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Universidade Católica de Brasília – UCB Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso II A importância da Educação Física no combate ao bullying no ambiente escolar Kênia Myriane Borba Orientador: Prof. MSc. Paulo Cesar Trindade Vieira Brasília / DF 2011

A importância da Educação Física no combate ao bullying no

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Page 1: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Universidade Católica de Brasília – UCB

Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Educação Física

Trabalho de Conclusão de Curso II

A importância da Educação Física no combate ao bullying no ambiente escolar

Kênia Myriane Borba

Orientador: Prof. MSc. Paulo Cesar Trindade Vieira

Brasília / DF 2011

 

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KÊNIA MYRIANE BORBA

A importância da Educação Física no combate ao bullying no ambiente escolar

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção de título de Licenciatura Plena em Educação Física. Orientador: Prof. MSc. Paulo Cesar Trindade Vieira

Brasília / DF 2011

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, à minha família, meu irmão e minha colega de curso que me apóiam em todos os momentos e me enriquecem de conhecimento todos os dias.

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“Sem amor, eu nada seria.”

(São Paulo, 1ª Carta aos Coríntios)

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO COMBATE AO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

KÊNIA MYRIANE BORBA

RESUMO

A busca pela contenção da violência vem utilizando os mais diversos tipos de meios e

transformações. O objetivo deste estudo é identificar a importância das aulas de

Educação Física como instrumento de combate ao bullying e à violência nas escolas,

além de mostrar como o bullying tem atingido diretamente o ambiente escolar, e como a

relação entre aluno e professor pode ajudar nessa batalha.

Palavras-chave: Violência; Bullying nas escolas; Professor; Aluno.

Page 6: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

1. INTRODUÇÃO

A violência atinge a integridade emocional, psíquica e física das pessoas, e é uma

das grandes preocupações de nossa sociedade, principalmente quando se fala em

crianças e adolescentes, visto que estes podem ser promotores da violência nas escolas

ou apenas vítimas de um processo pedagógico falho, que envolve não adaptação social,

bullying e desigualdade social, causa maior do crescimento de crianças sem preparação

para a vida.

Segundo a revista eletrônica Nova Escola1, bullying “é uma situação que se

caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva,

por um ou mais alunos contra um ou mais colegas”. O termo bullying tem origem na

palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em

português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e

maltrato. Percebe-se que, atualmente, esse tipo de violência é bastante comum e pode

gerar graves problemas para o individuo e a sociedade em geral.

Um grande exemplo da existência dessa anomalia social foi o ocorrido na Escola

Municipal Tasso Silveira, na zona Oeste do Rio de Janeiro. O jovem Wellington Menezes

de Oliveira, de 23 anos, entrou na escola onde havia estudado, atirando contra crianças

que estavam em sala de aula; 11 crianças morreram e 18 ficaram feridas. Conforme

investigações e entrevistas com ex-colegas de classe de Wellington, apresentadas no

programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, foi identificado que ele havia sofrido

bullying, o que poderia ter criado em seu inconsciente uma pré-disposição para o crime,

o que, por si só, não justifica este ato de brutalidade, mas relaciona-se, entre vários

outros fatores que também estão envolvidos, como as ameaças e a violência que sofreu.

A Revista Istoé2 fez uma profunda investigação sobre o caso e apresentou em detalhes

o ocorrido, em sequência apresenta a exposição precoce à violência e o que isso pode

provocar nas crianças e adolescentes, ainda mais quando até mesmo o ambiente

escolar é atingido.

No processo pedagógico ideal para o nosso país, o educador deve trabalhar de

acordo com as transformações, vivenciando a necessidade de cada aluno e lidando com

as diferenças sociais, culturais e financeiras, buscando entender os fatores                                                             1 Revista Nova Escola. 21 perguntas e respostas sobre bullying. 2011. 2 Revista Istoé. Terror na Escola. 2011.

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determinantes da violência nas escolas, pois é o ambiente em que a criança reflete as

frustrações do seu dia-a-dia. A escola tem a função de transmitir valores pautados na

ética, que se constitui pelo respeito mútuo, diálogo, justiça, solidariedade, cooperação,

sinceridade e autenticidade.

No contexto educacional, o profissional de Educação Física tem um papel

relevante. Assim diz a professora Tânia Netto3:

A linguagem corporal/não-verbal dos alunos é importante no sentido de observarmos alguns fatos, tais como: violência corporal nas atividades e jogos, olhares e risadas desqualificantes, intimidatórias e ridicularizantes; exclusões intencionais (exaltação do erro, não passar a bola, ignorar na escolha das equipes, distanciamento físico de alguns alunos etc.); provocações corporais (tapas, empurrões, esbarrões, assédios); dentre outros. As reclamações dos alunos também são de suma importância para detectarmos a presença de bullying (Revista EF. 2010).

A relação entre professor e aluno baseada na confiança, tem grande valor em sua

formação como um ser integral. A Educação Física no âmbito escolar é entendida como

uma disciplina curricular de enriquecimento cultural, fundamental à formação da

cidadania dos alunos, baseada em um processo de socialização em que estão

contemplados valores morais, éticos e estéticos, que consubstancia princípios

humanistas e democráticos. Para isto, as estratégias de ação didático-pedagógicas para

esta tão importante área devem estar voltadas para a superação de práticas injustas e

discriminatórias.

                                                            3 Revista EF. Combate ao bullying nas escolas. Entrevista com Tânia Carvalho Netto. 2010.  

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2. OBJETIVO

Identificar, de forma comparativa, os casos de bullying entre as escolas particular

e pública, ressaltando o papel da Educação Física nessa luta.

Page 9: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

3. REVISÃO DE LITERATURA

Muitos estudos já relatam as influências do bullying no ambiente escolar e como o

mesmo interfere no desempenho acadêmico do aluno, todos com o mesmo objetivo de

lançar ações que ajudem no combate e prevenção manifestada através da violência.

Aramis Neto4 apresenta em seu artigo, no Jornal de Pediatria, a escola, instituição

de ensino que avalia o desempenho dos potenciais intelectuais do aluno, como um dos

locais mais propícios para a propagação do bullying, que pode começar por uma série

de fatores. Alunos com estereótipos anormais de beleza, geralmente, são os que mais

sofrem com isso, porém o preconceito tem uma série de outros vértices. Todavia o

significado da escola na vida de crianças e adolescentes é grande e aqueles que não

gostam manifestam desempenho insatisfatório tanto emocional como físico. O

relacionamento interpessoal e o desenvolvimento acadêmico estabelecem uma relação

direta no aprimoramento das habilidades sociais do aluno, fortalecendo a reação diante

de situações de tensão e ansiedade. Avaliar o bom desempenho dos estudantes pelas notas dos testes e cumprimento das tarefas não é suficiente. Perceber e monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que possam ter os jovens em seu convívio social com os colegas passa a ser atitude obrigatória daqueles que assumiram a responsabilidade pela educação, saúde e segurança de seus alunos, pacientes e filhos (NETO, 2005)4.

O bullying, quando está relacionado com uma forma de afirmação do poder

através da agressão, pode intimidar a vítima e incentivar outras pessoas a praticar atos

de violência.

Marie Nathalie Beaudoin e Maureen Taylor5 publicaram o livro “Bullying e

desrespeito: como acabar com essa cultura na escola”, com o objetivo de disponibilizar

aos educadores práticas da terapia narrativa que podem auxiliar os profissionais das

escolas a lidar com o bullying, uma anomalia atual que precisa de suporte básico para

os principais envolvidos: alunos e professores. Neste livro é mostrado tanto o papel do

professor como a situação de confusão mental enfrentada pelos alunos, o que leva a

apresentar formas de lidar com os bloqueios de forma relevante para os alunos.

                                                            4 NETO, Aramis A. Lopes. Bullying - comportamento agressivo entre estudantes. Jornal da Pediatria, 2005. 5 BEAUDOIN, Marie N.; TAYLOR, Maureen. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola.

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Já o artigo publicado por Susana Fonseca Carvalhosa6 “O bullying nas escolas

portuguesas” considera o suporte social como um fator protetor para o envolvimento em

comportamentos de bullying, dentro e fora das escolas, um suporte que engloba família,

amigos, professores e colegas, concluindo que, mesmo que a maioria dos

comportamentos de bullying aconteça nas escolas, a prevenção e contenção do

problema deve centrar-se em toda a comunidade, visto que todos tem um papel

importante nesta batalha.

Pela Revista Istoé7, é importante estudar também o que se passa na cabeça de

meninos e meninas que estão expostos à situação de violência, qual é a concepção dos

alunos sobre a escola, depois desse bombardeio de notícias, jornais e internet sobre o

massacre de Realengo. A escola, que deveria ser um ambiente protegido, sendo, de

repente, invadida pelo terror, que pode marcar essa geração e também a cabeça dos

brasileirinhos, principalmente aqueles que ficaram frente a frente com o assassino e

viram seus colegas serem mortos, ouvindo apenas disparos e vendo a escola se banhar

em sangue. Dentre diversos relatos dos sobreviventes, um depoimento é bastante

comum: “não quero mais voltar para aquela escola”.

O professor das demais escolas do país deve lidar com isso de forma franca,

porém menos dura para os alunos, visto que se as dúvidas não são esclarecidas, outras

fontes serão recorridas. Explicar que isso foi um fato inédito, que nunca tinha ocorrido no

país e que não é uma coisa normal, além de discussões sobre o assunto, que ajudam a

dissociar a violência do ambiente escolar. O trabalho conjunto entre a escola e a família

também é muito importante para que a criança se sinta segura, saiba que existem

pessoas que cuidam dela.

  Lúcia Williams e Ana Pereira8 dizem que “primeiramente, deve-se capacitar

professores e diretores a identificarem situações em que as crianças e adolescentes

estão em risco”. Para isso é necessário que exista uma relação entre professor e aluno e

vice-versa pautada de princípios éticos e morais, onde o respeito e a consideração ao

papel de cada um sejam preservados. A formação ampla e interdisciplinar é uma

necessidade atual para os educadores, já que nem todos estão preparados pra lidar com

                                                            6 CARVALHOSA, Susana F. Experiências e Práticas de Intervenção: o Bullying nas escolas portuguesas. 2010. 7 Revista Istoé. Abril de 2011. 8 WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque; PEREIRA, Ana Carina Stelko. A Associação entre Violência Doméstica e Violência Escolar: uma análise preliminar. 2008.

Page 11: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

situações de conflito em sala de aula, e assim tenham habilidades para lidar com a

situação a contribuir para a formação cidadã do indivíduo.

Conforme a professora Tania Netto3,

A Educação Física não pode se eximir desta responsabilidade de colaborar com os valores na formação dos alunos e, por suas características e ações curriculares, podemos considerá-la de grande importância na construção do processo de educação de crianças, jovens e adultos. Acredita-se que o diálogo ainda seja a melhor opção para a solução de conflitos, que são facilmente identificados nas aulas de Educação Física, a superação da discriminação também deve ser trabalhada, em atividades coletivas e de aproximação entre agressor e vítima (Revista EF, 2010).

O Profissional de Educação Física Rafael Guimarães9, é um dos que defendem

essa tese. Para ele, a Educação Física, por ser uma disciplina que apresenta em parte

do seu plano curricular uma maior aproximação física entre os alunos, serve como um

bom instrumento para aplicar conceitos da ética e da axiologia nas atividades

desenvolvidas com os alunos (CONFEF, 2011) 10.

Nessas ações, destacam-se duas escolas do Distrito Federal, uma em

samambaia, onde o quadro era composto por três professores de Educação Física, que

depois de um árduo e reconhecido trabalho desenvolvendo intervenções nas aulas de

Educação Física conseguiram diminuir significativamente a violência, que ganhou a

publicação na Revista E.F., 201010, ambas da rede pública de ensino, o que elimina em

partes a idéia de bullying relacionada apenas à escola pública, visto que a escola

particular também enfrenta problemas relacionados a isso.

Já o Centro de Ensino Fundamental I de Brazlândia, em reportagem apresentada

pelo Jornal Aqui DF10, provou que, com boa vontade, o colégio pode sair de uma

situação de violência para ser o segundo melhor rendimento da região. A escola

pertence à rede pública de ensino do DF. Em 2004, quando a atual diretoria assumiu a

administração, o colégio, que era conhecido como “Carandiru”, traçou um novo caminho.

Em visita à escola, a diretora Alessandra Alves relatou as dificuldades à época em que

assumiu seu comando. A estrutura física precária e o contexto social preocupante dos

alunos quase a fez desistir. Certa vez, alunos entraram na escola à noite e a pixaram por

completo.

                                                            9 Revista EF. A Educação Física e o bullying. 2011. 10 Jornal Aqui DF. Mudança de Categoria. 2011.

Page 12: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Porém, ao receber os recursos governamentais, a direção decidiu reformar a

escola durante as férias e, em conjunto com todos os professores, deu à escola um

"choque de gestão" e começou a dar andamento em um amplo projeto pedagógico que

conscientizava os estudantes sobre a necessidade de se manter um ambiente saudável

dentro e fora da sala de aula. O projeto iniciou-se pelo diagnóstico da realidade da

escola e, principalmente, social dos alunos que a frequentavam. Crianças de um

assentamento violento ali estudavam e qualquer ação precisava levar isso em conta. Era

necessário um envolvimento com os alunos e professores não só ao momento da aula,

mas à sua realidade, fazendo com que a escola suprisse as deficiências sociais dos

estudantes. Primeiramente houve uma conversa com os alunos estabelecendo uma

relação de confiança e respeito, onde os valores éticos e morais eram preservados, e,

assim, o bom comportamento, a preservação do ambiente e o bom rendimento escolar

eram revertidos em recompensas, como banquinhos nas áreas de lazer, a ampliação e

criação de novas áreas de Educação Física e passeios aos pontos turísticos de Brasília.

Hoje muitas são as ações desempenhadas, destacando-se algumas, a saber: a Semana

de Interclasse (onde o envolvimento parte de todo o grupo de professores e tem

participação da comunidade e interesse dos alunos), tardes de lazer, gincanas,

passeios, inscrição dos alunos em olimpíadas e concursos, bailes, festas juninas, grupos

de estudo, atividades lúdicas, jogos, entre outras.

Foi informado pela diretora que o sucesso do projeto deve-se à boa vontade e o

envolvimento de todo o grupo, incluindo comunidade, pais e professores, visto que o

recurso destinado à escola é o mesmo destinado às demais, porém as doações eram

feitas por todos e algumas atividades como a plantação de mudas e pintura das quadras

feitas pelos próprios alunos. A escola evita fazer transferência de alunos em casos

críticos, a fim de oportunizar o estudante nos projetos e propor mudanças efetivas.

Os professores de Educação Física tem orgulho em trabalhar na escola e poder

contribuir no combate à violência. Acreditam que a Educação Física tem um papel

indispensável nesta batalha, onde a promoção de atividades lúdicas desvinculam os

alunos da realidade enfrentada fora da escola. Nas aulas teóricas durante todo o ano

são trabalhados temas: a ética e moral, o meio ambiente, drogas e anabolizantes; temas

polêmicos e bastante curiosos para os alunos, nas aulas observa-se o interesse pela

disciplina e a experiência do professor em lidar com situações de bullying e violência,

mesmo com as turmas grandes – em média 40 alunos por turma.

Page 13: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Nas ações desenvolvidas na Educação Física, todos os professores atuam de

forma conjunta para que o objetivo seja alcançado. Em turmas com grande número de

alunos, os espaços são utilizados da melhor forma para que todos possam praticar as

atividades propostas, além de integrar duas ou mais turmas para que o envolvimento

comece pelos próprios alunos. As oficinas de pipas, áreas de tênis, pinturas de rosto e

ornamentação das festas são feitas durante as aulas ou em horários contrários,

oportunizando o desenvolvimento e a aprendizagem do discente, missão fundamental da

escola.

Portanto, a necessidade da atuação do professor de Educação Física é essencial

e pode contribuir significativamente para que um bom resultado seja alcançado.

Tomando o projeto como exemplo, a execução de um plano estratégico pelos

professores pode resgatar alunos da vida do crime, através de simples ações e bom

relacionamento com os alunos, que, na grande maioria das vezes, gostam das aulas de

Educação Física, por diversos fatores, dentre eles descontração, momento de lazer e

fuga da rotina de sala de aula, fato que deve ser aproveitado pelo professor para

desenvolver ações de melhoria no ambiente de convivência escolar.

Page 14: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

4. METODOLOGIA

4.1 - Tipo de Estudo

Foi realizado de forma comparativa através do questionário (Modelo no anexo I)

adaptado de XAVIER, (2006)11 e LIMA (2010)12.

4.2 - Amostra

O estudo foi realizado no Centro de Ensino Fundamental 101 e no Colégio

Reação, ambos localizados na cidade de Recanto das Emas – DF. Foram selecionados

40 alunos de forma aleatória, sem distinção de sexo, estudantes da 6º Série (5º Ano) do

Ensino Fundamental, sendo 20 alunos de cada escola.

                                                            11 XAVIER, Débora Bianca. Violência nas escolas, qual o papel da gestão?; 2006. 12 LIMA, Diogo Aciolo. Dores de ser adolescente: Relação entre dominação e violência entre estudantes; 2010.

Page 15: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO TABELA I - Identificação dos alunos quanto ao sexo

Sexo Escola Pública % Escola Particular %

Masculino 7 35% 10 50%

Feminino 13 65% 10 50%

Total 20 100% 20 100%

Verificou-se um número uniforme de alunos do sexo masculino e feminino na

escola particular, sendo 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Já na escola

pública, as meninas correspondem a 65% da amostra.

A maior presença de meninas no ambiente escolar, principalmente no ensino

público, no caso dessa amostra, que corresponde a 65%, se deve a uma diversidade de

fatores, dentre eles nível social e também o próprio tema desse trabalho, fator muito

relevante para essa prática. Os meninos estão mais propícios a entrar no mundo do

crime e da violência, por influência e por tendência própria, estes se envolvem em

manifestações de bullying em maior número que as meninas, que tem outras formas de

manifestar suas opressões. Pela Revista Istoé7, é importante estudar também o que se

passa na cabeça de meninos e meninas que estão expostos à situação de violência,

qual é a concepção dos alunos sobre a escola, depois desse bombardeio de notícias,

jornais e internet sobre o massacre de Realengo. No caso deste acontecido, praticado

por um rapaz que se isolou para preparar o crime, tornou-se fora da realidade para o

nosso país, porém outros casos como estes ou parecidos já aconteceram antes, em

outros países, o que torna essa prática distante dos brasileiros. O que chama a atenção

é a forma como a indignação do rapaz contra a escola foi manifestada, de forma brutal e

inconsciente, preocupando os docentes sobre a imagem que a escola tem na cabeça

das crianças e a influência que isso pode gerar no cotidiano daqueles expostos a esse

excesso de informação.

Page 16: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA II – Distribuição de frequência dos estudantes quanto às atividades desempenhadas fora do ambiente escolar

Atividades desenvolvidas Escola Pública % Escola Particular %

Só estuda 20 100% 20 100%

Estuda e trabalha 0 0% 0 0%

Estuda e faz estágio 11 0% 0 0%

Total 20 100% 20 100%

Na tabela II, quando foram questionados sobre as atividades que desempenham,

além do estudo, 100% da amostra, tanto em escola pública como em escola particular

apenas estudam no momento.

Devido à idade da amostra entrevistada, todos apenas estudam no momento,

sendo um fator propício para manifestação de atos de violência ou envolvimento neles,

pois, em grande maioria das vezes, os pais dos alunos têm suas atividades a serem

desempenhadas e não tem tempo suficiente a dedicar em todos os momentos dos filhos.

E, nessa fase delicada da adolescência, a personalidade da pessoa ainda está em

formação, podendo direcionar os alunos para outro caminho, o que ressalta a

importância do professor. Lúcia Williams e Ana Pereira8 dizem que “primeiramente,

deve-se capacitar professores e diretores a identificarem situações em que as crianças e

adolescentes estão em risco”. A formação ampla e interdisciplinar é uma necessidade

atual para os educadores, já que nem todos estão preparados pra lidar com situações de

conflito em sala de aula, e assim tenham habilidades para lidar com a situação a

contribuir para a formação cidadã do indivíduo.

Page 17: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA III - Tempo de permanência na escola

Tempo de permanência Escola Pública % Escola Particular %

Menos de 1 ano 4 20% 5 25%

1 a 2 anos 5 25% 3 15%

3 anos ou mais 11 55% 12 60%

Total 20 100% 20 100%

De acordo com a tabela III, sobre o tempo que estudam na escola, da amostra

colhida na escola pública, 20% frequentam a escola há menos de 1 ano, 25% estudam

entre 1 e 2 anos e 55% dos alunos a frequentam há três anos ou mais. Já na escola

particular, 25% dos alunos estudam na escola há menos de um ano, 15% entre 1 e 2

anos e 60% a frequentam há três anos ou mais. Portanto em ambas as escolas a

maioria da amostra tem pelo menos 3 anos de convívio no ambiente escolar em

questão.

O maior prazo de estadia em uma mesma escola gera maior probabilidade do

aluno ser vítima ou autor de violência, visto que passou por um período de adaptação,

em contrapartida existe a possibilidade de um novo aluno na escola não se adaptar bem

e sofrer algum tipo de discriminação, o que gera desconfiança e insegurança no

ambiente escolar. Conforme relatado anteriormente, o significado da escola na vida de

crianças e adolescentes é grande e aqueles que não gostam manifestam desempenho

insatisfatório tanto emocional como físico. Portanto a necessidade de uma boa

adaptação no ambiente escolar se reverte em todos os âmbitos do desempenho do

aluno, contribuindo para o bom relacionamento entre o grupo que envolve docente e

aluno.

Page 18: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA IV – Convivência com o grupo familiar

Grupo familiar Escola Pública % Escola Particular %

Pai 0 0% 0 0%

Mãe 5 25% 7 35%

Pai e Mãe 15 75% 13 65%

Tios/Avós 0 0% 0 0%

Amigos/ Outros 0 0% 0 0%

Total 20 100% 20 100%

Conforme apresentado, 75% da amostra da escola pública relatam morar com o

pai e a mãe e apenas 25% destes moram apenas com a mãe, nenhum deles com outras

pessoas como tios e avós. A amostra foi bastante parecida com a escola particular que

mostra que 65% da amostra mora com pai e mãe e 35% apenas com a mãe.

O resultado dessa amostra foi satisfatório por apresentar que 75% dos alunos da

escola pública e 65% da escola particular convivem em um ambiente familiar completo,

com o pai e a mãe; e o restante deles apenas com a mãe, sem dados que mostram que

existem outras pessoas que ocupam o espaço dos pais, como tios e avós. A importância

desse convívio parte do princípio bastante conhecido, a primeira educação se começa

em casa, e os principais agentes são os pais que ocupam um espaço dentro do

ambiente familiar e demonstram aos filhos seu espaço dentro desse ambiente. O termo

família, além de ser muito belo, passa uma diversidade de significados dentre eles

valores e princípios morais e éticos. Já o artigo publicado por Susana Fonseca

Carvalhosa6 “O bullying nas escolas portuguesas” considera o suporte social como um

fator protetor para o envolvimento em comportamentos de bullying, dentro e fora das

escolas, um suporte que engloba família, amigos, professores e colegas, concluindo

que, mesmo que a maioria dos comportamentos de bullying aconteçam nas escolas, a

prevenção e contenção do problema deve centrar-se em toda a comunidade, visto que

todos tem um papel importante nesta batalha, principalmente a família.

Page 19: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA V – Nível de participação dos pais na vida escolar dos alunos

Nível de participação dos pais Escola Pública % Escola Particular %

O tempo todo 9 45% 18 90%

Apenas quando são chamados 10 50% 2 10%

Não participam 1 5% 0 0%

Total 20 100% 20 100%

No fator de participação dos pais na vida escolar dos filhos, na escola pública foi

verificado que apenas 45% da amostra participam ativamente, o tempo todo, 50%

apenas quando são chamados e 5% ainda relatam que os pais não participam. Já na

amostra da escola particular 90% dos pais participam o tempo todo da vida escolar dos

filhos e os 10% restantes participam apenas quando são chamados e nenhum destes

respondeu que seus pais não participam.

Conforme falado anteriormente, o trabalho conjunto entre a escola e a família é

muito importante para que a criança se sinta segura, sabendo que tem pessoas que

cuidam dela. A participação assídua dos responsáveis no ambiente escolar, além de

passar essa segurança para a criança, estreita o vínculo criado entre pais e filhos

facilitando o diálogo e mostrando interesse pelas conquistas escolares dos filhos. Por

que, afinal, a participação dos pais conta tanto para o aprendizado? As razões também

foram mapeadas por diversos pesquisadores. Primeiro, as crianças precisam de ajuda

para manter a disciplina exigida pelos estudos. E os pais contribuem para isso ao

estabelecer uma rotina que preserve tempo para a revisão da matéria e o cumprimento

da lição, duas das atividades com maior impacto no resultado escolar. Proporcionar um

ambiente favorável aos estudos também pesa.

Page 20: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA VI – Definição dos alunos sobre o ambiente escolar

Respostas Escola Pública % Escola Particular %

Sim 3 15% 10 50%

Não 5 25% 2 10%

Muitas Vezes 2 10% 4 20%

Nunca 1 5% 0 0%

Raramente 9 45% 4 20%

Total 20 100% 20 100%

Com essa tabela, destacou-se a importância em saber se os alunos consideram o

ambiente escolar agradável. Nesta questão, 75% da amostra da escola pública não

considera o ambiente escolar agradável, com a união dos que responderam não, nunca

e raramente, apenas 25% relatam que o ambiente é agradável respondendo sim ou

muitas vezes. Já na escola particular, 70% consideram esse ambiente agradável e 30%

se dividiram entre raramente e não. Acredita-se que este resultado se deve à

disponibilização de maiores espaços de lazer, material para a realização de atividades,

além de oferecer maior número de atividades extraclasse, atividades artístico-culturais

ou esportes em horário contrário à aula, em relação à escola pública, conforme

trabalhado na questão seguinte sobre a disponibilização dessas atividades.

Como dito anteriormente, o relacionamento interpessoal e o desenvolvimento

acadêmico estabelecem uma relação direta no aprimoramento das habilidades sociais

do aluno, fortalecendo a reação diante de situações de tensão e ansiedade. Um grande

investimento governamental em favor da educação seria chamar a atenção dos alunos

de forma menos rígida, destinando recursos para implantação de maior número de áreas

de lazer, atividades que desenvolvam o esporte, utilizar atividades dinâmicas que

envolvam a unidade didática em questão para tornar o ambiente escolar o melhor

possível, aquele que o aluno sinta vontade de frequentar.

Page 21: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA VII – Desenvolvimento de atividades extraclasse na grade curricular

Existência de atividades extracurriculares Escola Pública % Escola Particular %

Sim 4 20% 7 35%

Não 7 35% 6 30%

Muitas Vezes 1 5% 2 10%

Nunca 1 5% 0 0%

Raramente 7 35% 5 25%

Total 20 100% 20 100%

De acordo com a tabela apresentada, os alunos foram questionados sobre o

oferecimento de outras atividades extraclasse, como jogos, passeios a museus e

teatros, capoeira, dança, pintura de rosto e esportes em horário contrário à aula,

verificou-se que existe uma diferença não muito considerável entre as duas escolas, de

acordo com a média obtida com as respostas dos alunos a respeito das atividades

mencionadas, sendo que 35% da amostra da escola pública relatam ter acesso a essas

atividades e na escola particular 45%.

A utilização de recursos menos práticos para justificar o ensino é uma das

melhores formas de reafirmar a questão anterior, tornando o ambiente escolar agradável

e avaliando-o como um todo, inclusive seu contexto social, como afirma Aramis Neto4.

Page 22: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA VIII – Forma de resolução de problemas dos alunos na escola

Recorrência em caso de problemas na escola Escola Pública % Escola Particular %

Ao diretor 5 25% 10 50%

Ao professor 2 10% 1 5%

Aos pais e responsáveis 4 20% 3 15%

Aos colegas de classe 3 15% 2 10%

Guarda para si 6 30% 4 20%

Total 20 100% 20 100%

A partir da tabela, identificamos certa diferença nas respostas dos alunos, na

escola pública, apenas 35% dos alunos responderam que recorrem ao diretor ou

professor e 30% deles guardam o problema para si, demonstrando insegurança e falta

de confiança na atitude e ajuda dos integrantes do ensino. Já na escola particular, 55%

dos alunos tem a confiança e segurança de recorrer ao diretor ou professor da escola

para buscar ajuda, 25% recorreram a colegas de sala ou aos pais, e apenas 20%

guardaram o problema para si, o que demonstra que a maioria deles tem intenção de

resolver o problema dentro do ambiente escolar através de acesso à hierarquia escolar e

a pessoas de confiança.

É na escola que a criança reflete as frustrações do seu dia-a-dia. A escola tem a

função de transmitir valores pautados na ética, que se constitui pelo respeito mútuo,

diálogo, justiça, solidariedade, cooperação, sinceridade e autenticidade, que deve ser

demonstrado de forma clara, através de atitudes que gerem confiança no aluno sobre o

ambiente em que está envolvido.

Page 23: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA IX – Forma de relacionamento dos alunos com o professor de Educação Física

Forma de relacionamento com o professor Escola Pública % Escola Particular %

Sempre é boa 4 20% 12 60%

Não é boa 2 10% 1 5%

Raramente é boa 0 0% 1 5%

Nunca é boa 0 0% 0 0%

Mais ou Menos 14 70% 6 30%

Total 20 100% 20 100%

Na intenção de identificar problemas com a violência nas aulas de Educação

Física, primeiramente foi questionado sobre a forma de relacionamento com o professor

de Educação Física de sua escola. O resultado obtido foi bastante diferente entre as

escolas. A amostra da escola pública não manifesta bom relacionamento com o

professor de Educação Física, sendo que 70% responderam a opção “mais ou menos”,

não demonstrando muito apreço pelo mesmo, apenas 20% responderam que essa

relação sempre é boa e os 10% restantes ainda relatam que não é boa. Já na escola

particular 60% da amostra representam bom relacionamento, 5% responderam que a

relação não é boa e 35% se dividiram entre “mais ou menos” e raramente.

O valor obtido na escola pública preocupa bastante, gerando dúvidas sobre o

comportamento do professor de Educação Física, sendo que apenas 20% da amostra

relata ter bom relacionamento com este professor, na escola particular este valor é

quase revertido. A relação entre professor e aluno baseada na confiança, tem grande

valor em sua formação como um ser integral. A Educação Física no âmbito escolar é

entendida como uma disciplina curricular de enriquecimento cultural, fundamental à

formação da cidadania dos alunos, baseada em um processo de socialização em que

estão contemplados valores morais, éticos e estéticos, que consubstancia princípios

humanistas e democráticos. Para isto, as estratégias de ação didático-pedagógicas para

esta tão importante área devem estar voltadas para a superação de práticas injustas e

discriminatórias através da intervenção do agente mais próximo do aluno, aquele que

Page 24: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

tem maior facilidade de identificar os problemas que interferem no aprendizado e

desenvolvimento escolar: o professor. Necessidade pela qual este relacionamento

deveria ser bom em ambas as escolas, prática não existente na escola pública, que

pode ser um fator determinante para maior manifestação de atos de violência.

TABELA X – Ocorrência de casos de violência nas aulas de Educação Física

Frequência de casos Escola Pública % Escola Particular %

Sim 0 0% 1 5%

Não 9 45% 11 55%

Muitas Vezes 1 5% 0 0%

Nunca 3 15% 2 10%

Raramente 7 35% 6 30%

Total 20 100% 20 100%

Conforme demonstrado na tabela, sobre a ocorrência de casos de violência nas

aulas de Educação Física, na escola pública 60% da amostra não os identificam, 5%

dizem que acontece muitas vezes e 35% que acontecem raramente, totalizando 40%

que relatam que mesmo raramente essas situações ocorrem. Já na escola particular,

65% da amostra relatam que não acontecem, 5% dizem que acontecem e 30%

responderam raramente, totalizando 40% que relatam que mesmo raramente essas

situações ocorrem. Mesmo assim, a amostra manifestou uma uniformidade, sendo que a

maioria não identifica atos de violência nessas aulas.

As aulas de Educação Física, por contar com momentos de descontração e lazer,

são mais viáveis para identificar repressões ou opressões que se manifestam em forma

de bullying. Conforme a professora Tania Netto3:

A Educação Física não pode se eximir desta responsabilidade de colaborar com os valores na formação dos alunos e, por suas características e ações curriculares, podemos considerá-la de grande importância na construção do processo de educação de crianças, jovens e adultos. Acredita-se que o diálogo ainda seja a melhor opção para a solução de conflitos, que são facilmente

Page 25: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

identificados nas aulas de Educação Física, a superação da discriminação também deve ser trabalhada, em atividades coletivas e de aproximação entre agressor e vítima (Revista EF, 2010).

Questão XI - Forma de manifestação da violência demonstrada na questão anterior

Forma de manifestação da

violência

Escola Pública

% Escola Particular

%

Ameaças 1 5% 2 10%

Agressão Verbal 4 20% 3 15%

Agressão física/brigas 0 0% 1 5%

Discriminação 3 15% 2 10%

Atos de Vandalismo 0 0% 0 0%

Brincadeiras de mau gosto 8 40% 5 25%

Não responderam 6 30% 7 35%

Total 20 100% 20 100%

Para entender melhor as formas que os alunos desenvolvem atos de violência, foi

questionado sobre como ela é manifestada. Dentre os alunos que responderam que

acontecem casos de violência na aula de Educação Física, alguns marcaram mais de

uma opção, verificando as brincadeiras de mau gosto e as agressões verbais foram as

que tiveram maior ênfase, com 40% e 20%, respectivamente, isso para a escola pública.

Na escola particular 25% responderam que aconteceram brincadeiras de mau gosto e

15% relatam terem acontecido agressões verbais. Já a agressão física, a escola pública

não houve marcação e destaca-se que 5% da escola particular responderam que

acontecem casos de violência em forma de agressão física, ponto em destaque em

relação à escola pública.

De acordo com os dados da pesquisa, a agressão física é tipo de manifestação

de bullying pouco presente no ambiente escolar. Já as brincadeiras de mau gosto, que

ganharam maior porcentagem de votos, quando começam a ser exageradas podem

gerar fúria, que posteriormente pode ser manifestada em forma de agressão, que é

considerada a pior forma de manifestação da violência. Por este e demais fatores,

Page 26: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

acredita-se que o professor de Educação física seja muito importante na batalha contra

o bullying e violência escolar, mas para isso ainda é necessário que medidas de suporte

sejam oferecidas a estes profissionais.

Questão XII – Distribuição de frequência sobre serem vítimas de violência ou discriminação pessoal nas aulas de Educação Física

Frequência Escola Pública % Escola Particular %

Sim 1 5% 2 10%

Não 13 65% 14 70%

Muitas Vezes 1 5% 0 0%

Nunca 3 15% 2 10%

Raramente 2 10% 2 10%

Total 20 100% 20 100%

Identifica-se na tabela relacionada acima, sobre a ocorrência de algum tipo de

violência ou discriminação nas aulas de Educação Física, que, felizmente, 80% dos

alunos da amostra tanto da escola pública como da escola particular relatam não ter

sofrido violência, totalizando as respostas obtidas em não ou nunca. Na escola pública

5% responderam sim, 10% responderam raramente e apenas 5% muitas vezes. Na

escola particular, 10% da amostra responderam sim, e os outros 10% responderam

raramente. Identificou-se um número praticamente igual nessa questão, e felizmente,

poucos responderam que já foram vítimas dessa prática nas aulas de Educação Física,

mesmo relatando na tabela X, que esses atos acontecem, portando dentro da amostra

em questão poucos foram vítimas nas aulas. Frisando o foi falado pela professora Tania

Netto3,

Acredita-se que o diálogo ainda seja a melhor opção para a solução de conflitos, que são facilmente identificados nas aulas de Educação Física, a superação da discriminação também deve ser trabalhada, em atividades coletivas e de aproximação entre agressor e vítima (Revista EF, 2010).

Page 27: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Será que os professores estão realmente capacitados para utilizar linguagem não

verbal para identificar esses atos de discriminação ou se negligenciam diante das

obrigações do dia a dia e esquecem de fazer essa observação? A utilização da mesma

para a resolução de conflitos é o papel do professor de Educação Física, que pode

trabalhar de forma lúdica, dentro das próprias aulas atividades que integrem as partes

envolvidas.

Questão XIII - Reação dos alunos a atos de violência nessas aulas

Reações Escola Pública % Escola

Particular %

Recebeu ajuda do professor 0 0% 0 0%

Buscou ajuda na direção 0 0% 1 5%

Buscou ajuda do professor 0 0% 1 5%

Buscou ajuda em sua família 0 0% 0 0%

Não buscou ajuda 3 15% 1 5%

Você revidou 1 5% 1 5%

Não responderam 16 80% 16 80%

Total 20 100% 20 100%

Dentre os poucos que responderam que já foram vítimas de violência e

discriminação nas aulas de Educação Física na escola pública, com o mesmo número

de ocorrência de violência, 15% não buscaram ajuda e nem a recebeu e 5% revidou, os

demais não responderam. Já na escola particular, 10% da amostra receberam ajuda do

professor ou diretor da escola e 5% não chegaram a buscar ajuda e os outros 5%

revidaram, os demais não responderam.

Ressalta-se a necessidade de uma melhor capacitação do corpo docente para

lidar com as situações manifestadas na escola, principalmente do professor de

Educação Física, que trabalha com a linguagem não verbal, conforme falado pela

professora Tânia Netto3. Nas aulas de Educação Física, é fácil identificar diversas

dificuldades dos alunos.

Page 28: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

TABELA XIV – Ocorrência de algum tipo de discriminação por parte dos colegas

Ocorrência Escola Pública % Escola Particular %

Sim 3 15% 2 10%

Não 12 60% 15 75%

Muitas Vezes 1 5% 1 5%

Nunca 3 15% 1 5%

Raramente 1 5% 1 5%

Total 20 100% 20 100%

Já quando a questão é discriminação por parte dos colegas, 25% dos alunos de

escola pública e 20% dos alunos de escola particular relatam já ter passado por essa

situação. Os demais demonstram bom relacionamento com os colegas, um fator

importante no ambiente escolar, que gera interação e estímulo para o aprendizado.

A necessidade de incluir ações que desenvolvam a integração entre os colegas e

interação entre professor e aluno tem influência direta no combate à violência e ao

Bullying na escola.

TABELA XV – Ocorrência de algum tipo de discriminação por parte do professor de Educação Física

Escola Pública % Escola Particular %

Sim 0 0% 0 0%

Não 13 65% 18 90%

Muitas Vezes 0 0% 0 0%

Nunca 6 30% 2 10%

Raramente 1 5% 0 0%

Total 20 100% 20 100%

Page 29: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Registra-se na tabela XV que na escola particular o professor não manifesta

discriminação para com os alunos de forma alguma, totalizando 100% da amostra. Já na

escola pública, 5% da amostra relatam que raramente sofreram discriminação por parte

do professor, os 95% restantes não se incluem nessa situação.

A importância do profissional nas aulas de Educação física se torna essencial,

visto que mesmo aqueles que relatam sofrer algum tipo de violência, demonstram boa

relação com o professor de Educação Física e não sofrem discriminação por parte do

mesmo, contradizendo pré-definições que se têm a respeito da escola pública,

mostrando que mesmo que desmotivados com a rotina e estrutura falha da rede pública,

ainda estão preocupados com a ocorrência de atos de discriminação partindo do

professor para com o aluno, o que corrobora afirmativas da professora Tania Netto3 e do

profissional de Educação Física Rafael Guimarães9.

Questão XVI – Ocorrência de atos de violência no percurso ou nos arredores da escola

Ocorrência Escola Pública % Escola Particular %

Sim 2 10% 2 10%

Não 11 55% 13 65%

Muitas Vezes 1 5% 0 0%

Nunca 5 25% 4 20%

Raramente 1 5% 1 5%

Total 20 100% 20 100%

Vale ressaltar a ocorrência de violência nos arredores da escola, que pode ter

continuidade dentro do ambiente escolar ou não. Na escola Pública, 20% da amostra

relatam ter passado por esse tipo de situação, correspondendo praticamente ao mesmo

número mostrado na tabela XIV, perguntando sobre discriminação por parte dos colegas

onde foi obtido um percentual de 25%, os demais 80% não se enquadram nesse grupo.

Na escola particular verificou-se que 15% da amostra relatam já ter sido vítima de

Page 30: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

violência no percurso ou nos arredores da escola. Destes, 10% não sofrem violência nas

aulas de Educação Física, nem por parte dos colegas e nem por parte do professor e

5% relata que além de acontecer casos de violência nas aulas, são vítimas de ameaças,

discriminação e brincadeiras de mau gosto por parte dos colegas, mas nunca por parte

do professor.

A ocorrência de violência, mesmo que nos arredores da escola é um caso que

preocupa bastante, visto que pode ser manifestada posteriormente em ambiente escolar,

tornando as vítimas oprimidas pela violência e atrapalhando o andamento das atividades

escolares.

Page 31: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

6. CONCLUSÃO

Mediante a pesquisa apresentada, alguns fatores chamaram a atenção, dentre

eles a constatação da existência da violência no ambiente escolar, que foi verificada em

poucos casos, tanto na escola pública como na escola particular, porém nunca

relacionada ao professor de Educação Física, o que engrandece muito a profissão. Foi

verificado que essa manifestação de violência acontece geralmente por parte dos

colegas. Mesmo que na amostra da escola pública 80% dos alunos tenham respondido

que a relação com o professor nem sempre é boa, apenas 5% deles responderam que

sofrem algum tipo de discriminação por parte do professor, na escola particular não foi

identificado nenhum caso de discriminação por parte do professor, mas da amostra 60%

manifestam bom relacionamento, mostrando que mesmo em escolas privadas onde a

exigência do professor é maior e o processo de seleção eliminatório, ainda existem

falhas em questão de sociabilização.

Notou-se também grande diferença em relação à reação dos alunos a estes atos

de violência, sendo que na escola privada 50% dos alunos que relataram ter sofrido

algum tipo de violência, receberam ajuda do professor ou diretor; e na escola pública

além de não terem recebido ajuda, não tiveram a confiança de recorrer ao corpo

docente, reafirmando as falhas existentes nas escolas públicas, onde os docentes ainda

não estão preparados para administrar situações de bullying.

A ocorrência de discriminação por parte dos colegas em ambas as escolas e a

identificação desses atos nas aulas de Educação Física manifestam praticamente o

mesmo percentual, o que apenas enfatiza o que já sabemos: o bullying existe em

qualquer lugar, não é porque o aluno está matriculado em uma escola particular onde a

mensalidade é cara que está livre de atos de discriminação.

Em outra oportunidade, vale a pena avaliar os critérios que os pais utilizam para

a participação na vida escolar dos filhos, visto que na escola pública apenas 45% dos

pais participam ativamente da vida escolar dos filhos, e aprofundá-lo, a fim de subsidiar

cada vez mais o combate ao bullying no ambiente escolar e, por conseguinte, no

cotidiano dos alunos e suas famílias.

Page 32: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 Revista Nova Escola. 21 perguntas e respostas sobre bullying. Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml>. Acesso em 10 mar 2011. Editora Abril, 2011.

 2 Revista Istoé. Terror na Escola. 13 Abr 2011. 2161ª ed. Pg 68 a 88. Editora Abril, 2011.

3 Revista EF. Combate ao bullying nas escolas. Entrevista com Tânia Carvalho Netto. Disponível em <http://www.confef.org.br/extra/revistaef/arquivos/2010/N38_DEZEMBRO/11_COMBATE_AO_BULLYING_NAS_ESCOLAS.pdf>. Acesso em 01 mar 2011. CONFEF – Confederação Nacional de Educação Física, 2010.

4 NETO, Aramis A. Lopes. Bullying - comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf>. Acesso em 20 mar 2011. Jornal da Pediatria, 2005.

5 BEAUDOIN, Marie Nathalie. TAYLOR, Maureen. Bullying e desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. Disponível em <http://www.apeoespnorte.com.br/website/power/PEB2/pdf/Bullying.pdf>. Acesso em 20 mar 2011.

6 CARVALHOSA, Susana Fonseca. Experiências e Práticas de Intervenção: o Bullying nas escolas portuguesas. Revista E.F. 37ª ed. Set 2010.

7 Revista Istoé. Abr 2011. 2161ª ed. Pg 68 a 88. Editora Abril, 2011.

8 WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque; PEREIRA, Ana Carina Stelko. A Associação entre Violência Doméstica e Violência Escolar: uma análise preliminar. 2008.

9 Revista EF. A Educação Física e o bullying. CONFEF, 2011.

10 Jornal Aqui DF. Mudança de Categoria. Pg 4. 15 mai 2011.

11 XAVIER, Débora Bianca. Violência nas escolas, qual o papel da gestão?; 2006.

12 LIMA, Diogo Aciolo. Dores de ser adolescente: Relação entre dominação e violência entre estudantes; 2010.

Page 33: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

ANEXO I

QUESTIONÁRIO APLICADO Série:_________________ Turno:________________ Sexo:_________________ Idade:_________________

1. No momento você: Só estuda ( ) Estuda e Trabalha ( ) Estuda e faz estágio ( ) 2. Há quanto tempo você estuda nessa escola? Há menos de um ano ( ) Entre um e dois anos ( ) Três anos ou mais ( ) 3. Você mora com: Pai ( ) Mãe ( ) Pai e Mãe ( ) Tios/Avós ( ) Amigos/Outros ( ) 4. Seus pais participam de sua vida escolar? O tempo todo ( ) Apenas quando são chamados ( ) Não participam ( ) 5. O ambiente de sua escola é muito agradável:

Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( )

6. A escola oferece: Atividades extraclasse (jogos, visitas a museus e teatro) Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( )

Page 34: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

Atividades artístico-culturais (capoeira, dança e pintura) Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Outras atividades ou esportes em horário contrário à aula Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) 7. Quando você tem algum tipo de problema dentro da escola, a quem você

recorre? Ao diretor ( ) Ao professor ( ) Aos pais e, ou responsáveis ( ) Aos colegas de classe ( ) Guarda o problema para si ( ) 8. Sua relação com o professor de Ed. Física é boa? Sempre ( ) Não é boa ( ) Raramente é boa ( ) Nunca é boa ( ) Mais ou menos ( ) 9. Acontecem casos de violência na aula de educação Física? Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) 10. Se sim, essa violência é manifestada de que forma? (Marque quantas forem

necessárias) Ameaças ( ) Agressão Verbal ( ) Agressão Física/brigas ( ) Discriminação ( ) Atos de vandalismo ( ) Brincadeiras de mau gosto ( )

Page 35: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

11. Você já foi vítima de algum tipo de violência ou discriminação nas aulas de Educação Física? Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( )

12. Quando foi vítima de violência nas aulas de Educação Física, você: Recebeu ajuda do professor ( ) Buscou ajuda na direção ( ) Buscou ajuda do professor ( ) Buscou ajuda em sua família ( ) Não buscou ajuda ( ) Você revidou ( )

13. Você já sofreu algum tipo de discriminação por parte dos colegas na aula de Educação Física?

Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) 14. Você já sofreu algum tipo de discriminação por parte do professor nas aulas

de Educação Física? Sim ‘ ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( ) Raramente ( )

15. Você já foi vítima de violência no percurso ou nos arredores da escola? Sim ( ) Não ( ) Muitas vezes ( ) Nunca ( )

Raramente ( )

Page 36: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

ANEXO II

TERMO DE ENCAMINHAMENTO E CONSCENTIMENTO PARA A ESCOLA PÚBLICA

Prezado Coordenador Geral de Educação Física do

C.E.F. – Centro de Ensino Fundamental 101 do Recanto das Emas

Endereço: QD 101 - CONJ "10B" - LTS 01 E 02 – Recanto das Emas

O projeto de pesquisa intitulado “A importância da Educação Física no combate ao bullying e à violência escolar” realizado como Trabalho de Conclusão de

Curso realizado pela licencianda Kênia Myriane Borba sob orientação do Prof. MSc.

Paulo César Trindade Vieira, para a obtenção do Título de Licenciatura em Educação

Física, da Universidade Católica de Brasília, tem como identificar a importância das

aulas de Educação Física como combate ao bullying e a violência nas escolas.

Em cumprimento à preparação da etapa do trabalho de campo, o presente

trabalho vem a mais de seis meses de revisão da literatura e chama de Trabalho de

Conclusão de Curso I.

Neste sentido, pretendendo dar continuidade ao mesmo, fazendo valer da

incursão de campo, o mesmo trabalho necessita agora, após vossa autorização, da

aplicação de um questionário pela pesquisadora Kênia Myriane Borba, que já

encaminhou contato prévio com profissionais deste centro educacional neste sentido.

Por entendermos a partir dos estudos e das conversas com profissionais deste

segmento a complexidade e importância desta seara, identificou-se que o estudo em

questão pode revelar aspectos importantes que ocorrem no processo de estudantes

nesta fase escolar.

Neste sentido, será preservada a privacidade dos sujeitos/estudantes cujos

dados serão coletados. As informações serão utilizadas única e exclusivamente para a

execução do estudo em questão, requisitos da Resolução* CNS N° 196, de 10 de

outubro de 1996.

Page 37: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

As informações serão divulgadas de forma anônima, em conformidade com as

práticas aos procedimentos particulares do campo em questão, não sendo usadas

iniciais ou quaisquer outras indicações que possam identificar o sujeito da pesquisa,

garantindo a privacidade do mesmo.Os resultados serão compartilhados com a

instituição que poderá ver a melhor maneira de apresentá-los a quem julgar necessário

após conclusão da pesquisa. Estas informações contribuirão para a criação de novas

metodologias de ensino para atividades mais condizentes com o perfil dos estudantes

deste âmbito escolar.

Nestes termos, solicita-se a autorização e apoio desta escola no sentido de apoiar

os procedimentos necessários para o trabalho de campo (neste mês de Setembro/ e

primeira quinzena de Outubro do corrente ano), para que possamos aplicar questionário

com alunos e professores relacionados casuística em questão, para a seguir, analisar os

resultados, contextualizá-los e concluir as reflexões e questões sobre a contribuição das

aulas de educação física nas questões particulares da casuística.

Gratos pela atenção aqui dispensada;

_____________________________

Paulo César Trindade Vieira

Prof. MSc. da Universidade Católica de Brasília - UCB

Orientador de TCC de Kênia Myriane Borba

Brasília, 26 de Agosto de 2011

Page 38: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

ANEXO III  

TERMO DE ENCAMINHAMENTO E CONSCENTIMENTO PARA A ESCOLA PARTICULAR

Prezado Coordenador Geral de Educação Física do

Colégio Reação do Recanto das Emas

Endereço: Av Buriti Qd 201, s/n lote 7 Recanto das Emas

O projeto de pesquisa intitulado “A importância da Educação Física no combate ao bullying e à violência escolar” realizado como Trabalho de Conclusão de

Curso realizado pela licencianda Kênia Myriane Borba sob orientação do Prof. MSc.

Paulo César Trindade Vieira, para a obtenção do Título de Licenciatura em Educação

Física, da Universidade Católica de Brasília, tem como identificar a importância das

aulas de Educação Física como combate ao bullying e a violência nas escolas.

Em cumprimento à preparação da etapa do trabalho de campo, o presente

trabalho vem a mais de seis meses de revisão da literatura e chama de Trabalho de

Conclusão de Curso I.

Neste sentido, pretendendo dar continuidade ao mesmo, fazendo valer da

incursão de campo, o mesmo trabalho necessita agora, após vossa autorização, da

aplicação de um questionário pela pesquisadora Kênia Myriane Borba, que já

encaminhou contato prévio com profissionais deste centro educacional neste sentido.

Por entendermos a partir dos estudos e das conversas com profissionais deste

segmento a complexidade e importância desta seara, identificou-se que o estudo em

questão pode revelar aspectos importantes que ocorrem no processo de estudantes

nesta fase escolar.

Neste sentido, será preservada a privacidade dos sujeitos/estudantes cujos

dados serão coletados. As informações serão utilizadas única e exclusivamente para a

execução do estudo em questão, requisitos da Resolução* CNS N° 196, de 10 de

outubro de 1996.

Page 39: A importância da Educação Física no combate ao bullying no

As informações serão divulgadas de forma anônima, em conformidade com as

práticas aos procedimentos particulares do campo em questão, não sendo usadas

iniciais ou quaisquer outras indicações que possam identificar o sujeito da pesquisa,

garantindo a privacidade do mesmo.Os resultados serão compartilhados com a

instituição que poderá ver a melhor maneira de apresentá-los a quem julgar necessário

após conclusão da pesquisa. Estas informações contribuirão para a criação de novas

metodologias de ensino para atividades mais condizentes com o perfil dos estudantes

deste âmbito escolar.

Nestes termos, solicita-se a autorização e apoio desta escola no sentido de apoiar

os procedimentos necessários para o trabalho de campo (neste mês de Setembro/ e

primeira quinzena de Outubro do corrente ano), para que possamos aplicar questionário

com alunos e professores relacionados casuística em questão, para a seguir, analisar os

resultados, contextualizá-los e concluir as reflexões e questões sobre a contribuição das

aulas de educação física nas questões particulares da casuística.

Gratos pela atenção aqui dispensada;

_____________________________

Paulo César Trindade Vieira

Prof. MSc. da Universidade Católica de Brasília - UCB

Orientador de TCC de Kênia Myriane Borba

Brasília, 26 de Agosto de 2011