40421426 Caso Elisabeth Von R

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Frulein ELISABETH VON R. Primeiro caso de anlise integral realizado por Freud / denominava de anlise psquica. 1892 paciente jovem (24 anos) dores nas pernas e dificuldade para andar (mdico conhecido HD: Histeria). - muitos infortnios / pouca felicidade: pai morrera / me realizou delicada cirurgia da vista / irm morre de uma doena cardaca de longa durao / dedicou o cuidado a todos. 1 entrevista com Freud inteligente / suportava seus males que interferiam na vida social e prazeres com ar alegre, com a belle indiffrence. - andava com a parte superior do corpo inclinada para frente mas sem apoio / grande dor ao andar e cansao (ao ficar de p) tinha que descansar em curtos intervalos, o que diminua as dores mas no as eliminava.

-Dor de carter indefinido, hiperalgesia (sensibilidade maior dor) variao de intensidade, desenvolvimento gradual por 2 anos. -HD: Histeria--------------------dor indefinida (dores orgnicas so descritas de forma definida + emoo aflitiva). --------------------ateno voltada para outra coisa (pensamentos e sentimentos vinculados elas). ---------------------expresso de prazer.

Zona Histergena determinada regio do corpo que Charcot e Freud mostraram ser sede de fenmenos sensitivos especiais (histeria de converso); regio qualificada de dolorosa revela-se libidinalmente investida / por trs da dor: pensamentos ocultos. Freud utilizou um processo de desembaraar o material psquico patognico camada por camada Tcnica de escavar uma cidade soterrada Procedimento: - a paciente deveria contar o que sabia, - Freud anotava os pontos em que a sucesso de pensamentos era obscura ou interrompida, faltava um elo / LACUNAS - a proposta era de penetrar em camadas mais profundas de suas lembranas nestes pontos (via sugesto hipntica ou verbal)

Paciente permanecia deitada olhos fechados, saa desta posio ocasionalmente / histria cansativa (E.) com experincias penosas. Camada mais superficial de suas lembranas: - Era a mais jovem de 3 filhas, ternamente ligada aos pais passou a juventude na propriedade deles na Hungria / me com sade debilitada por estados nervosos e afeco dos olhos / pai alegre homem das rodas mundanas, dizia que E. tomara o lugar de um filho ou amigo ntimo / estmulo intelectual nesta relao com o pai afastava-a do ideal de uma moa /chamava-a de atrevida e convencida/ dizia-lhe que ela teria dificuldade em encontrar marido. - E. estava descontente por ser mulher / tinha planos ambiciosos / ficava indignada de ter que sacrificar sua liberdade pelo casamento.

Pai adoece (afeco crnica do corao) apresenta um edema pulmonar (trazido para casa inconsciente, E. sofre um impacto com esta cena). Assistido por E. durante 18 meses / dormia no quarto dele / cuidava dia e noite.

Incio dos sintomas de E. corresponde a este perodo lembrana de ter ficado acamada 1 dia e meio em funo das dores (?) / recuperouse rapidamente e s 2 anos aps o falecimento do pai que ela se sentiu doente, incapaz de andar por causa das dores.

Sombra sobre o estado de esprito desta paciente: lacuna na vida destas 4 mulheres deixada pela morte do pai / isolamento social / interrupo de tantas relaes / sade precria da me com progressiva piora, E. passa a cuidar dela.

Aps o ano de luto, a irm mais velha casa-se com um homem dinmico porm egosta que desconsidera a sogra desencadeando a luta de E. contra o seu cunhado / desapontamento com ele e a irm que evitava tomar partido / E. reteve queixas no verbalizadas. Diante da mudana desta irm e marido para uma cidade remota, E. percebe sua incapacidade de proporcionar me um substituto pela felicidade que perdera. - Casamento da 2 irm promete um futuro melhor para esta famlia, menos dotado intelectualmente, porm tinha considerao por todos / esta atitude reconciliou E. com a instituio do matrimnio, com os sacrifcios que implicava / jovem casal permaneceu morando perto e seu filho tornou-se o predileto de E. - Agravamento doena da me que permanece num quarto escuro e E. ficou com ela / realizao da cirurgia levando a recuperao.

- Reunio das 3 famlias numa estao de frias de vero / momento de felicidade / esperava-se que E. (exausta) pudesse descansar. Nestas frias iniciaram-se as dores e fraqueza locomotora de E. aps um banho quente / dia anterior tinha feito uma longa caminhada (suspeita de cansao ou resfriado). -A partir desta poca E. foi a invlida da famlia Indicao de tratamento hidroptico / nova preocupao: a 2 irm engravidara novamente / estado grave ( doena cardaca) / E. e a me retornam da viagem mas chegam tarde demais / E. sofreu com a perda desta irm e com as idias desencadeadas de culpa e acusaes em relao ao vivo por ter engravidado a irm em sucesso imediata.

Colapso de tudo: infelicidade causada pelo casamento, infelicidade da me, afastamento deste cunhado de sua famlia levando seu amado sobrinho sendo acusado de cruel, disputa entre os seus 2 cunhados por exigncias financeiras do vivo... Pg 193 Saga de sofrimento

Abasia: incapacidade para a marcha sem diminuio de fora muscular ou diminuio da sensibilidade. Astasia: incapacidade de manter a postura vertical ou ereta, causada por falta de coordenao motora.

HD: usava suas sensaes fsicas como smbolo das mentais.

Trauma psquico: qualquer afeto que provoque medo, angstia, vergonha ou dor psquica, depende: da sensibilidade do indivduo, de um estado hipnide, de traumas parciais e sua acumulao ao invs de trauma nico e de um estado de grande excitabilidade. Algo da ordem do excessivo / aumento da tenso no aparelho psquico / incapacidade de responder de forma adequada. 1 perodo de tratamento reuni o relato de sua histria / repetia sentir-se doente, as dores permaneciam intensas sem melhora / expresso maliciosa de satisfao pela falta de compreenso de Freud. Indagao: qual tinha sido a impresso psquica qual se vinculara a primeira emergncia de dores nas pernas? Tentativa de hipnose, presso na cabea (sugesto verbal) para dizer tudo que aparecesse em sua imaginao ou lembrasse.

Nada ocorreu por um bom tempo at que surge uma associao: -pensara numa noite em que um jovem a acompanhara at em casa aps uma festa, da conversa entre eles e da volta cabeceira do pai enfermo. - nova corrente de idias um segredo / este rapaz era filho de uma famlia prxima, era rfo afeioado ao pai dela / convivncia agradvel / convico de que ele a amava / ainda no podia sustentar-se, ela estaria disposta a esperar. - esta lembrana desta noite correspondia ao clmax dos sentimentos afetuosos dela por ele / por insistncia da famlia e do pai foi persuadida a ir a uma reunio na qual era provvel que ela o encontrasse / ao chegar em casa encontrou o pai pior e recriminou-se por haver gasto tanto tempo divertindo-se / poucos vezes, depois, encontrou-se com este amigo e o jovem afastou-se dela por respeito.

Decepo em seu primeiro amor / nestas cenas associadas, Freud procura as causas de suas primeiras dores histricas / contraste entre a alegria que ela havia se permitido naquela ocasio e o agravamento do estado do pai / conflito situao de incompatibilidade. Resultado deste conflito----------------mecanismo de converso: - idia ertica reprimida-------------------o afeto ligado idia foi utilizado para intensificar ou reviver uma dor fsica. Freud pesquisa o primeiro aparecimento das dores / reviver a lembrana da paciente. O histrico sofre de reminiscncias.

Segundo perodo do tratamento A paciente relaciona as dores da coxa direita: todas as manhs seu pai costumava descansar a perna apoiada nesta regio enquanto ela renovava a atadura devido ao seu inchao (zona histerognica) / suas pernas doloridas comearam a participar da conversao / nas sesses, uma lembrana especfica despertava a dor / ao trmino de seu relato a dor desaparecia / se a dor persistisse sinal que ainda havia algo a relatar / dores como bssola (perodo de ab-reao / melhora da paciente). Freud dirige a ateno para a forma pela qual a abasia poderia ter sido estruturada nessas zonas dolorosas, deste modo: - estava de p quando o pai foi trazido aps o ataque cardaco (com susto ficou paralisada) numa cadeia associativa chega ao estar de p ao lado do leito de morte da irm conexo entre as dores e ficar de p.

Caminhar doloroso passeio na estao de cura / irm passou mal / cunhado acompanhou o grupo por causa de E. (1 aparecimento das dores) / dor pelo contraste entre sua solido e a felicidade da irm casada. Sentada num banco de pedra numa colina pensou sobre o destino de sua famlia e sua solido, desejou ser to feliz quanto a irm / retornou com dores, aps o banho foi nesta noite que as dores surgiram em carter definitivo e permanente. No incio, deitar-se trazia um alvio mas aps a viagem para ver a irm doente, onde deitada no trem as dores fortssimas se mantiveram, a condio de deitar-se passou a ser mais dolorosa. Cada novo tema catexizara uma nova regio das pernas / ligao das funes das pernas com as sensaes dolorosas / na formao de sua astasia-abasia o ficar sozinha tornara-se doloroso.

Sentimento de desamparo sentia que no podia dar um nico passo frente / expresso simblica de seus pensamentos dolorosos encontrada na intensificao de seus sofrimentos. Freud utilizou a tcnica de provocar imagens e idias fazendo presso sobre a cabea, dependia da cooperao da paciente / havia momentos em que nada surgia. Partiu do pressuposto de que o mtodo nunca falhava, Freud avaliava que E. criticava a idia ou por considera-la irrelevante ou desagradvel. Algo ela ocultava resistncia oferecida pela paciente na reproduo de suas lembranas

Terceiro perodo do tratamento Paciente encontrava-se melhor mas as dores no tinham sido removidas repetiam-se de tempos em tempos anlise incompleta / certa vez, em uma sesso paciente ouve o cunhado perguntando por ela, sbito surgimento das dores severas... Associaes detalhadas / passeio com o cunhado / felicidade da irm/ sentir-se frgil / pensamento diante da morte da irm: Agora ele est livre novamente e eu posso ser sua esposa. Gnese dos sintomas histricos defesa de uma idia incompatvel atravs da converso de excitaes psquicas em algo fsico e a formao de um grupo psquico separado. A recuperao desta idia reprimida causou grande sofrimento / processo de ab-reao.

Discusso Relato dos casos como contos Ligao ntima entre a histria dos sofrimentos do paciente e os sintomas de sua doena. Caractersticas das pessoas histricas: seus dons, ambio sensibilidade moral, excessiva busca de amor de incio satisfeita pela famlia...exclui degenerescncia, mancha hereditria. Efeito depressivo de cuidar do pai durante uma longa doena perturbao do sono - interrompido, desleixo de sua prpria pessoa, constante preocupao com as funes vegetativas de outra pessoa hbito de suprimir todos os sinais de sua prpria emoo Histeria de reteno.

1894-1895 Histeria Hipnide - estado de conscincia onde as representaes que surgem formam um estado psquico separado (Breuer). Histeria de Reteno- o afeto no foi ab-reagido, impedido de descarga devido condies sociais, exteriores desfavorveis. Histeria de Defesa defesa que o indivduo exerce sobre representaes susceptveis de provocarem afetos desagradveis / desprazer. Freud abandona esta classificao / enfatiza o conflito e o processo defensivo em qualquer histeria.

Histeria------------reminiscncias Enquanto cuidara do pai E. desenvolveu pela 1 vez um sintoma histrico (?): uma dor numa regio especfica da coxa direita / por meio da anlise obteve-se uma explicao do mecanismo do sintoma / ocorreu no momento em que o crculo de idias que abrangia seus deveres para com o pai entrou em conflito com o contedo do desejo ertico / a presso das autocensuras favoreceu a dedicao ao pai e provocou a dor histrica. O que que se transforma em dor fsica? Reprimiu a idia ertica da conscincia e transformou a sua emoo em sensaes fsicas de dor.

Ponto mais alto de seus sentimentos erticos bem como de suas dores - na estao de cura. Amor pelo cunhado estava presente em sua conscincia como um corpo estranho, sem ter entrado em relao com o restante de sua vida ideacional / grupo psquico isolado da livre conexo associativa de pensamento. Mecanismo de converso / diviso de conscincia.

Paciente de p ao lado do leito da irm e um pensamento lhe ocorreu: Agora ele est livre e voc pode ser sua esposa histeria de defesa em algum momento a idia incompatvel esteve em comunicao com a principal corrente de pensamento, momento(s) traumtico(s) onde se estabelece o conflito neste momento ocorre a diviso da conscincia e os sintomas histricos. Novo episdio de idias erticas entra em conflito com as idias morais: desejava o cunhado condio inaceitvel (conflito) ponto central da histria da doena a cota de emoo foi convertida e assim o amor inconsciente reduziu-se a uma idia fraca. Esta reduo da fora tornou possvel a existncia desses sentimentos inconscientes como um grupo psquico separado. Ocorreram para E. vrios momentos traumticos: as cenas do passeio, o devaneio matinal, o banho e a presena cabeceira da irm.

Trao mnsico (ou mnmico): designa os acontecimentos que se inscrevem na memria / so permanentes mas s so reativados depois de investidos. Posterioridade (aprs-coup / 1896): termo utilizado por Freud em relao com a sua concepo de temporalidade e de causalidade psquica: h experincias, impresses, traos mnsicos que so ulteriormente remodelados em funo de experincias novas / ganham um novo sentido, uma eficcia psquica /o sujeito modifica posteriormente os acontecimentos passados e esta modificao lhes confere um sentido e mesmo uma eficcia ou um poder patognico. Carta a Fliess (1896) ...trabalho na hiptese de que o nosso mecanismo psquico se tenha estabelecido por estratificao: os materiais presentes sob a forma de traos mnsicos sofrem de tempos a tempos, em funo de novas condies, uma reorganizao, uma reinscrio.

1 perodo ausncia de sintomatologia / (acamada com dor por apenas um dia) quando a paciente cuidava do pai, quando seus deveres de enfermeira entraram em conflito com os seus desejos erticos prottipo de outros fatos posteriores. 2 perodo ocorrem os sintomas conversivos enquanto a paciente experimentava/ reproduzia as impresses do 1 perodo. A converso no ocorreu enquanto a paciente experimentava as impresses do 1 perodo, mas somente depois do fato, no 2 perodo, enquanto reproduzia aquelas impresses em seus pensamentos mecanismo que desempenha um papel regular na gnese dos sintomas histricos. Grupo de causas traumticas / fator quantitativo qual o grau mximo de tenso emotiva que o organismo pode tolerar? A formao dos sintomas histricos processa-se com base em emoes relembradas.

A dor inicialmente orgnica pode tornar-se um smbolo mnmico das suas excitaes psquicas penosas. Conexo associativa entre a dor fsica e o afeto psquico carter mltiplo. Pela simbolizao E. encontrara na astasia-abasia uma expresso somtica para o fato de no ter uma posio independente, pela sua incapacidade de modificar suas circunstncias e as frases: no ser capaz de dar um nico passo frente no ter nada em que se apoiar serviram de ponte para o ato de converso. Histeria restaura o significado original das palavras / o sintoma fala.

At 1915 Classificao: - Neuroses Atuais no resultam de conflitos infantis resultam da ausncia ou inadequao da satisfao sexual / domnio somtico: - Neurastenia (fadiga fsica, sintomas variados...) - Neurose de Angstia (acessos de angstia...) - Psiconeuroses (1894) afeces psquicas em que os sintomas so a expresso simblica dos conflitos infantis: - de Transferncia (Histeria/ Fobia /Obsesses) - Narcsicas (Psicoses)