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A África está em nós - Livro 3 - Unidade 2

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HISTÓRIAS CRUZADAS: BRASIL E ÁFRICA

Observe a localização do Brasil e dos países do continente africano no mapa.

Durante séculos, muitos africanos foram trazidos para o Brasil, carregando consigo as suas culturas e fazendo história.

Em épocas remotas, os continentes da América do Sul e da África eram ligados e formavam o Gondwana - primitivo e extenso continente.

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Ligados pela cultura e separados pelo Atlântico, o Brasil e a África apresen-tam realidades marcadas por semelhanças e diferenças.

CID

AD

ES

BA

OB

ÁS

Zona rural / Senegal - África

Cairo / Egito - África Porto Alegre - RS / Brasil - América do Sul

Recife - PE / Brasil - América do Sul

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A cultura brasileira tem características próprias resultantes da mistura de povos de origens diferentes.

Os toques de atabaques, baterias de escolas de samba, bumbas meu boi, blocos afros, blocos de frevo, congadas e muitas outras formas de festejos e danças, revelam a força da vida, falando dos heróis da comunidade, ensinando amizade, perdão, responsabilidade, dando identidade cultural ao povo brasileiro afrodescendente.

SONS E RITMOS

Congada - São Paulo

Músico de escola de samba - Rio de Janeiro

Paulinho da Viola - Cantor

Passista do frevo - Pernambuco

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Agora é com você!

1. Converse com seus colegas sobre os sons e ritmos da sua cidade.

2. Represente, no espaço abaixo, uma cena de dança que você conhece. Pode usar recorte e colagem, desenhos ou fotografias.

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Meu coração, não sei por quê

bate feliz, quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

e pelas ruas vão te seguindo

mas mesmo assim, foges de mim.

Trecho da letra da música “Carinhoso”

O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. O nome choro veio do caráter choroso da música tocada por pequenos conjuntos dos subúrbios cariocas.

Pesquise a letra completa desta canção e aprenda a cantá-la com seus •colegas.

Pixinguinha, nome pelo qual ficou conhecido o músico Alfredo da Rocha Viana Filho (1897-1973), foi um dos mais importantes compositores populares do Brasil. Ele estabeleceu algumas bases da música popular brasileira, particularmente do choro, e deu início a uma linguagem orquestral brasileira. “Carinhoso” que tem letra dos compositores João de Barro e Orlando Silva, é uma das mais conhecidas músicas compostas por Pixinguinha.

Choro

Grupo de choro de Ademir Cândido

Pixinguinha

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Samba

O samba da minha terra Dorival Caymmi

O samba da minha terradeixa a gente molequando se dançatodo mundo bole (bis)

Eu nasci com o sambacom o samba me crieie do danado do sambanunca me separei

O samba da minha terra...

Quem não gosta de sambabom sujeito não éou é ruim da cabeçaou doente do pé

O samba da minha terra...

Quem não samba também bolequem não mexe também bolequem não ginga também bolequem é moço também bolequem é velho também bole

Samba é uma expressão cultural e musical de um movimento poético que caracteriza a alma nacional, de norte a sul, constituindo-se num dos fundamentos da musicalidade e da cultura brasileira. O batuque que atravessou o Atlântico nos navios negreiros, incorporou os chocalhos e maracás dos povos indígenas, anexou a viola dos portugueses e deu origem ao samba, ritmo de maior popularidade no país, e hoje é referência do Brasil em qualquer parte do mundo. O primeiro samba gravado a fazer sucesso, no final de 1916 e início de 1917, foi o famoso “Pelo telefone”, de Ernesto dos Santos, o Donga.

Ala das baianas - escola de samba

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Pesquise em revistas, jornais ou na internet imagens e informações sobre compositores brasileiros considerados “sambistas”.

Cole-as no espaço abaixo e apresente o seu trabalho ao grupo-classe.

“Quem não gosta de samba,bom sujeito não é.Ou é ruim da cabeça,ou doente do pé”

Dorival Caymmi

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A palavra frevo vem de ferver (fervo).A primeira coisa que se pode dizer do frevo é que ele é lindo.O frevo possui um ritmo contagiante, com grande variedade musical e riqueza de arranjos. Possui coreografias ricas, variadas e fortes, denominadas “passos”, tendo algumas delas sido derivadas da capoeira.O Galo da Madrugada - clube de alegorias do Recife, Pernambuco - leva às ruas milhares de pessoas, sendo considerado o maior do mundo.

Frevo

Galo da Madrugada - Recife-PE

“Ei pessoal,

vem moçada

Carnaval começa

no Galo

da Madrugada”.

Frevo: música originária do dobrado (o dobrado é também conhecido como “marcha militar”); o frevo é música própria do carnaval de Pernambuco, utilizada em danças de ruas e de salão. Quando a dança do frevo é executada por solista, é denominada “passo”.

Introdução do frevo Hino do Galo da Madrugada, de autoria de Alceu Valença e José Mário Chaves.

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Responda:

1. Quais os grupos de frevo que você conhece?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

2. Pesquise em revistas, jornais ou na internet informações sobre grupos de frevo da sua cidade. Anote no espaço abaixo as informações que você achou mais interessantes.

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

3. Escreva sobre o frevo para ler e comentar no grupo-classe. Pode ilustrar, se quiser.

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O batuque com ritmo dançante, comum aos blocos baianos, tem sua origem na música africana.

Você sabia?

Olodum - a música do olodum é anuncia-dora de um movimento de cidadania negra urbana, baseada nos rituais da tradição dos candomblés, da capoeira e dos quilombos, é a música dos iorubás, dos ibós, dos jejes, dos negros africanos que vieram do Golfo da Guiné, da Costa Ocidental e da Baía de Luanda (Angola).

Os Filhos de Gandhy* - afoxé fundado em 1949 por um grupo de estivadores do porto de Salvador, que resolveu homenagear Gandhi, um líder indiano pioneiro da política da não violência, este bloco cresceu muito, e hoje sai às ruas com mais de 4.000 homens, todos vestidos de branco, ou de uma cor muito suave, formando, ao desfilar, um “tapete da paz”.

Ilê aiê - bloco carnavalesco baiano que tem como principal objetivo difundir a cultura de origem africana no Brasil, no carnaval o bloco apresenta músicas que resgatam a história e a cultura negra, com letras que afirmam a negritude, e muitas vezes fazendo a exaltação de líderes que lutaram ou lutam pela causa afro-brasileira.

Você conhece alguns desses blocos? Converse com seus colegas.

* Os fundadores do bloco optaram por uma grafia diferente daquela usada para designar o lider pacifista indiano Mohandas Gandhi, conhecido como Mahatma (a grande alma) Gandhi. (1869 - 1948).

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Bumba meu boi

A origem do bumba meu boi no Brasil está ligada aos africanos que viviam nos engenhos e fazendas nas últimas décadas do século XVIII, e a elementos orientais e europeus. O fato é que o “boi brasileiro” é uma rica manifestação cultural. É o folguedo mais conhecido e dançado. Nele se percebe a presença de diversos elementos culturais, que variam segundo a região do Brasil onde está sendo apresentado. Por exemplo, no Maranhão sotaque de matraca (indígena), sotaque de orquestra (europeia), sotaque de zabumba (africana), são denominações que se referem aos tipos de instrumentos usados para produzir a música do folguedo. O bumba meu boi apresenta uma interessante e lúdica história:

“Quando a Mãe Catirina fica grávida, ela só tem um desejo: comer a língua e o coração de um boi. Como na casa de Mãe Catirina não tem boi, seu marido sai procurando um. O primeiro que encontra ele mata. Só que, antes que Mãe Catirina realize seu desejo, aparece o dono do boi, fala que ele era de estimação, fica fulo da vida e quer seu boi vivo outra vez, custe o que custar. Então, sai todo mundo à procura de um médico ou curandeiro para ressuscitar o boi. E assim que é ressuscitado, começam as brincadeiras em torno dele. Todos cantam, dançam, e o boi faz investidas contra pessoas que estão por perto e que, por um motivo ou outro, não são de sua simpatia.” www.abrasoffa.org.br/folclore/danfesfol/bumboi.htm

O bumba meu boi também é conhecido como: boi-bumbá, boi-jardineira, boi-jacá, boi-de-reis, boi-de-Mariquinha, boi-de-mamão, boi, boizinho, boi-calemba, reis-de-boi, cavalo-marinho.

Bumba meu boi

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3. Pesquise imagens de diferentes ocorrências do bumba meu boi. Cole ou desenhe-as nos espaços abaixo, registrando o local e o mês de ocorrência.

local: _____________________________mês: _______________________________

local: _____________________________mês: _______________________________

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Brincando...

Confeccione um boi-bumbá.

Material:- tinta guache lavável- cola branca lavável- canetas hidrográficas- dois palitos de sorvete- papel sulfite

- um pedaço de cartolina 10x10cm- seis fitas coloridas de 3 mm de largura (nº 1) e 35 cm de comprimento- 40 grãos de feijão ou milho- um rolo de papel higiênico (só o canudo)

Modo de fazer:1. Para fazer a cabeça, meça 5 cm de altura em um dos rolinhos, marque toda a volta e corte. Neste pedaço de 5 cm, faça um corte de 3 cm na perpendicular, passe cola e sobreponha uma ponta a outra, formando um cone.

2. Desenhe os chifres e as orelhas. Recorte. Dobre as pontas de cima das orelhas e grude nas laterais da cabeça. Cole os chifres por dentro do cone.

3. Com a tinta guache marrom pinte a cabeça. Depois de seca, faça os olhos e nariz com a caneta preta. No papel sulfite pinte uma estrela e cole abaixo dos olhos do boi.

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4. Corte dois círculos de cartolina com diâmetro maior que o do rolinho, de 5 cm cada um, e cole em uma das extremidades do rolinho. Depois de colado, coloque os grãos dentro. Cole o outro círculo na outra extremidade e recorte as sobras.

5. Pinte o rolinho com o guache lavável na cor preta. Deixe secar e pinte os palitos na cor de sua escolha. Cole cada palitinho no centro de cada lateral e coloque para secar.

6. Recorte um pedaço de papel sulfite 10 x 20 cm para fazer a capa. Crie flores, estrelas, corações e círculos com as canetinhas hidrográficas. Preencha o espaço entre as figuras de preto.

7. Cole a cabeça em uma das extremidades do rolinho inteiro. Corte as fitas ao meio e cole-as nas pontas dos chifres. Cubra o corpo com a capa e cole-as nas laterais e sobre os palitos.

*Oficina adaptada da Revista Nova Escola- Agosto de 2005. Ano XX, nº 184

Agora, divirta-se com seus colegas brincando com o bumba meu boi, um dos maiores símbolos da cultura brasileira.

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1. Em dupla, decifre e escreva as palavras.

BASAM

BÓCARIM

ACANAFRI

GOPADE

BORESTAM

CAMÚSI

POLARPU

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2. Depois, complete o texto sobre música popular brasileira, usando corretamente as palavras decifradas.

Agora é com você!

Escolha uma palavra do texto, embaralhe as letras e desafie um colega. Qual é a palavra?

Tentativas do colega:

______________________________________________________________

______________________________________________________________

A ______________ popular brasileira foi bastante influenciada

por ritmos, sons, instrumentos, cantos e melodias de procedência

______________. Os indivíduos vindos da África tinham uma organização

política adiantada, uma arte rica e uma mitologia definida.

A tradição africana de cantar durante o trabalho foi trazida para as

Américas e influenciou a música ________________. Assim, surgiram

ritmos de origem africana como o lundu, o __________________, o

batuque e mais recentemente o _________________.

Na ilha de Marajó, no litoral do Pará, estendendo-se ao Amapá e

até ao Maranhão, ao som dos ________________, ocorre uma dança de

roda chamada _______________.

MINHA PALAVRA

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COSTUMES E GESTOS

Através dos séculos de formação do povo brasileiro, os africanos, convivendo ao longo do tempo com as demais etnias, deixaram marcas na sociedade, presentes nos modos de andar, passos ritmados...

modo de carregar as crianças...•

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diferentes cortes de cabelo, penteados e acessórios...•

Pesquise com seus familiares costumes semelhantes a esses herdados dos nossos ancestrais africanos. Apresente o seu trabalho ao grupo-classe.

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uso de contas, pulseiras e colares.•

Agora é com você!Represente no quadro ao lado peças e acessórios com características semelhantes às das ilustrações.

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RELIGIOSIDADE

Os africanos que vieram para as Américas tinham origem em diferentes povos de variadas culturas, cujas práticas religiosas apresentavam semelhanças e diferenças. Atualmente, essas práticas religiosas são bastante diversificadas, pois os africanos e seus descendentes buscaram recriar as suas religiões de origem, formando grupos para a prática religiosa de seus rituais e para a transmissão das tradições.

1. Use a sua criatividade e mostre, através de um desenho, vivências de religiosidade que você conhece. Apresente o seu trabalho ao grupo-classe.

Todas as pessoas têm os mesmos direitos, independentemente de origem, cor, nacionalidade, sexo, convicções religiosas ou políticas, do dinheiro ou dos bens que possuam.

Irmandade do Rosário-PB

Irmandade da Boa Morte-BA

Lavagem do Bonfim-BA

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Um dos sistemas de símbolos gráficos africanos é o adincra, que têm origem no povo axante, localizado principalmente em Gana, na África ocidental. O vocábulo adincra significa “dizendo adeus”.

Símbolos adincra

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Oficina: como fazer um pano adincra

Você gostaria de estampar um pedaço de tecido com os símbolos adincra? Peça ajuda ao seu professor.

Material:

esponjas (espuma) ou cortiça tesoura (pequena sem ponta)tinta lavável panela rasafolhas de papeljornais velhosum pedaço de pano branco

Modo de fazer:

Comece com um dos símbolos fáceis, como o “tenha coragem”. Peça a um adulto para ajudá-lo a esculpir o desenho na esponja ou na cortiça.Derrame tinta ou tintura na panela.Coloque jornais embaixo de uma folha de papel. Estampe os desenhos em várias linhas retas na folha de papel. Se for difícil colocar os símbolos em linha reta, trace linhas fracas a lápis no papel antes de começar.Escolha outro símbolo e siga as instruções acima.Depois de praticar com símbolos em papel, tente trabalhar com tecido.

Aos tecidos marcados com estes símbolos, o povo axante de Gana, na África Ocidental, chama de adincra.

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ARTE AFRO-BRASILEIRA

O patrimônio cultural é composto de bens materiais e imateriais que se expressam nos mais diferenes aspectos: objetos, costumes, arquitetura, escultura, canções, rituais encontrados na religião, na culinária, nos modos de tecer e vestir.

1. Desenhe no espaço abaixo elementos do patrimônio cultural - material e imaterial - da sua cidade que você conhece. Depois apresente o seu trabalho ao grupo-classe.

Arte é um jeito especial de fazer coisas com beleza e é, também, a atividade de fazê-las. Pintar, desenhar, cantar, tocar música, dançar e contar histórias são formas de arte.

In: Marina Baird Ferreira e Margarida dos Anjos. O Aurélio com a Turma da Mônica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

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Aleijadinho: Antônio Francisco Lisboa (1730-1814). Foi o mais brilhante representante da arte barroca no Brasil. Filho do artista português Manoel Francisco Lisboa e da sua escrava Isabel, nasceu em Sabará (MG). Realizou seus trabalhos principais em igrejas do interior de Minas, especialmente Ouro Preto, São João d’El Rey, Mariana e Sabará. São de sua autoria os doze grandes profetas do santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo.

Desde o século XVI, os africanos e seus descendentes contribuíram para o desenvolvimento das artes plásticas do Brasil. Iniciaram como aprendizes no trabalho de construção de igrejas e monumentos religiosos, tornando-se depois verdadeiros artistas, esculpindo imagens religiosas e entalhes no interior das igrejas com pinturas a ouro. Na arte brasileira é importante o registro da contribuição dos afrodescendentes Mestre Valentim e Aleijadinho.

Painel de altar, Mestre Valentim

Profeta Oséias, escultura de Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho)

Mestre Valentim: Valentim da Fonseca e Silva, escultor e arquiteto, nascido em 1750, em Minas Gerais, e falecido no Rio de Janeiro em 1813. Todas as talhas e imagens que produziu se encontram em igrejas e suas esculturas em metal em parques do Rio de Janeiro.

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Alguns artistas são respeitados em outras tendências, tais como:

Estevão Silva da Conceição

Nasceu em Santo Estevão, Bahia, em 1958. Um jardineiro de origem simples, que adora o verde. Construiu jardins em torno do seu barraco, semelhante a um castelo dentro de uma favela.

Antônio Firmino Monteiro

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1855. Como artista, dedicou-se a pintar paisagens, cenas da história e retratos. Destacou-se principalmente como paisagista. Faleceu em 1888.

Francisco Biquiba Guarany (1884 - 1985)

Natural de Santa Maria das Vitórias, Bahia, foi um notável escultor e artesão. É considerado o mestre das carrancas, figuras monumentais e de grande expressividade, utilizadas nas proas das barcas do rio São Francisco.

Cowdi - Estevão Silva

Paisagem de Niterói - Antônio Firmino

Carranca - Guarany

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HERANÇAS CULTURAISHERANÇAS CULTURAIS

1. Construiu jardins em torno do seu barraco.

2. Primeiro nome do escritor Guarany.

3. Destaca-se como paisagista.

4. Obra de Guarany.

5. Obra de Estevão Silva.

6. Estado onde nasceu o artista Estevão Silva.

Complete o diagrama de acordo com as informações sobre os artistas.

1.

2.

3.

4.

5.

6.

Carranca - figura ornamental de madeira colocada na proa de embarcações.

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Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Mestre Didi)

Nasceu na Bahia (em 1917) e é considerado um elo entre o Brasil e a África, porque possui um saber construído na existência vivida dentro das comunidades religiosas afro-brasileiras. Considerado um dos mais importantes escritores da tradição nagô, artista plástico e líder espiritual da comunidade nagô no Brasil. Seus escritos traduzem uma preocupação constante com a divulgação das tradições africanas, preservando a narrativa recebida dos antepassados.

Arte do Mestre Didi

Mestre Didi

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Heitor dos Prazeres (1898 - 1966)

Nasceu no Rio de Janeiro. Pintor e sambista incansável, descobriu a pintura em 1937, “para enfeitar a parede”, como diria mais tarde. Sua arte apresenta uma visão extraordinária de um mundo ideal, onde retrata gente de toda cor participando fraternalmente de uma mesma atividade.

Samba na roça - Heitor dos Prazeres

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Artista Informações

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Agora é com você!

1. Escolha um artista da sua cidade. Pesquise as suas obras, a sua vida e escreva informações sobre ele.

2. Converse com o professor e com os colegas sobre:

artistas da cidade•

a importância desses artistas para a cultura da cidade•

semelhanças e diferenças entre eles.•

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NO CAMINHO DAS ARTES

Mulher ajoelhada - República Democrática do Congo

Escultura de Miguel dos Santos - Brasil

Batentes de porta - Camarões

Painel de Miguel dos Santos - Brasil

A estética ancestral africana com vários de seus elementos registra modos de ver, sentir e interpretar o mundo. Esta estética foi continuada por seus descendentes nas Américas.

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2. Pesquise imagens de obras de artistas que, na sua opinião, apresentam características semelhantes às obras apresentadas na página 65. Apresente sua pesquisa ao grupo-classe, destacando as semelhanças encontradas.

1. Observe as imagens da página anterior e converse com os colegas sobre semelhanças e diferenças entre obras africanas e brasileiras. Anote as suas descobertas.

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A ARTE DE ILUSTRAR

O Brasil tem as marcas da riqueza do universo artístico do continente africano, também na ilustração.

Ulomma - A casa da beleza e outros contos. Sunny. Ilustrações de Denise Nascimento

Os reizinhos de Congo. Edimilson de Almeida Pereira. Ilustrações de Graça Lima

A semente que veio da África. Heloisa Pires Lima. Ilustrações de Véronique Tadjo

Ali e os camelos. Roberto Benjamin. Ilustrações de J.B. Neto e Alzir Alves

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3. Que semelhanças e diferenças você percebe entre as imagens?

Agora é com você!

Observe as imagens da página anterior e responda.

1. Qual a imagem que você mais gostou? Explique o porquê da sua escolha.

_____________________________________________________________

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2. Qual o detalhe que você destacaria em cada uma das imagens?

Ulomma

Ali e os camelos

A semente que veio da África

Os reizinhos de Congo

Semelhanças Diferenças

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MITOS E LENDAS

Heróis, deuses e mitos são personagens constantes da literatura brasileira. Todos os povos do mundo, em todas as épocas, sentiram a necessidade de que os seus heróis fossem mais fortes, mais poderosos, mais felizes e mais próximos do povo do que os heróis dos outros povos. Entre os gregos havia a crença em heróis como Hércules, Teseu, Édipo, Dédalo, entre outros que, por suas façanhas, foram considerados imortais e merecedores de culto e de tratamento poético como deuses e havia os seres mitológicos como o minotauro (metade homem, metade touro). O universo dos mitos e lendas africanas, europeias e indígenas povoa o Brasil. São histórias lindas que narram sobre a origem da vida, sobre valores, sobre as lutas e os sonhos de um povo. Entre os povos indígenas encontramos as lendas da iara, do curupira, do guaraná, de tupã, da mumuru (vitória-régia) ou do boitatá (mboitatá=fogo) que, na sua grande maioria, explicam fatos do cotidiano ou apresentam heróis protetores da floresta, dos animais ou vegetais ou, ainda, da vida. As mitologias africanas - que talvez sejam as mais antigas do mundo, porque são originárias do berço da humanidade, a África - também estão presentes no Brasil.

1. Que lendas você conhece?

2. Conte para um colega e ouça com atenção a história que ele lhe contar.

3. Conte para o grupo-classe a história que você escutou.

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Mãe do ouroregião Centro-Oeste

Botoregião Norte

Negrinho do Pastoreioregião Sul

Saci-Pererêregião Sudeste

Comadre Florzinharegião Nordeste

A ÁRVORE DA pALAVRA

Nossos antepassados entregavam a sua sabedoria por meio da palavra. Os contos e as lendas tiveram suas origens na oralidade e se constituem formas de passar conhecimentos. Assim, atravessam os tempos, mesmo sem a tinta de quem conta a história. Foi assim que chegaram até os dias de hoje, carregando sempre o seu profundo sentimento. Os contadores tem sempre uma história para cada coisa que existe no mundo. Mostravam que nada existe por acaso; todo rio tem uma fonte, todo fim tem um começo e tudo está interligado.

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O professor vai ler para você uma lenda que fala do compromisso de lutar pelo bem e o melhor para todos.

Kiriku e a feiticeira Numa aldeia da África nasce Kiriku. O pequeno Kiriku era minúsculo, tão pequeno, que não chegava a atingir o joelho de um adulto. Era rápido, esperto, muito perguntador e corajoso. Nasceu sozinho, sabendo andar e ainda escolheu o seu próprio nome — Mãe, me chamo Kiriku - disse, logo após o parto. Lavou-se sozinho e perguntava, perguntava, perguntava... Ainda no seu primeiro dia de vida: — Mãe, cadê meu pai? — Foi devorado pela feiticeira Karabá. — Mãe, e os homens da aldeia? — Todos os homens da aldeia foram devorados por Karabá. — Mãe, por que não existe água na aldeia? — Karabá, a feiticeira, mandou secar a fonte. Sem água para se banhar, para beber, para nadar, para brincar, para apagar o fogo que Karabá lançava sobre a aldeia, a vida do povo era muito dura e o menino estava decidido a resolver este problema. Kiriku, corajosamente entrou na fonte que estava seca e, dentro dela, encontrou um grande monstro que engolia toda a água. Diante daquele monstro enorme o menino ficou paralisado: — Quem vai matar o monstro? Nenhuma pessoa grande pode entrar aqui. Só eu, porque sou pequeno, posso matá-lo. Arriscando sua própria vida, Kiriku espeta o monstro e ele morre liberando a água da fonte para a aldeia. A alegria é geral e o povo aclama Kiriku como herói.

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Água de banhar, água de beber, água de nadar,

água de brincar...

Kiriku não é grande,mas é valente e tem seu valor,

ele parece um gigante,e é um grande amigo,

o seu maior tesouro é o coração. Havia água na aldeia e Kiriku era o grande herói para o seu povo, mas algo ainda inquietava o coração do menininho. — Mãe, por que Karabá é má? — Eu não sei, respondeu a mãe. — Mãe, quem sabe? — O grande sábio, seu avô. E, com coragem, decisão e a ajuda de sua mãe, Kiriku entrou numa nova aventura: encontrar o seu avô e descobrir porque Karabá é má. Vencendo toda a ira e perseguição de Karabá, Kiriku encontra o seu avô: — Bom dia, vovô. — Bom dia, Kiriku. Estava esperando por você. — Vovô, eu queria ser grande. — Quando você for grande vai querer ser pequeno. Seja feliz como pequeno, depois, você será feliz quando for grande. — Por que Karabá é má? — Porque ela sofre. Ela tem um espinho cravado em suas costas, sobre a espinha dorsal, o que lhe causa sofrimento. — Por que ela não tira o espinho? — Porque ela não o alcança. E não tem amigos para tirá-lo. Existe outra razão. O espinho lhe dá poderes mágicos. Se o retirar ela perderá esses poderes.

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— Vovô, por que Karabá devora os homens? — Ela não os devorou, ela os tranformou em objetos. Kiriku, como toda criança, gosta de colo, de proteção e de carinho, por isso ele disse: — Vovô, me dê o seu colo! Às vezes eu fico triste porque tenho que lutar sozinho. O vovô pega Kiriku e o embala. Decidido a ajudar seu povo, Kiriku entrou na casa da feiticeira e aproveitando a distração de Karabá retira com os dentes o espinho cravado. Karabá é libertada do sofrimento que dava origem ao mal e transforma-se numa doce mulher que, agradecida, beija Kiriku, transformando-o num belo jovem. Os homens que foram enfeitiçados são libertados e voltam para a aldeia. Karabá e Kiriku se apaixonam e todos vivem felizes para sempre.

A lenda de Kiriku foi transformada em filme. Procure assisti-lo.

1. Você gostou da lenda Kiriku e a feiticeira? Por quê?

2. O que você achou mais importante nessa lenda?

3. Na sua opinião, qual a vantagem de Kiriku ser pequenino?

4. Você conhece alguma lenda brasileira que tenha a mesma mensagem da lenda africana Kiriku e a feiticeira? Qual?

Lenda da tradição africana. Adaptado do filme Kiriku e a feiticeira - Michel Ocelot. França/1998

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Agora é com você!

Complete a cruzadinha de acordo com o texto:

K R B

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K

U

Q E N

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A C

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Por que o camaleão muda de cor Há muitas e muitas luas, a lebre e o camaleão eram amigos inseparáveis. Naquele tempo, o interior da África era percorrido a pé por longas caravanas. Todos carregavam pacotes e cestos à cabeça, repletos de cera e de borracha, que trocavam por panos coloridos nas vendas dos comerciantes brancos nas vilas situadas junto ao mar. A lebre e o camaleão, tão logo ouviam o cântico e o alarido dos carregadores, se arrumavam rapidamente para seguir atrás dos homens. Os dois gostavam de fazer negócios também e, com suas pequenas trouxas, marchavam na retaguarda das alegres comitivas. Os carregadores traziam guizos e campainhas presos ao tornozelos, fazendo uma barulheira infernal, que servia para afugentar as feras selvagens do caminho. A lebre, sempre apressada, fazia tudo correndo. Assim que chegava à loja do homem branco, trocava rapidinho sua cera por tecidos multicolores e dizia para o camaleão: — Já estou indo — e sumia pela mata afora.

O camaleão, muito calmo, respondia: — Não tenho pressa — e regressava lentamente para a imensa floresta.

A lebre, atabalhoada, ia perdendo pelos atalhos tudo que conseguia, por causa das suas correrias insensatas.

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Conversando sobre o texto:

1. Qual era o costume no interior da África muitas e muitas luas atrás?

2. Como os dois amigos participavam desse costume antigo?

3. Qual a consequência das atitudes da lebre?

4. Na sua opinião, quais as características do camaleão que você considera positivas? Explique o porquê da sua escolha.

É por esta razão que a apressadinha anda até hoje vestida com um pano cinzento, sujo e desbotado. O lento e responsável camaleão juntou muitos tecidos das mais variadas tonalidades, e é por isso que ele pode trocar de cor a toda hora.

Texto adaptado de: Rogério Andrade Barbosa. Histórias africanas para contar e recontar. Ilustrações de Graça Lima. São Paulo: Editora do Brasil, 2001.

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VOCÊ VAI GOSTAR DE LER E NAVEGAR

A semente que veio da ÁfricaHeloisa Pires Lima / George Gneka / Mário Lemos. Ilustrações de Véronique Tadjo. São Paulo: Editora Salamandra, 2007.

É um conto onde um reizinho-meninonos convida a conhecer a história de seusantepassados que, em meio ao sofrimentoda escravidão, descobrem a coragem para tornar a vida maior que o medo.

Os reizinhos de CongoEdimilson de Almeida Pereira. Ilustrações de Graça Lima. São Paulo: Editora Paulinas, 2004.

www.sitededicas.uol.com.br/hvisual.htmwww.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/africawww.tg3.com.br/africa

Neste livro há um convite para se conhecer a “árvore da palavra” - o baobá, símbolo da África que luta para manter a integridade cultural de seus povos. De maneira doce e poética diz-se que do baobá se colhem histórias e as crianças brasileiras são chamadas a colher algumas, estreitando ainda mais o abraço entre nossos continentes.

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DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

PREÂMBULO

Visto que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla, Visto que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,Visto que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento,Visto que a necessidade de tal proteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizações internacionais interessadas no bem-estar da criança,Visto que a humanidade deve à criança o melhor de seus esforços,

Assim, a Assembleia Geral

Proclama esta Declaração dos Direitos da Criança, visando a que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens e as mulheres em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam estes direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

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Princípio 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração.

Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

Princípio 2º

A criança gozará proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportuni-dades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o de-senvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição de leis visando a este objetivo levar-se-ão em conta, sobretu-do, os melhores interesses da criança.

Princípio 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidado e proteção especial, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas.

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Princípio 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

Princípio 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão.

Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, a criança de tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e àquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Princípio 7º

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la, em condições de iguais oportunidades, a desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade. Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando aos propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

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Princípio 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.

Princípio 9º

A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

Princípio 10º

A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza.

Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência de que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.

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LEITURAS QUE ApROXIMAM O BRASIL DAS CULTURAS DA ÁFRICA

Ali e os camelos – apresenta a narração da vida de um menino tuareg que vive em um oásis do deserto do Saara e sonha com o dia da grande viagem para a vida adulta.

A rainha Ginga – é a narração da vida de uma mulher guerreira que entrou para a história do seu povo, tornando-se uma figura lendária cuja importância ultrapassou a sua pátria e se faz presente nas tradições populares do Brasil.

A serpente de sete línguas – é o relato heróico de um guerreiro que enfrenta um monstro para libertar um povo e salvar uma princesa, fundando uma nova dinastia imperial.

O mansa Musa – o Imperador vai a Meca relata a aventura fabulosa de um imperador do Mali, com sua corte, atravessando o deserto do Saara com destino a Meca, a cidade sagrada do islamismo.

Roberto Benjamin, ilustrados por J. B. Neto e Alzir Alves. Ali e os camelos. João Pessoa: Editora Grafset, 2007.A serpente de sete línguas. João Pessoa: Editora Grafset, 2007.A rainha Ginga. João Pessoa: Editora Grafset, 2007.O mansa Musa. João Pessoa: Editora Grafset, 2007.