultados est indicada no corpo deste documento. O conjunto de gargalos identicados pelo setor produtivo tambm est inserido neste captulo (Captulo IV).De igual modo, a estratgia de insero da jia no mercado internacional foi devidamente analisada no diagnstico. Os signicativos resultados sinalizam para a necessidade de sua manuteno e fortalecimento, alm de extenso para outros segmentos, como folheados/bijuteria.Paralelamente, foram analisados os principais Plos/APLs de Gemas e Jias, tanto os efetivos como aqueles que apresentam bom potencial de implementao, de forma a conhecer o estgio atual de cada um deles, seus pontos fortes e fracos, ameaas e oportunidades. Por sua importncia, o aspecto da governana e a integrao/cooperao entre os diversos envolvidos foram tratados em todos eles, conforme descrito no Captulo V.A partir desses levantamentos foi possvel identicar os principais gargalos do Setor e propor medidas especcas para cada um deles. Por facilidade metodolgica, esses foram agrupados nas seguintes reas: capacitao, gesto e tecnologia, promoo comercial interna e externa, acesso ao crdito, adequao tributria e Plos/APLs.Dadas a abrangncia e a complexidade da Cadeia Produtiva, bem como da dinmica de seu processo de desenvolvimento, fato que a publicao deste trabalho no esgota o assunto. Torna-se necessria a sua atualizao e o acompanhamento permanente do Setor, principalmente para incorporar novas aes e medidas que se zerem necessrias, com vista a elevar os seus padres de competitividade, objetivo maior do prprio Frum. Este trabalho fruto de convnio rmado entre o Ministrio do Desenvolvimento Indstria e Comrcio Exterior e o IBGM, em desdobramento s aes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias. O presente estudo foi elaborado com a participao ativa dos prprios convenentes, das

  • Este trabalho fruto de convnio rmado entre o Ministrio do Desenvolvimento Indstria e Comrcio Exterior e o IBGM, em desdobramento s aes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias. O presente estudo foi elaborado com a participao ativa dos prprios convenentes, das associaes e sindicatos estaduais e de consultoria externa.A metodologia utilizada foi desenvolvida no sentido de caracterizar, a partir de um diagnstico atualizado, todos os elos da cadeia produtiva. Considerando-se suas inter-relaes, obstculos e oportunidades, foram indicadas propostas de polticas e conjunto de aes que contribussem para o aumento da competitividade setorial.Para tanto, inicialmente, foi elaborado captulo contendo informaes bsicas sobre o histrico da cadeia produtiva, as transformaes ocorridas nos mercados domstico e internacional, a construo de mecanismos de apoio tcnico e tecnolgico, de capacitao gerencial e os instrumentos de promoo comercial. Foram, tambm, examinados os acertos e desacertos das polticas pblicas orientadas para o setor de gemas e jias (Captulo III Antecedentes).O diagnstico realizado para embasar o trabalho considerou, alm das informaes de fontes secundrias, ampla pesquisa direta com 170 empresas dos diversos segmentos que compem o Setor. De igual modo, contriburam para o desenvolvimento do trabalho as percepes de 40 entidades representativas da classe, de fomento, ensino e governo, cuja sntese dos resultados est indicada no corpo deste documento. O conjunto de gargalos identicados pelo setor produtivo tambm est inserido neste captulo (Captulo IV).De igual modo, a estratgia de insero da jia no mercado internacional foi devidamente analisada no diagnstico. Os signicativos resultados sinalizam para a necessidade de sua manuteno e fortalecimento, alm de extenso para outros segmentos, como folheados/bijuteria.Paralelamente, foram analisados os principais Plos/APLs de Gemas e Jias, tanto os efetivos como aqueles que apresentam bom potencial de implementao, de forma a conhecer o estgio atual de cada um deles, seus pontos fortes e fracos, ameaas e oportunidades. Por sua importncia, o aspecto da governana e a integrao/cooperao entre os diversos envolvidos foram tratados em todos eles, conforme descrito no Captulo V.A partir desses levantamentos foi possvel identicar os principais gargalos do Setor e propor medidas especcas para cada um deles. Por facilidade metodolgica, esses foram agrupados nas seguintes reas: capacitao, gesto e tecnologia, promoo comercial interna e externa, acesso ao crdito, adequao tributria e Plos/APLs.Dadas a abrangncia e a complexidade da Cadeia Produtiva, bem como da dinmica de seu processo de desenvolvimento, fato que a publicao deste trabalho no esgota o assunto. Torna-se necessria a sua atualizao e o acompanhamento permanente do Setor, principalmente para incorporar novas aes e medidas que se zerem necessrias, com vista a elevar os seus padres de competitividade, objetivo maior do prprio Frum. Este trabalho fruto de convnio rmado entre o Ministrio do Desenvolvimento Indstria e Comrcio Exterior e o IBGM, em desdobramento s aes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias. O presente estudo foi elaborado com a participao ativa dos prprios convenentes, das

    Este trabalho fruto de convnio rmado entre o Ministrio do De-senvolvimento Indstria e Comrcio Exterior e o IBGM, em desdobra-mento s aes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias. O presente estudo foi elaborado com a participao ativa dos prprios convenentes, das associaes e sindicatos estaduais e de consulto-ria externa.

    A metodologia utilizada foi desenvolvida no sentido de caracterizar, a partir de um diagnstico atualizado, todos os elos da cadeia produtiva. Con-siderando-se suas inter-relaes, obstculos e oportunidades, foram indica-das propostas de polticas e conjunto de aes que contribussem para o au-mento da competitividade setorial.

    Para tanto, inicialmente, foi elaborado captulo contendo informaes b-sicas sobre o histrico da cadeia produtiva, as transformaes ocorridas nos mercados domstico e internacional, a construo de mecanismos de apoio tcnico e tecnolgico, de capacitao gerencial e os instrumentos de promo-o comercial. Foram, tambm, examinados os acertos e desacertos das po-lticas pblicas orientadas para o setor de gemas e jias (Captulo III Antece-dentes).

    O diagnstico realizado para embasar o trabalho considerou, alm das in-formaes de fontes secundrias, ampla pesquisa direta com 170 empresas dos diversos segmentos que compem o Setor. De igual modo, contriburam para o desenvolvimento do trabalho as percepes de 40 entidades representati-vas da classe, de fomento, ensino e governo, cuja sntese dos resultados est indicada no corpo deste documento. O conjunto de gargalos identicados pelo setor produtivo tambm est inserido neste captulo (Captulo IV).

    De igual modo, a estratgia de insero da jia no mercado internacional foi devidamente analisada no diagnstico. Os signicativos resultados sina-lizam para a necessidade de sua manuteno e fortalecimento, alm de ex-tenso para outros segmentos, como folheados/bijuteria.

    Paralelamente, foram analisados os principais Plos/APLs de Gemas e Jias, tanto os efetivos como aqueles que apresentam bom potencial de evo-luo, de forma a conhecer o estgio atual de cada um deles, seus pontos for-tes e fracos, ameaas e oportunidades. Por sua importncia, o aspecto da go-vernana e a integrao/cooperao entre os diversos envolvidos foram tra-tados em todos eles, conforme descrito no Captulo V.

    A partir desses levantamentos foi possvel identicar os principais garga-los do Setor e propor medidas especcas para cada um deles. Por facilidade metodolgica, esses foram agrupados nas seguintes reas: capacitao, ges-to e tecnologia, promoo comercial interna e externa, acesso ao crdito, adequao tributria e Plos/APLs.

    Dadas a abrangncia e a complexidade da Cadeia Produtiva, bem como da dinmica de seu processo de desenvolvimento, fato que a publicao des-te trabalho no esgota o assunto. Torna-se necessria a sua atualizao e o acompanhamento permanente do Setor, principalmente para incorporar no-vas aes e medidas que se zerem necessrias, visando a elevao dos seus padres de competitividade, objetivo maior do prprio Frum.

  • A descoberta do ouro, no nal do sculo XVII, foi responsvel pela interiorizao do desenvolvimento brasileiro e pela expanso de nossas fronteiras. As descobertas de diamantes e, posteriormente, de outras pedras preciosas, tambm tiveram papel importante para as regies mineiras. A ocupao e as riquezas geradas contriburam para a criao dos embries dos Plos Regionais de Gemas e Jias, atualmente em desenvolvimento. (Ver captulo sobre Plos/APLs). Aps a descoberta dos depsitos diamantferos do Tijuco (Diamantina), o diamante foi localizado em praticamente todo o territrio nacional. Por quase um sculo e meio de 1725 a 1866, o Brasil desfrutou da posio de principal produtor de diamantes do mundo, superando a ndia, tradicional produtora. Apesar de conhecidos desde o sculo XVIII, outros minerais s despertaram efetiva ateno aps a dcada de 40. Durante a Segunda Grande Guerra, a demanda por minerais estratgicos, como cristal de rocha, mica, tantalita, colombita e tugstnio, utilizados principalmente pela nascente indstria eletrnica, induziram extensa pesquisa mineral que identicou importantes jazimentos, principalmente na provncia pegmattica de Minas Gerais. Esses depsitos j eram conhecidos e explorados precariamente desde o incio do sculo passado, tendo como centro comercial o municpio de Telo Otoni, no Norte de Minas Gerais. Imigrantes alemes e libaneses que se dedicaram ao comrcio naquela cidade, progressivamente iniciaram a exportao de pedras coradas turmalinas, guas-marinhas, ametistas, crisoberilos, etc. A indstria joalheira mundial utilizava principalmente o diamante, a esmeralda, a sara e o rubi, cuja comercializao mundial, exceto do diamante, era tradicionalmente comandada pela ndia, que j possua uma tradio centenria na lapidao daquelas gemas. Entretanto, devido sua grande beleza, as gemas brasileiras inicialmente denominadas pedras semi-preciosas, ocuparam, progressivamente, espao nos mercados nacional e internacional. As pedras eram exportadas em estado bruto. O nmero de ocinas de lapidao aqui existentes, no comeo da guerra, era irrisrio e a mo-de-obra especializada, inexistente. As pedras preciosas brasileiras tornaram-se rapidamente conhecidas dos lapidrios europeus. Para escaparem dos horrores da guerra, muitos decidiram imigrar para o Brasil a partir de meados da dcada de 30, visando a explorao comercial e a manufatura daquelas pedras. Rapidamente, organizou-se e desenvolveu-se um plo lapidrio em Petrpolis e em Mar de Espanha, em Minas Gerais que chegou a ter mais de 5.000 lapidrios de diamantes, que impulsionaram vigorosamente a indstria joalheira nacional. Com a recesso do mercado joalheiro no ps-guerra e por no terem recebido qualquer tipo de estmulo para permanecerem no Pas, a maioria daqueles imigrantes, muitos de origem judaica, decidiram mudar-se para o recm-criado Estado de Israel. L ajudaram a construir uma das maiores indstrias de lapidao de pedras preciosas do mundo, muitas importadas em estado bruto do Brasil por aqueles ex-imigrantes que dominavam o

  • A descoberta do ouro, no nal do sculo XVII, foi responsvel pela interiorizao do desenvolvimento brasileiro e pela expanso de nossas fronteiras. As descobertas de diamantes e, posteriormente, de outras pedras preciosas, tambm tiveram papel importante para as regies mineiras. A ocupao e as riquezas geradas contriburam para a criao dos embries dos Plos Regionais de Gemas e Jias, atualmente em desenvolvimento. (Ver captulo sobre Plos/APLs).Aps a descoberta dos depsitos diamantferos do Tijuco (Diamantina), o diamante foi localizado em praticamente todo o territrio nacional. Por quase um sculo e meio de 1725 a 1866, o Brasil desfrutou da posio de principal produtor de diamantes do mundo, superando a ndia, tradicional produtora.Apesar de conhecidos desde o sculo XVIII, outros minerais s despertaram efetiva ateno aps a dcada de 40. Durante a Segunda Grande Guerra, a demanda por minerais estratgicos, como cristal de rocha, mica, tantalita, colombita e tugstnio, utilizados principalmente pela nascente indstria eletrnica, induziram extensa pesquisa mineral que identicou importantes jazimentos, principalmente na provncia pegmattica de Minas Gerais.Esses depsitos j eram conhecidos e explorados precariamente desde o incio do sculo passado, tendo como centro comercial o municpio de Telo Otoni, no Norte de Minas Gerais. Imigrantes alemes e libaneses que se dedicaram ao comrcio naquela cidade, progressivamente iniciaram a exportao de pedras coradas turmalinas, guas-marinhas, ametistas, crisoberilos, etc.A indstria joalheira mundial utilizava principalmente o diamante, a esmeralda, a sara e o rubi, cuja comercializao mundial, exceto do diamante, era tradicionalmente comandada pela ndia, que j possua uma tradio centenria na lapidao daquelas gemas. Entretanto, devido sua grande beleza, as gemas brasileiras inicialmente denominadas pedras semi-preciosas, ocuparam, progressivamente, espao nos mercados nacional e internacional.As pedras eram exportadas em estado bruto. O nmero de ocinas de lapidao aqui existentes, no comeo da guerra, era irrisrio e a mo-de-obra especializada, inexistente.As pedras preciosas brasileiras tornaram-se rapidamente conhecidas dos lapidrios europeus. Para escaparem dos horrores da guerra, muitos decidiram imigrar para o Brasil a partir de meados da dcada de 30, visando a explorao comercial e a manufatura daquelas pedras.Rapidamente, organizou-se e desenvolveu-se um plo lapidrio em Petrpolis e em Mar de Espanha, em Minas Gerais que chegou a ter mais de 5.000 lapidrios de diamantes, que impulsionaram vigorosamente a indstria joalheira nacional.Com a recesso do mercado joalheiro no ps-guerra e por no terem recebido qualquer tipo de estmulo para permanecerem no Pas, a maioria daqueles imigrantes, muitos de origem judaica, decidiram mudar-se para o recm-criado Estado de Israel. L ajudaram a construir uma das maiores indstrias de lapidao de pedras preciosas do mundo, muitas importadas em estado bruto do Brasil por aqueles ex-imigrantes que dominavam o ANTECEDENTES

  • 12

    Histrico

    A descoberta do ouro, no nal do sculo XVII, foi respon-svel pela interiorizao do desenvolvimento brasileiro e pela expanso de nossas fronteiras. As descobertas de diamantes e, posteriormente, de outras pedras preciosas, tambm tiveram papel importante para as regies mineiras. A ocupao e as riquezas geradas contriburam para a criao dos embries dos Plos Regionais de Gemas e Jias, atualmente em desenvolvimento. (Ver captulo sobre Plos/APLs).

    Aps a descoberta dos depsitos diamantferos do Tiju-co (Diamantina), o diamante foi localizado em praticamen-te todo o territrio nacional. Por quase um sculo e meio de 1725 a 1866, o Brasil desfrutou da posio de principal pro-dutor de diamantes do mundo, superando a ndia, tradicio-nal produtora.

    Apesar de conhecidos desde o sculo XVIII, outros mine-rais s despertaram efetiva ateno aps a dcada de 40. Du-rante a Segunda Grande Guerra, a demanda por minerais es-tratgicos, como cristal de rocha, mica, tantalita, colombita e tugstnio, utilizados principalmente pela nascente indstria eletrnica, induziram extensa pesquisa mineral que identi-cou importantes jazidas, principalmente na provncia pegma-ttica de Minas Gerais.

    Esses depsitos j eram conhecidos e explorados preca-riamente desde o incio do sculo passado, tendo como cen-tro comercial o municpio de Telo Otoni, no Norte de Minas Gerais. Imigrantes alemes e libaneses que se dedicaram ao comrcio naquela cidade, progressivamente iniciaram a ex-portao de pedras coradas turmalinas, guas-marinhas, ametistas, crisoberilos, etc.

    A indstria joalheira mundial utilizava principalmente o diamante, a esmeralda, a sara e o rubi, cuja comercializao mundial, exceto do diamante, era tradicionalmente comandada pela ndia, que j possua uma tradio centenria na lapida-o daquelas gemas. Entretanto, devido sua grande beleza, as gemas brasileiras inicialmente denominadas pedras semi-preciosas, ocuparam progressivamente espao nos mercados nacional e internacional.

    As pedras eram exportadas em estado bruto. O nmero de ocinas de lapidao aqui existentes, no comeo da guerra, era irrisrio e a mo-de-obra especializada, inexistente.

    As pedras preciosas brasileiras tornaram-se rapidamente conhecidas dos lapidrios europeus. Para escaparem dos hor-rores da guerra, muitos decidiram imigrar para o Brasil a par-tir de meados da dcada de 30, visando a explorao comer-cial e a manufatura daquelas pedras.

    Rapidamente organizou-se e desenvolveu-se um plo lapi-

    drio em Petrpolis e em Mar de Espanha em Minas Gerais, que chegou a ter mais de 5.000 lapidrios de diamantes, os quais impulsionaram vigorosamente a indstria joalheira nacional.

    Com a recesso do mercado joalheiro no ps-guerra e por no terem recebido qualquer tipo de estmulo para permane-cerem no Pas, a maioria daqueles imigrantes, muitos de ori-gem judaica, decidiram mudar-se para o recm-criado Estado de Israel. L ajudaram a construir uma das maiores indstrias de lapidao de pedras preciosas do mundo, muitas impor-tadas em estado bruto do Brasil por aqueles ex-imigrantes que dominavam o portugus e mantinham contatos nas re-gies produtoras.

    No Brasil, as nascentes indstrias de lapidao e de joa-lheria no se extinguiram totalmente devido a alguns pou-cos empresrios que decidiram permanecer no Pas. Em 1947, restava no Brasil meia dzia de ocinas de lapidao de pe-dras coradas.

    Superada a recesso do ps-guerra, a partir da dcada se-guinte, o mercado joalheiro mundial entrou em franca recu-perao. Infelizmente, a indstria remanescente, que contava apenas com seus prprios meios, tendo sido ignorada pelo go-verno, no foi suciente para sustentar um processo de con-solidao capaz de aproveitar as grandes oportunidades ofe-recidas pelo mercado mundial. Com efeito, esse expandiu-se rapidamente, arrastado pelo longo ciclo de prosperidade das dcadas de 50 e 60, mas as exportaes brasileiras de gemas e jias foram medocres.

    No entanto, a descoberta de esmeraldas de tima quali-dade em 1963, somadas s turmalinas, gua-marinha, criso-berilo, opala, topzio, gata, ametista e tantas outras, possi-bilitou ao Brasil consolidar-se como um dos mais importantes produtores mundiais de gemas.

    Estima-se que o Brasil produz, em volume, cerca de 1/3 de todas as gemas comercializadas no mundo, excetuados o dia-mante, o rubi e a sara. No entanto, os benefcios advindos para o pas, de to privilegiada posio, so escassos, devido aos al-tos e baixos apresentados pela indstria de lapidao, em mui-to ocasionados pelos impactos das diversas polticas scais e cambiais implementadas ao longo do tempo.

    Por outro lado, a indstria joalheira no Brasil relativamen-te nova. Seu crescimento se deu a partir da II Grande Guerra, com o surgimento das primeiras empresas que se somaram aos fabricantes de jias artesanais, ou seja, os tradicionais ourives. Inicialmente, a indstria esteve voltada, apenas, para atender a demanda do mercado interno. As primeiras exportaes fo-ram feitas somente em 1971, no valor de US$ 631 mil. Em 1980, as vendas externas de jias representaram, apenas US$ 1.435. Ressalte-se que, no mesmo ano, o Captulo 71, que inclui toda

  • 13

    a cadeia produtiva do setor, apresentou exportaes totais de US$ 58 milhes, sendo US$ 34 milhes em pedras lapidadas (ver Anexo Estatsticas).

    Em 1975, com o estabelecimento de uma poltica espe-cca para o Setor, a indstria joalheira oresceu, com a cria-o e o fortalecimento de diversas empresas. No entanto, na dcada de 80 e incios dos anos 90 a indstria decresceu sig-nicativamente, conforme indicado no captulo que trata dos acertos e desacertos de polticas governamentais. A partir do Plano Real, a indstria entrou em um novo ciclo, com impor-tantes ganhos de produtividade e qualidade, passando a con-correr tanto com o produto importado quanto com outros pa-ses no mercado internacional.

    As Transformaes do Mercado

    Diante do exposto, constata-se que a incipiente indstria local no teve condies de aproveitar as grandes oportunida-des apresentadas pelos ciclos de crescimento e prosperidade do mercado internacional, vericados nas dcadas de 60 e 70. Nos anos 80, ocorreram dois fatores relevantes. O primeiro foi o expressivo crescimento das exportaes brasileiras na dca-da, que atingiram o valor de US$ 29 milhes em 1990, e foi for-temente concentrado em duas grandes empresas H.Stern e Amsterdam Sauer. Elas foram responsveis por 67% das ven-das externas brasileiras em 1990, sendo que as dez primeiras empresas representaram 91% do total exportado. O outro fa-tor foi o primeiro esforo de diversicao da oferta. Foi pro-movida a participao das pequenas empresas no comrcio in-ternacional, por meio da criao de consrcios de exportao, incentivados pelo SEBRAE, com xito relativo.

    Naquela poca, como visto, as exportaes concentra-vam-se em poucas empresas e em um pequeno grupo de pa-ses de destino. O engajamento de novas indstrias, num es-foro conjunto de promoo comercial, despertou o interesse do Setor para o mercado externo. Infelizmente, os consrcios aps alguns anos de funcionamento tiveram descontinuidade em seu apoio. Ressalte-se que algumas indstrias joalheiras, em conjunto ou isoladamente, continuaram a participar do processo exportador, em nichos especcos de mercado, sem grandes variaes em suas vendas externas, como as estats-ticas do perodo indicam.

    O mercado interno com altos e baixos era a prioridade maior, mesmo porque, de uma maneira geral, a indstria bra-sileira no estava capacitada a concorrer no mercado interna-cional, cada vez mais competitivo. Os programas de treinamen-to e apoio tecnolgico modernizao industrial eram espar-sos e pontuais e, normalmente, no atendiam s necessidades

    especcas da indstria joalheira.No obstante, foi nessa poca que se delinearam os prin-

    cipais plos joalheiros, com destaque para So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que, ainda hoje, se constituem nos mais representativos Estados produtores e exportadores.

    As estatsticas, em anexo, indicam a evoluo das expor-taes brasileiras de jias de ouro, entre 1980 e 1999, que pra-ticamente no se alteraram, permanecendo em torno de US$ 30 milhes anuais no perodo. Mostram, tambm, a sua for-te concentrao em poucos pases de destino e empresas ex-portadoras, sendo que os cinco principais pases foram res-ponsveis pela importao de 86% do total e as cinco princi-pais empresas exportadoras representaram 73% do total, em 1995. Os dados apresentam, ainda, a evoluo mais recente, a partir do ano 2000, quando foi montada a estratgia de in-sero da jia brasileira no mercado internacional, atravs do PSI/IBGM/APEX, que tem criado as condies necessrias para um trabalho permanente de promoo externa, com impac-tos signicativos na expanso das exportaes.

    A Abertura da Economia Brasileira

    Na dcada de 90 ocorreram fatos importantes que marca-ram a indstria joalheira nacional. O principal deles foi a rpi-da abertura econmica que exps a indstria nacional con-corrncia externa em um perodo em que o mercado interno havia decrescido enormemente para a indstria joalheira. Tal fato exigiu um gil reposicionamento dos joalheiros para o au-mento de sua competitividade. No perodo, houve uma verda-deira invaso de jias importadas ou contrabandeadas, princi-palmente da Itlia e da sia, notadamente aps o Plano Real que elevou, substancialmente, a renda e o consumo da popu-lao. A indstria nacional se preparou para competir com as jias importadas e, consequentemente, para tambm partici-par do mercado internacional.

    No que se refere s exportaes, foi criado pelo Decre-to 99.472, de 24/8/90, um mecanismo especco para o Setor inicialmente chamado de Documento Especial de Exporta-o como forma de simplicar os procedimentos internos e evitar o contrabando e a informalidade nas vendas a impor-tadores e a no-residentes no pas. Com a regulamentao por parte dos rgos responsveis pelo comrcio exterior (SE-CEX, SRF e BACEN), a partir de 1993, iniciaram-se as exporta-es utilizando esse mecanismo (ver estatsticas em anexos). Atualmente, o DEE foi incorporado nas normas gerais do SIS-COMEX, tendo sido responsvel por 49% das exportaes to-tais de jias em 2004.

  • 14

    Como fator negativo, os empresrios lembram que o au-mento da alquota do IPI de 5 para 20%, em 1990, ampliou o mercado informal e veio a inibir maiores investimentos. Com a criao do SIMPLES, muitas empresas optaram por esse m-todo simplicado de arrecadao tributria. No entanto, ca-ram impossibilitadas de crescer, sob pena de atingirem os limi-tes de faturamento determinados e perderem esse benefcio. Dessa forma, a oferta exportvel permaneceu praticamente constante em toda a dcada.

    A Construo de Infra-Estrutura de Apoio Tcnico e Tecnolgico

    No sentido de assegurar condies para que o empresrio brasileiro tivesse condies de competir no concorrido merca-do internacional, h cerca de 10 anos, os fabricantes de jias, contando notadamente com o apoio do CNPq, da APEX, do SENAI, do IBGM e de suas entidades de classe tm promovido melhorias nos padres de qualidade e de competitividade dos produtos. Assim, foi realizado esforo na construo de uma infra-estrutura tecnolgica (com a criao de laboratrios, es-colas e prestao de servios de extenso tecnolgica); reali-zados diversos cursos tcnicos de design e tendncias de jias; fornecida orientao mercadolgica s empresas, formao de consrcios, alm de orientao para participao em feiras e misses voltadas para promoo das exportaes, associado ampla divulgao do setor em revistas especializadas.

    O reaparelhamento da indstria joalheira, para concorrer com as jias do exterior e, mesmo, para atender grande de-manda gerada pelo Plano Real, foi feito durante toda a dca-da, com importao de mquinas e equipamentos modernos, com a introduo de gesto pela qualidade total em diversas empresas, pelo uso intensivo do design como fator de dife-renciao, com o melhoramento da imagem da empresa e do marketing do produto.

    A Modernizao Tcnica e Tecnolgica

    Para apoiar esse esforo modernizador, coube ao IBGM e s associaes estaduais se articularem com diversos rgos de fomento e ensino dos governos federal e estadual, bem como com o SENAI, para criar uma base de apoio tecnolgica funda-

    mentada em informao, treinamento/capacitao, labora-trios, apoio gerencial e mercadolgico, design e criao e/ou fortalecimento de diversas feiras setoriais de cunho regional, nacional e mesmo internacional, como a FENINJER.

    O fortalecimento da indstria nacional, que passou a con-correr, em muitos casos, em igualdade de condies com as empresas internacionais, proporcionou a alguns empresrios a segurana necessria para competir com essas empresas, tambm no mercado externo.

    Coincidentemente, foi com esse cenrio favorvel que em ns de 1998 o IBGM rmou com a APEX - BRASIL o seu primei-ro Programa Setorial Integrado de Apoio s Exportaes de Gemas e Jias (PSI), que iniciou um processo estruturado de fomento s vendas externas do Setor e que ser tratado, de-talhadamente, a seguir.

    Os Acertos e Desacertos das Polticas Pblicas

    Em 1975, o Pas, pressionado pelos desequilbrios no ba-lano de pagamentos ocasionado pela crise do petrleo, bus-cava instrumentos para ampliar as exportaes.

    Percebendo seu potencial exportador, o Governo criou atravs da Portaria Interministerial n 281, de 28 de agosto de 1975, um grupo de trabalho cuja tarefa era diagnosticar o se-tor e propor diretrizes para seu desenvolvimento.

    Nesse momento o Governo buscou uma abordagem sria para o setor de gemas e metais preciosos. O mais importante entrave identicado por aquele grupo para o desenvolvimento setorial, em condies regulares, era o tratamento tributrio.

    O governo acatou as propostas da Comisso, que deram ori-gem a um programa consistente e coordenado para o desenvol-vimento do setor. As principais medidas adotadas foram:

    Permisso, at o exerccio nanceiro de 1984, para deduo, sem comprovao, de at 90% do rendimento auferido pelas pessoas fsicas nas vendas de metais preciosos e gemas a empresas legalmente habilitadas (1974).

    Anistia scal para regularizao dos estoques de gemas e metais preciosos, em um prazo mximo de 120 dias (1974).

  • 15

    Reduo de alquotas do IPI de 18% para 5% para os artigos de joalheria, bijuteria e metais folheados (1974).

    Reduo para zero das alquotas de IPI sobre pedras lapidadas.

    Fixao de alquota zero para o ICM incidente sobre gemas e metais preciosos em bruto (1975).

    Reduo de 50% na base de clculo do ICM para artigos de joalheria, ourivesaria, bijuteria e metais folheados (1975).

    Estabelecimento de nova base de clculo para o crdito prmio das exportaes (1975).

    Estabelecimento de estmulos scais para exportao de produtos com maior valor agregado (1978).

    Criao do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos IBGM, como entidade privada nacional, representativa de toda a cadeia produtiva do setor, incluindo a minerao, a indstria e o varejo (1977).

    Em 1978, o impacto das medidas acima foram avaliadas atravs de pesquisa realizada pela conceituada empresa de au-ditoria Coopers & Lybrand, que revelou:

    Crescimento real da arrecadao de ICM em 190,7% no perodo 1974/78, apesar da base de clculo ter sido reduzida em 50% para produtos manufaturados e da iseno das matrias primas.

    No mesmo perodo, a arrecadao real do IPI expandiu-se em 170,2%, apesar das alquotas terem sido reduzidas em 2/3.

    O faturamento das empresas do setor aumentou 237,7% em termos reais.

    Novos empregos foram gerados, expandindo a ocupao de mo de obra no setor em 17,3% ao ano, na mdia.

    Os salrios globais pagos expandiram-se em 150,1%, em termos reais, apresentando um crescimento real mdio de 25,7% ao ano.

    O recolhimento previdencirio expandiu-se em 164,8%, em termos reais.

    importante ressaltar que o notvel desempenho expres-so pelos nmeros acima ocorreu em condies conjunturais adversas. Como conseqncia da instabilidade gerada pelo choque do petrleo, a cotao do ouro, principal matria pri-ma joalheira, evoluiu de US$160,00 a ona troy em 1974 para mais de US$500,00 em 1979. Ademais, o Governo estabeleceu srias restries importao de matrias primas devido aos problemas no balano de pagamentos. Entre elas, um depsi-to compulsrio de 100% sobre as importaes, com 360 dias de prazo para restituio, sobre o valor FOB dos produtos im-portados, o qual provocou grande diferena cambial entre as cotaes de mercado e as ociais. O gio entre o mercado pa-ralelo e o ocial atingiu 262% em 1976, estimulando o desca-minho e dicultando as exportaes ociais.

    Apesar do sucesso do Programa, mesmo em condies des-favorveis, um dos seus principais instrumentos, o Convnio ICM 04/75, foi revogado em 1980, pelo CONFAZ. Durante a vi-gncia do programa, o consumo de ouro pela indstria de jias passou de 13 t em 1975, para 33 toneladas em 1980.

    Com a revogao do Convnio, a tributao de ICM retornou aos nveis de 1974 e todo o esforo de estruturao e de formali-zao das empresas foi seriamente prejudicado. Nessa situao adversa, os projetos de expanso foram arquivados.

    Os resultados dessa poltica equivocada no se zeram es-perar. Enquanto o consumo industrial de ouro no mundo pra-ticamente dobrava na dcada 79/89 (de 1000 para 1912 tone-ladas), o consumo industrial domstico reduzia-se metade no mesmo perodo (de 33 para 15 toneladas), segundo dados do principal instituto de pesquisas do Setor, o Gold Fields Mi-neral Service, de Londres.

    Concluindo o desmonte iniciado com a deciso do CONFAZ de 1980, a Constituio de 1988 extinguiu o Imposto nico so-bre Minerais IUM, incidente sobre o ouro e gemas, com al-quota e 1% e abrangncia nacional, e substituiu aquele impos-to pelo novo ICM, que passava a incidir tambm sobre servios, com a denominao de ICMS, com alquotas mdias de 18% pa-

  • 16

    FONTE: IBGM-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEM

    AS E METAIS PRECIOSOS

    0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

    1,2 %Lbano

    India

    Rssia

    Japo

    China

    Venezuela

    Suia

    EUA*

    Canad**

    Tailndia

    Mxico

    Alemanha

    Espanha

    Itlia

    Brasil

    4 %

    5 %

    5 %

    5 %

    6 %

    6,5 %

    7 %

    7 %

    10 %

    15 %

    16 %

    16 %

    20 %

    53 %

    CARGA TRIBUTRIA DO SETOR DE GEMAS E METAIS PRECIOSOS

  • 17

    ra operaes no prprio estado e alquotas de 12% ou 7% para operaes interestaduais, dependendo do destino.

    A Constituio de 1988, ao extinguir o IUM, tornou o ouro e as pedras preciosas automaticamente tributveis pelo novo imposto criado o ICMS, em todas as etapas do processo, crian-do diculdades para sua regularizao na origem.

    O setor nanceiro mobilizou-se e, com o apoio do Banco Central, conseguiu que os Constituintes desdobrassem o ouro em seus dois usos: como ativo nanceiro e como matria-prima.

    No primeiro caso, o imposto incidente seria 1% referente ao Imposto sobre Operaes Financeiras IOF, mantendo, por esse meio, a mesma tributao anterior Constituio (IUM) e no segundo caso incidiria plenamente o ICMS com alquo-ta de 18%.

    A lgica era que uma mesma barra de ouro, se deposi-tada no cofre de um banco ou na Bolsa de Mercadorias paga-ria apenas 1% de tributos, mas se encerrada no cofre de uma indstria joalheira para transformao posterior e gerao de empregos, pagaria 18%.

    A preservao da realidade tributria para o ouro nancei-ro permitiu, pelo menos, que boa parte da sua produo per-manecesse ocializada, sendo adquirida pelas instituies -nanceiras, o que no ocorria no passado.

    Apesar da atuao permanente do BACEN e de outros r-gos governamentais na coordenao do setor aurfero, inclu-sive em grandes garimpos, como o de Serra Pelada, no Par, a diferena entre a taxa de cmbio ocial e a do mercado parale-lo, durante a dcada de 80 teve imediato efeito no contrabando do metal. O Uruguai, que no produzia ouro, chegou a exportar mais de 35 toneladas para os Estados Unidos em 1985.

    Para reverter quela situao, o Banco Central baixou a re-soluo 1121 em 1986, criando a possibilidade de os exporta-dores brasileiros de ouro, pedras preciosas e jias fecharem o cmbio pelo valor internacional do ouro, o que na prtica, eli-minou as enormes diferenas das taxas de cmbio, dando es-pao para a legalizao das exportaes.

    O aumento da demanda causado pelo Plano Cruzado em 1986/87, em conjunto com a Resoluo 1121 do Banco Cen-tral, deram forte impulso ao mercado interno. As indstrias

    se fortaleceram com o ingresso de novas empresas e com in-vestimentos em modernizao, tecnologia, qualicao pro-ssional, etc.

    Os resultados se zeram sentir e, no incio da dcada de 90, a estimativa era que menos de 5% do ouro produzido no Brasil tomava o caminho do contrabando ou do descaminho interno.

    Nunca se arrecadou tanto tributo sobre o ouro produzido aps a adoo do IOF em 1988, pois o imposto de 1%, cobra-do uma nica vez, no inibia a sua comercializao ocial. Pe-lo contrrio, a estimulava.

    Infelizmente, o mesmo no se podia dizer dos artigos de jo-alheria que, alm da alta incidncia do ICMS, tiveram, em 1990, aumentada sua alquota do IPI de 5% para 20%, transformando o Brasil em recordista mundial de tributao do setor de gemas e metais preciosos. Atualmente, sua carga tributria total de 53%, mais de trs vezes superior mdia mundial, estimada em 15% conforme indicado no grco ao lado.

    Essa sucesso de desacertos das polticas governamentais dicultou a expanso das exportaes do Setor por duas d-cadas. As polticas adotadas favoreceram, como ainda favore-cem, a exportao de matrias-primas e penalizam as manu-faturas, que agregam valor e emprego.

    Como se sabe, na maioria dos casos, necessrio dispor de economia de escala para participar ativamente no mercado in-ternacional. No caso, a alta tributao estimula a informalida-de e inibe os necessrios investimentos produtivos, pelas em-presas constitudas. Em consequncia do reduzido parque in-dustrial joalheiro, em 2000, o valor da exportao de ouro foi equivalente a quinze vezes o valor das exportaes de jias fa-bricadas com aquele metal. Como ser visto a seguir, esse quadro comeou a mudar, com o decidido apoio da APEX/BRASIL para a ampliao de produtos de maior valor agregado. Em 2004, a com-parao das exportaes de ouro em barras em relao s vemdas externas de jias decresceu para menos de cinco vezes.

    Cabe ressaltar que, para o atingimento de metas mais am-biciosas necessrio eliminar o forte gargalo da alta tributa-o e da penalizao existente para as empresas exportadoras que aderiram ao Simples.

  • A Cadeia Produtiva pode ser entendida como o conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos e matrias-primas at o produto nal, incluindo a extrao e o processamento da matria-prima e sua transformao, a distribuio e comercializao do produto, nos mercados nacional e internacional, constituindo os elos de uma corrente ou cadeia.Os elos da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans compreendem desde a extrao mineral, a indstria de lapidao, artefatos de pedras, a indstria joalheira e de folheados, bijuterias, os insumos, matrias-primas e as mquinas e equipamentos usados no processo de produo, alm das estratgias de marketing e a incorporao do design aos produtos.Assim, o primeiro elo da cadeia de Gemas e Jias representado pelo segmento de extrao/minerao, englobando tambm todo e qualquer material e servios utilizados na extrao da matria-prima.O segundo elo representado pela indstria de lapidao e de artefatos de pedras, englobando a produo de pedras lapidadas e artesanato e artefatos de pedras. O terceiro elo deve ser visto como o da Indstria de joalheria e bijuteria, responsvel pela fabricao de jias de ouro, prata, folheados e bijuterias de metais comuns.Deve ser tambm considerado, na cadeia produtiva, os aspectos relativos comercializao desses produtos, tanto no mercado interno quanto no externo. O Brasil internacionalmente conhecido pela diversidade e pela grande ocorrncia de pedras preciosas em seu solo. O segundo maior produtor de esmeraldas e o nico de topzio imperial e turmalina Paraba tambm produz, em larga escala, citrino, gata, ametista turmalina, gua-marinha, topzio e cristal de quartzo. (Ver mapa gemolgico e aurfero em anexo). Atualmente, estima-se que o pas seja responsvel pela produo de cerca de 1/3 do volume das gemas do mundo, excetuados o diamante, o rubi e a sara. considerado, ainda, um importante produtor de ouro. Em 2004, o Brasil alcanou 42 toneladas, o que lhe assegurou o 13 lugar no ranking mundial, segundo o GFMS (Gold Survey, 2005). A produo de ouro, feita por diversos garimpos, se apresenta, atualmente, como uma atividade declinante. Por esse motivo, responsvel por apenas um tero da produo (14 t). Reduzido nmero de empresas de minerao concentraram 67% do ouro produzido em 2004, quase todo exportado em forma de barras. A sua extrao est espalhada por praticamente todo o territrio

    CADEIA PRODUTIVADIAGNSTICO DA

  • A Cadeia Produtiva pode ser entendida como o conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos e matrias-primas at o produto nal, incluindo a extrao e o processamento da matria-prima e sua transformao, a distribuio e comercializao do produto, nos mercados nacional e internacional, constituindo os elos de uma corrente ou cadeia.Os elos da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans compreendem desde a extrao mineral, a indstria de lapidao, artefatos de pedras, a indstria joalheira e de folheados, bijuterias, os insumos, matrias-primas e as mquinas e equipamentos usados no processo de produo, alm das estratgias de marketing e a incorporao do design aos produtos.Assim, o primeiro elo da cadeia de Gemas e Jias representado pelo segmento de extrao/minerao, englobando tambm todo e qualquer material e servios utilizados na extrao da matria-prima.O segundo elo representado pela indstria de lapidao e de artefatos de pedras, englobando a produo de pedras lapidadas e artesanato e artefatos de pedras. O terceiro elo deve ser visto como o da Indstria de joalheria e bijuteria, responsvel pela fabricao de jias de ouro, prata, folheados e bijuterias de metais comuns.Deve ser tambm considerado, na cadeia produtiva, os aspectos relativos comercializao desses produtos, tanto no mercado interno quanto no externo. O Brasil internacionalmente conhecido pela diversidade e pela grande ocorrncia de pedras preciosas em seu solo. O segundo maior produtor de esmeraldas e o nico de topzio imperial e turmalina Paraba tambm produz, em larga escala, citrino, gata, ametista turmalina, gua-marinha, topzio e cristal de quartzo. (Ver mapa gemolgico e aurfero em anexo). Atualmente, estima-se que o pas seja responsvel pela produo de cerca de 1/3 do volume das gemas do mundo, excetuados o diamante, o rubi e a sara. considerado, ainda, um importante produtor de ouro. Em 2004, o Brasil alcanou 42 toneladas, o que lhe assegurou o 13 lugar no ranking mundial, segundo o GFMS (Gold Survey, 2005). A produo de ouro, feita por diversos garimpos, se apresenta, atualmente, como uma atividade declinante. Por esse motivo, responsvel por apenas um tero da produo (14 t). Reduzido nmero de empresas de minerao concentraram 67% do ouro produzido em 2004, quase todo exportado em forma de barras. A sua extrao est espalhada por praticamente todo o territrio

    CADEIA PRODUTIVADIAGNSTICO DA

  • 20

    Perl da Cadeia Produtiva

    A Cadeia Produtiva pode ser entendida como o conjun-to de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos e matrias-primas at o produto -nal, incluindo a extrao e o processamento da matria-prima e sua transformao, a distribuio e comercializao do pro-duto, nos mercados nacional e internacional, constituindo os segmentos de uma corrente ou cadeia.

    Os elos da Cadeia Produtiva de Gemas, Jias e Ans com-preendem desde a extrao mineral, a indstria de lapidao, artefatos de pedras, a indstria joalheira e de folheados, biju-terias, os insumos, matrias-primas e as mquinas e equipa-mentos usados no processo de produo, alm das estratgias de marketing e a incorporao do design aos produtos.

    Assim, o primeiro elo da cadeia de Gemas e Jias repre-sentado pelo segmento de extrao/minerao, englobando tambm todo e qualquer material e servios utilizados na ex-trao da matria-prima.

    O segundo elo representado pela indstria de lapidao e de artefatos de pedras, englobando a produo de pedras lapidadas, artesanato e artefatos de pedras. O terceiro elo deve ser visto como o da Indstria de joalheria e bijuteria, responsvel pela fabricao de jias de ouro, prata, folheados e bijuterias de metais comuns.

    Deve ser tambm considerado, na cadeia produtiva, os as-pectos relativos comercializao desses produtos, tanto no mercado interno quanto no externo.

    Caractersticas da Cadeia Produtiva

    O Brasil internacionalmente conhecido pela diversidade e pela grande ocorrncia de pedras preciosas em seu solo. o segundo maior produtor de esmeraldas e o nico de topzio imperial e turmalina Paraba. Tambm produz, em larga escala, citrino, gata, ametista turmalina, gua-marinha, topzio e cristal de quartzo. (Ver mapa gemolgico e aurfero em anexo).

    Atualmente, estima-se que o pas seja responsvel pela produo de cerca de 1/3 do volume das gemas do mundo, excetuados o diamante, o rubi e a sara. considerado, ainda, um importante produtor de ouro. Em 2004 o Brasil alcanou 42 toneladas, o que lhe assegurou o 13 lugar no ranking mundial, segundo o GFMS (Gold Survey, 2005).

    A produo de ouro, feita por diversos garimpos, se apresenta, atualmente, como uma atividade declinante. Por esse motivo, responsvel por apenas um tero (14 t) da produo total de 42 toneladas. Reduzido nmero de empresas de minerao concentraram 67% do ouro produzido em 2004, quase todo exportado em forma de barras. A sua extrao est espalhada por praticamente todo o territrio nacional, embora concentrada em Minas Gerais, Par, Mato Grosso, Bahia e Tocantins.

    CARACTERIZAO DOS ELOS DA CADEIA PELA NCM

    Elos Posies NCM Descrio

    Gemas

    71.0171.0271.0371.04

    Prolas naturais ou cultivadasDiamantes em bruto e lapidadosPedras preciosas, exceto diamantesPedras sintticas

    Metais Preciosos

    71.0671.0871.1071.15

    PrataOuroPlatina, Paldio e RdioOutras obras de metais preciosos

    Folheados

    71.0771.0971.1171.12

    Metais comuns, folheados de prataMetais comuns ou prata e folheados de ouroMetais comuns, prata ou ouro, folheados de platinaDesperdcios e resduos de metais preciosos

    Joalheria 71.1371.14Artefatos de joalheria e suas partesArtefatos de ourivesaria e suas partes

    Obras e Artefatos de Pedras 71.16 Obras de prolas, de pedras preciosas ou semipreciosas, sintticas ou reconstitudasBijuterias 71.17 Bijuterias de metais comunsFONTE: IBGM

  • 21

    A produo de pedras preciosas realizada, em sua grande maioria, por garimpeiros e pequenas empresas de minerao com ocorrncias, tambm, em quase todo o Brasil. A forte produo se localiza nos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Gois, Par e Tocantins. Apesar de no existirem estatsticas de produo conveis, o Brasil reconhecido como um dos principais produtores, tanto pela variedade quanto pela quantidade de gemas encontradas em seu subsolo. Estima-se que, aproximadamente, 80% das pedras brasileiras, em volume, tenham como destino nal as exportaes, tanto em bruto, incluindo espcimes de coleo, como lapidadas.

    No obstante a grande produo interna brasileira, existe signicativo descompasso em relao ocorrncia de determinadas pedras ao longo do tempo. O mercado internacional de gemas exige que os pases exportadores, como o Brasil, disponham de pedras oriundas das diversas minas/pases. necessrio, ento, dispor de facilidades para a importao de pedras em bruto para atender s exigncias da indstria joalheira internacional, a indstria de lapidao nacional e as exportaes.

    O Parque Industrial bastante diversicado. Embora os dados sejam conitantes, estima-se que existam, atualmente, cerca de 2.000 empresas de lapidao, de joalheria, de artefatos de pedras e de folheados de metais preciosos. Elas esto localizadas, principalmente, em So Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. Porm, novos plos industriais, como Paran, Par, Amazonas e Gois esto despontando. Alm dessas indstrias legalizadas, o Setor convive com grande nmero de empresas informais e artesos, que vivem margem do mercado, tanto na produo quanto na comercializao de seus produtos.

    A lapidao, assim como a fabricao de obras e artefatos de pedras, feita por pequenas indstrias, muitas de fundo de quintal. importante lembrar, tambm, que a prtica da terceirizao tem se acentuado nos ltimos anos. No entanto, ainda existem poucas indstrias integradas, principalmente, para garantir qualidade, prazos e tipos diferenciados de lapidao. O Brasil possui capacidade e competitividade para lapidar pedras de mdia e boa qualidade, embora no tenha ainda escala e preos competitivos, salvo poucas excees, na lapidao de pedras de baixo valor, normalmente calibradas.

    O segmento de empresas fabricantes de jias integrado, basicamente, por empresas de menor porte. Embora no se tenha dados recentes, existem indicativos que a participao das micro e pequenas

    empresas (at 20 empregados) tem crescido nos ltimos anos. Em 1997, elas eram responsveis por 73% do universo empresarial e os mdios empresrios por 23% (de 20 a 99 empregados). As de maior porte (acima de 100 empregados) respondiam por apenas 3,9% (Pesquisa SEBRAE/WGC/IBGM, 1997).

    De igual modo, o varejo apresenta estrutura integrada por 31% de microempresas (at 9 empregados), 29% de pequenas empresas (de 10 a 19 empregados) e 39% de rmas de mdio porte (acima de 20 empregados). A participao percentual das empresas de grande porte. inexpressiva.

    Estima-se que a informalidade seja superior a 50% do mercado, tanto na produo quanto na comercializao. Nessa ltima, os vendedores autnomos (sacoleiras) tm forte participao.

    A informalidade e o descaminho so grandes devido alta carga tributria incidente sobre o Setor e s suas caractersticas. Entre elas, pode-se destacar: produtos de pequenos volumes e altos valores; produo de matrias-primas, industrializao e distribuio feitas por pequenos estabelecimentos e pessoas fsicas nas mais diversas regies do pas, com scalizao difcil e onerosa.

    Ao longo dos anos, os diversos segmentos da Cadeia no tm contado com o suporte de crdito, salvo raras excees. Dadas as caractersticas do Setor, que necessita substancialmente mais capital de giro do que capital xo, e de sua alta informalidade, com balanos contbeis, que no retratam a realidade das empresas, ele no tem tido acesso s linhas existentes e, normalmente, se auto-nancia.

    No atual estgio, para alcanar novos patamares, com ampliao signicativa de sua capacidade instalada, principalmente para atender ao mercado externo, ser necessrio dispor de mecanismos inovadores de nanciamento bancrio, particularmente no que se refere a procedimentos de acesso, tanto para as necessidades de capital xo quanto para giro.

    Na ltima dcada, em que pese a elevada carga tributria, que tem ampliado a informalidade, o segmento joalheiro tem promovido expressivas melhorias em seus padres de qualidade e competitividade, inclusive com importao de mquinas, equipamentos, ferramentaria e insumos. No entanto, muitas empresas no otimizam o seu uso. Servios de assistncia tcnica e manuteno, principalmente para os equipamentos importados, deixam muito a desejar.

  • 22

    A NMERO DE EMPRESAS EM 2004

    INDSTRIA

    Lapidao / Obras de pedras 730

    Joalheria Ouro e Prata 650

    Folheados de Metais Preciosos 590

    Total Indstria 1.970

    VAREJO Total Varejo 16.000FONTE: IBGM

    Conforme visto anteriormente, o fortalecimento da indstria joalheira, nos dez ltimos anos, se deu, inicialmente, com o objetivo de concorrer com o produto importado ou contrabandeado. O crescimento de demanda, proporcionado pelo Plano Real, contribuiu para essa consolidao. Posteriormente, o fortalecimento veio com a melhor explorao de seu potencial exportador, considerando produtos de maior valor agregado, que

    Indicadores da Cadeia Produtiva em Grandes Nmeros

    tm sido, nos ltimos anos, o seu vetor de crescimento.

    Nesse perodo, o segmento joalheiro soube desenvolver estilo e design prprios, explorando smbolos da cultura, fauna e ora nacionais, alm da variedade das pedras preciosas e matrias-primas existentes no pas. O design brasileiro , hoje, reconhecido internacionalmente por sua imagem alegre, colorida

    ESTIMATIVA DE PRODUO E DE CONSUMO DE OURO NA INDSTRIA

    Produo Primria 48 t OBS: Refere-se ao ano de 2004, relativo ao consumo e a exportao

    Consumo Industrial 28t Deve-se considerar, tambm, o estoque de ouro existente e sua reciclagem

    Exportao 31tFONTE: IBGM

    D

    0 100 200 300 400 500 600

    EMPREGOS DIRETOS | 2004

    0 50 100 150 200 250 300 350

    190

    120

    40

    350

    QUANTIDADE EM M

    IL

    Varejo

    Indstria

    Total

    Garimpo eMinerao

    C

    570

    540

    390

    190

    170

    110

    B FATURAMENTO ESTIMADO EM 2004 US$ 1.970.000(**)

    Minerao

    Varejo

    Joalheria

    Folheados

    Outros *

    Lapidao/Obras Pedras

    FONTE: IBGMFONTE: IBGM(*) PRODUTOS DE METAL PRECIOSO P/ INDSTRIA E BIJUTERIA(**) INCLUI EXPORTAES

  • 23

    e criativa, com movimento e sensualidade.

    Embora o Setor se apresente historicamente como um grande gerador de divisas, somente nos ltimos anos passou a promover, sistematicamente, e com estratgias denidas, produtos de mais alto valor agregado. Isso foi possvel a partir da implementao do Programa Setorial Integrado de Apio s Exportaes de Gemas

    e Jias desenvolvidas pelo IBGM/APEX-Brasil.

    Em 2004, as exportaes totais da Cadeia alcanaram US$ 677 milhes (desconsiderando as exportaes de US$ 65 milhes, feitas a no residentes DEE), com importaes, principalmente, de metais preciosos para ns industriais e, portanto, no joalheiro, de US$ 177 milhes, gerando um supervit de US$565 milhes.

    EXPORTAO BRASILEIRA DO SETOR 2004/03 (*) US$ mil

    Principais Itens 2004 2003 2004/03 %

    Pedras em Bruto 47.550 47.629 0

    Pedras Lapidadas 77.299 55.696 39

    Obras e Artefatos de Pedras 14.775 13.456 10

    Ouro em Barras, Fios e Chapas. 412.813 327.119 26

    Produtos de Metais Preciosos para Indstria 31.584 40.032 -21

    Joalheria / Ourivesaria Metais Preciosos 93.063 67.691 37

    Folheados de Metais Preciosos 59.019 58.170 1

    Bijuterias de Metais Comuns 4.766 2.730 75

    Outros Produtos 879 1.470 -40

    TOTAL 741.748 613.993 21FONTE: MDIC/SECEX/DECEX | ELABORAO: IBGM | (*): INCLUI VENDAS A NO RESIDENTES NO PAS (ANTIGO DEE)

    F

    MAIOR PARTICIPAO NAS EXPORTAES DE PRODUTOS COM VALOR AGREGADO (*) US$ mil

    2000 2002 2004 2006(**)

    A Matrias-Primas 393 397 461 500

    B Produtos Industrializados (*) 244 294 345 500

    Total do Setor 637 691 806 1.000

    B / TOTAL 38% 42% 43% 50%(*) INCLUI EXPORTAES A NO RESIDENTES - DEE e (**) META DO IBGM

    G

    E COMRCIO EXTERIOR 2003/04

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    US$

    MIL

    HES 614

    742

    141 177

    473

    565

    20042003 20042003 20042003 EXPORTAES IMPORTAES SALDO COMERCIAL

    FONTE: MDIC/SECEX/DECEX

  • 24

    Os mais representativos pases de destino das exportaes brasileiras, de pedras em bruto, em 2004, foram: Hong Kong, ndia, China, EUA, Alemanha, Tailndia, Formosa, Japo e Itlia. As pedras lapidadas bateram recordes de exportao em pases como os EUA, Taiwan, Hong Kong, Japo, Alemanha, Tailndia, China e ndia. J os principais importadores de obras de pedra, em 2004, foram os EUA, Alemanha, Taiwan, Espanha, Reino Unido, Itlia, Frana, Japo e Hong Kong.

    Blgica, Alemanha, Mxico, EUA, Japo, Honduras, Panam, Equador e frica do Sul apresentam-se como os maiores compradores de folheados de metais preciosos. A joalheria de ouro, por sua vez, teve como destino os EUA, Sua, Israel, Bahrein, Argentina, Alemanha, Peru, Emirados rabes Unidos e Itlia.

    O potencial do mercado externo para pedras de cor favorvel, tendo em vista a recuperao do mercado internacional nos ltimos dois anos. Para folheados e bijuterias, o nicho que se apresenta mais promissor o de design, com pedras naturais, cuja demanda encontra-se crescente.

    J o potencial de crescimento da indstria joalheira de ouro enorme. Apesar dos progressos obtidos, o Brasil representa menos de 1% da produo mundial (22 pas produtor em 2004, segundo o GFMS Gold Trends 2005) e pouco mais de 1% das exportaes mundiais de jias.

    No entanto, assunto recorrente da diferena cambial existente entre as cotaes do paralelo e do ocial, atualmente em torno de 12%, precisa ser equacionado. A compra do ouro e das pedras preciosas no mercado interno feita com base no dlar paralelo. Dessa forma, o industrial compra o ouro/gemas numa cotao maior (paralelo) e os vende numa menor (ocial), acarretando srios prejuzos e perda de competitividade, alm de estimular o contrabando. No passado, o governo atravs da Resoluo BACEN

    1121/86, ao criar o cmbio ouro, resolveu essa questo. Posteriormente o cmbio ouro foi incorporado no utuante, que tambm apresenta defasagem.

    A legislao do preo de transferncia no Brasil, na forma como est estabelecida, no atende s especicidades do segmento de metais preciosos nas exportaes para empresas vinculadas. Os produtos de ouro, prata, paldio, platina e rdio tm ampla aplicao industrial, em diversos setores, alm da fabricao de jias.

    A legislao estabelece a necessidade de comparar o preo efetivamente praticado nas exportaes com um preo-parmetro, determinando um percentual xo de margem de lucro. Este percentual considerado, em geral pelo mercado, elevado para as operaes com produtos elaborados base de metais preciosos, constituindo-se num entrave para as exportaes do setor. O percentual foi estabelecido de forma linear, sem levar em conta as peculiaridades dos diferentes produtos ou mercados.

    Alm disso, como estes produtos so fabricados de acordo com desenhos e especicaes tcnicas particulares, torna-se difcil a utilizao dos mtodos de preos comparados.

    Os metais preciosos so commodities, com cotao em dlares americanos, estabelecida em bolsa, com constantes e relevantes variaes e signicativas diferenas de preos entre si.

    Assim, o preo nal do produto resultante, varia de acordo com a cotao do metal precioso com o qual ele foi fabricado, a complexidade do processo industrial e o contedo tecnolgico envolvido. Verica-se que a formao do valor agregado, nos casos acima, no guarda proporcionalidade ao preo do metal precioso contido, prevalecendo o valor agregado praticado no mercado internacional, como parmetro de competitividade e no um percentual prviamente xado.

  • 25

    A Insero das Jias Brasileiras no Mercado Internacional

    Em agosto de 1998, como um dos primeiros programas a serem apoiados, o IBGM rmou com a APEX a implementa-o da Fase I do Programa Setorial Integrado de Apoio s Ex-portaes de Gemas e Metais Preciosos, que previa diversas aes, entre elas:

    Conscientizao; Treinamento; Capacitao tecnolgica; Adequao de produtos; Pesquisas e prospeco de mercado; Material promocional; Eventos promocionais no Brasil e no Exterior; Promoo direta dos produtos, principalmente,

    por intermdio de feiras e exposies.

    Como indicado acima, as aes eram abrangentes e diver-sicadas, voltadas para todas as necessidades de uma empre-sa exportadora, com ou sem experincia, como um programa estruturante exigia.

    O PSI est voltado para a promoo dos produtos de maior valor agregado da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias, tem abrangncia nacional e sua implementao se d de forma re-gionalizada com coordenaes nos Estados do RS, SP, RJ, MG, BA e DF, como forma de estar mais prximo do empresrio.

    No nal de sua primeira fase dezembro de 1999 embo-ra a meta estabelecida tenha sido a de atingir 150 indstrias, o signicativo nmero de 213 empresas havia aderido ao Pro-grama. Oitenta e cinco delas eram efetivas ou potenciais ex-portadoras de jias de ouro. A ttulo comparativo, em 1995, o total de empresas exportadoras de jias de ouro, registradas na SECEX, atingia um universo de apenas 35 empresas. Com a implementao das demais fases do PSI, em 2005, participa-vam do programa 132 empresas de jias de ouro.

    Nessa primeira fase, a nfase foi de conscientizao e treina-mento, para que as empresas do programa pudessem dele parti-cipar de maneira correta, ou seja, com o comprometimento total da sua direo. A participao das empresas no comrcio exterior, por demandar uma srie de ajustes, responsabilidades e recursos nanceiros, deve se dar de forma permanente, e no como uma vlvula para as eventuais diculdades do mercado interno.

    Foram, tambm, realizados estudos e prospeco de mer-cados, no sentido de vericar o grau de competitividade da jia brasileira, em mercados importadores selecionados, em termos de qualidade, preo e aceitao de seu impacto visual.

    Nesse mercado, cabe lembrar que existem, basicamente, trs segmentos: o high end jewellery, constitudo, basica-mente, de jias de grie, sosticadas e exclusivas de poucas marcas internacionais. O low end jewellery, integrado por jias mais baratas, com diversicados canais de comercializa-o, incluindo supermercados, catlogos e correios, em que o preo e o prazo so os fatores preponderantes. O terceiro seg-mento a faixa intermediria, onde o preo relativamente relevante, mas design e qualidade so fundamentais. Estima-se que, dos 4,5 bilhes de dlares que os Estados Unidos im-portam anualmente, cerca de um bilho de jias de design, pertencentes a este terceiro segmento.

    No decorrer dessas pesquisas foram constatados fatos importantes que, segundo o IBGM, nortearam a formulao da estratgia da insero da jia brasileira no mercado inter-nacional:

    1 Que o mercado altamente vendedor, com a participao de pases com polticas agressivas, como Itlia, Tailndia, ndia e China, entre outros, e a participao de um novo pas exportador, como o Brasil, deveria trazer algum dife-rencial para ser atrativa;

    2 Que a imagem do Brasil no era associada fabricao de jias. Em alguns casos, havia a sua associao a de um gran-de e diversicado pas produtor de pedras preciosas.

    3 Que o Brasil no dispunha de capacidade instalada, nem mecanismos de apoio, que permitissem a rpida monta-gem de infra-estrutura para competir na produo de jias de massa (low end);

    4 Que o Brasil, por no dispor de marcas famosas internacio-nalmente, com exceo da H Stern, que possui, atualmente, 60 lojas no exterior, deveria promover, de uma forma geral, a jia brasileira de design; e

    5 Que j existia no pas um forte movimento de design, tan-to de prossionais autnomos quanto nas indstrias, que podia ser melhor estimulado e orientado para uma estra-tgia de formao de imagem.

    A partir dessas constataes cou evidenciado que, para-lelamente ao esforo de adequao da oferta brasileira s exi-gncias do mercado internacional, para ter xito, o Brasil preci-saria de um produto que tivesse identidade prpria, com forte impacto visual, que se identicasse com os seus principais atri-butos, como alegria, cor, movimento e diversidade.

  • 26

    Estratgia Adotada: o Design como Elemento Diferenciador da Jia

    A propsito, o presidente do IBGM, Hcliton Santini Henri-ques, assinala que o design fundamental para agregar valor e criar identidade visual para a jia brasileira, particularmente porque o Brasil fez uma opo estratgica de entrar no merca-do externo no segmento de jias de design, no qual os maio-res padres de competio se do pela qualidade e criativida-de e no pelo preo.

    Assim, para que o Brasil fosse identicado por possuir um design nico, alm das aes j executadas, como o Prmio IBGM de Design, criado em 1991, e o estimulo participao em cursos de design no Brasil e no exterior, foi intensicada a realizao de seminrios e workshops. A partir de 1999, pas-sou-se a publicar, anualmente, o Caderno de Tendncia de De-sign de Jias, que tem tido um papel relevante na formao da imagem do design nacional. Foi tambm estimulada a partici-pao de designers nacionais em concursos internacionais, com excelentes resultados, conforme indicado no Anexo III.

    No entanto, segundo o coordenador do PSI, Edmundo Ca-lhau Filho, a estratgia tinha que ser abrangente e integrada. Paralelamente s aes desenvolvidas na rea de design atualmente todas as empresas exportadoras possuem em seu corpo tcnico pelo menos um designer, independente de seu porte foi necessrio desenvolver uma srie de aes comple-mentares, para a formao da imagem do Brasil.

    Entre essas aes destacam-se:

    A criao de colees de jias, incorporando o design brasileiro, garantindo razovel identidade de produtos e qualidade, em que pese a existncia de inmeros exportadores, em estgios diferenciados de produo e performance no mercado internacional.

    A participao agrupada das empresas nas principais feiras internacionais, preferencialmente em Pavilhes Brasil com visual prprio e servios promocionais de apoio (relao das Feiras e Fotos em Anexo)

    Elaborao de material promocional, como revistas, folders, catlogos e vdeos, retratando no s as jias e pedras preciosas, mas tambm a diversidade tnica, cultural e turstica existente no Brasil.

    Promoo da FENINJER como feira internacional e sua utilizao mais ampla, como instrumento de preparao das empresas participantes do PSI, alm de se constituir em verdadeira vitrine da jia brasileira junto a importadores e jornalistas estrangeiros;

    A integrao da Jia com os outros segmentos da moda em eventos no Brasil e no exterior, potencializando o

    seu espao e dando maior visibilidade jia. Diversos estilistas brasileiros assinaram colees de jias, fortalecendo ainda mais a sinergia existente.

    Publicidade nas principais revistas especializadas, inclusive com cadernos especiais sobre o Brasil, bem como nos principais catlogos das feiras em que o PSI participa.

    Relaes pblicas junto a editores e jornalistas de importantes revistas internacionais especializadas, incluindo programa de visitas ao Brasil, principalmente por ocasio da FENINJER, a principal feira do Setor, realizada bi-anualmente em So Paulo. Na oportunidade, visitam, tambm, indstrias joalheiras, designers, minas de pedras preciosas e pontos tursticos nacionais. O resultado tem sido excelente, com a publicao de diversos editoriais e matrias espontneas.

    Apoio s iniciativas de promoo do design nacional, pela formao de grupos especcos, como Jia da Cor do Brasil, Jia Brasil e The Brazilian Guild, que tm promovido diversos eventos internamente e no exterior, com signicativa repercusso, a exemplo dos realizados na Birks (Canad), Liberty (Londres) e Printemps (Paris). Ultimamente, esses grupos tambm esto participando do pavilho brasileiro junto com as indstrias em algumas feiras internacionais.

    Criao de uma logomarca do PSI presente em todas as publicaes e eventos promocionais, como forma de xao da imagem.

    Todas essas aes foram desenvolvidas no perodo 2000/2004. A fase IV do PSI, que compreende o ano de 2005, ao dar nfase total para a promoo direta das exportaes e para a consolidao da imagem da jia brasileira no exte-rior, proporcionar ao setor os instrumentos necessrios para a continuidade e o aprimoramento dessas aes. Os empres-rios tm ressaltado que o papel desempenhado pelo PSI, por intermdio do IBGM e da APEX-BRASIL, tem sido fundamen-tal para essa nova e promissora fase que o segmento joalhei-ro est vivendo no mercado internacional.

    Pelos resultados at agora alcanados, principalmente, se medidos em termos de nmero de empresas participantes do processo exportador (144 empresas em 2002, segundo dados da SECEX, contra 35 empresas em 1995), volume de exporta-o e diversicao do mercado (em 2004, as jias brasileiras foram vendidas para 43 pases), pode-se armar que a estra-tgia de capacitao das empresas e de promoo externa da jia brasileira, principalmente com jias de design, com iden-tidade prpria, adotada pelo IBGM/APEX e empresrios, tem se mostrado bastante positiva e adequada.

    Segundo estimativas do IBGM, as exportaes de jias de

  • 27

    ouro em 2005, devero crescer cerca de 40%, alcanando o vo-lume de US$ 130 milhes, considerando-se tambm, as expor-taes realizadas diretamente a no-residentes. Ou seja, um crescimento de quase 200% sobre as exportaes realizadas em 2000, que alcanaram US$ 45 milhes, quando a estrat-gia da insero da jia de ouro no mercado internacional co-meou a ser implementada.

    Com a continuidade do Programa Setorial Integrado de Apoio s Exportaes de Gemas e Jias (PSI), asseguram-se as condies necessrias manuteno dessa estratgia, que pre-cisa se consolidar nos prximos anos, para que a indstria jo-alheira brasileira tenha uma participao mais efetiva nas ex-portaes, melhor explorando o enorme potencial que o mer-cado internacional de gemas e jias apresenta.

    Resultado das Pesquisas Quantitativas e Qualitativas

    METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO

    DOS TRABALHOS

    A presente metodologia foi desenvolvida com vista ela-borao de um diagnstico atualizado da cadeia produtiva de gemas, jias e ans, caracterizando seus elos, inter-relaes, gargalos e oportunidades, alm da formulao de propostas de polticas e conjunto de aes que contribuam para o seu al-cance, em atendimento ao objeto do Convnio rmado entre o MDIC e o IBGM.

    Conforme o desenvolvimento dos trabalhos realizados em outros fruns de competitividade conduzidos pelo MDIC, aps a elaborao do diagnstico e da obteno de consenso do se-tor empresarial e dos rgos do governo em torno dele ser denida uma agenda de propostas. Algumas delas esto pre-sentes neste documento, junto s polticas ativas j formula-das e apresentadas para a Cadeia Produtiva, assim como pro-jetos e atividades que aguardam apoio dos ministrios e r-gos integrantes do Frum, capazes de promover o desenvol-vimento da Cadeia.

    Nesse sentido, e com vista a que o presente documento guarde estreita identidade com as discusses e orientaes do Frum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias, estabeleceu-se as seguintes etapas a serem executadas, bem como o conjunto de aspectos a serem abordados.

    ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO

    DOS TRABALHOS

    1 Planejamento do Desenvolvimento dos Trabalhos: de forma a assegurar indispensvel unidade e coerncia entre as diversas fases do documento, foram elaborados Termo de Referncia e um Plano de Trabalho. Tambm foram for-mulados os instrumentos de pesquisa (questionrios e ro-teiros de entrevistas), adequados aos interlocutores e aos

    produtos esperados, e os instrumentos de consolidao das informaes levantadas.

    2 Realizao de Pesquisa de Campo Quantitativa: foram elaborados e aplicados questionrios em 130 empresas, de distintos segmentos produtivos da cadeia Extrao/Ga-rimpo, Lapidao, Artefatos de Pedras, Indstria Joalheira de Ouro, Prata e Folheados, Correntaria, Designers, Emba-lagens, Mquinas e Equipamentos, em diferentes regies do pas (RS, PR, SP, RJ, MG, GO, MT, BA, PI, CE, PA e AM), se-guida da tabulao e anlise dos dados.

    3 Realizao de Pesquisa de Campo Qualitativa: as en-trevistas realizadas nos Estados do RS, SP, RJ, MG, GO, DF, MT, PI, CE, PA e AM seguiram roteiro elaborado previamen-te. Quarenta consultores nacionais e internacionais e em-presrios com grande percepo do setor responderam s perguntas com o objetivo de obter informaes qualica-das. Essas informaes complementaram as obtidas nas entrevistas quantitativas e revelaram importantes aspec-tos para a melhor compreenso da Cadeia Produtiva e das inter-relaes entre seus segmentos.

    4 Visitas Tcnicas: quarenta instituies responsveis pela infra-estrutura de apoio tcnico-laboratorial, de capacita-o, de fomento, de apoio e extenso tecnolgica, de cr-dito e nanciamento cadeia produtiva foram identica-das e compreendidas neste tpico. Entre elas esto SEBRAE, SENAI, IEL, FINEP, CETEC, SEBRAE, PSI/APEX, CEF, BB, SICRE-DI, Universidades, Secretarias de Estado, Escolas Tcnicas, Laboratrios, Sindicatos, e Entidades de Classe. O grau de efetiva utilizao da infra-estrutura disponvel nessas ins-tituies pelos segmentos da cadeia produtiva tambm foi analisado.

    INTERPRETAO DOS DADOS COLETADOS

    PESQUISAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS

    O relatrio apresentado a seguir interpreta as informa-es levantadas em pesquisa direta, coordenada pelo IBGM, as percepes externadas e os subsdios colhidos. Muitos de-les, considerados como elementos relevantes para a formula-o de polticas e aes.

    Veja a seguir o Quadro 01. As informaes cons-tantes deste Quadro permitem constatar os diversos segmen-tos da Cadeia Produtiva de Gemas e Jias, o que representa uma amostra total de 170 empresas, em diferentes Unidades da Federao, excetuando-se as visitas tcnicas.

    A aplicao dos instrumentos de pesquisa quantitativa e qualitativa e as visitas tcnicas foram efetuadas no perodo que se estendeu entre dezembro/2004 e maio/2005.

    Ressalte-se que algumas empresas no se dispuseram a responder determinadas questes, razo porque as respostas

  • 28

    QUADRO 03 PORTE DE EMPRESAS

    NMERO DE EMPREGADOS JIAS DE OURO, PRATA E FOLHEADAS PART. %PEDRAS ARTEFATOS

    DE PEDRAS PART. %

    AT 09 PESSOAS 02 2,4 03 9,4

    DE 10 A 19 12 14,3 04 12,5

    DE 20 A 50 30 35,7 17 53,1

    ACIMA DE 50 40 47,6 08 25

    QUADRO 02 TEMPO DE FUNCIONAMENTO DAS EMPRESAS

    Perodo de OperaoNmero de Empresas

    Jias de Ouro,