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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 5474 A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NA DITADURA MILITAR: UM ESTUDO SOBRE O IDEAL DE HOMEM CIVILIZADO PRESENTE NOS LIVROS DIDÁTICOS Daniele Cristina Frediani 1 Tony Honorato 2 Introdução A disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) tornou-se obrigatória no currículo escolar brasileiro através do Decreto-lei 869/1969 que fixava dentre outras atribuições a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina escolar e prática educativa em todos os níveis e modalidades dos sistemas de ensino no País e instituía suas finalidades Art. 1º É instituída, em caráter obrigatório, como disciplina e, também, como prática educativa, a Educação Moral e Cívica, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País. Art. 2º A Educação Moral e Cívica, apoiando-se nas tradições nacionais, tem como finalidade: a) a defesa do princípio democrático, através da preservação do espírito religioso, da dignidade da pessoa humana e do amor à liberdade com responsabilidade, sob a inspiração de Deus; b) a preservação, o fortalecimento e a projeção dos valores espirituais e éticos da nacionalidade; c) o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana; d) a culto à Pátria, aos seus símbolos, tradições, instituições e aos grandes vultos de sua história; e) o aprimoramento do caráter, com apoio na moral, na dedicação à família e à comunidade; f) a compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sócio-político-econômica do País; g) o preparo do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ação construtiva, visando ao bem comum; h) o culto da obediência à Lei, da fidelidade ao trabalho e da integração na comunidade (BRASIL, 1969). 1 Mestranda do PPEdu/Universidade Estadual de Londrina UEL. E-mail: [email protected] 2 Doutor e professor no PPEdu/ Universidade Estadual de Londrina UEL. E-mail: [email protected]

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A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NA DITADURA MILITAR: UM ESTUDO SOBRE O IDEAL DE HOMEM CIVILIZADO

PRESENTE NOS LIVROS DIDÁTICOS

Daniele Cristina Frediani1

Tony Honorato2

Introdução

A disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) tornou-se obrigatória no currículo

escolar brasileiro através do Decreto-lei 869/1969 que fixava dentre outras atribuições a

inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina escolar e prática educativa em todos os

níveis e modalidades dos sistemas de ensino no País e instituía suas finalidades

Art. 1º É instituída, em caráter obrigatório, como disciplina e, também, como prática educativa, a Educação Moral e Cívica, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País. Art. 2º A Educação Moral e Cívica, apoiando-se nas tradições nacionais, tem como finalidade: a) a defesa do princípio democrático, através da preservação do espírito religioso, da dignidade da pessoa humana e do amor à liberdade com responsabilidade, sob a inspiração de Deus; b) a preservação, o fortalecimento e a projeção dos valores espirituais e éticos da nacionalidade; c) o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana; d) a culto à Pátria, aos seus símbolos, tradições, instituições e aos grandes vultos de sua história; e) o aprimoramento do caráter, com apoio na moral, na dedicação à família e à comunidade; f) a compreensão dos direitos e deveres dos brasileiros e o conhecimento da organização sócio-político-econômica do País; g) o preparo do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ação construtiva, visando ao bem comum; h) o culto da obediência à Lei, da fidelidade ao trabalho e da integração na comunidade (BRASIL, 1969).

1 Mestranda do PPEdu/Universidade Estadual de Londrina – UEL. E-mail: [email protected] 2 Doutor e professor no PPEdu/ Universidade Estadual de Londrina – UEL. E-mail: [email protected]

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Enquanto prática educativa e disciplina escolar a EMC passou a representar um

significativo veículo de disseminação de padrões de condutas socialmente aceitas pela

sociedade brasileira durante as décadas de 1960, 1970 e meados de 1980.

A inclusão de EMC como disciplina nos currículos de todos os níveis e modalidades de ensino integrava esse movimento de reestruturação educacional que ultrapassava o âmbito escolar. Procurava-se atingir a sociedade e criar uma moral do cidadão. O termo civismo referia-se ao padrão de conduta desejável a todos os membros da sociedade brasileira. (FILGUEIRAS, 2006, p.4)

Partindo do entendimento de que a disciplina de Educação Moral e Cívica disseminou

normas de condutas e de comportamentos que condiziam a um padrão desejado pela

sociedade vigente, assim buscou-se no presente trabalho analisar a partir de cinco livros

didáticos de Educação Moral e Cívica o arquétipo de homem civilizado idealizado pela

sociedade brasileira no contexto da Ditadura Militar. Para tanto, utilizou-se como aporte

teórico para conceber esse objeto de pesquisa, das contribuições de Norbert Elias expressos

em sua obra O Processo Civilizador.

As disciplinas escolares como objeto de pesquisa

As disciplinas escolares enquanto objeto de pesquisa passaram a fazer parte das

produções historiográficas da área da educação por volta da década de 1970, impulsionadas

por algumas renovações paradigmáticas ocasionadas principalmente pelos debates

desenvolvidos no âmbito da História Cultural e particularmente pelos estudos da História da

Cultura Escolar. Segundo Goodson (1995), antes desses movimentos, o estudo do currículo e

das disciplinas escolares era considerado questão marginalizada.

As produções realizadas nas últimas décadas pelo campo da história das disciplinas

escolares (HDE) têm centralizado seus esforços na análise e investigação de dimensões que

permeiam o universo da cultura escolar. Segundo Vinão Frago (2008, p. 175), “a história das

disciplinas escolares se localizaria sob o guarda-chuva da nova história cultural e constituiria

inclusive para alguns, o núcleo fundamental da cultura escolar”. Para Dominique Julia (2001,

p, 10), essa cultura escolar corresponderia ao “conjunto de normas que definem

conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a

transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos”, e portanto

condicionada às suas épocas e finalidades.

Entender as disciplinas escolares sob o ângulo da cultura escolar compreende o

entendimento da cultura que a engendrou e a concebeu como necessária e o reconhecimento

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dos diversos fatores que permeiam sua seleção, criação, exclusão ou fusão. As disciplinas

escolares podem ser pensadas como um dos enfoques correspondentes à multiplicidade do

arcabouço emblemático que abrangem o universo da cultura escolar, sendo então um prisma

para se pensar as finalidades da escola e o porquê a escola ensina o que ensina.

No entendimento de Chervel (1990), as disciplinas escolares têm como característica

sui generis nortear a aculturação dos alunos seguindo determinadas finalidades, “é isso que

explica sua gênese e constitui sua razão social” (p.173). As disciplinas podem ser entendidas

como “os modos de transmissão cultural que se dirigem aos alunos” (p. 186). Podemos supor

que o livro didático de Educação Moral e Cívica cumpria a função de ser o transmissor dos

anseios esperados à formação psicossocial dos educandos.

Sabendo que essa transmissão cultural passou a ficar a cargo da escola que assumiu a

função de integrar os indivíduos em “uma maneira coletiva de viver e compreender o mundo,

na reprodução de um conjunto de significações graças às quais os homens dão forma a sua

existência”(NÓVOA, 1991, p.109), é possível conjecturar que os livros didáticos assumiram a

incumbência de serem os portadores dos valores e representações que uma determinada

sociedade reuniu em um momento histórico.

As disciplinas escolares transpassam assim os muros da escola e adentram na esfera

social fazendo parte de sua dinâmica, colocando em circulação o sistema cultural que se

encontrava vigente. Nesse ângulo, André Chervel (1990) admite que “uma disciplina escolar

comporta não somente as práticas docentes de sala de aula, mas também as grandes

finalidades que presidiram sua constituição e o fenômeno de aculturação de massa que ela

determina” (p.184). Desse modo, a Educação Moral e Cívica pode ser concebida como uma

disciplina que sistematizou padrões de civilidade reclamados pela sociedade, em saberes

escolares e o estudo de seus manuais possibilita descortinar as finalidades imbuídas à escola

pela sociedade no contexto da Ditadura Militar no que concerne ao inculcação de normas

comportamentais forjadas em tempos autoritários.

A trajetória da disciplina de Educação Moral e Cívica

A disciplina de Educação Moral e Cívica assumiu maior notoriedade no período

marcado pela Ditadura Militar nas décadas de 1960 a 1980 quando teve seu status de

reconhecimento reclamado nacionalmente. Ainda que tivesse recebido maiores holofotes

nesse momento histórico, essa disciplina não emergiu dessa periodicidade, seu

engendramento enquanto disciplina escolar derivou-se do contexto histórico do século XIX.

Os conceitos de moralidade, civismo e bons hábitos foram aspectos norteadores das bases

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teóricas da disciplina que podem ser observados desde o início do processo de educação

escolarizada brasileira.

A educação cívica e moral era a base da formação do cidadão republicano. Consistia em localizar o cidadão em relação ao Estado e a organização política. A moral abarcava elementos de civilidades e bons costumes. A História e a Geografia se dedicavam a formação do caráter, por meio da narração de grandes acontecimentos históricos do país, dos seus heróis, do conhecimento de suas grandezas e riquezas naturais cuja finalidade era

cultivar o amor a Pátria (FILGUERAS, 2011 p.23)

Nos anos que seguiram o período republicano, os assuntos referentes aos pressupostos

de Educação Moral e Cívica foram se intensificando e assumiram contornos mais evidentes.

Segundo Márcia Regina dos Santos (2015), “no Programa de Instrução Pública de 1892 já era

possível perceber a presença da formação moral e cívica” na instrução dos alunos (2015, p.

48). A Educação Moral e Cívica então foi se delineando e se firmando no cenário educacional

brasileiro ao passo que no ano de 1925 através da Reforma “Rocha Vaz” passou a fazer parte

do currículo obrigatório do Ensino Secundário sob o título de Instrução Moral e Cívica, que

apesar da diferenciação de nomenclatura “não descaracterizava os objetivos de formação de

caráter que fundamentavam a disciplina” (SANTOS, 2015, p. 51). Posteriormente, no período

de 1931, essa disciplina sofreu uma substituição pela disciplina de Ensino Religioso,

ocasionada pela Reforma “Francisco Campos” e pela Constituição Promulgada em 1934.

Em 1931, o ensino de Educação Moral e Cívica foi retirado do currículo das escolas

secundárias, pelo então Ministro da Educação e Saúde, Francisco Campos. Em seu lugar foi

introduzido o Ensino Religioso nas escolas públicas de ensino primário, secundário e normal

de todo país. Francisco Campos identificava a Educação Moral com a Educação Religiosa,

pois para ele a doutrina católica deveria ser uma doutrina de Estado. A formação moral dos

estudantes deveria ser a formação de uma moral católica (FILGUEIRAS, 2011, p.26).

Com a sublevação do Estado Novo em 1937, a disciplina de Ensino Religioso tornou-se

facultativa e a Educação Moral e Cívica passou a assumir moldes de um instrumento que

favorecia a formação de um indivíduo condizente aos ideais governamentais. Contudo, não

assumindo ainda a figura de uma disciplina específica, mas integrada as demais, conforme

cita a Lei Orgânica de 1942, para o Ensino Secundário

A educação Moral e Cívica não seja dada em um tempo determinado, mediante execução de um programa especifico, mas resulte, a cada momento, da forma de execução de todos os programas e do próprio processo de vida escolar que, em todas as atividades e circunstâncias, deve transcorrer em termos de elevada dignidade e fervor patriótico. (Artigo 24) (BAÍA HORTA, 1994, p.181).

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Com a implantação da Lei de Diretrizes e Bases 4024/1961, a Educação Moral e Cívica

passou a ser considerada uma prática educativa que consistia, no entender de Selva Fonseca

(1993, p. 36), em uma modalidade educacional que “visava a formação de hábitos de

educando de uma maneira abrangente, envolvendo os vários aspectos desta formação,

perpassando pelas várias disciplinas”.

No ano de 1962 foi criada a disciplina de Organização Social e Política Brasileira –

OSPB, como disciplina complementar obrigatória para o ensino secundário. De acordo com

Cléber Santos Vieira (2005), o documento que mais faz refletir sobre a necessidade da criação

dessa disciplina foi artigo do conselheiro Newton Sucupira registrado no terceiro número da

Documenta, publicada em março de 1962:

Ela tem como finalidade proporcionar ao aluno uma idéia adequada da realidade sócio-cultural brasileira em sua forma e ingredientes básicos. Deverá, pois apresentar o quadro geral das instituições da sociedade brasileira, sua natureza, formação e caráter, bem como as formas de vida e costumes que definem o modo de ser específico e a fisionomia característica de nossa cultura. Será além disso, um estudo da organização do Estado brasileiro, da Constituição, dos poderes da República, do mecanismo jurídico e administrativo em suas linhas gerais, dos processos democráticos, dos direitos políticos, dos deveres do cidadão, suas obrigações civis e militares. (SUCUPIRA apud VIEIRA, 2005, p.63).

No contexto das décadas de 1960, 1970 e 1980 o Brasil viveu um período de

supremacia militar, sustentada por diversos grupos da sociedade que legitimavam sua

hegemonia através de uma prática autoritária e repressiva sustentadas pelo binômio

segurança e desenvolvimento. Os preceitos adotados por essa política de governo se

refletiram nas mais diversas esferas, incluindo a educação. Nesse sentido, os ensinamentos

previstos na disciplina de Educação Moral e Cívica “viriam ao encontro do projeto de

normalização de uma sociedade abalada pela instabilidade político-social” (SANTOS, 2015,

p.47). Entendendo então a necessidade desses conceitos para a disseminação de uma efígie

de cidadão civilizado sob os moldes do governo, a disciplina de Educação Moral e Cívica

passou a assumir caráter de obrigatoriedade através do Decreto lei 869/1969. Para Márcia

Regina dos Santos (2015), essa legislação revelava o que a elite dirigente tencionava enquanto

ideal de cidadão

O Decreto-lei sinalizava a institucionalização da disciplina como elemento de base na formação de cidadãos que atendessem ao momento de mudanças na sociedade: a ditadura militar. Todas as discussões para instaurar o projeto foram amparadas pela necessidade de transmitir valores cívicos e morais considerados apropriados às crianças em idade escolar, de forma que este conjunto simbólico reverberasse em práticas condizentes à perspectiva de ordem e disciplina demandada por aquele momento. (SANTOS, 2015, p.61)

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O Decreto lei Nº 68.065 de 1971, também previa que a disciplina de Educação Moral e

Cívica fosse estabelecida através de atividades extraclasses de maneira a atender “às

finalidades de natureza cultural, jurídica, disciplinar, comunitária, manualista, artística,

assistencial, de recreação, e outras, assemelhando, a escola a uma sociedade democrática em

miniatura”.

No mesmo ano da promulgação desse decreto, foi instaurada uma reforma no campo

educacional, através da Lei 5692/71, que fixava as leis de diretrizes e base do Sistema

Educacional Brasileiro, a qual além de outras atribuições oficializava a obrigatoriedade da

disciplina de Educação Moral e Cívica em todos os graus de escolaridade

Art. 7º Será obrigatória a inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programa de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1° e 2° graus, observando quanto à primeira disposto no Decreto-lei 869 de 12 de setembro de 1969. (BRASIL, 1971).

Com o fim do Regime Militar a disciplina de Educação Moral e Cívica ainda perdurou

no currículo escolar brasileiro até 1993, quando foi revogada pelo Decreto-lei No. 8.663

Art. 1º É revogado o Decreto-Lei nº 869, de 12 de dezembro de 1969, que dispõe sobre a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País e dá outras providências. Art. 2º A carga horária destinada às disciplinas de Educação Moral e Cívica, de Organização Social e Política do Brasil e Estudos dos Problemas Brasileiros, nos currículos do ensino fundamental, médio e superior, bem como seu objetivo formador de cidadania e de conhecimento da realidade brasileira, deverão ser incorporados sob critério das instituições de ensino e do sistema de ensino respectivo às disciplinas da área de Ciências Humanas e Sociais. (BRASIL, 1993).

Imagem de homem civilizado veiculada nos livros didáticos de Educação Moral e Cívica

A premissa de civilidade entendida na visão de Elias como sendo um processo de longa

duração das transformações dos padrões psicossociais dos indivíduos, e como um processo

de autorregulação e retenção das pulsões naturais da espécie humana para o melhor conviver

em grupo, pode-se entender a disciplina de EMC não apenas como reflexo de um momento

histórico da sociedade, mas como um processo longitudinal das modificações de hábitos

cotidianos para uma transformação dos indivíduos e da sociedade.

O ideal de homem civilizado reclamado pelas sociedades ocidentais exigia aprendizado

de normas e regras que possibilitavam a distinção de superioridade de grupos específicos

entre os demais; a espécie de consciência de superioridade a partir do conceito civilização

constitui-se em uma fase primordial do processo civilizador.

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[...] no exato momento em que a consciência de civilização, a consciência de superioridade de seu próprio comportamento e sua corporificação na ciência, tecnologia ou arte começaram a se espraiar por todas as nações do Ocidente. (ELIAS, 1994, p. 64)

Para Elias (1994, p. 221), “as estruturas de personalidade e da sociedade evoluem em

uma inter-relação indissolúvel” de modo que o enquadramento comportamental e

sentimental de um indivíduo dentro de padrões legitimados por um determinado grupo

acabam por consolidar o código de costumes que representam os ensejos de civilidade de

uma sociedade. De acordo com Elias, indivíduo e sociedade não podem ser pensados de

maneira dicotômica, a vista que se encontram inexoravelmente imbricados sendo

integrantes/constituintes da sociedade na qual se adaptam e a transformam. Na ótica

elisiana, toda atitude humana não seria natural, mas um constructo social resultante de todas

influências e intervenções modeladoras dos “adultos civilizados”

O que achamos inteiramente natural, porque fomos adaptados e condicionados a esse padrão social desde a mais tenra infância, teve, no início, que ser lenta e laboriosamente adquirido e desenvolvido pela sociedade como um todo. Isto não se aplica menos a uma coisa pequena e aparentemente insignificante como um garfo do que a formas de comportamento que nos parecem mais importantes (ELIAS, 1994, p. 78).

Na obra O Processo Civilizador, Elias entende que os comportamentos considerados

civilizados do homem ocidental são provenientes de uma perspectiva longitudinal, ou “curva

de civilização”. No seu entendimento os modos de viver e de agir dos indivíduos e da

sociedade são advindos de uma sociogênese e de uma psicogênese provenientes de gerações

passadas que foram cristalizando esses conceitos ao longo do tempo. Nesse sentido, o

processo civilizador consistiria “no modo pelo qual se estrutura uma rede de censuras e

proibições que transforma, de forma muito lenta e em conjunto, os comportamentos, as

emoções individuais e a visa coletiva” (LEÃO, 2007, p. 20).

A Educação Moral e Cívica pode ser considerada como uma disciplina que sistematizou

os padrões de civilidades em saberes escolares, de modo a disseminar a nova geração certos

“tipos de comportamentos considerados típicos de um homem civilizado” (ELIAS, 1994,p.14).

Nesse ponto de vista, a disciplina de Educação Moral e Cívica pode ser entendida como um

ângulo para se observar um estágio civilizatório brasileiro. Destarte, o livro didático de EMC

pode ser representado como um porta-voz da sociedade no que se remete a sua idealização de

Homem, uma vez que a disciplina representou um significativo veículo de disseminação de

padrões de civilidades propalados pelos grupos com maiores gradientes de poder.

Para indagar acerca da imagem de homem civilizado veiculada nos didáticos de

Educação Moral e Cívica utilizou-se como fonte empírica os livros: Princípios de Educação

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Moral e Cívica de Amaral Fontoura publicado pela Editora Aurora em 1970; Moral e Civismo

de Felipe N. Moschini e Otto Costa e Victor Massumeci (1970); Educação Moral e Cívica de

Benedicto de Andrade publicado pela Editora Atlas em 1970; Educação Moral Cívica e

Política de Douglas Michalany publicado em 1971 pela Editora Michelany e Educação Moral

e Cívica de Theobaldo Miranda dos Santos publicado em 1974 pela Companhia Editora

Nacional.

Pensando o livro didático de Educação Moral e Cívica como um portador do savoir-

vivre da sociedade brasileira no contexto Regime Militar, constatou-se através da análise e

apreciação dos livros didáticos compilados, que a imagem de Homem Civilizado veiculada

induzia a noção de homem pacífico, ordeiro, trabalhador, patriota, urbano, religioso, asseado

e cumpridor de seus deveres cívicos.

Os conteúdos curriculares designados à disciplina de Educação Moral e Cívica

evidenciavam quais eram as principais prerrogativas que se pretendiam incutir na nova

geração no que se remete aos comportamentos refinados e aos modos de viver inerentes a um

país civilizado. Os saberes escolares presentes na disciplina de EMC almejavam disseminar

através de modos específicos de sentir e agir, uma autoimagem de Homem Civilizado. Assim,

o Programa Básico para a disciplina de EMC apontava os seguintes eixos de ensino:

QUADRO 1: PROGRAMA BÁSICO DA DISCIPLINA EMC

Unidade I : O Homem - seus atributos pessoais 1.1 Dimensão psicobiológica: “animal racional” análise da personalidade como dinâmica de valores e atributos individuais. 1.2- Dimensão Ética: 1.2.1- Consciência 1.2.2 – Caráter 1.2.3- Moral 1.2.4- Valores 1.3 - Dimensão Social: Indivíduo = Cidadão 1.4 – Dimensão Espiritual: 1.4.1 – Fé 1.4.2 – Crenças 1.4.3- Tradições 1.5 - Dimensão Cultural Indivíduo ---- Determinada cultura; Unidade II: O Homem Comunitário: Seus atributos sociais: 2.1- Importância da família, da escola e da comunidade, na formação e no fortalecimento dos princípios morais, sociais e culturais e do homem comunitário; 2.2 – Definição sadia de Homem Comunitário, levando os alunos a não confundi-lo com grupos de pressão que procuram desenvolver atividade política contestatória; 2.3 – As diferentes formas de atividades Humanas: 2.3.1 – O trabalho – Principais formas e Setores: 2.3.2 – Atividades agropastoris 2.3.3 – Comércio 2.3.4 – Administração 2.3.5- Serviços 2.3.6- Lazer

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2.4- Regras de Convivências Democráticas: 2.4.1- Direitos e deveres morais e cívicos 2.4.2- Igualdade de oportunidades 2.4.3- A Responsabilidade do Homem na Sociedade 2.4.4 – Legislação. 2.4.5- Governo Unidade III: A Terra e o Homem Brasileiro 3.1- As disparidades regionais, estratégias de integração nacional; 3.2- Raízes étnicas e culturais: 3.2.1- Elementos formadores: Branco, Negro e o índio; 3.2.2- O papel sócio-econômico cultural do imigrante. 3.3- Eventos e vultos Históricos 3.4- Tradições Religiosas 3.4.1- A Igreja, a influência de outros grupos religiosos 3.4.2- O espirito religioso no complexo cultural brasileiro 3.5- Tradições culturais 3.5.1- O folclore e a cultura popular; 3.5.2- Preservação e expansão das diversas formas de expressão cultural Unidade IV: A atual organização político-administrativa 4.1- A organização Constitucional Brasileira 4.2- A organização política: Elementos Básicos; 4.2.1- Conceitos, bases e funções: - Governo - Pátria - Nação - Estado Unidade V: Instituições e Símbolos Nacionais: 5.1- Forças Armadas – Serviço Militar 5.2- Forças Auxiliares 5.3- Os símbolos Nacionais; o hino; a bandeira; o selo e o escudo. Unidade VI: A realidade Brasileira 6.1 – O trabalho e o desenvolvimento nacional 6.1.1- Fatores condicionantes do desenvolvimento dos setores primários, secundário e terciário. 6.1.2- Formas de ocupação produtiva da terra. 6.1.3- Exploração dos recursos minerais e dos potenciais de recursos hidráulicos. 6.2 - Expansão das oportunidades de emprego 6.2.1- O trabalho como um direito do homem e um dever social 6.2.2- A harmonia como solidariedade entre as categorias sociais de produção. 6.3- Relação entre a Produção e a Educação 6.3.1- A Educação como investimento 6.3.2 – A educação x desenvolvimento do homem em todos os aspectos: econômicos, sociais, políticos, religiosos, culturais e psicológicos. 6.4- Projetos, entidades e organismos que atuam na solução/minimização dos principais problemas brasileiros: - Previdência Social - COBAL e CEASA - MOBRAL - Minerva. -Projeto Alfa -Operação Mauá - Projeto Randon

Fonte: Contribuições para o desenvolvimento da Educação Moral e Cívica e de Organização Social e Política nos

Currículos de 1º e 2º graus (1984) que reafirma o Parecer Nº94 de 1971.

O arquétipo de Homem Civilizado disseminado pelos livros didáticos em tela refletia o

que a sociedade brasileira almejava em termos de padrões morais e comportamentais que os

indivíduos deveriam possuir para o bom exercício em sociedade, pelo menos por parte das

frações sociais ocupantes de lugares privilegiados de poder. O Homem Civilizado,

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caracterizado pela figura do “Bom Cidadão”, precisaria estar condicionado ao conjunto de

regras e condutas legitimadas pela sociedade representada naquele contexto pelos ideais

militares.

Segundo Massumeci, Costa e Moschini (1970), autores da obra Moral e Civismo, o

indivíduo podia ser considerado um bom cidadão quando fosse um ser moral e cívico. O

homem moral seria aquele que desenvolvesse o continuo exercício das virtudes e o Homem

Cívico seria aquele que fruiria de um bom convívio social, respeitando a autoridade política,

obedecendo às leis, sendo fiel ao Estado.

Esse conjunto de normas de viver e conviver em sociedade, dispensado pela disciplina

de EMC, demonstra um padrão de valores, emoções e hábitos que foram sendo prescritos e

construídos em um processo longitudinal pela sociedade brasileira visando o horizonte da

civilização.

Considerações Finais

Os modos como os indivíduos vivem e agem são aquisições intencionais que foram

sendo construídas ao longo da história de uma sociedade como mecanismo de distinção e

sublevação em relação a outros grupos considerados não-civilizados. Os indivíduos foram

sendo condicionados e corporificados a um o padrão social reconhecido e “legitimado pelo

grupo vigente a qual foram inicialmente obrigados a se conformar por restrição externa” e

acabaram por reproduzir, “mais suavemente ou menos, no seu íntimo através de um

autocontrole que opera mesmo contra seus desejos conscientes.” (ELIAS, 1993, p. 129). O

indivíduo ao mesmo tempo que incorpora um conjunto de regras de vivências, passa a

reproduzir em forma de habitus de maneira inconsciente o savoir-vivre de sua época.

A disciplina de EMC representou um mecanismo de reprodução dos padrões

socialmente idealizados de viver e pensar na sociedade brasileira no contexto do Regime

Militar. Os livros didáticos de EMC apresentavam à nova geração um padrão específico de

emoções e comportamentos que a sociedade pretendia alcançar, demonstrando assim um

modo de distinção e superioridade das outras culturas e sociedades ditas “não civilizadas”. Os

manuais aproximavam os hábitos culturais, intelectuais e comportamentais do povo

brasileiro com savoir-vivre europeu e norte-americano, considerados na visão dos autores

como ápice da civilidade.

O homem civilizado representado nos manuais representava a efígie do modelo

urbano-progressista de nação, na qual seus representantes apresentariam um padrão elevado

de comportamentos pessoais. As características inerentes a esse arquétipo de Homem

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civilizado seriam provenientes de “mudanças estruturais ocorridas em pessoas na direção de

maior consolidação e diferenciação de seus controles emocionais e por conseguinte de sua

experiência e de sua conduta” (ELIAS, 1994, p.216). O Bom Cidadão representado nos livros

didáticos de EMC apresentava as características da “tradição institucionalizada e da situação

vigente” (ELIAS, 1994,p. 49) no que se remete aos padrões de civilidade.

Referências

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Fontes

Legislação

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Livros didáticos

ANDRADE, Benedito de. 1971. Educação Moral e Cívica. São Paulo, Editora Atlas. Curso médio. 4ª edição Revista e aumentada.1971 FONTOURA, Amaral. Princípios de Educação Moral e Cívica. Editora Aurora, 1970. MICHALANY, Douglas. Educação Moral e Cívica. Editora Michalany. 1970 MOSCHINI, Felipe N; COSTA, Costa; Massumeci, Victor. Moral e Civismo. Editora Brasil EBSA, 1970. SANTOS, Theobaldo Miranda dos. Educação Moral e Cívica. Companhia Editora Nacional .1974.