A Arte Da Interpretacao - Emil Staiger

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EMIL STAIGERA ARTE DA INTERPRETAO

A

arte de interpretar

as obras poticas de lingua

alem I) no pode ser reivindicada pelos actuais

historiadores da literatura como mrito exclusivamente seu. Ela to antiga ou mesmo mais antiga que a ciencia da literatura alem Z).Friedrich e August SchlegeI. Schiller nas suas cartas sob~e .Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister., Goethe em muitas recenses, Herder e Lessing nalgumas dissertaes do-nos exemplos de interpretaces feitas com a mais delicada sensibilidade artstica e por vezes at com mtodos que seria hoje uma perdovel fraqueza considerar como modernos. Tambm Diltbey, Scberer. Haym e Hehn so grandes mestres neste domnio, apesar de terem noes muito diferentes das nossas quanto ao significado da sua obra critica '). No existir provvelmente nenhum importante historiador da literatura a quem no tenha surgido o problema de que agora nos ocupamos. No entanto como direco cientfica devidamente apoiada por uma dialctca polmica e manifestos programticas - a nterpretao_oJ} a e:x.eg~ILqll_1t.r~v.~la a imanencia dos textos, s se imps nos ltimos dez ou quinze anos '): S agora nos afirmado que ao investigador da literatura interessa apenas o texto literrio e que ele se deve preocupar to somente com aquilo que se encontra realizado e expresso na linguagem do poeta 5). A biografia, por exemplo, fica fora do campo de aco do verdadeiro investigador da literatura. A vida no se associa tanto arte como Goethe acreditava e como desejava fazer crer aos outros. Em caso algum, afirma-se. se pode esclarecer um poema a partir de dados biogrficos. A prpria personalidade do poeta tambm destituida de interesse para o fillogo consciente, pois que e a psicologia que se deve ocupar com o enigma da existencia dos valores artisticos. A Histria das ldeias no atinge tambm o objectivo que se pretende, pois que entrega a obra de arte literria aos filsofos, e s ve por conseguinte num poema apenas aquilo que todo o filsofo compreende melhor do que qualquer poeta. O positivista - que se norteia pela pergunta: .0 que herdado e o que aprendido?" erra no uso que faz da lei da causalidade das ciencias da Natureza. e parece esquecer que a obra de criao artstica. exactamente porque criada, nunca pode derivar, nunca pode descender doutra. No deste modo que se alcanca a essencia especifica, nem assim que se pode fazer justia a sublimidade do mundo potico. Somente quem interpreta, quem no olha nem para a direita nem para a esquerda, e que sobretudo no espreita o,qu.~ e_st por trs da poesia,fz inteir_~jl.\.sti.'_,_.P-gesia. ressalvando assim so~.!~!~inia'- da cie~,a, lileratm:a. Quer o destino da investigaao'nne que todo o movimento desperte imediatamente a mais viva oposico, mas ao contrrio do que seria de supor, esta tem o' condo de manter tambm vivo o programa desse movimento. Contra a Interpretao e a sua reivindicao de ser a nica ciencia da literatura com direito a esse nome, tem-se afirmado mais ou menos o seguinte: O investigador que ve a sua salvao apenas na interpretao faz da necessidade uma virtude. Pois no dominio da biografia pouco resta hoje que fazer: a vida de todos os escritores importantes foi j

investigada e apresentada em profundidade. Com a mesma mincia tambm se investigou as origens e as fontes onde o poeta se inspir