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A ANÁLISE EVOLUTIVA DA QUALIDADE DE VIDA URBANA NA PORÇÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE GEOPROCESSAMENTO EIXO TEMÁTICO 1 – TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS. BIBIANA MARTINI – ALUNA DE MESTRADO DO PROGRAMA DE GEOGRFIA FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – [email protected] AILTON LUCHIARI – DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – [email protected] RESUMO Na atualidade a discussão sobre a qualidade de vida se tornou uma questão de extrema importância, principalmente no meio urbano, um meio geralmente caracterizado por pequenas porções do espaço com condições ambientais e sociais muito desiguais. Este tema é bastante rico para a ciência geográfica porque trata da interface entre a sociedade e seu território, ou seja, considerando para tal tanto os aspectos sociais e econômicos (como uma sociedade se organiza) quanto os físicos-territoriais e ambientais, para melhor se desenvolver em dado território. Como principal objetivo tem-se “a análise evolutiva da qualidade de vida urbana na porção sul do município de São Paulo nas décadas de 1990 e 2000”. O embasamento metodológico enfoca o mecanismo de análise, tanto evolutiva quanto comparativa. O método de análise considera o todo (a qualidade de vida urbana) e suas partes componentes (as variáveis de análise entre elas: os dados de infra-estrutura urbana - rede geral de esgoto, abastecimento de água, coleta de lixo, e também aspectos relacionados à educação, renda, áreas verdes, entre outros ). Vale salientar ainda que esta análise tenha como base os dados censitários e como recorte os setores censitários sobrepostos às Zonas Residenciais Homogêneas Z.R.H; associando com isso os dados sócio-econômicos da população à realidade da expansão urbana do município de São Paulo. Os resultados apresentam algumas observações interessantes: primeiramente foi possível avaliar que as porções do espaço com melhor índice de qualidade de vida urbana (em sua maioria) estão mais próximas do centro da cidade. E também que as condições de infra-estrutura básica apresentam porcentagens consideradas razoáveis e que acompanham o eixo de desenvolvimento da malha urbana, ou seja, a cidade se expande e, posteriormente, os serviços vão sendo atendidos, porém com intervalos de tempo significativos. Palavras – Chaves: Qualidade de Vida – Zonas Residenciais Homogêneas – Dados Censitários EVOLUTIONARY ANALYSIS OF URBAN LIFE QUALITY IN THE SOUTH OF SÃO PAULO CITY THROUGH GEOPROCESSING PRACTICE Currently the decision about the quality of life has become a matter of major importance, especially in the urban environment, which generally characterized by small portions of space with very dissimilar environmental and social conditions. This topic is very important for the geographical science because it deals with the interaction of society and its territory, in other words, considering both social and economic aspects (how a society is organized) and physical-territorial and environmental, for a better territory development. Our main purpose is “the evolutionary analysis of the urban life quality in the south of São Paulo city in the 1990 and 2000 decades”. As a basement methodological both evolutionary and comparative analysis mechanism is used the method of analysis considered as a whole ( variable analyses: urban data infrastructure, general sewage network, water supply, collection of garbage, aspect related to education, incomes, green areas and others). Its also worth point out that this analysis has the brazilian census database and the clipping

A ANÁLISE EVOLUTIVA DA QUALIDADE DE VIDA URBANA NA … · e que o espaço urbano é caracterizado por ser simultaneamente fragmentado e articulado, sendo que cada setor mantém relações

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A ANÁLISE EVOLUTIVA DA QUALIDADE DE VIDA URBANA NA PORÇÃO SUL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ATRAVÉS DE PRÁTICAS DE

GEOPROCESSAMENTO

EIXO TEMÁTICO 1 – TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS. BIBIANA MARTINI – ALUNA DE MESTRADO DO PROGRAMA DE GEOGRFIA FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – [email protected] AILTON LUCHIARI – DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – [email protected] RESUMO Na atualidade a discussão sobre a qualidade de vida se tornou uma questão de extrema importância, principalmente no meio urbano, um meio geralmente caracterizado por pequenas porções do espaço com condições ambientais e sociais muito desiguais. Este tema é bastante rico para a ciência geográfica porque trata da interface entre a sociedade e seu território, ou seja, considerando para tal tanto os aspectos sociais e econômicos (como uma sociedade se organiza) quanto os físicos-territoriais e ambientais, para melhor se desenvolver em dado território. Como principal objetivo tem-se “a análise evolutiva da qualidade de vida urbana na porção sul do município de São Paulo nas décadas de 1990 e 2000”. O embasamento metodológico enfoca o mecanismo de análise, tanto evolutiva quanto comparativa. O método de análise considera o todo (a qualidade de vida urbana) e suas partes componentes (as variáveis de análise entre elas: os dados de infra-estrutura urbana - rede geral de esgoto, abastecimento de água, coleta de lixo, e também aspectos relacionados à educação, renda, áreas verdes, entre outros ). Vale salientar ainda que esta análise tenha como base os dados censitários e como recorte os setores censitários sobrepostos às Zonas Residenciais Homogêneas Z.R.H; associando com isso os dados sócio-econômicos da população à realidade da expansão urbana do município de São Paulo. Os resultados apresentam algumas observações interessantes: primeiramente foi possível avaliar que as porções do espaço com melhor índice de qualidade de vida urbana (em sua maioria) estão mais próximas do centro da cidade. E também que as condições de infra-estrutura básica apresentam porcentagens consideradas razoáveis e que acompanham o eixo de desenvolvimento da malha urbana, ou seja, a cidade se expande e, posteriormente, os serviços vão sendo atendidos, porém com intervalos de tempo significativos. Palavras – Chaves: Qualidade de Vida – Zonas Residenciais Homogêneas – Dados Censitários

EVOLUTIONARY ANALYSIS OF URBAN LIFE QUALITY IN THE SOUTH OF SÃO PAULO CITY THROUGH GEOPROCESSING PRACTICE

Currently the decision about the quality of life has become a matter of major importance, especially in the urban environment, which generally characterized by small portions of space with very dissimilar environmental and social conditions. This topic is very important for the geographical science because it deals with the interaction of society and its territory, in other words, considering both social and economic aspects (how a society is organized) and physical-territorial and environmental, for a better territory development. Our main purpose is “the evolutionary analysis of the urban life quality in the south of São Paulo city in the 1990 and 2000 decades”. As a basement methodological both evolutionary and comparative analysis mechanism is used the method of analysis considered as a whole ( variable analyses: urban data infrastructure, general sewage network, water supply, collection of garbage, aspect related to education, incomes, green areas and others). Its also worth point out that this analysis has the brazilian census database and the clipping

of census trats over the homogeneous residential areas Z.R.H; combine the socio-economic data of population to the reality of the urban expansion of São Paulo. As a result ( partial) not only it was possible to evaluate that the portion of space with better indice of urban life quality are located near downtown, but also that the basic unrban infrastructure was considered reasonable and that they follow the axis of development of the urban network, that is, as the urban areas grows, the urban services are provided afther a significant period of time. Key – Words: Quality of life – Homogeneous Residential Zones – Census Data

INTRODUÇÃO

O estudo da qualidade de vida urbana tem-se tornado um tema bastante considerado por

diversas áreas do conhecimento e, portanto, muito veiculado por meios de comunicação o que tornou a

temática popular e amplamente discutida. Na atualidade a discussão sobre a qualidade de vida se

tornou uma questão de extrema importância, principalmente no meio urbano, um meio geralmente

caracterizado por pequenas porções do espaço com condições ambientais e sociais muito diferentes e

desiguais entre si.

Dentro da realidade urbana este índice se tornou um forte indicador considerado na escolha da

localização de novas moradias, o que, conseqüentemente, valoriza ou não o preço da terra urbana. Este

fato pode ser bem observado na figura a seguir (FIGURA 1) onde representa a taxa geométrica de

crescimento durante a década de 1990 (recorte temporal desta pesquisa). Podemos observar o

crescimento da taxa geométrica principalmente nos distritos da porção sul do município de São Paulo,

como Grajaú e Parelheiros (em vermelho mais escuro). Sendo assim, ao analisarmos a temática de

qualidade de vida dentro das zonas urbanas, torna-se necessário salientar algumas bases teóricas sobre

o espaço urbano, tanto quanto dos atributos considerados para a elaboração dos índices de qualidade de

vida, neste caso especifico, da qualidade da vida urbana.

FIGURA 1. TAXA GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO ANUAL POR MUNICÍPIO E

DISTRITOS – PERÍODO 1991 a 2000

FONTE: AILTON LUCHIARI, 2008

As áreas urbanas, principalmente, os grandes centros urbanos dos países em desenvolvimento

caracterizam-se por uma enorme concentração populacional em busca de melhores condições de vida.

Segundo Corrêa (1993) o espaço urbano “constitui-se, em um primeiro momento de sua apreensão, no

conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas (...) distintas em

termos de forma e conteúdo social, de lazer e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão”.

Deve-se salientar ainda que este espaço é dado por uma organização espacial da própria cidade

e que o espaço urbano é caracterizado por ser simultaneamente fragmentado e articulado, sendo que

cada setor mantém relações espaciais com os demais, cada qual na sua devida proporção.

No caso específico desta pesquisa que trata de uma porção da RMSP, pode-se considerar que ”o

processo de urbanização de uma metrópole inserida no contexto das cidades globais - como é o caso de

São Paulo, caracterizada por uma urbanização fragmentada e excludente”, (MARCONDES, 1999).

Á partir deste pressuposto pode se concluir que o espaço das cidades é fortemente dividido em

áreas segregadas, refletindo e reproduzindo a complexa estrutura social em classes, ou seja, cada zona

apresenta características próprias quanto às vantagens que valorizam cada uma delas de maneira

diferenciada, sejam vantagens relacionadas à localização ou a infra-estrutura. Vantagens essas que são

traduzidas no valor e preço da terra urbana, sendo assim essa desigualdade espacializada evidencia e

reproduz a estrutura social das cidades e, conseqüentemente, da sociedade.

Desse modo, estaria implícita a relação entre segregação e a possibilidade de apropriação de

vantagens econômicas dentro do ambiente urbano e também da pressão exercida pelas camadas sociais

mais favorecidas, nas esferas do poder, para a orientação dos investimentos públicos. Sendo assim, em

princípio, a segregação se dá por um padrão básico de centro e periferia, ou seja, no centro estão as

classes mais favorecidas servidas da melhor infra-estrutura, serviços, lazer, localização e todos os

fatores que valorizam uma localidade e na periferia estão a população das classes mais carentes e

desprovidas destas benfeitorias.

A distância dos setores centrais e a inexistência ou insuficiência da rede viária e do transporte

público indicam o grau e o teor da segregação. Estes fatores devem ser considerados ao analisarmos a

qualidade de vida nas distintas zonas das grandes metrópoles. Ainda sob este ângulo Meyer (2004)

afirma que nas periferias em especial temos um alto grau de desarticulação e até mesmo um

rompimento da continuidade urbana: “nas zonas periféricas, distintos padrões de ocupação do solo

urbano, juntamente com a natureza da acessibilidade ou do sistema viário em particular, tiveram papel

específico na configuração de áreas desestruturadas, destituídas de equipamentos públicos e

desarticuladas do conjunto estruturado da cidade”.

Vale salientar ainda que esta porção do município, juntamente, com a porção oeste delimita o

quadrante sudoeste que, por sua vez, direciona o vetor de maior expansão da malha urbana da cidade.

Fato este que exige, não anteriormente como também posteriormente ao adensamento da área urbana, a

instalação de infra-estrutura e serviços que possibilitem o desenvolvimento da área e atenda aos

interesses das populações residentes.

Esta pesquisa tem uma grande importância para as análises no campo da Geografia, não só pela

área analisada como também pela temática apresentada. A área escolhida para o estudo é a porção sul

do município de São Paulo, um recorte definido cartograficamente pelo mosaico de quatro imagens de

satélite IKONOS II que recobrem porções significativas de três distritos, Cidade Dutra, Grajaú e

Parelheiros (FIGURA 2.).

Para elaborar essa análise é necessário considerar alguns atributos que juntos proporcionam um

melhor índice de qualidade de vida, qualidade esta que compreendemos ser a satisfação das condições

FIGURA 2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA RE ESTUDO

básicas para o bom desenvolvimento da vida humana. Alguns desses atributos que estão citados a

seguir são muito bem observáveis tanto nas imagens de satélite quanto nos dados censitários. São as

características desse tipo de dados e instrumentos de análise que nos permitem observar tais atributos,

como: área verde, renda, infra-estrutura (abastecimento de água, saneamento básico, coleta de lixo,

etc.), tamanho dos lotes, pavimentação, entre outros.

Ao avaliarmos a qualidade de vida da área de estudo, pretendemos associar esses dados com a

realidade da expansão urbana e a especulação imobiliária para servir de fonte de informações para o

planejamento municipal e metropolitano. Auxiliando no reconhecimento e possíveis soluções de

problemas destas populações juntamente com os órgãos públicos responsáveis. Sendo assim é de

extrema valia esta pesquisa associando dados censitários a outros dados sistematizados provenientes de

instrumentos de Geoprocessamento que contemplam a análise espacial na temática de expansão

urbana.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a elaboração desta pesquisa alguns dados são essenciais e, a seguir, serão apresentados

esses dados e as ferramentas utilizadas para analisá-los.

A principal base de dados deste trabalho se reporta aos dados censitários do IBGE de 1991 e de

2000, disponibilizados em arquivo digital. Esses dados serão analisados sob a perspectiva dos setores

censitários, considerando a área de estudo sob o recorte destes setores. A partir desta base de dados

estão selecionados alguns dados mais relevantes como os atributos relacionados à infra-estrutura

urbana, a educação, a renda, entre outros dados que serão elaborados sinteticamente seguindo

metodologias especificas.

Os dados censitários provenientes do censo do IBGE têm uma abrangência bastante grande de

dados, dados estes muito variados e valiosos, mesmo porque tratam sobre diversos tipos de grupos de

dados. Para avaliar os dados censitários é necessário, primeiramente, considerar suas características.

No caso dos dados do censo do IBGE que é um censo de periodicidade decenal, de ordem demográfica

e seus dados são coletados por amostragens e aplicações de questionários, mais tarde os dados são

tratados de forma a resultar em informações.

Para uma melhor compreensão dos dados considerados nesta pesquisa e como estes foram

associados e interpretados dentro da temática proposta é importante compreender como os dados

obtidos em estatísticas públicas (através da observação de eventos da realidade) se transformam em

indicadores sociais. Segundo Jannuzzi (2006)

“um indicador social é uma medida em geral quantitativa dotada de significado social

substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um coletivo social

abstrato (...) é um recurso metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre

um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma (...)

eles são expressos como taxas, proporções, médias, índices, distribuição por classes e

também por cifras absolutas”.

A melhor organização desses dados depende de certa classificação já que são dezenas de dados,

provenientes de diferentes fontes que devem ser organizados em centenas de variáveis, para mais tarde

serem interpretados. Para tal, os indicadores sociais são classificados em áreas temáticas da realidade

social a que se referem. É claro que muitos indicadores sociais podem ser classificados em mais de

uma temática e, por sua vez, podem ser classificados ainda como indicadores objetivos (quantitativos)

ou subjetivos (qualitativos).

Os indicadores sociais objetivos – são referentes a ocorrências concretas ou dados empíricos da

realidade social, construídos a partir de estatísticas públicas disponíveis, já os indicadores subjetivos –

correspondem a medidas construídas a partir da avaliação dos indivíduos em relação a diferentes

aspectos da realidade. No caso desta pesquisa, os dados considerados são objetivos e se enquadram

principalmente nas seguintes temáticas; demografia, educação, habitação, infra-estrutura urbana e

renda.

Para a elaboração das analises pretendidas serão utilizados alguns instrumentos técnicos, como

softwares de Geoprocessamento, de análise estatística alem de dados de Sensoriamento Remoto

orbital. Esses instrumentos serão indicados a seguir:

Software Arc GIS 9.2,

Software MINITAB 13.0,

Imagens IKONOS II,

Fotografias aéreas (quando necessárias para observações em trabalhos de campo).

Vale salientar que as imagens de satélite IKONOS II foram utilizadas num trabalho anterior de

análise da expansão do uso da terra sobre a mesma área de estudo. Trabalho este que teve como

resultado um mapa de uso da terra e sobre este mapa é que as análises espaciais serão elaboradas sobre

o recorte de cada um dos setores censitários e, posteriormente, serão elaboradas as análises estatísticas.

Todo esse procedimento será realizado para as duas datas citadas anteriormente e,

posteriormente, seus resultados serão comparados e avaliados com o intuito de vislumbrar se a área de

estudo foi beneficiada ou não e, conseqüentemente, avaliar como o índice de qualidade da vida urbana

se comportou neste intervalo de tempo.

Durante todo o processo a pesquisa será subsidiada por saídas de campo para observação e

servir de apoio para a interpretação dos dados. Serão também realizados registros fotográficos para

auxiliar ainda mais na interpretação dos dados, permitindo as correções necessárias, posteriormente, já

nos exercícios em laboratório e gabinete.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados são analisados a partir da interpretação do uso da terra sobre as imagens de

satélite de alta resolução - IKONOS II - (FIGURA 3.) e sua correlação com os dados provenientes do

censo. Cada grupo de indicadores sociais é representado por cartogramas e mapas temáticos que são

por sua vez associados (como overlays - em ambiente de SIG, neste caso utilizamos, principalmente, o

software Arc GIS) sobre o mapa de uso da terra. Mapa este que em sua área urbana é classificada em

Z.R.H. - Zonas Residenciais Homogêneas, segmentadas em manchas de alto, médio e baixo padrão

urbano.

Segundo Kurkdjian (1986), a análise das classes de uso residencial para definir os setores

residenciais homogêneos (nesta pesquisa, em particular, denominadas zonas residenciais homogêneas)

que caracterizam o espaço residencial a partir das variáveis possíveis de serem analisadas nos produtos

disponíveis. O intuito é de que seja possível avaliar de maneira bastante satisfatória a expansão e

disposição do padrão urbano na área de estudo através destas zonas. Foram identificadas doze Z.R.H.

Isto feito é analisado cada um dos setores censitários com seus respectivos indicadores sociais

mais representativos em associação com o uso da terra. As variáveis do Censo consideradas mais

importantes são representadas em cartogramas específicos para que posteriormente essas

representações sejam associadas para comporem o índice de qualidade da vida urbana.

Como já citado anteriormente, todos esses procedimentos são efetuados para as duas datas

consideradas nesta pesquisa para que na conclusão desta obtenha-se a realidade da qualidade da vida

FIGURA 3. MAPA DE USO DA TERRA – ANO 2000

urbana nos dois momentos considerados. E também que se compare o desenvolvimento não só do

índice de qualidade da vida urbana como também de suas variáveis mais importantes para que se possa

avaliar as variáveis que tem mais participação na formulação do índice, se apresentando de forma mais

representativa.

Os dados censitários provenientes do censo do IBGE 1990 e 2000 servem para obtermos um

panorama da situação populacional da área de estudo, assim como os dados relacionados à infra-

estrutura. Diante destes dados, pode-se fazer algumas inferências bastante válidas para este estudo.

Vale salientar que os dados foram analisados, primeiramente segundo os distritos, considerando os

distritos de Cidade Dutra, Grajaú e Parelheiros, distritos que tem certas porcentagens (mais ou menos

representativas) no recobrimento da área estudada.

Posteriormente, maior atenção foi dada aos dados apresentados por setores censitários, com o intuito

de analisar como os setores se organizam e se dispõem dentro da área de estudo. Esses dados estão

estruturados em uma seqüência de atributos da área de estudo, de população, de domicílios e de

responsáveis por domicílios. Primeiramente temos os atributos da área de estudo relacionados à área

(em Km2) ) de cada um dos distritos, porém vale salientar que são consideradas apenas as porções

inseridas dentro da área de estudo e não os distritos em suas totalidades.

ATRIBUTOS DA ÁREA DE ESTUDO DISTRITO

CIDADE DUTRA

GRAJAÚ

PARELHEIROS

TOTAL

ÁREA*

(EM KM 2)

5,10

57,40

93,50

156Km2

ÁREA

(PORCENTAGEM)

3,26%

36,79%

59,95%

100%

FONTE: IBGE, CENSO 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2008 * NDICE RELACIONADO AO RECORTE DA ÁREA DE ESTUDO – APENAS A PORÇÃO DE CADA DISTRITO DENTRO DA ÁREA DE

ESTUDO

Os atributos de população que nos apresenta uma característica interessante, porém já

esperados, consistem na grande expansão e no acúmulo do contingente populacional nesses distritos.

Em especial (mais de 100%) em Grajaú que é o distrito localizado mais próximo do centro da cidade

de São Paulo. Além do crescimento populacional na área de estudo em geral, observa-se, ainda, um

fator em comum entre todas as três localidades que é a proporção entre homens e mulheres que se

mantém próximo a metade da população correspondendo a cada um dos gêneros.

ATRIBUTOS DE POPULAÇÃO

CIDADE CIDADE

DISTRITO DUTRA

(1990)

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

POPULAÇÃO

*

(NÚMERO

ABSOLUTO)

153.395

191.389

134.783

333.436

64.843

102.836

HOMENS /

MULHERES

(NÚMERO

ABSOLUTO)

76.639 /

76.756

92.014 /

99.375

59018 /

75765

163.165 /

170.271

32.536 /

32.307

51.225 /

51.611

HOMENS /

MULHERES

(PORCENTAGEM)

49,96% -

50,04%

48,07% -

51,93%

43,78% -

56,22%

48,93% -

51,07%

50,17% -

49,83%

49,81% -

50,19%

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009 * ÍNDICE RELACIONADO AOS DISTRITOS EM SUA TOTALIDADE

Os dados censitários relacionados ao atributo domicílio são bastante relevantes e nos proporciona uma

gama grande de considerações. Primeiramente devemos citar o tipo de aquisição que pode ser tanto

próprio quanto alugado. É importante atentar que se somadas as porcentagens das duas classes de

atributos não obtemos cem por cento. Isso ocorre porque existem outras classes de atributos

intermediárias entre as apresentadas aqui, porém consideramos estas as mais representativas, mesmo

porque juntas representam em todos os distritos mais que três quartos da totalidade dos domicílios.

Outro aspecto que deve ser comentado é o aumento no número de domicílios quando

compararmos o intervalo censitário de dez anos. Apenas no distrito de Grajaú esse aumento não se

apresenta, porém o índice se mantém praticamente inalterado, não apresenta redução. E ainda podemos

observar que a maioria dos domicílios, nas duas datas, figura como próprios e apresentam entre as

datas e entre os distritos algumas variações, porém em nenhum dos casos são muito díspares, apenas

no índice associado aos domicílios alugados no distrito de Parelheiros que para o ano de 2000 se

reduziu abruptamente em mais de 10%.

ATRIBUTOS DE DOMICÍLIOS – TIPO DE AQUISIÇÃO

DISTRITO

CIDADE

DUTRA

(1990)

CIDADE

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

TOTAL DE

DOMICÍLIOS

(NÚMERO

ABSOLUTO)

39.717

51.689

45.051

44.510

16.771

26.259

PRÓPRIO

(NÚMERO

ABSOLUTO –

PORCENTAGEM)

25.359 –

63,84%

31.928 –

61,76%

27.699 –

61,48%

30.997 –

69,64%

10.420 –

62,13%

19.995 –

76,14%

ALUGADO

(NÚMERO

ABSOLUTO –

PORCENTAGEM)

8.410 –

21,17%

8.674 –

16,78%

10.997 –

24,41%

13.123 –

29,48%

3.916 –

23,34%

2.372 –

9,03%

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009

Os dados referentes à infra-estrutura nos permitem uma consideração bastante importante, em

todos os índices analisados a porcentagem de atendimento destes serviços é sempre maior no distrito

de Cidade Dutra, mediano em Grajaú e sempre inferior no distrito de Parelheiros. O abastecimento de

água é razoável com todos os distritos tendo mais de 50% dos domicílios abastecidos por rede geral de

água em ambas as datas. A rede geral de esgoto tem uma representação muito distinta tanto entre os

distritos quanto entre as datas.

Por exemplo, o distrito de Cidade Dutra tem indicadores superiores aos demais, sendo que no

ano de 2000 alcança valores superiores a 90% dos domicílios atendidos por rede geral de esgoto. Os

outros dois distritos, além de apresentarem valores bastante inferiores (chegando a 19% em Parelheiros

no ano 2000) ainda apresentam uma característica curiosa. Seus indicadores sofreram forte redução no

intervalo de um decênio, chegando a “diminuir a proporção” em aproximadamente 60% de domicílios

com esgotamento sanitário. Isso colocado podemos avaliar que isso se dá pelo crescimento

populacional e, conseqüente, aglomeração de população e criação de maior número de domicílios,

porém sem boas condições de infra-estrutura urbana.

Os dados associados a coleta de lixo são altos nos três distritos e também nos três as taxas

sofreram crescimento no intervalo de tempo analisado atingindo valores superiores a 98%, no caso dos

dados censitários para o ano 2000 no distrito de Cidade Dutra.

ATRIBUTOS DE DOMICÍLIOS – INFRA-ESTRUTURA

DISTRITO

CIDADE

DUTRA

(1990)

CIDADE

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

REDE DE

ÁGUA (NÚMERO

ABSOLUTO –

PORCENTAGEM)

32.492 –

81,80%

50.693 -

98,07%

41.674 –

92,50%

39.962 -

89,78%

15.322 –

91,36%

15.592 –

61,71%

REDE DE

ESGOTO (NÚMERO

ABSOLUTO –

PORCENTAGEM)

24.570 -

61,86%

45.526 –

88,07%

41.459 -

92,02%

13.414 -

30,13%

9.460 –

56,40%

4.811 –

19,04%

COLETA DE

LIXO (NÚMERO

ABSOLUTO –

PORCENTAGEM)

35.588 -

89,60%

50.938 –

98,54%

41.888 -

92,97%

42.539 –

95,57%

15.701 –

93,61%

24.055 –

95,21%

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009

Nesta seqüência de raciocínio, é importante avaliar também os atributos dos responsáveis por

domicílios ou, também conhecidos como chefes de famílias. Considerando os números relacionados ao

gênero do responsável podemos ressaltar que a grande maioria dos responsáveis são homens acima de

70% dos casos, porém comparando-se as datas as porcentagens representativas das mulheres como

responsáveis por domicílios vem aumentando rapidamente, em alguns distritos na taxa de 10%.

ATRIBUTO DE RESPONSÁVEIS POR DOMICÍLIOS – NÚMEROS ABSOLUTOS /

GÊNERO

DISTRITO

CIDADE

DUTRA

(1990)

CIDADE

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

TOTAL DE

RESPONSÁVEIS

(NÚMERO

ABSOLUTO)

40.119

51.091

42.904

43.943

18.379

24.972

HOMENS /

MULHERES

(NÚMERO

ABSOLUTO)

33.497 /

6.622

36.869 /

14.222

30.035 /

12.869

33.595 /

10.348

15.723 /

2.656

19.640 /

5.332

HOMENS /

MULHERES

(PORCENTAGEM)

83,505 /

16,50%

72,17% /

27,83%

70,00% /

30,00%

76,46% /

23,54%

85,55% /

14,45%

78,65% /

21,35%

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009

Ainda considerando a temática dos indicadores representativos dos responsáveis por domicílios

podemos citar a escolaridade e renda. No quesito escolaridade houve uma expansão dos índices no

intervalo de tempo estudado (exceto no distrito de Grajaú), porém nada muito expressivo, cerca de 5%.

Os índices que são bastante díspares é a relação do atributo escolaridade entre homens e mulheres que

apresenta a população masculina com maior quantidade de indivíduos alfabetizados.

ATRIBUTO DE RESPONSÁVEIS POR DOMICÍLIOS - ESCOLARIDADE

DISTRITO

CIDADE

DUTRA

(1990)

CIDADE

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

TOTAL DE

RESPONSÁVEIS

ALFABETIZADOS

(NÚMERO

ABSOLUTO)

35.857

51.091

42.239

39.283

16.063

22.000

HOMENS /

MULHERES

(NÚMERO

ABSOLUTO)

30.490 /

5.367

36.869 /

14.222

29.672 /

12.567

30.522 /

8.761

14.035 /

2.028

17.626 /

4.374

HOMENS /

MULHERES

(PORCENTAGEM)

85,03% /

14,97%

72,16% /

27,84%

70,24% /

29,76%

77,69% /

22,31%

87,37% /

12,63%

80,12%/

19,88%

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009

Por fim comentamos sobre a análise da renda dos responsáveis por domicílios. Esses indicadores

são um tanto distintos no que diz respeito a coleta dos dados censitários. Para o ano de 2000 houve a

coleta não só de total de responsáveis sem renda como também da sua repartição entre homens e

mulheres. Para o ano 1990 apenas temos os dados de total de responsáveis, por isso só poderemos

comparar o rendimento neste tipo de indicador.

E em todos os distritos podemos observar um grande aumento no índice de rendimento de

responsáveis por domicílios se compararmos o intervalo entre as datas, de dez anos. Esses valores

sofreram aumento de mais de 15% e atinge a mais alta proporção no distrito de Grajaú.

ATRIBUTO DE RESPONSÁVEIS POR DOMICÍLIOS – RENDIMENTO

DISTRITO

CIDADE

DUTRA

(1990)

CIDADE

DUTRA

(2000)

GRAJAÚ

(1990)

GRAJAÚ

(2000)

PARELHEIROS

(1990)

PARELHEIROS

(2000)

TOTAL DE

RESPONSÁVEIS

SEM RENDA

(NÚMERO

ABSOLUTO –

2107 –

5,25%

418 –

18,45%

1203 –

2,80%

9.179 –

20,88%

1202 –

6,54%

5.513 –

22,07%

PORCENTAGEM)

FONTE: IBGE, CENSO 1990 e 2000 – ORGANIZACÃO: BIBIANA MARTINI, 2009

CONCLUSÕES

Esta pesquisa tem como objetivo principal tratar da questão urbana em especial a qualidade de

vida nestas áreas de expansão urbana situadas na periferia das grandes cidades, neste caso específico, o

município de São Paulo e sua franja sul de expansão.

Primeiramente, diante dos dados pesquisados e analisados pode-se concluir que esta zona apesar

de ser Área de Proteção aos Mananciais, o que deveria garantir certa preservação e regulamentação,

não está sendo bem protegida e/ou fiscalizada. Isso deveria ser estabelecido ao menos aos

empreendimentos realizados após o ano de 1976 (ano de promulgação da lei de Proteção aos

Mananciais, lei 898 de 18/12/75). Diante da realidade observada pode-se concluir que esta situação

não está muito bem sistematizada já que observa-se (tanto na interpretação das imagens IKONOS II

quanto em campo) que na área existem muitos loteamentos irregulares.

Estes loteamentos que (mais tarde, muitas vezes, são regularizados pelo poder público devido à

pressão popular) se expandem e se organizam formando bairros (tanto populares quanto de alto

padrão) e vão urbanizando a área. Conseqüentemente, atraem e necessitam de infra-estrutura como

vias de circulação, transporte público, saneamento básico, abastecimento de água, distribuição de luz,

presença de comércio, bancos e tantos outros serviços públicos e privados que ajudam a estruturar

qualquer ambiente urbano.

Dentro da interpretação da área de estudo feita diretamente na tela do computador (“on-screen”)

através de imagens de satélite, as Z.R.H. – Zonas Residenciais Homogêneas foram retiradas à partir da

segmentação da classe “área_residencial” (neste caso, a mancha urbana como um todo). É importante

avaliar que a área urbana é muito segmentada, principalmente quanto mais se aproxima do centro da

cidade. Fato este que permite considerar esta área como uma das porções de franco crescimento de São

Paulo seguindo o eixo sudoeste de expansão da cidade, citado anteriormente.

Associado a este processo de interpretação, avaliou-se também os dados censitários,

primeiramente num recorte por distritos em uma escala maior e (mais adiante os dados do censo por

setores censitários serão também tratados). Isto posto pode-se, mais uma vez, corroborar a

consideração feita anteriormente que à medida que nos afastamos do centro a uma infra-estrutura é

pior, ainda com a presença de um menor número de domicílios e também um menor número de

residentes. Fato este que caracteriza os vazios urbanos ainda maiores, ou seja, porções de terra cada

vez maiores entre um pequeno centro de ocupação e outros esperando ser necessários e,

conseqüentemente, valorizados.

Porém, esses dados quando comparados em sua análise evolutiva apresentam tanto um

crescimento quanto um adensamento populacional bastante significativo no intervalo censitários de

dez anos. O que nos leva a concluir que esses distritos estão atraindo população para áreas

relativamente próximas ao centro e que vão preenchendo os vazios urbanos e atraindo também e,

consequentemente, toda uma infra-estrutura urbana e serviços. O que é também reforçado pelo

aumento do número de domicílios, muito significativos tanto em Cidade Dutra quando em Parelheiros.

Isto posto, podemos comentar sobre os dados relacionados à infra-estrutura urbana. Dados estes

que são tão valiosos na elaboração dos índices de qualidade de vida. Os valores apresentados são

bastante díspares tanto em relação aos distritos entre si quanto entre as datas. Podemos concluir que o

adensamento populacional, principalmente, proporciona que a maioria dos índices tenham uma

redução em sua abrangência. Ou seja, à medida que a população aumenta e as necessidades a serem

atendidas também aumentam e os serviços municipais não acompanham esse crescimento no mesmo

ritmo.

Diante dos dados relacionados aos responsáveis por domicílios podemos concluir que tanto na

tabela que considera o gênero do responsável quanto a tabela de escolaridade temos uma tendência de

poucas alterações tanto em relação às datas quanto ao compararmos os distritos entre si. Apenas na

tabela que apresenta os dados de rendimento temos um acréscimo significativo no número absoluto de

responsáveis por domicílios sem rendimento nominal. Fato este que nos leva a crer que as populações

situadas nestas franjas de expansão urbana (neste caso em especial, a zona sul do município de São

Paulo) estão sofrendo um empobrecimento em escala espacial localizada porém numa escala temporal

muito curta.

Sendo assim, como conclusões e/ou resultados preliminares temos que os dados relacionados aos

distritos sofreram alterações que levam os índices de qualidade de vida urbana a sofrerem alterações

significativas. É importante salientar que como esta pesquisa não está concluída os índices de

qualidade de vida urbana podem ainda ser alterados (tanto para melhor quanto para pior), ao

considerarmos outros aspectos como percentual de área verde, as Z.R.H; os recortes por setores

censitários e ainda os diferentes pesos atribuídos a cada um destes índices.

Estes são dados importantes (e servem como exemplo) que devem ser avaliados pelos órgãos

responsáveis para poder melhor planejar suas áreas de atuação, garantindo assim ao poder público

maior arcabouço. Arcabouço este possibilite um melhor planejamento destas áreas e como soluções á

questão urbana no município de São Paulo, em especial à temática da expansão urbana nas periferias

das grandes metrópoles.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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USP – INPE: Tese de Doutorado. São Paulo,1986, 158p.

LANGENBUCH, J. R. Estruturação da Grande São Paulo. Rio de Janeiro: Fundação IBGE, 1971,

354p.

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MEYER, M. R. P. São Paulo Metrópole. EDUSP – IMESP. São Paulo, 2004, 290p.

SOUZA, I. de M. Análise do Espaço Intra-Urnbano para Estimativa Populacional Intercensitária

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Espaciais, São José dos Campos – SP, 2004, 108p.

VILLAÇA, F. Espaço Intra-Urbano no Brasil. São Paulo: Nobel, 1998, 373p.