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A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO EDUCACIONAL: UM OLHAR NA ESCOLA MUNICIPAL VÍTOR DIAS Angela Maria Wanderlei de Brito 1 Orientadora: Klívia de Cássia Silva Nunes 2 RESUMO O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a importância da interação entre família e escola no processo educativo da criança na Escola Municipal Vitor Dias. Procurando entender a ausência da família no processo educativo nesta escola, surge o projeto de intervenção: A importância da parceria entre família e escola no processo educacional: um olhar na Escola Municipal Vítor Dias, com objetivo de promover a participação da família no processo ensino-aprendizagem, estimulando o crescimento do aluno, resgatando o fortalecimento da auto-estima. Nesse sentido, o presente trabalho foi desenvolvido de maneira a responder o seguinte questionamento: Quais os principais fatores que influenciam a relação família e escola e o rendimento escolar? Procurando responder este questionamento busca-se desenvolver ações que possam fortalecer a relação entre ambas diminuindo assim, a distância observada na pesquisa de campo entre estas duas instituições, imprescindíveis na vida da criança e jovens da escola pesquisada. Assim, conclui-se que a família e escola são as instituições capazes de juntas, reverterem situações problemas que ao longo do processo educativo institucional possam aparecer, bem como, para o desenvolvimento integral de crianças e jovens, refletindo positivamente na aprendizagem escolar . Palavras-chave: Escola parceria - família. _________________ 1 Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal do Tocantins UFT. Especialista em Gestão Escolar pelo Programa Escola de Gestores/ UFT; Cursando Especialização em Coordenação Pedagógica pela Escola de Gestores em Parceria com o MEC e a Universidade Federal do Tocantins UFT. 2 Professora orientadora do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica pela Escola de Gestores em Parceria com a Universidade do Tocantins UFT.

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A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO

EDUCACIONAL: UM OLHAR NA ESCOLA MUNICIPAL VÍTOR DIAS

Angela Maria Wanderlei de Brito1

Orientadora: Klívia de Cássia Silva Nunes2

RESUMO

O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a importância da interação entre

família e escola no processo educativo da criança na Escola Municipal Vitor Dias. Procurando

entender a ausência da família no processo educativo nesta escola, surge o projeto de

intervenção: A importância da parceria entre família e escola no processo educacional: um

olhar na Escola Municipal Vítor Dias, com objetivo de promover a participação da família no

processo ensino-aprendizagem, estimulando o crescimento do aluno, resgatando o

fortalecimento da auto-estima. Nesse sentido, o presente trabalho foi desenvolvido de maneira

a responder o seguinte questionamento: Quais os principais fatores que influenciam a relação

família e escola e o rendimento escolar? Procurando responder este questionamento busca-se

desenvolver ações que possam fortalecer a relação entre ambas diminuindo assim, a

distância observada na pesquisa de campo entre estas duas instituições, imprescindíveis na

vida da criança e jovens da escola pesquisada. Assim, conclui-se que a família e escola são as

instituições capazes de juntas, reverterem situações problemas que ao longo do processo

educativo institucional possam aparecer, bem como, para o desenvolvimento integral de

crianças e jovens, refletindo positivamente na aprendizagem escolar .

Palavras-chave: Escola – parceria - família.

_________________

1Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal do Tocantins – UFT. Especialista em Gestão

Escolar pelo Programa Escola de Gestores/ UFT; Cursando Especialização em Coordenação Pedagógica pela

Escola de Gestores em Parceria com o MEC e a Universidade Federal do Tocantins – UFT.

2Professora orientadora do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica pela Escola de Gestores em

Parceria com a Universidade do Tocantins – UFT.

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INTRODUÇÃO

A relação família-escola nos dias atuais se tornou tema de discussão pela importância

da parceria entre esses dois segmentos para o alcance do sucesso dos alunos no processo de

ensino aprendizagem. È comum ouvir-se de professores que o apoio familiar é imprescindível

para o bom desempenho escolar dos alunos e evidencias de que alunos acompanhados

regularmente por suas famílias têm resultados além daqueles que não possuem o respectivo

acompanhamento.

Em observação à Escola Municipal Vitor Dias notou-se que a ausência dos pais às

solicitações vem acontecendo com freqüência no contexto escolar atual e os resultados na

aprendizagem dos alunos não vêm sendo favoráveis, o que pode ser um indicativo do pouco

acompanhamento dos pais à vida escolar das crianças. Essa foi uma das questões que motivou

o desenvolvimento desse trabalho objetivando analisar a família perante a escola e a

necessidade de uma integração, supondo que a questão familiar pode ser um dos fatores que

influenciam o desenvolvimento escolar de um aluno em seu processo de escolarização.

Embora sabendo que os parâmetros de família têm mudado no decorrer dos séculos,

acredita-se que mesmo nessa nova composição, o representante principal possa ser um

personagem importantíssimo na aprendizagem do educando.

A escola que antes tinha apenas a função de ensinar para o mundo do trabalho passa a

assumir também a função da família que é educar para a vida nos aspectos espirituais, morais

e sociais, o que acabou por sobrecarregar a escola que sofre conseqüências e em torno disso

gera-se muitos conflitos. Para diminuir tais conflitos o ideal seria criar uma parceria entre

família e escola para que haja uma distribuição mais justa de responsabilidades, onde cada um

faz o seu papel e não sobrecarrega a outra.

O presente trabalho pretende, sobretudo, tratar das vantagens dessa parceria como

imprescindível para a diminuição de muitos problemas enfrentados hoje na escola. Nesse

contexto será analisado o papel da família na educação dos filhos bem como os fatores que

exercem maior influência na interação entre a família e a escola alem de refletir sobre o papel

da escola no processo de interação com a família com o objetivo de fomentar interação

necessária entre a escola e as famílias na Escola Municipal Vitor Dias. Dessa forma foram

aplicados questionários a um público de pais a fim de analisar a sua concepção sobre aspectos

relativos a escola de seus filhos bem como sua participação na escola enquanto responsáveis

pelo aluno, além do seu conceito sobre qual o papel da escola na educação dos seus filhos.

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A pesquisa parte da realidade da Escola Municipal Vitor Dias, Instituição de Ensino da

Rede Pública Municipal do Município de Darcinópolis-To. A instituição citada atende a uma

demanda de aproximadamente 553 alunos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, fase em

que o acompanhamento dos pais no processo educacional dos filhos é imprescindível, visto

que se trata do alicerce da vida escolar desses alunos que precisa ser bem acompanhada tanto

pela escola quanto pelos pais como bem fundamenta a LDB em seu artigo 205. Em análise

feita pela própria escola, constatou-se que a ausência de parte dos pais no processo educativo

dos filhos, tem resultado em desempenho abaixo do esperado em relação aos que recebem o

devido acompanhamento. Percebeu-se a necessidade de aprofundamento maior no assunto,

para então desenvolver estratégias no sentido de reparar o problema existente.

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FATORES QUE INFLUENCIAM A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA E O

RENDIMENTO ESCOLAR

É fato a afirmação de que a interação da família no processo educacional dos filhos

tem se mostrado cada vez mais fundamental para seu desempenho escolar evidencia real dessa

afirmação é a comparação de um aluno acompanhado em casa, onde o pai participa

ativamente de sua escolarização em casa e em contato com a escola versus um aluno que não

possui esse devido acompanhamento Nesse contexto é evidente que na medida em que a

escola procura intencionalmente promover espaço de participação entre esta e as famílias é

mais fácil adquirir resultados uma vez que é mais cômodo participar onde nos sentimos

acolhidos e bem vindos.

Outro fator, senão o principal que influencia a relação escola família é o diálogo entre

ambas de forma a chegarem a um consenso de suas reais atribuições sobre a sua

responsabilidade, no caso o aluno de maneira a não sobrecarregar uma a outra e cada uma

fazer a sua parte no que se trata ao ensino aprendizagem. E, de acordo Paro (2007) para que

esse diálogo aconteça é necessário que os pais se sintam respeitados, valorizados e tratados

―de igual pra igual‖ na escola dos filhos.

Na Escola Municipal Vitor Dias, tem-se primado pelo diálogo com as famílias de

formas a inseri-las no contexto escolar de seus filhos por compreenderem como necessário e

não por medo de punição. Com esse intuito realizou-se estudos de professores junto aos pais

de textos como o diálogo de Rosely Sayão e Júlio Groppa Aquino ―A Escola, a família e suas

fronteiras‖ refletindo sobre esses laços necessários entre essas duas instancias onde o autor em

uma entrevista frisa a importância da família no cotidiano escolar dos filhos refletindo sobre

as múltiplas estruturas familiares existentes e o papel destas na escolarização dos filhos de

maneira a cumprir sua função social.

Sobre os fatores que interferem no rendimento escolar compreende-se que além da

falta de participação da família existem ainda fatores adversos, um exemplo é a falta de

condições financeiras das famílias de promover uma vida digna aos filhos e nesse contexto a

participação na escola se torna segundo plano tendo em vista que alguns não conseguem

sequer o alimento necessário todos os dias. Segundo Oliveira (2008), o fator condição social

exerce fundamental influência no insucesso nos estudos por parte dos alunos.

Paro (2007) vê como fator prejudicial à integração família e escola, a comunicação

ineficiente. Em relação a isso, ele afirma que a comunicação eficiente entre a família e a

escola está muito distante da realidade atual, e que os valores importantes no que diz respeito

ao ensino ficam prejudicados nesse tipo de relação. De acordo com o mesmo autor, a falta de

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iniciativa dos educadores contribui de maneira significativa para este quadro. Para ele, os

docentes deixam a desejar nas atitudes, além de haver escassez de trabalho em conjunto com a

família dos alunos. Dessa forma constata-se que deverá haver mais iniciativa da escola em

contato com as famílias além da simples convocação para reuniões de repasses de

informações e observações sobre seus filhos.

Partindo desse pressuposto e como ação do projeto de pesquisa que deu origem a este

trabalho, a Escola em estudo tem realizado nas turmas do 2º e 3º ano o ―momento dos Pais‖

em que o pai/mãe/avó/tio, etc; tem o espaço para contar uma história ou realizar uma

brincadeira com toda a turma. A ação ganhou vários adeptos e foi uma oportunidade a avós

que nunca tinham vindo à escola, terem seu ―momento de fama‖. Algumas relataram ter se

lembrado de seus tempos de escolaridade. Nos últimos meses essa ação tem até gerado

conflitos e em uma das salas teve que se montar cronograma, pois estava havendo mais de

dois participantes no mesmo dia o que, de certa forma atrapalhava a rotina do professor. Os

participantes na maioria das vezes eram cobrados por seus filhos/netos/sobrinhos a virem,

justificando que todos já tinham vindo e faltava apenas ele(s).

Essa ação foi realizada nessas turmas estrategicamente por serem as turmas onde

contávamos com pouquíssima participação dos pais no processo de escolarização e por

precisar-se muito dessa presença, seja por indisciplina ou mesmo por dificuldade na

realização da tarefa de casa, por exemplo. A ação teve pausa de um mês pra analisar-se se

houve resultados e notou-se que as notas da turma tiveram evolução em relação ao bimestre

anterior. Atribui-se a isso o fato de os pais estarem mais presentes e participando do dia-a-dia

da sala de aula e compreendendo os pontos fracos de seus filhos no que se trata da

aprendizagem.

Nota-se que nessa relação escola família vários são os pontos de intersecção, as

responsabilidades são múltiplas e deverão ser recíprocas para que se obtenham resultados

satisfatórios.

FUNÇÕES DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NO PROCESSO EDUCACIONAL

A discussão sobre a participação da família na vida escolar dos seus filhos, não é

recente. Para uma melhor compreensão é fundamental a análise de tais instituições ao longo

dos tempos. A família tem mudado radicalmente no tempo e no espaço, evidencia disso

observa-se nos modelos de família hoje em comparação a épocas anteriores.

A princípio, como nos mostra Zagury (2002, p.28):

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[...] o poder educacional dessas duas instituições (escola e família) se alicerçava e

alimentava-se mutuamente. Especialmente com isso, as novas gerações adquiriam

seus valores e seus saberes (intelectuais e morais) sem maiores problemas.

Dessa forma, com a modernização da sociedade as famílias passaram a obter uma

nova estrutura, assim como a escola, o que deu origem aos conflitos que existem entre esses

dois segmentos que dificulta seu relacionamento necessário.

Segundo Tiba (1996, p.43), observa-se que anteriormente grande parte das famílias se

organizava da seguinte maneira:

[...] as crianças só chegavam à escola aos 6,7 anos de idade. As mães raramente

trabalhavam fora de casa e os pais, embora ocupados, permaneciam mais tempo

com a família. Assim a criança tinha muita convivência familiar e a escola cumpria a

sua parte, fornecendo uma educação complementar.

Porém, a sociedade moderna trouxe uma nova forma de organização não somente nas

instituições de ensino, mas também no que diz respeito ás estruturas familiares. Hoje, a mãe

trabalha fora, ausentando-se de casa por muitas horas, e o pai tem menos tempo para dedicar à

educação dos filhos. Como isso, na maioria das vezes a criança não tem com quem ficar em

casa, estão sendo colocadas em escolas cada dia mais precocemente quando ainda deveriam

estar sob a educação familiar.

Dessa forma, percebe-se que uma parte das crianças está indo à escola para ser

educada e algumas, para ser criadas, chegando à escola sem o amadurecimento suficiente para

receber a instrução formal, para qual as escolas estavam preparadas. Daí espera-se que os

professores estejam capacitados para assumir tamanha responsabilidade e acredita-se que os

mesmos não estão preparados, pois a maioria dos professores em atividade hoje, não

receberam capacitação para exercer o papel de formador.

Surge então o conflito, de um lado os pais pela ocupação do dia-a-dia já não

encontram tempo para auxiliar na educação dos filhos, cobram mais e mais das escolas e

professores esperando que estes façam o que ainda não foi feito, e de outro lado, encontram-se

os profissionais de ensino, em sua grande maioria mal remunerados e despreparada para

assumir tamanha responsabilidade.

Mais uma vez, podemos confirmar tal idéia nas palavras de Tiba (1998, p.27):

[...] a quem cabe a tarefa de educar, se à escola ou à família? Entra-se num jogo de

empurra responsabilidade sobre os mal-educados. A família cobra que a educação

seja dada pela escola, enquanto esta diz que deve vir de berço. Enquanto isso, a

educação vira área de ninguém.

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São diversos os fatores que agravam os conflitos entre família e escola no campo

educacional. E infelizmente o que se percebe é que cada vez mais torna-se difícil para o

educador realizar seu trabalho.

Mas o verdadeiro objetivo dessa discussão, não é encontrar o responsável para tais

problemas, mas, mostrar alguns dos obstáculos, das barreiras existentes entre esses dois

agentes (família e escola) imprescindíveis no processo educacional de nossas crianças.

O que se sabe até aqui é que ficar nesse cabo de guerra, não vai levar ninguém a lugar

nenhum, ou melhor, vai nos levar a caminhos muito mais difíceis.

Como o próprio título do trabalho sugere, e que veremos mais detalhadamente a

seguir, é importante estabelecer uma parceria entre essas duas instituições para alcançarmos

sucesso no processo de ensino e aprendizagem.

A ESCOLA FAZENDO SEU PAPEL NO PROCESSO DE INTERAÇÃO COM A FAMÍLIA

Firmar uma parceria com a família significa reconhecer tal segmento com a sua

estrutura, respeitando-a sem preconceito. Nessa parceria cabe a escola conhecer as relações

familiares para poder manter uma relação face-a-face com o espaço familiar, de forma aberta

e respeitosa. É preciso manter uma relação dialógica, em que todas as partes envolvidas

possam expressar na busca de saídas para os problemas educativos. Dessa forma cabe à escola

fomentar o interesse e a preocupação dos pais em participarem do processo escolar dos filhos

como co-responsáveis.

De acordo com SZYMANSKI (2001, p.82)) as famílias:

Esperam da escola um tipo de organização que permita mais contato com os pais,

por meio de reuniões em que possam saber sobre o rendimento dos filhos, assim

com um registro, um boletim.

Nesse raciocínio, nota-se que não é tão distante a expectativa da família em relação à

escola, esta espera que a escola cumpra sua função e esteja em comunicação com a família.

Isto é, os pais consideram natural e necessário o acompanhamento do processo escolar dos

filhos, como forma de conhecer as ações da escola, embora não seja tão real esse

acompanhamento quando se trata da aprendizagem.

Sabe-se, portanto que o papel da escola em relação à família é bem além do simples

repasse de informações, tal como Szymanski (2001, p. 90) ratifica:

A escola tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de

vista de seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da

identidade, além de sua inscrição futura na sociedade.

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Assim, o papel da escola vai além da mera transmissão de conteúdo, pois é no

ambiente escolar que o sujeito adquire uma ampla gama de conhecimentos e aperfeiçoa seu

aprendizado de viver em sociedade. Nos dias atuais, o papel da escola, é proporcionar a

formação global do aluno, como um espaço de discussão das questões sociais vividas pela

sociedade, pela comunidade e pelos alunos e educadores em seu cotidiano.

Por fim SZYMANSKI, (2001, p.75) sintetiza o raciocínio acrescentando que:

Uma condição importante nas relações entre família e escola, é a criação de um

clima de respeito mútuo [...] tendo claramente delimitado os âmbitos de atuação de

cada um.

Nesse sentido e a escola ainda precisa repensar suas práticas em relação à família.

Precisa cultivar em seu interior um trabalho de incentivo à participação da família na escola,

assim como também a família precisa aproximar-se cada vez mais das ações que ocorrem no

interior da escola.

4. METODOLOGIA DA PESQUISA.

A pesquisa utilizada se caracteriza como pesquisa ação e no decorrer do

trabalho são descritos de forma fundamentada sob a visão de diversos autores o papel da

família e da escola na educação dos filhos bem como os fatores que exercem maiores

influencia na interação entre essas duas instituições tomando por base a realidade da Escola

Municipal Vítor Dias. Para a compreensão do ponto de vista dos pais dos alunos dessa

instituição sobre seu papel no processo de escolarização de seu filho bem como a sua

freqüência de visitas à escola além da relação da escola com estes pais, foi realizado um

levantamento através da aplicação de um questionário em Setembro do corrente ano a uma

amostra de 40 (quarenta) pais escolhidos estrategicamente em todas as turmas do 1º ao 5º ano,

ou seja, os que resistiam com mais freqüência o acompanhamento aos filhos, bem como a

participação na escola. A pesquisa foi realizada em reunião extraordinária realizada pela

coordenação pedagógica que estendeu o convite a aproximadamente 60(sessenta) pais listados

pelos professores como distantes da realidade do seu filho e observados pela escola por um

período de aproximadamente 3 (três) meses. Para facilitar a tabulação dos dados o

questionário foi organizado em alternativas a serem marcadas pelos pais.

A análise dos dados foi realizada manualmente em análise aos 40 (quarenta)

questionários respondidos pelos pais. As informações obtidas por meio desses questionários

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foram organizadas estatisticamente em gráficos e estão listadas a seguir apresentando

resultados expressivos.

Em relação à escolaridade dos pais, cerca de 13% do total declarou possuir nível de

escolaridade de 5ª a 8ª séries e 25% disseram ter o ensino fundamental de 1ª a 4ª série,

seguido por 45% de ensino médio. Por outro lado, 5% disseram ter apenas a alfabetização e,

12% possuem o nível superior, tal como demonstra do Gráfico 1.

Gráfico 1: Grau de Escolaridade dos pais.

13%

5%

25%45%

12%

1. Qual é o seu nível de escolaridade?

Fundamental (5ª a 8ª série)

Alfabetização (Educação de Jovens e Adultos)

Fundamental (1ª a 4ª série)

Ensino Médio

Ensino Superior

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011.

Assim, observa-se que com o avanço da sociedade atual, aumenta também o grau de

instrução dos pais, o que de certa forma deveria influenciar de maneira positiva, pelo fato de

os pais hoje terem conhecimentos que os tornem capazes de compreender o real sentido da

escola para seu filho bem como a importância do seu acompanhamento para uma educação

efetiva.

No questionamento sobre a importância da educação na vida dos filhos, exatos 100%

responderam de maneira positiva, ou seja, que a educação tem sim importância, e 93%

expressaram que além de cuidar, a família também tem o dever e a responsabilidade de educar

os filhos, contra 5% que acreditam que o dever da família é apenas educar e 2% acham que a

família deve apenas cuidar, conforme evidencia os gráficos 2 e 3.

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100%

00

2. Você considera a Educação Escolar importante?

Sim

GRÁFICO 2: Importância da educação para os filhos

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Gráfico 3. Responsabilidade da família

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Em análise ao contexto pode-se constatar que apesar de não estarem tão próximos da

educação dos filhos, os pais a vêem como importante o que, já é um avanço no sentido da

parceria a ser firmada, uma vez que esta depende, sobretudo da sensibilização da família

quanto às sua responsabilidades.

Em relação à função da escola, 63% dos entrevistados responderam que seria ensinar

a ler, escrever e fazer cálculo, outros 23% acreditam que a função social da escola é ensinar o

exercício da cidadania. Já para 10% desses pais o papel da escola é ensinar o aluno a conviver

com outras pessoas e para apenas 2% dos pais entrevistados a função da escola é ensinar uma

profissão ou outra função não especificada, como evidencia o gráfico 4.

2%5%

93%

3. Para você. Quais são as

responsabilidades da família na

educação dos filhos?Cuidar

Educar

Cuidar e Educar

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63%2%

10%

23%2%

4. Para você, qual é a função da escola? Ensinar a ler,

escrever e

fazer cálculosEnsinar uma profissão

Ensinar a

conviver com

outras pessoas Ensinar o

exercício da cidadaniaOutra

63%

37%

00

5. Como você avalia a participação de seu filho na escola?

Boa

Regular

GRÁFICO 4: Função da escola

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Diante as respostas dos entrevistados, observa-se o quanto a educação tradicional

ainda está arraigada nos dias atuais, sob a concepção da própria família que ainda compreende

educação formal como o ensinar a ler e escrever de forma mecânica sem levar muito em

consideração a função puramente social da escola de formar sujeitos, desenvolvendo o

processo de socialização do aluno de forma a prepará-lo desde seu início de escolaridade para

o mundo que o cerca. No intuito de fortalecer a afirmação recorre-se a GOMES, (2000, p.18),

que diz que:

[...] ―a função da escola concebida como instituição especificamente

configurada para desenvolver o processo de socialização das novas gerações,

aparece puramente conservadora; garantir a reprodução social e cultural

como requisito para a sobrevivência mesma da sociedade‖

No que se refere à participação dos filhos na escola, 63% dos entrevistados disseram

ser boa, e o restante, 37%, avaliaram como regular (Gráfico 5).

GRÁFICO 6: Participação do filho na escola

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

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53%47%

00

6. O que você espera da escola para seu filho?

Preparação

profissionalPreparação para a vida

2%15%

83%

0

7. Você vai à escola com qual frequência?

Não costumo ir, porque

não acho importante

Vou nas reuniões

quando sou chamado

Vou sempre que posso, para saber se está tudo

bem

A partir das respostas, observou-se, portanto que até mesmo o diálogo rotineiro nas

famílias não é tão comum, pois os pais sabem muito pouco sobre seus filhos, sua rotina, suas

dificuldades. Isso de certa forma explica a pouca importância que estes dão ao

acompanhamento da vida educacional dos filhos.

Quando perguntados sobre a expectativa para a formação de seus filhos na escola,

53% dos pais disseram que esperam que a escola os prepare para a vida, outros 47% esperam

que a escola os prepare para o mercado de trabalho, ou seja, preparo profissional, tal como

revela o gráfico 6.

GRÁFICO 6: Expectativa para a formação dos filhos

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

O gráfico acima mostra que apesar da não participação na vida de escolaridade dos

filhos os pais tem expectativas positivas em relação à sua formação profissional bem como

preparação para a vida, muito embora essa responsabilidade esteja atribuída somente à escola.

Um fator importante observado é a freqüência de visitas dos pais à escola. Sobre isso,

83% responderam que sempre vão à escola, outros 15% disseram que só vão a reuniões, e

apenas 2% admitiram que nunca vão à escola, como mostra o Gráfico a seguir.

GRÁFICO 7: Freqüência de visitas dos pais à escola

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72%

11%00

8. Se vai à escola com frequência, como você avalia o diálogo entre a escola e a

família?

BomRegular

Nota-se com isso que os pais se sentem inibidos ao admitirem que não vão à escola do

filho e acabam omitindo sua não participação.

Outro importante fator nessa interação é o diálogo entre a família e a escola. Assim,

71%avaliaram esse diálogo como bom, e o restante disse ser apenas regular, conforme é

mostrado no gráfico 8. Essa constatação estimula à continuidade de ações no sentido da

aproximação desses dois segmento interdependentes, pelos resultados já obtidos e que

comprovadamente estão surtindo efeitos positivos.

GRÁFICO 8. Diálogo entre a família e a escola

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Notou-se que o relacionamento entre a Escola Municipal Vitor Dias e os pais de seu

público acontece de forma tranqüila e isso foi evidenciado quando se perguntou aos pais

como eles se sentiam ao falar com profissional da escola. 70% disseram sentir-se normal, e

quase 30% responderam sentir-se muito bem. (Gráfico 9)

GRÁFICO 9: Sensação durante diálogo com membros da escola

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Ao serem questionados sobre como são recebidos quando vão à escola, 60% dos

entrevistados expressaram ser bem recepcionado, e 40% disseram ser muito bem recebido na

escola. O que de certa forma aumenta os questionamentos quanto à não participação já que,

para esses pais a escola vem cumprindo seu papel no que se trata da acolhida e diálogo com

estes.

70%

30%00

9. Como você se sente ao falar com o(a) professor(a), coordenador(a),

e/ou diretor(a)?

Bem

Normal

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GRÁFICO 10: Recepção aos pais pela escola

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Um ponto curioso das respostas foi quando ao questionar-se sobre o acompanhamento

dos estudos dos filhos, 48% dos pais disseram verificar tarefa de casa e 47% disseram que

ajudam seus filhos a estudar as lições de casa. Apenas 5% dos entrevistados admitiram que

não acompanham seus filhos e justificaram não ter tempo como é evidenciado no gráfico 11.

As respostas dadas pelos pais foram contraditórias à realidade vivenciada o que causa

preocupação na medida em que se observa o rendimento dos alunos e as observações de

professores sobre os mesmos alunos que não fazem a tarefa de casa.

GRÁFICO 11: Acompanhamento dos estudos dos filhos

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Ainda a fim de compreender-se ainda a concepção dos pais sobre os efeitos positivos e

negativos da sua não participação ou participação na vida escola de seus filhos, perguntou-se

se estes consideravam que a sua participação poderia melhorar o desempenho e a

aprendizagem de seu filho. Diante disso 81% dos pais concordam que sim e 19% acham que

melhora apenas o comportamento destes na escola.

60%

40%

00

10. Como você é recebido

quando vai à escola?

Muito …Normal

5%

48%47%

0

11. Como você tem acompanhado o estudo do seu (ua) filho(a)?

Não tenho

tempo para acompanharVerifico a "tarefa

de casa"

Ajudo a estudar as lições

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Gráfico 12. Importância da participação na escola.

Fonte: pesquisa de campo realizada em 2011

Nesse contexto, constata-se que as responsabilidades a serem assumidas pelos pais

como parceiros da escola estes já conhecem bem como os caminhos para uma parceria com a

escola, o que falta a esses atores é colocar a teoria em prática para que se adquira resultados

positivos. Por outro lado a escola em seu contexto deverá fazer a sua parte no favorecimento a

essa interação possibilitando vias de acesso a esse público a fim de que ambos cumpram seus

papéis em todos os processos educacional, familiar e social.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalhou possibilitou uma análise detalhada da realidade em estudo e mostrou de

fato a importância da participação dos pais na escola participando da vida de escolaridade dos

filhos para que haja harmonia entre esses dois segmentos responsáveis pela educação.

Após essa análise verificou-se que os pais investigados consideram importante essa

participação, embora esta ainda deixe a desejar por parte desses pais que na maioria das vezes

acabam por arrumar uma desculpa ao não cumprimento do seu real papel.

Percebe-se que essa participação é um grande desafio para aqueles que estão

envolvidos com o processo educativo de crianças, adolescentes e jovens. É preciso que a

escola e família busquem cada vez mais uma relação de parceria com compromisso, a fim de

superar as dificuldades existentes nessa relação.

Os reais objetivos deste projeto de intervenção pelas ações realizadas obtiveram

resultados parciais no sentido da aproximação escola família. Após as várias tentativas citadas

no decorrer deste trabalho percebeu-se um melhor diálogo existente possibilitando assim uma

maior parceria e acompanhamento dos filhos pelos pais no decorrer do 3º bimestre o que foi

constatado pelo aumento na aprovação dos alunos nesse bimestre bem como na realização do

81%

19% 00

12. Você considera que a sua participação junto à escola pode

melhorar o desempenho e a aprendizagem de seu(ua) filho(a)?

Sim, acredito

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―para casa‖ por alunos que não davam esse retorno. Tal resultado comprovadamente se deu

pela aproximação do pai à vida escolar dos filhos nessa instituição.

Entende-se, portanto, que quando o assunto é a relação família e escola, não cabe mais

a ―essa altura‖, buscar um culpado pelo conflito. È necessárias ambas as instituições se

conscientizarem da sua real função social, e posteriormente, unirem-se no sentido de tornar o

processo educativo mais eficaz e satisfatório para todos nós.

É necessário ter em mente ainda, que o que está em jogo realmente é formação de

crianças e jovens que estão dentro de pouco tempo escrevendo a história de nossa sociedade.

Cabe então a todos nos, zelar pela formação intelectual, moral e ética de nossos futuros

cidadãos.

6. REFERENCIAS

SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília:

Plano, 2001.

GOKHALE, S. D. A família desaparecerá? In: Revista Debates Sociais. Nº 30, Ano XVI. Rio

de Janeiro, CBSSIS, 1980.

CARVALHO, M. E. P. Relações entre família e escola e suas implicações de gênero.

Cadernos de pesquisas, n. 110, p. 143-155, 2000.

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NOGUEIRA, N. A relação Entre Escola e Comunidade na Perspectiva dos Parâmetros

Curriculares Nacionais. Revista Pátio, ano 3, n.10. p. 13-17, ago/out. 1999.

PAROLIN, I. C. H. Família e Escola: Instituições Parceiras. Temas em Educação II.

Jornadas 2003. São Paulo.

PARO, V. H. Gestão da escola pública: a participação da comunidade. Revista

brasileira de estudos pedagógicos, v. 73, n. 174, p. 255-290, 1992.

__________________. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã,

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TIBA, Içami. Ensinar aprendendo:como superar os desafios do relacionamento professor

aluno em tempos de globalização.São Paulo,1998.

__________________. Disciplina, limite na medida certa — São Paulo: Editora Gente,

1996

ZAGURY, Tânia. Escola sem conflito: parceria com os pais. Rio de Janeiro: Editora Record,

2002.

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