6
8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 1/6 ALinguagemFilosófica eSuas Especificidades Leandro Nunes. Resumo: A linguagem filosófica é tida como algo extremamente difícil e para poucos homens. O universo filosófico é visto como um mundo distante e de difícil e restrito acesso.  A escrita e leitura filosófica são dois grandes fatores que inibem quem é estrangeiro na filosofia muitos desistem da filosofia por entenderem que não são capa!es de entend"#la. Na contramão dessa perspectiva$ a presente comunica%ão pretende demonstrar métodos que possam auxiliar na compreensão filosófica$ a partir da escrita e da leitura. Palavras-chave: &ilosofia$ 'étodo$ (scrita#Leitura. LINGUAGEM FILOSÓFICA O universo filosófico possui uma linguagem própria$ de difícil compreensão e de restrito acesso$ pelo menos é o que se convenciona afirmar no )mbito acad"mico. A linguagem filosófica é ao mesmo tempo fascinante e singular$ do mesmo modo que assusta quem é estrangeiro no mundo filosófico$ fascina a todos que dela dese*am prover para melhor viver. +omo todas as outras linguagens$ a linguagem filosófica exige um aprendi!ado$ de certo modo$ uma alfabeti!a%ão. (m suma$ é necess,rio aprender a ler e escrever filosoficamente. A escrita filosófica diferencia#se das demais formas de escrita$ possui peculiaridades que a fa!em possuir regras e metodologias próprias. No entanto$ tais regras para a escrita filosófica raramente são apresentadas para os novos ingressantes na filosofia. No meio filosófico encontramos v,rias e distintas formas de escrita$ cada filósofo - em todos os momentos do que se convenciona chamar história da filosofia - possui características de escrita e expressão$ que lhe são particulares. ode#se afirmar que cada filósofo cria seu próprio estilo de escrita$ mas um estilo que não se diferencia muito dos demais$ pois sempre h, denominadores comuns que norteiam a escrita filosófica.

A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 1/6

A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

Leandro Nunes.

Resumo: A linguagem filosófica é tida como algo extremamente difícil e para poucos

homens. O universo filosófico é visto como um mundo distante e de difícil e restrito acesso.

 A escrita e leitura filosófica são dois grandes fatores que inibem quem é estrangeiro na

filosofia muitos desistem da filosofia por entenderem que não são capa!es de entend"#la.

Na contramão dessa perspectiva$ a presente comunica%ão pretende demonstrar métodos

que possam auxiliar na compreensão filosófica$ a partir da escrita e da leitura.

Palavras-chave: &ilosofia$ 'étodo$ (scrita#Leitura.

LINGUAGEM FILOSÓFICA

O universo filosófico possui uma linguagem própria$ de difícil compreensão e de

restrito acesso$ pelo menos é o que se convenciona afirmar no )mbito acad"mico. A

linguagem filosófica é ao mesmo tempo fascinante e singular$ do mesmo modo que

assusta quem é estrangeiro no mundo filosófico$ fascina a todos que dela dese*am prover 

para melhor viver. +omo todas as outras linguagens$ a linguagem filosófica exige umaprendi!ado$ de certo modo$ uma alfabeti!a%ão. (m suma$ é necess,rio aprender a ler e

escrever filosoficamente. A escrita filosófica diferencia#se das demais formas de escrita$

possui peculiaridades que a fa!em possuir regras e metodologias próprias. No entanto$

tais regras para a escrita filosófica raramente são apresentadas para os novos

ingressantes na filosofia.

No meio filosófico encontramos v,rias e distintas formas de escrita$ cada filósofo -

em todos os momentos do que se convenciona chamar história da filosofia - possui

características de escrita e expressão$ que lhe são particulares. ode#se afirmar que cada

filósofo cria seu próprio estilo de escrita$ mas um estilo que não se diferencia muito dos

demais$ pois sempre h, denominadores comuns que norteiam a escrita filosófica.

Page 2: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 2/6

///

No )mbito acad"mico$ exige#se que se escreva de modo filosófico. 0al exig"ncia

acaba restringindo o p1blico que dese*a orientar#se ou servir#se da filosofia a cren%a deque a filosofia é algo restrito e para poucos e seletos homens est, gravado a ferro e fogo

na pele de quem se aproxima da filosofia. (ssa compreensão elitista que envolve a

filosofia possui dois aspectos negativos que acabam isolando#a de muitos homens que

dela poderiam usufruir. rimeiramente$ quando aceita#se a premissa de que a filosofia é

algo para poucos homens$ ou somente para os ditos filósofos$ acaba#se gerando uma

concep%ão competitiva entre os su*eitos que movimentam#se no universo filosófico$ o que

torna a filosofia plano secund,rio$ quando deveria ser sempre o hori!onte prim,rio. (m

outras palavras$ a competi%ão na produ%ão filosófica esconde ou esquece a própria

filosofia$ mascarando#a e fa!endo dela mero ob*eto de decora%ão.

2este primeiro aspecto negativo$ decorre um segundo3 quando tomamos comoob*etivo a produ%ão - 4s ve!es$ em série - incessante a ser apresentada e publicada$

acaba#se por restringir qualquer anseio por cria%ão$ pois$ desde o momento em que se

prop5e a apenas produ!ir$ o mundo não afetar, mais este su*eito$ deixa#se de ver as

coisas mundanas filosoficamente em suma$ quando o ob*etivo principal é o de produ!ir 

por produ!ir$ acaba#se apenas reprodu!indo as idéias e problemas *, pensados$ muitas

ve!es propostos por outros filósofos$ assim$ o novo sempre ser, velho e fadado ao

ostracismo. ode#se considerar que é muita presun%ão afirmar que todos os filósofos

devam criar sempre idéias novas$ talve! se*a mesmo. No entanto$ esses criadores$

certamente não ignoram os filósofos que construíram a história da filosofia$ pois somentedo velho o novo surgir,$ parafraseando 6ir. 7saac Ne8ton$ só se pode enxergar mais longe

quando se apóia em ombros de gigantes a crítica mesmo cabe apenas a quem da filosofia

fa! pano de fundo para algo paralelo e arbitr,rio$ tornando#a vulgar e banal.

***

  +omo afirmado anteriormente$ a filosofia possui uma linguagem própria$ um )mbito

singular. Assim sendo$ 9a leitura de textos filosóficos ter,$ então$ de ser abordada do ponto

de vista estritamente filosófico: ;+ossutta$ <==>$ p. <<?$ pois$ toda obra filosófica 9elabora

ou pretende elaborar as condi%5es de sua própria validade$ e$ portanto$ enuncia as

próprias regras da leitura que dela se pode fa!er: ;7bidem?. +onsideramos que tal leitura

precisa ser ensinada$ de tal modo que seus aprendi!es alcancem a emancipa%ão$

transformando#se em leitores de filosofia capa!es de interpretar qualquer obra filosófica.

  Na academia$ a escrita filosófica é$ geralmente$ reali!ada de modo arbitr,rio$ sem

regras claras de como fa!"#la. ara o professor Lui! @ohden é preciso que os filósofos

voltem a se preocupar com a escrita filosófica$ com 9a arte de escrever filosofia

filosoficamente: ;@ohden$ BB>$ p. <C?. ara tanto$ fa!#se necess,ria a cria%ão de modos

de leitura e escrita filosófica que possam subsidiar essas produ%5es. D de suma

import)ncia ressaltar que independente de qual método$ toda a%ão só ser, reali!ada de

forma satisfatória$ quando o su*eito da a%ão estiver provido de vontade e dedica%ão.6egundo o filósofo franc"s Eacques @anciFre ;BB?$ todos os homens partem de uma

Page 3: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 3/6

igualdade primeira - a ser verificada - distinguindo#se apenas pela vontade e pelo acaso

no livro intitulado O Mestre Ignorante$ @anciFre$ quando apresenta o 9método universal:

infere que tudo que um homem fi!er$ o outro também pode fa!er$ desde que$ para tal$

tenha vontade e dedica%ão3 9(sse método da igualdade era$ antes de mais nada$ um

método da vontade. odia#se aprender so!inho$ e sem mestre explicador$ quando sequeria$ pela tensão de seu próprio dese*o ou pelas conting"ncias da situa%ão: ;@anciFre$

BB$ p. <<?.

///

  Além da vontade$ um importante e determinante fator para se escrever filosofia é a

carga de leitura filosófica$ a escrita filosófica só acontece de forma satisfatória quando se

l" filosofia constantemente. +oncebendo que a filosofia é um mundo em contínuo

movimento e transforma%ão$ a leitura filosófica deve ser uma constante durante a vida. Os

textos filosóficos exigem que seus leitores atentem para sua principal especificidade$

tomando#a como premissa primeira para que a leitura reali!e#se de forma correta3 9trata#sede um texto de perspectiva universal que$ para atingir seu ob*etivo$ deve atenuar os seus

tra%os específicos presentes$ evidentemente$ em qualquer olhar lan%ado sobre a história:

;+ossutta$ <==>$ p. <?. Os textos filosóficos possuem uma complexidade que lhes é

inerente$ por isso fa!#se necess,rio que se leia muito e sempre$ pois 9estamos perante

uma disciplina em perpétuo movimento$ em que as diferen%as entre tipos de método e

tipos de ob*eto de an,lise escolhido$ se fa!em e desfa!em constantemente: ;7dem$ p. <B?

  G"#se que a escrita e a leitura filosófica possuem uma íntima rela%ão de

reciprocidade$ ambas atentam para um mesmo fim$ concebem a filosofia como algo

complexo$ que exclui a vulgaridade do senso comum. Atentando#se para cada obra comosendo 1nica e de linguagem própria$ a leitura ter, a compreensão facilitada$ se não f,cil$

ser, com menos acidentes. Huando se busca compreender a filosofia por ela mesma$

pondo#a como princípio e tendendo#a para um fim que se d" em si mesma$ a filosofia

abarcar, a compreensão de tudo que afetar o su*eito que dela fi!er uso.

///

  0endo como pressuposto que a vontade e a dedica%ão devem antevir qualquer 

método que visa melhorar a leitura e escrita filosófica$ deve#se agora apontar quais

características constituem tais métodos. (mbasando#me na obra de &rédéric

+ossutta$ Didática da Filosofia: como interpretar textos filosóficos ;<==>?$ elencarei alguns

pontos que$ na perspectiva do autor$ comp5e todo texto filosófico. (m primeiro lugar$ deve#

se proceder de modo que compreenda o que se denomina cenário filosófico$ o qual

consiste em entender quais os problemas que o filósofo pretende abarcar em sua obra.

+ostumeiramente o problema a ser tratado na obra é enunciado repetitivas ve!es no

pref,cio$ na introdu%ão ou até mesmo no título da obra. Locali!ando o problema$ se saber,

que a obra focar, tal assunto e dele far, todas as resolu%5es possíveis$ conferindo#lhe

unidade e coesão. O cen,rio filosófico abrange outros fatores$ como a enunciação

filosófica$ 9o texto apresenta#se como uma polifonia enunciativa$ organi!ada à volta dum

referente constituído pelo nome próprio pelo pronome pessoal na primeira pessoa$ ou por 

Page 4: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 4/6

denomina%5es de escola.: ;7dem$ p. <=?. A enuncia%ão filosófica demonstra o processo de

pensamento do filósofo através do próprio texto3

0rata#se de tra!er 4 lu! do dia as regras de funcionamento que ligam entre si os conceitos$ asproposi%5es$ as argumenta%5es$ se*a a partir de indica%5es$ pistas$ propostas explicitadas no

próprio texto pelo autor$ se*a a partir do exterior fa!endo nós próprios variar estes diversospar)metros. ;...? é difícil determinar$ a priori$ uma unidade de leitura$ uma que os 9limites: dotexto são necessariamente fluidos$ ;...? podemos contudo$ ;...? determinar quais os constituintesmínimos dum texto filosófico ;7dem$ p. <I?.

(m suma$ identificar o regime enunciativo possibilita que possamos ter uma melhor 

compreensão das idéias problemati!adas na obra filosófica. Outro fator que comp5e o

cen,rio filosófico é o destinatário$ entender para quem o texto est, sendo escrito possibilita

a compreensão da forma e das ra!5es de tal escrita3

O destinatário não é$ apenas$ um alvo a visar por si mesmo$ como constitui ainda uma

mediação por um lado entre o autor e ele próprio e por outro a fonte enunciadora e acomunidade mais alargada !ue se tem em vista. O destinat,rio não é puramente passivo$ masop5e a resist"ncia potencial da sua incompreensão$ dos seus preconceitos$ e até de suasob*e%5es. ;7dem$ p. J? 

2epois de identificado o cen,rio filosófico$ o próximo passo abrange$ de certo modo$

a parte mais importante da filosofia$ que vem a ser o conceito$ pois é ele o produto da

filosofia. 0omando o conceito como principal aspecto do pensamento filosófico$

compreende#se que ele deve ser o meio pelo qual a leitura ou a escrita se dar, 9;...? é

precisamente o conceito que constitui o intermedi,rio entre a imagem e a forma$ entre o

vivido e o abstrato: ;7dem$ p. K=?. O conceito é utili!ado pela filosofia de v,rias maneiras enão h, filósofo ou filosofia que não recorra ao conceito. O conceito é um fator 

necessariamente constituinte de toda reflexão filosófica3

Não h, conceito simples. 0odo conceito tem componentes$ e se define por eles. 0em$ portanto$

uma cifra. ( uma multiplicidade$ embora nem toda multiplicidade se*a conceitual. Não h,

conceito de um só componente3 mesmo o primeiro conceito$ aquele pelo qual uma filosofia

come%a$ possui v,rios componentes$ *, que não é evidente que a filosofia deva ter um

come%o e que$ se ela determina um$ deve acrescentar#lhe um ponto de vista ou uma ra!ão.

;2eleu!e Muattari$ <==$ p. ?

  D preciso estar atento a todos os conceitos aplicados e criados na obra$ assim como

aos sentidos utili!ados pelo autor$ um conceito geralmente não possui o mesmo sentido

para todos os filósofos. As no%5es empregadas pelo filósofo em seu texto devem ser 

tratadas como 1nicas e de sentido restrito para aquele autor. Analisar pormenori!adamente

a argumenta%ão utili!ada no texto é o b,sico para qualquer leitura filosófica3

O filósofo ;...? opera ao nível da organi!a%ão dos signos$ e não sobre os signos organi!ados.0ra%a a arquitetura explícita da rela%ão entre conceitos$ constrói uma completa estrutura%ão dosignificado$ de uma forma que não é nem 9arbitr,ria: nem 9convencional:$ mas que se pretende

necess,ria e capa! de$ para além da organi!a%ão mais ou menos contingente efetuada pelalíngua$ reprodu!ir o ser no di!er ;+ossutta$ <==>$ p. C>?.

Page 5: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 5/6

///

  2epois de descoberto o cen,rio filosófico e decifrada a fun%ão conceitual$ deve#se

atentar para um fator tão importante quanto os demais na estrutura do texto filosófico$ ametáfora. O discurso filosófico é entendido por muitos como sendo algo totalmente

abstrato$ uma dicotomia entre 9mundo das abstra%5es e mundo das realidades: ;7dem$ p.

>?. (ntretanto$ tal concep%ão é vaga e carece de conte1do. O filósofo é uma espécie de

artista que fa! um vai e vem entre o mundo real e o abstrato39o artista$ quando executa a sua obra$ cria o possível e$ ao mesmo tempo$ o real:$ é em simesmo complexo$ pois pressup5e que produ!ir uma obra é criar$ mas num duplo sentido3modificar os quadros da representa%ão e da a%ão$ é abrir um campo de possibilidades$ é criar opossível ;7dem$ p. >I?.

  O filosofar não é apenas abstra%ão pura$ é o 9substrato ontológico ;...? queP produ!

no seu seio efeitos do real que permitem que a filosofia escape ao nível da fic%ão: ;7dem$p. =B?. ara tanto$ a met,fora é utili!ada em quase todos os textos filosóficos como forma

de imagem que possibilita a filosofia passar pelo real. +ossutta define a opera%ão

metafórica como 9uma transfer"ncia de propriedades pertencentes a um domínio de

refer"ncia concreto e figurado para a cadeia textual a#strata dominante: ;7dem$ p. <<

Qit,licos do autorR?. As met,foras não são apenas meros elementos constituintes dos textos

filosóficos$ elas 9estão profundamente inseridas no )mago da doutrina$ e com mais forte

ra!ão$ evidentemente$ quando a doutrina procede a uma crítica do conceito: ;7dem$ p.

<JB?.

  As fun%5es da met,fora no texto filosófico são muitas$ pois$ toda a sistemati!a%ãoda reflexão filosófica pode ser empregada pelo filósofo através da met,fora. A import)ncia

das met,foras varia de autor para autor$ diferenciando#se pelo modo que são utili!adas$

9contudo as met,foras$ mesmo quando a fun%ão é fraca$ t"m a particularidade de

pertencer 4 discursividade filosófica: ;7dem$ p. <J?. +ossutta considera que no discurso

filosófico a met,fora desempenha papel estrutural$ 9quer este se construa tentando

domin,#la$ quer ela se*a o centro gerador do texto: ;7dem$ p. <KB?. ode#se afirmar que a

met,fora funciona como mediadora entre o ser e o discurso$ ou vice#versa$ como também

pode mediar as partes do discurso$ assim$ ela adquiri suma import)ncia para a

compreensão do texto filosófico.

///  +ossutta aponta muitos outros fatores importantes para serem levadosem conta na leitura de um texto filosófico$ no entanto$ decidimos apresentar neste texto somente os principais. D importante salientar que os passossugeridos para a escrita e leitura filosófica neste texto não pretendemsimplificar a filosofia$ pelo menos$ não de modo que a torne trivial$ maspretendem ser 1teis para quem da filosofia quer viver. A arte de escrever filosofia filosoficamente 9é um modo$ por excel"ncia$ de cuidarmos da nossaalma$ ;...? o bom escritor$ é arquiteto da alma: ;@ohden$ BB>$ p. ?. (screver 

é uma arte$ o que pressup5e uma técnica$ um conhecimento de sua língua e de

Page 6: A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

8/19/2019 A Linguagem Filosófica e Suas Especificidades

http://slidepdf.com/reader/full/a-linguagem-filosofica-e-suas-especificidades 6/6

seus sentidos. A filosofia exige que escrevamos sempre$ o que por sua ve!$exige que leiamos sempre.