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2. Política comercial externa
11G203 ECONOMIA INTERNACIONAL
ANO LECTIVO 2010/2011
2.3. Proteccionismo versus livre comércio: custos e benefícios.
© Ana Paula Africano, Óscar Afonso, Rosa Forte, Rui Henrique Alves
Benefícios de um movimento em direcção ao comércio livre em todo o mundo
% PIB
Estados Unidos 0.57
União Europeia 0.61União Europeia 0.61
Japão 0.85
Países em desenvolvimento 1.4
Mundo 0.93
Fonte: Krugman & Obstfeld, 2009:p.214
2
Argumentos a favor dolivre comércio
3
�Existem três argumentos a favor do livre comércio:�Livre comércio e eficiência;
Ganhos adicionais: economias de �Ganhos adicionais: economias de escala na produção e oportunidades de aprendizagem e inovação;
�Argumento político.
Comércio livre e eficiência4
� O proteccionismo gera ineficiências quer no consumo quer na produção:�Mesmo no caso de países grandes, as
situações de ganho na sequência de restrições ao comércio são pouco restrições ao comércio são pouco frequentes;
� Assim, o comércio livre será gerador de eficiência�a análise é o inverso da análise do
impacto de uma tarifa.
Comércio livre e eficiência
� Diminuição do excedente dos produtores:
� área (a)
PX
SA
Ponto de partida da análise: restrição total comércio externo (ex. tarifa proibitiva) ⇒ equilíbrio autárcico: PA, DA, SA
� Aumento do excedente dos consumidores:
� área (a)+(b)+(c)
� Resultado global no país A:
� ganho de bem estar pela diferença: área (b)+(c)
5
PA
DA
DA=SA QX
PW
SL DL
a b c
Para esta análise é irrelevante se país é grande ou pequeno.
Comércio livre e eficiênciaObservações
6
� A análise do impacto da liberalização dos mercados de bens de exportação seria muito semelhante, embora simétrica.
� Na análise dos ganhos de eficiência associados ao comércio livre optámos, por simplificação, ao comércio livre optámos, por simplificação, por partir de uma situação de autarcia:� Poderíamos igualmente ter assumido uma situação
com comércio limitado, i.é., sujeito a tarifas, quo tas ou outra restrição;
� Neste caso a análise seria simplesmente o inverso d o que foi feito anteriormente:� Agora teríamos de partir do proteccionismo para a
livre troca.
Comércio livre e eficiência7
Preço mundialmais tarifa
Preço, P O
Distorção noconsumo
Distorçãona produção
mais tarifa
Preço mundial
Quantidade, Q
D
A abertura ao livre comércio elimina a perda de efi ciência provocada pela tarifa e aumenta o bem -estar nacional.
Ganhos dinâmicos e de escala (ganhos adicionais )
8
� A análise custos-benefícios clássica é estática:� ignora o impacto da concorrência na
inovação e na aprendizagem:� concorrência (resultante do comércio livre) obriga a � concorrência (resultante do comércio livre) obriga a
eliminar ineficiências e a inovar por forma a encon trar soluções para exportar e para concorrer com as importações;
� efeito de imitação relativamente a produtores estrangeiros;
� redução de custos e melhoria dos produtos que resulta da acumulação de experiência produtiva e comercial.
Ganhos dinâmicos e de escala (ganhos adicionais )
9
� Economias de escala internas (são importantes em vários sectores):� o proteccionismo fragmenta os mercados e
como tal a produção mundial, conduzindo-a para uma escala ineficiente;para uma escala ineficiente;
� o livre comércio permite:� aumentar a escala de produção e a eficiência;� eliminar monopólios naturais e destruir
oligopólios.
Argumento político a favor do comércio livre
10
� Na prática, as políticas comerciais são mais influenciadas por interesses particulares do que pela consideração dos custos e dos benefícios nacionais .
� O compromisso político com o livre comércio pode ser uma boa ideia. �Defesa do livre comércio sem
excepções.
11
Argumentos a favor do proteccionismo
1) Argumento dos termos de troca2) Argumento das falhas de mercado3) Argumento da indústria nascente4) Argumento da concorrência
imperfeita5) Outros argumentos
12
Argumento dos termos da troca
� Argumento inicialmente apresentado por Robert Torrens, em 1844;
� No caso de um país grande, a restrição das importações pode aumentar o seu bem estar:estar:� fazem diminuir o preço das importações, o
que, ceteris paribus , melhora os termos da troca (ou razão de troca internacional);
�esse benefício deve ser comparado com os custos da tarifa (distorções de produção e consumo).
13
Argumento dos termos da troca� É possível que os benefícios dos termos de
troca proporcionadas pela tarifa superem os custos.�O livre comércio pode não ser a melhor
política para um país.
� É demonstrável que os ganhos estão associados a tarifas positivas, mas baixas: a tarifa óptima é o valor que maximiza esses ganhos.
14
Argumento dos termos da troca Tarifa óptima e tarifa proibitiva
Bem-estar nacional
tarifaTarifaóptima, to
Tarifa proibitiva, tp
Bem estar totalem livre comércio
Bem estar totalem autarcia
15
Argumento dos termos da troca
� A conclusão é igualmente válida para a restrição das exportações numa economia grande;� Faz subir o preço das exportações, melhorando os
respectivos termos de troca.
� Em qualquer destes casos:� O efeito será tanto mais forte quanto maior for a
parcela do mercado mundial do bem controlada pelo país;
� Geram-se perdas de eficiência quer na produção quer no consumo;
� Tratam -se de políticas potencialmente conflituosas nas relações comerciais.
16
Argumento dos termos da trocaLimitações
� O argumento não se aplica aos países pequenos;
� A tarifa óptima é zero para um país pequeno porque não pode afectar os seus termos de troca.
� Possibilidade de retaliação por parte dos parceiros comerciais (no caso de países de grande dimensão).
17
Argumento das falhas de mercado� Ideia base : o valor privado de um bem (preço
de mercado) pode não coincidir com o respectivo valor social.�Neste caso, a produção/consumo do bem
tem efeitos não considerados nas decisões tem efeitos não considerados nas decisões tomadas por produtores e consumidores do mesmo.
Produção do bem tem associado externalidades (positivas ou negativas).
18
Argumento das falhas de mercado� Significa que o mercado em causa não
funciona plenamente� Existem imperfeições/falhas que impedem a
solução óptima/eficiente, i.é., que se produzam/consumam as quantidades que produzam/consumam as quantidades que maximizam o bem estar social.
� Várias políticas tentam eliminar/reduzir estas ineficiências e a política comercial comercial externa é uma delas:� Contudo, não é a mais adequada para lidar
com falhas no mercado interno.
19
Argumento das falhas de mercado� Alguns exemplos de externalidades
positivas:� produção local beneficia outras indústrias via
spillovers de know -how e tecnologia na produção, na gestão ou qualificação dos trabalhadores;rigidez no mercado de trabalho permitem existência � rigidez no mercado de trabalho permitem existência de desemprego;
� activos desempregados perdem know -how em áreas que podem ser vitais para a economia;
� produção aumenta a segurança nacional;� produção aumenta o orgulho nacional;� produção do sector melhora distribuição interna do
rendimento.
20
Argumento das falhas de mercado
� Na presença de externalidades, a análise custo -benefício em equilíbrio parcial não mede todos os benefícios associados com a produção e o consumo de um bem:
os custos e benefícios sociais da produção e � os custos e benefícios sociais da produção e consumo diferem dos custos e benefícios privados;
� Uma tarifa, p. ex., pode melhorar o bem -estar se houver um benefício social marginal que não seja captado pela medida do excedente do produtor.
Proteccionismo na presença de externalidades positivas (caso 1: país pequeno importador)
P SXA
PW+t
PWA
ab
cd
ab
cd
Var. Exc. Consumidores
-(a+b+c+d)
Var. Exc. Produtores
+a
Estado (Receita) +c
21Fonte: Krugman & Obstfeld (2001), Economia Internacional: Teoria e Política, Makron Books, p.233
DXA
S2A D2
A QX
€
QX
S1A D1
A
Bmg socialz
Estado (Receita) +c
∆ Bem-estar social
-(b+d)
∆ Bmg social +z
∆ Bem-estar social (efectiva)
z-(b+d)
Proteccionismo na presença de externalidades positi vas (caso 2: país pequeno exportador – subsídio à exportação)
Var. Exc. Consumidores
-(a+b)
Var. Exc. Produtores
+(a+b+c)
P
b d SXA
P2=PW+s
PW
DXA
a ca c
22
Produtores
Estado (Receita) -(b+c+d)
∆ Bem-estar social -(b+d)
∆ Bmg social +z
∆ Bem-estar social (efectiva)
z-(b+d)
DXA
D2 D1 QX
Exportações após subsídio
€
QX
S1 S2
Bmg socialz
23
Argumento das falhas de mercado� A produção ou o consumo do bem podem
também acarretar externalidades negativas:� poluição, utilização de recursos estratégicos,
destruição de ambientes naturais de interesse nacional, imagem internacional negativa para o país e seus cidadãos (e.g. drogas);país e seus cidadãos (e.g. drogas);
� Nestes casos, o custo social da externalidade teria que ser somado ao custo marginal da produção � um aumento da produção em resultado de uma
política comercial proteccionista poderia ter custos superiores aos identificados numa análise custo-benefício tradicional.
24
Argumento das falhas de mercado Política comercial externa como ‘segundo óptimo’
� O argumento da falha do mercado doméstico é um caso particular da teoria do segundo óptimo�De acordo com esta teoria, uma política
sem interferências é desejável em qualquer mercado somente se todos os sem interferências é desejável em qualquer mercado somente se todos os outros mercados funcionarem adequadamente. � Se um dos mercados falhar, uma intervenção
do governo pode efectivamente aumentar o bem-estar.
25
� O argumento da falha de mercado é convincente?� Existem duas linhas de defesa do livre comércio
na presença de distorções domésticas:�As falhas de mercado são difíceis de
diagnosticar e medir.
Argumento das falhas de mercado
diagnosticar e medir. � Na prática, a política comercial é dominada
interesses particulares e não por questões de bem estar nacional.
�As falhas do mercado doméstico podem ser corrigidas por políticas domésticas, e não por políticas comerciais internacionais.
26
Argumento das falhas de mercado
� A utilização da política comercial externa visando eliminar falhas no mercado doméstico terá custos mais elevados do que a actuação ao nível local
�Não é a política óptima pois leva a novas distorções de incentivos na economia.Não é a política óptima pois leva a novas distorções de incentivos na economia.
� A regra geral é que a política óptima de intervenção deve ser o mais próximo possível da causa da dissociação entre custo privado e custo social.
27
Argumento das falhas de mercado
� Assim:� o governo deve actuar directamente sobre a falha
de mercado que gerou a necessidade de intervenção;
� se o objectivo é eliminar o desemprego (falha no � se o objectivo é eliminar o desemprego (falha no mercado de factores), a política óptima é ao nível do mercado de trabalho;
� se existe uma externalidade positiva ou negativa associada à produção esta deve ser internalizada na estrutura de custos das empresas subsidiando ou tributando directamente a produção.
28
Tarifa sobre importações vs subsídio à produção
P SXA P SX
A
S'
PW+t PW+s
P P
País A - Tarifa s/ importações País A - Subsídio à produção
ab
cd
ab
cd
ab
cd
ab
cd
ab
PW PW
DXA DX
A
S2A D2
A QX S2A QX
€ €
QX QX
Bmg social Bmg social
S1A D1
A S1A D1
A
z zz
29
Tarifa sobre importações vs subsídio à produção
� Atribuição de subsídio s por unidade produzida do bem, em alternativa a uma tarifa t sobre as importações ( t = s).�Preço doméstico mantém -se em PW:�Preço doméstico mantém -se em PW:
� consumo mantém -se, pelo que excedente consumidor não se altera;
�Produção interna aumenta para S 2�Subsídio à produção acarreta menor perda
de eficiência que tarifa sobre importações:� ao contrário da tarifa, subsídio não interfere no
preço interno (e, por isso, na quantidade consumida).
Tarifa sobre importações vs subsídio à produção
Tarifa Subsídio
Var. Exc. Consumidores -(a+b+c+d)
Var. Exc. Produtores +a +a
30
Var. Exc. Produtores +a +a
Estado (Receita) +c -(a+b)
∆ Bem-estar social -(b+d) -b
∆ Bmg social +z +z
∆ Bem-estar social (efectiva) z-(b+d) z-b
31
O argumento da indústria nascente
� Inicialmente sugerido por Alexander Hamilton ( Report on Manufacturers , 1791), posteriormente desenvolvido por John Stuart Mill (1848) e vários outros autores;
� Pressupõe bens homogéneos e a ausência de economias de escala internas:� todas as empresas vão ser pequenas e produzir
bens idênticos;� logo, o mercado será de concorrência perfeita.
32
O argumento da indústria nascente
� Na sua base está a existência de economias de escala externas:� externas à empresa, associadas à indústria:
�quanto maior a produção de um sector, mais quanto maior a produção de um sector, mais baixo é o custo médio de todas as empresas participantes;
� o argumento pode ser facilmente expandido para englobar economias de aprendizagem ao nível da empresa.
33
O argumento da indústria nascenteFontes de economias de escala externas (EEE)
� A concentração geográfica fomenta o desenvolvimento de vários factores geradores de EEE:�a especialização de fornecedores;
o desenvolvimento de um mercado comum de �o desenvolvimento de um mercado comum de trabalho;
�spillovers de conhecimento
34
O argumento da indústria nascenteFontes de economias de escala externas (EEE)
� As EEE parecem explicar a formação de clusters em várias indústrias�Semicondutores e computadores em
Silicon ValeySilicon Valey�Produção de filmes em Hollywood�Indústria de relógios na Suiça.
35
O argumento da indústria nascente
� Do argumento resulta que:� Empresas em países há muito estabelecidos
num mercado terão, ceteris paribus , custos mais baixos que produtores do mesmo bem mais baixos que produtores do mesmo bem localizados em países emergentes.
� Razão: beneficiam de economias de escala externas, ao contrário dos produtores de países com fraca tradição nessa indústria;
36
O argumento da indústria nascente
� Nestas circunstâncias, os padrões de especialização poderão perdurar para além do que seria previsível pela análise da evolução das vantagens análise da evolução das vantagens relativas:�as economias de escala externas poderão
compensar total ou parcialmente a perda de vantagens relativas.
37
Exemplo: mercado de relógios Pressupostos(Krugmand&Obstfeld, 2009: p.143)
� Bem homogéneo (relógios), transaccionado em concorrência perfeita mas com economias de escala externas:� muitos pequenos produtores que beneficiam de
economias de aglomeração;economias de aglomeração;
� Duas localizações alternativas (dois países produtores): Suíça e Tailândia;
� Suíça é actualmente o produtor mundial de relógios:� provavelmente porque teve, no passado, uma
vantagem comparativa que permitiu o desenvolvimento do sector;
38
Exemplo: mercado de relógios Pressupostos(Krugmand&Obstfeld, 2003: p.151)
� Tailândia tem actualmente uma vantagem comparativa:�é, potencialmente, o produtor mais
eficiente;eficiente;�evolução recente dos custos relativos de
produção faz com que, para uma mesma quantidade produzida pelo sector, produzir na Tailândia tem um custo inferior a produzir na Suíça.
39
Exemplo: mercado de relógios Equilíbrio inicial
P, custo médio (por relógio) DMundial
C0
Fonte: Krugman & Obstfeld (2009), International Economics: Theory and Policy, p.143.
CMSuiça
P2 CMTailândia
DMundial
Q1 Q2 QRelógios
P1
E1
E2
40
Exemplo: mercado de relógios Equilíbrio em livre comércio
� A presença de EEE faz com que o custo médio na Suíça seja P 1, enquanto na Tailândia é C 0;�como o mercado é de concorrência �como o mercado é de concorrência
perfeita, Preço = Cmd;�qualquer nova empresa produtora de
relógios terá custos (e preços) mais baixos se escolher a Suíça do que se optar pela Tailândia;� na Suiça integrará um cluster bastante denso,
enquanto na Tailândia estará isolada;
41
Exemplo: mercado de relógios Equilíbrio em livre comércio
� Neste caso, as EEE estão a fazer perdurar o padrão de especialização, gerando um sub -óptimo mundial:�apesar de a Tailândia ter uma vantagem �apesar de a Tailândia ter uma vantagem
relativa, em livre comércio nenhuma empresa se vai instalar nesse país;
�as economias de escala externas proporcionam à Suiça uma vantagem competitiva apesar da desvantagem relativa.
42
Efeito da protecção temporária no mercado tailandês
P, Custo médio(por relógio)
Resultado: Produção passará a ser feita na Tailândia
P2CMTailândia
DMundial
Q1 Q2 QRelógios
E2
DTailândia
C0
P1
CMSuiça
E1
QA
PA EA
Fonte: Krugman & Obstfeld (2009), International Economics: Theory and Policy, p.144.
43
Equilíbrio final
� Porque a Tailândia tem vantagens relativas sobre a Suíça, comparando com o equilíbrio inicial, ao novo equilíbrio (E 2) corresponde:corresponde:� um preço mais baixo no mercado mundial e uma
maior quantidade transaccionada;� maior bem estar dos consumidores em todo o
mundo;
44
Equilíbrio final
� A Tailândia ganha no processo:� desde que os custos da protecção temporária
(suportados pelos consumidores) sejam inferiores aos ganhos (no consumo) nos anos posteriores.posteriores.
� A Suiça perde apenas se os recursos libertados não encontrarem uma utilização alternativa e os custos assim gerados forem maiores que os ganhos dos consumidores.
45
E se a realidade for diferente?- Exiguidade do mercado doméstico
P, Custo médio(por relógio)
C
Protecção temporária não produz os efeitos desejados.
P2 CMTailândia
DMundial
Q1 QRelógios
DTailândia
C0
P1
CMSuiça
E1
QA
PA
EA
Fonte: Adaptado de Krugman & Obstfeld (2003), International Economics: Theory and Policy, p.152
46
Validade do argumento das indústrias nascentes� O argumento só faz sentido enquanto protecção
temporária:� A protecção só deve estar em vigor o tempo
suficiente para que a indústria se torne internacionalmente competitiva;
� O mercado doméstico tem que ser � O mercado doméstico tem que ser suficientemente grande para que o sector se torne internacionalmente competitivo;
� Os ganhos futuros devem compensar perdas incorridas durante o período em que a indústria é protegida:� custos esses suportados sobretudo pelos
consumidores;
47
Concorrência imperfeita e política comercial estratégica
� Justifica-se perante ausência de concorrência perfeita no mercado internacional (Spencer & Brander, 1983):� Falha de mercado localiza-se no mercado
internacional, logo a política comercial é um primeiro-óptimo .óptimo .
� Caso o mercado mundial seja de oligopólio ou monopólio, a intervenção do governo nacional pode alterar a distribuição de riqueza, favorecendo o produtor nacional e, com isso, a economia doméstica:� O objectivo é deslocar benefícios de produtores
estrangeiros para produtores nacionais.
48
Política comercial estratégica: exemplo (Krugman e Obstfeld, 2009, p.268)
� Por simplificação, vamos assumir que existemno sector apenas duas empresas à escalamundial;
� É desenvolvido um novo produto que ambasestão em condições de produzir ;estão em condições de produzir ;
� As estruturas de custos e de procura sugeremque produtor sobreviverá no mercado mundial;
� Vamos assumir que as empresas têm apenasduas opções:� ‘produzir’ ou ‘não produzir’;
Equilíbrio inicial
� Suponhamos a seguinte matriz custo-benefício(Tabela 1):
Empresa A
Produzir Não produzir
49
Empresa B
Produzir -5-5
0100
Não produzir 100 0
00
Admite-se que a empresa B se antecipa, decidindo começar a produzir antes de A.
50
Intervenção do Governo de A
� Concede à ‘sua’ empresa um subsídio àexportação no valor de 25:� a matriz custo-benefício passa a ser (Tabela 2):
Empresa AEmpresa A
Empresa B
Produzir Não produzir
Produzir 20-5
0100
Não produzir 125 0
00
51
Retaliação por parte de B
� E se o governo de B decidir apoiar também a‘sua’ empresa, concedendo-lhe um subsídioidêntico, de 25?� a nova matriz custo-benefício passa a ser (Tabela
3):3):
Empresa A
Empresa B
Produzir Não produzir
Produzir 2020
0125
Não produzir 125 0
00
52
Intervenção com premissas erradas
� Outro risco da intervenção é a possibilidade de umaerrada avaliação da situação de mercado por parte dogoverno de A.
� Suponhamos que a verdadeira matriz custo-benefícionão era a Tabela 1 mas sim a Tabela 4:
Empresa A
Empresa B
Produzir Não produzir
Produzir -205
0125
Não produzir
100 0
00
B dispõe de uma vantagem competitiva, pelo que o equilíbrio será B produzir e A não produzir.
53
Intervenção com premissas erradas (cont.)
� Nestas condições, a concessão de um subsídio de25 por parte do governo de A (que decidiu combase na Tabela 1), resultaria na Tabela 5:
Empresa ANão
Empresa A
Empresa BProduzir Não
produzir
Produzir 55
0125
Não produzir
125 0
00
54
Outros argumentos proteccionistas
�Argumento anti-dumping :�particularmente popular nos
EUA nos últimos anos ;�relevante no caso de dumping �relevante no caso de dumping
predador;�tem regulamentação cuidada
por parte da OMC.
55
Outros argumentos proteccionistas Dumping � Não é mais do que a discriminação
internacional de preços.Para ser posto em prática exige que os � Para ser posto em prática exige que os mercados estejam completamente separados (por barreiras geográficas ou outras)
56
Outros argumentos proteccionistas
Formas de dumping� Dumping persistente:
� Possível se os mercados domésticos são imperfeitos e a procura doméstica e internacional têm diferente elasticidade -preço. internacional têm diferente elasticidade -preço.
� A discriminação de preços implica barreiras à entrada de importações:� seja através de restrições de política comercial
externa;� seja pela capacidade da empresa em
diferenciar os seus produtos no mercado doméstico.
57
Outros argumentos proteccionistas
Formas de dumping (cont.)� Dumping predador:
� corresponde à entrada em novos mercados com preços extremamente baixos (incluindo com prejuízo) para eliminar as empresas com prejuízo) para eliminar as empresas instaladas;
� é sempre temporário: uma vez a concorrência eliminada o preço subirá.
� Dumping esporádico:� operações pontuais de forma a eliminar
stocks acumulados.
58
Outros argumentos proteccionistas� Tarifas para contrariar subsídios às
exportações atribuídos porgovernos estrangeiros :�o governo que impõe a tarifa apodera-
se do valor do subsídio ;se do valor do subsídio ;�a situação de mercado inicial é reposta.
� Argumento da protecção da saúdepública�ex: transgénicos, BSE, gripe das aves,
etc.
59
Outros argumentos proteccionistas
� Argumento da segurança nacional�tarifas (ou outros instrumentos)
devem proteger indústrias vitaispara a segurança/defesa dapara a segurança/defesa danação ;�mas... o que são indústrias vitais?�um subsídio à produção seria mais
eficiente que restrições às importações;