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Econom i co Brasil INDICADORES www.brasileconomico.com.br PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUINTA-FEIRA 18 DE JULHO DE 2013 . ANO 5 . Nº 975 . R$ 3,00 REFORMA POLÍTICA Comissão da Câmara faz uma reunião e entra em recesso. P8e9 NADJA SAMPAIO Conciliação é o melhor caminho para ambas as partes. P19 Ibovespa (em pontos) Reuters Uso do porto definirá compra da CSA A Companhia Siderúrgica Nacional terá que convencer a Vale a liberar o terminal construído na Baía de Sepetiba, considerado estratégico pela CSN, que precisa ampliar sua capacidade logística. Para a Vale, sócia minoritária da CSA, dar acesso significa fortalecer um concorrente no mercado externo. P10 Dilma endurece discurso A presidente garantiu que o país fechará o ano com a inflação na meta, sem perder o controle das contas públicas. Ela atacou o que chamou de pessimismo dos críticos: “O barulho tem sido muito para o fato”. P3e32 CÂMBIO CLASSE C IPCA sofrerá impacto de 0,4 até janeiro Retração e alta de preço inibem novas compras A recente alta do dólar, que ontem fechou cotado em R$ 2,22, causará um efeito inflacionário de 0,4 ponto percentual nos próximos dois tri- mestres, dizem especialistas. P6 O comportamento da economia e a inflação estão inibindo o consumo de bens duráveis pela baixa classe C, que passou a pesquisar mais preços dos alimentos. P4e5 11/7 12/7 15/7 16/7 17/7 46.626 45.533 46.869 47.407 46.738

2013-BE-975-18072013

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EconomicoBrasilINDICADORES

www.brasileconomico.com.br

PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . QUINTA-FEIRA 18 DE JULHO DE 2013 . ANO 5 . Nº 975 . R$ 3,00

REFORMA POLÍTICAComissão da Câmara faz uma reunião e entra em recesso. P8e9

NADJA SAMPAIOConciliação é o melhor caminho para ambas as partes. P19

Ibovespa (em pontos)

Reuters

Uso do porto defi nirá compra da CSAA Companhia Siderúrgica Nacional terá que convencer a Vale a liberar o terminal construído na Baía de Sepetiba, considerado estratégico pela CSN, que precisa ampliar sua capacidade logística. Para a Vale, sócia minoritária da CSA, dar acesso signifi ca fortalecer um concorrente no mercado externo. P10

Dilma endurece discursoA presidente garantiu que o país fechará o ano com a infl ação na meta, sem perder o controle das contas públicas. Ela atacou o que chamou de pessimismo dos críticos: “O barulho tem sido muito para o fato”. P3e32

CÂMBIOCLASSE C

IPCA sofrerá impacto de 0,4até janeiro

Retração e altade preço inibem novas compras

A recente alta do dólar, que ontem fechou cotado em R$ 2,22, causará um efeito infl acionário de 0,4 ponto percentual nos próximos dois tri-mestres, dizem especialistas. P6

O comportamento da economia e a infl ação estão inibindo o consumo de bens duráveis pela baixa classe C, que passou a pesquisar mais preços dos alimentos. P4e5

11/7 12/7 15/7 16/7 17/7

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Dinheiro do FGTSutilizado paragerar bons frutos

A situação doHotel Glória nasmãos do Grupo X

Na hora de investir,toda cautela ébem-vinda

Julgamentona Alemanha

Dinheiropelo ralo

Começoucedo

Esse episódio abriuum precedentegrave: o PMDBinterferiu na vidado PT. A indicaçãodo nome foiarticulada com ospeemedebistas”

“U

m relatório da Equipe Argentina de Antropologia Forense apontou erros grosseiros de peritos de

São Paulo na classificação das 1.040 ossadas descobertas em uma vala clandestina no cemitério

Dom Bosco, em Perus, em 1990. Vários desses restos mortais podem ser de desaparecidos

políticos. O trabalho feito por peritos da Unicamp, da Universidade Federal de Minas Gerais e da Polícia

Científica de São Paulo foi considerado nulo pelos especialistas argentinos, tidos como os profissionais

mais respeitados do mundo nesse tema. Restos mortais de homens estavam misturados com o de

mulheres. Nem ao menos a limpeza dos ossos havia sido feita. As ossadas estavam prejudicadas por

fungos e bactérias. Cer ca de 500 eram de crianças com menos de dez anos.

■ OgovernadordePernambuco,EduardoCampos(PSB),possívelpresidenciável,contaagoraemSãoPaulocomumaequipede“mobilizaçãoderua”.UmdosresponsáveiséAmaroGurgel, líderdetrabalhadoresnaáreadetransporteescolar.

■ Umexperienteorganizadordecampanhaspolíticasavaliavaontemqueamobilizaçãodosmédicoscontraa intençãodogovernodetrazermédicoscubanosaoPaíspodeterumefeitocontrário.Nessecaso,ajudariaDilma.Arazãoéainsatisfaçãodapopulaçãocomoatendimento,principalmenteemáreaspobresdaperiferia.

■ ApesardonúmerodeperegrinosesperadosnoBrasilsermenordoqueoesperado,líderescatólicosdizemquequemestaráàfrentedasmanifestaçõesderuaagorasãoosparticipantesdaJornadaMundialdaJuventude,noRiodeJaneiro.Estãoprevistasmissacampalecaminhadasemváriosestados,antesdoencontronoRio.“Vaiserumgritodasruas,organizadopelosjovenscristãosemacolhidaaopapa”,dizopadreeteólogoManoeldeGodoy,deBeloHorizonte.

■ ComonaCâmaraFederal,aAssembleiaLegislativadeSãoPaulodiscuteaquestãodosvetosaprojetosdosparlamentares.Emumano,ogovernadorGeraldoAlckmin(PSDB)vetou67%dosprojetosaprovadosnaCasa.

Ototaldevetosé700.Omaiornúmeroédaoposição,masossituacionistastambémreceberãoumnãodogovernador.

■ OPTrealizaránopróximodia9,emBauru,oseuencontrodointerior,comaprovávelpresençadoex-presidenteLula.Opartidoorganizoucaravanasemváriasregiõesparadetectarasnecessidades locais.

Seria mais justo se otrabalhador pudesse aplicar seuFGTS em ações de empresas comoPetrobras e Eletrobras. O governoempregaria este montante emseus projetos e o trabalhadorficaria mais motivado ao saberque o dinheiro do seu fundo iriacontribuir para o futuro do país.Utilizar o FGTS em empresasprivadas não é correto.

É fácil quando você tem amáquina do governo por trás dosseus negócios. No caso do Sr. Eike,enquanto o presidente Lula estavano poder, era tudo mais fácil.Hoje, com os “podres” dogoverno passado vindo à tona,empresas sérias pouco estãolhe dando atenção. Diga-sede passagem, nós sabemosde onde vem a sua riqueza.

O investidor cautelosojamais compra ações de empresasem fase pré-operacional.

Não é surpresa essa situaçãoatual da holding EBX dadoo prejuízo sucessivo de suasempresas desde a sua primeiraOferta Pública Inicial. A imagemdo grupo, na verdade, foidistorcida pela mídia e pelomarketing promocional.

O dólar fechou em queda em relação ao real após comentários dochairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, que deixou aberta apossibilidade de adiar a redução dos estímulos monetários

O ex-diretor-executivo da Siemensna Alemanha Uriel Sharef irá ajulgamento. Ele é acusado deenvolvimento no esquema depagamento de propina na Américado Sul. E é citado como responsavelpelos negócios no Brasil.

A Alstom e a Siemens foraminvestigadas na Europa. A Siemensteria feito pagamentos a políticosno total de US$ 2 bilhões. A Alstom,US$ 430 milhões. A Alstom éacusada de pagar US$ 6,8 milhõespara conseguir um contrato em SP.

Tucanos já preparam apré-campanha à prefeiturapaulistana de Bruno Covas,secretário de Meio Ambiente de SP,mesmo sem o seu aval. Queremque ele dispute a vaga com JoséAnibal, secretário de Energia

PauloTeixeira (PT-SP)Ao comentarapreferênciadoPMDB pelonomedopetistaCandidoVaccarezzaparacomandarareformapolítica

INDICADORES

As ossadas de crianças, já deterio-radas, não permitem mais a iden-tificação. Entre o total, estariamtambém vítimas do antigo esqua-drão da morte. Em meio a uma se-leção inicial de 21 ossadas feita pe-los peritos brasileiros, estaria a doestudante Hiroaki Torigoi, desa-parecido político. Os argentinosconcluíram que nenhum dos cor-pos seria de Torigoi. Os dados nãocorrespondiam às característicasdo militante político. Nessa sele-ção, quatro ossadas eram de mu-lheres e 14 de homens fora da fai-xa etária. “Esses erros mostramque os familiares de presos políti-cos e o povo brasileiro foram enga-nados todos esses anos”, diz o de-putado estadual Adriano Diogo(PT), presidente da Comissão daVerdade Rubens Paiva, de São Pau-lo. O Ministéri o Público Federalacompanha o caso e endossou odocumento da equipe de especia-listas argentinos.

CURTAS

CARTAS

MOSAICO POLÍTICO

Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ).

E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de

espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br

Reprodução

TRABALHO NULO DE PERITOS

Ag

.Câm

ara

[email protected]

MauroRio de Janeiro, via site

EduardoCaraySão Paulo, SP

SidneiSilvaCotia, SP

TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA

▼ Dólar comercial (R$ / US$) 2,2250 2,2270

▼ Euro (R$ / E) 2,9284 2,9294

JUROS META EFETIVA

■ Selic (ao ano) 8,50% 8,40%

BOLSAS VAR. % ÍNDICES

▲ Bovespa - São Paulo +1,15 47.407,00

▲ Dow Jones - Nova York +0,12 15.470,52

▲ FTSE 100 - Londres +0,24 6.571,93

2 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Câmara aprova proposta do novo Código

Todos os atos quevenhamos a fazer têmque vir acompanhadosde uma redução degasto em outra área”

O governo tem até a próxima se-gunda-feira, dia 22, para definiro tamanho e o local da navalhadae, segundo uma fonte da Fazen-da, vai usar esse prazo. Anterior-mente, a equipe econômica haviatrabalhado para anunciar os cor-tes antes do limite estabelecidopela Lei de Diretrizes Orçamentá-rias para divulgação do relatóriode avaliação de receitas e despe-sas. A ideia era sinalizar a investi-dores e analistas o comprometi-mento do Brasil com a responsabi-lidade fiscal.

Guido Mantega chegou a infor-mar que o valor seria inferior a R$15 bilhões. Mas como até agoranão se descobriu a fórmula pelaqual será possível cortar despesassem sacrificar os investimentos eas áreas sociais, o governo aindanão fechou a equação. A difícilmissão forçou o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, a cancelar suaviagem, ontem para participar dareunião dos ministros de finançase presidentes de bancos centraisdo G20, em Moscou, onde preten-dia voltar a condenar a políticamonetária dos Estados Unidos.

A dificuldade da equipe econô-mica está no fato de que, em meiouma situação fiscal já debilitada, apresidente Dilma Rousseff anun-ciou uma série medidas nas áreasde mobilidade urbana, saúde eeducação que exigem enormes in-vestimentos. Como na próximaavaliação bimestral o governo de-ve revisar para menos a projeçãode crescimento econômico e, con-sequentemente, a previsão de re-ceitas, terá que apontar de ondevai tirar recursos para comportaras promessas da presidente.

“Todos os atos que nós venha-mos a fazer, inclusive no caso damobilidade urbana, têm que viracompanhados de uma reduçãode gasto em outra área”, disse on-tem Mantega, antes de se reunircom a presidente Dilma Rousseff ecom a ministra do Planejamento,Miriam Belchior, para estudar osnúmeros. O próprio ministro lem-brou que entre os cinco pactos pro-postos pela presidente, em respos-ta aos protestos de junho, o primei-ro foi o da responsabilidade fiscal.

A meta de superávit primárioestabelecida para o Governo Cen-tral em 2013 é de R$ 108,1 bilhões,

correspondentes a 2,2% do Produ-to Interno Bruto (PIB). Desse to-tal, o ministro já anunciou que vaiabater R$ 45 bilhões, conformepermite a LDO, em função das de-sonerações e investimentos pro-movidos pelo governo. Estados emunicípios, por sua vez, terão quecumprir a meta de R$ 47,8 bi-lhões, ou seja, 1% do PIB. Mante-ga apelou para que governadores eprefeitos façam a sua parte. Casonão o façam, o governo federal te-rá que cobrir.

Após quase dois anos de discussões, a comissão especial da Câmara

que analisa a proposta do novo Código de Processo Civil aprovou

ontem o relatório final, elaborado pelo deputado Paulo Teixeira

(PT-SP). Entre as modificações, estão o incentivo à conciliação, a

possibilidade de conversão de causas individuais em causas coletivas

e o estímulo à digitalização dos procedimentos judiciários. ABr

GuidoMantegaministro da Fazenda

A presidente Dilma Rousseffaproveitou a celebração dosdez anos do Conselho deDesenvolvimento Econômico eSocial para responder aoscríticos da economia brasileira.Citando vários números, apresidente garantiu que o paísestá preparado para enfrentarturbulências. “Aproveito, aqui,para repelir as posturaspessimistas quanto à economiabrasileira hoje e no futuropróximo, Há dados concretosque desmentem as análisesmais negativas”, afirmou.

Entre as posturas citadaspela presidente, estão asprevisões de mercado de que opaís encerrará o ano cominflação alta. Dilma citou dadosreferentes ao Índice de Preçoao Consumidor Amplo (IPCA),usado pelo governo paradefinir a meta de inflação, para

apontar queda no indicador aolongo do ano. “Nós sabemos que ainflação no país tem carátercíclico sazonal. Agora estamos nafaixa de baixa da inflação, assimcomo estivemos num momento depressão inflacionária. (...) Temoscerteza que vamos fechar o anocom a inflação dentro da meta”,garantiu Dilma, referindo-se, naverdade, à banda superior dameta, que tolera um IPCA doispontos acima do estabelecido, queeste ano é de 4,5%.

Sobre a crise econômica, apresidente afirmou que o país estápreparado porque vive umasituação de solvência e derobustez fiscal. “São poucos ospaíses do mundo que têm aquantidade de reservasacumuladas ao longo dos últimosdez anos, que permite que nósenfrentemos esse momento deajuste conjuntural, em que uma

política monetária expansionistapassa a ser uma políticamonetária neutra por parte dosEstados Unidos”, disse ao citar ofim dos estímulos monetáriosnorte-americanos praticados nosúltimos anos para enfrentar acrise. O Brasil, segundo Dilma, temuma situação diferenciada,porque acumulou reservassuficientes para repor os dólares.Segundo os dados do BancoCentral, o volume de reservas hojesupera US$ 372 bilhões.

A presidente também citou adívida líquida do setor públicocomo prova da estabilidade fiscal.Em maio, a dívida ficou em 34,8%do Produto Interno Bruto (PIB),“índice menor que o do anopassado, e muito, mas muitomesmo, menor do que era há dezanos atrás, quando este Conselhose formou”, disse, numaalfinetada na oposição.

Divulgação

Edla [email protected]

BRASIL

Brasília

Editor: Paulo Henrique de [email protected]

Mantega diz que novos gastosserão compensados por cortes

UesleiMarcelino/Reuters

Dilma fala duro em resposta aos críticos

PROCESSO CIVIL

Equipe econômica ainda estuda de onde sairá o dinheiro para bancar as promessas da presidente Dilma Rousseff

Mantegapretendeusartodooprazoconstitucionalquetem,atéasegunda-feira,paradesataronósobreoscortesnoorçamento

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 3

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UmsonhoA baixa classe média — segundoclassificação da Secretaria de As-suntos Estratégicos (SAE) do go-verno federal, popularmente bati-zada como nova classe C — nãoconseguirá substituir os apare-lhos eletrodomésticos e eletroele-trônicos adquiridos em anos ante-riores por outros de melhor quali-dade. Diante de uma economia en-fraquecida, essa fatia da popula-ção, com renda familiar média deR$ 1.540, distanciou-se em capa-cidade de consumo dos gruposmais favorecidos, revela o institu-to Data Popular.

Especializado na análise doperfil de consumo das classes C,D e E, o instituto concluiu — empesquisa qualitativa realizada noprimeiro semestre deste ano, naqual questionou os estrevistadossobre as condições de consumono período presente — que a no-va classe média perdeu capacida-de de reposição de bens durá-veis. Foi interrompido o ciclo deacesso a produtos de qualidadecada vez melhor, o que seria na-tural em uma situação de norma-lidade econômica.

“O impacto da desaceleraçãodo crescimento é perceptível naqualidade do consumo. A novaclasse C continua comprando,mas já não sonha em ampliar o nú-mero de aparelhos televisores emsuas casas ou em trocar a geladei-ra por outra de última linha, comofaria, caso a economia mantivesseo ritmo de anos anteriores”, desta-ca o presidente do Data Popular,Renato Meirelles.

Além de desistir de compraraparelhos melhores, essa fatia dapopulação também passou a pes-quisar mais os preços dos produ-tos que adquire. Segundo o institu-to, cresceu em 44% o número depessoas que informou recorrer àpesquisa de preços antes de ir àscompras, no primeiro semestredeste ano, em comparação comigual período do ano passado.

A intenção é manter as conquis-tas adquiridas, sem reduzir o uni-verso deprodutos e serviçosconsu-midos. Porém, essa fatia da popula-ção opta por pagar mais apenas pe-lo que considera essencial, como aalimentação básica e produtos delimpeza. Os demais itens são sele-cionados pelo menor preço.

A inflação (que corroi o poderde compra de todos os consumi-

BRASIL

Fernanda [email protected]

Nova classe C, principal responsável pela

recente alta do consumo, sente o peso da

economia e tem dificuldade de continuar

comprando na proporção de seus desejos

4 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Senado muda as regras sobre férias

mais distante

Trabalhadores com menos de 18 anos e os empregados com mais de

50 anos de idade poderão fracionar as férias, se o projeto de lei

aprovado ontem no Senado receber o aval do Planalto. Os senadores

da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) entenderam que todos os

empregados podem optar por dividir o período de férias ou utilizar o

período integral, independentemente da idade. ABr

As despesas com alimentose habitação estãocomprometendo a renda danova classe C. Para esse grupode pessoas, a inflação em 12meses até julho deterioroumais o poder de compra do queo da média dos brasileiros.

O Índice de Preços aoConsumidor - Classe 1 (IPC-C1)— que mede a variação dospreços de produtosconsumidos pelas famíliascom renda mensal de até doissalários mínimos e meio —subiu 6,34%, no período,enquanto para a média dapopulação, a alta foi de6,22%, segundo o Índice dePreços ao Consumidor-Brasil

(IPC-Br). Os dois indicadores sãocalculados pelo InstitutoBrasileiro de Economia daFundação Getúlio Vargas(Ibre/FGV).

Isso ocorre porque osalimentos, item que maispressionou a inflação nos últimos12 meses, pesam mais noorçamento dessas famílias do queno das demais. Já os gastos comhabitação estão subindo porcausa do aumento do custo damão de obra utilizada noscondomínios residenciais, comoporteiros e faxineiros. Os saláriosdesses profissionais têm crescidoacima da média da inflação,informou o economista doIbre/FGV André Braz.

EduardoNaddar

dores), o aumento da dificulda-de de ter acesso a crédito, o au-mento do endividamento e o en-fraquecimento da renda real,que já não cresce como nos últi-mos tempos, são apontados peloData Popular como os principaisfatores a comprometer a capaci-dade da baixa classe média decontinuar aparelhando suas ca-sas com produtos de qualidadecada vez melhor.

Ao fim de 2012, havia umagrande expectativa da classe mé-dia como um todo de que este anoseria melhor do que o anterior, se-gundo o Data Popular. Essa foi aperspectiva de 81% dos entrevis-tados. Mas, diante de um cenáriomenos positivo do que o espera-do, o percentual de otimistas namesma faixa de renda deve ter caí-do, segundo Meirelles. Ele ressal-ta que, além da conjuntura econô-mica, outro fator limita a continui-dade de aquisição de duráveis pe-la classe C. Há uma saturação dademanda, já que a reposição debens não é infinita.

“É claro que a tendência é aspessoas sempre desejarem produ-tos melhores, o que levaria a umamovimentação permanente domercado. Só que esse é um segun-do ciclo, que já não diz respeito aoacesso de bens básicos, comoaconteceu até então. É possívelque essa primeira fase, de comprada primeira geladeira, do primei-ro fogão, tenha se exaurido”, res-salta Meirelles.

O mercado de trabalho formal, decarteira assinada, já não insere apopulação de mais baixa renda, in-clusive a nova classe C, como an-tes, revela pesquisa organizada pe-lo Instituto de Ética Concorrencial(Etco). O indicador de economiasubterrânea de 2012, divulgadoneste mês, demonstra que a infor-malidade atingiu 16,5% da econo-mia em 2012. No ano anterior,eram 16,8%. A retração foi de 0,3ponto percentual, abaixo da médiahistórica, de 0,5 ponto percentual.

“Com a economia crescendomenos, fica mais difícil formalizaro mercado de trabalho. Menos pes-soas estão sendo incorporadas pe-la economia. Não entramos nocampo negativo, a informalidadecontinua caindo, mas não no mes-mo ritmo de antes”, afirma Fer-

nando de Holanda Barbosa Filho,economista do Instituto Brasileirode Economia da Fundação GetúlioVargas (Ibre/FGV), responsávelpela pesquisa.

Ele ressalta que os diferentes se-tores produtivos - indústria, servi-çoseagropecuária-estão inserindomenos trabalhadores na formalida-de.Masofenômenoémaissignifica-tivonosserviços,oquemaiscontra-tamãodeobraetambémoquemaistem possibilidade de empregar semassinar carteira de trabalho.

Além do crescimento menos in-tenso da economia, contribui pa-ra a informalidade o modelo regu-latório do mercado de trabalhobrasileiro, diz ele. “É difícil men-surar o peso da economia e dos li-mites institucionais nesse proces-so”, alerta o economista.

INFORMALIDADE DAECONOMIA% p.p.

2008 18,4 -0,52009 17,6 -0,82010 17,2 -0,42011 16,8 -0,42012 16,5 -0,3

INFLAÇÃO12 MESES (%)

FGV IPC-C1 (Baixa Renda) 6,52IPC-BR (Média dosconsumidores)

5,96

IBGE INPC (Baixa Renda) 6,97IPCA (Média dosconsumidores)

6,7

Cai a chance de tera carteira assinada

Hip

pe

rtt

Orçamento é corroído porgastos com comida e moradia

Fonte: Instituto Etco e Ibre/FGV

TRABALHO

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 5

Page 6: 2013-BE-975-18072013

Damous apóia asilo do Brasil a SnowdenO presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Wadih

Damous, defendeu que o Brasil ofereça asilo a Edward Snowden —

ex-analista de segurança dos EUA, que revelou a espionagem de

Washington sobre as comunicações de vários países. “Ele está

mostrando bastante coragem, já que, sozinho, está enfrentando a ira

da maior potência da Terra”, afirmou Damous. Redação

Gustavo [email protected]

A recente alta do dólar, que pas-sou de R$ 2,00 em meados demaio e permanece, insistentemen-te, acima de R$ 2,20, ainda não te-rá todo seu impacto sentido naspróximas divulgações do Índicede Preços ao Consumidor Amplo(IPCA). Mas economistas garan-tem, que essa elevação de 10% já ésuficiente para causar um efeito in-flacionário de 0,4 ponto percen-tual nos próximos dois trimestres.

Com isso, boa parte das proje-ções que indicavam que o IPCA fe-charia o ano abaixo de 6% estásendo revista. Até há poucas sema-nas, poucos eram os economistasque bancavam o patamar atual dodólar. Agora, muitos acreditamque este pode terminar 2012 aci-ma até mesmo de R$ 2,25.

Segundo Alessandra Ribeiro,economista da Consultoria Ten-dências e responsável pelo cálcu-lo, somente em agosto a variaçãocambial deve afetar o IPCA. Ou-tros indicadores, que medem a in-flação no atacado, por exemplo,devem absorver antes essa alta.“Ainda não vimos os efeitos nosIGPs (Índices Gerais de Preços, cál-culados pela Fundação GetúlioVargas). Mas isso deve aparecer ra-pidamente”, avalia.

Segundo ela, a desvalorizaçãodo real está anulando o efeito de-sinflacionário das commodities —que em sua maioria estão em que-da — que poderia surtir efeito nospreços. Desde o início da alta dodólar, o índice CRB (CommodityResearch Bureau), que mede a va-riação de matérias-primas cota-das em bolsa, valorizou 10,3%quando convertido para o real.

Apenas esse movimento, o dascommodities, já seria o suficientepara elevar o IPCA em 0,3 pontopercentual. “Seria pior se as com-modities não estivessem em que-da”, avalia Ribeiro.

Para sexta-feira, quando serádivulgado o IPCA-15, uma prévia

do índice fechado do mês, Ribeiroespera uma alta de apenas 0,13%,o que, se confirmado, será uma de-saceleração drástica ante junho,quando o indicador preliminarmostrou elevação de 0,38%.

Ela credita a baixa valoriza-ção dos produtos a dois fatores:transportes e alimentação emdomicílio. “A evolução dessesdois itens deve resultar em uma

inflação tranquila para esses úl-timos 30 dias”, explica.

Artigos de higienee limpezasofrem forte impactoElina Nunes, técnica do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), conta que os primei-ros itens no varejo a subir são osde higiene pessoal e limpeza. Se-gundo ela, muitos insumos quí-

micos utilizados pela indústrianacional são importados, o quecontamina os preços. Eletroele-trônicos têm o mesmo problema.

Além deles, adubo, fertilizan-tes e outros insumos agrícolastambém dependem da cotação dodólar. Até mesmo a ração animal,composta basicamente por milhoe soja, dois dos alimentos mais co-mercializados nas bolsas mundo

afora, sofre com a desvalorizaçãoda moeda brasileira. Este é o iníciode um efeito cascata que afeta pra-ticamente todos os alimentos nopaís. Desde o pãozinho francês,feito a base de trigo ou milho, atéo complexo de carnes.

Ela brinca que os desdobra-mentos da desvalorização cam-bial são tantos que até mesmo pro-dutos que o próprio IBGE descar-taria sofrem com a alta do dólar.“O mais curioso é a ração animal,seja na pecuária ou para animaisdomésticos. São feitos de produ-tos nacionais, mas como são com-modities, acompanham o merca-do internacional”, diz.

Os efeitos cambiais podem de-morar até um ano para serem com-pletamente absorvidos, diz Euli-na. “Tudo depende muito do mo-mento da economia. Algumas em-presas precisam segurar os repas-ses, porque a demanda não estátão sólida assim. Dessa forma, osefeitos podem ser diluídos emmuitos meses”, explica.

Essa é a tese de José Márcio Ca-margo, economista-chefe daconsultoria Opus. Para ele, o ní-vel de atividade deve cair nos pró-ximos meses. Como consequên-cia, empresários tendem a segu-rar os preços para tentar garantira demanda. “Isso pode mitigaros efeitos da desvalorização doreal. Mas caso os produtos impor-tados subam, os nacionais de-vem acompanhar, aproveitandoessa diferença”, afirma.

Embora Camargo preveja umpossível impacto do dólar na infla-ção em apenas três meses , ele acre-ditaqueosefeitosserão aindamaio-res do que o calculado por Alessan-dra, da Tendências. “Até meadosde 2014, essa elevação do dólar po-de incrementar até 0,7 ponto per-centual na inflação”, projeta. Comisso,Camargo diz queainflação ofi-cial pode terminar o ano acima de6%, perigosamente próxima do te-to estipulado pelo Banco Central,de 6,5% em 12 meses.

CarloWrede

BRASIL

São Paulo

PRODUTOS MAIS EXPOSTOS À VARIAÇÃO CAMBIAL

NÚMEROS

IPCA subirá 0,4 ponto com dólarSegundo economistas, esse deverá ser o efeito sobre a inflação, caso o câmbio permaneça acima de R$ 2,20

AlexanderZemlianichenkoJr/Bloomberg

10%Équantoorealacumuladedesvalorizaçãodesdemeadosdemaio.ÉtambémsuficienteparaelevaroIPCAem0,4pontopercentual

Osprimeiros itensquedevemabsorvera recentealtadodólarsãoosalimentoscotadosembolsa, seguidosporquímicose farmacêuticosquedependem de insumos importados

PatrickFallon/Bloomberg MonsantoviaBloombergNews

DanielAcker/Bloomberg HenriqueManreza SusanaGonzalez/BloombergNews

PatriciaStavis Divulgação HenriqueManreza

ESPIONAGEM

Soja

Carnes Materialde limpeza

Trigo

HigienePessoal

Raçãoanimal Fertilizantes Eletroeletrônicos

Milho

A desvalorização doreal está anulando oefeito desinflacionáriodas commodities —em sua maioria, estãoem queda no mercadointernacional —o que poderia surtirefeito nos preços

6 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

Page 7: 2013-BE-975-18072013

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 7

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Ruy Barata [email protected]

BRASIL

Brasília

14deputados euma missão

Dos 90 dias que dispõe para elaborar um conjunto depropostas da reforma do sistema político do país, ogrupo de trabalho da Câmara dos Deputados, que dis-cutirá o assunto, perderá 10. A comissão, compostapor 14 parlamentares, fez uma primeira reunião preli-minar ontem — sem a presença de todos os membros— para definir um cronograma inicial das sessões,que começarão somente a partir de agosto. O grupo,assim como todo o Congresso, não trabalhará entreos dias 18 e 31 de julho, que correspondem ao recessoparlamentar suspenso por conta da não votação daLei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O deputadoMiro Teixeira (PDT-RJ) ainda chegou a pedir a convo-cação de reuniões do grupo nesse período, mas não te-ve sucesso. “Este grupo está perdendo a oportunida-de de dar um exemplo para a sociedade”, reclamou.

Pela Constituição, os parlamentares não poderãoentrar em recesso sem votar a LDO. Mas a regra, naprática, foi ignorada. O coordenador do grupo de tra-balho, Candido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que osdias do recesso serão usados para reuniões administra-tivas e para a construção de um portal de internet pa-ra receber sugestões da população. A agenda de traba-lho prevê reuniões ordinárias todas as quintas-feiras,às 9h. Ao cabo de 90 dias, o grupo deverá concluir pro-jetos de lei que, após aprovação em plenário, serãosubmetidos a referendo. Em um levantamento infor-mal feito pelo vice-líder do PMDB, Marcelo Castro(PI), as questões que têm apoio da maioria no grupode trabalho são: fim da reeleição para cargos do Execu-tivo, com mandato de cinco anos; unificação das elei-ções; e o fim das coligações partidárias para eleiçõesproporcionais. Financiamento de campanha e o siste-ma de votação ainda são temas polêmicos entre os par-tidos representados no grupo de trabalho.

SérgioLima/Folhapress

Com apenas uma mulher, grupo de trabalho na Câmara tem uma das tarefas mais

importantes do momento: escrever a base da reforma política reivindicada pelas ruas

8 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Novas regras em aeroportos até janeiroOs aeroportos terão até meados de janeiro de 2014 para se adaptar

às novas regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre

acesso de passageiros com necessidade de assistência especial. A no-

va norma abrange pessoas com deficiência, idosos (60 anos ou

mais), gestantes, lactantes, pessoas com criança de colo, com dificul-

dade de locomoção ou que tenha limitação de autonomia. ABr

■ Emprimeiromandato,deveráseguiraorientaçãodopartido,favorávelaofimdareeleiçãoparaoExecutivo,mandatode5anoseunificaçãodaseleições.Écontraofinanciamentopúblicodecampanhas.

■ Líderdopartido,emseusegundomandato, tambémseráumadasvozesfavoráveisaoplebiscitoparaareformapolítica.Defenderáfinanciamentoexclusivoepúblicodecampanhaefimdascoligaçõesnaseleiçõesproporcionais.

■ Noquartomandato,ex-PMDBeex-PPS,écontrárioaoplebiscito.Listouemdocumentoalgumasposiçõessobreareformapolítica:unificaçãodaseleições(municipais,estaduaisefederais),mandatode5anossemreeleiçãoeofimdacoligaçõespartidárias.

■ Deputadoemprimeiromandato.ChegouaapresentaresteanoumapropostadeemendaàConstituiçãocomadefiniçãodecondiçõesparaconvocarumaAssembleiaConstituinteRevisoraparaareformapolítica.

■ Noprimeiromandato,deverádefenderpropostascomoofimdareeleiçãoparaoExecutivo,mandatode5anos,fimdascoligaçõesnaeleiçãoproporcionaleapossibilidadedecandidaturaavulsa.

■ Nosextomandato,deveráseguirposiçõesdopartido,comoofimdareeleição,mandatode5anosparaoExecutivoeunificaçãodaseleições.Defenderátambémofinanciamentomistodecampanhaeochamado"distritão".

■ Estánoquartomandato.Deverádefenderofimdareeleição,comampliaçãodomandatode5anosparaoExecutivo, fimdascoligaçõesnaseleiçõesproporcionaiseunificaçãodaseleições.Nosistemadevotação,éafavordovotodistritalmisto.

■ NaCâmaradesdeaConstituinte,emseu10ºmandato,o líderdoPDTinsistiránarealizaçãodoplebiscitoparaareformapolítica.Écríticodeváriaspropostasempauta,comoofimdareeleição,quedizserumadiscussãooportunista.

■ Ex-líderdogovernonaCâmara,estánosegundomandato.FoiindicadopelopresidentedaCasa,HenriqueEduardoAlves(PMDB-RN),paracoordenarogrupodetrabalho.Por isso, ficaráisentoderepresentarasposiçõesdopartidonogrupodetrabalho.

■ Noquartomandato,será líderdasposiçõesdopartidoedogovernonoGrupo.Defenderáofinanciamentopúblicodecampanhas, reduçãodoscustosdapropagandaeleitoraleo incentivoàparticipaçãodasmulheresnoparlamento.

■ Noquartomandato,évice-líderdopartidonaCâmara.DefenderáfimdareeleiçãoparaoExecutivo,mandatode5anos, fimdecoligaçõesnaseleiçõesproporcionaisequeracabarcomaparticipaçãodemarqueteirosnascampanhaseleitorais.

■ Emprimeiromandato,éumdosarticuladoresdacampanhadeAécioNeves(PSDB-MG)àpresidência.Defenderáofimdareeleição,mandatode5anos,ofimdascoligaçõesecláusuladedesempenhoparadefinir tempodeTVeacessoaofundopartidário.

■ Ex-DEM,estánosegundomandato.CamposdeixouopartidojuntocomGilbertoKassabparafundaroatualPSD.Defenderáofimdascoligaçõespartidáriasnaseleiçõesproporcionais—únicabandeiraque játemconsensonopartido.

■ Ex-governadordeSantaCatarinaeex-prefeitodeFlorianópolis,estánosegundomandatonaCâmara.Defenderáofimdareeleição,mandatode5anos,unificaçãodaseleiçõesecláusuladedesempenhoparaacessoafundopartidário.

MarcelaBeltrão

ANTONIOBRITO(PTB-BA)

MANUELAD’ÁVILA(PCdoB-RS)

RODRIGOMAIA(DEM-RJ)

JÚLIODELGADO(PSB-MG)

AntonioCruz/ABr LuizXavierAg.Câmara Divulgação Divulgação BrizzaCavalcante/Ag.Câmara

SauloCruz Divulgação GiuseppeCacace/Folhapress Divulgação

WilsonDias/ABr Divulgação Divulgação LuisMacedo/Ag.Câmara Divulgação

NECESSIDADES ESPECIAIS

LEONARDOGADELHA(PSC-PB)

SANDROALEX(PPS-PR)

LUCIANOCASTRO(PR-RR)

MIROTEIXEIRA(PDT-RJ)

CÂNDIDOVACCAREZZA(PT-SP)

RICARDOBERZOINI(PT-SP)

MARCELOCASTRO(PMDB-PI)

MARCUSPESTANA(PSDB-MG)

GUILHERMECAMPOS(PSD-SP)

ESPERIDIÃOAMIN(PP-SC)

O grupo detrabalho reúneparlamentaresexperientes, comoMiro Teixeira, queestá em seu décimomandato, comdeputados emprimeiro mandato,como AntonioBrito, do PTB daBahia. A maioriaapoia o fim dareeleição noExecutivo, comampliação domandato paracinco anos

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 9

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A iminente venda do controle daCompanhia Siderúrgica do Atlân-tico (CSA) deve colocar novamen-te Companhia Siderúrgica Nacio-nal (CSN) e Vale em lados opos-tos. Com interesse no uso do por-to da CSA para escoar sua produ-ção, a empresa de BenjaminSteinbruch terá que convencer amineradora, que tem poder de ve-to no negócio, a liberar a um con-corrente o acesso a um modernosistema logístico, que permite aatracação de navios de grande ca-pacidade e próximo às principaisinstalações siderúrgicas e de mi-neração da região Sudeste.

O porto é um ativo conside-rado estratégico para a CSN,que não conseguiu deslancharseu principal projeto logísticona região, o Porto Privativo La-go da Pedra, projetado no finalda década passada e hoje forados planos da siderúrgica. Como Lago da Pedra, a companhiaprevia ampliar a capacidade deescoamento de produtos side-rúrgicos e de sua crescente pro-dução de minério de ferro, ope-ração que vem ganhando pesodentro de seus negócios — aponto de superar a receita davenda de aço no ano passado.

Segundo fontes, CSN e a alemãThyssenKrupp estão perto de fina-lizar um acordo para a transferên-cia da unidade de negócios SteelAmericas, que controla a CSA euma laminadora nos Estados Uni-dos, pondo fim a uma novela quedura pelo menos um ano. O mode-lo proposto pela empresa de Benja-min Steinbruch prevê que a CSNassuma dois terços da usina brasi-leira, restando à Vale e à própriaThyssen a fatia de um terço — a mi-neradora reduziria, assim, sua par-ticipação atual, que é de 27%.

As empresas não comentamo assunto, mas fala-se no merca-do que a transação envolverá al-go em torno de US$ 3,5 bilhões.O acordo, porém, terá que pas-sar pelo crivo da Vale, que vemrepetindo que ainda não foi con-sultada e que não abre mão daexclusividade no fornecimentode minério à CSA. Observado-res próximos dizem que o princi-pal foco de conflito é a utiliza-ção do porto, que conta comdois berços: uma para importa-

ção de carvão e coque e outropara exportação de placas.

“A CSN precisa de escala parasuas exportações e o porto da CSAjá está pronto, não necessita denovos investimentos”, diz umafonte próxima às empresas. O pro-jeto Lago da Pedra previa investi-mentos de US$ 1 bilhão em berçose pátios de carga para atingir capa-cidade anual de movimentaçãode 60 milhões de toneladas de mi-nério, 12 milhões de toneladas decarvão e 11 milhões de toneladasde produtos siderúrgicos.

Após o fracasso do empreendi-mento, a CSN juntou-se a Ger-dau e Petrobras em um novo pro-jeto, que também previa termi-nais para o escoamento de produ-tos siderúrgicos e de minério,mas ainda não avançou. Daí o ca-ráter estratégico do terminal daCSA. A própria Techint, que che-gou a negociar com a Thys-senKrupp, valorizava o ativo co-mo alternativa para exportar aprodução da Usiminas — apesarde ter acordo com o Porto Sudes-te, que está sendo construído pe-la MMX, do grupo de Eike Batis-ta, e deveria ter iniciado as opera-ções no final do ano passado.

A CSN opera dois terminaisno porto de Itaguaí, perto daCSA, que têm berços para a mo-vimentação de minério, contêi-neres e cargas gerais e que têmprojetos de expansão. Já a Valeopera um terminal mais ao sul,chamado Ilha de Guaíba, poronde escoa a produção de miné-rio de ferro de suas operaçõesem Minas Gerais.

A principal dúvida do mercadocom relação à compra docontrole da CompanhiaSiderúrgica do Atlântico (CSA)pela Companhia SiderúrgicaNacional (CSN) reside naorigem dos recursos para atransação. Com alto nível deendividamento, a CSN enfrentaa resistência do BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) aparticipar da operação.

A CSN fechou o primeirotrimestre de 2013 com dívidalíquida de R$ 16,8 bilhões,crescimento de 3,18% comrelação ao final de de 2012,provocado pelo pagamentode R$ 300 milhões emdividendos no início deste ano.A relação dívida líquida/Ebitda,de 3,75 vezes, é consideradaalta pelo mercado.

Notícias sobre a compra da

CSA geralmente provocam quedanas ações da companhia, emreação ao risco de explosão doendividamento. À alta dívida dacompradora, soma-se o históricode problemas da siderúrgicaconstruída pela ThyssenKrupp,que enfrentou, desde suainauguração, uma série dedificuldades, desde ambientaisaté operacionais.

Por outro lado, a empresa tema seu favor a possibilidade decomprar, em conjunto com a CSA,uma das mais modernaslaminadoras do mundo, aAlabama Steel, que amplia oacesso a um mercado de aço quecomeça a dar sinais derecuperação da crise.Considerada a “parte boa” daSteel Americas, a laminadora foiusada pela ThyssenKrupp comoum atrativo para conseguir umcomprador para a CSA.

Editora: Flavia [email protected]

EMPRESAS

Nicola [email protected]

Porto está no epicentro dademora na venda da CSA

VanderleiAlmeida/AFPPhoto

Novela que já dura um ano não deve chegar ao seu capítulo final enquanto Vale não der seu aval sobre a

operação, que pode dar para a concorrente Companhia Siderúrgica Nacional a forma de escoar produção

Alto endividamento preocupa

Siderúrgica doAtlântico, emSantaCruz, a60quilômetrosdoRio, fazpartedos ativos queThyssen eCSNestão tentando comprar

O acordo emnegociação prevêque a CSN assuma doisterços da CompanhiaSiderúrgica doAtlântico, restandoà Vale e à própriaThyssen a fatiade um terço

10 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Runner trabalha expansão da marcaA rede de academias Runner terá agora sob responsabilidade

de Dilson Mendes, novo CEO da empresa na área de licenciamentos,

a missão de desenvolver estratégias de expansão da marca no país,

além do atendimento a todas as operações existentes. Atualmente,

são dez academias licenciadas e sete em estruturação. A Runner

está no mercado desde 1983 e o licenciamento começou em 2007.

AlessandroCosta

A preocupação dos chinesescom a Glaxo teve início há umano, quando a companhiasolucionou uma pendência como Departamento de Justiça dosEUA, após falha na divulgaçãode informações sobre doismedicamentos populares, quenão tinham sido aprovados peloregulador. A empresa pagouUS$ 3 bilhões para engavetaro caso. “Ficamos chocados”,ilustrou Gao Feng, ministro deSegurança Pública da China.

A mobilização do governoé tamanha que a emissoraestatal China CentralTelevision exibiu no horárionobre da última terça-feira ummaterial detalhado sobre comouma agência de viagenspassou a ser utilizada paracanalizar os subornosdestinados aos funcionários dogoverno chinês. A emissoradestacou Liang Hong, gerentede operações da Glaxo China,explicando como os executivosdeveriam passar os subornospara os reguladores e fiscaisdo setor. Liang é um dos quatroque está sob custódia.

A batalha dos chinesescontra a corrupção na saúde,no entanto, não é recente. Alémda pena de morte aplicada aoregulador Zheng Xiaoyu, em2007, seu sucessor nodepartamento de drogas foidemitido em seguida apóssuspeitas de condutaquestionável. Em 2011, umtribunal de Xangai decidiususpender a sentença de mortea um ex-executivo-chefe daShanghai PharmaceuticalGroup em um caso de desviode recursos. Desde então, noveexecutivos de hospitais dacidade de Shenzhen foraminvestigados sob suspeita deaquisição irregular deequipamentos e medicamentos.

Dos anos 80 para cá, a China mo-dernizou hospitais, aumentouem uma década a expectativa devida da população, reduziu a mor-talidade infantil pela metade e eli-minou doenças como a poliomie-lite. Agora chegou a hora de aca-bar com a corrupção na saúde.

Os esforços para limpar umaindústria que fatura US$ 350 bi-lhões vieram a tona no mês passa-do, quando a polícia confirmou ainvestigação sobre a GlaxoSmi-thKline (GSK), sob a suspeita decrimes econômicos que teriam si-do cometidos pela companhia.Ontem, o Departamento de Admi-nistração de Alimentos e Drogasdo país disse que vai aplicar “pu-nições severas” nos casos de me-dicamentos falsos, ocultação dedocumentos e subornos.

Seis anos depois de mandarexecutar o então chefe do departa-mento por recebimento de propi-na para aprovar a comercializaçãode remédios falsos, o governo pa-rece determinado a acabar com afarra da indústria farmacêutica,médicos e funcionários da saúde.

“Nós sabemos que a corrup-ção na China está tão enraizadano setor farmacêutico que paraconseguir uma coisa é necessáriosubornar alguém”, disse Yan-zhong Huang, autoridade sêniorem relação à saúde no Conselhode Relações Exteriores, em NovaYork. “Suborno desenfreado, co-missão e corrupção aumentam opreço dos medicamentos. Isso di-ficulta a reforma e o progresso dosistema público de saúde”.

“As investigações devem ocor-rer até dezembro”, disse Yan Jian-gying, porta-voz do Departamen-to de Drogas, em Pequim. Deacordo com a polícia, que esperacontar com a colaboração interna-cional, as investigações prelimi-nares apontaram que a GSK,maior farmacêutica do Reino Uni-do, pode estar envolvida com ou-tras empresas estrangeiras.

No fim do ano passado, a Eli Li-lly & Co. (LLY), concordou em pa-gar US$ 29,4 milhões para liqui-dar as investigações do Securitiesand Exchange Commission(SEC), órgão regulador do merca-

do de capitais dos Estados Unidos,que apontava para a entrega de co-missões e presentes aos funcioná-rios na China, Brasil, Rússia e Polô-nia envolvidos na assinatura de ne-gócios milionários. Motivo seme-lhante também já havia levado aPfizer, a maior empresa do ramo,a desembolsar US$ 60,2 milhõesem agosto do ano passado.

De acordo com a Comissão Na-cional Para a Reforma e Desenvol-vimento, órgão máximo de plane-jamento econômico da China, 27empresas serão analisadas de acor-do com o custo de produção dos re-médios. Trinta e três serão investi-gadas segundo o preço disponibili-zado ao mercado. Os laboratóriosMerck, Novartis e Baxter são ou-tros que estão na mira do governo.

Steve Nechelput, chefe de fi-nanças da Glaxo na China, estáproibido de deixar o país. Outrosquatro executivos foram detidosem meio a uma investigação envol-vendo US$ 489 milhões. A empre-sa rebateu que as acusações do go-verno são “vergonhosas.”

FotosBloomberg

Farmacêuticasentram na mirado governo chinêsSuspeitas de corrupção e venda de medicamentos falsos colocam

GlaxoSmithKline (GSK) no epicentro das investigações no setor

Mais intensahoje, batalhajá dura anos

FITNESS

Em 2013, a Eli Lillypagou US$ 29,4 mi paraencerrar investigaçãodo Securities andExchange Commission(SEC), que apontavao pagamento decomissões na China,Brasil, Rússia e Polônia

Os laboratórios Merck,Novartis e Baxter sãooutros que estão namira do governo chinês.O custo de produçãode 27 empresasserão analisados.Trinta e três terão seuspreços investigados

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 11

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Esse primeiro anode operação será umperíodo de aprendizadoe de investir paraganhar relevância entreos parceiros. A partirdessa abordagem,vamos acelerar ocrescimento em 2014”

Um ano depois de ingressar nomercado residencial, a TIM Fi-ber - empresa criada pela TIMcom foco em banda larga fixa -anunciou ontem oficialmentesua entrada no segmento de ban-da larga via fibra óptica de altavelocidade para o setor corpora-tivo. O serviço mantém a marcacomercial Live TIM e está dispo-nível desde o início do mês nascidades de São Paulo, Rio de Ja-neiro e Duque de Caxias, alcan-çando os mesmos bairros já co-bertos pela oferta residencialnessas localidades.

O foco da nova oferta são aspequenas e médias empresas,disse Rogerio Takayanagi, presi-dente da TIM Fiber, durante en-contro com jornalistas. “A princí-pio, esse segmento será uma pe-quena fração quando comparadaao cliente residencial. Por outrolado, em determinados casos, areceita de um cliente corporati-vo pode representar uma boa par-cela de consumidores finais”, ob-servou o executivo. SegundoTakayanagi, a estimativa é deque o a oferta corporativa repre-sente de 10% a 15% da base totalde assinantes do Live TIM até ofim do 1º semestre de 2014.

O executivo ressaltou a metade atingir um milhão de assinan-tes até 2017. Hoje, o Live TIM con-ta com 23 mil clientes e a expecta-tiva é encerrar o ano com uma ba-se entre 60 mil e 70 mil assinan-tes. Com mais de 720 mil domicí-lios cobertos atualmente, a meta éampliar esse número para 920 mildomicílios até o fim de 2013.

A extensão da oferta para ou-tras regiões foi descartada emcurto prazo. O primeiro objeti-vo é consolidar o serviço emSão Paulo e no Rio de Janeiro.“O foco é aprimorar a experiên-cia do usuário nesses merca-dos, que concentram metadedo crescimento do segmento debanda larga fixa no país”, disseTakayanagi. Segundo dados daTIM Fiber, a companhia detématualmente 45% de participa-ção no mercado de banda largafixa de alta velocidade — acimade 34 Mbps — em São Paulo, ede 27% no Rio de Janeiro.

Um dos esforços para ampliaresses índices será um portal comconteúdos específicos em áreas co-mo entretenimento e tecnologia.

BernardoBonjean,executivo-chefe da Avante.com

Moacir [email protected] “Com mais de doze anos de expe-riência no mercado financeiro,Bernardo Bonjean acostumou-sea dividir o seu tempo entre os nú-meros e as provas de rally. O gostopor essa atividade levou o executi-vo a participar por diversas vezesde competições tradicionais e de-safiadoras, como o Rally Paris-Dakar e o Rally dos Sertões. Maisque um hobby, a experiência ad-quirida em trilhas tortuosas trou-xe lições essenciais para que Bon-jean levasse à frente seu novo pro-jeto: a Avante.com, startup brasi-leira de oferta online de crédito.“É preciso ter muito planejamen-to e persistência para completarprovas de rally. Esses dois aspec-tos também fazem toda a diferen-ça quando se pensa em negócios”,observa o executivo-chefe e fun-dador da empresa novata.

Ao acessar os serviços da Avan-te.com o consumidor pode fazersimulações online e contratarconsórcios de veículos, motos,imóveis, entre outros produtos fi-nanceiros, sempre com o auxíliode consultores. O site reúne ofer-tas de parceiros, como o Banco doBrasil, Itaú, Porto Seguro Consór-cio e Magazine Luiza.

“Nossa proposta é ser um canalalternativo de oferta de crédito.Por mais que os bancos tenhamampla presença no Brasil, muitasvezes eles não conseguem alcan-çar determinadas localidades”,

afirma Bonjean. Atualmente,46% das vendas da empresa estãoconcentradas no Sudeste; 26% noNordeste; e 12% no Sul.

A ideia da startup surgiu há cer-ca de dois anos, quando Bonjeaningressou em um curso para em-preendedores na Harvard Busi-ness School. Na época, o projetofoi um dos oito escolhidos — emum total de duzentas propostas -para receber recomendações deprofessores da instituição e apri-morar seu modelo de negócios.

A estruturação da Avante.comlevou pouco mais de um ano. Nes-se intervalo, Bonjean dedicou-sea conversas com instituições fi-nanceiras, órgãos reguladores eentidades como a Febraban. Aconstrução da plataforma tecno-lógica foi outra prioridade. A com-panhia iniciou sua operação nomercado em janeiro, com a ven-da de consórcios e planeja adicio-nar a oferta de consignados noprimeiro trimestre de 2014.

O serviço é gratuito para osusuários. A receita é gerada a par-tir de comissões em cada contra-to, em média, de 3% a 4%. A em-presa já movimentou R$ 26,7 mi-lhões em transações.

“Nossa meta é atingir R$ 1 bi-lhão em três anos”, diz Bonjean.

Para alcançar essa marca, umdos caminhos escolhidos são asparcerias. Nessa direção, a Avante.com fechou um acordo com a Fa-vela Holding, associação que de-senvolve projetos de empresas emcomunidades carentes. Com con-sultores munidos de tablets, a star-tup começa a rodar em dezembroprojetos piloto em dez comunida-des para a venda de consórcios.

EMPRESAS

São Paulo

Companhia prevê queo segmento respondapor 10% a 15% de suabasedeassinantesem2014

NÚMEROS

PatriciaStavis

Avante.com investeem crédito pela rede

R$80bilhõesÉotamanhodomercadobrasileirodeconsórcios,segundoBernardoBonjean

66%Foiocrescimentomédiomensaldasvendasgeradaspelastartup,desde janeiro

Bonjean: proposta é ser um canal alternativo

Em operação desde janeiro, o serviço online de venda de consórcios já

movimentou R$ 26,7 milhões e a projeção é alcançar R$ 1 bilhão em três anos

TIM Fiberinveste embanda largafixa para PMEs

12 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Aviação muda para conquistar clientesA tradicional marca de manteiga Aviação mudou o design

de sua conhecida embalagem em lata. O investimento de cerca

de R$ 500 mil na linha de produção resultou em uma sobretampa

com sistema abre fácil que facilita o manuseio, além do fim

das emendas na embalagem. Exigência de novos consumidores,

que podem usar a latinha como manteigueira.

Não é preciso pagar por uma suítepresidencial no Hotel Fasano, noRio, para consumir leite fresco, li-vre de processos de conservação,embalado em charmosas garrafasde vidro. Redes de supermerca-dos especializadas em produtospremium no Rio e São Paulo játêm o produto à venda, um retor-no aos tempos da vovó, quando oleite em garrafa era o usual. Pelomenos duas empresas já estão in-vestindo no filão. A Cooper, deSão José dos Campos, em São Pau-lo, e a Vitalatte, com fábrica em Va-lença, interior do Rio de Janeiro.Apesar dos custos logísticos — otransporte precisa ser diário — eda embalagem de vidro custar atédez vezes mais do que a tetra pa-ck, as empresas garantem que oleite premium tem mercado.

A Cooperativa de Laticínios deSão José dos Campos (Cooper) co-locou à venda há 45 dias sua emba-lagem de vidro de um litro. Antesrestrita ao consumidor local, o pro-duto entrou essa semana na capi-tal paulista. O preço ao consumi-dor é de R$ 3,20, em média. A pro-dução é de 1.200 garrafas ao dia.

Rodrigo Afonso Rossi, diretorComercial da Cooper, afirmaque, além da volta ao estilo vinta-ge de vender o leite, o sabor doproduto é um diferencial, já que abebida fica mais gostosa. “A dura-bilidade é menor mas o sabor vale apena porque concentra todas asproteínas. Há público para esse ti-po de produto”, diz ele.

Foram necessários R$ 600 milpara adaptação da fábrica e a em-balagem foi produzida pela OwenIllinois. O desafio agora é tornar agarrafa retornável. A empresa nãotem por enquanto planos de en-trar no mercado carioca.

No Rio, a Vitalatte já trabalha hátrês anos com embalagens de vi-

dro para seu leite premium, encon-trado nas filiais do supermercadoZona Sul e no Empório Santa Ma-ria, em São Paulo. Patrick Bouzon,um dos donos da Vitalatte, diz quea produção mensal é de nove milgarrafas. Mas deve crescer.

“Esse é um mercado que, paranós, vem crescendo 20% ao ano.Vimos esse segmento crescente naItália, pesquisamos sua viabilidadee levamos cinco anos para tirar oprojeto do papel. Nosso parceiro nacriação da embalagem é a Veralha,divisão da Saint Gobain”, diz ele.

O leite premium da Vitalattesai a R$ 5 para o consumidor e re-presenta 8% do faturamento daempresa. A marca virou a queridi-nha do Hotel Fasano, que usa asgarrafas de vidro como mais umdos mimos para hóspedes exigen-tes. O próximo passo é chegar ao-varejo de Belo Horizonte.

Erica [email protected] LOG-IN - LOGÍSTICA INTERMODAL S.A.

COMPANHIA ABERTACNPJ Nº 42.278.291/0001-24 - NIRE Nº 3.330.026.074-9

FATO RELEVANTEPrévia de resultados para o segundo trimestre de 2013

Rio de Janeiro, 17 de julho de 2013 - A LOG-IN Logística Intermodal S/A (BM&FBovespa: LOGN3) informa a prévia de resultados para o segundo trimestrede 2013. Estas informações são preliminares e estão sujeitas à revisão dos auditores externos. Os resultados objeto da revisão dos auditores serãodivulgados no dia 13 de agosto de 2013 após o fechamento do pregão da BM&FBOVESPA. A teleconferência de resultados será no dia 15 de agosto de 2013às 11 horas (horário de Brasília). A divulgação da prévia de resultados visa melhoria de comunicação junto aos nossos acionistas (volumes e resultados).

A B VAR % C VAR %Volumes por negócio 2T13 2T12 (A x B) 1T13 (A x C)

NavegaçãoCosteira

Cabotagem 27.251 21.218 28,4% 23.229 17,3%Navegação Contêiner (TEUS) Mercosul 12.048 10.610 13,6% 12.209 -1,3%

Feeder 21.393 11.491 86,2% 16.893 26,6%60.692 43.319 40,1% 52.332 16,0%

Produção Navegação Contêiner milhões de TEUxMilha 83,9 70,0 19,8% 75,3 11,4%

Movimentação de Granel mil toneladas 1.356,4 1.357,6 -0,1% 1.167,6 16,2%

TVVTerminal deVila Velha

Movimentação de Contêineres 59.346 67.012 -11,4% 54.075 9,7%Cheios TEUS 39.929 44.777 -10,8% 33.685 18,5%Vazios 19.417 22.235 -12,7% 20.390 -4,8%

Movimentação de Contêineres 46.427 48.710 -4,7% 38.642 20,1%Cheios BOX 31.036 34.266 -9,4% 25.117 23,6%Vazios 15.391 14.444 6,6% 13.525 13,8%

Carga Geral 89,4 56,1 59,4% 89,7 -0,3%Cargas de Projetos 14,0 22,9 -39,0% 26,8 -47,7%

Granito mil toneladas 55,1 0,0 N/A 27,6 99,9%Veículos 20,3 20,7 -1,9% 24,8 -17,9%

Produtos Siderúrgicos 0,0 12,5 N/A 10,6 N/A

� ���� �� �� ������������ ��� ��������� �������� �� ��� ������������� ��� ������ �� !���" �������� �� ���# Cabotagem (+28,4%)�MERCOSUL (+13,6%) e Feeder (+86,2%). Especial destaque para os seguimentos de químicos e petroquímicos (+36,7%)� �������� � $�$���� (+21,5%)e eletroeletrônicos (+46,6%)% '� ��*��� �� ��$������ �� +, 4 ������ +��6����7 ������������ ��� ������ ��� �*�� ������ ����� 8" Northbound e��" Southbound. �� + 4 ������ +�9��� � *7 �� ��*��� �� �$������ ��� ���� ��" Northbound � ��" Southbound.� +����� ��� ��; *����� ��� ����<�� ���� ���� ����� � =���� � � +��������� �� ��*��� �� ,�>�' �? ��� ���� 13,6% �� $��� ���������� �� � ���%� '� ��*��� �� feeder ��� ���� �@������������� �� ��� ��������� �� ��� (+86,2%) em decorrência dos volumes deste segmento movimentadosna região sudeste.� ' ���� ���� �� ����*��� ��@,�C� ���������* ��� ������ �� ��� �� �8�D"� ��������� D��8 ��C<�� ��@,�C�%� �� HH J���� ������������ K8�! �� �� �� ���� ���!" �$��@� Q*���� ��������� �� ���% + Q*��� R �� ������� �� �������T� �� �� ��� ������������ ������� ������% +� �@�� ������� �� ����� �������� �� HH �� �U �������� ��� ���������� ��� ������� �� ����� �� �� ����� �������� ���� ������� ���T����% �� ���� ����� D8�! �� �������� J���� ������������ (+59,4% vs 2T12)� �� ����� ����� ������ �� ������������ �� ������� Q*� ������*KK�� �� ��������%

Composição do EBITDAR$ milhões 2T13 2T12 1S13 1S12

% ?* �� 4���T*W6�7 WQ*��� X�K�8 X���8 X��D X�8�K% Y>Z� ?? X���� X�K�D ��K X����% >��*���� J���� ���� WQ*��� ���� KD�K �!�� K��!% [���� ����� � +�����6���� ���� ���� �8�! ���KEBITDA (1) 47,1 27,8 92,6 47,8. Participação em investimentos ��� ��K ��� ��8EBITDA AJUSTADO (2) 47,1 29,3 92,7 49,7' �=Y[+ (1) ��� R *�� ������ ��;���� ���� ��\�� �� ���\$��� ������� ������ 4Y]> 7 � ���������� � * �� ����� ��� T*���� ������� �� ����� � �����$*������ ��� ����� ����� � ������6����% + ������C�� ���*�� ��* �=Y[+ �T*����� (2) ��J���� Y����*��� �H, �U K�� �� ! �� �*�*$�� �� ����� �@ *���� ������ ������ �� �������������� ���� ������ ����� ��C���� ��J�����<�� ��$�� �*� ��� ����� �� ��������� �� �W������ ���*������ �� ��*� �������������� �� ��� ����� �� �$��� �*� �� �������� �� ����� �� ����% + ������ �� �=Y[+ R ��*� �� �=Y[+ �T*����� �������� ��� �� ���� ����� ���� WQ*���%

A B VAR % C D VAR %Indicadores R$ milhões 2T13 2T12 A x B 1S13 1S12 C x D

��������� �������� �8�� ��K !��" �8�� �8�8 �!�"HH ���! ���� X�D" ���K �D�� X��"�������� Y���������� ��8 K�D XDK" ��8 ��� X��"'*���� >� �����Z[������� ��� ��8 X�8" D�! ��D 8�D"G&A - Despesas Gerais e Administrativas 4D�K7 4D��7 �" 4�D��7 4���K7 ��"

EBITDA Ajustado 47,1 29,3 ��" 92,7 49,7 D�"Margem % 23,8% 17,2% ��� �%�% 24,3% 15,3% 8�� �%�%

' �=Y[+ ��������� �� ?'_XY� �*�����* ��" �� ��� Q*���� �������� �� �=Y[+ �� ���� �� >` �8�� ��C<�� ���� >` !��� ��C<��% + ��������� ������� J�� � �����Q*� �� ��������� ��������� �=Y[+ �� >` �8�� ��C<�� ������������� ��� ������ �� !��" �� ��������� �� ���% '+]>,, �� ��������6�* >` �8�� ��C<�� 4>` ���D ��C<�� �� ���7% ' HH ���������* ���*��� �� �=Y[+ �� ����� �� �D"� $��� ������ �� J*���� �� Q*��� �� ��*���� ���k������ ������������ � �� ����� ������ �� ��@ �� ���� ���� 4�������7 �� ���������% �� ��� � HH �� �$��\ ���� ������� ���*�� �� ������������de contêineres via serviço feeder �� ������ �� ?'_XY�% �� ��� �� ��C� �� �������� Y���������� ������� �� *W��� >` ��� ��C<�� �� ���C� �� �����pela venda de ativos rodoviários (semi-reboques).+������ �=Y[+ ��������� �� ��� ���������* ��� ������ �� ��� ������ ��� ���*���� ��������� ���D"% +� ������� �� ��������� �������� ��� �����8�K ������ ��� ���*���� ��������� �K��" �� ���� � HH ������* ����" � �� �������� Y���������� ��������� �!�8"%' ���T*W6� ��������� �� ��� J�� �� >` �K�8 ��C<��� ����� >` ���8 ��C<�� �� ���� ��w*�� ���� ��� ���*���� ;��� ���� WQ*��� 4>` ���� ��C<��7�� J*���� �� ���� �� ���\$� ��� ��@� �� ������� �� ��������6���� �� ���� ����� ����� J*� ���� ���� ;�� ���\$���� ����� � �y�� �����X����� ���%[*����� � ��� � �� ��C� ������ �� �������� ��$�� �� ���*���� ;��� ���� ��� ������ �� �������� �����6�* >` ���8 ��C<�� � ��� ������ �� �����*��������6�* >` ���! ��C<��%

Vital Jorge LopesDiretor Presidente e de Relações com Investidores

A BVolumes por negócio 1S13 1S12 VAR %

NavegaçãoCosteira

Cabotagem 50.480 40.218 25,5%Navegação Contêiner (TEUS) Mercosul 24.257 22.175 9,4%

Feeder 38.287 15.788 142,5%113.024 78.181 44,6%

Produção Navegação Contêiner milhões de TEUxMilha 159,1 130,5 21,9%

Movimentação de Granel mil toneladas 2.524,0 2.684,2 -6,0%

TVVTerminal deVila Velha

Movimentação de Contêineres 113.421 137.417 -17,5%Cheios TEUS 73.614 90.287 -18,5%Vazios 39.807 47.130 -15,5%

Movimentação de Contêineres 85.069 97.422 -12,7%Cheios BOX 56.153 67.672 -17,0%Vazios 28.916 29.750 -2,8%

Carga Geral 179,1 100,4 78,4%Cargas de Projetos 40,8 36,0 13,3%

Granito mil toneladas 82,7 10,2 714,4%Veículos 45,1 31,5 42,9%

Produtos Siderúrgicos 10,6 22,7 -53,2%

Leite premium em garrafade vidro é aposta de fabricantes

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Div

ulg

ação

LÁCTEOS

ACooperestánomercadohá45diascomoleitepremium

Duas empresas investem no retorno da embalagem vintage do produto, apesar dos custos maiores de produção

O custo de envasedo leite em garrafade vidro chega a serdez vezes maior do queo da embalagem longavida. A entrega precisaser diária, masos fabricantes garantemque há mercado

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 13

Page 14: 2013-BE-975-18072013

Sempre acreditamosno crescimentoda Zona Oeste. Tantoque chegamos antesda TransOeste.As melhorias no bairrosão visíveis, um exemploé a implantação do ParkShopping, da Multiplan”Leandro BotelhoDiretor comercial da Celta

De olho na valorizaçãoimobiliária da região de CampoGrande, o grupo Multiplaninaugurou o Park ShoppingCampo Grande, no final do anopassado. A empresa, que é donade uma das maiores carteiras dosetor, com 17 unidades emoperação, aponta oempreendimento da Zona Oestecomo o mais bem equipado dogrupo. Com investimento decerca de R$ 300 milhões, oespaço é composto por 276lojas, 30 opções de fast food napraça de alimentação, um

boulevard gourmet e sete salas decinema de última geração.

Com cada vez maisempreendimentos residenciais noentorno, onde vivem potenciaisconsumidores, o shopping colocouà disposição um ônibus, quepercorre condomínios de segundaà sexta feira. Atualmente, a regiãopassa por um aceleradocrescimento industrial e imobiliário,que deverá se manter por contadas obras de infraestrutura einstalações esportivas que a ZonaOeste receberá para asOlimpíadas de 2016.“

A Zona Oeste do Rio de Janeiro,principalmente bairros comoCampo Grande, despontaram em2012 com o lançamento de gran-des empreendimentos imobiliá-rios comerciais e residenciais, gra-ças aos investimentos públicosem infraestrutura, segurança, la-zer e transporte que a região temrecebido por conta das Olimpía-das de 2016. O cenário se manteveeste ano, e segundo dados da Asso-ciação de Dirigentes de Empresasdo Mercado Imobiliário (Ademi),nos seis primeiros meses do ano,já foram lançadas 91 unidades resi-denciais no bairro.

“Campo Grande chama aten-ção, pois foi o bairro em que foi re-gistrado o maior aumento no pre-ço por metro quadrado no primei-ro semestre do ano, com alta de15,3%, na comparação com o mes-mo período de 2012. O BRT, quemelhorou a mobilidade, e outrasobras de infraestrutura impulsio-naram um grande número de lan-çamentos”, diz Maria Teresa Men-donça, vice-presidente financeiroe de desenvolvimento do Sindica-to da Habitação do Rio (Secovi-Rio). Segundo ela, desde 2009 fo-ram 11.205 lançamentos no bairro.A maioria segue o perfil dos em-preendimentos da Barra da Tijuca,os chamados condomínios-clube.

Um dos que estão em constru-ção em Campo Grande é o RivieraPremium Residences, da incorpo-radora Celta Engenharia, com pre-visão de entrega para fevereiro de2015. Lançado no final do ano pas-sado, das 216 unidades disponí-veis, entre apartamentos comuns,no térreo (com área interna) e co-

berturas, 53 já foram vendidas.“Sempre acreditamos no cresci-mento da Zona Oeste, tanto quechegamos por lá antes da Trans-Oeste. As melhorias no bairro sãovisíveis, um exemplo é a implanta-ção do Park Shopping, um grandeinvestimento da Multiplan”, des-taca Leandro Botelho, diretor co-mercial da Celta. “Acho que nossaaposta foi bem sucedida”, afirma.

Entregue aos moradores em de-zembro de 2012, o Jardim EuropaResidencial, da João Fortes, é umdos maiores empreendimentos noestilo condomínio-clube da região.

“Procuramos trazer o top.Além do fitness, do espaço zen,piscina e sauna, nos preocupamoscom a arquitetura e o paisagismodo condomínio. Como o nosso, sóhá mais uns quatro ou cinco. Asunidades foram quase todas vendi-das e só temos algumas cobertu-ras ainda disponíveis”, ressaltaLuiz Henrique Rimes, diretor na-cional de Negócios da João Fortes.

Mas não são só os empreendi-mentos residenciais que têm sedestacado na região. Tambémcomeça a crescer o número deprédios comerciais. LeonardoShor, diretor de novos negó-cios da Engelizer, construtorado centro-comercial Pátio Cam-po Grande, afirma que com a in-fraestrutura melhorando e obaixo valor dos terrenos, au-menta a procura por aluguéisde salas comerciais no bairro.

O empreendimento, que seráentregue esse ano, terá 60 lojas,além de 264 salas para profissio-nais liberais, como médicos eadvogados. Todos os espaços jáforam vendidos.

“No bairro, também houvecrescimento da renda e, com is-so, maior procura pelos serviçosque serão oferecidos no nossoempreendimento. Por isso, esta-mos sempre de olho na região pa-ra novos investimentos no mer-cado corporativo”, diz Shor.

EMPRESAS

Gabriela [email protected]

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Zona Oeste do Rio despontacom lançamentos imobiliários

Bairro tem shopping equipadoVALORDOM2 DOS IMÓVEISRESIDENCIAIS OFERTADOSPARAVENDABAIRRO JAN/13 JUN/13 VAR (%) 2013 VAR (%) 2012

Campo Grande R$ 2.884 R$ 3.324 15,3 0,4Madureira R$ 2.654 R$ 2.975 12,1 15,3Centro R$ 6.944 R$ 7.659 10,3 3,6Jardim Botânico R$ 13.925 R$ 15.346 10,2 6,5Gávea R$ 14.363 R$ 15.503 7,9 6,3

Entreguesnofimdoanopassado,quasetodasasunidadesdisponíveisnoJardimEuropaResidencial,daJoãoFortes, já foramvendidas

AMultiplaninvestiuR$300minoParkShoppingCampoGrande

Obras de infraestrutura e instalações esportivas para as Olimpíadas 2016 impulsionam novos empreendimentos

FONTE: SECOVI RIO

14 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

Page 15: 2013-BE-975-18072013

Parceria para cursos de idiomas onlineA Rosetta Stone, empresa de educação online presente

em 150 países, fechou parceria com a universidade Estácio de Sá

para a oferta de cursos de idiomas. O objetivo é colaborar com

a capacitação dos alunos de pós-graduação a distância da Estácio.

A presidente global de Empresas & Educação da Rosetta Stone, Judy

Verses, está em visita ao Brasil esta semana para fechar o acordo.

O market share do Yahoo no mer-cado publicitário online, seu co-re business, vai diminuir de9,2%, de 2012, para 7,9% nesteano, segundo dados da consulto-ria eMarketer Inc. Já os seus ri-vais, como Google e Facebook,devem apresentar crescimento.O Google pode subir quase trêspontos percentuais, para 18%, jáo Facebook pode avançar 2% emsua participação, para 17%.

As vendas de anúncios doYahoo diminuíram 12 % no segun-do trimestre, somando US$ 472milhões. Isso foi impulsionado,em parte, pelos preços mais bai-xos pagos pelos anunciantes. Par-te do problema deve-se ao mode-lo de negócio do Yahoo, focadoem anúncios gráficos grandes.

Apesar disso, as ações da empresasubiram 6,7%, para US$ 28,69, on-tem, em Nova York, impulsiona-das pelos lucros maiores da empre-sa chinesa Alibaba, na qual aYahoo detém 24% de participa-ção. Os resultados do Alibaba es-tão reforçando as ações do Yahoo,enquanto a nova CEO da empresa,Marissa Mayer, permanece nos es-tágios iniciais da recuperação daempresa, que está centrada nacriação de novos produtos visan-do atrair consumidores e anun-ciantes do Google e do Facebook.A maioria dos ganhos do Yahoo noano passado foi impulsionada pe-la valorização de suas participa-ções no Alibaba e também peloYahoo Japan Corp, de acordo comMark Mahaney, analista da RBC

Capital Markets. “O Alibaba estáse mostrando uma alavancagemoperacional”, diz Sameet Sinha,analista da B. Riley & Co.

O Yahoo lucrou US$ 331,2 mi-lhões no segundo trimestre — onúmero inclui a participação doAlibaba e Yahoo Japan —, acimados US$ 227 milhões em igual pe-ríodo do ano passado.

As vendas do Yahoo para oatual trimestre, excluindo a recei-ta de sites parceiros, devem ficarentre de US$ 1,060 bilhão e US$1,1 bilhão, disse a empresa em seusite. Os analistas estavam proje-tando uma receita de US$ 1,12 bi-lhão, a média das estimativas com-piladas pela Bloomberg. As ven-das do segundo trimestre caíram1%, para US$ 1,07 bilhão.

“Embora os esforços de Mayertenha adicionado usuários, a ex-pectativa dos investidores em re-lação às receitas de publicidadedo Yahoo demorará mais tempopara ser concretizada”, dissePaul Sweeney, um analista daBloomberg Industries. “Os inves-timentos da Marissa em produ-tos são um jogo de longo prazo pa-ra impulsionar o envolvimentodos usuários que, com sorte, setraduzirá em receita”, disseSweeney. “A julgar pela orienta-ção da empresa, estes investi-mentos terão pouco ou nenhumbenefício em curto prazo.”

Mayer descreveu seu plano derecuperação como uma “reaçãoem cadeia” que acabará elevan-do as vendas. Bloomberg

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NÚMEROS

US$331milhõesfoi o lucro do Yahoo nosegundo trimestre de 2013— incluindo a participaçãode Alibaba e Yahoo Japan.

1,3%é a perda estimada demarket share da empresaneste ano, segundoprojeção da consultoriaeMarketer.

Alibaba puxa lucro do Yahoo

EDUCAÇÃO

WCTK ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S.A.CNPJ/MF nº 11.436.230/0001-14

2012 - R$ 2011 - R$ATIVO 26.098.946,30 13.748.928,48Circulante 5.208.234,76 4.655.451,18Disponibilidades 5.150.961,63 4.648.436,62Caixas e Bancos 9.942,43 1,00Aplicações de Liquidez Imediata 5.141.019,20 4.648.435,62Direitos Realizáveis 57.273,13 7.014,56Adiantamentos a Sócios 50.000,00 -Impostos a Recuperar 7.273,13 7.014,56Não Circulante 20.890.711,54 9.093.477,30Investimentos 19.699.664,14 7.852.802,93Partic. em Empresas Controladas 19.699.664,14 7.852.802,93Imobilizado: Imóveis 1.191.047,40 1.240.674,37

BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2012 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 31/12/2012

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM 31/12/2012

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PROCEDIDAS EM 31/12/2012

2012 -R$ 2011 -R$PASSIVO 26.098.946,30 13.748.928,48Circulante 160.828,91 327.283,43Obrig. Fiscais: Imp. e Contrib. a Pagar 8.945,18 -Empr./Financiamentos: Empréstimos - 17.347,96Outras Obrigações 151.883,73 309.935,47Contas a Pagar 101.883,73 309.935,47Dividendos a Distribuir 50.000,00 -Não Circulante - 775.746,32Obrigações a Longo Prazo: AFAC - 775.746,32Patrimonio Líquido 25.938.117,39 12.645.898,73Capital Social: Integralizado 6.525.293,00 5.732.200,00Reservas de Lucros 19.412.824,39 -Reserva Legal 138.404,54 -Reserva de Retenção de Lucros 19.274.419,85 -Lucros Acumulados - 6.913.698,73

2012 - R$ 2011 - R$Receita Operacional Bruta - -Deduções da Receita Bruta - -Receita Operacional Líquida - -Despesas Operacionais 519.837,35 (64.790,79)Despesas Gerais e Administrativas (345.459,86) (102.966,75)Despesas Financeiras (7,80) -Receitas Financeiras 865.305,01 38.175,96Resultado de Investimentos peloMétodo de Equiv. Patrimonial 2.502.445,94 93.171,13Provisão para Impostos (282.572,90) -Contribuição Social (81.179,12) -Imposto de Renda (201.393,78) -Resultado Líquido do Período 2.739.710,39 28.380,34

EVENTO Cap.Social Res.Legal Res.deRetençãodeLucros Lucros Acum. TotalSaldo em 31/12/2010 5.369.950,13 - - 6.885.318,39 5.369.950,13Aumento de Capital 362.249,87 - - - 362.249,87Resultado Líquido do Exercício - - - 28.380,34 28.380,34Saldo em 31/12/2011 5.732.200,00 - - 6.913.698,73 12.645.898,73Aumento de Capital 793.093,00 - - - 793.093,00Ajuste de Exercícios Anteriores - - - 9.809.415,27 9.809.415,27Constituição de Reservas - 1.419,02 16.721.694,98 (16.723.114,00) -Resultado Líquido do Exercício - - - 2.739.710,39 2.739.710,39Proposta de Dest. do Lucro: Reserva Legal - 136.985,52 - (136.985,52) -

Res.de Retenção de Lucros - - 2.552.724,87 (2.552.724,87) -Dividendos a Distribuir - - - (50.000,00) (50.000,00)

Saldo em 31/12/2012 6.525.293,00 138.404,54 19.274.419,85 - 25.938.117,39

Atividades Operacionais 2012 -R$ 2011 -R$Resultado do Período 2.739.710,39 28.380,34Ajustes por:Resultado de Equiv. Patrimonial (2.502.445,94) (93.171,13)Depreciação 49.626,97 -Resultado do período ajustado 286.891,42 (64.790,79)Variações PatrimoniaisAum. em Adiant. p/Aumento de Capital - 775.746,32Aumento de Impostos a Recuperar (258,57) (6.810,27)Aum. de Adiantamentos Concedidos (50.000,00) -Diminuição de Contas a Pagar (208.051,74) -Diminuição de Empréstimos a Pagar (1,28) -Aumento Provisão para Impostos 8.945,18 -Cx. Líq. Prov. das Ativ. Operacionais 37.525,01 704.145,26Atividades de InvestimentoRealização de Capital em Moeda - 362.249,87Aquisição de Imobilizado - (212.874,53)Receb. de Lucros Empresas Controladas 465.000,00 -Caixa Líquido Usado nasAtividades de Investimento 465.000,00 149.375,34Variação Líq. de Cx. e Equiv. de Caixa 502.525,01 853.520,60Caixa/Equiv. Caixa: Início do Período 4.648.436,62 3.794.916,02

Final do Período 5.150.961,63 4.648.436,62

Camila Bandeira de Oliveira - DiretoraDewes Contabilidade Empresarial S/S Ltda.

Luis Carlos Dewes Vieira - CRC/RS 35.787

RelatóriodaAdministração:������������ ����������������� �������������������� �������������������������������������������� ��������������� ��!���"#$#%$#%� &����'�� #*$+;$#"�����������

1. Contexto Operacional. A Sociedade tem como objetivo principal aparticipação societária em outras empresas na condição de sócia e/ou������� � � ����������< �� ��� ��'���� ��'����� & ����� �� ��2012 a razão social da Cia. foi alterada de KWCY Adm. e ParticipaçõesS.A. para WCTK Adm. e Participações S.A.. 2. Apresentação das De-monstrações Contábeis. As principais políticas contábeis aplicadas napreparação das demonstrações contábeis são as que seguem: a) Balan-çoPatrimonial.Foielaboradoeestáapresentadoemconformidadecomalegislação societária (disposições contidas na Lei das S.A., alterada pelaLei 11.638/07, pela Lei 11.941/09), pronunciamentos, orientações e inter-pretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).=������ � >������ ��� ���� ��? "#$#%$%+#" @��� ������!���� ��circulanteeosvencíveisapósessadatacomonãocirculante.b) Demons-tração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração dos Fluxosde Caixa. H����������� �� �@������� �� �� &���� J���������� ��Contabilidade em decorrência da obrigatoriedade da convergência às&����N����������������������� ������ ������Q��##�;"U$+X���-terada pela Lei 11.941/09. 3. Principais Práticas Contábeis Adotadas.Foram adotadas as seguintes práticas contábeis na apresentação dasdemonstrações contábeis: a) Receitas e Despesas. São reconhecidassegundo o regime de competência; b) Aplicações de Liquidez Imediatae TVM. Estão demonstrados ao custo de aplicação, acrescido dos rendi-mentos correspondentes até a data do balanço, não excedendo o valor

demercado.c) Investimentos.Osrelevantesemempresascoligadassãoavaliados pelo método de equivalência patrimonial, tomando por base,o patrimônio líquido das coligadas levantados na mesma data-base. d)Imobilizado. Está demonstrado ao custo de aquisição, conforme nota 5.4. Investimentos Relevantes JPM - Tecnologia Ltda.Dados Referente à Participação Total - 2012 Total - 2011Capital Social 1.000.000,00 1.000.000,00Patrimônio Líquido 10.263.843,69 10.620.277,99% de Participação 73% 73%Valor Contábil do Investimento 7.492.605,89 7.752.802,93Saldo Inicial 7.752.802,93 7.659.631,80(-) Lucros Recebidos (465.000,00) 0,00Investimento atualizado 7.492.605,89 7.752.802,93Saldo Final - Equiv. Patrimonial 204.802,96 93.171,13

El-Shaddai Imp. e Com. Ltda.Dados Referente à Participação Total - 2012 Total - 2011Capital Social 200.000,00 200.000,00Patrimônio Líquido 24.414.116,50 19.818.830,54% de Participação 50% 50%Valor Contábil do Investimento 12.207.058,25 9.909.415,27Saldo Inicial 9.909.415,27 100.000,00Investimento atualizado 12.207.058,25 9.909.415,27Saldo Final - Equiv. Patrimonial 2.297.642,98 9.809.415,27

5. Imobilizado 2012 2011Imóveis - Valor Original 1.240.674,37 1.240.674,37(-) Depreciação Acumulada (49.626,97) 0,00Valor Residual 1.191.047,40 1.240.674,376. Patrimônio Líquido. a) Capital social. O capital social estácomposto de 6.525.293 ações ordinárias nominativas, sem valornominal, pertencentes a acionistas domiciliados no País.Aos acio-nistas será distribuído, em cada exercício, a título de dividendoobrigatório, quantia de 25% do lucro líquido ajustado nos termosda Legislação Societária. b) Ajuste de Exercícios Anteriores. &exercício de 2012 foi registrado na conta Lucros Acumulados, noPatrimônio Liquido, o valor de R$9.809.415,27, referente a ajustedo resultado da equivalência patrimonial em sociedades controla-das, de competência do exercício anterior.

Portal de comércio eletrônico chinês, no qual a empresa tem 24% de participação, alavanca ganhos

da americana enquanto nova CEO , Marissa Mayer, finaliza plano de reestruturação e novos negócios

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 15

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Os custos estãoaumentando,especialmente saláriose aluguéis dos imóveisonde operamos, quesão indexados. Essesdois itens respondempor boa parte dasnossas despesas”RobertoMendesDiretor financeiro da Localiza

A companhia de locação de veícu-los e gestão de frotas Localiza vaifocar nos próximos trimestres noganho de produtividade e evitar“ao máximo” aumentos de tarifas,de acordo com o diretor financeiroda empresa, Roberto Mendes.

A locadora, que encerrou o se-gundo trimestre deste ano com lu-cro quase dez vezes maior que o re-sultado obtido um ano antes, estáapurando aumento de custos dian-te do cenário de inflação, juros emalta, crescimento da concorrênciae fraqueza da economia, que têmagido como pesos para eventuaisreajustes de tarifas.

“Os custos estão aumentando,especialmente salários e aluguéisdos imóveis onde operamos, quesão indexados. Esses dois itensrespondem por boa parte dos nos-sos custos”, disse Mendes em tele-conferência com analistas.

“Anteriormente, o ganho de es-cala compensava a inflação, queimpacta esses dois gastos, mas va-mos buscar agora ganhos de pro-dutividade e tentar postergar aomáximo um aumento de tarifas”,disse o executivo. Mendes, no en-tanto, acrescentou que algum diao reajuste vai ter que acontecer.

Ainda segundo ele, o reajustede tarifas será a “última opção”da Localiza para perseguir dife-rença acima de 9% entre o retor-no sobre capital investido e custode dívida. Entre 2012 e o fim doprimeiro semestre deste ano, esseindicador aumentou de 9,8 pon-tos para 10,7 pontos percentuais.

Na noite de anteontem, a Locali-za divulgou lucro líquido de R$103,4 milhões de abril a junho,contra R$ 10,7 milhões um ano an-tes. No mesmo período do ano pas-sado, o resultado foi prejudicadopela depreciação no valor dos car-ros da companhia devido à redu-ção do Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI) sobre veículos.

Aceleração da locaçãosóa partir de 2014

O diretor financeiro da Locali-za afirmou ainda que a margem delucro antes de juros, impostos, de-preciação e amortização (Ebitda,na sigla em inglês) de venda de veí-culos seminovos deve ficar entre2% e 6% no segundo semestre,em meio a maiores gastos com

marketing depois de recuperaçãonos estoques da companhia.

Na primeira metade do ano, osegmento teve margem Ebitda de3,9%. O executivo comentou que adepreciação no valor dos veículosda companhia deve crescer entreR$100eR$200porcarronosegun-do semestre, ficando mais perto donível de R$ 1.400 do mercado.

A empresa não está sentindoefeitos positivos no aluguel de car-ros pelas férias de julho, disseMendes, que espera uma melhorana atividade a partir da segundaquinzena deste mês.

“Os números estão indican-do uma tendência de equilíbrioem relação ao trimestre passa-do em termos de crescimento

do aluguel de carros”, afirmou.Para ele, não há tempo de o

Brasil registrar um aumento dosinvestimentos que estimule deforma significativa a economia eo setor de aluguel de veículos ain-da neste ano. Para 2014, a avalia-ção é mais positiva, diante dasconcessões de infraestrutura, Co-pa do Mundo e eleições.

EMPRESAS▲

Localiza quer evitar reajustePressionada por elevação de despesas com funcionários e aluguéis, empresa aposta no ganho de produtividade

16 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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País é 4º no mundo em itens de limpezaO Brasil é o quarto mercado mundial de produtos de limpeza,

com R$ 8,1 bilhões, atrás dos EUA, China e Japão. Os números fazem

parte do Anuário 2013 da Associação Brasileira das Indústrias de

Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), lançado este mês, com base

em dados dos Institutos de Pesquisa Euromonitor, Kantar e Nielsen.

AregiãodopaísquemaisconsomeprodutosdelimpezaéaCentro-Oeste.

O problema estrutural dos portosbrasileiros afetou os lucros daALL. Apesar da safra recorde no se-gundo trimestre deste ano, a em-presa registrou uma leve queda novolume transportado.

“A capacidade operacional dosportos tornou-se um gargalo im-portante durante o período de sa-fra, principalmente no cenárioatual de produção recorde, e im-pactou diretamente a produtivida-de e capacidade ferroviária”, dissea empresa, acrescentando que ogargalo é ainda maior no Porto deSantos (SP), “onde as operaçõesferroviárias e rodoviárias não sãosegregadas.” Os volumes ferroviá-rios no Porto de Santos também fo-ram impactados por um incêndiono Terminal de Granéis do Guaru-já, o principal na operação ferro-viária no porto, que ficou fechadopor cerca de quatro dias em junho.Além disso, houve uma greve defuncionários que durou dois dias,o que também afetou a atividadeda empresa no Porto de Santos.

A companhia de logística di-vulgou ontem que encerrou o se-gundo trimestre com uma gera-ção de caixa medida pelo lucroantes de juros, impostos, depre-ciação e amortização (Ebitda)12,5% maior que a registrada umano antes. Entre abril e junho, oEbitda da empresa totalizou R$578,4 milhões, enquanto o volu-me transportado consolidado noperíodo teve retração de 0,2%,para 11,292 milhões de TKUs, se-gundo prévia dos resultados.

O volume transportado no seg-mento industrial teve recuo de2,3% no segundo trimestre, anteigual período de 2012, enquantoem commodities agrícolas o volu-me teve leve aumento, de 0,4%.

A companhia ressaltou que a li-nha ferroviária de Alto Araguaia aRondonópolis não começou a ope-rar no segundo trimestre, comoera esperado, mas que o início de-ve ocorrer até setembro.

No primeiro semestre, o Ebit-da da empresa cresceu 13,9 %, pa-ra R$ 977 milhões, enquanto o vo-lume transportado subiu 3,2%,para 21,189 milhões de TKUs. Osnúmeros não consideram os resul-tados da Argentina. Reuters

ALL registra alta de12,5% no Ebitda dosegundo trimestreEmpresa transportou volume ligeiramente menor, apesar da safra

recorde no período, por problemas no Porto de Santos (SP)

Divulgação/ALL

Div

ulg

ação

INDÚSTRIA

Problemaestruturaldosportosbrasileirosafetou lucrosdaALL

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 17

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18 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Como eu havia prometido, vou contar como acabou a novela

da minha luta para defender meus direitos no caso do defeito

que apareceu no meu carro. Relembrando meu drama:

Comprei uma camionete, cabine e chassis, para montar um motor

home. Comprei, zero quilômetro, em Caçapava (SP) e levei para a

montagem do motor home em Joinville, onde o carro ficou

praticamente parado durante um ano. Trouxe de Joinville e levei

na autorizada para trocar os óleos e os filtros. Seis dias depois,

fui fazer minha viagem de estreia, quando a ré começou a arranhar

seguidamente. Na volta, levei na mesma autorizada.

CONCILIAÇÃO: VENCEU O BOM SENSO

O técnico disse que as peças da em-breagem estavam desgastadas eera preciso trocar todo o sistema,o que custaria R$ 6 mil. Alegouque o problema era derivado demau uso. Como assim, mau uso?Perguntei. Qual o mau uso desgas-taria as peças em um carro com2.800 km rodados? Sustentei queo defeito é deste carro. Um víciooculto que só apareceu agora,quando o carro começou a andarmais. E a garantia começa a contara partir do momento em que sedescobre o defeito. Não faz o me-nor sentido jogar a culpa para oconsumidor. Pedi um laudo queexplicasse o problema, mas não re-cebi. Mandei, então, uma notifica-ção extrajudicial pedindo que o Có-digo de Defesa do Consumidor fos-se respeitado, e o conserto fossepago pela garantia do fabricante.

E, depois de 20 dias de an-gústia, a montadora respon-deu, oficialmente, que pagariao conserto e eu já retirei o mo-tor home da autorizada funcio-nando perfeitamente.

Mas, o que fez a diferença paraeste final feliz foi de onde saiu a no-tificação extrajudicial para a mon-tadora. Quando recebi a notíciada necessidade da troca do siste-ma de embreagem, estava em reu-nião com o juiz Flávio Citro, coor-denador do Projeto de Solução Al-ternativa de Conflitos - Concilia-ção Pré-Processual, do Tribunalde Justiça, e ele se utilizou a inter-mediação do projeto para notifi-car a empresa. E agora eu indico atodos este caminho como um dosmais efetivos para se ter uma solu-ção para os problemas de consu-mo, de forma rápida, barata e efi-caz para ambos os lados.

Funciona assim: o Tribunal deJustiça oferece aos consumidoresum e-mail como canal facilitadorda conciliação. No site do TJ (ht-tp://www.tj.rj.gov.br/) são in-formados os e-mails das empre-sas que já aderiram ao projeto. Nalista, estão empresas de telefo-nia, concessionárias de serviçospúblicos, os maiores bancos, em-presas de varejo físico e online,entre outras. Mas mesmo que aempresa a ser notificada não este-ja na lista, o consumidor podemandar sua reclamação atravésde dois e-mails do projeto. O con-

sumidor manda a sua reclamaçãopor e-mail e o TJ encaminha a no-tificação para a empresa, que res-ponde ao TJ, oferecendo uma solu-ção conciliatória. Não há necessi-dade de ter advogado, dispensapetição, e a solução negociadapor este canal não virará um pro-cesso judicial. E já que foi formali-zado um acordo como título exe-cutivo extrajudicial, também nãoserá contabilizada para efeito deestatística da lista TOP 30, ondeestão presentes as empresas maisdemandas judicialmente.

A conciliação é vantajosa pa-ra o consumidor, que consegueser ouvido, resolver o seu proble-ma e não precisa enfrentar a bu-rocracia e os custos de entrarcom uma ação na Justiça. E émais vantajosa ainda para a em-presa, que consegue resolver osproblemas sem advogado, semcustas judiciais e com menor im-pacto à imagem corporativa.

Flávio Citro observa que a expe-riência do Tribunal de Justiça con-firma que grande número de con-sumidores aceita a solução conci-liatória. Os consumidores até pre-ferem uma solução não judicial eficam satisfeitos com as soluçõesde suas reclamações por acordo.

E eu me encaixo nesta parcelade consumidores. Muitas vezesjá estou quicando de raiva deuma empresa, mas quando pen-so no trabalho de ir no Juizado Es-pecial Cível abrir um processo,desisto. E muitos outros consumi-dores, como eu, desistem. E asempresas contam com isso. Sa-bem que não há como acertar emcem por cento nas operações dodia a dia e computam em seus ba-lanços uma margem de custo ju-dicial. E quanto menos os consu-midores levam “às vias de fato” a

falta de uma solução da empresapara as suas reclamações, maisas companhias se acomodam aum percentual de judicialização.

O caminho da conciliação é odo bom senso. É a melhor hora pa-ra a empresa assumir seu erro ecorrigi-lo logo, oferecendo umasolução boa para o consumidor, jáque ela não está tendo custas judi-ciais. E, com muito otimismo daminha parte, penso que é maisuma maneira de a empresa moni-torar seu atendimento e as falhasde comunicação que estão ocor-rendo, a ponto do consumidor terque procurar o Tribunal de Justiçapara encontrar uma solução. E,que este canal de diagnóstico dasfalhas faça com que as empresastrabalhem internamente em to-dos os canais para que os proble-mas repetitivos acabem de vez.

O consumidor mandaa sua reclamação pore-mail e o TJ encaminhaa notificação para aempresa, que respondeao TJ, oferecendo umasolução conciliatória.Não há necessidadede ter advogado

Aconciliaçãoévantajosaparaoconsumidor,poisnãoháburocracianemcustos.Eaempresa,consegueresolverosproblemassemcustasjudiciais e com menorimpactoàimagem

Hippertt

Coluna publicada às quintas-feiras

CLIENTE & [email protected]

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 19

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Léa De [email protected]

A tendência de recuperação do flu-xo cambial brasileiro, principal-mente na conta financeira - quepermanece em terreno negativodesde fevereiro - que parecia ter si-do quebrada nas duas primeiras se-manas de julho pode ganhar um re-forço com a fala de Ben Bernanke,o presidente do Fed (banco centraldos Estados Unidos) ontem. O flu-xo financeiro está negativo emUS$ 8,5 bilhões no ano. Em junho,houve uma desaceleração com asmedidas deredução do Imposto so-bre Operações Financeiras mas osdados de julho já mostravam no-vos fluxos negativos.

“Os sinais enviados pela princi-pal economia do planeta podem

contribuir para a desaceleraçãodo movimento conhecido como‘fly to quality’ por parte dos inves-tidores, incentivando a volta a ati-vos de maior risco em mercadosemergentes como o Brasil”, dizJoão Paulo Corrêa, gerente da Cor-retora Correparti. “Ainda há dúvi-das no horizonte, principalmenteem relação à China; e julho aindadeve continuar com saldo negati-vo, porém menor do que em ju-nho, o pico da crise”, diz Paulo Ga-la, estrategista da Fator Corretora.

No discurso de ontem, Ber-nanke deu a entender que a retira-da dos estímulos à liquidez só co-meçaria em dezembro. Embora oBrasil já viesse desde meados doano passado perdendo o apelo pe-rante os olhos de investidores es-trangeiros, seja pela aceleração dainflação seja pela queda dos juros

ou por problemas fiscais, foi exata-mente a fala de Bernanke, no finalde maio, indicando o fim do pro-grama de estímulos, que precipi-tou a alta desenfreada do dólarfrente ao real — e a corrida dos in-

vestidores de volta à moeda ameri-cana. Neste ano, até o último dia12, o fluxo cambial, considerandoas contas comercial e financeira,ainda é positivo em US$ 8,43 bi-lhões. Mas da conta financeira, saí-ram US$ 8,85 bilhões, mais doque o saldo positivo acumuladoem todo ano passado, segundo da-dos do Banco Central. Somentenos primeiros dez dias de julho, asaída foi de US$ 1,105 bilhão.

Boa parte do dinheiro que saiupela conta financeira saiu da bolsa- somente neste ano, mais de US$4 bilhões voaram de volta à segu-rança do dólar. “Tem muito di-nheiro ainda saindo de títulos derenda fixa - tanto públicos quantoprivados - fundos e, também, soba forma de remessas de juros, divi-dendos e amortização antecipadade empréstimos”, lembra Gala.

Os estrangeiros detém 14% da dí-vida pública. E só dos fundos derenda fixa, a maior categoria domercado, saíram R$ 5,82 bilhõeslíquidos entre 3 e 9 de julho.

Pesa contra, também, o fato deque julho marca o começo das fé-rias no Hemisfério Norte e umapausa nas captações externas. “APetrobras anunciou ontem capta-ção de US$ 1,5 bilhão no Japão, pa-ra pagar fornecedores. Mas essesfornecedores podem gastar o di-nheiro importando máquinas eequipamentos, portanto o efeitonulo para o balanço de pagamen-tos”, diz João Medeiros, diretor daPioneer Corretora.

O problema, agora, pode apare-cer na conta comercial, que vinhasalvando o saldo. Com o dólarmais caro, as importações ten-dem a diminuir.

Editora: Josette [email protected]

FINANÇAS

São Paulo

Fluxo financeiro está negativoem US$ 8,5 bilhões no anoDuas primeiras semanas de julho mostravam novas saídas, mas fala de Bernanke de ontem pode conter saídas

2370

-795-1627

-3157 -3343

-771

-1520

-8845

-4755

6902019

6673

14098

-1865

415

17274

-2386

-105391

3515

10755

-2636

-1105

8429

Fluxo financeiro

Fluxo comecial

Saldo

Fluxo financeiro

Fluxo comecial

Saldo

ENTRA E SAI DE DÓLARES

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul*

Fontes: Banco Central e BM&FBovespa

* até dia 15/07

2013 (acumulado no anoem milhões)

Fluxo cambial (em milhões)

Boa parte do dinheiroque saiu pela contafinanceira foi retiradada bolsa de valores.No acumulado do anoaté meados de julho,mais de US$ 4 bilhõesvoaram de voltaà segurança do dólar

20 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Ata mostra consenso no BC inglêsO presidente do banco central britânico, Mark Carney, e os demais

membros formuladores de política votaram de forma unânime neste

mês contra mais compras de títulos, deixando suas diferenças de

lado antes de decidir sobre orientações futuras relativas aos juros.

Os preços dos títulos do governo britânico caíram e a libra avançou

após a divulgação nesta quarta-feira da ata da reunião. Reuters

JasonAlden/Bloomberg

O presidente do Federal Reserve(Fed,nasiglaeminglês),obancocen-tral dos Estados Unidos, Ben Ber-nanke,mostrouontemmaisumavezoquantoasuspensãodoprogramadeestímulo da economia norte-ameri-cana influencia os mercados globais.Em discurso ontem no Comitê deServiços Financeiros da Câmarados Deputados, Bernanke confir-mou que o banco vai começar a re-duzir as compras de títulos “maisà frente este ano” mas deixou emaberto a opção de mudar esse pla-no se o cenário econômico mu-dar, repercutindo positivamentenos mercados. Imediatamente asbolsas subiram, o dólar se desvalo-rizou em todo o mundo e os merca-dos emergentes respiraram.

Os Treasuries de dez anos, quesão a base do custo do dinheironos empréstimos internacionais,caiu ontem cinco pontos-base, pa-ra 2,49%. O índice do dólar

Bloomberg, que mede o câmbiocontra 10 principais moedas, su-biu 0,2%. O iene caiu contra to-dos os seus 16 principais pares. Jáo ouro caiu 1,2%.A bolsa america-na subiu 0,3% e entre as moedasde emergentes o real brasileiro foio que mais subiu.

Segundo o cronograma que Ber-nankeapresentou em19 dejunho, asautoridades do Fed devem reduzirsuas compras mensaisde títulosain-danesteanoesuspendê-lasatémea-dosde2014,desdequearecuperaçãoeconômicaaconteçacomoesperado.O presidente do Fed iniciou seuseu discurso dizendo que o atualritmo mensal de US$ 85 bilhõespode ser reduzido “um poucomais rapidamente” se as condi-ções econômicas melhoraremmais rápido que o esperado.

Mas, ao mesmo tempo, desta-cou que nada é predeterminado eessas observações foram suficien-tes para serem interpretadas co-mo um possível adiamento da sus-pensão do programa. “Nossas

compras de títulos dependem dosdesenvolvimentos econômico e fi-nanceiro, mas eles não estão de jei-to nenhum em um curso pré-de-terminado”, afirmou.

Bernanke acrescentou aindaque, “ se necessário, o Comitê (depolíticadoFed)estarápreparadopa-raempregartodasassuasferramen-

tas, incluindo um aumento no rit-mo decomprasporum tempo, parapromoveroretornoaoempregomá-ximoemumcontextodeestabilida-de de preços”, disse Bernanke.

Mas apesar da reação positivados mercados, que entendeu que aredução do programa deve demorarmais um pouco, algumas institui-ções financeiras trabalham com aprevisãodequeoFedcomecearedu-zir as compras de títulos em poucotempo.Em relatório divulgado on-tem após as declarações de BenBernanke no Congresso, o bancoinglês Barclays divulgou relatórioprevendo que o Quantitative Ea-sing, o programa de compras de tí-tulos, comece a diminuir dentrode dois meses.

“Nossa visão é que o Fed vai re-duzir o ritmo de suas compras apartir de US $ 85 bilhões por mêspara US $ 70 bilhões”, afirmou obanco no documento, prevendotambém que as compras totais ces-sem no final do primeiro trimes-tre de 2014. Com agências.

O mercado acionário brasileirofechou o pregão desta quarta-feira em alta, após o presidentedo Federal Reserve, Ben Ber-nanke, afirmar que a data paraa redução do programa de estí-mulo do banco central norte-americano não é tida como cer-ta. O Ibovespa subiu pela tercei-ra sessão consecutiva, regis-trando alta de 1,15%, a 47.407pontos. O giro financeiro dopregão foi de 6,34 bilhões dereais. “As declarações susten-tam ações ligadas a commodi-ties e petróleo, e papéis que es-tão descontados e até com posi-ções vendidas”, afirmou o ana-lista Felipe Rocha, da Omar Ca-margo Corretora.

As ações ‘blue chips’ contri-buíram para levantar o Iboves-pa, depois de já terem sido osdestaques positivos do pregãoanterior. A preferencial da Pe-trobras subiu 1,97% e a da Valeavançou 1,04%. Papéis de side-rurgia, como os da Usiminas,foram outras contribuições po-sitivas, após autoridades daChina, um dos maiores parcei-ros comerciais do Brasil, afir-marem que não deixarão cresci-mento econômico cair muito.

“Os preços de metais estãoem alta devido ao cenário parao crescimento da China depoisdas declarações do governo, etambém estamos corrigindo al-guns exageros recentes do mer-cado”, afirmou o operador derenda variável Luiz RobertoMonteiro, da Renascença Cor-retora. As ações do setor imobi-liário voltaram a subir, comdestaque para PDG Realty,após prévias operacionais posi-tivas de empresas do setor.

O mercado doméstico voltaagora as atenções para a divul-gação da ata da última reuniãodo Comitê de Política Monetá-ria (Copom). O Banco Centraldivulga nesta manhã de quin-ta-feira o documento com osdetalhes da reunião da sema-na passada, quando decidiuelevar a Selic em 0,5 ponto per-centual, para 8,5 por cento aoano, mantendo o ritmo deaperto monetário. Reuters

Eliane [email protected]

PeteMarovich/Bloomberg

Fed diz que fim do apoioainda espera recuperação

Declarações deBernanke sustentamações ligadasa commoditiese petróleo,e papéis que estãodescontados

POLÍTICA MONETÁRIA

Sobosholofotesdomundo,opresidentedoFed,BenBernanke,dissequecomprasdetítulospodemserreduzidasmaisàfrenteesteano

Ibovespa sobe1,15% peloterceiro diaconsecutivo

Mercado mundial reagiu ao discurso de Bernanke; bolsas subiram e dólar se desvalorizou

Apesar da reaçãopositiva dos mercados,que entenderam queo estímulo monetáriodeve começar maistarde, o Barclaysdivulgou relatórioprevendo a redução dascompras em dois meses

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 21

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Opresidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, retirou

ontem dos ombros da autoridade monetária o fardo da

definição de quando as condições monetárias americanas

começarão a ser normalizadas. E transferiu a carga para os braços

dos mercados ao enfatizar, durante o seu discurso aos deputados do

Congresso, a importância de se acompanhar atentamente os

indicadores sobre a economia do país e de interpretar corretamente

as direções apontadas por eles. O mercado não pode ficar

dependente das frequentemente antagônicas opiniões dos

dirigentes do Fed. Se tudo der certo, se a economia reagir com a

velocidade esperada, a instituição estará preparada para diminuir a

sua oferta de liquidez bem para o fim do ano.

Mas Bernanke confessou que nãosabe se a retomada acontecerá damaneira desejada. As dúvidas deBernanke abalaram as certezas domercado. O seu pronunciamento,o mais claro, simples e incontro-verso desde que em maio come-çou a falar em redução do progra-ma de “quantitative easing”(QE3), desmontou as operações ar-madas mundo a fora na certeza deque a diminuição ocorreria a par-tir de setembro. Tais operações im-plicavam assumir posição de ven-da de moedas de países emergen-tes, compra de dólares e aplica-ções em títulos do Tesouro ameri-cano. Desde ontem, o mundo co-meçou a demolir tais transações.

O dólar, que chegou a subir an-tes do depoimento de Bernankepa-ra R$ 2,2634 (valorização de0,44% sobre o fechamento ante-rior) e descer a R$ 2,2260 (baixa de1,24%) depois dele, encerrou o diacotado a R$ 2,2270, em retrocessode 1,2%. Operadores relataramque os investidores estrangeirosque haviam, na terça-feira, au-mentado suas posições compra-das em dólar futuro em US$ 540milhões, para um total de US$9,29 bilhões, trataram de reduzirsua aposta contra o real. Não há co-mo sustentá-la, pois se o alvo pre-ferencial dos alertas do presidentedo Fed era o mercado secundáriode títulos do Tesouro americano,ele acertou na mosca. Os yieldsdos T-Notes de 10 anos, que fecha-ram a terça-feira a 2,54%, cede-ram até 2,46%, terminando a ses-são em 2,49%. Resta saber se, sozi-nho, o discurso será suficiente pa-ra trazer de volta o US$ 1,52 bilhãoque saiu em julho (até o dia 12) pe-la conta financeira da balança cam-bial brasileira. Para tanto, talvezfosse interessante agregar a eleuma política econômica internacapaz de impulsionar o crescimen-to econômico sem gerar inflação.

Os juros futuros longos, ondeestão assentados os investidoresde fora, foram os que mais caíramno mercado de DI da BM&F, acom-panhando a desforra pós-Ber-nanke dos ativos de risco. O con-trato para a virada de 2015 para2016 recuou de 9,45% para

9,36%. A taxa para janeiro de2017 fechou a 10,44%, ante10,54% na véspera. Diante daperspectiva de menores pressõescambiais, o Copom, cuja ata da úl-tima reunião será editada hoje,não precisaria subir tanto a Selic.

Ficou nítida a preocupação deBernanke em melhorar a comuni-cação do Fed com osmercados. Co-mo ele não pode evitar que falcõesepombasmembrosvotantesdo co-mitê de política monetária expri-mam, toda a semana, suas opiniõesdivergentes sobre o que a autorida-de deveria ou não fazer, tratou deevitar o habitual tom evasivo dosseus discursos, propício a suscitarexegeses disparatadas eações efeti-vas idem. Despiu-se de qualquerprerrogativa divinatória ao deixarbem claro que o Fed não tem umabola de cristal infalível. Há váriasindagações e incertezas no ar queninguém sabe resolver de ante-mão. Ainda há o perigo de deflaçãoe a questão do emprego não podeser vista exclusivamente do ângulofrio do payroll (mesmo que a taxade desemprego caia para 6,5%, oFed ainda olhará para a “qualida-de” do mercado de trabalho, o su-bemprego existente e a massa detrabalhadores que desistiu de pro-curar trabalho). “Ele deixou claroque a evolução da economia preci-sa ser qualitativa e não apenasquantitativa. A inflação e o desem-prego não são gatilhos”, comenta oeconomista-chefe do Banco Fator,José Francisco de Lima Gonçalves.

Bernanke não se contentou emreiterar, pela enésima vez (seráque foi compreendido agora?),que a política monetária persistiráacomodatícia por “um longo tem-po” antes e depois de encerrado o“quantitative easing”. Para refor-çar o recado, frisou que não há umplano predefinido de retirada dosestímulos. Significa que, se numdeterminado mês, o Fed, ao invésde comprar US$ 85 bilhões, bai-xar suas aquisições para US$ 75 bi-lhões e sentir que a economia pio-rou, pode, no mês seguinte, re-comprar US$ 95 bilhões. Tudo de-pende de como a economia reagi-rá ao fato concreto. Não tem comofazer diferente. Desde o colapso

de 2008, o Fed já injetou US$ 3,4trilhões na economia. Nunca nahistória se fez nada parecido. EBernanke confessou que ninguémsabe como sair disso. É melhorportanto ir muito devagar, o méto-do será o de tentativa e erro, e pos-terior ajuste de rota. Sobretudo,no atual ambiente de rigor fiscalimposto pelos congressistas. Lá —política monetária frouxa e fiscalapertada —, o dilema é o opostodo daqui. A política monetária pre-cisa ser mais frouxa do que o ne-cessário para compensar os cortesfeitos pelos congressistas.

Depois desse discurso de on-tem, o mercado terá de confiarmais em suas próprias análisesdos indicadores e menos nos si-

nais múltiplos e contraditórios en-viados pelos vários diretores e pre-sidentes regionais do Fed. E o quemostram os indicadores? Comohá uma alternância desconsolado-ra entre dados bons, mais ou me-nos, ruins e francamente péssi-mos, não há nenhuma confiançana recuperação dos EUA. Enquan-to economistas do calibre do Prê-mio Nobel Paul Krugman aindaveem os EUA imersos na recessão— enquanto o ex-economista-chefe do FMI, Kenneth Rogoff,considera a meta de inflação doFed, de 2%, muito baixa e propõeelevá-la para acima de 3% — fal-cões do Fed como Esther Georgevislumbram a volta do fantasmada inflação e culpam a lassidãomonetária. E Bernanke diz agoraque é o mercado quem deve esco-lher e arcar com as responsabilida-des implícitas na decisão.

E o seu recado veio num dia deindicador horrendo. Enquanto amediana das expectativas dos ana-listas indicava um crescimento de5% no início de novas construçõesresidenciais em junho, houve umaqueda estrondosa de 9%. A médiamóvel detrês mesesampliou a que-da de -2,3% em maio para -8,9%em junho. E as permissões para no-vas edificações tombaram 7,5%em junho, ante previsão de alta de1,5%. Evidentemente, não se tratade uma economia pujante.

BERNANKE DERRUBA DÓLAR E JURO

O dólar, que chegoua subir antes dodepoimentode Bernanke paraR$ 2,2634 e descer aR$ 2,2260 depois dele,encerrou o dia cotadoa R$ 2,2270, emretrocesso de 1,2%

O MERCADO COMO ELE É...

Hippertt

LUIZSÉRGIOGUIMARÃ[email protected]

22 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

Page 23: 2013-BE-975-18072013

CVM investiga acusação contra EikeA Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo para

investigar acusação de informação privilegiada (insider information)

feita pelo investidor Rafael Ferri ao presidente do Grupo EBX, Eike

Batista, por ele ter vendido ações da petroleira dias antes de divulgar

notícias que fizeram a cotação da ação cair fortemente. O mesmo

investidor já foi processado pela CVM no caso da empresa Mundial.

Os investidores ainda não queremnovas ofertas de ações e a opera-ção da CPFL Energia Renováveisfoi a prova disso ontem. Exceção àregra, a empresa levou adiantesua oferta pública inicial de ações(IPO, na sigla em inglês) mas ven-deu os papéis no piso das estimati-vas dadas pelos bancos coordena-dores da oferta, de R$ 12,51, e sóvendeu porque tinha garantia fir-me de compra. Com isso, a compa-nhia captou R$ 1,03 bilhão.

Se não fossem BTG Pactual ePrevi, fundo de pensão dos fun-cionários do Banco do Brasil —que se comprometeram a com-prar R$ 900 milhões em ações dacompanhia — essa operação nãosairia. “A demanda pelas ações daempresa pelas pessoas físicas foibaixa, ainda que melhor do que ademanda pelos papéis da Votoran-tim Cimentos”, diz uma fonte.

Foi justamente a demanda fra-ca que levou a cimenteira do gru-po Votorantim e a Tupy a adiarem,para setembro, a decisão de levar,

ou não, adiante as respectivas ofer-tas. “Tudo dependerá das condi-ções de mercado. Pelo menos a co-tação da divisa americana ante oreal está arrefecendo, o que é bompara os estrangeiros”, diz outrafonte que não quis se identificar.

Francisco Deusmar Queirós,presidente da Pague Menos — ou-tra empresa que recuou em seusplanos de levantar recursos viaoferta de ações este ano — é cate-górico ao dizer que, para a rede defarmácias, 2013 acabou. “Não pen-samos — e não queremos — reto-mar a oferta esse ano, dada às con-dições de mercado. O país precisa

mostrar melhor desempenhoeconômico. Só retomaremosnossos planos em 2014, paraaproveitar o embalo da Copado Mundo e o fato de que o Bra-sil estará em evidência”, afir-ma o executivo. “Estamos capi-talizados e só levaremos a ope-ração adiante se valer à pena”.

Outro caso é da Unidas Renta Car que recebeu aval da CVMpara migrar de categoria B, quelhe permitia emitir títulos nãoconversíveis em ações, em cate-goria A, que lhe permite lançarações. Uma fonte afirmou aoBrasil Econômico que a compa-nhia não deve protocolar ime-diatamente o pedido de regis-tro de oferta no órgão regula-dor, mas quer estar preparadapara o fazer assim que as condi-ções de mercado permitirem.

Segundo dados da Anbima,apesar das condições adver-sas, o primeiro semestre desteano foi melhor em termos deofertas de ações se comparadoa 2012: as empresas captaramR$ 17,7 bilhões, 105,8% maisdo que os R$ 8,6 bilhões emigual período do ano anterior.

PatriciaSantos

Vanessa [email protected]

FINANÇAS

São Paulo

CPFL Renováveissai no pisodas estimativasEmpresa capta R$ 1,03 bi em IPO, mas investidor mostra que não

quer novas ações. Operação só saiu por ter garantia firme prévia

EmpresadogrupoCPFLtinhagarantiadoBTGPactualedofundodepensãodoBancodoBrasil

GOVERNO DO DISTRITO FEDERALSECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO

SUBSECRETARIA DE LICITAÇÕES E COMPRAS

COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES

AVISO DE LICITAÇÃO – NOVA DATAPREGÃO PRESENCIAL INTERNACIONAL Nº. 001/2012

O Pregoeiro comunica após consumado o ato de anulação da fase externa, a nova datade abertura do pregão acima, que tem como objeto a aquisição de armamentos (carabina,espingarda calibre 12 e rifle de precisão), conforme condições, quantidades e especificaçõesconstantes do Termo de Referência (Anexo I) deste edital. Data de Abertura: Dia 13 agosto de2013, às 09h00min. O novo edital poderá ser retirado no endereço eletrônico www.compras.df.gov.br/editais/editais externos ao e-Compras ou na Seção de Protocolo da Subsecretariade Licitações e Compras situado no Setor Bancário Sul, Quadra 02, Bloco “L”,Térreo, EdifícioLino Martins Pinto – Brasília/DF, no horário de 08 às 12 horas e das 14 às 18 horas, mediantea apresentação do comprovante de recolhimento referente à reprodução do edital pago emqualquer agência bancária, através de DAR, código 357-3, no valor de R$ 7,00 (sete reais).As empresas e/ou representantes que adquirirem o edital via Internet deverão acompanharpossíveis alterações publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal. Informações através dotelefone: 0xx(61) 3312.5275.

Brasília/DF, 17 de julho de 2013.JANILDO NUNES DA MOTA

OlivierLaban-Mattei/AFP

POSITIVO INFORMÁTICA S.A.Companhia Aberta - CNPJ/MF: 81.243.735/0001-48

Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 28 de Junho de 20131. Data, Hora e Local: No dia 28 de junho de 2013, às 9 horas, na sede Administrativa do Grupo Positivo,na Av. Cândido Hartmann, 1400, na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná. 2. Presença e Convocação:A convocação foi efetuada por meio eletrônico, estando presentes os Conselheiros: Fernando SoaresMitri, Hélio Bruck Rotenberg, Ruben Tadeu Coninck Formighieri, Lucas Guimarães, Samuel Ferrari Lagoe Álvaro Augusto do Amaral. Como convidado, o Sr. Ricardo Fernandes Pereira, Vice-PresidenteFinanceiro da Companhia. 3. Mesa: Presidente: Fernando Soares Mitri; Secretária: Alessandra de PaulaSouza. 4. Ordem do dia: a) análise dos resultados de maio de 2013; e ii) eleição de novo membro doComitê de Auditoria. 5. Deliberações: Aberta a reunião, o Presidente convidou a mim, Alessandra dePaula Souza, advogada da Companhia, para secretariar a reunião e lavrar a presente ata. Passou-seentão à discussão dos temas da pauta, pela ordem: a) O Conselho analisou os resultados da Companhiareferentes ao mês de maio de 2013;e b) Decidiu eleger o Sr.Paulo Augusto de Araujo, como novo membrodo Comitê de Auditoria para o ano de 2013. 6. Nada mais tratado lavrou-se a ata que foi lida, aprovada eassinada por mim Secretária e pelos Conselheiros da Companhia. Curitiba, 28 de junho de 2013.Autenticação da Mesa:Alessandra de Paula Souza - Secretário.Junta Comercial do Paraná - Certificoo registro em: 11/07/2013 sob número: 20133615898.Protocolo: 13/361589-8, de 08/07/2013.SebastiãoMotta - Secretário Geral.

AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N° 5036/2012

OBJETO: AQUISIÇÃO DE LEITE, QUEIJO, COALHADAS ETCEDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos diasúteis, no COMRJ.a) Recebimento das proposições de preços até às 14:00 horas do dia 30/07/2013,exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado noendereço www.comprasnet.gov.br.b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 14:00 horas dodia 30/07/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br.End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0812 ou Fax (21)2101-0815

Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br

MARINHA DO BRASILCENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO

RIO DE JANEIRO (COMRJ)

INSIDER

Ofertas da Votorantimcimentos e Tupycontinuam à esperade um mercadomais favorável.Já o lançamentode ações da empresaPague Menos foi adiadoem definitivo para 2014

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 23

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24 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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Lucro do Bank of America cresce 70%

As pessoas físicas aindanão estão tãofamiliarizadas comas debênturesde infraestrutura.Mas, com a queda dejuros para um dígito,o investidor vai passar avê-las como alternativa”FabioZenaroGerente executivo de Produtos eNegócios da Cetip

O Bank of America divulgou uma alta de 70% no lucro trimestral, de

US$ 3,57 bilhões. O resultado foi impulsionado por uma agressiva

política de cortes de custos, que reduziu em 6% as despesas

operacionais, enquanto bancos como JP Morgan e Citigroup

aumentaram despesas. A receita subiu 3,5%, abaixo de aumentos de

11% do Citi e 14% do JPMorgan. Reuters

São Paulo

Ao longo do ano, o patrimônio lí-quido dos fundos fechados exclu-sivos registrou aumento de 47%.Essa categoria que é constituídapor apenas um cotista sob a for-ma de condomínio fechado e re-gistra, no máximo, uma amortiza-ção a cada período de 12 mesesatingiu, em 11 de julho, o total deR$ 8,29 bilhões. Em 2012, a soma-tória da carteira era de R$ 5,17 bi-lhões e, no ano anterior, chegavaa R$ 4,56 bilhões. O bom momen-to desses veículos se dá pelas in-certezas do mercado que leva-ram os investidores a aplicaremR$ 2,87 bilhões, ao longo de2013. O maior dos 153 veículos re-gistrados nessa categoria, no quese refere a patrimônio líquido, éo Leiria FI Mult Créd Priv Inv noExterior, administrado pela In-trag, com rentabilidade anual quechega a 6,2%, segundo dados daAssociação Brasileira das Entida-des dos Mercados Financeiro e deCapitais (Anbima) de maio.

Mas quando vale a pena consti-tuir um fundo como esse, se o as-sunto é planejamento fiscal ver-sus custos? Segundo um levanta-mento realizado pela gestora Lec-ca a pedido do Brasil Econômico,pelo fato de não haver incidênciasemestral de imposto de renda(RI) sobre os fundos exclusivos fe-chados — apenas na retirada de re-cursos —, as diferenças em rela-ção aos fundos abertos aparecemjá nos primeiros anos de investi-mento. Em uma simulação de umaporte de R$ 3 milhões, a vanta-gem fiscal dos fechados exclusi-vos sobre os abertos, em caso deresgate ao término de 10 anos, éde R$ 215 mil ou 7,1% do total in-vestido. Quando o período analisa-do é de 25 anos, a diferença entreos dois tipos de veículos superaaté mesmo o montante inicial aoatingir R$ 3,27 milhões.

De acordo com Francisco daCosta Carvalho, vice-presidenteda Lecca, o planejamento fiscal setornou um item ainda mais impor-tante no atual cenário de queda dejuros para um dígito e de alta da in-flação. Afinal, a combinação des-ses dois fatores acabou por com-primir os rendimentos. “É bomdeixar claro que o investidor nãodeixa de pagar o IR nos fundos fe-chados exclusivos, apenas adia opagamento e, com isso, ganha re-torno financeiro”, destaca. “O in-vestidor precisa colocar na pontado lápis a diferença entre a vanta-gem fiscal e as taxas de adminis-

tração. Afinal, os custos de fundosfechados são altos e não compen-sam no curto prazo nem no casode aporte com valor pequeno.”

No caso de investimento abai-xo de R$ 3 milhões, os ativos quenão têm incidência de IR se tor-nam mais interessantes. É o casodas Letras de Crédito Agrícola(LCA), Letras de Crédito Imobiliá-rio (LCI), Certificados de Recebí-veis Imobiliários (CRI) e até mes-mo das debêntures de infraestru-tura. Segundo dados da Cetip, jáforam feitas 14 emissões desses tí-tulos de dívida privada, que so-mam R$ 7,03 bilhões. “A questãoé que esse tipo de investimentoainda não é tão familiar para aspessoas físicas. Mas, com a quedada taxa de juros para um dígito, oinvestidor vai passar a ver as de-bêntures como alternativa de in-vestimento. Além do apelo fiscal,os novos processos de infraestru-tura devem estimular a busca poresses ativos”, acredita Fabio Zena-ro é gerente executivo de Produ-tos e Negócios da Cetip

Pela simulação, ao fim de 30anos, um investidor que tenhaaplicado R$ 3 milhões em algumdesses ativos isentos de IR resgataR$ 37,15 milhões. “Isso levandoem conta apenas a questão fiscal,mas, quanto maior o volume apli-cado, mais benefícios e mesmo arentabilidade”, lembra Carvalho.

Natália [email protected]

Grandes bancos, comoGoldman Sachs, estão levandoadiante os planos de pegaremprestado recursos paraampliar a exposição de fundosfechados a títulos de dívida —mesmo depois das perdas nosmercados de bonds. Pelomenos cinco novos veículosatrelados a crédito estãosaindo do forno, incluindo oDynamic Income OpportunitiesFund do Goldman e o IncomeOpportunities Fund, da KKR.Esses fundos vão nacontramão do que aconteceucom o a gestora PacificInvestment Management e oveículo Dynamic Credit IncomeFund, que viam uma queda de10% nos últimos cinco meses, edo Multi-Sector Income Trust,da BlackRock, que recuou 16%.“Os fundos de crédito fechadosnão se recuperaram aindacontra o seu valor patrimoniallíquido. A questão é quando ademanda por esses produtosdeve voltar?”, pergunta EricGross, um estrategista decrédito do Barclays. Bloomberg

PatriciaSantos

FINANÇAS

AndréMourão

Fundos exclusivos em alta

Lá fora, fundosestão em buscade crédito

▲ BANCOS

Carvalho: investidorprecisacolocarnapontadolápisoscustosetributaçãonahorade investir

Patrimônio líquido desse veículo sobe quase 50% no ano; uma das vantagems é que paga menos IR

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 25

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O G20, grupo que reúne as 20 prin-cipais economias globais tem quepriorizar o debate sobre iniciativaspara criar empregos em sua cúpu-la em Moscou, afirmaram ontem,emGenebra, os dois principais diri-gentes da Organização Internacio-nal do Trabalho (OIT) e da Organi-zação para a Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE).

Após seis anos de crise financei-ra global, a taxa de crescimentode emprego permanece fraca namaioria dos países do G20, disse-ram o diretor-geral da OIT, GuyRyder, e o secretário-geral da OC-DE, Angel Gurria, em comunica-do que lança um relatório de em-pregos conjunto para reunião dogrupo de ministros de Finanças epresidentes de bancos centraisamanhã e sábado na capital russa.

“O G20 será avaliado pela opi-nião pública no mundo todo sobresua capacidade de cumprir a agen-da de crescimento e de empre-gos”, disseram os dirigentes dasduas entidades.

Embora metade dos membrosdo G20 tenham visto uma peque-na queda na taxa de desempregonos últimos 12 meses, a outra me-tade tem visto aumentos, e emdois países —Espanha e África doSul—a taxa está acima de 25%.

O total de cidadãos sem ocupa-ção formal nos países do G20 al-cançou 93 milhões no início de2013, com 30% do total de desem-pregados sem trabalho por maisde um ano.

Ryder e Gurria pediram aumen-to de investimento em infraestru-tura, mais empréstimo bancáriopara pequenas empresas, melho-res redes de seguridade social e sa-lários mínimos, e melhores pers-pectivas para os jovens. Em todosos países do G20, exceto Alema-nha e Japão, a taxa de desempregoentre jovens é de pelo menos o do-bro da taxa entre adultos.

Para retornar aos níveis de em-prego pré-crise, o G20 precisariacriar cerca de 67 milhões de em-pregos, disseram os dirigentes daOIT e da OCDE.

Os pedidos as duas entidadessobre empregos ecoa apelos feitosanteriormente às principais eco-nomias do mundo, que nos últi-mos anos têm se preocupado coma resposta à crise financeira, semum plano definido para a recupera-ção dos empregos.

Editor: Gabriel de [email protected]

MUNDO▲

BertrandLanglois/AFP

Defesa do empregoune OCDE e OITEm documento conjunto divulgado ontem, as duas entidades pedem ao G20 que se

concentre na busca de iniciativas para fortalecer o mercado de trabalho nos países em crise

O total de cidadãossem ocupação formalnos países do G20alcançou 93 milhõesno início de 2013,com 30% do totalde desempregadossem trabalho pormais de um ano

Gurria(esq.)eRyder: faltam67milhõesdeempregosparaoG20voltaraostempospré-crise

26 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

Page 27: 2013-BE-975-18072013

Elizabeth II aprova lei do casamento gayA Grã-Bretanha legalizou ontem o casamento homossexual depois

que a rainha Elizabeth II deu o seu consentimento real para o projeto

de lei aprovado pelos legisladores, abrindo caminho para os primeiros

casamentos em 2014. Membros do Parlamento aplaudiram quando foram

informados que o histórico projeto de lei havia sido aprovado, tornando

a Grã-Bretanha o 15º país no mundo a legalizar o casamento gay. AFP

As quatro principais confederaçõespatronais portuguesas e o segundo sindicatode trabalhadores do país, que está sob ajudafinanceira, pediram ontem que os partidospolíticos alcancem rapidamente um acordovisando um “pacto de salvação nacional”.

Asconfederaçõespatronais representativas dossetoresda indústria (CIP), docomércio edos serviços(CCP), doturismo(CTP)eda agricultura (CAP),assimcomoacentral sindical UGT,pedem“para queesteacordosejaalcançadoo maisrápido possível”.

"Estamos convencidos de que o diálogo e aharmoniasocial precisam deste compromissonacional, sem o qual o país pode conhecer umperíodode grande gravidade nos setores econômicoe social, com consequências imprevisíveis”,afirmaram em um comunicado conjunto. “Portugalprecisa de estabilidade política”, acrescentaram emdefesa de um “acordo rápido, coerente e realista”.

Há menos de um mês, quando a UGT participavade uma greve geral contra a nova bateria de cortes,os empresários pediram que o governo decentro-direita reconhecesse o fracasso da políticade austeridade projetada pela União Europeia (UE)e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). AFP

Reino Unido nega que teriaespionado delegados em 2009

Uma comissão parlamentarchamou de “infundadas” as acusa-ções do ex-consultor de inteligên-cia americano Edward Snowden,segundo as quais o governo do Rei-no Unido espionou as comunica-ções eletrônicas de seus cidadãos,incluindo os delegados que partici-param de uma reunião do G20 em2009 na capital inglesa.

“A partir das provas disponí-veis, chegamos à conclusão deque as acusações são infunda-das”, afirma a comissão de depu-tados em um relatório divulgadoontem em Londres.

Snowden, procurado por es-pionagem pelas autoridades dosEstados Unidos e que está há maisde três semanas refugiado em umaeroporto de Moscou, onde pediuasilo provisório, acusou o serviçode inteligência britânico Govern-ment Communications Head-quarters (GCHQ) de ser “pior queos americanos”. As acusações fo-ram feitas em uma entrevista aojornal The Guardian.

“Revisamos todos os relató-rios do GCHQ a partir da informa-ção obtida nos Estados Unidos eestamos satisfeitos porque respei-tam suas obrigações legais”, afir-ma a comissão.

O ministro das Relações Exte-riores, William Hague, supervi-sor do GCHQ, também manifes-tou satisfação com as conclusõesda comissão parlamentar.

O serviço, que tem sede emum grande edifício em Chelte-nham, sudeste de Inglaterra, vi-gia as comunicações mundiaiscom objetivos de segurança.

Segundo as informações pu-blicadas pelo Guardian, com ba-se na entrevista de Snowden, oGCHQ fez um acordo secretocom empresas privadas para teracesso aos dados pessoais e às li-gações telefônicas que circulampelos cabos transatlânticos de fi-bra óptica e depois comparti-lhou as informações com a Agên-cia Nacional de Segurança(NSA) americana.

Foi no decorrer desse proces-so que agentes do serviço de inte-ligência britânico também te-riam espionado os delegados es-trangeiros durante o encontro doG20 ocorrido em Londres há qua-tro anos. Reuters e AFP

JohnStillwell/AFP

O número de pessoas vivendo napobreza absoluta e relativa na Itá-lia aumentou no ano passado, es-pecialmente entre as famílias daregião sul do país, mostra um es-tudo divulgado ontem em quesão destacados os impactos damaior recessão italiana do pós-guerra sobre as pessoas.

Cerca de 4,8 milhões de pes-soas, ou 8% da população italia-na, agora enfrentam a pobrezaabsoluta, ou seja, são incapazesde manter o padrão mínimo de vi-da aceitável, de acordo com o es-tudo da agência de estatísticas Is-tat. Esse número era de cerca de3,4 milhões em 2011.

Outros 9,56 milhões de pes-soas, ou 15,8% do total da popula-ção, são relativamente pobres pa-ra os padrões italianos, segundoos dados levantados no estudo.Em 2011, havia 8,17 milhões depessoas nessas condições.

Região sul tem 11% daspessoas na pobreza absoluta

Os níveis de pobreza são espe-cialmente altos no sul, região tra-dicionalmente mais pobre dopaís, onde quase uma em cada

três pessoas enfrenta a pobrezarelativa, enquanto 11% estão emsituação de pobreza absoluta.

Os níveis de pobreza aumenta-ram principalmente entre as fa-mílias com vários filhos, enquan-to pessoas solteiras foram menosafetadas, constata o levantamen-to da Istat. As taxas também fo-ram maiores entre as famíliascujo principal mantenedor estádesempregado ou trabalha na in-dústria, ou que incluem duas oumais pessoas idosas.

A recessão que já dura quasedois anos tem tido um forte im-pacto sobre os italianos co-muns, atingidos por um au-mento do desemprego e a dimi-nuição do poder de compracausada em grande parte pelossucessivos aumentos de impos-tos que visam reforçar as finan-ças públicas.

Outro relatório divulgadopelo Istat em maio mostrou quemilhões de italianos não po-dem se dar ao luxo de aquecersuas casas corretamente, tirarférias longe de casa ou, simples-mente comer carne regular-mente. Catherine Hornby, Reuters

Itália tem 4,8 milhões depessoas na pobreza absoluta

Empresários e empregadosportugueses pedem umpacto de salvação nacional

FilippoMonteforte/AFP

Número representa 8% da população do país, enquanto outros 15,8% (9,56 milhões deitalianos) vivem na condição de pobreza relativa; a região sul registra os maiores índices

Segundo o Guardian,o GCHQ fez um acordosecreto com empresasprivadas para ter acessoaos dados pessoaise às ligações telefônicasque circulam peloscabos transatlânticosde fibra óptica

PedintenumaruacentraldeRoma:pobrezaabsolutaémaiorentreasfamílias italianascomváriosfilhos

DERROTA DOS CONSERVADORES

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 27

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Somentenesteano,US$5,82bilhõesforamdrenadosdasreservasdoBCargentino,atingindoototaldeUS$37,44bilhões,piorquedaemumadécada

O plano deanistiafiscal da Argenti-nadestinadoaimpulsionaraecono-mia deverá trazer ao país 1% domontante atraído por uma medidasimilarquatroanosatrás. Os argen-tinos trouxeram US$ 5,2 milhõesatéterça-feiradesdequeoplanoen-trou em vigor, em 1 de julho, parainvestir em certificados imobiliá-rios, segundo um funcionário doBanco Central que pediu para nãoser identificado. Em 2009, cerca deUS$4bilhõesemdinheiro escondi-do foram declarados às autoridadesporintermédiodeumaleiquepossi-bilitou aos poupadores legalizar di-nheiro pagando um taxa de no má-ximo 8%. No ritmo atual, o gover-no arrecadará US$ 30 milhões paraos certificados até 30 de setembro,quando termina o prazo da anistia.

A presidente Cristina Kirchnerbusca encorajar os argentinos aapresentarem os dólares que estãofora do sistema bancário depois queUS$ 5,82 bilhões foram drenadosdas reservas do Banco Central nesteano, atingindo um total de US$37,44 bilhões, a pior queda em umadécada–oquecomprometeacapa-cidadedogovernodepagardívidas.

“É improvável que o governoseja capaz de atrair um montantepróximo dos US$ 4 bilhões obti-dos da última vez”, disse DanielMarx, ex-Secretário de Finanças,que atualmente dirige a QuantumFinanzas, em entrevista por telefo-ne, de Buenos Aires. “As pessoashesitam em entregar seu dinheiroao governo em um momento emque o governo precisa tão desespe-radamente de dólares”.

O governo, que estima em US$160 bilhões o total em dólares forado sistema bancário, ofereceu operdão de impostos relativos ao di-nheiro mantido no exterior se amoeda estrangeira for trocada porum certificado chamado Cedin,que pode ser negociado no merca-do secundário, ou por um títulode dívida que pode ser usado parainvestir em energia.

Oscertificados podemsertroca-dos por dólares no Banco Centraldepois que forem usados em umatransação imobiliária.

Osinvestidores estão preocupa-dos em não conseguir dólares comseus títulos ou que o governo tentecontrolar os preços do mercado se-cundário, segundo Andrés Azicri,diretor da empresa de pesquisasElypsis, de Buenos Aires.

O valor de referência para cadaUS$ 100 de Cedins é de US$ 90 para

compra e de US$ 93 para venda, e787 pesos para compra e 813 pesospara venda, segundo o site CedinTrading. Isto significa que a taxa decâmbio é de 8,74 pesos por dólar.

Dólares não declarados tam-bém podem ser negociados por umtítulo de dívida do governo comvencimento em 2016, que pagaráuma taxa de juros anual de 4 porcento. Os valores oriundos destasfontes serão utilizados para finan-ciar a indústria energética e a esta-tal de petróleo e gás YPF.

Éimprovávelqueatrocadedóla-res por Cedins aumente as reservasdo Banco Central porque eles, porsuavez,serãotrocadospormoedaes-trangeira tão logo os investidores osusem para transações imobiliárias,mas o título dedívidadeenergiapo-de ajudar a impulsionar as reservas,disse Fernando Losada, economistapara a América Latina da AllianceBernstein LP,emNovaYork.

Otítulo atrairáaindamenosfun-dos que o Cedin porque o cupom de4% é muito baixo se comparadocom o título em dólares do governocomvencimentoaté2015,quecom-preende um cupom de 7% e jurosde 13,8%, segundo Azicri. Ele disseque o Banco Nación recebeu ape-nasUS$30.000portítulosatéomo-mento.O governo vaicontinuar re-cebendo propostas por títulos atésetembro. “Nós não vimos ne-nhum interesse”, disse Azicri.

“O problema principal é que oefeito nas reservas será temporá-rio, sejam quais forem os fundosque o governo atrair”, disse Marx.“Será difícil e muito improvávelque o governo atinja essa meta”.Camila Russo, BloombergNews

Ogovernoofereceuoperdãodeimpostosrelativosaodinheiromantidonoexteriorseamoedaestrangeira fortrocadaporumcertificadoouumtítulodedívida

MUNDO

SOBE-E-DESCE

DanielGarcia/AFP

Governo argentino fracassa natentativa de legalizar dólares

Anistiaargentinadeveráatrair 1%dototalconseguidocomumplanoidênticoquatroanosatrás

No ritmo atual, anistia fiscal atrairá US$ 30 milhões, enquanto em 2009 medida similar arrecadou US$ 4 bilhões

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Novos protestos contra governo egípcio

■ SímbolosdaJornadaMundialdaJuventude(JMJ)seespalhampelacidadedoRiodeJaneiro,comoaesculturadeareiaemhomenagemaoPapaFrancisco,emCopacabana.Ali tambémficamassensuaismulheresdeareia,comtangaseseiosàmostra,muitoadmiradaspelosturistas.DuranteaJMJ,asesculturasusarãosaiotesecobrirãoosseios.

Milhares de seguidores do presidente egípcio recém-deposto,

Mohamed Mursi, fizeram ontem uma manifestação diante do gabinete

do primeiro-ministro e saíram em passeata pelo Cairo em protesto contra

ogoverno, que cumpriu seu primeiro dia de trabalho. Manifestantes

islâmicos portavam exemplares do Alcorão e gritavam “Deus é Grande!”,

“Abaixo o regime militar!” e “Todos nós somos Mursi!”.

MohamedAbdElGhany/Reuters

O Papa Francisco, que chega aoBrasil na próxima semana, teráuma agenda carregada e inúme-ros encontros públicos, mas o Va-ticano assegurou ontem que nãohá preocupação quanto a possí-veis manifestações hostis e suasegurança, enquanto circularáem um veículo descoberto. “Nósiremos ao Brasil confiantes na ca-pacidade das autoridades de ge-rir a situação. Sabemos que asmanifestações não são direciona-das ao Papa e à Igreja”, explicouo padre Federico Lombardi, querespondeu a uma série de pergun-tas durante a apresentação destaprimeira viagem do Papa ao exte-rior para a Jornada Mundial da Ju-ventude (JMJ).

“As autoridades do Vaticanoconfiam plenamente nas autorida-des, que saberão tomar as medi-das necessárias. No atual estágio,não esperamos inconvenientes pa-ra a JMJ. Todos irão compreenderque a mensagem do Papa é umamensagem de solidariedade”, de-clarou Lombardi.

Ele também respondeu sobre asdespesas da viagem: “quando te-mos despesas, é para pagar alguémpor algum serviço, por um eventoque é recebido positivamente pelamaioria da população. Este dinhei-ro não é desperdiçado”.

O porta-voz confirmou que oPapa Francisco “não utilizará o pa-pa-móvel blindado” de seus ante-cessores. “É uma escolha do Papa,em conformidade com o que eletem feito aqui. Ele se sente bem as-sim, com este contato” com a mul-tidão, indicou,revelando que have-rá várias ocasiões em que o pontífi-ce estará em contato com as pes-soas durante a sua viagem.

Um veículo branco, igual aoutilizado na Praça São Pedro emRoma, e um verde, de reserva, jáchegaram ao Rio.

Em relação à programação “le-ve” prevista para o Papa eméritoBento XVI, antes de sua renúnciaemfevereiro,a “agenda foi adapta-da, intensificada, enriquecida comcertos eventos”, declarou.

Ele citou a ida de helicópterodo Rio de Janeiro ao santuáriode Nossa Senhora Aparecida emSão Paulo, a visita à pequena fa-veladeVarginha,ondecaminha-rá a pé e irá a uma casa para en-contrar com uma família.

Como em sua visita em 8 dejulhoailhaitalianadeLampedu-sa, quando encontrou imigran-tes africanos, “as personalida-des políticas não serão convida-das para a visita a favela”.

Também estão previstos en-contros com jovensdetidos, de-pendentes de drogas e do ál-cool. Ele almoçará com doze jo-vens participantes e irá confes-sar um dos peregrinos.

No avião de Alitalia que o le-vará ao Rio, ele pediu para nãoconceder “entrevistas indivi-duais ou coletivas”, mesmoque sejam “preparadas” (co-mo era o caso com Bento XVI)ou “espontâneas” (como comJoão Paulo II).

No Rio, Francisco se expres-sará em espanhol, português e,talvez, italiano.

O Papa não previu encontrarvítimasdepadrespedófilos:“Is-soéfeitoquandoresponsáveislo-caisda Igrejao pedem, quando oproblema é muito sensível”, ar-gumentou o porta-voz. AFP

O ex-presidente sul-africano Nel-son Mandela completará seus 95anos hoje em um hospital de Pre-tória, onde está hospitalizado des-de 22 de junho em estado crítico,enquanto o mundo inteiro se pre-para para homenageá-lo celebran-do o “Mandela Day”. Desde 2010,a ONU comemora em 18 de julho oDia internacional em homena-gem ao herói da luta anti-apar-theid, retomando uma ideia nasci-da na África do Sul.

Cada cidadão é chamado a dedi-car simbolicamente 67 minutosde seu tempo à serviço da coletivi-dade, em memória aos 67 anosque Mandela dedicou à luta pelaigualdade racial.

Na África do Sul, uma associa-ção vai varrer as ruas, voluntáriosvão pintar escolas, crianças de to-doopaísvão cantar“Felizaniversá-rio” às 8h00 (03h00 no horário deBrasília).Esteaniversárioseráespe-cialmenteemocionante,como íco-ne mundial da reconciliação racialentre a vida e a morte há semanas.

As últimas notícias parecemum pouco mais otimistas. Algunsfamiliares têm dito que ele “res-ponde ao tratamento” e que reco-

nhece as visitas. Sua esposa GraçaMachel disse ontem estar “umpouco menos ansiosa”.

Para os familiares, o aniversáriotambém será marcado pela recentedisputaenvolvendo o neto mais ve-lhodeMandela,quefoi levadoàJus-tiça por outros parentes por tertransferido, sem autorização, trêslápides de três filhos do ex-presi-dente para o seu próprio vilarejo.

Mandla Mandela é acusado dequerer criar um centro turístico emseuvilarejo com onomedeMande-la. O Mandela Day setornou um diaimportante para a maioria dos sul-africanos, e uma pesquisa revelouque89%dosjovensplanejamparti-cipar de ações de caridade. AFP

ESCULTURA HOMENAGEIA FRANCISCOVaticano minimizaameaça de protestosdurante visita do Papa

AlessandroCosta/Ag.ODia

MikeHutchings/Reuters

Sabemos que as manifestações não são direcionadas ao Papa Franciscoe à Igreja, reage o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi

“Mandela Day” marca, no mundo todo, os 95 anos do líder sul-africano

ONU decreta 18 de julhoo Dia Internacional emhomenagem ao líderda luta anti-apartheid

Estão previstosencontros de Franciscocom jovens detidos,dependentes dedrogas e do álcool.Ele almoçará comdoze participantesda JMJ e irá confessarum dos peregrinos

MensagenspelarecuperaçãodeMandelanomurodohospital

IRMANDADE MUÇULMANA

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Ocostume de circular a maiorparte do tempo pelo mundoacadêmico, por dever de ofí-cio, pode levar um professor anão entender o raciocínio desenso comum ou algumas inter-

pretações coletivas induzidas pelosmeios de comunicação.

Há cerca de oito anos eu estava emuma pequena viagem de trabalho naAlemanha e, por uma lista de correioeletrônico coletiva, trocava conversascom conhecidos que, nos idos dos anos1960 haviam sido meus colegas de giná-sio (hoje Fundamental II).

Alguém na lista me perguntou se eu es-tava conseguindo falar Alemão e eu res-pondi que, para mim era um idioma mui-to difícil e que eu me atrapalhava com asdeclinações e com o gênero neutro.

Logo uma alma pretensiosa, com pou-co conhecimento de computação, masmaravilhada com a Internet postou tre-chos de várias disciplinas: Física, Mate-mática, Química e outras, insinuandoque eu era um pobre desinformado quenão conhecia o novo deus, que tudo sabe.

Como sei um pouco de Física, fui vero que havia do assunto naquela posta-gem. Um amontoado de tabelas que sóteriam utilidade para quem conhecessea matéria e precisasse de algum númeroespecífico como velocidade da luz ouconstante dielétrica.

É a impressão que alguns têm. Paraque estudar se há uma entidade que sa-be tudo e nos disponibiliza esse saberem um toque de tela ou teclado? Insistoque estudar ficou, agora, mais difícil.Não se trata mais de memorizar fatos,números ou equações conhecidas.

Aquestãoagoraécomointerpretar es-se amontoado de bits. Como, a partir de-les, formular novos problemas e esboçarsuas soluções. Tentando aclarar meuspensamentos, tratei de ler um pouco so-bre o assunto e encontrei algumas ideiassobre o Humanismo, corrente filosóficaquemeagradapor colocarossereshuma-nos no topo da escala de importância.

Isso não diminui as possíveis convic-ções religiosas de quem quer que seja,recomendando, apenas que, ao tratarde um problema de âmbito científiconão se deve desprezar a racionalidade.Além disso, não se considera o sobrena-tural e nem a autoridade, à priori.

E esse é o ponto central de que querofalar. A Internet ou qualquer site de bus-

ca, enciclopédia ou conteúdo não é porsi só, fonte de conhecimento ou de ver-dade inquestionável. Lá está armazena-da certa quantidade de informação, enti-dade física mensurável que possui, até,uma medida equivalente em energia.

Nos bits dos sistemas de computa-ção, assim como nas folhas impressasda famosa “Enciclopédia Britânica”, en-contra-se informação, selecionada eavaliada por alguém que, para o bem oupara o mal, tem seu domínio.

Há, ainda, a convicção de que a Inter-net é um agente da democratização, emtodos os níveis. Cada um pode postaraquilo que bem entender, proporcio-nando o saber originário das múltiplasculturas e da diversidade.

Entretanto, como não há seleção,textos e vídeos de real valor estarão mis-turados com ideias originárias dos maisdiversos fanatismos e perversões.

Não sou tecnófobo, se é que o termoexiste. Acho a Internet e seus futurosavanços, ainda impensáveis, ferramen-ta que pode dar a Humanidade destinos

que as pessoas de bem sonham: fraterni-dade, união entre povos, paz, democra-tização da água, da comida e da ener-gia, só para citar alguns.

Como, então, minimizar os efeitosnocivos citados anteriormente? Nãosou partidário da censura, tampouco,pois ela colocará o filtro do sensor sobrea informação, privilegiando seu conhe-cimento e eventual interesse.

Quem deve fazer a seleção do conteú-do? O usuário, consciente e conhece-dor, isto é, praticante da cidadania quesabe que conhecimento é algo mais doque simples informação, acrescendo aela a racionalidade e a ética.

Adquirir informação é cada vezmais fácil. Adquirir conhecimento,nem tanto, passa por bons professores,boas leituras, boa música proporciona-dos por agentes educacionais bem pa-gos e motivados para a difusão do sa-ber crítico e consistente.

*José Roberto Castilho Piqueira

é Vice-Diretor da Poli-Usp

Informação econhecimentoem temposde InternetJosé Roberto Castilho Piqueira*[email protected]

Adquirir informação é cadavez mais fácil. Adquirirconhecimento, nem tanto,passa por bons professores,boas leituras, boa músicaproporcionados por agenteseducacionais bem pagos emotivados para a difusão dosaber crítico e consistente

OPINIÃO

Hippertt

30 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013

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JOSÉDIRCEUAdvogado, ex-ministro da Casa Civil

e membro do Diretório Nacional do PT

As situações em que se vota secre-tamente —as quais se pretende extin-guir — estão previstas na Constitui-ção Federal de 1988 para os seguin-tes casos: aprovação prévia, pelo Se-nado Federal, da escolha de magis-trados, Ministros do Tribunal deContas da União, Governador de Ter-ritório, presidente e diretores doBanco Central, Procurador-Geral daRepública e titulares de outros car-gos que a lei determinar; aprovaçãoda indicação de chefes de missão di-plomática em caráter permanente;aprovação da exoneração, de ofício,do Procurador-Geral da República,antes do término de seu mandato;deliberação a respeito de flagrantede crime inafiançável praticado pordeputados ou senadores; perda demandato de deputado ou senador erejeição do veto presidencial.

As exceções existem exatamenteporque se entende que, nesses ca-sos, deputados e senadores preci-sam de proteção contra pressõesque lhes retirariam a liberdade devotar segundo suas reais convic-ções. Ainda que o voto aberto seja,em primeira análise, mais democrá-tico, o voto secreto, nas situaçõesexcepcionais, é plenamente justifi-cável e necessário para preservar aindependência e a autonomia do Po-der Legislativo.

Eliminar o voto secreto na apre-ciação dos vetos presidenciais e naindicação de embaixadores, demembros dos órgãos superiores dopoder Judiciário, do Banco Central enos demais casos supracitados é sub-meter os parlamentares à possibili-dade de pressões e represálias diver-sas, não só das partes diretamenteenvolvidas, mas também do podereconômico e da mídia conservado-ra, que atua como partido político.

O argumento de que a aprovaçãoda proposta — que ainda será vota-da em plenário — é imprescindívelà vigilância da sociedade sobre a ati-vidade dos deputados e senadoresnão se sustenta, pois esse controlejá existe. Não há poder mais expos-to à fiscalização pública que o Legis-lativo. Nada no Congresso é aprova-do sem publicidade. Os debates esessões são abertos ao público e to-do processo legislativo é acompa-nhado por entidades representati-vas da sociedade civil. Além datransparência nos processos legisla-tivos, o povo pode manifestar atra-vés do voto, a cada quatro anos, asua aprovação ou desaprovação emrelação à atividade parlamentar.

O voto secreto, como exceção, re-presenta uma salvaguarda da demo-cracia, pois é a garantia concedidaao povo de que o seu representanteterá condições de votar livremente,sem o constrangimento de pressõese coerções de toda ordem. Por isso,este é mais um debate que precisaser feito de forma cautelosa, à luzda razão, e não na precipitação deapresentar à opinião pública respos-tas aparentemente moralizadoras,mas que não irão contribuir paratornar nosso sistema político maisrepresentativo e equilibrado.

FABIOFELDMANNConsultor em sustentabilidade

É uma iniciativa da maior relevân-cia pelo fato de que nessas últimas dé-cadasfaltouumesforçodessaenverga-dura com caráter institucional. Em2005, as Nações Unidas realizaram a“Avaliação Ecossistêmica do Milê-nio”, o mais completo estudo sobre abiodiversidade global, cujas conclu-sões foram muito importantes e, decerta maneira, representam um pontode partida para o IPBES.

Comoassinaladonareunião,aideiadese abrir o debatesobre oIPBES podeserumelementoimportante,marcan-doumadiferençacomoIPCC,incorpo-rando, desse modo, visões e deman-dasdeatoresquenãoestiverampresen-tes no passado. Se a nova entidade forcapaz de alcançar a importância que oIPCC possui hoje no tema da mudançado clima, certamente teremos maischance de colocar a biodiversidade naagenda, valendoenfatizar que, nos úl-timos anos, o mundo tem perdido estepatrimônio fundamental em virtudede desmatamentos, avanço de espé-cies invasoras e até mesmo pelo au-mentodatemperaturamédiadoplane-ta em função do aquecimento global.

Biodiversidade é a expressão quecontemplaavidanoplaneta,daqualto-dos nós dependemos para viver. O es-forço mais recente refletido no IPBES éode identificar com clareza os serviçosecossistêmicos:apolinizaçãoessencial

para a agricultura, o papel das florestascomo reguladoras do clima do planetaeestocagem decarbono, além demui-tosoutros.Todoselessãoessenciaispa-ra a economia, mas até aqui não temossidocapazes de internalizá-los nasde-cisões dos governos e dos negócios.

O Tribunal de Contas da União, soba liderança do Ministro Aroldo Ce-draz, está organizando um evento in-ternacional sobre solos em 2014, como propósito de verificar quais ações oBrasilestárealizandoparaprotegeres-se ativo. A perda de solos férteis podecomprometer a produção de alimen-tos e a própria atividade agrícola. Ossoloscontêmtodaumariquezaemter-mos de microorganismos, cuja funçãotem sido estudada pela comunidadecientíficahámuitosanos,masque,in-felizmente, ainda é de conhecimentorestrito. Ou seja, pouco conhecida pe-la sociedade como um todo.

Alémdaimportânciadessasinicia-tivas, vejo a oportunidade de superar-mosasdivisõesquemarcaramodeba-te do Código Florestal e que ainda es-tãoacesas: aagriculturabrasileiracer-tamente depende dos solos para sersustentável. O proprietário rural é omais interessado na conservação dabiodiversidade. Não seria o momentode procurarmos as convergências emtorno de uma agenda comum?

Porfim,éimportanteregistrarofa-lecimento de Bertha Becker, uma dasmaiores geógrafas brasileiras. Berthafoi uma das mais importantesvozes daacademia no debate sobre a Amazô-nia, angariando respeito de pessoascom visões diferenciadas sobre as es-tratégias de desenvolvimento envol-vendo a região. Com seu carisma e se-riedade, marcou uma geração impor-tante. Todos sentirão sua falta nos de-bates sobre o destino do planeta.

Voto secretono Congresso

As convergências entreagricultura e biodiversidade

Ainda que o voto abertoseja, em primeira análise,mais democrático, o votosecreto, nas situaçõesexcepcionais, é justificávele necessário para preservara autonomia do Legislativo

Os solos contêm todauma riqueza em termos demicroorganismos, cujafunção tem sido estudadapela comunidade científica,masque, infelizmente, aindaé de conhecimento restrito

Depois de ganhar a simpatia da opinião pública, o fim do vo-to secreto no Congresso Nacional foi aprovado recentementepela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Porém,essa iniciativa controversa, apontada pelos seus defensorescomo necessária para que o eleitor tenha maior controle so-bre as ações de seus representantes, pode resultar em um ins-trumento de coação usado contra o parlamentar.

Vale ressaltar que o voto aberto dos parlamentares já é a re-gra geral.

Na semana passada ocorreu uma importante reunião na Fa-pesp, coordenada pelo Professor Carlos Joly: uma consultapública regional sobre o IPBES — Plataforma Intergoverna-mental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas, en-volvendo a América Latina e Caribe, um dos blocos regionaisdas Nações Unidas.

Apenas a título de lembrança, o IPBES seria o equivalenteao IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudança do Cli-ma, voltado à biodiversidade.

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas VasconcelosDiretor Presidente José Mascarenhas

Publisher Ramiro Alves

Chefe de Redação Octávio Costa

Editora-Chefe Sonia Soares

Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira

Diretor de arte André Hippertt

Editora de arte Renata Maneschy

Quinta-feira, 18 de julho, 2013 Brasil Econômico 31

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■ FoiaprovadopelaCCJdoSenadoprojetoqueestabeleceprazode24horasparaospartidospolíticosforneceremaatadeconvençãoàJustiçaEleitoral.Medidaimpedefraudesnodocumento.OsenadorPedroTaques(PDT-MT)éorelatordoprojeto.

■ OsenadorAntonioCarlosRodrigues(PR-SP) interrompeuaanálisedeemendaàConstituiçãoqueacabacomquestionamentosjurídicossobreaperdademandatodeparlamentarescondenadospor improbidadeadministrativa.

Nas últimas semanas, apesar dos desmentidos oficiais,

cresceram os comentários sobre mudanças na equipe

econômica. Falou-se até que o ex-presidente Lula teria

indicado nomes à presidente Dilma Rousseff. Nesse clima, qualquer

quebra da rotina dispara especulações. E foi o que quase aconteceu

quando se soube que o ministro Guido Mantega decidiu cancelar

a viagem a Moscou. Mas os assessores da Fazenda apressaram-se

em explicar que a mudança na agenda se deve a reuniões para dar

o arremate final no corte de R$ 15 bilhões no orçamento, e assim

assegurar o superávit fiscal de 2,3% do PIB. Está explicada a ausência

de Mantega no encontro de ministros do G-20, durante o qual ele iria

recomendar prudência na condução da economia dos Estados Unidos.

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Guido Mantega, portanto, conti-nua firme no cargo e caminha pa-ra se tornar o ministro da Fazendamais longevo da história do paísem tempos democráticos. Se che-gar ao fim da atual gestão, ultra-passará Pedro Malan e perderáapenas para Artur de Souza Costa,que chefiou a pasta por 11 anos,

mas na ditadura Vargas. Ontem, apresidente Dilma defendeu comveemência a política econômicade seu governo. De dedo em riste,assegurou que a inflação está emtrajetória de baixa e ficará próxi-ma de zero em julho. Segundo ela,“há dados concretos que desmen-tem as análises mais pessimis-

tas”. Depois de dizer que tem cer-teza de que a inflação vai fechar oano dentro da meta, Dilma reba-teu as avaliações de descontroleda política fiscal. “A informaçãoparcial confunde a opinião públi-ca e visa criar ambiente de pessi-mismo que não interessa a ne-nhum de nós. O barulho tem sidomuito maior do que o fato”.

Mais incisivo ainda seria o dis-curso, se a presidente da Repúbli-ca tivesse usado a expressão deShakespeare ao pé da letra: “mui-to barulho por nada”. Ao se referirao “barulho maior do que o fato”,ela abrandou a citação clássica,num reconhecimento de que exis-te fato capaz de gerar barulho. Pormais que se olhem os aspectos po-sitivos, é inegável que a economianão responde mais aos estímulosao consumo que deram excelentesresultados de 2008 a 2010. As famí-lias se endividaram e o mercado in-terno perdeu força. A inflação co-meça a cair, mas ao preço amargoda elevação dos juros. A China,parceiro maior no comércio exter-

no, está revendo suas prioridadese deve reduzir as importações dematérias-primas. O dólar se valo-riza e os investidores estrangeirosameaçam deixar a nossa praia.

Os maiores bancos do país nãoestão propriamente pessimistas,mas alteram as projeções para esteano. O Bradesco registrou, esta se-mana, a mudança de cenário combase na retirada dos estímulos doFEDà economia americanae nade-saceleração,maisfortedo queespe-rada, da economia chinesa. Issoprovocou “uma correção impor-tante nas expectativas dos agentesno mundo todo”. Para o banco, “arealocação de portfólios,com redu-ção de posições em países emer-gentes, e o reequilíbrio desses pre-ços serão mais permanentes doque temporários”. Já o Itaú ressaltaqueparacumprir ameta de superá-vit primário,os cortes no orçamen-to deveriam ser de R$ 30 bilhões, enão de R$ 15 bilhões. Como se vê,os fatos justificam a preocupação.O que se pode discutir é o volumedo barulho em torno deles.

AROEIRA

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O BARULHO E OS FATOSMais incisivo aindaseria o discurso,se a presidenteda República tivesseusado a expressãode Shakespeare aopé da letra: “muitobarulho por nada”

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32 Brasil Econômico Quinta-feira, 18 de julho, 2013