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Boletim As ações do projeto podem ser acompanhadas através do site www.convivercomunidade.com.br 2017 • Nº 02 EDUCANDO COM MÚSICA E POESIA Lançamento de CD e cordel amplia comunicação preventiva do Projeto Conviver Páginas 4 e 5 Atividades estimulam independência nas associações comunitárias PÁGINA 6 Sistema agroflorestal e banco de sementes são ações da agroecologia PÁGINA 7 Jornal_Conviver.indd 1 17/05/2017 16:09:58

2017 • Nº 02 EDUCANDO COM Lançamento de CD e cordel …convivercomunidade.com.br/ong/wp-content/uploads/2018/09/Boletim... · sementes são ações da agroecologia PÁGINA 7

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Boletim

As ações do projeto podem ser acompanhadas através do site www.convivercomunidade.com.br

2017 • Nº 02

EDUCANDO COM MÚSICA E POESIA

Lançamento de CD e cordel amplia comunicação preventiva do Projeto Conviver Páginas 4 e 5

Atividades estimulam independência nas associações comunitárias PÁGINA 6

Sistema agroflorestal e banco de sementes são ações da agroecologia PÁGINA 7

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2 Boletim Informativo

BOLETIM CONVIVER • 2017Boletim Informativo do Projeto Conviver

www.convivercomunidade.com.br

Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras

Organização, Comunidade e Sustentabilidade Brasil | OCS BrasilAv. Otávio Mangabeira, n.º 2401 -

Shopping Ateliê Place, Sala 13 – PitubaSalvador – Bahia(71) 3240-3090

[email protected]

EQUIPE PETROBRAS

Gerência UO-BA/SMS:Renata Sarmento Peixoto Medeiros

Supervisora:Edna Márcia Leite Nunes

Equipe Técnica:Marta Antunes Cordeiro

EQUIPE PROJETO CONVIVER

Coordenadora Geral: Maria Eneida Ribeiro de Castro

Coordenadora Adjunta:Helena dos Anjos Burgos

Assessoria aos Empreendimentos: Adriana Oliveira

Educação Ambiental e Agroecologia: Evanildo dos Reis e Rafael Cezimbra

Educomunicação e Comunicação de Risco:

Marcelo Costa, Maviael Melo e Paolo Louvores

Organização Comunitária: Joel da Silva

Comunicação Institucional:Daniela Castro e Luis Fernando Lisboa

Jornalista Responsável: Daniela Castro (DRT-BA 2034)

Fotos: Equipe Projeto Conviver

Projeto Gráfico, editoração e tratamento de imagens:

Marcelo Campos

Impressão:JM Grafica e Editora

Tiragem:1.000 exemplares

N esta segunda edição do BOLETIM CONVIVER, você irá encontrar um projeto que caminha em direção à maturidade. Dois anos após o

início das atividades, a missão ganhou novo fôlego, ampliando o alcance para 137 comunidades em 21 municípios baianos.

Ao estender seus braços para acolher um número maior de pessoas, o projeto consolida sua importância como um programa essencial para a comunicação de risco nas regiões circunvizinhas à Petrobras/UO-BA.

Realizado pela OCS Brasil, o Conviver segue se revelando como uma iniciativa diferenciada, que aposta na multidisciplinaridade para levar conhecimento e promover experiências transformadoras a partir da interação entre as áreas de organização comunitária, arte-educação, agroecologia e comunicação.

O resultado desse caminhar de mão dadas você confere ao ler sobre o protagonismo dos jovens, que se tornaram multiplicadores da comunicação de risco ao participar da construção de um novo livro de cordéis e da gravação de um CD com canções produzidas por eles durante ações do Projeto.

Cada registro é um depoimento de que o projeto Conviver vem cumprindo seu papel de realizar a comunicação de risco, promovendo a inclusão social e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região em que a Petrobras atua, sempre alinhado com o princípio da responsabilidade socioambiental.

Continue viajando conosco e boa leitura!

EDITORIAL

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Boletim Informativo 3

PINGUE-PONGUE

Depois de mais um ano de atu-ação do Conviver, qual o ba-lanço que a Petrobras faz da evolução do projeto?

Normalmente no campo so-cial os avanços costumam ser discretos, mas a percepção é de que mesmo discretos são importantes porque mudança de comportamento não se faz da noite para o dia. Há exata-mente um ano, fizemos uma análise crítica do trabalho jun-tamente com a equipe da OCS Brasil, quando ajustamos o foco para dispensarmos mais energia nas comunicações de risco e nas atividades de edu-cação ambiental, inclusive com acréscimo de comunidades a serem abrangidas. Notamos o relacionamento muito mais consolidado e as parcerias se estabelecendo.

Como a Petrobras avalia a importância da multidiscipli-

naridade na abordagem da co-municação de risco nas comu-nidades atendidas?

Olhares e disciplinas distintas se complementam, daí a rique-za do trabalho, e a metodologia que vem sendo aplicada busca isso, concentrar esforços para apresentar um conteúdo con-sistente, de forma interessan-te, uma vez que o tema comu-nicação de risco não costuma prender a atenção ou desper-tar o interesse de muitos. Na grande maioria das comunida-des onde o trabalho é desen-volvido, as informações de um modo geral não chegam, são dificuldades de toda ordem, e saber apresentar o tema com uma metodologia que desperte o interesse é essencial para a garantia de que a mensagem foi passada da melhor maneira e que a semente foi plantada.

Nas ações de educomunicação

nas comunidades, quais os im-pactos sociais que a Petrobras destaca como significativos?

Maior interesse pelo tema e maior conscientização, uma vez que os impactos são abor-dados em oficinas cuja elabo-ração do conteúdo é discutido pelos participantes, o que vem resultando em construções interessantes, expressas das mais variadas formas: músi-cas, esquetes teatrais...

Esses resultados, de alguma forma, interferem no modo como se dá a relação dessas comunidades com a empresa?

Sim. No momento em que con-seguimos passar a mensagem, o conteúdo, tornamos a rela-ção mais próxima, transparen-te e demonstramos a nossa preocupação com a segurança das comunidades do entorno das nossas instalações.

ENTREVISTADO | Edna Márcia Nunes Gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bahia

Pouco mais de dois anos após a reto-mada do Conviver, a equipe da OCS Brasil comemora a consolidação do projeto. “Após o período inicial de diagnóstico, passamos para a eta-pa de realização das ações e agora chegamos à consolidação. A equipe está em uma sintonia fina”, avalia a coordenadora-geral Maria Enei-da Castro, se referindo ao perfeito

entrosamento entre os profissionais das áreas de educomunicação, edu-cação ambiental e organização co-munitária, que fazem parte da equi-pe OCS Brasil. Para a coordenadora-adjunta, He-lena Burgos, o projeto já está com-pletamente “redondo”. “A prova disso é que já estivemos presentes

em quase todos os 21 municípios e fechamos o segundo ano tendo atendido quase todas as comuni-dades previstas no planejamento, inclusive as que foram incluídas posteriormente no cronograma”, acrescenta. Em 2017, o Conviver se-gue dando continuidade às ações, renovando as expectativas para a terceira e última fase do projeto.

Equipe faz balanço positivo do segundo ano do Conviver

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4 Boletim Informativo

Educomunicação

CONVIVER AMPLIA COMUNICAÇÃO DE RISCO COM CD E CORDELPor onde passa, o Conviver continua semeando a autoestima coletiva. Foca-da nas regiões onde a Petrobras atua, a equipe OCS Brasil ressalta a importância da atuação de cada morador para zelar pela segurança da comunidade. Usando expressões artísticas para promover a comunicação de risco, as ações enfati-zam a cautela no convívio com equipa-mentos da empresa, como linhas e du-tos de gás, óleo, água e vapor.

Em 2016, o projeto realizou cerca de 200 atividades em, pelo menos, 100 das co-munidades que compõem o escopo da iniciativa. Teatro, música e poesia são as principais ferramentas para alcançar o público-alvo com conteúdos que visam conscientizar sobre um comportamento preventivo ao circular pelos locais onde estão instalações da Petrobras. O poeta e cantor Maviael Melo, coordenador de educomunicação do projeto, comenta que a equipe observou as particulari-dades de cada comunidade, adaptando ações artísticas e formativas à realidade.

“Em cada lugar, criamos uma forma de trazê-los para o debate sem causar can-saço ou distanciamento. Na chegada, tra-balhamos com música, o que já faz todo mundo relaxar um pouco. A peça, que guarda um tom de comicidade, dá leveza e, assim, conseguimos passar todas as in-formações e conteúdos. Além disso, refor-çamos muito o número do Telefone Verde. Sempre pedem nosso retorno”, detalha.

SOM E VERSOS – Uma das ações em destaque no ano de 2016 foi o lançamen-to do CD O Som de Conviver e do cordel Versos de Conviver. Adolescentes e crian-ças de alguns dos colégios pelos quais a equipe da OCS Brasil passou tiveram a oportunidade de participar diretamente da composição das canções e versos do cordel. Com um estúdio móvel, Maviael

Melo, Marcelo Costa e Paolo Louvores levaram novas experiências à realidade educacional dos jovens, com o apoio do técnico de som Joaquim Carvalho.

“Eles saíam dos encontros com uma sensação de protagonismo: compu-nham coletivamente, gravavam as mú-sicas e depois ouviram a própria voz num CD. É uma experiência interessan-te porque eles entram em contato com novas expressões artísticas”, comenta Maviael.

MUNDO NOVO – Para Mateus Ribeiro, aluno do oitavo ano do Colégio Munici-

Música, poesia e teatro são principais ferramentas de trabalho

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Boletim Informativo 5

Luzineide Santana Lima

“CONSEGUIMOS QUEBRAR BARREIRAS”

ENTREVISTA

Para você, qual a importância das ati-vidades realizadas pelo Projeto Convi-ver no colégio?

Percebo que, por Lamarão ser uma comu-nidade carente e estar geograficamente afastada, fica um pouco esquecida das gestões públicas. Para mim, o projeto teve um significado muito grande para os nossos alunos por conta da possibili-dade de trabalhar com a poesia, a escri-ta, a música. Isso faz com que uma parte deles, escondida com a timidez, desabro-che e enxergue o mundo de outra forma. Então, acho que conseguimos quebrar um pouco daquelas barreiras impostas, seja pela localização geográfica, pela ca-rência ou dificuldade de acessar outros produtos culturais. É muito importante ter esse trabalho aqui na escola.

Você acredita que a proximidade com expressões culturais impacta na forma-ção dos alunos?

Percebi que os alunos que participaram do projeto deslancharam mais. Desper-taram o gosto pela leitura. Aqueles que se diziam muito tímidos e, no início, re-sistiram a participar, agora já buscam novas ideias para as atividades realizadas em sala. O projeto ajudou a desconstruir aquele distanciamento com a música, com o corpo e o teatro, por exemplo.

Como você percebe a importância da comunicação de risco através da arte? Acho que abordar uma coisa tão séria através da música e da poesia faz com que os alunos se apropriem mais facil-mente do conteúdo. Afinal de contas, é a segurança e o cuidado da vida de todos da comunidade, incluindo seus pais, ir-mãos, tios. Hoje eles já falam no cotidiano que é importante ter a segurança, ligar e informar quando estiver acontecen-do algo que possa prejudicar a vida de-les. Acredito que o caminho da poesia, a música, do teatro, da dança é o mais leve para tratar de um conteúdo relevante.

pal Josiane Santos da Conceição, locali-zado na comunidade Lamarão do Passé de São Sebastião do Passé, outro mun-do apareceu. “Foi muito ‘massa’ porque aprendemos coisas novas e conhecemos mais colegas. Agora gosto mais de ler”, destacou. Já Talita dos Santos, do sétimo ano, confessa que adquiriu nova consci-ência sobre as linhas e dutos que estão localizados nas redondezas da comu-nidade. “Não sabíamos do risco. Agora sabemos e vamos passar para outras pessoas também”, completou.

Para 2017, a intenção é continuar nos rumos de difusão das informações pre-

ventivas e de conscientização, atuando na totalidade das comunidades que compõem o Projeto Conviver e capa-citando moradores como agentes de formação. As ferramentas artísticas ab-sorverão novidades para revitalizar in-formações e continuar atraindo a aten-ção de todas as faixas etárias.

“Entendemos que o primeiro passo é falar de cuidado com a família e a co-munidade. Nosso papel é defender um convívio harmonioso com os equipa-mentos da Petrobras enfatizando o cui-dado com a vida dos seus moradores”, finaliza Maviael.

‘O Som de Conviver’ registra composições e vozes de jovens das comunidades Diretora do Colégio Municipal

Josiane Santos da Conceição, localizado na comunidade

de Lamarão do Passé

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6 Boletim Informativo

Organização Comunitária

Já as ações realizadas pelo Conviver na rea-tivação do Projeto Casa de Farinha do Bom Jardim, em Esplanada, visaram as deman-das de melhoria da associação comunitária e gestão da Casa de Farinha. “Incentivamos a participação dos jovens na associação de Bom Jardim e enfatizamos a importância do espírito empreendedor”, aponta Joel. Hoje, existe um núcleo gestor da casa e as mulheres usam o espaço para produzir do-ces e salgados com derivados da mandioca.

No caso do Projeto Casa de Farinha de Fazenda Pega (Araçás), que estava parado havia muito tempo, o Conviver enfatizou que a autonomia e gestão é de respon-

Comunidade Fazenda Canto Galo participa de curso para associações

Com a realização do curso de capa-citação para dirigentes e ficais de associação, um caminho empolgante começa a ser traçado para os mora-dores da comunidade Fazenda Canta Galo, no município de Candeias. Sob o direcionamento de Joel da Silva, da OCS Brasil, a oficina aconteceu na Escola Municipal Dr. Francisco Gual-berto D. Fontes e foi compactada em dois momentos: uma parte teórica pela manhã e um momento prático à tarde. Após os debates e pausa para almoço, a segunda etapa envolveu

sabilidade da associação. “Orientamos na composição do núcleo da Casa de Farinha, para gerir o equipamento, além da ela-boração de um acordo de uso coletivo”, aponta Joel.

Também entram para a lista de realizações em 2016: o processo de organização e for-talecimento das comunidades no entorno do campo de Buracica (com o seminário de constituição do Conselho Buracica em Ação), além do suporte jurídico-institu-cional para a fundação da Cooperativa de Alimentos Puro Sabor Mulheres Empreen-dedoras de São Sebastião do Passé (BA), com sede na comunidade de Brejo Grande.

Participação dos moradores estimula atuação de associações comunitáriasO trabalho de organização e fortaleci-mento das associações comunitárias desenvolvido pelo Projeto Conviver mos-tra a importância do protagonismo dos moradores para que demandas sociais se transformem em resultados objetivos. De acordo com Joel Silva, responsável pelas ações de organização comunitária do projeto, 2016 trouxe concretizações de objetivos. “Há bastante trabalho a fazer, mas cumprimos nosso dever, pelo menos, numa maior articulação e autogestão das associações comunitárias”, avalia.

Algumas iniciativas merecem destaque, como as desenvolvidas na comunidade Monte Vidinho, em São Sebastião do Passé. “Constituída há mais de 14 anos, a associa-ção da região estava desestruturada. Por-tanto, a pedido dos moradores, realizamos uma palestra interativa de organização comunitária”, explica Joel. Foram consti-tuídas comissões para recadastramento do quadro social, além de análise e reforma do estatuto. “Em 2017, vamos assessorá-los num trabalho de elaboração do Plano Bá-sico de Ação Participativa da Associação”.

Conselho Buracica em Ação nasceu durante seminário em Alagoinhas

simulações coletivas: reuniões, elabo-ração de balanços financeiros, apre-sentação de atas e detalhamento dos cargos numa associação.

Marineide Ferreira, atual presidente da associação local, diz que um dos méritos do curso é desmistificar as responsabilidades de uma associação para os moradores. “Foi gratificante participar porque me estimulou a fortalecer cada vez mais nossa asso-ciação. Precisamos permanecer uni-dos e em colaboração”.Curso estimula união entre moradores

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Boletim Informativo 7

Agroecologia

Qualquer relação com a natureza exige cuidados periódicos e paciência. Essas lições precisam ser levadas com firme-za pelas comunidades atendidas pelo Projeto Conviver na implantação dos BCSC (Bancos Comunitários de Semen-tes Crioulas) e de áreas de SAF (Sistema Agroflorestal). As iniciativas, na verdade, materializam os resultados de ações for-mativas com os núcleos comunitários, num trabalho que enfatiza a preservação de ecossistemas. Segundo Rafael Cezim-bra, um dos responsáveis pelas iniciati-vas de educação ambiental, em 2016 foi possível consolidar os projetos junto às comunidades aptas, visando revitalizar solos degradados e melhorar a susten-tabilidade ambiental de seus moradores.

“No caso do banco comunitário de semen-tes, fizemos o trabalho de resgate e teste das variedades culturalmente utilizadas pelas comunidades. Além disso, no contato com os moradores, foi possível identificar as pessoas com maior afinidade e aptidão para preservar e reproduzir essas semen-tes”, explica Rafael. O Projeto Conviver segue o trabalho de resgatar essas experi-ências em cinco áreas: Baixão (Entre Rios), Margarida Alves (Jandaíra), Nova Esplana-da (Esplanada), Nova Luzitânia (Esplanada) e Ana Rosa (Pojuca). “Em 2016, entregamos sementes de milho crioulo das variedades Capuco Roxo e Catinqueiro, e de feijão de corda (tipo vigna). Muitas pessoas testa-

Metodologia permite plantar mais de 50 tipos de espécies vegetais em pequenas áreas

ram as variedades crioulas, e mesmo com condições meteorológicas desfavoráveis (seca) obtiveram colheitas, reproduziram, selecionaram sementes e estão aptas para, em 2017, seguirem com o plantio”.

Na ação do apoio aos bancos de sementes, é válido ressaltar o intercâmbio realizado em Sergipe no mês de outubro de 2016. As viagens para os povoados de Lagoa da Areia (Monte Alegre) e Lagoa da Volta (Porto da Folha) serviram para a apresen-tação de experiências agroecológicas bem sucedidas de bancos comunitários de se-mentes crioulas com o objetivo de capaci-tação e troca de conhecimentos.

Foram selecionadas as seguintes comu-nidades: Acampamento Pôr do Sol (Mata de São João); Fazenda Ana Rosa (Pojuca); Baixão (Entre Rios); Assentamento Nova Esplanada (Esplanada); e Assentamen-to Margarida Alves (Jandaíra). A escolha

Fazenda Espinho, no município de Alagoinhas, já produz alface, coentro e cebolinha

aconteceu na identificação de aptidão para multiplicar e guardar sementes crioulas. Na sequência, agricultores de Margarida Alves (Jandaíra), Fazenda Ana Rosa (Pojuca), Baixão (Entre Rios) e Nova Esplanada (Esplanada) participaram do 1º Festival de Sementes Crioulas da Bahia. Rafael explica que, na implantação do Sistema Agroflorestal (SAF), as principais ações estão em desenvolvimento no as-sentamento Margarida Alves. “Esse é um sistema de médio a longo prazo e que se retroalimenta. São mais de cinquenta ti-pos diferentes de plantações num peque-no espaço de terra. Já foram implantadas áreas coletivas e individuais no assenta-mento”. As primeiras áreas, implantadas no mês de março de 2016, já tiveram colheitas, como feijão de corda, milheto, milho, nabo forrageiro, guandu, feijão de porco. “Daqui a dois anos será possível en-trar aqui colhendo de tudo: cacau, caju, café, aipim, banana, maracujá, etc. O pla-no é ampliar a tecnologia dos SAF’s para outras comunidades, como no Assenta-mento Fazenda Ana Rosa, em Pojuca”.

“O importante nisso tudo é que o sistema agroflorestal e os bancos comunitários de sementes seguem a mesma linha agroe-cológica. Dessa forma, uma ação comple-menta a outra. O SAF ajuda a produzir se-mentes. Ali está o código secreto para que a vida brote. Um grão pequeno originar uma árvore grande ou gerar um alimento”.

Sistema agroflorestal e banco de sementes revitalizam solos e fortalecem sustentabilidade no meio rural

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Empreendedorismo

O objetivo do encontro era formal, mas a emoção não pôde ser contida. O dia 3 de novembro de 2016 foi especial na comu-nidade de Brejo Grande porque marcou a fundação Coopas (Cooperativa de Ali-mentos Puro Sabor Mulheres Empreen-dedoras de São Sebastião do Passé). As futuras cooperadas se reuniram, em as-sembleia, naquele sábado à tarde para a leitura final do estatuto social, além da eleição da diretoria. Os trabalhos foram conduzidos por uma comissão provisória (Ana Flávia, Rose Matos e Ângela Gomes).

Ana Flávia, presidente da assembleia, destacou a importância da cooperativa e lembrou, emocionada, dos desafios que encontraram para conseguir se articular enquanto produtoras. “Começamos os trabalhos nas nossas próprias casas e, hoje, estamos aqui como cooperadas”, afirmou. Após a leitura dos capítulos do estatuto social, produzido coletivamen-te, era necessária a aprovação desse do-cumento pelas participantes no registro de fundação.

“Aqui fica instituído que a sede da co-operativa é em Brejo Grande, mas ela

deverá abarcar interessadas em todo o município de São Sebastião do Passé. A área de atuação será em todo o territó-rio nacional”, destacou Ana Flávia. Após eleição e posse da diretoria e conselho fiscal, uma nova mesa foi composta: Ana Rita Oliveira, diretora-presidente; Vilma Damiana, representante do con-selho fiscal; Amauri Lima, presidente da associação; Angela Gomes, coordenado-ra do Puro Sabor; e Joel Silva, represen-tante do Projeto Conviver.

Ana Oliveira, nova diretora-presidente, disse que o ato de fundação da coope-rativa é um passo importante na cami-nhada do coletivo. “Farei o que estiver ao meu alcance para que os trabalhos fiquem mais fortes e possamos crescer juntas”, declarou. Já Ângela Gomes agra-deceu o suporte da Petrobras nas fases de organização das mulheres em São Sebastião do Passé. “Precisamos manter sempre a unidade da cooperativa”.

Em nome da OCS Brasil, Joel Silva lem-brou etapas de formalização da coo-perativa com o suporte jurídico e or-ganizacional do Projeto Conviver. “É

uma alegria imensa fazer parte dessa assembleia de fundação. É um valor in-calculável ver a independência de todas vocês nessa iniciativa”. Ele ainda citou a relevância de ações conduzidas pelas futuras cooperadas, como os estudos de vocação pessoal, local e de mercado (como as pesquisas de viabilidade eco-nômica), além de também valorizarem testes de qualidade, manifestando uma preocupação com o público consumidor.

A cooperativa é o resultado de uma se-mente nascida nas próprias mulheres de Brejo Grande. A partir da mobilização de Gildete Ribeiro, então agente comuni-tária de saúde, foi formado um pequeno grupo dentro da associação com o ob-jetivo de gerar renda. O grupo evoluiu e passou a fornecer alimentos para o Pro-grama de Crianças da Petrobras, além de manter uma lanchonete em funciona-mento na base de Taquipe. Com a che-gada do projeto Conviver, a atividade que já estava consolidada como alter-nativa para o trabalho na agricultura, ganhou reforço com a colaboração da equipe OCS Brasil para a formalização do negócio e fundação da cooperativa.

Mulheres de São Sebastião do Passé fundam cooperativa de alimentos

Em assembleia na comunidade de Brejo Grande, iniciativa empreendedora foi oficializada com a presença de cooperadas e representantes da Associação local

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