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A Outra Face A Cruz Vermelha Portuguesa Delega- ção da Trofa desde Dezembro de 2012 que tem implementado no concelho da Trofa o projecto “A Outra Face”, financia- do pelo eixo 7.3 do POPH, visando pro- mover a igualdade de género, bem como prevenir a violência de género em toda a comunidade. Este é um desafio que ain- da hoje estamos a viver intensamente. Para a Delegação da Trofa da Cruz Vermelha implementar o projecto “A Ou- tra Face” tem sido uma constante apren- dizagem a diversos níveis, uma vez que promover a igualdade de género não é um fim em si mesmo, mas um processo de transformação constante das relações sociais. Este projecto foi implementado uma vez que consideramos que havia neces- sidade de uma maior sensibilização dos profissionais e do reforço das suas com- petências no acompanhamento de casos de violência, tanto ao nível da intervenção primária dos professores, profissionais de saúde e profissionais das áreas sociais, bem como uma necessidade de promo- ver acções de sensibilização, quer no domínio específico da violência domésti- ca, quer no domínio da igualdade de género, no sentido de sensibilizar os mais jovens para a importância de um relacio- namento igual entre homens e mulheres. A sociedade é um imenso mercado, onde muito cedo as pessoas são eti- quetadas e colocadas em algum lugar, sem escolha possível. O bonito, o feio, o desajeitado, o inteligente, o atrasado, o grande, o pequeno, o normal, o anormal... E julga-se, os fracos, os for- tes, os vencedores, os perdedores... Chamamos de diferente aquele que não está na mesma linha de normalidade Uma vez, numa entrevista a um jornal e perante uma pergunta sobre o facto de a minha candidatura ter, nos primeiros lu- gares o mesmo número de homens e mu- lheres e a sua relação com a Lei da Pari- dade expliquei que ao longo da minha vida e em especial na minha vida profissional, sempre me habituei a ver nas mulheres, e em especial nas minhas colegas, uma enorme capacidade de trabalho, dedica- ção e elevado profissionalismo e não se- ria por via de imposição legal que as es- colheria mas, isso sim, fruto das suas qualidades e do seu mérito. Obviamente, não sou ingénuo e sem- pre me apercebi, em especial na política e nos mais altos quadros das empresas, que eram poucas as mulheres a quem era dada a oportunidade. Como eram pou- Um desafio constante que a maioria do ser humano. Mas, o que é ser diferente senão o facto de não ser igual? Não somos assim, todos diferen- tes? É para que possamos entender a dife- rença e respeitar a mesma que este pro- jecto se desenvolve, dando enfoque à igualdade de género, porque desde sem- pre que a construção de género se mos- trou desigual e com diferenças acentua- das. Houve progressos, é certo, mas muito há a fazer. Nas últimas análises Portugal desceu no ranking sobre igual- dade de género estando em 51 lugar en- tre 136 países, sendo o pior resultado desde 2006. Colocar etiquetas em homens e mu- lheres, atribuir esta ou aquela caracterís- tica, limitação, papel, é redutor. Deve exis- tir diálogo, compreensão e não um julgar sem compreender as diferenças dentro das especificidades de cada género. Todos devem ter oportunidade de mos- trar de forma igual as capacidades que possuem. A diferença pede aceitação, pede res- peito, pede tolerância. Contamos com a sua ajuda. Daniela Esteves Presidente Cruz Vermelha Portuguesa Delegação da Trofa Igualdade de género cos os jovens a quem essa oportunidade era, igualmente, oferecida. As nossas escolhas devem, sempre, ter como base uma simples pergunta: “quem são os melhores para levar a cabo aquela tarefa?” e a resposta não pode ser encontrada na mera lógica se é homem ou mulher. A questão não está no género, está no mérito, na qualidade, no profissionalismo. Quem segue caminho diferente vai, certamente, errar. E perder o comboio do futuro. Por sua vez, o combate à violência de género passa, a meu ver, por um con- junto de medidas conexas. É fundamen- tal ter um quadro normativo penal exem- plar e uma respectiva aplicação justa. Não posso aceitar que, nesta matéria, ainda persistam tradições penais execráveis e nada condicentes com os direitos funda- mentais do ser humano. Por outro lado, é preciso aplicar verdadeiras políticas de apoio à vítima numa situação e contexto social problemático. Por fim, é fundamen- tal apostar na educação das gerações mais novas para esta vergonhosa realida- de. Uma educação que passe por uma abordagem clara e franca dando a conhe- cer a realidade e apostando na preven- ção. É impressionante verificar que as situações de violência de género aconte- cem em todas as classes sociais, não sendo exclusivo de nenhuma qualquer situação económica especial. Se a igualdade de género é uma evi- dência que deve estar sempre presente nas nossas vidas, o combate à violência de género deve ser uma missão de todos nós. Só assim se constrói uma socieda- de plena de liberdade, igualdade e fraternidade.” Sérgio Humberto Presidente da Câmara Municipal da Trofa

A Outra Face - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegação da Trofa

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A delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) não vai deixar passar em branco o Dia Mundial da Liberdade, que se assinala esta quinta-feira, 23 de janeiro. Inserido no projeto “A Outra Face”, a delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa lançou um suplemento escrito, que é publicado com a edição 457 do jornal O Notícias da Trofa, sobre a Igualdade de Género. O projeto corre o risco de terminar por falta de financiamento.

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A Outra Face

A Cruz Vermelha Portuguesa Delega-ção da Trofa desde Dezembro de 2012que tem implementado no concelho daTrofa o projecto “A Outra Face”, financia-do pelo eixo 7.3 do POPH, visando pro-mover a igualdade de género, bem comoprevenir a violência de género em toda acomunidade. Este é um desafio que ain-da hoje estamos a viver intensamente.

Para a Delegação da Trofa da CruzVermelha implementar o projecto “A Ou-tra Face” tem sido uma constante apren-dizagem a diversos níveis, uma vez quepromover a igualdade de género não é umfim em si mesmo, mas um processo detransformação constante das relaçõessociais.

Este projecto foi implementado umavez que consideramos que havia neces-sidade de uma maior sensibilização dosprofissionais e do reforço das suas com-

petências no acompanhamento de casosde violência, tanto ao nível da intervençãoprimária dos professores, profissionais desaúde e profissionais das áreas sociais,bem como uma necessidade de promo-ver acções de sensibilização, quer nodomínio específico da violência domésti-ca, quer no domínio da igualdade degénero, no sentido de sensibilizar os maisjovens para a importância de um relacio-namento igual entre homens e mulheres.

A sociedade é um imenso mercado,onde muito cedo as pessoas são eti-quetadas e colocadas em algum lugar,sem escolha possível. O bonito, o feio, odesajeitado, o inteligente, o atrasado, ogrande, o pequeno, o normal, oanormal... E julga-se, os fracos, os for-tes, os vencedores, os perdedores...

Chamamos de diferente aquele quenão está na mesma linha de normalidade

Uma vez, numa entrevista a um jornale perante uma pergunta sobre o facto dea minha candidatura ter, nos primeiros lu-gares o mesmo número de homens e mu-lheres e a sua relação com a Lei da Pari-dade expliquei que ao longo da minha vidae em especial na minha vida profissional,sempre me habituei a ver nas mulheres,e em especial nas minhas colegas, umaenorme capacidade de trabalho, dedica-ção e elevado profissionalismo e não se-ria por via de imposição legal que as es-colheria mas, isso sim, fruto das suasqualidades e do seu mérito.

Obviamente, não sou ingénuo e sem-pre me apercebi, em especial na políticae nos mais altos quadros das empresas,que eram poucas as mulheres a quemera dada a oportunidade. Como eram pou-

Um desafio constanteque a maioria do ser humano. Mas, o queé ser diferente senão o facto de não serigual? Não somos assim, todos diferen-tes?

É para que possamos entender a dife-rença e respeitar a mesma que este pro-jecto se desenvolve, dando enfoque àigualdade de género, porque desde sem-pre que a construção de género se mos-trou desigual e com diferenças acentua-das. Houve progressos, é certo, masmuito há a fazer. Nas últimas análisesPortugal desceu no ranking sobre igual-dade de género estando em 51 lugar en-tre 136 países, sendo o pior resultadodesde 2006.

Colocar etiquetas em homens e mu-lheres, atribuir esta ou aquela caracterís-tica, limitação, papel, é redutor. Deve exis-tir diálogo, compreensão e não um julgarsem compreender as diferenças dentro

das especificidades de cada género.Todos devem ter oportunidade de mos-

trar de forma igual as capacidades quepossuem.

A diferença pede aceitação, pede res-peito, pede tolerância. Contamos com asua ajuda.

Daniela EstevesPresidente Cruz Vermelha Portuguesa Delegação da Trofa

Igualdade de génerocos os jovens a quem essa oportunidadeera, igualmente, oferecida.

As nossas escolhas devem, sempre,ter como base uma simples pergunta:“quem são os melhores para levar a caboaquela tarefa?” e a resposta não pode serencontrada na mera lógica se é homemou mulher. A questão não está no género,está no mérito, na qualidade, noprofissionalismo. Quem segue caminhodiferente vai, certamente, errar. E perdero comboio do futuro.

Por sua vez, o combate à violênciade género passa, a meu ver, por um con-junto de medidas conexas. É fundamen-tal ter um quadro normativo penal exem-plar e uma respectiva aplicação justa. Nãoposso aceitar que, nesta matéria, aindapersistam tradições penais execráveis e

nada condicentes com os direitos funda-mentais do ser humano. Por outro lado, épreciso aplicar verdadeiras políticas deapoio à vítima numa situação e contextosocial problemático. Por fim, é fundamen-tal apostar na educação das geraçõesmais novas para esta vergonhosa realida-de. Uma educação que passe por umaabordagem clara e franca dando a conhe-cer a realidade e apostando na preven-ção. É impressionante verificar que assituações de violência de género aconte-cem em todas as classes sociais, nãosendo exclusivo de nenhuma qualquersituação económica especial.

Se a igualdade de género é uma evi-dência que deve estar sempre presentenas nossas vidas, o combate à violênciade género deve ser uma missão de todos

nós. Só assim se constrói uma socieda-de plena de liberdade, igualdade efraternidade.”

Sérgio HumbertoPresidente da Câmara Municipal da Trofa

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A Outra Face

A promoção da igualdade de oportuni-dades entre homens e mulheres é umapreocupação patente nos projectoseducativos das escolas. Apesar das res-trições curriculares, consequência da di-minuição da carga lectiva para os alunose do subjacente estreitamento da acçãoeducativa, que nos últimos anos tem afec-tado a educação, as escolas, atentas àpromoção da igualdade de oportunidades,têm desenvolvido um esforço significativocom o objectivo de contribuir para a elimi-nação da discriminação em função dogénero, inserida numa perspectiva maisampla de educação para a cidadania.

Apesar da evolução dos meios de co-municação social e da sua importânciana mudança de mentalidades, a escola eo professor continuam a ter um papel sin-gular na socialização dos alunos. Ao pro-fessor é-lhe pedido uma multiplicidade detemas que deve abordar nas aulas (na

Educar para a igualdadeescola) sem que para isso lhe seja pro-porcionada, não raras vezes, a formaçãoou simplesmente a orientação adequada.E, tudo isto deve ser incluído em menostempo de aula, ou seja, em menos tem-po de interacção com os alunos. Por estemotivo, o esforço para combater, nas es-colas, a discriminação em função do gé-nero, passa pela inclusão de programasdevidamente estruturados como “A outraface” e implementados em colaboraçãocom agentes com formação especializa-da.

Atento a esta realidade, o Agrupamen-to de Coronado e Covelas, abrangendo,numa primeira fase, a Escola Básica doCastro e a Escola Básica e Secundáriade Coronado e Covelas, dirigiu este pro-jecto aos alunos que frequentam os Cur-sos Vocacionais, os PercursosCurriculares Alternativos, e, ainda, aosalunos do 8º e 9º anos. Conceitos como

sexo e género, papéis sociais de géneroe os estereótipos associados, bem comoa igualdade na legislação nacional e co-munitária são tratados nas aulas comexemplos sobre a evolução das mentali-dades e sobre aspectos da situação ac-tual entre homens e mulheres em Portu-gal. A nossa preocupação prende-se coma integração da dimensão de género naeducação dos alunos do Agrupamentocom vista à eliminação dos estereótipossociais de género que predefinem o queé suposto ser e fazer um rapaz e umarapariga. Estes aspectos têm ainda maisrelevância na actualidade e, concretamen-te, na área de abrangência do nosso Agru-pamento, se tivermos em consideraçãoque existem nalgumas famílias - e entreos nossos alunos - relações de intimida-de marcadas pela violência que tendem areproduzir-se nas gerações seguintes senão forem trabalhados nas escolas.

Renato CarneiroDiretor do Agrupamento de Escolas Coronado e Covelas

A Comissão para a Cidadania e aIgualdade de Género (CIG) é um serviçoda administração direta do Estado res-ponsável pela execução das políticas pú-blicas no domínio da cidadania e da pro-moção e defesa da igualdade de género,do combate à violência doméstica e de

género e ao tráfico de seres humanos,sob tutela da Secretária de Estado dosAssuntos Parlamentares e da Igualdade.

A CIG coordena o V Plano Nacionalpara a Igualdade de Género, Cidadania enão Discriminação (V PNI), o V PlanoNacional para a Prevenção e Combate àViolência Doméstica e de Género (VPNPCVDVG) e o III Plano Nacional con-tra o Tráfico de Seres Humanos (IIIPNPCTSH), os quais, no seu conjunto,delimitam o âmbito da sua atuação. To-dos os Planos têm vigência de 2014-2017e preveem um reforço de articulação comONG, que apoiam a entidade coordena-dora na execução dos mesmos.

O V PNI é o instrumento de execuçãodas políticas públicas, que visam a pro-moção da igualdade de género e o com-bate às discriminações em função dosexo, da orientação sexual e da Identida-de de Género. Inclui uma forte componen-te de transversalização da perspetiva daigualdade de género em todos os minis-térios que devem, assim, continuar a in-tegrar esta perspetiva no planeamento

das suas atividades com implicações re-levantes para a igualdade.

O V PNPCVDVG destaca-se pela suarelevância e atualidade, acompanhandoos instrumentos internacionais, nestasede, nomeadamente a Convenção doConselho da Europa para a prevenção eo combate à violência contra as mulhe-res e a violência doméstica (convençãode Istambul), que Portugal foi o primeiropaís da União Europeia a ratificar. Assen-ta nos pressupostos da Convenção, alar-gando o seu âmbito de aplicação, até aquicircunscrito à violência doméstica, a ou-tros tipos de violência de género. O IIIPrograma de Ação para a Prevenção eEliminação da Mutilação Genital Femini-na passa a fazer parte integrante do VPNPCVDVG.

Portugal é um país de risco na medi-da em que integra comunidadesmigrantes provenientes de países onde aMGF é uma prática e a sua eliminação éparticularmente difícil, pois interfere comum conjunto de adquiridos fortementeenraizados na identidade sociocultural de

algumas comunidades. A MGF causadanos irreparáveis na saúde das mulhe-res ao longo da vida, nomeadamente nasua saúde sexual e reprodutiva, condu-zindo não raras vezes à morte. Denunci-ar a MGF é um ato de cidadania em proldas mulheres que, sujeitas a esta formade violência, se vêm privadas dos seusdireitos, garantias e liberdades mais ele-mentares.

Outras das áreas de intervenção daCIG é o Tráfico de Seres Humanos, atra-vés da coordenação do III PNPCTSH. Otráfico de seres humanos constitui clara-mente uma das formas mais graves deviolação dos direitos humanos, que nãoconhece fronteiras e que se alimenta dediversas vulnerabilidades e fragilidades.Segundo dados da ONU, o tráfico de se-res humanos, por ano, gera cerca de 24mil milhões de euros para as redes decriminalidade organizada e mais de 2,4milhões de vítimas.

Fátima DuartePresidente CIG

Sopa de Letras

CidadaniaGéneroEstereótipoSexoDiscriminaçãoIgualdadeFemininoMasculino

Encontraas palavras

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A Outra Face

Toda a vida vivera de ser mulher, des-sas mais bonitas, das curvas perigosaspara inebriantes passeios da mais fértilvolúpia imaginada. Mais ainda, desde os15 anos é artista, dessas da mais invasivaexposição mediática.

Um dia, cruzou-se com um espelho eencontrou-se mulher, recém-mamã.

Trinta kg a mais, olheiras marcadas,sonos trocados e todas as insegurançasde quem se redescobre crescida e her-deira de uma cartilha de expectativas so-bre como ser mãe dedicada, mulher sen-sual e profissional de sucesso.

Ao ver-se no espelho, Beyoncé, tomouconsciência do peso das expectativas queinternalizou, sem que desse por isso,sobre o seu papel como mulher.

Chorou. Achava que isso a afastariada carreira que estava há anos a cons-truir.

Há um folclore ancestral para nos edu-car sobre o cabimento de ser homem ou

mulher. Trata-se de um pilar civilizacionalque divide pela diferença, reduzindo a Hu-manidade a papeis, lugares, funções,estatutos e ambições circunscritos.

E é um facto: geração após geração,eternizamos essa superstição atávica pro-curando encaixar nos marcadores soci-ais esperando fazer tudo certo.

Chimamanda Adichie é uma escritoranigeriana inteligente, interessante e lumi-nosa numa sociedade que não o valoriza.Chimamanda diz que é feminista porquediz que as mulheres têm uma existência,um lugar e muitos papeis numa socieda-de em que o homem é o standard e oreferencial.

Mexe com todos os homens ouvi-lafalar sobre género e papeis. A inteligên-cia do seu humor são cócegas para ospreconceitos instalados.

É raro que um homem tenha discer-nimento proactivo sobre a permanenteactualidade de continuar a promover a

Género: Humano!igualdade de género. Não há desculpaspara isso. Nem grandes explicações queo justifiquem. Na prática, as mulheres têmassumido corajosamente esse desafiosuperando barreiras e obstáculos e me-dos e inseguranças.

Chimamanda foi essencial paraBeyoncé. Ler um dos seus ensaios aju-dou a cantora a reagir com um álbum novoonde purga as suas inseguranças e semostra mulher. Mulher que também émãe. Não há nada que a Sociedade pos-sa dizer que a faça maior do que a maiselementar Humanidade. Discutir Géneroé pensar sobre o ser pessoa e dar umempurrão à Cultura que nos molda.

O mundo, a vida e a Humanidade pu-lam e avançam sempre que Beyoncé,Chimamanda, Rosa Parks, Marie Curieou as donas Conceição, Maria das Dorese Matilde enfrentam o que deve ser parafazer o que é certo.

Alexandre MendesConsultor

As mulheres ocupam hoje em dia lu-gares de destaque na sociedade civil, algoprovavelmente impensável há não muitosanos atrás. A título de exemplo, pode ci-tar-se a Chanceler alemã Angela Merkel,governante do país dominador de toda aEuropa, ou Dilma Rousseff, presidente doBrasil, país que emerge em termos mun-diais. Mas certamente muitos outrosexemplos poderiam ser dados e nas maisdiversas áreas.

Este facto deve-se às capacidadesreconhecidas às mulheres, embora paramuitos ainda custe a engolir a partilha dedecisões com alguém do sexo feminino.A verdade é que a competência, a inteli-gência e a capacidade nada têm a ver como género. E só os melhores, os mais ca-pazes conseguem singrar na sua área de

O que ainda falta caminharintervenção. Ou pelo menos assim é namaior parte dos casos.

Se é verdade que homens e mulheresestão em pé de igualdade na maior partedas áreas, outras existem em que a igual-dade de género é ainda uma espécie demiragem. O mais flagrante de todos estána Igreja, onde o acesso a posições derelevância ou visibilidade permanece ve-dado. O mesmo sucede em actividadesdesportivas assumidamente masculinasem que a ter sucesso no feminino aindasignifica algo contra natura. Será pelo queainda falta caminhar nesta igualdade quese deverá focar atenções, sobretudo atra-vés da sua denúncia e abordagem nasmais diversas formas.

Mais grave é quando a diferença degénero é resolvida com ou pela violência.

O que apesar de acharmos não ser pos-sível acontecer nos dias que correm, éinfelizmente algo ainda comum, indepen-dentemente de se tratar de classes maisou menos favorecidas. Aliás, não esco-lhe idades ou extractos sociais. O traba-lho passa por levar estes casos à Justi-ça, promovendo penas exemplares. Ac-tuando diariamente para erradicar estamentalidade que deve ser incutida desdetenra idade nos mais jovens.

Ao pensarmos que a igualdade degénero é uma realidade, estamos a negli-genciar muito do trabalho ainda a ser fei-to nesse sentido. Convém ter a ideia sem-pre presente pois só dessa forma conse-guiremos garantir uma sociedade cadavez mais justa.

Bruno MarquesEscritor

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Page 4: A Outra Face - Cruz Vermelha Portuguesa | Delegação da Trofa

A Outra Face

Não existe nenhum género maisou menos adequado para umaprofissão.

Se possível , devemos fazersempre aquilo de que gostamos epara o qual temos aptidão.

Soluções : Sopa de letras

Correspondência das Profissões

Este projecto é composto 6acções fundamentais que es-tão até à data a ser desenvolvi-das de acordo com o planea-do.

A acção 1 é composta pe-las sessões de sensibilização/informação realizada para jo-vens, professores e auxiliaresde acção educativa que temcomo objectivo promover umconjunto de sessões de infor-mação com base em estratégi-as de educação formal e nãoformal,

A acção 2 consiste no mar-car com diferentes acções osdias significativos alusivos àtemática da igualdade, da vio-lência, dos direitos humanos.Neste âmbito realizamos inú-meras acções de sensibi-lização, criando trabalhos eslogans alusivos às temáticase à missão do projecto.

No que respeita à acção 3esta centra-se na realização deuma peça de teatro alusiva àtemática da igualdade degénero,

Relativamente à acção 4esta consiste na produção eelaboração de material informa-tivo para projecto. Neste âmbi-to foi criado o símbolo do pro-jecto após colaboração e pro-posta de ideias de diferentesturmas e jovens, foi elaboradaa agenda para a igualdade2014, elaboramos diferentesflyers, outdoors, entrevistas derua, para que de forma simplese efectiva toda a comunidadepossa ter acesso .

A acção 5 assenta na difu-são de informação, nomeada-mente através da elaboração emanutenção do site do projec-to http://www.outraface.co.nf/, dadinamização da página dofacebook https://www.facebook.com/OutraFaceCVPTrofa, na re-alização mensal em parceriacom a Rádio no Ar, de um pro-grama de rádio abordando di-ferentes temáticas no âmbito daigualdade de género.

Por último, a acção 6 com-preende a realização de doisseminários para partilha deboas práticas, partilha de co-nhecimentos, balanço de resul-tados, bem como, promover aimplementação de novas estra-tégias e formas de actuação.

Com todas estas acçõesdesejamos promover uma cul-tura de não-violência e de cida-dania e promover novas rela-ções sociais que permitam aigualdade entre homens e mu-lheres aos diferentes níveis.

Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação da TrofaLargo do Cruzeiro, Edifício das Camélias, Loja 7São Martinho de Bougado // 4785-300 TrofaTel.: 252 419 083Email: [email protected]://www.facebook.com/cruzvermelhatrofa

A Outra Face

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