a Motivacao[1]

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motivação

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A MOTIVAO Se reflectirmos sobre alguns dos nossos comportamentos, ser mais fcil compreender o conceito de motivao: comemos, bebemos, dormimos, procuramos a companhia dos outros e o seu afecto. No local de trabalho, nas aulas ou no grupo de amigos, esperamos que nos apreciem e que as nossas opinies e comportamentos sejam aprovados e reconhecidos. Estes e outros comportamentos tm origem numa fora interna que predispe, que leva as pessoas a desenvolver uma aco com vista a um objectivo: o alimento, a bebida, o sexo, o prestgio, a informao, a aprovao social, o afecto, etc. Tarefa 1 - Partindo da palavra central, MOTIVAR(-SE) escreve, no quadro aqui ao lado, todas as palavras que este termo te sugere. Poderemos utilizar o termo motivao para designar o que envolve movimento no comportamento dirigido a um objectivo. Definio de motivao: ser um conjunto de foras internas que mobilizam e orientam a aco de um organismo em direco a determinados objectivos como resposta a um estado de necessidade, carncia ou dese-quilbrio. A motivao dirige a aco para uma categoria de objectos que satisfazem a necessidade. O que ento para ti motivar? Tarefa 2 - Assinale o carcter verdadeiro ou falso das afirmaes seguintes. Motivar : - 1. Manipular as pessoas levando-as a fazer o que queriam. - 2. Dar recursos (como prendas ou dinheiro) s pessoas. - 3. Fazer com que a outra pessoa faa, o que ns queremos. - 4. Permitir que a outra pessoa se realize de acordo com as suas necessidades e desejos. - 5. Levar ao conformismo, ou que as pessoas aceitem a opinio dos outros facilmente. - 6. Estimular as pessoas para fazerem o que gostam. - 7. Levantar obstculos actividade das pessoas. - 8. Exercer o poder sobre outra pessoa. - 9. Criar as condies que permitam as pessoas atingir os seus objectivos pessoais e colectivos. O CICLO MOTIVACIONAL O motivo o estado do organismo pelo qual a energia corporal mobilizada e dirigida a determinados elementos ou coisas do meio ambiente ou do que rodeia as pessoas; a razo que leva o organismo a agir. Ao falarmos de motivo, teremos de referir as suas componentes: a necessidade e o impulso. De um forma geral, os comportamentos motivados so um processo ou sequncia motivacional que se traduz num ciclo constitudo por 5 momentos: 1 - Necessidade (motivo da aco). O ponto de partida do processo motivacional o surgimento de uma necessidade. Exemplo Estou com muita sede! 2 - Impulso. A necessidade desperta um impulso ou pulso que move o indivduo impelindo-o a agir. Exemplo Tenho mesmo que ir beber gua se no fico muito mal, sinto uma fora interior que me obriga a agir. 3 - Aco ou resposta instrumental. Actividade ou comportamento orientado para um objectivo ou finalidade, isto , aco desenvolvida ou motivada para satisfazer a necessidade. Exemplo Vou ao bar pedir que me dem um copo de gua. 4 - Objectivo ou meta alcanada. Apropriao do objecto que permite satisfazer a necessidade. Exemplo Bebo um copo de gua. 5 - Saciedade ou satisfao da necessidade. Eliminao da pulso. Frequentemente o alvio da tenso provocada pela necessidade temporrio (caso das necessidades fisiolgicas), pelo que o ciclo pode comear de novo. Exemplo Estou saciado, j no sinto sede. Tarefa 3 Constri, a partir deste esquema, uma sequncia motivacional para os seguintes comportamentos: 1. - Procurar comida; 2. - Ir ao cinema, 3. - Ir escola. Vamos agora identificar e caracterizar os diferentes tipos de motivos Presentemente, os psiclogos concordam todos em agrupar os diferentes motivos nas seguintes categorias: 1. Impulsos bsicos (ou primrios) 2. Motivos sociais 3. Motivo para estimulao sensorial 4. Motivos de crescimento 5. Ideias como motivos 1. Impulsos bsicos Os impulsos bsicos so motivos que activam o comportamento. Este por sua vez, vai satisfazer uma necessidade. Os impulsos surgem para satisfazer as necessidades de oxignio (respirar), gua (beber), alimento (comer), sono (dormir), sexo, evitao da dor, etc. O que caracteriza estes impulsos o facto da sua satisfao ser fundamental para a sobrevivncia do indivduo. Muitas vezes, porm, estes impulsos podem ser influenciados por factores ambientais, pelas nossas experincias no mundo e modificados por aprendizagem. Se a fome, se apresenta como uma necessidade bsica, o que se come e como se come, so determinados pela sociedade e pela aprendizagem. A FOME visa atingir a ingesto de alimentos que contm a energia necessria para a sobrevivncia do indivduo. O SONO, existem 3 fases distintas no sono: o sono leve, o sono profundo e o sono REM. Ao adormecer entra-se na fase do sono leve, sono que no totalmente inconsciente, entrando em seguida, no sono profundo. Este surge, mais ou menos, aps 50 minutos de ter adormecido. Aps 20 a 30 minutos do sono profundo, surge o sono REM, assim chamado porque os olhos se movimentam rapidamente, com subida da tenso arterial e frequncia cardaca. A percentagem de sono REM , durante uma noite de sono, cerca de 30 a 35% nos jovens e de 20 a 30% nos adultos. O tempo total de sono profundo aumenta nas noites que se seguem a privaes de sono anteriores ou aps um dia de trabalho predominantemente fsico. A necessidade de ELIMINAO DAS FEZES E DA URINA tambm exige prontamente a sua satisfao. Porm, o modo como isso acontece est dependente das normas e das exigncias da sociedade 2. Motivos sociais Estes motivos s se compreendem e explicam pelo facto do homem viver em sociedade. Estes motivos tm por objectivo satisfazer as necessidades que o indivduo tem de se sentir amado, respeitado, aprovado, etc. Os seres humanos que se sentem amados e apoiados pelos que com eles convivem, tm mais facilidade em enfrentar situaes crticas ou perodos de crise. As pessoas rejeitadas pela sociedade ou que se encontram socialmente isoladas, tm tendncia para se sentirem profundamente perturbadas: choram com frequncia, negligenciam o seu asseio pessoal e tornam-se apticas. Muitas das necessidades sociais (tambm chamadas de secundrias) so veiculadas pela publicidade que, atravs de cartazes e ideias-chave pretendem criar determinado tipo de necessidades. 3. Motivos para estimulao sensorial As pessoas e muitos animais necessitam de estimulao sensorial. Vrias investigaes tm revelado que as pessoas com uma vida muito rotineira tm tendncia para o tdio, para a depresso e irritabilidade. Frequentemente, as pessoas privadas durante muito tempo de estimulao sensorial, tm alucinaes. Muitas pessoas, nomeadamente os jovens, sentem uma forte necessidade de procurar excitao em actividades arriscadas, como seja mergulhar, saltar de pra-quedas, etc. O desejo de realizar experincias fora do comum, mesmo interditas, e a necessidade de jogar, beber c conhecer muitas pessoas, inscreve-se nesta necessidade de estimulao sensorial. Normalmente, os jovens, assim como os adultos, toleram pouco, as experincias repetitivas, montonas e constantes. A curiosidade parece estar associada a esta necessidade de estimulao sensorial, de manipular e explorar o ambiente. As pessoas sentem-se atradas para o que novo e desconhecido. Esta caracterstica desde sempre esteve ligada sobrevivncia do indivduo. A procura de novas experincias desenvolve a sensibilidade perceptiva aumentando a sua competncia em termos de habilidade e de conhecimentos que lhe permitem adaptar-se mais eficazmente s novas situaes. 4. Motivos de crescimento Estes motivos esto relacionados com a necessidade de realizao pessoal e de competncia. As pessoas esforam-se e trabalham no sentido de aumentar o seu nvel de competncia e por isso realizam tarefas com graus de complexidade cada vez mais elevados. As pessoas que fracassam frequentemente nos seus intentos de crescer e realizar-se em funo dos seus objectivos, baixam a sua auto-estima e sentem afectada a sua relao com os outros. Estas pessoas esto mal consigo mesmas, no se aceitam muito bem e por isso, tambm no esto bem com os outros. Atravs do esforo do empenhamento e valorizando as suas capacidades, o indivduo tende a enfrentar situaes difceis, visando o seu .sucesso e a sua realizao. 5. Ideias como motivos Todas as pessoas que vivem em sociedade agem, cm funo de determinados valores crenas e metas, em suma de IDEIAS. As ideias podem ser intensamente motivadoras quando se acredita nelas, profundamente. H determinadas crenas que conduzem a comportamentos por vezes estranhos e incompreensveis. Por uma questo de f, muitas vezes, podem-se ingerir produtos que, sendo mortferos, se pensa que no faro mal. As ideias constituem uma grande fora motivacional. Atravs delas o sujeito antev o seu sucesso ou o seu fracasso. As ideias orientam a sua conduta e determinam a fora da sua persistncia na sua consecuo. O comportamento do indivduo varia na proporo directa da fora e da convico da sua ideia. Tarefa 4 1. Os impulsos bsicos tambm so chamados de individuais, em oposio aos sociais. Porque? 2. Como regulada a fome? 3. O que so motivos sociais? 4. Porque que a satisfao dos motivos sociais importante para. o indivduo? 5. Em que consiste a necessidade de estimulao sensorial? 6. O que so motivos de crescimento? 7. Quais as consequncias, para o indivduo, em no conseguir satisfazer a necessidade de crescimento? 8. Porque que as ideias se apresentam como motivos? A teoria da motivao apresentada por Maslow - A pirmide motivacional Segundo Maslow, as necessidades humanas estariam organizadas numa hierarquia, isto , no tm todas a mesma importncia. Este autor representou a sua concepo atravs de uma pirmide em que, na base, estariam as necessidades fisiolgicas, e, no cume, as necessidades mais elevadas, que seriam as de auto-realizao. As necessidades fundamentais seriam as necessidades bsicas: as fisiolgicas e as de segurana. S depois de estas necessidades estarem satisfeitas se ascende na hierarquia para satisfao de outras mais complexas e mais elevadas. No decurso da sua existncia, se no houvesse obstculos, o ser humano progrediria na hierarquia at ao topo. Vamos analisar sucintamente cada um dos nveis da hierarquia. 1 NECESSIDADES FISIOLGICAS So consideradas necessidades fisiolgicas a fome, a sede, o sono, o evitamento da dor, o desejo sexual, a manuteno do estado interno do organismo. A satisfao destas necessidades domina o comportamento humano. As necessidades de segurana s surgem se estas forem satisfeitas. Assim se explica que pessoas esfomeadas arrisquem a vida para conseguir alimento. 2 NECESSIDADES DE SEGURANA As necessidades de .segurana manifestam-se na procura de proteco relativamente ao meio (abrigo e vesturio), bem como na busca de um ambiente estvel e ordenado. O perigo fsico provoca insegurana e ansiedade dominando o comportamento do indivduo. Uma pessoa com medo prescinde da relao com os outros. Os motivos da estima surgem s quando a pessoa se sente segura. 3 NECESSIDADES DE AFECTO E DE PERTENA As necessidades de afecto e de pertena manifestam o desejo de associao, participao e aceitao por parte dos outros. Nas relaes ntimas e nos grupos a que pertence, o indivduo procura o afecto, a aprovao, procura dar e receber ateno. 4 NECESSIDADES DE ESTIMA As necessidades de estima assumem duas expresses: o desejo de realizao e de competncia e o estatuto e desejo de reconhecimento. Neste nvel da hierarquia das necessidades o indivduo procura a aceitao dos outros atravs da sua prtica, da sua actuao. As pessoas desejam ser competentes, isto , desejam desenvolver actividades com qualidade e serem reconhecidas por isso. Da se relacionar com estas necessidades a procura do sucesso, do prestgio. A satisfao da necessidade de estima desenvolve nas pessoas sentimentos de autoconfiana; a sua frustrao gera sentimentos de inferioridade. 5 NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAO Se todas as necessidades esto satisfeitas, manifestar-se- a necessidade de auto-realizao, isto . a realizao do potencial de cada um, a concretizao das capacidades pessoais. Maslow considerava que esta necessidade seria inerente aos seres humanos. A sua concretizao varia de pessoa para pessoa: um indivduo pode auto-realizar-se sendo um atleta de alta competio, outro atravs das artes plsticas, da msica, da investigao cientfica, da interveno social, etc. Neste nvel da hrarquia das necessidades o indivduo procura a aceitao dos outros atravs da sua prtica, da sua actuao. As pessoas em procura de auto-realizao (que corresponderia a um crescimento pessoal) apresentam algumas caractersticas comuns de personalidade: so independentes, criadoras, resistem ao conformismo, aceitam-se a si prprias e aos outros. O que so, ento, pessoas auto-realizadas? So pessoas que: 1 - Atingiram um alto nvel de desenvolvimento moral e que se preocupam mais com o bem-estar das pessoas amigas e amadas, com a humanidade, relegando para segundo plano a preocupao consigo prprias. 2 - So criativas, espontneas e no conformistas, valorizando a independncia e a privacidade, a amizade e a intimidade. 3 - Empenham-se numa actividade mais pelo valor prprio que esta possui do que pela perspectiva e expectativa de fama e dinheiro. 4 - Vivem a vida de forma absorvente, intensa, sendo dotadas de um sentido de unidade com a natureza. A este respeito Maslow fala intensificao de experincias que podem conduzir a uma transcendncia do eu, a um envolvimento to completo que a pessoa se esquece de si, dos seus interesses e egosmos, do que a afasta da unidade com o todo. No sendo um exclusivo dos auto-realizados estas experincias so mais comuns nestes ltimos. 5 - Tm uma viso realista mas positiva da vida como desafio constante que se deve enfrentar. 6 - Apreciam os valores democrticos mas no so convencionais, tm esprito crtico. O nmero de pessoas que, segundo Maslow, atinge a auto-realizao muitssimo reduzido. Largos milhes de pessoas esto a esse respeito limitadas quer pelos padres culturais do meio quer pela terrvel luta pela sobrevivncia.