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Sumário USANDO A VÍRGULA. Conceitos Básicos USANDO A VÍRGULA. Regras Práticas

A VÍRGULA

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Sumário

USANDO A VÍRGULA. Conceitos BásicosUSANDO A VÍRGULA. Regras Práticas

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USANDO A VÍRGULA_________________________________Conceitos Básicos Os sinais de pontuação são recursos da língua escrita que visam substituir certos componentes da língua oral, tais como entonação, pausa, gestos e expressão facial; visto a comunicação se operar com um leitor que só tem diante de si o texto. Quem escreve precisa fazer-se entender por meio das palavras que usa. Daí, a necessidade da linguagem escrita de adotar os sinais de pontuação; permitindo, assim, que a escrita seja empregada com maior clareza e eficácia. Afinal, sua finalidade é representar através de sinais gráficos a linguagem oral.

Há alguns sinais cujo emprego tem, atualmente, uma razoável disciplina que o uso geral vem sancionando por não ser possível traçar normas rigorosas; tais sinais são: a vírgula, o ponto, o ponto-e-vírgula, os dois pontos, o ponto de interrogação. Outros têm seu emprego mais livre, mais subjetivo, como o ponto de exclamação, as reticências; e há outros, ainda, cuja aplicação depende muitas vezes de convenção arbitrária, como é o caso do travessão, dos colchetes e das aspas.

Como Surgiram os Sinais de Pontuação? Surgiram no início do Império Bizantino (330 a 1453). Mas sua função era diferente das atuais. O que hoje é o ponto final servia para separar uma palavra da outra. Os espaços brancos entre palavras só apareceram no século VII, na Europa. Foi quando o ponto passou a finalizar a frase. O ponto de interrogação é uma invenção, italiana, do século XIV. O de exclamação também surgiu no século XIV. Os gráficos italianos também inventaram a vírgula e o ponto-e-vírgula no século XV (este último era usado pelos antigos gregos, muito antes disso como sinal de interrogação). Os dois pontos surgiram no século XVI. O mais tardio foi à aspa, que surgiu no século XVII.

A VírgulaA vírgula serve para indicar pequena pausa na leitura e, sobretudo, mudança de entoação. Se lermos à frase, quando as crianças voltarem ponha-as na cama, de uma só vez, isto é, sem nenhuma pausa, não haverá mudança de entoação; a linha melódica será uma só, artificial e, naturalmente, inadequada.Se empregarmos a vírgula após o verbo voltar, esta dará à frase a entoação natural, apropriada, adequada: Quando as crianças voltarem, ponha-as na cama.

A frase com vírgula é mais natural e apropriada, visto que usamos a vírgula para indicar que ali deve haver uma ligeira mudança de entoação. Mas, que fique bem entendido, o emprego da vírgula na linguagem escrita, não corresponde somente a uma pausa ou mudança de entoação na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula também liga orações, separa termos das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação dos termos da oração. Assim, se uma oração possui uma estrutura sintática na ordem direta: sujeito > verbo > objeto > adjunto adverbial, não há necessidade do emprego da vírgula:

●    [Todos] [notaram] [a expressão de ódio] [em seus olhos].

Sujeito     verbo          objeto direto          adj. adverbial

Contudo, qualquer inversão desses termos, obrigaria o uso da vírgula, observe:

●     Em seus olhos, todos notaram a expressão de ódio.

●     Todos notaram, em seus olhos, a expressão de ódio.

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●     A expressão de ódio, todos notaram em seus olhos.

Observação: Nos adjuntos adverbiais curtos a vírgula é optativa: Depois disso, voltamos a casa. [ou] Depois disso voltamos a casa.Devemos, então, usar a vírgula depois de qualquer termo da oração que apareça fora do seu lugar normal. ®Sérgio.

USANDO A VÍRGULA _________________________________________Regras Práticas Emprega-se a Vírgula:01. Para separar as orações que interrompem o discurso direto:

●    Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Doutor Brás Cubas, [...]. (M. de Assis)

► Havendo ponto de interrogação ou de exclamação, muitos autores, dispensam a vírgula: — Travessa? Disse eu. Pois já não está em idade própria, ao que parece. (M. de Assis) ► Modernamente, prefere-se o travessão para isolar essas orações esclarecedoras das intervenções dos interlocutores, nos diálogos, antes dos verbos: dizer, perguntar, responder, exclamar e tantos outros (conhecidos como verbos dicendis): Amém – murmurou Tibério automaticamente.02. Para separar palavras e expressões de natureza, explicativa, continuativa, conclusiva, retificativa, ou enfáticas de um modo geral. Eis uma lista das mais usadas: além disso – aliás – a saber – assim – bem – com efeito – como dizer - demais – depois – enfim – então – isto é – não – no mais – ora – ou melhor – ou seja – ou antes - igualmente – pensando bem – pois bem - pois sim – por assim dizer – por exemplo – realmente – sim – em suma – note-se bem – finalmente – em verdade – demais, etc.Use a vírgula antes e depois dessas palavras e expressões, sempre que elas estiverem intercaladas na frase:

●    Ele não pode vir, ou melhor, não quis vir.

●    Em suma, baile chinfrim. (p.38)

●    Diga, então, o que quer.

●    A compra do material, a meu ver, é indispensável.

03. Para separar frases iniciadas pelas expressões e [sim] e [não]:

●    Sim, senhor, é o que todos esperavam.

●    Não, ninguém o demove dessa decisão.

●    Sim, é o que quero. / Não, nunca pedi isso.

●    Sim, um dia hei de morrer. (M. Assis)

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04. Para separar orações coordenadas assindéticas e sindéticas. Este é um assunto que achei melhor tratar a parte, devido sua extensão. Está neste link: A Vírgula entre as Orações Coordenadas. 05. Para separar os elementos paralelos ou distintivos de um provérbio. Somente nesse caso a vírgula é essencial porque separa duas frases paralelas, cada uma com sujeito, verbo e complemento próprios:

●    Quem tudo quer, tudo perde.

●    Quem dorme com criança, acorda molhado.

●    Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.

●    Casa de ferreiro, espeto de pau.

06. Para separar os nomes de lugar, nas datas:

●    São Paulo, 25 de fevereiro de 2006.

07. Para separar termos que desejamos realçar:

●    O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do paletó.

08. Para separar palavras da mesma classe:

●    A casa tem três quartos, dois banheiros e três salas.

●    No sistema solar existem planetas, satélites e asteróides.

09. Para separar todas as palavras repetidas:

●    Mulheres, mulheres, mulheres, quantas mulheres!

10. Para indicar a omissão de verbos facilmente verificados:

●    Carmem ficou alegre; eu, (fiquei) muito triste.

●    Eu trabalho com fatos; você, (trabalha) com boatos.

11. Para separar ou isolar o aposto:

●    Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.

●    Iracema, a virgem dos lábios de mel, tinha os cabelos negros.

12. Para isolar o vocativo: Filho meu, onde estás? / E agora, José?13. Para separar orações adjetivas explicativas: 

●    Brasília, onde há pouca umidade, foi fundada em 1960. ®Sérgio.

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A VÍRGULA DEPOIS DO SUJEITO_________________________________________Anotações Gramaticais Já ouvi dizer que vírgula se coloca de ouvido. Não é bem assim. Celso Luft nos diz que: – "nem a toda pausa corresponde uma vírgula, nem a toda vírgula corresponde uma pausa..." Portanto, o emprego da vírgula na linguagem escrita, não corresponde somente a uma pausa ou mudança de entoação na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula obedece a critérios sintáticos, liga orações, separa termos das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação dos termos da oração.Se uma oração possui uma estrutura sintática na [ordem direta], sujeito > verbo > objeto > adjunto adverbial, não há necessidade do emprego da vírgula, isto é, de separar os termos da oração unidos sintaticamente:

●    Todos > notaram > a expressão de ódio > em seus olhos.

Contudo, qualquer inversão desses termos, obrigaria o uso da vírgula, observe:

●    Em seus olhos, todos notaram a expressão de ódio.

●    Todos notaram, em seus olhos, a expressão de ódio.

●    A expressão de ódio, todos notaram em seus olhos.

Observação: Nos Adjuntos Adverbiais curtos a vírgula é optativa:

●    Depois disso, voltamos a casa. [ou] Depois disso voltamos a casa.

Há um princípio básico que você deve saber em relação ao emprego da vírgula: nunca separe o sujeito do verbo (por mais longo que seja o sujeito) e o verbo de seus objetos com uma vírgula. O Sujeito e o Verbo são termos essenciais da oração. Por isso mantém uma relação entre si que não pode ser interrompida por uma vírgula. É erro:

●    O nosso casamento, está completando 15 anos. (sujeito e verbo separados)

●    Meus olhos ardiam e lacrimejavam, devido à fumaça. (idem)

●    O presidente, atacou a oposição. (idem)

●    Os homens de bem, nada terão que temer. (idem)

●    Os governos devem lutar, pelo bem-estar do povo. (o verbo do complemento)

A não ser pelas seguintes exceções:1ª. Havendo encaixes (intercalação) entre esses elementos. As intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado, deverá ser feita entre vírgulas,

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tomemos para exemplo a frase: Meus olhos ardiam e lacrimejavam muito devido à fumaça:

●    Meus olhos, devido à fumaça, ardiam e lacrimejavam muito.

●    Devido à fumaça, meus olhos ardiam e lacrimejavam muito.

●    Não o direi, pensei comigo, a ninguém.

●    O gato, pressentindo o perigo, fugiu para longe.

► Evite, sempre, as intercalações exageradas; pois prejudicam a fluência da frase. Use a ordem direta para contornar o exagero. ► Podemos, ainda, usar o parênteses, e não a vírgula, quando a palavra ou expressão intercalada figurar sem relação sintática com o resto, à maneira de um esclarecimento ou observação: "É o fim (rola o trovão...) da miseranda sorte..." (Olavo Bilac)2ª. Sendo o sujeito da oração composto (enumeração), pode haver vírgula antes do verbo para separar seus elementos ou núcleos:

●    O Presidente, o governador, o prefeito, os senadores, os deputados, manifestaram seu repúdio ao comportamento dos policiais.

●    O homem, semeia, semeia, semeia, e nunca perde a colheita.

●     Artigos, comentários, críticas, eram matérias que não lhe interessavam. ®Sérgio.

A VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES COORDENADAS________________________________________________________________ As Orações CoordenadasA redação de um pensamento, em sua integridade, pode ser composta pela sucessão de orações independentes (gramaticalmente) e sintaticamente equivalentes – temos, então, um período composto por coordenação: Cheguei, vi, venci.Nesse período temos a sucessão de três orações independentes, organizadas a partir das formas verbais: cheguei, vi, venci. As orações se sucedem naturalmente, apenas realçadas na pronúncia por leve pausa, que se marcou pela vírgula. Poderia, porém, haver entre elas, principalmente entre as duas últimas, uma conjunção coordenativa:

●  Cheguei, vi [e] venci.

A Vírgula Entre As Orações Coordenadas01. As coordenadas assindéticas (sem conjunção) separam-se por vírgulas: Olhou as árvores, não viu as folhagens.

●    Apita o árbitro, abrem-se as cortinas, começa o espetáculo.

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02. Não se usa as vírgulas para separar as orações coordenadas sindéticas aditivas, iniciadas pela conjunção [e]:

●    Ele me disse o seu nome [e] me deu seu telefone.

Exceto nestes casos: 1º. Quando a conjunção [e] vem, várias vezes, repetida, constituindo aquilo que, em figura de linguagem, chama-se polissíndeto:

●    Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

2º. Quando as orações ligadas pela conjunção [e] tiverem os sujeitos diferentes: O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.

●    À noite não acabava, e a miséria se reproduzia.

3º. Quando se deseja como recurso estilístico, realçar a oração iniciada pela conjunção [e], ocasião em que a pausa é mais forte: Deitara-se cedo, e sonhou.► Havendo ênfase maior, costuma-se também usar o travessão, como se pode ver nestes exemplos: A teimosia recusava os conselhos – e estava ali.Resisti, ele teimou – e o resultado foi em desastre.03. Usa-se a vírgula para separar orações coordenadas (aditivas) iniciadas pela conjunção [e] com valor adversativo, ou seja, igual a [mas]: Tivera a felicidade entre as mãos, e (mas) a deixara fugir.04. Usa-se a vírgula para separar as orações coordenadas (aditivas) negativas iniciadas pela conjunção [nem]: Ela não era bela, nem elegante, nem culta.05. Para separar as orações coordenativas sindéticas (com conjunção):a) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão:

●    Tudo isso é simpático, mas tem seus inconvenientes.

●    Sofri muito, porém espero uma recompensa.

► Emprega-se [mas] sempre no começo da oração; as demais podem vir ora no início da oração, ora após um dos seus termos:

●    Vá onde quiser, mas fique morando conosco.

●    Vá onde quiser, fique, porém, morando conosco.

b) Alternativas: ou, ou... ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja... seja: Façam mais gols, ou perderemos o jogo.

●    O professor ora brinca, ora fala sério.

c) Conclusivas: logo, pois, portanto, por conseguinte, por conseqüência, por isso:

●    Sônia estudou bastante, portanto fará uma boa prova.

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► Pois (introduzindo uma conclusão) vem sempre posposto a um termo da oração a que pertence e, portanto, isolado por vírgulas:

●    Não obedece à ordem, é,  pois, um rebelde.

d) Explicativas: que, porque, pois, porquanto:

●    Não falemos alto, porque as crianças estão dormindo.

► Existem dois tipos de [porquês]: o coordenativo explicativo e o subordinativo casual (que indica uma causa). Antes do explicativo sempre use a vírgula, pois ele introduz uma oração explicativa precedida por uma pequena pausa.► Como reconhecer o [porque] explicativo?

●    Toda vez que você puder substituí-lo pela palavra [que] ele será explicativo: Não faça isso, (que) porque estamos aqui para ouvi-lo. / Não corra, porque (que) você pode cair.

●    Já o [porque] que introduz a oração causal não pode ser substituído pelo [que] e, neste caso, a vírgula é facultativa. Mas sempre que a oração for de grande extensão costuma-se a usá-la: Maneco foi reprovado [que] só estudava nas horas vagas. Observe que não há possibilidade de substituição pela palavra [que].

► Pois (introduzindo uma explicação) vem, sempre, após a vírgula que introduz a oração: O exame era difícil, pois nem sequer havíamos estudado.► Vírgula após pois (explicativo) só se houver outra oração intercalada na seqüência da frase: Os meninos jogaram bem, pois, como fora combinado, dariam tudo de si. ®Sérgio.

A AMBIGUIDADE DA ESCRITA CONTÍNUA__________________________________________________________________Notas e Estudos Gramaticais O ritmo de vida das pessoas mudou muito. E sua relação com a escrita, principalmente na Web, foi na mesma direção. Palavras são abreviadas e, não raro, descaracterizadas, para acompanhar a velocidade de comunicação na Internet. Evidentemente, que falo das conversas instantâneas no Messenger e similares. O interessante é que esse modismo tem atingido muitos postulantes a escritores, seja por condicionamento, seja por opção.A pontuação, por exemplo, é quase que ignorada porque leva o cérebro a fazer uma pausa mental, o que acaba por alongar a digitação e a leitura. Na verdade a pontuação em um texto, não é uma questão de alongar o tempo, mas sim, de certos preceitos lógicos e sintáticos. De maneira que existem orientações e normas a serem seguidas.Veja você, a confusão que a ausência de uma vírgula em um trecho bíblico, tem causado a algumas religiões.No Evangelho de São Lucas, capítulo 23, entre os versículos 39 e 43, narra-se a passagem em que Cristo é crucificado entre dois ladrões, passagem conhecida como o "bom ladrão". No versículo 43 temos a fala de Cristo em resposta ao bom ladrão:E acrescentou: "Jesus, lembre-te de mim, quando vieres com teu reino".

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Ele respondeu: "Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso".(A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulinas.)A pontuação utilizada na fala de Cristo não é de consenso entre as religiões cristãs. Há algumas, que apoiadas nos textos de outras versões bíblicas, alegam que a entrada no paraíso não se dá no dia da morte, mas no momento em que Cristo retornar a terra, ou seja, na sua segunda vinda. Para esses cristãos a fala ao bom ladrão foi: "Em verdade, eu te digo hoje, estarás comigo no paraíso".Perceberam como o deslocamento da vírgula interferiu no sentido da frase? Pois é, a interferência está relacionada ao advérbio [hoje] e a vírgula. Na primeira versão – Na verdade, eu te digo, hoje estarás [...]. – "hoje" (após a vírgula) é o tempo em que o bom ladrão estará com Cristo no Paraíso: no mesmo dia de sua morte. Na segunda versão – Na verdade, eu te digo hoje, estarás [...]. - indica que "hoje" (antes da vírgula) é o tempo do dizer de Cristo, não da entrada no paraíso.Quem está certo?! Em que lugar ficará a alma do bom ladrão até sua entrada no paraíso?!Aí está a consequência da não pontuação em um texto. Como a versão original da bíblia está redigida em escrita contínua - em verdade eu te digo hoje estarás no paraíso - sem pontuação, cria-se a ambiguidade. Assim, podemos dizer, com razão, que ambas as interpretações são válidas. Você pode escolher a que mais lhe convém. Quanto ao lugar... ®Sérgio.

A VÍRGULA COM "E / OU / NEM"_______________________________________________________Anotações Gramaticais Não use vírgula antes de e, ou e nem, a não ser nas seguintes exceções: 1ª. Quando o [e] e o [nem] estiverem repetidos na frase (enumeração). Em figura de linguagem a sucessão do [e] chama-se polissíndeto:

●    Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

●    Os Ônibus, e os automóveis, e os caminhões deveriam poluir menos.

●    Ela não era bela, nem elegante, nem culta.

●    Ninguém foi com ele, nem o pai, nem a mãe, nem o filho.

2ª. Quando orações ligadas pela conjunção [e] tiverem os sujeitos diferentes, e se pode subentender uma pausa na leitura:

●    O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.

●    À noite não acabava, e às vezes a miséria se reproduzia.

3ª Quando se deseja como recurso estilístico, realçar, dar ênfase, a uma afirmação ou oração iniciada pela conjunção [e] [ou] e [nem], ocasião em que a pausa é mais forte: Deitara-se cedo, e sonhou.

●    Em todo caso repugnava-lhe a ideia de recuar, e foi andando.

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●    É melhor sairmos logo, ou não?

●    Afinal, o chefe é ele, ou são vocês?

●    Não mudo de opinião, nem que me matem!

► Havendo ênfase maior, costuma-se também usar o travessão, como se pode ver nestes exemplos:

●    A teimosia recusava os conselhos – e estava ali.

●    Resisti, ele teimou – e o resultado foi em desastre.

4ª. Para separar as orações coordenativas sindéticas alternativas:

●    Façam mais gols, ou perderemos o jogo.

●    Diga agora, ou cale-se para sempre.

●    Procure chegar cedo, ou não conseguirá a vaga.

●    Vou ter a maior surpresa, ou estou enganada? ®Sérgio.

Tópicos Relacionados: (clique no link)A Vírgula Depois do Sujeito. * 2A Vírgula Entre Orações Coordenadas.* 3A Vírgula – Conceitos Básicos. *4Usando a Vírgula. * 1A Ambiguidade na Escrita Contínua*5 A Vírgula Com "E / Ou / Nem". *6A VÍRGULA DEPOIS DO SUJEITO *********___________________________________________Estudos GramaticaisÝ Já ouvi dizer que vírgula se coloca de ouvido. Não é bem assim. Celso Luft nos diz que: – "nem a toda pausa corresponde uma vírgula, nem a toda vírgula corresponde uma pausa..." Portanto, o emprego da vírgula na linguagem escrita, não corresponde somente a uma pausa ou mudança de entoação na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula obedece a critérios sintáticos, liga orações, separa termos das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação dos termos da oração.Ý Se uma oração possui uma estrutura sintática na [ordem direta], sujeito > verbo > objeto > adjunto adverbial, não há necessidade do emprego da vírgula, isto é, de separar os termos da oração unidos sintaticamente:

●   Todos > notaram > a expressão de ódio > em seus olhos.

Ý Contudo, qualquer inversão desses termos, obrigaria o uso da vírgula, observe:

●   Em seus olhos, todos notaram a expressão de ódio.

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●   Todos notaram, em seus olhos, a expressão de ódio.

●   A expressão de ódio, todos notaram em seus olhos.

Observação: Nos Adjuntos Adverbiais curtos a vírgula é optativa:

●   Depois disso, voltamos a casa. [ou] Depois disso voltamos a casa.

Ý Há um princípio básico que você deve saber em relação ao emprego da vírgula: nunca separe o sujeito do verbo (por mais longo que seja o sujeito) e o verbo de seus objetos com uma vírgula. O Sujeito e o Verbo são termos essenciais da oração. Por isso mantém uma relação entre si que não pode ser interrompida por uma vírgula. É erro:

●   O nosso casamento, está completando 15 anos. (sujeito e verbo separados)

●   Meus olhos, ardiam e lacrimejavam devido à fumaça. (idem)

●   O presidente, atacou a oposição. (idem)

●   Os homens de bem, nada terão que temer. (idem)

●   Os governos devem lutar, pelo bem-estar do povo. (o verbo do complemento)

A não ser pelas seguintes exceções:1ª. Havendo encaixes (intercalação) entre esses elementos. As intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado, deverá ser feita entre vírgulas, tomemos para exemplo a frase: Meus olhos ardiam e lacrimejavam muito devido à fumaça:

●   Meus olhos, devido à fumaça, ardiam e lacrimejavam muito.

●   Devido à fumaça, meus olhos ardiam e lacrimejavam muito.

●   Não o direi, pensei comigo, a ninguém.

●   O gato, pressentindo o perigo, fugiu para longe.

► Evite, sempre, as intercalações exageradas; pois prejudicam a fluência da frase. Use a ordem direta para contornar o exagero. ► Podemos, ainda, usar o parênteses, e não a vírgula, quando a palavra ou expressão intercalada figurar sem relação sintática com o resto, à maneira de um esclarecimento ou observação: "É o fim (rola o trovão...) da miseranda sorte..." (Olavo Bilac)2ª. Sendo o sujeito da oração composto (enumeração), pode haver vírgula antes do verbo para separar seus elementos ou núcleos:

●   O Presidente, o governador, o prefeito, os senadores, os deputados, manifestaram seu repúdio ao comportamento dos policiais.

●   O homem, semeia, semeia, semeia, e nunca perde a colheita.

Page 12: A VÍRGULA

●   Artigos, comentários, críticas, eram matérias que não lhe interessavam. ®Sérgio.

Tópicos Relacionados: (clique no link)A Vírgula Com "E / Ou / Nem". A Vírgula Nos Advérbios Terminados Em Mente A Vírgula Entre Orações Coordenadas. A Vírgula – Conceitos Básicos. Usando a Vírgula. A Ambiguidade na Escrita Contínua.____________________Obras consultadas: CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. // Sacconi, Luiz Antonio. Não erre mais! 28.ed. São Paulo: Editora HARBRA, 2005.Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me. Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!Ricardo SérgioEnviado por Ricardo Sérgio em 11/09/2010Reeditado em 18/05/2011Código do texto: T2492125

USANDO A VÍRGULA _________________________________________Regras Práticas Emprega-se a Vírgula:01. Para separar as orações que interrompem o discurso direto:

●   Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Doutor Brás Cubas, [...]. (M. de Assis)

► Havendo ponto de interrogação ou de exclamação, muitos autores, dispensam a vírgula: — Travessa? Disse eu. Pois já não está em idade própria, ao que parece. (M. de Assis) ► Modernamente, prefere-se o travessão para isolar essas orações esclarecedoras das intervenções dos interlocutores, nos diálogos, antes dos verbos: dizer, perguntar, responder, exclamar e tantos outros (conhecidos como verbos dicendis): Amém – murmurou Tibério automaticamente.02. Para separar palavras e expressões de natureza, explicativa, continuativa, conclusiva, retificativa, ou enfáticas de um modo geral. Eis uma lista das mais usadas: além disso – aliás – a saber – assim – bem – com efeito – como dizer - demais – depois – enfim – então – isto é – não – no mais – ora – ou melhor – ou seja – ou antes - igualmente – pensando bem – pois bem - pois sim – por assim dizer – por exemplo – realmente – sim – em suma – note-se bem – finalmente – em verdade – demais, etc.Ý Use a vírgula antes e depois dessas palavras e expressões, sempre que elas estiverem intercaladas na frase:

●   Ele não pode vir, ou melhor, não quis vir.

Page 13: A VÍRGULA

●   Em suma, baile chinfrim. (p.38)

●   Diga, então, o que quer.

●   A compra do material, a meu ver, é indispensável.

03. Para separar frases iniciadas pelas expressões e [sim] e [não]:

●   Sim, senhor, é o que todos esperavam.

●   Não, ninguém o demove dessa decisão.

●   Sim, é o que quero. / Não, nunca pedi isso.

●   Sim, um dia hei de morrer. (M. Assis)

04. Para separar orações coordenadas assindéticas e sindéticas. Este é um assunto que achei melhor tratar a parte, devido sua extensão. Está neste link: A Vírgula entre as Orações Coordenadas. 05. Para separar os elementos paralelos ou distintivos de um provérbio. Somente nesse caso a vírgula é essencial porque separa duas frases paralelas, cada uma com sujeito, verbo e complemento próprios:

●   Quem tudo quer, tudo perde.

●   Quem dorme com criança, acorda molhado.

●   Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.

●   Casa de ferreiro, espeto de pau.

06. Para separar os nomes de lugar, nas datas:

●   São Paulo, 25 de fevereiro de 2006.

07. Para separar termos que desejamos realçar:

●   O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do paletó.

08. Para separar palavras da mesma classe:

●   A casa tem três quartos, dois banheiros e três salas.

●   No sistema solar existem planetas, satélites e asteróides.

09. Para separar todas as palavras repetidas:

●   Mulheres, mulheres, mulheres, quantas mulheres!

10. Para indicar a omissão de verbos facilmente verificados:

●   Carmem ficou alegre; eu, (fiquei) muito triste.

Page 14: A VÍRGULA

●   Eu trabalho com fatos; você, (trabalha) com boatos.

11. Para separar ou isolar o aposto:

●   Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.

●   Iracema, a virgem dos lábios de mel, tinha os cabelos negros.

12. Para isolar o vocativo: Filho meu, onde estás? / E agora, José?13. Para separar orações adjetivas explicativas: 

●   Brasília, onde há pouca umidade, foi fundada em 1960. ®Sérgio.

Tópicos Relacionados: (clique no link)A Vírgula Com "E / Ou / Nem". A Vírgula Nos Advérbios Terminados Em Mente A Vírgula Depois do Sujeito. A Vírgula Entre Orações Coordenadas. A Vírgula – Conceitos Básicos. A Ambiguidade na Escrita Contínua.___________________________Ajudou na composição do texto: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. // Sacconi, Luiz Antonio.  Não erre mais!  28.ed.  São Paulo: Editora HARBRA, 2005.Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me. Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!Ricardo SérgioEnviado por Ricardo Sérgio em 18/02/2006Reeditado em 07/03/2011Código do texto: T113599

A VÍRGULA COM "E / OU / NEM"_________________________________________________Anotações Gramaticais ► Não use vírgula antes de [e, ou, nem], a não ser nas seguintes exceções:1ª. Quando o [e] e o [nem] estiverem repetidos na frase (enumeração): • Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!• Os Ônibus, e os carros, e os caminhões deveriam poluir menos.• Ela não era bela, nem elegante, nem culta.• Ninguém foi com ele, nem o pai, nem a mãe, nem o filho. => Em figura de linguagem a sucessão do [e] chama-se polissíndeto.2ª. Quando orações ligadas pela conjunção [e] tiverem os sujeitos diferentes, e se pode subentender uma pausa na leitura. Este uso se justifica no intuito de prevenir o leitor que a partir dela começa uma nova afirmação com diferente sujeito: • O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.• À noite não acabava, e às vezes a miséria se reproduzia.• O tempo estava ruim, e o piloto desistiu do voo.• Ele irá de avião, e sua mulher de ônibus.

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3ª. Quando se deseja como recurso estilístico, realçar, dar ênfase, a uma afirmação ou oração iniciada pela conjunção [e] [ou] e [nem], ocasião em que a pausa é mais forte: Deitara-se cedo, e sonhou.• Em todo caso repugnava-lhe a ideia de recuar, e foi andando.• É melhor sairmos logo, ou não?• Afinal, o chefe é ele, ou são vocês?• Não mudo de opinião, nem que me matem!► Havendo ênfase maior, costuma-se também usar o travessão, como se pode ver nestes exemplos:• A teimosia recusava os conselhos – e estava ali.• Resisti, ele teimou – e o resultado foi em desastre.4ª. Para separar as orações coordenativas sindéticas alternativas:• Façam mais gols, ou perderemos o jogo.• Diga agora, ou cale-se para sempre.• Procure chegar cedo, ou não conseguirá a vaga.• Vou ter a maior surpresa, ou estou enganada? ®Sérgio.Tópicos Relacionados: (clique no link)A Vírgula Depois do Sujeito. A Vírgula Nos Advérbios Terminados Em Mente A Vírgula Entre Orações Coordenadas. A Vírgula – Conceitos Básicos. Usando a Vírgula. A Ambiguidade na Escrita Contínua.____________________Obras consultadas: CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. // Sacconi, Luiz Antonio.  Não erre mais!  28.ed.  São Paulo: Editora HARBRA, 2005.Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!Ricardo SérgioEnviado por Ricardo Sérgio em 11/09/2010Reeditado em 05/04/2011Código do texto: T2492106

USANDO A VÍRGULA_________________________________Conceitos Básicos Os sinais de pontuação são recursos da língua escrita que visam substituir certos componentes da língua oral, tais como entonação, pausa, gestos e expressão facial; visto a comunicação se operar com um leitor que só tem diante de si o texto. Quem escreve precisa fazer-se entender por meio das palavras que usa. Daí, a necessidade da linguagem escrita de adotar os sinais de pontuação; permitindo, assim, que a escrita seja empregada com maior clareza e eficácia. Afinal, sua finalidade é representar através de sinais gráficos a linguagem oral.Há alguns sinais cujo emprego tem, atualmente, uma razoável disciplina que o uso geral vem sancionando por não ser possível traçar normas rigorosas; tais sinais são: a vírgula, o ponto, o ponto-e-vírgula, os dois pontos, o ponto de interrogação. Outros têm seu emprego mais livre, mais subjetivo, como o

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ponto de exclamação, as reticências; e há outros, ainda, cuja aplicação depende muitas vezes de convenção arbitrária, como é o caso do travessão, dos colchetes e das aspas.Como Surgiram os Sinais de Pontuação? Surgiram no início do Império Bizantino (330 a 1453). Mas sua função era diferente das atuais. O que hoje é o ponto final servia para separar uma palavra da outra. Os espaços brancos entre palavras só apareceram no século VII, na Europa. Foi quando o ponto passou a finalizar a frase. O ponto de interrogação é uma invenção, italiana, do século XIV. O de exclamação também surgiu no século XIV. Os gráficos italianos também inventaram a vírgula e o ponto-e-vírgula no século XV (este último era usado pelos antigos gregos, muito antes disso como sinal de interrogação). Os dois pontos surgiram no século XVI. O mais tardio foi à aspa, que surgiu no século XVII.A VírgulaA vírgula serve para indicar pequena pausa na leitura e, sobretudo, mudança de entoação. Se lermos à frase, quando as crianças voltarem ponha-as na cama, de uma só vez, isto é, sem nenhuma pausa, não haverá mudança de entoação; a linha melódica será uma só, artificial e, naturalmente, inadequada.Se empregarmos a vírgula após o verbo voltar, esta dará à frase a entoação natural, apropriada, adequada: Quando as crianças voltarem, ponha-as na cama.A frase com vírgula é mais natural e apropriada, visto que usamos a vírgula para indicar que ali deve haver uma ligeira mudança de entoação. Mas, que fique bem entendido, o emprego da vírgula na linguagem escrita, não corresponde somente a uma pausa ou mudança de entoação na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula também liga orações, separa termos das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação dos termos da oração. Assim, se uma oração possui uma estrutura sintática na ordem direta: sujeito > verbo > objeto > adjunto adverbial, não há necessidade do emprego da vírgula:

●    [Todos] [notaram] [a expressão de ódio] [em seus olhos].

Sujeito       verbo              objeto direto                      adj. adverbialContudo, qualquer inversão desses termos, obrigaria o uso da vírgula, observe:

●     Em seus olhos, todos notaram a expressão de ódio.

●     Todos notaram, em seus olhos, a expressão de ódio.

●     A expressão de ódio, todos notaram em seus olhos.

Observação: Nos adjuntos adverbiais curtos a vírgula é optativa: Depois disso, voltamos a casa. [ou] Depois disso voltamos a casa.Devemos, então, usar a vírgula depois de qualquer termo da oração que apareça fora do seu lugar normal. ®Sérgio.