99
 1 GUIA TECNICO AMBIENT AL DE ABA TES (BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L  Abate Bovinos e de Suínos GUIA TÉCNIC O AMBIENTAL DE ABA TES (BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Abate

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 1/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

AbateBovinosede

Suínos

GUIA TÉCNICO AMBIENTAL DE ABATES (BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 2: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 2/98

Page 3: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 3/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

GUIA TÉCNICO AMBIENTAL

DE ABATES (BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOCláudio Lembo - Governador

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTEJosé Goldemberg - Secretário

CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTALOtávio Okano - Diretor Presidente

Alaôr Lineu Ferreira - Diretor de Gestão CorporativaJoão Antônio Fuzaro - Diretor de Controle de Poluição Ambiental

Lineu José Bassoi - Diretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental

Federação das Industrias do Estado de São Paulo- FIESPPaulo Ska – Presidente

- 2006 -

Page 4: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 4/98

Page 5: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 5/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Qualidade AmbientalLineu José Bassoi

Depto. de Desenvolvimento, Tecnologia e Riscos AmbientaisAngela de Campos Machado

Divisão de Tecnologias Limpas e Qualidade LaboratorialMeron Petro Zajac

Setor de Tecnologias de Produção mais LimpaFlávio de Miranda Ribeiro

Coordenação TécnicaAngela de Campos Machado

Flávio de Miranda Ribeiro

Meron Petro Zajac

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP

Departamento de Meio Ambiente - DMANelson Pereira dos Reis – Diretor Titular

Arthur Cezar Whitaker de Carvalho – Diretor AdjuntoNilton Fornasari Filho – Gerente

Coordenação do Projeto Série P+LLuciano Rodrigues Coelho - DMA

ElaboraçãoJosé Wagner Faria Pacheco- Setor de Tecnologias de Produção mais Limpa

Hélio Tadashi Yamanaka- Setor de Tecnologias de Produção mais Limpa

Colaboração

CETESBCarlos Eduardo Komatsu- Departamento de Tecnologia do Ar

Carlos Henrique Braus- Agência Ambiental de AraçatubaDavi Faleiros- Agência Ambiental de Franca

José Mário Ferreira de Andrade- Agência Ambiental de São José do Rio PretoLucila Ramos Ferrari- Agência Ambiental de IpirangaMateus Dutra Muñoz- Agência Ambiental de Franca

Paulo Plácido Campozana Júnior- Setor de Euentes LíquidosVera Sílvia Araújo S. Barillari- Agência Ambiental de Franca

ITAL – Instituto de Tecnologia de AlimentosSílvia Germer – Grupo Especial de Meio Ambiente do ITAL

Manuel Pinto Neto – CTC Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Carnes

EMPRESASAbatedouro de Bovinos e Suínos do Sapucaí Ltda.

FISA - Frigorífco Itapecerica S.A.Fribal Frigorífco Balancin Ltda.

Friboi Ltda.Frigorífco J. G. Franca Ltda.

Frigorífco Marba Ltda.Frigorífco Rajá Ltda.

Independência Alimentos Ltda.Indústria e Comércio de Carnes Minerva Ltda.

Sadia S.A.

Page 6: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 6/98

Page 7: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 7/98

 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(CETESB – Biblioteca, SP, Brasil)Pacheco, José Wagner

Guia técnico ambiental de abates (bovino e suíno) / José Wagner Pacheco[e] Hélio Tadashi Yamanaka. - - São Paulo : CETESB, 2006.98p. ( CD) : il. ; 2 cm. - (Série P + L)

Disponível em : <http://www.cetesb.sp.gov.br>.ISBN. Água - reuso 2. Frigorífcos – meio ambiente . Matadouro – bovino4. Matadouro – suíno . Poluição - controle 6. Poluição - prevenção7. Processo industrial – otimização 8. Produção limpa9. Resíduos industriais – minimizaçãoI. Yamanaka, Hélio Tadashi. II. Título. III. Série.

CDD (2.ed. Esp.) 664.902 902 86 CDU (ed. 99 port.) 628. : 67..2’ 62’ 64

Margot Terada CRB 8.4422

Page 8: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 8/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

PALAVRA DO PRESIDENTE DA CETESB

Page 9: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 9/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Em prosseguimento aos documentos da Série P + L, anteriormente lançados, reerentes aossetores de Bijuterias, Cerveja e Rerigerantes, Cosméticos, Curtumes e Sucos Cítricos, é comrenovada satisação que apresentamos mais um conjunto de guias ambientais, desta vez abor-dando os setores de Abate (Bovino e Suíno), Graxarias, Industrialização de carne, Cerâmicas,Produtos Lácteos e Tintas e Vernizes.

Esta iniciativa, ruto da parceria da CETESB com o setor produtivo, reorça o intuito de apoiar otrabalho preventivo que as indústrias paulistas têm realizado, buscando a minimização de re-síduos na onte, evitando ou reduzindo assim o consumo de recursos e a necessidade de trata-

mento e destinação fnal.

A adoção da P+L como um apolítica institucional das empresas, com tratamento eetivo daquestão como um sistema de gestão, ao invés da adoção de ações pontuais, pode trazer re-sultados ambientais satisatórios de orma contínua e perene. Estes devem ser avaliados pe-riodicamente por intermédio de indicadores como a produtividade, redução do consumo dematérias-primas e recursos naturais, diminuição do passivo ambiental, redução da carga deresíduos gerados nas plantas produtivas e redução/ eliminação da utilização de substânciastóxicas. Obtendo-se resultados positivos na análise dos indicadores citados anteriormente, estesse reetirão na redução de riscos para a saúde ambiental e humana, além de trazer beneícioseconômicos para o empreendedor, contribuindo sobremaneira para a imagem empresarial, com

melhoria na sua competitividade.

Esperamos assim que as trocas de inormações iniciadas com estes documentos prolierem edesenvolvam-se, gerando um maior e mais maduro grau de intercâmbio do setor produtivo como órgão ambiental, reunindo esorços rumo à solução de um problema de todos nós: adequar-seao desafo do desenvolvimento sustentável sem comprometer a sustentabilidade dos negócios.

Certo de que estamos no rumo acertado, deixamos por fm nossos votos de bom trabalhoàqueles que orem implementar as medidas aqui propostas, lembrando que estes documentossão o início de um processo, do qual esperamos outras empresas e setores participem, e não um

fm em si mesmos.

Otávio OkanoDiretor- Presidente da CETESB

Page 10: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 10/98

 

0

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

PALAVRA DO PRESIDENTE DA FIESP

Page 11: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 11/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Produção mais limpa, país mais desenvolvido!

Os Guias Técnicos de Produção Mais Limpa, com especifcidades e aplicações nos distintossegmentos da indústria, constituem preciosa onte de inormações e orientação para técnicos,empresários e todos os interessados na implementação de medidas ecologicamente corretasnas unidades abris. Trata-se, portanto, de leitura importante para o exercício de uma das maissignifcativas ações de responsabilidade social, ou seja, a deesa do meio ambiente e qualidadeda vida.

Essas publicações, rutos de parceria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), contribuem muito para queas indústrias, além do devido e cívico respeito aos preceitos da produção mais limpa, usuruama conseqüente economia de matérias-primas, água e energia. Também há expressivos avançosquanto à eliminação de materiais perigosos, bem como na redução, no processo produtivo, dequantidades e toxicidade de emissões líquidas, gasosas e resíduos.

Ganham as empresas, a economia e, sobretudo, a sociedade, considerando o signifcado do re-speito ao meio ambiente e ao crescimento sustentável. A Cetesb, reerência brasileira e interna-cional, aloca toda a sua expertise no conteúdo desses guias, assim como os Sindicatos das In-dústrias, que contribuem com inormações setoriais, bem como, com as ações desenvolvidas em

P+L, inerentes ao segmento industrial. Seus empenhos somam-se ao da Fiesp, que tem atuadode maneira pró-ativa na deesa da produção mais limpa. Dentre as várias ações institucionais, aentidade organiza anualmente a Semana do Meio Ambiente, seminário internacional com work-shops e entrega do Prêmio Fiesp do Mérito Ambiental.

Visando a estimular o consumo racional e a preservação dos mananciais hídricos, criou-se o Prê-mio Fiesp de Conservação e Reúso da Água. Sua meta é diundir boas práticas e medidas eetivasna redução do consumo e desperdício. A entidade também coopera na realização do trabalho eé responsável pelo subcomitê que dirigiu a elaboração da versão brasileira do relatório técnicoda ISO sobre Ecodesign.

Por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, a Fiesp intensifcou as ações nesta área. Es-pecialistas acompanham e desenvolvem ações na gestão e licenciamento ambiental, prevençãoe controle da poluição, recursos hídricos e resíduos industriais. Enfm, todo empenho está sendoeito pela entidade, incluindo parcerias com instituições como a Cetesb, para que a indústriapaulista avance cada vez mais na prática ecológica, atendendo às exigências da cidadania e dosmercados interno e externo.

Paulo Ska Presidente da Fiesp

Page 12: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 12/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

Sumário

Page 13: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 13/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. . PERFIL DO SETOR........................................................................................................................9

. Abate de Suínos ...............................................................................................................20.2 Abate de Suínos ...............................................................................................................20

2. DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS ....................................................................22. Descrição dos Processos Produtivos .........................................................................272.. Abate de Bovinos ..........................................................................................................272..2 Abate de Suínos .............................................................................................................82.2 Processamentos Derivados – Subprodutos e Resíduos......................................42.2. Processamento de Vísceras .......................................................................................4

2.2.2 Graxarias ........................................................................................................................... 422. Processos de Limpeza e Higienização.......................................................................422.4 Processos Auxiliares e de Utilidades ..........................................................................4

. ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ..................................................................................47. Consumo de Água............................................................................................................48.2 Consumo de Energia ........................................................................................................ Uso de Produtos Químicos ............................................................................................2.4 Euentes Líquidos ............................................................................................................4.4. Aspectos e Dados Gerais ............................................................................................4

.4.2 Processos Auxiliares e de Utilidades ......................................................................7.4. Tratamento dos Euentes Líquidos de Abatedouros ....................................... 7. Resíduos Sólidos ...............................................................................................................8.6 Emissões Atmoséricas e Odor ....................................................................................9.7 Ruído

4. MEDIDAS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) ................................................................... 64. Uso Racional de Água .....................................................................................................644.2 Minimização dos Euentes Líquidos e de sua Carga Poluidora ......................674. Uso Racional de Energia .................................................................................................74.. Fontes Alternativas de Energia.................................................................................724.4 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.......................................................................74. Minimização de Emissões Atmoséricas e de Odor..............................................74.. Substâncias Odoríeras ...............................................................................................74..2 Material Particulado e Gases .....................................................................................74.6 Minimização de Ruído ....................................................................................................74.7 Medidas de P+L – Quadro Resumo ............................................................................764.8 Implementação de Medidas de P+L ..........................................................................86

. REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................9

Page 14: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 14/98

Page 15: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 15/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

Introdução

Page 16: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 16/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Este Guia oi desenvolvido para levar até você inormações que o auxiliarão a integrar oconceito de Produção Mais Limpa (P+L) à gestão de sua empresa.

Ao longo deste documento você poderá perceber que, embora seja um conceito novo,a P+L trata, principalmente, de um tema bem conhecido das indústrias: a melhoria naefciência dos processos.

Contudo, ainda persistem dúvidas na hora de adotar a gestão de P+L no cotidianodas empresas. De que orma ela pode ser eetivamente aplicada nos processos e naprodução? Como integrá-la ao dia-a-dia dos colaboradores? Que vantagens e beneí-cios traz para a empresa? Como uma empresa de pequeno porte pode trabalhar à luzde um conceito que, à primeira vista, parece tão sofsticado ou dependente de tecno-

logias caras?

Para responder a essas e outras questões, este Guia traz algumas orientações teóricase técnicas, com o objetivo de auxiliar você a dar o primeiro passo na integração desua empresa a este conceito, que tem levado diversas organizações à busca de umaprodução mais efciente, econômica e com menor impacto ambiental.

Em linhas gerais, o conceito de P+L pode ser resumido como uma série de estratégias,práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem a emissãode poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja, evitando a gera-

ção de poluentes ou criando alternativas para que estes sejam reutilizados ou reciclados.

Na prática, essas estratégias podem ser aplicadas a processos, produtos e até mesmoserviços, e incluem alguns procedimentos undamentais que inserem a P+L nos pro-cessos de produção. Dentre eles, é possível citar a redução ou eliminação do uso dematérias-primas tóxicas, aumento da efciência no uso de matérias-primas, água ou en-ergia, redução na geração de resíduos e euentes, e reuso de recursos, entre outros.

As vantagens são signifcativas para todos os envolvidos, do indivíduo à sociedade, dopaís ao planeta. Mas é a empresa que obtém os maiores beneícios para o seu próprionegócio. Para ela, a P+L pode signifcar redução de custos de produção; aumento deefciência e competitividade; diminuição dos riscos de acidentes ambientais; melho-ria das condições de saúde e de segurança do trabalhador; melhoria da imagem daempresa junto a consumidores, ornecedores, poder público, mercado e comunidades;ampliação de suas perspectivas de atuação no mercado interno e externo; maior aces-so a linhas de fnanciamento; melhoria do relacionamento com os órgãos ambientais ea sociedade, entre outros.

Por tudo isso vale a pena adotar essa prática, principalmente se a sua empresa or

pequena ou média e esteja dando os primeiros passos no mercado, pois com a P+Lvocê e seus colaboradores já começam a trabalhar certo desde o início. Ao contráriodo que possa parecer num primeiro momento, grande parte das medidas são muito

Page 17: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 17/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

simples. Algumas já são amplamente disseminadas, mas neste Guia elas aparecem or-ganizadas segundo um contexto global, tratando da questão ambiental por meio desuas várias interaces: a individual relativa ao colaborador; a coletiva reerente à orga-nização; e a global, que está ligada às necessidades do país e do planeta.

É provável que, ao ler este documento, em diversos momentos, você pare e pense: “masisto eu já aço!” Tanto melhor, pois isso apenas irá demonstrar que você já adotou al-gumas iniciativas para que a sua empresa se torne mais sustentável. Em geral, a P+Lcomeça com a aplicação do “bom senso” aos processos, que evolui com o tempo até aincorporação de seus conceitos à gestão do próprio negócio.

É importante ressaltar que a P+L é um processo de gestão que abrange diversos níveis da

empresa, da alta diretoria aos diversos colaboradores. Trata-se não só de mudanças orga-nizacionais, técnicas e operacionais, mas também de uma mudança cultural que necessitade comunicação para ser disseminada e incorporada ao dia-a-dia de cada colaborador.

É uma tarea desafadora, e que por isso mesmo consiste em uma excelente oportuni-dade. Com a P+L é possível construir uma visão de uturo para a sua empresa, aper-eiçoar as etapas de planejamento, expandir e ampliar o negócio, e o mais importante:obter simultaneamente beneícios ambientais e econômicos na gestão dos processos.

De modo a auxiliar as empresas nesta empreitada, este Guia oi estruturado em quatro

capítulos. Inicia-se com a descrição do perfl do setor, no qual são apresentadas suassubdivisões e respectivos dados socioeconômicos de produção, exportação e atura-mento, entre outros. Em seguida, apresenta-se a descrição dos processos produtivos,com as etapas genéricas e as entradas de matérias-primas e saídas de produtos, eu-entes e resíduos. No terceiro capítulo, você conhecerá os potenciais impactos ambien-tais gerados pela emissão de rejeitos dessa atividade produtiva, o que pode ocorrerquando não existe o cuidado com o meio ambiente.

O último capítulo, que consiste no “coração” deste Guia, mostrará alguns exemplosde procedimentos de P+L aplicáveis à produção: uso racional da água com técnicasde economia e reuso; técnicas e equipamentos para a economia de energia elétrica;utilização de matérias-primas menos tóxicas, reciclagem de materiais, tratamento deágua e de euentes industriais, entre outros.

O objetivo deste material é demonstrar a responsabilidade de cada empresa, seja elapequena, média ou grande, com a degradação ambiental. Embora em dierentes escalas,todos contribuímos de certa orma com os impactos no meio ambiente. Entender, aceitare mudar isso são atitudes imprescindíveis para a gestão responsável das empresas.

Esperamos que este Guia torne-se uma das bases para a construção de um projeto desustentabilidade na gestão da sua empresa. Nesse sentido, convidamos você a ler estematerial atentamente, discuti-lo com sua equipe e colocá-lo em prática.

Page 18: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 18/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 19: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 19/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

1. Perl do Setor

Page 20: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 20/98

 

20

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

1. Perl do Setor

1.1 Abate de Bovinos

O rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo – em torno de 98, milhõesde cabeças, em 2006 (CNPC, 2006). Considerando-se uma população de cerca de 8,2milhões de habitantes para este ano (CNPC, 2006), tem-se mais de um bovino porhabitante, no Brasil. As maiores regiões produtoras estão no Centro-Oeste (4,24%),seguidas pelo Sudeste (2,%), Sul (,27%), Nordeste (,24%) e Norte, com 4,%do rebanho nacional (ANUALPEC, 200 apud SIC, 2006).A participação do estado de São Paulo no rebanho brasileiro é de cerca de 6 a 7% dototal, em torno de 2, milhões de cabeças (SIC, 2006). A Figura mostra a evolução do

abate bovino no país, na última década.

* preliminar; ** estimativa

Figura – abate bovino no Brasil (CNPC, 2006)

Nos últimos anos, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne bovina.Vários são os atores para o aumento das exportações, dentre eles a baixa cotaçãodo real, os baixos custos de produção (comparados aos do mercado externo) e aocorrência da BSE (mal da “vaca louca”) em outras regiões do mundo. Por outro lado,alguns entraves também aconteceram, como as barreiras levantadas pela Rússia àsexportações de carne brasileira e os recentes e reqüentes episódios relativos à ebreatosa. A Figura 2 mostra a evolução da balança comercial de carne bovina, onde se vê

o orte crescimento das exportações brasileiras ao longo da última década.

9 9 4 9 9 9 9 6 9 9 7 9 9 8 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 4 2 0 0 2 0 0 6

4

4 0

0

2

2 0

0

0

Abate Bovino - BR

Page 21: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 21/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

* preliminar; ** estimativa

Figura 2 – exportação e importação brasileiras de carne bovina (CNPC, 2006)

1.2 Abate de Suínos

O Brasil é o 4o produtor mundial de carne suína, atrás apenas de China, União Européia

e Estados Unidos, nesta ordem. Também é o 4º exportador mundial deste produto,sendo União Européia, Estados Unidos e Canadá os três primeiros, nesta ordem Oabate paulista (SP) representa cerca de 7,% do abate nacional (ABIPECS, 2006).A Figura mostra a evolução do abate suíno, desde 2002.

* estimativa

Figura – abate suíno no Brasil e em São Paulo (ABIPECS, 2006)

E x p o r t a ç ã oI m p o r t a ç ã o

9 9 4 9 9 9 9 6 9 9 7 9 9 8 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 4 2 0 0 2 0 0 6

2 2 0

2 0 0 0

7 0

0 0

2 0

0 0 0

7 0

0 0

2 0

0

E x p o r t a ç ã o e I m p o r t a ç ã o d e C a r n e B o v i n - B R

2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 4 2 0 0 2 0 0 6

A b a t e S u í n o - B R e S P4 0

7 ,

2 ,

0

2 7 ,

2

2 2 ,

2 0 7 ,

2 ,

0

7 ,

2 ,

0

B r a s i l

S ã o P a u l o

Page 22: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 22/98

 

22

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 23: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 23/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

2. Descrição dos

Processos Produtivos

Page 24: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 24/98

 

24

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

A produção brasileira de carne suína deve crescer em torno de 4,% em 2006,atingindo aproximadamente 2,8 milhões de toneladas (cerca de 22 mil toneladas amais do que 200). Um aumento esperado de cerca de ,0% na produtividade terá umpeso maior na expansão da produção. Mesmo assim, o volume produzido ainda fcaráabaixo da capacidade instalada, avaliada em ,0 milhões de toneladas. A produçãopaulista (SP) representa cerca de 7,0 % da produção nacional (ABIPECS, 2006).A Figura 4 mostra a evolução da produção de carne suína brasileira, similar à do abate.

* estimativa

Figura 4 – produção de carne suína no Brasil e em São Paulo (ABIPECS, 2006)

A fgura mostra a evolução das exportações de carne suína brasileira, denotandoaumento expressivo a partir de 2000.

* estimativa; ** previsão

Figura – produção de carne suína no Brasil e em São Paulo (ABIPECS, 2006)

2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 4 2 0 0 2 0 0 6

P r o d u ç ã o d e C a r n e S u í n a - B R e S P

2 0 0 0

2 7 0

2 0 0

2 2 0

2 0 0 0

7 0

0 0

2 0

0 0

7 0

0 0

2 0

0

B r a s i l

S ã o P a u l o

9 9 8 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 2 0 0 2 2 0 0 2 0 0 4 2 0 0 2 0 0 6

7 0 0

6 06 0 0 0 0 04 04 0 0 0 0 02 02 0 0 0 0 0

00

Exportação de Carne Suína - BR

Page 25: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 25/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

2. Descrição dos Processos Produtivos

O abate de bovinos e suínos, assim como de outras espécies animais, é realizado paraobtenção de carne e de seus derivados, destinados ao consumo humano. Esta operação,bem como os demais processamentos industriais da carne, são regulamentados poruma série de normas sanitárias destinadas a dar segurança alimentar aos consumidoresdestes produtos. Assim, os estabelecimentos do setor de carne e derivados em situaçãoregular, trabalham com inspeção e fscalização contínuas dos órgãos responsáveis pelavigilância sanitária (municipais, estaduais ou ederais).Como conseqüência das operações de abate para obtenção de carne e derivados,originam-se vários subprodutos e/ou resíduos que devem sorer processamentosespecífcos: couros, sangue, ossos, gorduras, aparas de carne, tripas, animais ou suas

partes condenadas pela inspeção sanitária, etc.Normalmente, a fnalidade do processamento e/ou da destinação dos resíduos ou dossubprodutos do abate é unção de características locais ou regionais, como a existênciaou a situação de mercado para os vários produtos resultantes e de logística adequadaentre as operações. Por exemplo, o sangue pode ser vendido para processamento,visando a separação e uso ou comercialização de seus componentes (plasma, albumina,fbrina, etc), mas também pode ser enviado para graxarias, para produção de arinhade sangue, usada normalmente na preparação de rações animais. De qualquer orma,processamentos e destinações adequadas devem ser dadas a todos os subprodutos eresíduos do abate, em atendimento às leis e normas vigentes, sanitárias e ambientais.

Algumas destas operações podem ser realizadas pelos próprios abatedouros ourigorífcos, mas também podem ser executadas por terceiros.Para os fns desta publicação, pode-se dividir as unidades de negócio do setor, quantoà abrangência dos processos que realizam, da seguinte orma:

– Abatedouros (ou Matadouros): realizam o abate dos animais, produzindo carcaças(carne com ossos) e vísceras comestíveis. Algumas unidades também azem a desossa dascarcaças e produzem os chamados “cortes de açougue”, porém não industrializam a carne;

– Frigorícos: podem ser divididos em dois tipos: os que abatem os animais, separamsua carne, suas vísceras e as industrializam, gerando seus derivados e subprodutos, ouseja, azem todo o processo dos abatedouros / matadouros e também industrializam acarne; e aqueles que não abatem os animais - compram a carne em carcaças ou cortes,bem como vísceras, dos matadouros ou de outros rigorífcos para seu processamento egeração de seus derivados e subprodutos – ou seja, somente industrializam a carne; e

– Graxarias: processam subprodutos e/ou resíduos dos abatedouros ou rigorífcos ede casas de comercialização de carnes (açougues), como sangue, ossos, cascos, chires,gorduras, aparas de carne, animais ou suas partes condenadas pela inspeção sanitária

Esta divisão ou classifcação é eita apenas para acilitar a abordagem das unidades industriais do setor

produtivo no contexto deste documento e da “Série P+L” da CETESB, não correspondendo à classifcação e

às denominações ofciais do setor, conorme o RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de

Produtos de Origem Animal), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Page 26: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 26/98

 

26

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

e vísceras não-comestíveis. Seus produtos principais são o sebo ou gordura animal(para a indústria de sabões/ sabonetes e para a indústria química) e arinhas de carne eossos (para rações animais). Há graxarias que também produzem sebo ou gordura e/ouo chamado adubo organo-mineral somente a partir de ossos. Podem ser anexas aosabatedouros e rigorífcos ou unidades de negócio independentes.

Na seqüência, tem-se uxogramas e descrições gerais das principais etapas de processoem abatedouros (ou matadouros) de bovinos e de suínos. Nos uxogramas, tambémoram indicadas as principais entradas e saídas de cada etapa.

Este documento tratará apenas dos Abatedouros ou Matadouros, conorme aclassifcação acima.Os Frigorífcos e Graxarias serão tratados em outros documentos específcos da “SérieP+L” da CETESB. No entanto, caso haja graxarias anexas aos abatedouros / matadouros,recomenda-se ortemente que se consulte o documento específco para Graxarias,para o gerenciamento integrado das práticas recomendadas nestes documentos,considerando-se as duas operações – abate e graxaria.

Page 27: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 27/98

 

27

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Animais em caminhões

Águadesinetantes

Recepção / Currais esterco, urinacaminhões lavadoseuentes líquidos

Águadesinetantes

Condução e Lavagemdos Animais

esterco, urinaeuentes líquidos

águaeletricidade

prod. de limpezaar comprimido

Atordoamento vômito, urinaeuentes líquidos

águaprod. de limpeza

Sangria sangue => processamentoeuentes líquidos

eletricidadeágua

sal / geloar comprimido

prod. de limpeza

Esola (remoção de couro,cabeça e cascos)

couro => preservação / curtumescabeça, chires, cascos => graxariaeuentes líquidos

eletricidadeágua

ar comprimido

prod. de limpeza

Evisceração

vísceras comestíveis => processamento /embalagem => Rerigeraçãovísceras não-comestíveis e condenadas =>graxariaeuentes líquidos

eletricidadeágua

gorduras e aparas (limpeza da carcaça) => graxariaeuentes líquidos

intestinos

eletricidadeágua

salprod. delimpeza

gordurasmucosasconteúdo intestinaleuentes líquidos

buchoáguavapor

eletricidadeprod. de limpeza

conteúdo do buchoeuentes líquidos

tripas salgadas Carne – meias carcaças bucho cozido

Expediçãomaterial deembalagem

Rerigeração euentes líquidos (câmaras)eletricidadeágua

gasesrerigerantes

prod. de limpeza

eletricidadeágua

prod. de limpeza

Cortes e Desossa

Cortes e VíscerasEstocagem / Expedicão

ossos / aparas de carne e de gordura => graxariaeuentes líquidos

eletricidadematerial de

embalagem

Corte daCarcaça

Figura 6 – uxograma básico do abate de bovinos

2.1 Processamento Principal - Abate e Carne2.1.1 Abate de Bovinos

Page 28: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 28/98

 

28

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• Recepção / Currais:O gado é transportado em caminhões até os abatedouros ou rigorífcos. Ao chegar, édescarregado nos currais de recepção por meio de rampas adequadas, preerencialmentena mesma altura dos caminhões. Os animais são inspecionados, separados por lotes deacordo com a procedência e permanecem nos currais, em repouso e jejum, por 6 a 24horas. Desta orma, recuperam-se do “stress” da jornada e diminuem o conteúdo estomacale intestinal. A Foto 0 mostra os animais nos currais de recepção, separados por lotes.

Foto – bovinos nos currais de recepção e descanso, separados por lotes

O descanso propicia melhora da qualidade da carne, restabelecendo-se os níveis normaisde adrenalina e de glicogênio presentes no sangue. Água pode ser aspergida sobre os

animais para auxiliar no processo “anti-stress”, bem como para eetuar uma pré-lavagemdo couro. Animais separados na inspeção sanitária são tratados e processados à partedos animais sadios, de orma dierenciada. Dependendo das anomalias detectadas nasinspeções após o abate, sua carne e/ou vísceras podem ou não ser aproveitadas paraconsumo humano.Após a descarga, os caminhões são limpos por razões higiênicas. A maioria dosabatedouros tem uma área especial para a lavagem dos caminhões. Os euentes destalavagem são descarregados na estação de tratamento de euentes (ETE) da unidade.A limpeza dos currais de recepção é realizada removendo-se o esterco e outras sujidades,separando-os para disposição adequada, e em seguida é eita uma lavagem com águae algum produto sanitizante eventualmente. Os euentes seguem para a ETE.

• Condução e Lavagem dos AnimaisApós o período de repouso, os animais são conduzidos para uma passagem cercada,um corredor dividido por estágios entre portões, o que permite sua condução emdireção ao abate mantendo a separação por lotes. Esta passagem vai aunilando-se,de orma que, na entrada da sala de abate, os animais andem em fla única (conhecidopor “seringa”). Durante o percurso, os animais normalmente são lavados com jatos e/ou “sprays” de água clorada. Estes jatos, com pressão regulada, podem ser instalados

direcionados de cima para baixo (como chuveiros sobre os animais), para as lateraisdos animais e de baixo para cima, o que permite uma lavagem melhor do esterco e deoutras sujidades antes do abate. Os euentes líquidos desta etapa seguem para a ETE.Nas Fotos 02 e 0, pode-se ver o corredor por onde os bovinos são conduzidos e os

 jatos de água, para lavagem dos animais.

Page 29: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 29/98

 

29

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Fotos 2 e – condução e lavagem dos animais, antes do abate

• AtordoamentoO objetivo desta operação é deixar o animal inconsciente. Chegando ao local doabate, os animais entram, um após o outro, em um “box” estreito com paredes móveis,para o atordoamento. O equipamento de atordoamento normalmente é a marretapneumática, com pino retrátil, que é aplicada na parte superior da cabeça dos animais.O pino perura o osso do crânio e destrói parte do cérebro do animal, deixando-oinconsciente. Um outro método usa uma pistola, sem dispositivos penetrantes, que azo atordoamento por concussão cerebral.

Após esta operação, uma parede lateral do “box” é aberta e o animal atordoado cai paraum pátio, ao lado do “box”, de onde é içado com auxílio de talha ou guincho e de umacorrente presa a uma das patas traseiras, sendo pendurado em um trilho aéreo (“nória”).Nesta etapa, é comum os animais vomitarem e então, normalmente, recebem um jato deágua para limpeza do vômito. As Fotos 04 e 0 ilustram o atordoamento eito com marretapneumática. A Foto 06 mostra os animais içados sendo direcionados para sangria.

Fotos 4 e – atordoamento dos bovinos para o abate

Page 30: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 30/98

 

0

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Foto 6 – animais içados pela pata traseira, direcionados para a sangria

• SangriaApós a limpeza do vômito, os animais são conduzidos pelo trilho até a calha desangria. O próximo passo é a secção de grandes vasos sangüíneos do pescoço comuma aca. O sangue escorre do animal suspenso, é coletado na calha e direcionadopara armazenamento em tanques, gerando de a 20 litros de sangue por animal. Amorte ocorre por alta de oxigenação no cérebro. Parte do sangue pode ser coletadaassepticamente e vendida in natura para indústrias de benefciamento, onde serão

separados os componentes de interesse (albumina, fbrina e plasma).O sangue armazenado nos tanques pode ser processado por terceiros ou no próprio abatedouro,para a obtenção de arinha de sangue, utilizada na alimentação de outros animais.Após a sangria, os chires são serrados e submetidos a uma ervura para a separação dossabugos (suportes ósseos), e depois de secos podem ser convertidos em arinha ou vendidos.Quanto aos sabugos, são aproveitados na composição de produtos graxos e arinhas.

Fotos 7 e 8 – operações de sangria e de retirada dos chires, respectivamente

• Esola e Remoção da CabeçaPrimeiro, cortam-se as patas dianteiras antes da remoção do couro, para aproveitamentodos mocotós. Via de regra, as patas traseiras só são removidas depois da retirada doúbere e dos genitais. O ânus e a bexiga são amarrados para evitar a contaminação dacarcaça por eventuais excrementos. Os mocotós são inspecionados e encaminhados

Page 31: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 31/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

para processamento. Caso não sejam aprovados, são enviados para a produção dearinhas, nas graxarias.O couro recebe alguns cortes com acas em pontos específcos, para acilitar suaremoção, que então é eita com equipamento que utiliza duas correntes presas ao couro,e um rolete (cilindro horizontal motorizado), que traciona estas correntes e remove ocouro dos animais. Também pode ser eita a remoção manual do couro, utilizando-seapenas acas. A operação deve cercar-se de cuidados para que não haja contaminaçãoda carcaça por pelos ou algum resíduo ecal, eventualmente ainda presente no couro.Após a esola, o couro pode seguir diretamente para os curtumes (chamado “couroverde”), ser retirado por intermediários, ou também pode ser descarnado e/ou salgadono próprio abatedouro. O descarne, que retira o material aderido na parte interna,oposta à pelagem, também chamado de “eshing”, é eito quando este interessa ao

abatedouro ou rigorífco- processamento local para a produção de sebo e arinha decarne. A salga do couro é realizada para sua preservação, quando o tempo de percursoaté os curtumes ou instalações de intermediários or extenso o sufciente para aetar aqualidade do couro. Normalmente, é realizada por imersão dos couros em salmouras.O rabo, o útero ou os testículos são manualmente cortados com acas, antes daremoção da cabeça. Retira-se a cabeça, que é levada para lavagem, com especialatenção à limpeza de suas cavidades (boca, narinas, aringe e laringe) e total remoçãodos resíduos de vômito, para fns de inspeção e para certifcar-se da higiene das partescomestíveis. A cabeça é limpa com água e a língua e os miolos são recuperados. Asbochechas (aces) podem ser removidas para consumo humano via produtos cárneos

embutidos, por exemplo.As Fotos 09, 0, e 2 mostram a retirada das patas dianteiras (mocotós), o isolamentodos órgãos excretores, os cortes iniciais do couro e a sua remoção fnal, com auxílio derolete mecânico, respectivamente.

Fotos 9 e 0 – retirada das patas dianteiras (mocotós) e isolamento / amarração dosórgãos excretores

Page 32: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 32/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Fotos e 2 – cortes iniciais do couro e sua remoção com correntes e rolete mecânico

• EvisceraçãoAs carcaças dos animais são abertas manualmente com acas e com serra elétrica. Aevisceração envolve a remoção das vísceras abdominais e pélvicas, além dos intestinos,bexiga e estômagos. Normalmente, todas estas partes são carregadas em bandejas,da mesa de evisceração para inspeção, e transporte para a área de processamento,ou então direcionadas para as graxarias, se condenadas. A partir dos intestinos, sãoproduzidas as tripas, normalmente salgadas e utilizadas para abricação de embutidosou para aplicações médicas. O bucho (rúmen e outras partes do estômago) é esvaziado,limpo e salgado, ou pode ser cozido e por vezes submetido a branqueamento comágua oxigenada, para posterior rerigeração e expedição. A bilis, retirada da vesículabiliar, também é separada e vendida para a indústria armacêutica.As Fotos , 4, e 6 mostram a evisceração e o processamento das tripas.

Fotos e 4 – abertura da carcaça para evisceração e separação e inspeção das vísceras

Page 33: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 33/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Fotos e 6 – esvaziamento e lavagem das tripas

As Fotos 7, 8, 9 e 20 ilustram o processamento dos buchos (rúmens).

Fotos 7 e 8 – abertura, esvaziamento e lavagem dos buchos

Fotos 9 e 20 – carga e descarga de máquina lavadora de buchos

• Corte da Carcaça

Retiradas as vísceras, as carcaças são serradas longitudinalmente ao meio, seguindoo cordão espinal. Entre um e outro animal, as serras recebem um “spray” de água paralimpar os ragmentos de carne e ossos gerados. Então, as meias carcaças passam porum processo de limpeza, no qual pequenas aparas de gordura com alguma carne eoutros apêndices (tecidos sem carne) são removidos com acas, e são lavadas com

Page 34: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 34/98

 

4

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

água pressurizada, para remoção de partículas ósseas. As duas metades das carcaçasseguem para rerigeração.As otos 2, 22 e 2 mostram o corte, a limpeza e a lavagem das carcaças.

Fotos 2 e 22 – corte / serragem e limpeza das carcaças

Foto 2 – lavagem das carcaças

• RerigeraçãoAs meias carcaças são resriadas para diminuir possível crescimento microbiano(conservação).Para reduzir a temperatura interna para menos de 7°C, elas são resriadasem câmaras rias com temperaturas entre 0 e 4°C. O tempo normal deste resriamento,para carcaças bovinas, fca entre 24 e 48 horas.

Page 35: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 35/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

As Fotos 24 e 2 mostram as carcaças armazenadas em câmaras rias.

Fotos 24 e 2 – meias carcaças inteiras e divididas em traseiro e dianteiro (oto 2),armazenadas em câmaras rias

• Cortes e Desossa

Havendo operação de cortes e desossa, as carcaças resriadas são divididas em porçõesmenores para comercialização ou posterior processamento para produtos derivados.A desossa é realizada manualmente, com auxílio de acas. As aparas resultantes destaoperação são geralmente aproveitadas na produção de derivados de carne. Os ossos epartes não comestíveis são encaminhados às graxarias, para serem transormados emsebo ou gordura animal industrial e arinhas para rações.As otos 26, 27 e 28 mostram a operação de corte, desossa e limpeza dos cortes decarne (ou de açougue).

Fotos 26 e 27 – cortes iniciais das carcaças e desossa da carne

Page 36: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 36/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Foto 28 – ajuste e limpeza dos cortes de carne (cortes de açougue)

• Estocagem / ExpediçãoAs carcaças, os cortes e as vísceras comestíveis, após processadas e embaladas, sãoestocadas em rio, aguardando sua expedição. As otos 29 e 0 ilustram a pesagem e aembalagem e etiquetagem dos cortes de carne ou de açougue.

Fotos 29 e 0 – cortes iniciais das carcaças e desossa da carne

A Tabela mostra alguns valores médios dos produtos que se obtém no abate de um

bovino de cerca de 400 kg. Ressalta-se que estes valores devem variar, entre outrosaspectos, em unção da espécie de bovino, das condições e métodos de criação, daidade de abate e de procedimentos operacionais do abatedouro.

Page 37: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 37/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Tabela – Produtos e subprodutos do abate de um bovino de 400 kg

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Peso (kg) Porcentagem

do Peso Vivo (%)Peso Vivo 400 00

Carne desossada 9

Material não-comestível para graxaria(ossos, gordura, cabeça, partescondenadas, etc.)

2 8

Couro 6 9

Vísceras comestíveis (língua, ígado,

coração, rins, etc.)

9

Sangue 2

Outros (conteúdos estomacais eintestinais, perdas– sangue, carne, etc.)

26 7

Page 38: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 38/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

2.1.2 Abate de Suínos

Animais (em caminhões)

Águadesinetantes

Recepção / Pocilgas ouMangueiras

esterco, urinacaminhões lavadoseuentes líquidos

Águadesinetantes

Condução e Lavagemdos Animais

esterco, urinaeuentes líquidos

águaeletricidade

prod. de limpezagás carbônico (CO2)

Atordoamento vômito, urinaeuentes líquidos

águaprod. de limpeza

Sangria sangue => processamentoeuentes líquidos

águavapor

prod. de limpeza

Escaldagemeuentes líquidos

eletricidadeágua

ar comprimidoprod. de limpeza

Evisceração vísceras comestíveis => processamento /embalagem => Rerigeraçãovísceras não-comestíveis e condenadas =>graxariaeuentes líquidos

eletricidadeágua

gorduras e aparas (limpeza da carcaça) => graxariaeuentes líquidos

intestinos

eletricidadeágua

salprod. delimpeza

gordurasmucosasconteúdo intestinaleuentes líquidos

tripas salgadas Carne – meias carcaças

Expediçãomaterial deembalagem

Rerigeração euentes líquidos (câmaras)eletricidadeágua

gasesrerigerantes

prod. de limpeza

eletricidadeágua

prod. de limpeza

Cortes e Desossa

Cortes e VíscerasEstocagem / Expedicão

ossos / aparas de carne e de gordura => graxariaeuentes líquidos

eletricidadematerial de

embalagem

Corte daCarcaça

Figura 7 – uxograma básico do abate de suínos

Depilação e “Toialette”eletricidade

gáságua

prod. de limpeza

pelos, cascos / unhas => graxariagases (queima de gás)euentes líquidos

Page 39: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 39/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Nas etapas Recepção / Pocilgas ou Mangueiras e Condução e Lavagem dos Animais,os processos e operações são similares àquelas realizadas para os bovinos, com asmesmas fnalidades.

• AtordoamentoA exemplo dos bovinos, chegando ao local do abate, os suínos entram, um após ooutro, em um “box” imobilizador para o atordoamento. Esta operação também podeser eita com um tipo de imobilizador que unciona de orma contínua. Os animaissão transportados, um a um, até atingirem um trecho em que fcam suspensos poresteiras ou cilindros rolantes quase verticais (em “V”), pelas suas laterais, sem apoiopara as patas, o que imobiliza os animais. O atordoamento dos suínos normalmenteé realizado por descarga elétrica: dois eletrodos, em orma de pinça ou tesoura, são

posicionados nas laterais da cabeça e um terceiro, na altura do coração. Além deste,existe um outro método de atordoamento em que os animais são colocados em umacâmara com atmosera rica em gás carbônico, sendo atordoados por alta de oxigênio.

• SangriaAs operações são similares às da sangria para bovinos, com os animais penduradosem trilho aéreo, ou podem ser eitas em mesas ou bancadas apropriadas para adrenagem do sangue. Em média, o volume de sangue drenado por animal é de litros.Parte deste sangue pode ser coletado de orma asséptica, caso seja direcionado parafns armacêuticos ou ser totalmente enviado para tanques ou bombonas, para ser

posteriormente processado, visando separação de seus componentes ou seu uso emrações animais.

• EscaldagemApós tempo sufciente de sangria, os animais saem do trilho e são imersos em umtanque com água quente, em torno de 6oC, para acilitar a remoção posterior dospelos e das unhas ou cascos. Parte de eventual sujidade presente no couro dos animaisfcam na água deste tanque. A passagem pela escaldagem dura cerca de um minuto.

• Depilação e “Toillete”Após passarem pela escaldagem, os suínos são colocados em uma máquina dedepilação, que consiste de um cilindro giratório, com pequenas pás retangularesdistribuídas pela sua superície, dotadas de extremidades de borracha. A rotação destecilindro provoca o impacto destas pás com o couro dos animais, removendo boa partedos pelos por atrito. Pequenas partículas de couro também se desprendem dos animais,devido ao eeito de raspagem na sua superície. Após a passagem por esta máquina, asunhas ou cascos dos suínos, bem como parte dos pelos remanescentes, são removidosmanualmente com o auxílio de acas. Então, os animais são novamente içados erecolocados no trilho aéreo de transporte para a continuidade do processamento.

Os pelos removidos mecanicamente são recolhidos e podem ser enviados para asgraxarias ou para aproveitamento por terceiros (para pincéis ou escovas, tapetes,eltros, isolantes termo-acústicos, compostagem, etc.).Para completar a depilação, os animais passam por um chamuscamento, eito commaçaricos à gás e então, são lavados com água sob pressão.

Page 40: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 40/98

 

40

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• EvisceraçãoNesta etapa, abre-se a barriga dos animais com acas e as vísceras são removidas.Amarra-se o ânus e a bexiga do animal para evitar contaminação das carcaças comseus excrementos. O osso do peito é aberto com serra e remove-se coração, pulmõese ígado. Neste ponto, pode haver ou não a remoção das cabeças. Normalmente, asvísceras são colocadas em bandejas da mesa de evisceração, onde são separadas,inspecionadas e encaminhadas para seu processamento, de acordo com o resultadoda inspeção. O processamento dos intestinos gera a produção de tripas, normalmentesalgadas, utilizadas para abricação de embutidos ou para aplicações médicas.

• Corte da Carcaça e RerigeraçãoEm seguida as carcaças são serradas longitudinalmente, seguindo-se a espinha dorsal,

e divididas em duas meias carcaças. Remove-se a medula e o cérebro dos animais eas carcaças são limpas com acas - algumas aparas ou apêndices são removidos. Estacarcaças são então lavadas com água sob pressão e encaminhadas para rerigeração emcâmaras rias, com temperaturas controladas para seu resriamento e sua conservação.Nas etapas Cortes e Desossa e Estocagem/ Expedição, os processos e operações sãosimilares àquelas já descritas para os bovinos, com as mesmas fnalidades.

A Tabela 2 mostra alguns valores médios dos produtos que se obtém no abate de umsuíno de cerca de 90 kg. Ressalta-se que estes valores variam, entre outras causas, emunção da espécie de suíno, das condições e métodos de sua criação, da sua idade de

abate e de práticas operacionais do abatedouro.

Tabela 2 – Produtos e subprodutos do abate de um suíno de 90 kg

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Peso (kg) Porcentagemdo Peso Vivo (%)

Peso Vivo 90,0 00

Carne desossada 7,6 64

Material não-comestível para graxaria(ossos, gordura, cabeça, partescondenadas, etc.)

8,0 20

Vísceras comestíveis (língua, ígado,coração, rins, etc.)

9,0 0

Sangue 2,7

Outros(conteúdos estomacais eintestinais, perdas – sangue, carne, etc.)

2,7

Page 41: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 41/98

 

4

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

2.2 Processamentos Derivados – Subprodutos e Resíduos

2.2.1 Processamento de VíscerasEm geral, após a evisceração dos animais, as vísceras são submetidas à inspeçãosanitária. Aquelas reprovadas são encaminhadas para as graxarias, para produção desebo ou óleo animal, e de arinhas de carne para rações animais.Caso os intestinos sejam destinados para produtos de consumo humano, depois daaprovação sanitária o pâncreas é retirado. Ocorre a separação do estômago, reto, intestinodelgado (duodeno, jejuno), intestino grosso (cólon) e ceco. Então, o estômago e os intestinossão enviados para seções específcas dos abatedouros ou rigorífcos, normalmentechamadas de bucharias e de triparias, onde são esvaziados de seus conteúdos, limpos eprocessados para posterior conservação, armazenamento e expedição.

No caso de bovinos, denomina-se como processo úmido a abertura do estômago (oubucho) com o corte em uma mesa, e a remoção do seu conteúdo sob água corrente.O material sólido é descarregado sobre uma peneira e então, bombeado para umreservatório. No caso do chamado processo seco, a remoção da maior parte doconteúdo do bucho é eita sem água. Após a abertura do estômago, o material interno éremovido manualmente e transportado para uma área de coleta, onde é normalmente

 juntado ao esterco recolhido das áreas de recepção dos animais, currais e da “seringa”.Algumas companhias usam compactadores para diminuir seu volume, acilitando suamanipulação e transporte para disposição fnal. Depois da remoção seca, o estômagoou bucho é lavado em água corrente ou recirculada.

Como já citado na descrição da evisceração de bovinos (em 2..), seu estômago oubucho também pode ser cozido, branqueado com água oxigenada e resriado, emunção de seu mercado alvo.As tripas (intestinos), tanto de bovinos como de suínos, são esvaziadas e remove-se agordura e as camadas da parede intestinal (mucosa, serosa, submucosa e musculares),chamadas de “limo”, manualmente ou com o auxílio de equipamentos específcos e debastante água. Lavagem com solução alcalina à quente também pode ocorrer. Após alavagem, as tripas são classifcadas, separadas em maços e imersas em salmoura paraconservação. Depois deste tratamento, as tripas são salgadas e armazenadas em sal,normalmente em tambores ou bombonas, para comercialização.Outras vísceras comestíveis, como ígado, coração, rins, língua e outras, também sãoprocessadas na própria planta. O processamento é limitado ao corte e à lavagem, paraposterior embalagem e resriamento.As Fotos e 2 mostram o transporte das vísceras e seu processamento.

Page 42: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 42/98

 

42

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Fotos e 2 – transporte e processamento das vísceras

2.2.2 GraxariasAs graxarias são unidades de processamento normalmente anexas aos matadouros,rigorífcos ou unidades de industrialização de carnes, mas também podem serautônomas. Elas utilizam resíduos das operações de abate e de limpeza das carcaças edas vísceras, partes dos animais não comestíveis e aquelas condenadas pela inspeçãosanitária, ossos e aparas de gordura e carne da desossa e resíduos de processamentoda carne, para produção de arinhas ricas em proteínas, gorduras e minerais (usadas emrações animais e em adubos) e de gorduras ou sebos (usados em sabões e em outrosprodutos derivados de gorduras). Há graxarias que também produzem sebo e/ou ochamado adubo organo-mineral somente a partir dos ossos, normalmente recolhidos

em açougues. Estas unidades industriais serão tratadas em documento específco da“Série P+L” da CETESB, e portanto não serão objeto deste documento.

2.3 Processos de Limpeza e Higienização

Todos os equipamentos de processo, “containers”, etc., devem ser limpos e higienizadosvárias vezes durante o dia e após o encerramento do dia de trabalho, como preparaçãopara o dia seguinte. Estas operações de limpeza e desinecção são normalmenteregulamentadas pelas autoridades sanitárias responsáveis pela fscalização dasindústrias alimentícias. Além disso, também por motivos de higiene, muitos operadoresde abatedouros e rigorífcos lavam as áreas de processo com água quente duranteparadas de produção. Uma rotina típica de limpeza em um abatedouro ou rigorífco édescrita na seqüência.• pequenas aparas ou fbras de carne e de gordura, resíduos que caem no piso das áreasde processo, são removidos com rodos ou escovões, recolhidos com pás e colocados emrecipientes específcos, sendo destinados para as graxarias ou para outra fnalidade. Emalgumas empresas, estes resíduos são removidos e arrastados com jatos de água paraos drenos ou canaletas, que podem ou não ser providas de grades, telas ou cestos pararetê-los. Algumas áreas também são lavadas levemente com jatos de água, a intervalos de

tempo regulares, durante o turno de produção, bem como algumas grades, telas ou cestosde drenos são limpos ou esvaziados para “containers” de resíduos. É comum o uso de telas,grades ou cestos com aberturas de 4 mm e em algumas unidades produtivas, pode-seencontrar dispositivos com malhas montadas em dois estágios – o primeiro com malhamais aberta e o segundo, com malha mais echada, para capturar resíduos menores;

Page 43: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 43/98

 

4

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• ao fnal de cada turno de produção, todas as áreas de processo e equipamentos sãoprimeiramente enxaguados, usando-se água de mangueiras com baixa pressão eos resíduos de todas as grades ou cestos de drenos são removidos e dispostos em“containers”. A seguir, aplica-se uma solução diluída de um detergente apropriado, naorma de espuma, sobre todas as superícies e equipamentos;• após cerca de 20 minutos, as superícies e equipamentos são enxaguados com águaquente à alta pressão; em algumas empresas, após o enxágüe fnal, uma solução bemdiluída de um composto sanitizante ou desinetante é espalhada, como “spray”, nassuperícies enxaguadas, deixando-se que seque naturalmente sobre elas.

Em muitos abatedouros ou rigorífcos, os ganchos de transporte, correntes, bandejas,“containers”, outros utensílios e equipamentos são limpos e higienizados de orma

semelhante. Em algumas unidades, alguns utensílios e equipamentos fcam imersosem soluções sanitizantes, após sua limpeza.Somente agentes de limpeza com grau alimentício podem ser utilizados. Existe umagrande variedade de insumos de limpeza disponíveis. Alguns possuem ormulaçãoquímica tradicional, utilizando-se de produtos tensoativos e sanitizantes comuns(por exemplo, à base de alquil-benzeno-sulonatos e de hipoclorito de sódio,respectivamente), alguns utilizam princípios ativos mais complexos e outros são debase biotecnológica (com enzimas, por exemplo). Há produtos ormulados parasituações específcas, para algum problema de limpeza diícil, enquanto outros sãodirecionados para usos diversos.

De orma geral, o nível de limpeza e higienização alcançado depende de umacombinação de vários atores, como: tipos e quantidades de agentes de limpezautilizados, tempo de ação destes produtos, quantidade e temperatura da água eo grau de ação mecânica aplicada, seja via pressão da água ou via equipamentosmanuais, como esponjas, escovas, vassouras e rodos. Normalmente, quando a açãoou a intensidade de um destes componentes é diminuída, a de algum outro deve seraumentada para que se atinja um mesmo resultado na limpeza (compensação). Noentanto, a recíproca também pode ser verdadeira: por exemplo, se a pressão da águaé aumentada, sua quantidade pode ser reduzida. Porém, aumento da pressão da águapode aetar o ambiente de trabalho, pelo aumento de ruído e ormação de aerossóis,que podem eventualmente danifcar equipamentos elétricos ou causar contaminaçãode produtos. Desta orma, sendo desejável a diminuição do consumo de água, cuidadosdevem ser tomados para minimizar eventuais conseqüências indesejadas, viabilizandoações como esta.Quando se realiza uma revisão dos agentes de limpeza, é comum descobrir que amudança ou substituição de algum deles por outro mais apropriado pode reduzir aquantidade de produtos de limpeza a serem utilizados e em alguns casos, até melhoraros padrões atuais de higiene. Outro ato comum é verifcar uso de quantidades deprodutos maiores do que as necessárias, principalmente quando as dosagens destes

produtos são manuais. Dosagens automáticas, uma vez reguladas adequadamente,eliminam o uso adicional ou desperdício destes produtos, diminuindo seu impactoambiental potencial e custos com sua aquisição, além de contribuírem para condiçõesmais seguras de trabalho, pois minimizam o manuseio e a exposição dos trabalhadoresa substâncias perigosas. De qualquer orma, treinamento e supervisão do pessoal

Page 44: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 44/98

 

44

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

de operação são essenciais. Portanto, reqüentemente há oportunidades de reduçãode impacto ambiental dos agentes de limpeza através de sua seleção, substituição eaplicação adequadas.Também são práticas comuns do pessoal responsável pela limpeza e pela higienização,a remoção de grades, telas ou cestos dos drenos e o direcionamento dos resíduosdiretamente para eles, acreditando que um outro cesto gradeado mais à rente ou umpeneiramento posterior reterá estes resíduos. No entanto, o que normalmente ocorreé que estes resíduos, uma vez nas linhas de euentes das empresas, estão sujeitos aturbulências, bombeamentos, ricções, impactos mecânicos e aquecimentos (emcontato com eventuais descargas quentes), o que provoca sua ragmentação, gerandomais substâncias em suspensão e em solução com alta carga orgânica, que não sãomais retidas por gradeamentos e peneiramentos. Esta quebra dos resíduos é ainda mais

acentuada se água quente or utilizada para transportá-los. Isto certamente aumentaráo custo do tratamento dos euentes líquidos da unidade industrial.Uma revisão dos procedimentos de limpeza e higienização pode também identifcarse há um uso excessivo de energia para aquecer água e eventuais consumos altos edesnecessários de água.

Page 45: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 45/98

 

4

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

águacombustível

produtos químicoseletricidade

Caldeiras Produto: vaporemissões atmoséricas (gases dacombustão, mat. particulado)resíduos sólidos (cinzas)ruído

água brutaprodutos químicos

fltros / material fltranteeletricidade

Sistemas deTratamento de Água

Produto: água tratadaresíduos sólidos (lodos, fltrose/ou mat. fltrantes usados)

gases rerigeranteságua

óleo lubrifcanteeletricidade

Sistemas deRerigeração

Produto: rio / rerigeraçãoemissões atmoséricas (escapesde gases rerigerantes)euentes líquidos (água + óleo)

ruídoóleo lubrifcante

eletricidadefltros de ar

(água p/ resriamento)

Sistemas deAr Comprimido

Produto: ar comprimidoóleo usadofltros de ar usadosruído(água aquecida)

águaprodutos químicos

eletricidade

Torres deResriamento

Produto: água riaemissões atmoséricas (vapor d’água

 / aerossóis)euentes líquidos (eventual descarte)ruído

euentes líquidos brutosprodutos químicos

águaeletricidade

Sistemas de

Tratamento deEuentes

Produto: euentes líquidos tratadosemissões atmoséricas (aerossóis,

subst. odoríeras)resíduos sólidos (lodos e outros)ruído

metais, peçaseletricidade

produtos para limpezaslubrifcantes (óleos / graxas)

tintas e solventeságua

Ofcinas deManutenção

Produto: peças e serviços (reparos e manutenção)euentes líquidos (água + óleos, etc.)emissões atmoséricas (COVs)resíduos sólidos (metais, solventes usados, materiaisimpregnados com solventes / tintas, óleos e graxasusados, etc.)ruído

insumos diversoseletricidade

água

Almoxariado /Armazenamentos

Produto: armazena/o e ornecimento de insumos diversoseuentes líquidos (água + eventuais vazamentos /derramamentos)

emissões atmoséricas (eventuais COVs e outros)resíduos sólidos (materiais rejeitados, embalagens, pallets)

medicamentosmateriais descartáveis

produtos de higiene e delimpeza

eletricidadeágua

AmbulatórioProduto: atendimento médico emergencialeuentes líquidos (esgoto sanitário)resíduos sólidos (materiais descartáveis,contaminados, embalagens)

materiais de escritório edescartáveis

produtos de higiene e delimpeza

alimentos

gás para cozinhaeletricidade

água

AdministraçãoVestiários

Restaurante

Produto: serviços administrativos diversos / trocasde roupas e higiene pessoal / reeiçõeseuentes líquidos (esgoto sanitário)resíduos sólidos (papéis, materiais descartáveis,resíduos de alimentos, embalagens, etc.)

Figura 8 – operações auxiliares e de utilidades para a produção, que podem ser encontradasem abatedouros

2.4 Processos Auxiliares e de UtilidadesA fgura a seguir resume os principais processos auxiliares e de utilidadespara a produção, que podem ser encontrados em abatedouros.

Page 46: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 46/98

 

46

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 47: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 47/98

 

47

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

3. Aspectos

e Impactos Ambientais

Page 48: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 48/98

 

48

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

3. Aspectos e Impactos Ambientais

Segundo a defnição da norma NBR ISO 400 da ABNT, aspecto ambiental é o “elementodas atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que pode interagir como meio ambiente” e impacto ambiental é “qualquer modifcação do meio ambiente,adversa ou benéfca, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais daorganização”. Assim, aspectos ambientais são constituídos pelos agentes geradores oucausadores das interações e alterações do meio ambiente, como emissões atmoséricas,resíduos, euentes líquidos, consumo de matérias primas, energia, água, entre outros.Os impactos ambientais são os eeitos ou conseqüências das interações entre osaspectos ambientais e o meio ambiente – alteração da qualidade de corpos d’água, doar, contaminação do solo, erosão, etc. A cada aspecto ambiental pode estar relacionado

um ou mais impactos ambientais, como por exemplo: euente líquido (aspectoambiental) <=> desoxigenação de corpo d’água e odor (impactos ambientais).Assim como em várias indústrias do setor alimentício, os principais aspectos e impactosambientais da indústria de carne e derivados estão ligados a um alto consumo de água,à geração de euentes líquidos com alta carga poluidora, principalmente orgânica,e a um alto consumo de energia. Odor, resíduos sólidos e ruído também podem sersignifcativos para algumas empresas do setor.

3.1 Consumo de ÁguaPadrões de higiene das autoridades sanitárias em áreas críticas dos abatedouros

resultam no uso de grande quantidade de água. Os principais usos de água são para:• consumo animal e lavagem dos animais;• lavagem dos caminhões;• escaldagem e “toillete”, para suínos;• lavagem de carcaças, vísceras e intestinos;• movimentação de subprodutos e resíduos;• limpeza e esterilização de acas e equipamentos;• limpeza de pisos, paredes, equipamentos e bancadas;• geração de vapor;• resriamento de compressoresO principal ator que aeta o volume de água consumido são as práticas de lavagem.Em geral, plantas para exportação têm práticas de higiene mais rigorosas. Quanto àqualidade, os regulamentos sanitários exigem o uso de água resca e potável, com níveismínimos de cloro livre residual, para quase todas as operações de lavagem e enxágüe.O consumo de água varia bastante de unidade para unidade, em unção de váriosaspectos como: tipo de unidade (só abate, abate e industrialização da carne, com/semgraxaria, etc), tipos de equipamentos e tecnologias em uso, “lay-out” da planta e deequipamentos, procedimentos operacionais, entre outros. Alguns valores típicos deconsumo estão nas tabelas e 4.

Page 49: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 49/98

 

49

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Tabela – Consumo de água em abatedouros e rigorífcos - bovinos

Nota: - uma reerência de boas práticas (um “benchmarking”)

Tabela 4 – Consumo de água em abatedouros e rigorífcos - suínos

Nota: - uma reerência de boas práticas (um “benchmarking”)

Tipo de unidade Consumo (l/cabeça) Fonte

Abate .000 CETESB, 200

Completa (abate,industrialização da carne,graxaria)

.864 CETESB, 2004

Abate 00 – 2.00 CETESB, 99

Abate + industrializaçãoda carne

.000 – .000 CETESB, 99

Abate 89 – 2.9 IPPC, 200

Abate + graxaria .700 UNEP; WG; DSD, 2002

Abate 700 – .000 Envirowise; WS AtkinsEnvironment, 2000

Tipo de unidade Consumo(l/cabeça)

Fonte

Abate 400 – .200 CETESB, 99

Abate + industrializaçãoda carne

00 – .00 CETESB, 99

Abate 00 – 9 IPPC, 200Abate 60 – 20 Envirowise; WS Atkins

Environment, 2000

Page 50: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 50/98

 

0

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Na tabela anterior, destaca-se a dierença signifcativa entre as duas primeiras reerênciase as duas últimas. À parte estas serem mais recentes e estrangeiras, isto sugere provávelmargem para a racionalização do consumo de água.A distribuição do uso de água nos abatedouros pode ser exemplifcada na tabela .

Tabela – Distribuição do uso de água em abatedouros (graxaria anexa)

Fonte: UNEP; DEPA COWI, 200z

Abate, evisceração e processamento das vísceras (incluindo estômago – bucho eintestinos – tripas) respondem pelo maior consumo de água, usada principalmente

para limpezas dos produtos e das áreas de processamento.Alguns aspectos gerais sobre a água consumida em abatedouros e rigorífcos (UNEP;WG; DSD, 2002):• 40 a 0% da água usada é aquecida ou quente (40 a 8oC);• cerca de 0% do uso da água é fxo (independe da produção);• 0 a 70% do uso de água depende de práticas operacionais (limpezas commangueiras, lavagens manuais dos animais e dos produtos). Portanto, melhorias nestaspráticas, conscientização do pessoal e sua supervisão operacional podem inuenciarsignifcativamente o uso de água na indústria de carne;• plantas mais modernas podem ser mais áceis de limpar, devido a “lay-out” maisplanejado e avorável e a equipamentos com melhores projetos, possibilitando uso deágua mais efciente;• plantas exportadoras podem ter um consumo maior de água em unção de exigênciassanitárias mais rigorosas do mercado externo em relação ao mercado local.

Para se ter uma idéia do consumo de água em um abatedouro, considere-se a seguintesituação: um abatedouro de bovinos de porte médio, abatendo 00 bovinos/dia, comgraxaria anexa; considerando o consumo específco médio de água do abatedourode .700 litros/cabeça (tabela ); e admitindo o consumo específco médio de água

domiciliar de 6 litros/hab.dia (SABESP, 200), tem-se:• Consumo Médio de Água = 00 bovinos/dia x .700 l/bovino = 80.000 l/dia ou 80 m/dia;• Equivalente populacional = 80.000 litros/dia ÷ 6 litros/habitante.dia = .280 habitantesDesta orma, o consumo médio diário de água deste abatedouro hipotético, de portemédio, seria equivalente ao de uma população de cerca de .00 habitantes.

Etapa / Operação Porcentagem do Consumo Total (%)

Recepção / Curral ou Pocilga / “Seringa” 7 - 22

Abate / Evisceração / Desossa 44 - 60

Triparia / Bucharia 9 - 20

Processamento das vísceras 7 - 8

Graxaria 2 - 8

Compressores / Câmaras rigorífcas 2

Caldeiras - 4

Uso geral 2 -

Page 51: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 51/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

3.2 Consumo de Energia

Energia térmica, na orma de vapor e água quente, é usada para esterilização e limpezanos abatedouros. Se há graxarias anexas aos abatedouros, o uso de energia térmica ésignifcativo nestas unidades, como vapor para cozimento, digestão ou secagem dasmatérias-primas. Eletricidade é utilizada na operação de máquinas e equipamentos,e substancialmente para rerigeração. Produção de ar comprimido, iluminação eventilação também são consumidoras de eletricidade nos abatedouros.Assim como o consumo de água, o uso de energia para rerigeração e esterilizaçãoé importante para garantir qualidade e segurança dos produtos destas indústrias–temperaturas de armazenamento dos produtos e de esterilização, por exemplo, sãoespecifcadas por regulação das autoridades sanitárias.

O consumo de energia depende, entre outros aspectos, do tipo de abatedouro, daextensão de processamento da carne, e da presença ou não de graxaria na unidadeindustrial. De qualquer orma, a tabela 6 dá alguns dados de consumo de energiatérmica e elétrica em abatedouros e rigorífcos.Tabela 6 – Consumo de energia em abatedouros

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000Obs.: os menores consumos desta tabela podem ser considerados como um“benchmarking”ou metas a serem atingidas, em termos de efciência energética em abatedouros

Cerca de 80 a 8% da energia total necessária num abatedouro é energia térmica(vapor e água quente), produzida pela queima de combustíveis nas caldeiras daunidade industrial.A tabela 7 dá um exemplo de distribuição do consumo de energia térmica em umaplanta que realiza o abate de suínos.

Tabela 7 – Distribuição do consumo de energia térmica – abate de suínos com graxaria

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Bovinos(20 kg/cabeça)

Suínos(90 kg/cabeça)

Consumo – energias térmica e elétrica(kWh/cabeça)

70 – 00 0 – 2

Operação Porcentagem do Total (%)

Graxaria 42

Perdas na caldeira 2

Geração de água quente 4

Escaldo dos animais

Coagulação de sangue Secagem de sangue

Outras 0

Page 52: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 52/98

 

2

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Os restantes a 20% do consumo de energia em um abatedouro ocorre na orma deeletricidade. A tabela 8 dá uma idéia da distribuição do consumo de eletricidade numabatedouro, onde se pode observar o peso signifcativo que tem a operação de rerigeração.

Tabela 8 – Distribuição do consumo de eletricidade num abatedouro

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

O tratamento biológico aeróbio dos euentes também pode implicar em consumosignifcativo de energia elétrica, principalmente nos sistemas com aeração intensa(lodos ativados), se ar comprimido or a onte de oxigênio para o tratamento. Ressalta-

se que quanto maior a carga orgânica na entrada deste sistema aeróbio, maior anecessidade de oxigênio e portanto, de energia elétrica para ar comprimido.

3.3 Uso de Produtos Químicos

O uso de produtos químicos em abatedouros está relacionado principalmente com osprocedimentos de limpeza e sanitização, por meio de detergentes, sanitizantes e outrosprodutos auxiliares.Detergentes alcalinos dissolvem e quebram proteínas, gorduras, carboidratos e outrostipos de depósitos orgânicos. Eles podem ser corrosivos- neste caso, algum inibidorde corrosão pode ser adicionado aos produtos. Freqüentemente, estes detergentescontém hidróxido de sódio ou de potássio. Seu pH varia de 8 a , em unção de suacomposição e de seu grau de diluição para uso.Detergentes ácidos são utilizados para dissolver depósitos de óxido de cálcio. Ácidosnítrico, clorídrico, acético e cítrico são comumente utilizados como bases destesdetergentes. Seu pH é baixo, unção de sua composição, são corrosivos e normalmentetêm algumas propriedades desinetantes.Os detergentes contém alguns ingredientes ativos, cada um com uma unção específca:• substâncias tensoativas ou suractantes: reduzem a tensão superfcial da água,

melhorando ou aumentando a umectação ou “molhabilidade” das superícies a seremlimpas e sanitizadas. Produzem micelas para acilitar a emulsifcação de gorduras. Incluemsabões e detergentes sintéticos. No caso da indústria da carne, é importante que estassubstâncias sejam biodegradáveis nos sistemas de tratamento de euentes biológicos,comuns nesta indústria. O nonil-enol-etoxilato (NPE), comum em detergentes, pode

Operação Porcentagem do Total (%)

Rerigeração 9

Sala da caldeira 0

Processamento de subprodutos 9

Área de abate 6

Geração de ar comprimido Área de desossa

Outras 8

Page 53: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 53/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

ser quebrado para exercer suas propriedades suractantes, porém alguns compostosderivados são estáveis e normalmente tóxicos e assim, indesejável como componentede detergentes para a indústria da carne e alimentícia, em geral. Os alquil-benzeno-sulonatos lineares (LAS), outro tensoativo comum, também representam potenciaisproblemas ambientais; eles são tóxicos para organismos de ambientes aquáticos e nãopodem ser quebrados ou degradados em ambientes anaeróbios, por exemplo;• agentes complexantes: garantem que cálcio e outros minerais não se liguem aossabões e detergentes sintéticos. No passado, carbonato de sódio era utilizado para“capturar” cálcio da água de limpeza. Hoje, osatos são comuns, mas outros compostos,tais como osonatos, EDTA (etileno-diamino-tetra-acetato), NTAA (ácido nitrilo-triacético), citratos e gluconatos também são usados;• desinetantes: normalmente, são usados após as limpezas para eliminar

microorganismos residuais, mas também podem ser constituintes dos detergentes. Osmais comuns incluem compostos clorados, como hipoclorito de sódio e dióxido decloro, sendo o hipoclorito o mais utilizado. Peróxido de hidrogênio, ácido peracético,ormaldeído e compostos quaternários de amônia também são utilizados, todosem solução aquosa. Etanol também é usado como desinetante. Exceto este, osdesinetantes em geral devem ser removidos por enxágüe, após sua ação;Desta orma, a escolha dos detergentes e/ou sanitizantes deve considerar, além dasua fnalidade principal (limpeza e higienização), os possíveis eeitos na estação detratamento dos euentes líquidos industriais. Por exemplo, algumas estações têmcapacidade de remover osatos, enquanto outras podem tratar euentes com EDTA,

osonatos ou compostos similares. Mas dependendo do sistema de tratamentoinstalado, estes e outros compostos presentes nos detergentes e desinetantes nãosão removidos ou degradados e também podem causar distúrbios no sistema. Algunsresíduos de detergentes permanecem nos lodos das estações de tratamento deeuentes, o que pode limitar as opções de disposição fnal destes lodos.Nos abatedouros, podem ocorrer limpeza e salga das peles ou couros, após a esolados animais. Neste caso, utiliza-se sal (cloreto de sódio) e também podem ser utilizadosalguns biocidas (em pequenas quantidades), para preservação das peles até seuprocessamento nos curtumes. Exemplos de biocidas são: piretrum (natural, extraído deolhas de crisântemo), permetrin (derivado sintético de piretrum), para-diclorobenzeno,sílico-uoreto de sódio e bórax. Outros possíveis, já banidos por alguns países (emunção da alta toxicidade para seres humanos e ambiente e/ou alta permanência noambiente), são: DDT, hexaclorobenzeno (BHC), dieldrin, produtos à base de arsênico ede mercúrio (CETESB, 200).Outros produtos químicos são utilizados em operações auxiliares e na geração deutilidades, que podem gerar impactos ambientais secundários ou indiretos. Comoexemplos, pode-se citar:• tratamento de água (para uso direto na produção, caldeiras, circuitos de resriamento,etc): podem ser utilizados ácidos / álcalis (controles de pH), agentes complexantes,

coagulantes e oculantes, cloro, agentes tamponantes e anti-incrustantes, biocidas,entre outros;• sistema de rerigeração: gases rerigerantes, como a amônia, clorouorcarbonos(CFCs) e hidroclorouorcarbonos (HCFCs) são os mais comuns;• tratamento de euentes: pode-se ter ácidos / gás carbônico / álcalis (controles de pH),

Page 54: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 54/98

 

4

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

agentes complexantes, coagulantes e oculantes, nutrientes para a biomassa, entre outros;• sistemas de lavagem de gases (ex.: de caldeiras): álcalis, como soda cáustica;• manutenção: podem ser utilizados solventes orgânicos, óleos e graxas lubrifcantes e tintas.

3.4 Efuentes Líquidos

3.4.1 Aspectos e Dados GeraisEm abatedouros, assim como em vários tipos de indústria, alto consumo de águaacarreta grandes volumes de euentes - 80 a 9% da água consumida é descarregadacomo euente líquido (UNEP; DEPA; COWI, 2000). Estes euentes caracterizam-seprincipalmente por:• alta carga orgânica, devido à presença de sangue, gordura, esterco, conteúdo estomacal

não-digerido e conteúdo intestinal;• alto conteúdo de gordura;• utuações de pH em unção do uso de agentes de limpeza ácidos e básicos;• altos conteúdos de nitrogênio, ósoro e sal;• utuações de temperatura (uso de água quente e ria).Desta orma, os despejos de abatedouros possuem altos valores de DBO (demandabioquímica de oxigênio) e DQO (demanda química de oxigênio) – parâmetros utilizadospara quantifcar carga poluidora orgânica nos euentes, além de sólidos em suspensão,graxas e material otável. Fragmentos de carne, de gorduras e de vísceras normalmentepodem ser encontrados nos euentes. Portanto, juntamente com sangue, há material

altamente putrescível nestes euentes, que entram em decomposição poucas horasdepois de sua geração, tanto mais quanto mais alta or a temperatura ambiente.O sangue tem a DQO mais alta de todos os euentes líquidos gerados no processamentode carnes. Sangue líquido bruto tem uma DQO em torno de 400 g/l e DBO deaproximadamente 200 g/l. Caso o sangue de um único bovino osse descartadodiretamente na rede, o acréscimo de DQO no euente seria equivalente ao do esgotototal produzido por cerca de 0 pessoas em um dia. O sangue tem uma concentraçãode nitrogênio de aproximadamente 0 g/l.Nos abatedouros, é comum os euentes líquidos serem divididos em duas correntes(ou linhas): a linha “verde”, que contém os euentes líquidos gerados em áreas sempresença de sangue (por exemplo, recepção – lavagens de pátios, caminhões, currais oupocilgas, condução/ “seringa”, bucharia e triparia) e a linha “vermelha”, com os euentesque contêm sangue (de várias áreas do abate em diante). Isto é eito para acilitare melhorar seu tratamento primário (ísico-químico), que é eito separadamente,permitindo remover e segregar mais e melhor os resíduos em suspensão desteseuentes, de orma a acilitar e aumentar possibilidades para sua destinação adequada.Como conseqüência, também se diminui a carga poluente a ser removida nas etapasde tratamento posteriores de orma mais eetiva, o que é desejável (atendimento aospadrões legais de emissões, com custos menores).

Seguem alguns dados de cargas e concentrações de poluentes nos euentes líquidosde abatedouros.

Tabela 9 – Carga orgânica poluidora por animal abatido e concentração no euentelíquido, por tipo de abatedouro

Page 55: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 55/98

 

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Fonte: CETESB, 99

Tabela 0 – Algumas cargas poluidoras específcas no euente de abatedouros,por animal abatido (bovinos e suínos)

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Tabela – Algumas cargas poluidoras específcas no euente de abatedouros,por unidade de produção (geral - bovinos e suínos), para quatro ontes - () a (4)

Fonte principal: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Animal Tipo de abatedouro Carga poluidora (kgde DBO / cabeça)

Concentraçãototal da DBO no

euente (mg/l)

Bovino Com industrialização da carne ,76 .20 - .760

Sem industrialização da carne 2,76 .00 - .20

Suíno Com industrialização da carne 0,94 620 - .800

Sem industrialização da carne 0,69 70 - .700

Parâmetro (unidade) Abate suíno (suínomédio: 90 kg)

Abate bovino(bovino médio: 20 kg)

DBO (kg/cabeça) 0, -2,0 ,0 – ,0

Nitrogênio total (kg/cabeça) 0,07 – 0,2 0,2 – ,0

Fósoro total (kg/cabeça) 0,0 – 0,0 0,0 – 0,

() (2) () (4)

DQO - - 2 – 66 -

DBO 2 – 6 – 6 - 8 – 66

Sólidos suspensos 9 – 2 4 – 8 4 – 4 -

Nitrogênio total – ,7 - – 0,9 – ,4

Nitrogênio amoniacal - 0,08 – 0,2 - -

Nitrogênio orgânico - 0, – 0,8 - -

Fósoro total - - 0, – 0, 0, – 0,

Fósoro solúvel - 0,06 – 0,2 - -

Sódio - - 0,6 – 4,0 -Óleos e graxas , – 8,0 , – 2,0 2 – 2 -

Parâmetro Carga poluente(kg/t peso vivo)

Carga poluente(kg/t carcaça)

Page 56: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 56/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Tabela 2 – Concentrações médias de poluentes em eluentes de abatedouros (bovinos e suínos)

Fonte: UNEP; DEPA; COWI, 2000

Tabela – Vazão e carga poluidora orgânica específcas em um abatedouro bovino,por linha de euente

Fonte: CETESB, 99

No caso dos abatedouros lavarem e/ou descarnarem e/ou salgarem as peles ou couros,despejos específcos destas operações serão incorporados aos euentes líquidosdestas unidades. Extravasamentos de salmouras, por exemplo, podem contribuir comuma carga poluente de cerca de , kg DBO/t peso vivo.

Para se ter uma idéia da carga poluidora orgânica nos euentes líquidos gerados porum abatedouro, considere-se as seguintes hipóteses: um abatedouro de bovinos deporte médio, abatendo 00 bovinos/dia; considerando uma carga orgânica específca,nos euentes líquidos, de ,0 kg DBO/bovino (tabela 0, valor médio), e tendo emvista a carga orgânica específca média, no esgoto doméstico, de 4 g DBO/pessoa.dia, tem-se:• Carga orgânica nos euentes: 00 bovinos/dia x ,0 kg DBO/bovino = .00 kg DBO/dia;• Equivalente populacional: .00.000 g DBO/dia ÷ 4 g DBO/pessoa.dia = 27.778 pessoas;

Assim, a carga orgânica poluente diária, gerada por este abatedouro hipotético, seriaequivalente àquela gerada por uma população de cerca de 27.800 habitantes, o que denotaum impacto ambiental potencial signifcativo dos euentes líquidos de um abatedouro.

Parâmetro (unidade) Abate suíno Abate bovino Abate mistoDBO (mg/l) .20 2.000 -

DQO (mg/l) 2.00 4.000 .000 – .000

Sólidos suspensos (mg/l) 700 .600 400 – 800

Nitrogênio total (mg/l) 0 80 < 00

Fósoro total (mg/l) 2 27 < 0

Óleos e graxas (mg/l) 0 270 < 0

pH 7,2 7,2 7,0 – 8,

Linha de Euentes Vazão Média Específca Carga Média Específca

Vermelha .60 l/bovino 2, kg DBO/bovino

Verde 40 l/bovino 0,9 kg DBO/bovino

Esgotos domésticos 22 l/empregado.dia g DBO/empregado.dia

Page 57: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 57/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

3.4.2 Processos Auxiliares e de UtilidadesPode-se citar também algumas ontes secundárias de euentes líquidos, com volumes pequenose mais esporádicos em relação aos euentes industriais principais, como por exemplo:• água de lavagem de gases das caldeiras, descartada periodicamente (contendo sais,uligem e eventuais substâncias orgânicas da combustão);• águas de resriamento, de circuitos abertos ou eventuais purgas de circuitos echados(contendo sais, biocidas e outros compostos);• águas de lavagens de outras áreas, além das produtivas – ofcinas de manutençãoe salas de compressores (que podem conter óleos e graxas lubrifcantes, solventes,metais etc.), almoxariados e áreas de armazenamento (que podem conter produtosquímicos diversos, de vazamentos ou derramamentos acidentais);• esgotos sanitários ou domésticos, provenientes das áreas administrativas, vestiários,

ambulatório e restaurantes.

3.4.3 Tratamento dos Efuentes Líquidos de AbatedourosPara minimizarem os impactos ambientais de seus euentes líquidos industriais eatenderem às legislações ambientais locais, os abatedouros devem azer o tratamentodestes euentes. Este tratamento pode variar de empresa para empresa, mas umsistema de tratamento típico do setor possui as seguintes etapas:• separação ou segregação inicial dos euentes líquidos em duas linhas principais:linha “verde”, que recebe principalmente os euentes gerados na recepção dos animais,nos currais / pocilgas, na condução para o abate / “seringa”, nas áreas de lavagem dos

caminhões, na bucharia e na triparia; e linha “vermelha”, cujos contribuintes principaissão os euentes gerados no abate, no processamento da carne e das vísceras, incluídasas operações de desossa / cortes e de graxaria, caso ocorram na unidade industrial;• tratamento primário: para remoção de sólidos grosseiros, suspensos sedimentáveise otáveis, principalmente por ação ísico-mecânica. Geralmente, empregam-se osseguintes equipamentos: grades, peneiras e esterqueiras/estrumeiras (estas, na linha“verde”, em unidades com abate), para remoção de sólidos grosseiros; na seqüência,caixas de gordura (com ou sem aeração) e/ou otadores, para remoção de gordurae outros sólidos otáveis; em seguida, sedimentadores, peneiras (estáticas, rotativasou vibratórias) e otadores (ar dissolvido ou eletrootação), para remoção de sólidossedimentáveis, em suspensão e emulsionados – sólidos mais fnos ou menores.O tratamento primário é realizado para a linha “verde” e para a linha “vermelha”,separadamente;• equalização: realizada em um tanque de volume e confguração adequadamentedefnidos, com vazão de saída constante e com precauções para minimizar asedimentação de eventuais sólidos em suspensão, por meio de dispositivos de mistura.Permite absorver variações signifcativas de vazões e de cargas poluentes dos euenteslíquidos a serem tratados, atenuando picos de carga para a estação de tratamento.Isto acilita e permite otimizar a operação da estação como um todo, contribuindo

para que se atinja os parâmetros fnais desejados nos euentes líquidos tratados.Nos abatedouros, a equalização é eita reunindo-se os euentes das linhas “verde” e“vermelha”, após seu tratamento primário, que seguem, após sua equalização, para acontinuidade do tratamento;• tratamento secundário: para remoção de sólidos coloidais, dissolvidos e emulsionados,

Page 58: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 58/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

principalmente por ação biológica, devido à característica biodegradável do conteúdoremanescente dos euentes do tratamento primário. Nesta etapa, há ênase nas lagoasde estabilização, especialmente as anaeróbias. Assim, como possibilidades de processosbiológicos anaeróbios, pode-se citar: as lagoas anaeróbias (bastante utilizadas),processos anaeróbios de contato, fltros anaeróbios e digestores anaeróbios de uxoascendente. Com relação a processos biológicos aeróbios, pode-se ter processosaeróbios de flme (fltros biológicos e biodiscos) e processos aeróbios de biomassadispersa (lodos ativados – convencionais e de aeração prolongada, que inclui os valosde oxidação). Também é bastante comum observar o uso de lagoas otossintéticasna seqüência do tratamento com lagoas anaeróbias. Pode-se ter, ainda, tratamentoanaeróbio seguido de aeróbio;• tratamento terciário (se necessário, em unção de exigências técnicas e legais locais):

realizado como “polimento” fnal dos euentes líquidos provenientes do tratamentosecundário, promovendo remoção suplementar de sólidos, de nutrientes (nitrogênio,ósoro) e de organismos patogênicos. Podem ser utilizados sistemas associados denitrifcação-desnitrifcação, fltros e sistemas biológicos ou ísico-químicos (ex.: uso decoagulantes para remoção de ósoro).Quando há graxaria anexa ao abatedouro, pode-se ter variações, como tratamentoprimário individualizado e posterior mistura de seus euentes primários no tanque deequalização geral da unidade; mistura do euente bruto da graxaria aos euentes dalinha “vermelha”, na entrada de seu tratamento primário, entre outras.

3.5 Resíduos SólidosMuitos resíduos de abatedouros podem causar problemas ambientais graves se nãoorem gerenciados adequadamente. A maioria é altamente putrescível e, por exemplo,pode causar odores se não processada rapidamente nas graxarias anexas ou removidaadequadamente das ontes geradoras no prazo máximo de um dia, para processamentoadequado por terceiros.Animais mortos e carcaças condenadas devem ser dispostos ou tratados de ormaa garantir a destruição de todos os organismos patogênicos. Todos os materiais oupartes dos animais que possam conter ou ter contato com partes condenadas pelainspeção sanitária são consideradas de alto risco e devem ser processadas em graxariasinspecionadas e autorizadas, para garantia dos processos que levam à esterilizaçãodestes materiais.O gerenciamento destes resíduos pode ser crítico, principalmente para pequenasempresas, que carecem de recursos e onde o processamento interno dos resíduos, nãoraro, é inviável.Algumas quantidades médias de resíduos gerados estão na tabela 4.

Fontes: CETESB, 99; UNEP; DEPA; COWI, 2000Nota: - em média, 8 g de esterco / kg animal vivo.dia

Page 59: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 59/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Alguns resíduos sólidos gerados nas operações auxiliares e de utilidades tambémprecisam ser considerados e adequadamente gerenciados para minimizar seuspossíveis impactos ambientais. Pode-se destacar os seguintes resíduos:• resíduos da estação de tratamento de água: lodos, material retido em fltros, eventuaismateriais fltrantes e resinas de troca iônica;• resíduos da estação de tratamento de euentes líquidos: material retido porgradeamento e peneiramento, material otado (gorduras / escumas), materialsedimentado – lodos diversos;

• cinzas das caldeiras;• resíduos de manutenção: solventes e óleos lubrifcantes usados, resíduos de tintas,metais e sucatas metálicas (limpas e contaminadas com solventes / óleos / graxas /tintas), materiais impregnados com solventes / óleos / graxas / tintas (ex.: estopas,panos, papéis, etc);• outros: embalagens, insumos e produtos danifcados ou rejeitados e pallets, das áreasde almoxariado e expedição.No caso de graxarias anexas aos abatedouros ou matadouros, estas praticamente nãogeram resíduos sólidos em seus processos produtivos – eventuais perdas residuaissão reincorporadas no processo (reuso interno); algumas embalagens de produtos dagraxaria e de insumos auxiliares podem ser considerados como resíduos sólidos; quantoaos resíduos de operações auxiliares e de utilidades, citados acima, as graxarias anexasnormalmente compartilham destas mesmas operações instaladas para os abatedouros,dando apenas sua parcela de contribuição na geração de resíduos destas unidades.O manejo, armazenamento e a disposição inadequados, tanto dos resíduos principais daprodução, quanto destes resíduos secundários – por exemplo, em áreas descobertas e/ou sobre o solo sem proteção e/ou sem dispositivos de contenção de líquidos – podemcontaminar o solo e as águas superfciais e subterrâneas, tornando-os impróprios paraqualquer uso, bem como gerar problemas de saúde pública.

3.6 Emissões Atmoséricas e OdorNos abatedouros, em geral os poluentes atmoséricos são gerados pela queima decombustíveis nas caldeiras que produzem vapor para os processos produtivos - sejapara as operações de abate ou para as graxarias, caso estejam anexas aos abatedouros.

Resíduos (origem) Quantidade(kg/cabeça, bovino de 20 kg de

peso vivo)

Quantidade(kg/cabeça, suíno

de 90 kg de peso vivo)

Esterco (currais / pocilgas) 4, ,6

Pelos / partículas de couro(depilação)

- ,0 / ,0

Material não-comestívelpara graxaria (ossos,gordura, cabeça, partes

condenadas, etc. - abate)

9 8

Tabela 4 - Quantidades médias dos principais resíduos gerados em abatedouros(bovinos e suínos)

Page 60: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 60/98

 

60

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Neste caso, óxidos de enxore e de nitrogênio e material particulado são os principaispoluentes a considerar.Há também o potencial de liberação de gases rerigerantes dos sistemas de rerigeraçãoque servem as câmaras rias, devido a perdas ugitivas ou acidentais. Gases à base deCFCs (cloro-uor-carbonos) são prejudiciais à camada de ozônio da atmosera.Um problema que pode ser muito sério para os abatedouros, é o odor ou a emissãode substâncias odoríeras - gás sulídrico (H2S) e várias outras substâncias contendoenxore (como as mercaptanas), bem como diversos compostos orgânicos voláteis(COVs). Uma vez que as operações destas indústrias envolvem a geração e o manuseiode materiais altamente putrescíveis, a origem destas substâncias está principalmenteno gerenciamento inadequado destes materiais, incluindo o dos euentes líquidosindustriais. Por exemplo, sistemas de tratamento de euentes inadequados e/ou com

dimensionamento incompatível com as cargas a serem tratadas e/ou mal operados(com choques de carga, operação defciente, etc), certamente gerarão substânciasodoríeras em quantidades muito superiores àquelas já geradas em condiçõescontroladas e adequadas de operação.Da mesma orma, o manuseio incorreto dos vários resíduos sólidos gerados (materiais paragraxarias, esterco, conteúdos estomacais e intestinais, lodos das estações de tratamento deeuentes, etc.) e do sangue, o que normalmente envolve acondicionamento inadequadoe/ou tempo excessivo entre sua geração e sua destinação ou processamento, acarreta aormação e emissão de várias substâncias odoríeras.Particularmente nas operações de eventuais graxarias anexas, além do manuseio e

eventual armazenagem da matéria-prima, o próprio processo de cozimento ou digestãodo material é uma onte signifcativa de substâncias responsáveis por odor (COVs, etc.).

3.7 RuídoAs principais ontes de ruído nos abatedouros são:• setores de recebimento e expedição: movimentação de veículos (cargas e descargas) e sonsemitidos pelos próprios animais, durante sua condução (principalmente pelos suínos);• operações de corte com serras elétricas;• operação de produção de rio (rerigeração) – compressores;• operação de produção de vapor (setor de caldeiras);Do ponto de vista de impacto ambiental, o ruído passa a ser um problema quandoincomoda a população que vive no entorno das unidades produtivas. 4. Medidas de Produção mais Limpa (P+L)

Page 61: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 61/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 62: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 62/98

 

62

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 63: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 63/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

4. Medidas de Produção

mais Limpa (P+L)

Page 64: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 64/98

 

64

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

De orma geral, pode-se dizer que a principal estratégia para P+L eetiva nosabatedouros, é:“coletar e separar todo material orgânico secundário (que não seja produtodireto), gerado ao longo do processo produtivo, da orma mais abrangente eeciente possível, evitando que se juntem aos efuentes líquidos, e maximizar oseu aproveitamento ambientalmente adequado, com o menor uso possível deinsumos e recursos (água, energia, etc.)”.As medidas e técnicas de P+L apresentadas a seguir constituem um apanhado geraldo que se encontrou em literatura especializada sobre o assunto, bem como do quese observou em visitas técnicas a algumas empresas deste setor industrial. Portanto,algumas delas já são realizadas por uma série de empresas, que compreenderame comprovaram sua eetividade e seus beneícios. No entanto, esta publicação não

esgota o assunto: a pesquisa e as visitas têm seus limites e certamente outras medidasde P+L podem ser identifcadas e/ou desenvolvidas pelo próprio setor produtivo, emunção de seu conhecimento e de sua experiência. Além disso, como é natural ao longodo tempo, novas idéias, técnicas e tecnologias que levam a uma P+L, vão surgindo ecertamente devem ser consideradas oportunamente.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: é comum as medidas de P+L trazerem beneíciossignifcativos, em termos de melhoria de desempenho ambiental e de ganhoseconômicos. No entanto, quando se trata de setores da indústria alimentícia, é

importante verifcar que estas medidas não coloquem em risco a segurança dosprodutos da empresa. Recomenda-se que as iniciativas de P+L considerem esta questãoe que elas sejam discutidas com as autoridades sanitárias responsáveis pela fscalizaçãoda empresa. Sugere-se, portanto, que a viabilização de medidas de P+L seja conduzidasempre em consenso com as autoridades sanitárias.

O oco das ações de P+L deve direcionar-se, preerencialmente, aos aspectosambientais mais signifcativos, que possuem os maiores impactos ambientais. No casode abatedouros, o consumo de água, o volume e a carga dos euentes líquidos e oconsumo de energia são os principais, seguidos de resíduos sólidos e de emissão desubstâncias odoríeras. 4.1 Uso Racional de Água

Antes de tudo, é importante implementar de orma eetiva e consolidada, a mediçãoconfável do consumo de água da empresa. Deve-se medir o consumo total e oconsumo em alguns pontos do processo onde o uso de água é signifcativo. Isto implicaem aspectos como:

• seleção e aquisição de medidores adequados (com totalizadores de volume, tipohidrômetros), de boa qualidade;• instalação correta, de acordo com recomendações dos abricantes, para seu bomuncionamento;• garantia de aerição periódica dos medidores por entidades capacitadas e reconhecidas;

Page 65: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 65/98

 

6

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• rotina eetiva de leitura, registro e análise dos dados de consumo de água geradospelos medidores.Uma vez implementada esta medição, recomenda-se defnir e calcular rotineiramenteindicadores de consumo, como por exemplo: [consumo de água/cabeça], [consumode água/t produtos], [consumo de água/t produto X]. Isto eito, pode-se iniciar umgerenciamento do consumo de água mais adequado e eetivo para a empresa.Estratégias para redução do consumo de água podem envolver soluções tecnológicas(melhorias de equipamentos e das instalações atuais ou a instalação de novosequipamentos, por exemplo). Porém, uma revisão dos procedimentos e práticasoperacionais, tanto de produção como de limpeza e higienização, podem representaralguns dos ganhos e beneícios mais signifcativos para os abatedouros.Seguem algumas estratégias para redução do consumo de água.

• utilizar técnicas de limpeza a seco o quanto or possível, em todas as áreas, pisos esuperícies antes de qualquer lavagem com água – nos caminhões de transporte dosanimais, nos currais e nas pocilgas, nos corredores de condução dos animais e em todasas áreas produtivas, incluindo as superícies externas e internas de equipamentos deprocessamento de carnes (abricação de derivados da carne) e da graxaria. Varrição,catação e raspagem dos resíduos são técnicas possíveis. Equipamentos que recolhemresíduos à vácuo (como “aspiradores”) podem acilitar a coleta e o direcionamentodestes resíduos para destinação e processamento adequados;• após as limpezas a seco, utilizar sistemas de alta pressão e baixo volume para azer aslavagens com água;

• controlar o nível de água no tanque de escaldagem de suínos, evitandotransbordamentos e/ou perdas pelo ladrão do tanque; para novas instalações, priorizaro uso de técnicas que utilizam menos água – escaldagens por “spray” de água quenterecirculante, à vapor e por condensação (ar quente úmido);• azer o esvaziamento do conteúdo dos estômagos ou buchos (rúmens, etc.) a seco,instalando sistema de transporte do material removido que não utilize água (porexemplo, esteira ou rosca transportadora echadas ou com proteções / dispositivosque impeçam queda ou perda do material durante o transporte);• realizar, o quanto possível, esvaziamento das tripas a seco, separando e destinandoadequadamente o material removido, para que não se junte aos euentes líquidos;• utilizar uxos de água descontínuos, intermitentes ao invés de uxos contínuos nasmesas de lavagem e processamento das vísceras – sistemas automáticos com “timers”que abrem / echam as válvulas de água para as mesas, com tempos de abertura eechamento regulados de orma a ornecer a mínima quantidade de água necessáriapara o processamento das vísceras; esta quantidade mínima deve ser investigada edeterminada pelos responsáveis e operadores do setor de evisceração, de acordo comas instalações e regime de produção;• utilizar técnicas e/ou sistemas para transporte de vísceras e outros sub-produtos ouresíduos que não utilizem água ou que reduzam o seu consumo;

• utilizar sistemas de acionamento automático do uxo de água (sensores de presença,por exemplo) nas estações de lavagem das mãos, de esterilização de acas e em pontosde lavagem de vísceras e outras partes; pedais, botões ou outro sistema prático deacionamento mecânico são opções possíveis;• esterilizadores de acas e outros equipamentos: utilizar o mínimo uxo de água

Page 66: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 66/98

 

66

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

quente necessário e controlado e dotar o equipamento de isolamento (parede dupla)ou de camisa de aquecimento (água quente ou vapor) para manter / controlar melhor atemperatura desejada; buscar métodos e/ou sistemas alternativos que possam utilizarmenos água – via “spray”, ao invés de imersão, esterilizadores com ultra-som, à vapor,com ar quente conjugado, etc.;• utilizar, onde possível, sistemas de lavagem das carcaças com echamento / aberturaautomática de água, em sincronia com a movimentação das carcaças nos trilhos aéreos:tem carcaça, abre água – não tem carcaça, echa água;• dotar todas as mangueiras de água com gatilhos, na sua extremidade de uso, paraacionamento do uxo de água pelos operadores somente quando necessário; nomínimo, as válvulas para echamento / abertura da água para mangueiras devem estar“sempre” próximas aos operadores;

• utilizar “timers” para comandar abertura / echamento de válvulas de água nosdispositivos e máquinas de lavagem das vísceras;• utilizar, onde or possível, bocais com “sprays” (ou chuveiros, no mínimo) nos pontos desaída/uso de água, ao invés de tubos perurados ou saídas de tubos livres; recomenda-se trocar estes bocais quando sua vazão de água alcançar cerca de 0% acima daquelade projeto; bocais eitos de aço inoxidável e nylon são mais resistentes à abrasão eassim, duram mais;• instalar sistemas de limpeza CIP (“cleaning-in-place”) para equipamentos echados– ex.: tubulações, tanques, evaporadores, cozinhadores/digestores, etc. - para novasunidades ou ampliações;

Além destas sugestões, algumas alternativas de reusos/reciclagens de água paraconsideração e avaliação são:• águas de sistemas de resriamento, descongelamento de câmaras rias e de bombasde vácuo: reuso para a lavagem dos animais e/ou de caminhões, de currais e de pocilgase/ou de pátios (ou onde possível);• água de lavagem dos couros e/ou salmouras: manter em circuito echado, comremoção de sólidos em suspensão, azendo apenas reposição de perdas;• água da lavagem fnal dos buchos e das tripas: uso para lavagens iniciais ou lavagensnão-críticas na própria triparia, por exemplo (ou onde possível);• água da lavagem dos suínos após o chamuscamento, ou proveniente da lavagem dascarcaças: utilizar na área de abate (na escaldagem ou lavagem de piso, durante o abate,por exemplo – ou onde possível);• águas do piso do abate e/ou da lavagem das carcaças e/ou das mesas de vísceras e/oudas pias de lavagem das mãos: utilizar para a lavagem inicial das tripas ou total, no casodelas serem enviadas para a graxaria;• uma parte fnal da água do último enxágüe do dia (após a produção): utilizar nosprimeiros enxágües em lavagens do dia seguinte (ou onde possível);• condensados do sistema de rerigeração e da purga das caldeiras: reuso onde possível;• água de lavagem das carcaças bovinas: aproveitamento na lavagens da graxaria, de

caminhões, transporte de materiais para a graxaria, por exemplo (ou onde possível);• água dos esterilizadores de acas e outros equipamentos: envio para a escaldagem(suínos), para lavagem inicial dos currais / pocilgas, por exemplo (ou onde possível);• condensados de vapor das caldeiras: retorno para as caldeiras (de cozinhadorescontínuos, por exemplo), o quanto possível;

Page 67: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 67/98

 

67

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• água das pias de lavagem das mãos: uso como auxiliar no transporte de materiaispara a graxaria (nos “chutes”) ou para os “sprays” de peneiras rotativas (na ETE), porexemplo (ou onde possível).• euente tratado fnal: utilizar nas áreas externas, por exemplo ou onde possível.

OBS.: reuso/reciclagem de água implica em investimento inicial para segregação,coleta, armazenamento, eventual tratamento e distribuição até o ponto de utilizaçãodesta água. Sua qualidade e a aplicação pretendida defnem necessidade ou nãode algum tratamento prévio para adequar e/ou manter esta qualidade – se não ornecessário, melhor, mas às vezes, mesmo com algum tratamento, a reciclagem podeser compensadora. Assim, é necessário analisar caso a caso, considerando vantagense desvantagens do reuso/reciclagem potencial rente à situação atual – sem reuso/

reciclagem; a idéia é procurar combinações [águas disponíveis para reusos/reciclagenspotenciais X aplicações potenciais] que sejam vantajosas – sempre preservando asegurança dos produtos da empresa e consultando o órgão ambiental competente.

Como uma orientação geral, pode-se dizer que o uso de água potável deve ser restritoaos pontos em que este tipo de água é eetivamente necessário e na quantidadenecessária, sem desperdício. Por exemplo, para lavagem de caminhões e de currais oupocilgas, não é necessário utilizar água potável ou pelo menos, somente ela.

4.2 Minimização dos Efuentes Líquidos e de sua Carga Poluidora

Da mesma orma que para o gerenciamento do consumo de água, a medição eetivae rotineira das quantidades de euentes líquidos gerados (euentes brutos) e deeuentes fnais emitidos pela empresa é importante. Valem as mesmas recomendaçõesdadas para a medição do consumo de água (medidores, registros, análise, etc.). Assim,recomenda-se medir, adequada e rotineiramente, os euentes líquidos brutos totais(gerados), alguns euentes individuais críticos (de volume e/ou carga poluente altos) eos euentes líquidos tratados, lançados para ora da empresa.Neste caso, além da medição dos volumes dos euentes, deve-se medir ou analisar,de orma adequada e rotineira, as concentrações dos principais parâmetros quecaracterizam estes euentes: DBO, DQO, óleos e graxas, nitrogênio total, cloreto,etc. Desta orma, pode-se monitorar e avaliar as várias cargas de poluentes geradase emitidas pela empresa, resultados das multiplicações das vazões de euentes pelassuas respectivas concentrações. Assim como para a água, defnir, calcular e acompanharrotineiramente os indicadores relacionados com o abate e/ou com a produção: [volumede euentes líquidos gerados/cabeça ou /t produtos], [kg DQO/cabeça ou /t produtos],[kg óleos e graxas/cabeça ou /t produtos], etc.Com relação à redução da quantidade ou do volume dos euentes líquidos, as medidascolocadas no item anterior dão contribuição signifcativa – seja por redução direta

do consumo de água tratada ou por redução indireta deste consumo, via reuso oureciclagem de águas usadas.No que se reere à diminuição da carga poluidora dos euentes, a limpeza prévia eoperações a seco, também citadas no item anterior, desempenham papel undamentale como o sangue é um dos maiores responsáveis pela carga orgânica poluente dos

Page 68: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 68/98

 

68

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

abatedouros, esta medida também é muito importante para o sangue.A premissa ou oco principal para redução da carga poluidora dos euentes líquidos, é:

“evitar, o quanto or possível, o contato matéria orgânica / água efuente – ouseja, evitar que a carga orgânica dos efuentes aumente pelo aporte de material

orgânico (sangue, material do bucho, aparas de carne e de gordura, etc.). Istoimplica em capturar, o quanto possível, os materiais ou resíduos antes que

entrem nos drenos e canaletas de águas residuais”.

Algumas estratégias são destacadas a seguir:

• garantir que as áreas de currais, pocilgas e de eventuais estoques de matérias-primas e

de resíduos sejam cobertas e isoladas no seu entorno ou perímetro (com canaletas dedrenagem, por exemplo), para que águas pluviais não arrastem resíduos e matéria orgânica;

• projetar, alocar e operar os bebedouros dos currais e pocilgas de orma a evitar ouminimizar transbordamentos de água para o piso, gerando lamas ou euentes líquidos;os bebedouros também devem ser instalados sobre base de concreto e protegidos dedanos causados pelos animais;

• remoção de sangue:

• deve-se ter dois sistemas de dreno na área de sangria: um sistema de drenos de coletade sangue (para seu aproveitamento posterior) e outro sistema de drenos para águasresiduais (euentes);

• maximizar a coleta e segregação de sangue bruto para seu aproveitamento,adequando as instalações de coleta (cochos, calhas, canaletas e suas abas laterais) e oprocedimento de sangria (ex.: permitindo tempo sufciente para sangria, tipicamentecerca de 7 minutos e minimizando queda de sangue ora do sistema de coleta);

• azer a varrição e a raspagem (com rodos, etc.) do sangue bruto, sem uso de água, noscochos, calhas e canaletas de coleta, direcionando o material para os drenos de coleta;

• nos momentos de lavagem destas instalações de coleta, após varrição e raspagem,iniciar a lavagem com pouca água, direcionando-a para os mesmos drenos de coletade sangue; somente após esta primeira lavagem, echar os drenos de coleta, abrir osdrenos para águas residuais (euentes) e terminar a lavagem.

• em todas as operações que geram aparas de carne, de gorduras, ligamentos etecidos diversos (“toilette” / limpeza das carcaças e das vísceras, desossa, etc.), instalar

dispositivos para coleta direta deste material (como esteiras transportadoras e/ourecipientes de coleta) e treinar os operadores para que utilizem eetivamente estesdispositivos, minimizando queda destes materiais nos pisos;• reorçando: azer a limpeza prévia a seco, removendo os materiais sólidos que caemnos pisos e superícies de instalações e equipamentos das áreas do abate para a rente

Page 69: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 69/98

 

69

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

(incluindo áreas de graxaria, se existirem), bem como do interior dos equipamentos, daorma mais rigorosa possível, antes de qualquer lavagem com água (lembrar que alémde reduzir carga nos euentes, estes materiais podem transormar-se em produtos ousubprodutos!!!);

• usar jatos ou “sprays” de água com pressão menor que 0 bar para minimizar aremoção e arraste de gorduras das carcaças, durante sua lavagem;

• na limpeza do tanque de escaldagem dos suínos, enviar o lodo depositado no undopara a graxaria ou destiná-lo adequadamente, isolado ou com outro(s) resíduo(s)sólido(s) – ou seja, não drenar este lodo para os euentes; pode-se azer isto instalando-se uma saída / válvula lateral a cerca de cm acima do undo do tanque, para drenar a

água de escaldagem e uma válvula de undo, para dreno e coleta do lodo;

• minimizar a quantidade de sal (cloreto de sódio) para a conservação de peles oucouros- utilizar a quantidade estritamente necessária para o período de conservação desejado;Exemplo: o consumo típico de sal é de cerca de 0 kg/t de peles; para a conservação daspeles até 6 semanas, é possível usar cerca de 0 kg/t de peles (UNEP; DEPA; COWI, 2000).

• utilizar biocidas alternativos, de menor impacto ambiental, em conjunto com o sal,para a conservação de peles ou couros;

Exemplo de biocidas alternativos: di-metil-tiocarbamato de sódio ou potássio, produtosà base de ácido acético, clorito de sódio (CETESB, 200); a adição de biocidas podereduzir a quantidade necessária de sal para cerca de 0 kg/t de peles (UNEP; DEPA;COWI, 2000).

• separar e enviar o limo ou a mucosa e as gorduras da limpeza das tripas para a graxariae não para os euentes líquidos;

• caso haja graxaria anexa:

• dar preerência ao processo de cozimento / digestão das matérias-primas a seco(aquecimento indireto);

• dar preerência ao processo de cozimento / secagem do sangue em secadorescontínuos, com aquecimento indireto e mistura mecânica;

• evaporar as águas geradas no cozimento por processo úmido (processo deaquecimento por injeção direta de vapor no material), ao invés de lançá-las para os

euentes, juntando o material seco ou concentrado resultante às arinhas;

• evaporar a água do soro separado de sangue coagulado (antes de seu cozimento /secagem), ao invés de descartá-lo como euente líquido, direcionando o material secoou concentrado resultante para a produção das arinhas.

Page 70: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 70/98

 

70

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

• grades ou telas peruradas nos drenos, ralos e canaletas de águas residuais das áreas produtivas:

• não se deve ter drenos / ralos / canaletas sem grades e telas, que retêm o materialsólido e evitam que este se junte aos euentes; operadores devem ser orientados paraque não retirem as grades e telas dos drenos durante as operações de produção e delimpeza; há drenos / ralos com tampas rosqueáveis, o que desencoraja sua abertura;

• revisar periodicamente todas elas, garantindo que estejam operando eetivamente(sem buracos maiores ou rompimentos, bem assentadas, etc.);

• verifcar se suas aberturas (malhas) são adequadas para reter eetivamente os materiais

gerados no local;

• verifcar possibilidade de se instalar dispositivos com telas em cascata (tela(s) maisaberta(s) com tela(s) mais echada(s) na seqüência);

• remover o material retido das grades e telas o quanto or possível, dentro da rotina eperiodicidade de limpeza da unidade, destinando-o adequadamente.

• azer o gerenciamento das quantidades de água e de produtos de limpeza e sanitização,visando sua otimização – usar somente as quantidades estritamente necessárias para

obter os graus de limpeza e higiene requeridos. Sistemas dosadores adequadamenteregulados e/ou recipientes calibrados com as quantidades corretas de produtos sãoimportantes para este controle;

• questionar os procedimentos de limpeza e sanitização existentes e testar eventuaisalternativas que possam levar à sua otimização (minimização dos usos de água e de produtosde limpeza e sanitização), sem prejuízo da segurança dos produtos da unidade;

• utilizar detergentes alternativos que tenham eetivamente sua ação desejada, mastambém minimizem impactos ao meio ambiente; por exemplo, procurar substituirdetergentes à base de nonil-enol-etoxilato (NPE) e de alquil-benzeno-sulonatoslineares (LAS), uma vez que estas substâncias são tóxicas para organismos terrestrese aquáticos (há diretiva da União Européia que proibe o uso de detergentes à basedestas substâncias em abatedouros e rigorífcos – Diretiva do Conselho 200//EC,26a. emenda da Diretiva do Conselho 76/769/EEC);

• evitar ou reduzir o uso de agentes de limpeza e de desinecção à base de cloro ativo,pois, como conseqüência, ormam-se compostos orgânicos halogenados, dentre eleshidrocarbonetos clorados, que são perigosos e prejudicam o tratamento biológico

dos euentes líquidos, principalmente o anaeróbio; entre as opções, estão produtossanitizantes à base de ácido peracético, por exemplo, embora este e outros alternativossejam usualmente mais caros; uma ação importante, que ajuda neste aspecto, é arealização de uma boa limpeza prévia com detergente isento de cloro ativo, pois istoreduz a quantidade de sanitizante a ser utilizado depois.

Page 71: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 71/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

4.3 Uso Racional de Energia

Novamente, para um gerenciamento adequado, a medição correta e rotineira dosconsumos de energia elétrica, de vapor e de combustíveis, é essencial – pelo menosdas quantidades totais. Da mesma orma que para a água e para os euentes líquidos,a defnição, o cálculo e a avaliação de rotina de indicadores relacionados à produção éimportante: [kWh/cabeça ou /t produtos], [t vapor/cabeça ou /t produtos], [litros ou mou kg combustível/cabeça ou /t produtos].Em muitos casos, economias substanciais de energia podem ser obtidas rapidamente,com pouco ou nenhum investimento. Ganhos adicionais podem ser realizados com ouso de equipamentos energeticamente mais efcientes e com sistemas de recuperação

de calor. Algumas medidas para racionalizar o uso de energia em abatedouros, estãona seqüência.

• implementar programas de desligamento de chaves/interruptores elétricos associadosa sensores, para desligar luzes e equipamentos quando seu uso é desnecessário ou háparada na produção;

• desligar as câmaras rigorífcas por certos períodos, uma vez que se tenha atingido astemperaturas necessárias para preservação dos produtos, que as câmaras permaneçamechadas por horas e não se comprometa a qualidade dos produtos (ex.: em horário de

pico de demanda ou outro período, desde que viável) – para maior segurança nestamedida, garantir boa vedação das câmaras;

• utilizar água quente somente onde realmente necessária e sem desperdício - emgeral, em áreas com resíduos gordurosos; sangue e caldos de carne, materiais proteicos,tendem a grudar nas superícies, com o calor – para estes, melhor iniciar lavagem comágua ria;

• isolar termicamente e se possível, cobrir tanques de escaldo de suínos, para diminuirperdas de energia;

• isolar termicamente tubulações de sistemas de aquecimento e de rerigeração;

• instalar motores de alto rendimento, principalmente onde se demanda potênciasmaiores: guincho de levantamento de bovinos, sistema de esola de bovinos (comrolete), compressores, moinhos trituradores da graxaria, etc.;

• recuperar calor residual de correntes quentes como euentes líquidos, gases decombustão das caldeiras, vapores / gases de exaustão dos digestores / secadores da

graxaria, de compressores, etc- ex.: para aquecer ou pré-aquecer água ou materiais(alimentação de cozinhadores / digestores / secadores);

• manter sistemas de ar comprimido e de geração e distribuição de vapor semvazamentos – dentro de um programa de manutenção preventiva, azer “operações

Page 72: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 72/98

 

72

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

caça-vazamentos” periódicas;

• otimizar e manter as efciências de combustão nas caldeiras;

• utilizar iluminação natural, o quanto possível;

• utilizar sistemas de iluminação ou lâmpadas mais efcientes, econômicas;

• utilizar sensores de proximidade/presença em salas e/ou áreas para desligar luzesquando não houver pessoas;

• executar um bom programa de manutenção para garantir uso efciente de energia

pelos equipamentos.

4.3.1 Fontes Alternativas de EnergiaRecomenda-se, sempre que possível, utilizar ontes renováveis: biomassa em geral(madeira, bagaço de cana, etc.) e biogás.Além disso, tem-se verifcado iniciativas de algumas empresas na utilização de seboe gorduras (das graxarias, removidas da produção e das estações de tratamento deeuentes) como combustíveis nas caldeiras, em substituição a combustíveis tradicionais(óleo BPF, madeira e gás). O que se recomenda, a princípio, é a queima apenas do sebo dasgraxarias, sem inclusão direta de outros resíduos do processamento animal para queima

conjunta, se outras alternativas de uso ou destinação do sebo não orem viáveis. Como setrata de um combustível com propriedades fsico-químicas (poder calorífco, densidade,viscosidade) distintas daquelas do óleo combustível, é importante verifcar a necessidadede alterar a confguração dos queimadores (algumas experiências existentes indicam quepoucas alterações são necessárias). O odor, eventualmente gerado, pode ser minimizadose a queima or bem eita, com boa regulagem da combustão. Assim sendo, espera-se quea emissão de odores seja eliminada pela alta temperatura e o tempo de residência dosgases na câmara de combustão; neste aspecto, a purifcação do sebo na sua produção,também é um ator importante e deve ser eita da melhor orma possível – a princípio,quanto mais puro o sebo, menor o odor gerado na sua queima; vantagens potenciais:

• redução do uso de combustível óssil;• eventual redução de custos por tonelada de vapor produzida (dependendo dasefciências de combustão e dos preços/custos relativos dos combustíveis);• redução da geração de SO2 (sebo tem baixo teor de enxore ou quase nenhum);• redução de riscos de poluição associados ao transporte de sebo, se este é queimadonas unidades produtivas que o geram.

Lembra-se que, como toda modicação de processo (incluindo matérias-primas

e insumos – no caso, combustíveis) ou de onte de poluição (no caso, caldeiras),esta alteração deve ser comunicada ao órgão ambiental e ser devidamentelicenciada.

4.4 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos

Page 73: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 73/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Da mesma orma que para a água, os euentes líquidos e a energia, recomenda-se mediradequadamente os resíduos sólidos gerados na unidade produtiva. Isto envolve azera segregação ou separação dos resíduos, seu acondicionamento, sua quantifcação, osregistros dos dados e sua respectiva avaliação de orma rotineira e adequada. No casode pesagem dos resíduos, balanças de boa qualidade, adequadas para as quantidadesenvolvidas, devem ser selecionadas, adquiridas, devidamente instaladas e calibradasperiodicamente. A defnição, cálculo e acompanhamento de indicadores relacionadosà produção, são importantes – por exemplo:• [kg resíduos de piso área interna/cabeça, ou /t produto];• [kg esterco e conteúdos estomacais e intestinais prensados/cabeça, ou /t produto];• [kg ou litros sangue processado ou retirado da empresa/cabeça, ou /t produto];• [kg embalagens danifcadas-descartadas/cabeça, ou /t produto];

• [kg produtos danifcados-descartados/cabeça, ou /t produto];• indicador indireto: [kg arinha carne-ossos/cabeça, ou /t produto] – desde que a produçãodesta arinha possa ser relacionada com os resíduos gerados somente no abatedouro ourigorífco, com a produção local de carne ou de seus derivados e o processo de produçãode arinha esteja sob controle, para que se exclua suas eventuais inuênciasOBS.: é importante cuidar para que a umidade dos resíduos medidos seja “padronizada”,ou seja, deve ser conhecida e variar o mínimo possível - aixa estreita de valores;procedimentos de coleta, manuseio e acondicionamento dos resíduos inuem na suaumidade e portanto, devem ser defnidos, padronizados.

A orientação básica de P+L para os resíduos é praticar sempre os “Rs”, de orma cíclicaou periódica, nesta ordem:

• º.: Reduzir a geração de resíduos (nos processos produtivos e operações auxiliares);• 2º.: Reusar os resíduos “inevitáveis” (aproveitá-los, sem quaisquer tratamentos);• º.: Reciclar os resíduos “inevitáveis” (aproveitá-los após quaisquer tratamentos necessários)

OBS.: para os 2o. e o. passos, procurar esgotar primeiro as possibilidades deaproveitamento interno, nas próprias atividades da unidade produtiva; somentedepois, procurar alternativas de aproveitamento externo, em instalações de terceiros.

Os resíduos que restarem dos “Rs”, devem ser segregados, coletados, acondicionados edestinados adequadamente, de acordo com normas técnicas e com a legislação ambiental.No caso de abatedouros, reusos, reciclagens e disposição fnal de resíduos sólidossão as ações mais comuns. Muitos resíduos encontram utilização e aproveitamento,como aqueles processados nas graxarias. Portanto, uma das ações básicas é maximizaro aproveitamento ambientalmente adequado dos resíduos, sempre buscando-sealternativas para isto. Desta orma, minimiza-se os impactos ambientais destes resíduose pode-se diminuir o custo de seu gerenciamento.

Seguem algumas medidas que podem ser destacadas com relação ao gerenciamentodos resíduos sólidos.

• procurar minimizar alimentação dos animais que gere conteúdos estomacais eintestinais, tanto no manejo para encaminhamento aos abatedouros e rigorífcos

Page 74: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 74/98

 

74

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

como nos seus currais e pocilgas; usar dieta líquida, por exemplo (prática corrente),e/ou outra técnica viável, o quanto or possível (trabalho local e em conjunto com osornecedores dos animais);

• minimizar a geração de resíduos do abate e do processamento das carcaças e dacarne (aparas de carne e de gordura, por exemplo), dentro dos limites estabelecidospela regulamentação do setor e em unção dos produtos e subprodutos de interesseda empresa;

• coletar e segregar ou separar todos os resíduos por tipos, isolados ou em gruposcompatíveis, evitando que se misturem (contaminem-se entre si) e que se juntem aoseuentes líquidos; isto aumenta as possibilidades de seu aproveitamento (reuso ou

reciclagem), pode diminuir custos de sua destinação e a torna mais adequada;

• segregar correntes de euentes de alta carga (ex.: linha “verde” - lavagem de pátios ecaminhões, currais e pocilgas, corredor de condução dos animais / seringa, bucharia e triparia– áreas praticamente isentas de sangue; linha “vermelha” - abate/sangria, esola, escaldo,evisceração, limpeza e lavagem das carcaças, processamento de vísceras, couro e cabeça,câmaras rias, corte e desossa – áreas com presença signifcativa de sangue – e graxaria); estasegregação acilita e melhora parte da coleta separada dos resíduos sólidos;

• sangue: coletar a maior quantidade possível e manejá-lo com os cuidados necessários

(acondicionamento adequado para preservação, sem derramamentos, etc.) para quetodo ele possa ser transormado em subprodutos (arinhas, derivados de sangue –plasma, albumina, etc.), seja na própria unidade ou em terceiros;

• esterco, conteúdos estomacais e intestinais, materiais retidos em grades e peneirase os lodos gerados nas estações de tratamento dos euentes líquidos: coletá-los eacondicioná-los adequadamente (áreas cobertas, sobre solo protegido com contençãolateral ou em recipientes sem vazamentos, durante o mínimo tempo possível antesde seu processamento ou destinação) - algumas alternativas observadas para estesresíduos são o seu uso como insumos na abricação de ertilizantes, de compostosorgânicos para adubos (a partir de compostagem) e para a produção de biogás, viadigestão anaeróbia (verifcar necessidade de autorização dos órgãos competentes);

• verifcar quais resíduos adicionais poderiam também ser processados em graxarias,além daqueles já em processo – por exemplo, alguns resíduos da estação de tratamentode euentes (materiais de gradeamento e peneiramento, gorduras, lodos, etc.);

• resíduos das operações auxiliares e de utilidades (citados no item . - tratamento deágua, outros resíduos do tratamento de euentes, caldeiras, manutenção, almoxariado

e expedição, etc.): seguir a mesma orientação básica (“Rs”).

Na alta de alternativas que confgurem reúso e/ou reciclagem viáveis e ambientalmenteadequados, os resíduos devem ser acondicionados e destinados de orma a eliminar ouminimizar quaisquer impactos ambientais e danos à saúde pública.

Page 75: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 75/98

 

7

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

4.5 Minimização de Emissões Atmoséricas e de Odor

Conorme já comentado, as emissões atmoséricas dos abatedouros provém, emgeral, de processos de combustão, sendo neste caso recomendável cuidados comesta operação. Já o odor, geralmente, está relacionado à putreação ou degradaçãobioquímica de matéria orgânica, e tem estreita correlação com a correta gestão demateriais, produtos, resíduos e euentes. A seguir, algumas sugestões neste sentido.

4.5.1 Substâncias Odoríeras• todos os resíduos devem ser recolhidos e acondicionados em áreas secas e cobertas,de preerência echadas;

• todos os resíduos devem ser armazenados pelo menor período de tempo possívelantes de seu processamento ou de sua retirada da unidade para processamento porterceiros – uma reerência básica é um tempo máximo de 24 horas; caso haja necessidadede estocagem por tempos maiores, procurar utilizar algum meio de preservação dosresíduos (por exemplo, uso de rerigeração para os materiais destinados a graxarias);

4.5.2 Material Particulado e Gases

• operar as caldeiras de orma otimizada, com a máxima efciência de combustãopossível do sistema, minimizando a emissão de material particulado e gases derivados

de combustão incompleta;• utilizar ontes de energia para combustão mais limpa: gás natural ao invés de óleoscombustíveis, por exemplo;• planejar e executar substituição de gases rerigerantes à base de CFCs por outrosmenos danosos à camada de ozônio – ex.: HFC (R-4a), amônia.

4.6 Minimização de Ruído

Assim como para várias medidas de P+L, aquelas destinadas à minimização de ruídosão mais eetivas e mais baratas quando planejadas no projeto das unidades produtivas.Por exemplo:• selecionar, dentre as alternativas adequadas e viáveis, equipamentos com menoresemissões de ruído;• instalar equipamentos ruidosos em uma ou mais salas echadas e/ou dotá-los debarreiras acústicas especialmente projetadas para eles;• posicionar operações ruidosas, bem como áreas de movimentação e estacionamentode veículos, aastadas o quanto possível de atuais ou uturas áreas sensíveis a ruídos;• azer “layout” dos ediícios posicionando-os de orma a usá-los como barreirasacústicas, aproveitando, também, a própria topografa do local.

De orma mais específca, tem-se:• alocar áreas de recepção de animais, currais e pocilgas, bem como equipamentosruidosos, aastados o quanto possível das comunidades locais, procurando utilizar atopografa local como barreira acústica;• operações ruidosas devem ser realizadas durante os períodos do dia onde há maior

Page 76: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 76/98

 

76

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

tolerância a ruídos – ou seja, quando estes se conundem com os ruídos naturais ou deundo do local;• procurar planejar a produção e a chegada dos animais de orma que estes sejamabatidos e processados no mesmo dia – o quanto or possível -, evitando que passem anoite nos currais e pocilgas (unidades produtivas próximas a núcleos populacionais);• manter os equipamentos em bom estado, para evitar eventuais aumentos de ruído pordesgastes ou avarias;• planejar e executar rotas de veículos pesados de orma a evitar ou minimizar suapassagem pelas comunidades locais e se necessário, restringir ao máximo seu tráegoem horários mais sensíveis aos ruídos.

4.7 Medidas de P+L - Quadro Resumo

Na seqüência, as medidas de P+L estão colocadas numa tabela, onde se procura situá-las quanto:• às principais etapas do processo ou áreas da unidade para aplicação• aos principais beneícios potenciais de sua aplicação• ao tamanho relativo do investimento necessárioQuanto ao investimento relativo necessário, parte-se da hipótese de que as medidas serãoimplementadas em uma unidade que já se encontra em operação. Obviamente, paranovas unidades ou ampliações, recomenda-se que as medidas de P+L eventualmenteselecionadas para implementação sejam previstas já nos respectivos projetos, o que acilita

esta implementação e diminui seu investimento necessário. O tamanho do investimentoé unção, entre outros aspectos, do porte, da existência ou não de uma estrutura desuporte (grupo empresarial) e da saúde fnanceira de cada empresa. Depende, ainda, doque já esteja “pronto” com relação à medida de P+L a ser implementada – podem sernecessárias apenas algumas melhorias ou complementações e assim, o investimento émenor. De qualquer orma, esta classifcação relativa de investimento destina-se a umaorientação inicial, mais grosseira, para auxílio na priorização de medidas de P+L a seremselecionadas para implementação – naturalmente, um dos critérios é adotar as medidasque demandem menores investimentos.Assim, tem-se a seguinte representação:$ - investimento relativamente pequeno ou inexistente, com nenhuma ou pouca aquisiçãoe/ou alteração de equipamentos e/ou de instalações, envolvendo mais alterações deprocedimentos ou práticas operacionais, com seus respectivos treinamentos$$ - investimento relativamente médio, com algumas aquisições e/ou alteraçõesde equipamentos e/ou de instalações, podendo envolver também alterações deprocedimentos ou práticas operacionais, com seus respectivos treinamentos$$$ - investimento relativamente alto, com aquisições e/ou alterações signifcativasde equipamentos e/ou de instalações, podendo envolver também alterações deprocedimentos ou práticas operacionais, com seus respectivos treinamentos

Page 77: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 77/98

 

77

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 78: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 78/98

 

78

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

 

Medida de P+L Área / Etapa do

Procurar planejar a produção e a chegada dos animais de orma que estes sejam abatidos e processadosno mesmo dia – o quanto or possível -, evitando que passem a noite nos currais e pocilgas (unidadesprodutivas próximas a núcleos populacionais)

FornecedoresCurrais / Pocilga

Minimizar alimentação dos animais que gere conteúdos estomacais e intestinais, tanto no manejo paraencaminhamento aos abatedouros e rigorífcos como nos seus currais e pocilgas - usar dieta líquida, porexemplo (prática corrente), e/ou outra técnica viável, o quanto or possível

Fornecedores /

Projetar, alocar e operar os bebedouros dos currais e pocilgas de orma a evitar ou minimizar

transbordamentos de água para o piso, gerando lamas ou euentes líquidos; os bebedouros tambémdevem ser instalados sobre base de concreto e protegidos de danos causados pelos animais

Currais / Pocilga

Maximizar coleta e segregação de sangue bruto, adequando instalações de coleta (cochos, calhas, canaletase suas abas laterais) e procedimentos de sangria (2 drenagens, p/ coleta e p/ euente; varrição/raspagema seco; a.. água: pouca => coleta)

Sangria até Evis

Manejar todo sangue coletado com os cuidados necessários (acondicionamento adequado parapreservação, sem derramamentos, etc.) para que todo ele possa ser transormado em subprodutos (arinhas,derivados de sangue – plasma, albumina, etc.), seja na própria unidade ou em terceiros

Instalações / eqtransporte e arsangue

Controlar nível de água no tanque de escaldagem, evitando transbordamentos e/ou perdas pelo ladrãodo tanque; na construção de novas instalações / ampliações: priorizar técnicas que utilizam menos água– escaldagens por “spray” de água quente recirculante, à vapor e por condensação (ar quente úmido)

Escaldagem (suí 

Separar e enviar o lodo depositado no undo do tanque de escaldagem dos suínos para a graxaria oudestiná-lo adequadamente

Escaldagem (suí 

Minimizar a quantidade de sal (cloreto de sódio) para a conservação de peles ou couros - utilizar aquantidade estritamente necessária para o período de conservação desejado

Manejo das peesola

Utilizar biocidas alternativos, de menor impacto ambiental, em conjunto com o sal, para a conservação depeles ou couros

Manejo das peesola

Manter a água de lavagem dos couros e/ou salmouras em circuito echado, com remoção de sólidos emsuspensão, azendo apenas reposição de perdas

Manejo das peesola

Esvaziar os estômagos ou buchos (rúmens, etc.) e as tripas a seco – o máximo possível, transportando o

material removido sem uso de água (esteiras, roscas transportadoras, etc.)

Bucharia / Tripar

Utilizar uxos de água descontínuos, intermitentes ao invés de uxos contínuos nas mesas de lavagem eprocessamento das vísceras

Evisceração / Pr

Utilizar, onde possível, sistemas de lavagem das carcaças com echamento / abertura automática de água,em sincronia com a movimentação das carcaças nos trilhos aéreos: tem carcaça, abre água – não temcarcaça, echa água

Corte da carcaç

Utilizar “timers” para comandar abertura / echamento de válvulas de água nos dispositivos e máquinas delavagem das vísceras

Processa-mento

Utilizar água da lavagem fnal dos buchos e das tripas. Exemplo: para lavagens iniciais ou lavagens não-críticas na própria triparia (ou onde possível)

Bucharia / Tripar

Utilizar águas recicladas do piso do abate e/ou da lavagem das carcaças e/ou das mesas de vísceras e/oudas pias de lavagem das mãos, ao invés de água potável, para a lavagem inicial das tripas ou total, no casodelas serem enviadas para a graxaria

Bucharia / Tripar

Utilizar água da lavagem dos suínos após o chamuscamento, ou proveniente da lavagem das carcaças.Exemplo: para escaldagem ou lavagem de piso, durante o abate (ou onde possível)

Abate ou outra

Utilizar água de lavagem das carcaças bovinas. Exemplo: para lavagens da graxaria, de caminhões,transporte de materiais para a graxaria (ou onde possível)

Áreas externasgraxaria ou outr

Usar jatos ou “sprays” de água com pressão menor que 0 bar para minimizar remoção e arraste de gordurasdas carcaças, durante sua lavagem

Corte da carcaç

Enviar o lodo depositado no undo do tanque de escaldagem dos suínos para a graxaria ou destiná-lo

adequadamente, isolado ou com outro(s) resíduo(s) sólido(s) – não drenar este lodo para os euentes

Escaldagem (suí 

Separar e enviar o limo ou a mucosa e as gorduras da limpeza das tripas para a graxaria e não para oseuentes líquidos

Triparia

Isolar termicamente e se possível, cobrir tanques de escaldagem de suínos, para diminuir perdas de energia Escaldagem (su

Utilizar técnicas e/ou sistemas para transporte de vísceras e outros sub-produtos ou resíduos que nãoutilizem água ou que reduzam o seu consumo

Evisceração / BuCorte-desossa

Page 79: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 79/98

 

79

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

r

 

ocesso Beneício Potencial Investimento Relativo

Recepção / Redução da emissão de ruído $

urrais / Pocilgas Redução dos resíduos sólidos e da carga poluente dos euentes líquidos $

Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente dos

euentes líquidos; aumento do aproveitamento de esterco

$$

eração Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente doseuentes líquidos; aumento do aproveitamento de sangue (para arinhade sangue, albumina, fbrina,, etc.)

$$

ipamentos paraazena-mento de

Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente doseuentes líquidos; aumento do aproveitamento de sangue (para arinhade sangue, albumina, fbrina,, etc.)

$$

os) Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $

os) Redução do volume e da carga poluente dos euentes líquidos; aumentoda produção de sub-produtos como arinhas

$$

les/couros após Redução da carga poluente dos euentes líquidos; redução do consumode sal

$

les/couros após Redução da carga poluente dos euentes líquidos; redução do consumode sal

$

les/couros após Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

a Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente dos

euentes líquidos

$$

c. das Vísceras Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

das Vísceras Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

a Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

a Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

(suínos) Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

(currais, etc.) /s

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

Redução da carga poluente dos euentes líquidos $

os) Redução da carga poluente dos euentes líquidos $$

Redução da carga poluente dos euentes líquidos $$

os) Redução do consumo de combustível $$

haria / Triparia / Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente doseuentes líquidos

$$

Page 80: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 80/98

 

80

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Medida de P+L Área / Etapa do Processo

Instalar dispositivos para coleta direta de material em todas as operaçõesque geram aparas de carne, de gorduras, ligamentos, ossos e tecidosdiversos - Ex.: esteiras transportadoras e/ou recipientes de coleta.Treinar os operadores para que utilizem eetivamente estes dispositivos,minimizando queda destes materiais nos pisos

“Toilette” / Limpeza das carcaças e das vísCorte e desossa, etc.

Minimizar a geração de resíduos do abate e do processamento das carcaçase da carne (aparas de carne e de gordura, por exemplo), dentro dos limitesestabelecidos pela regulamentação do setor e em unção dos produtos esubprodutos de interesse da empresa

Corte e Limpeza da Carcaça / Corte e Desos

Garantir que as áreas de currais, pocilgas e de eventuais estoques dematérias-primas e de resíduos sejam cobertas e isoladas no seu entornoou perímetro (com canaletas de drenagem, por exemplo), para que águaspluviais não arrastem resíduos e matéria orgânica

Currais / Pocilgas / Recepção mat.-pArmazena-mento de resíduos

Fazer limpeza cuidadosa à seco, antes de qualquer lavagem com água– catação, varrição, raspagem, sucção de resíduos de pisos, instalações eequipamentos

Todas (incluindo os caminhões de transpoanimais)

Após as limpezas a seco, utilizar sistemas de alta pressão e baixo volumepara azer as lavagens com água

Todas

Utilizar sistemas de acionamento automático do uxo de água (sensores depresença, por exemplo) nas estações de lavagem das mãos, de esterilização

de acas, em pontos de lavagem de vísceras e outros locais; pedais, botõesou outro sistema prático de acionamento mecânico são opções possíveis

Abate e áreas seguintes; Bucharia / TriGraxaria

Dotar todas as mangueiras de água com gatilhos, para acionamento douxo de água pelos operadores somente quando necessário; no mínimo,as válvulas para echamento / abertura da água para mangueiras devemestar sempre próximas aos operadores

Todas (onde houver mangueiras)

Utilizar todo ou parte do enxágüe fnal da limpeza do dia (após a produção)– por exemplo: nos primeiros enxágües em lavagens do dia seguinte (ouonde possível)

Nas áreas onde houver lavagens

Coletar e utilizar condensados de sistemas de rerigeração e da purga dascaldeiras – onde possível

Onde possível

Coletar e utilizar condensados de vapor das caldeiras – retorno para ascaldeiras (de cozinhadores contínuos, por exemplo), o quanto possível

Caldeiras

Utilizar água das pias de lavagem das mãos – por exemplo: para auxiliartransporte de materiais para a graxaria (nos “chutes”) ou para os “sprays” depeneiras rotativas (na ETE) ou onde possível

Transporte de materiais p/ graxarias / naonde possível

Page 81: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 81/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Beneício Potencial Investimento Relativo

eras / Redução da carga poluente dos euentes líquidos e aumento doaproveitamento dos resíduos sólidos

$$

a Diminuição da geração de resíduos sólidos; aumento do rendimento daprodução; redução da carga poluente dos euentes líquidos

$

ima / Redução do volume e da carga poluente dos euentes líquidos e aumentodo aproveitamento dos resíduos

$$

te dos Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente doseuentes líquidos; aumento do aproveitamento de resíduos sólidos

$

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

aria / Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos $$

Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos;redução do consumo de combustíveis (uso da purga das caldeiras em si

ou para aquecer outra corrente)

$$

Redução do consumo de água, de combustíveis e de produtos paratratamento de água para as caldeiras

$$

ETE / Redução do consumo de água e do volume dos euentes líquidos;redução do consumo de combustíveis (uso da purga das caldeiras em siou para aquecer outra corrente)

$$

Page 82: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 82/98

 

82

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Medida de P+L Área / Etapa do Processo

Utilizar euente tratado fnal - por exemplo: nas áreas externas,nos condensadores / lavadores de gases da graxaria ou ondepossível

Áreas externas / onde possível

Operar e manter adequadamente as grades ou telas peruradasnos drenos, ralos e canaletas de águas residuais das áreasprodutivas – para retenção efciente de material orgânico

Todas as áreas onde há queda de mat.sólido no piso

Controlar as quantidades de água e de produtos de limpezae sanitização, visando sua otimização. Sistemas dosadoresadequadamente regulados e/ou recipientes calibrados comas quantidades corretas de produtos são alternativas para estecontrole

Todas as áreas onde há limpezas /lavagens

Questionar os procedimentos de limpeza e sanitização existentese testar eventuais alternativas que possam levar à sua otimização(minimização dos usos de água e de produtos de limpezae sanitização), sem prejuízo da segurança dos produtos daunidade

Todas as áreas onde há limpezas /lavagens

Utilizar detergentes alternativos que tenham eetivamente suaação desejada, mas também minimizem impactos ao meioambiente

Todas as áreas onde há limpezas /lavagens

Evitar ou reduzir o uso de agentes de limpeza e de desinecção àbase de cloro ativo

Todas as áreas onde há limpezas /lavagens

Implementar programas de desligamento de chaves/interruptores elétricos associados a sensores, para desligar luzese equipamentos quando seu uso é desnecessário ou há paradana produção

Todas as áreas – priorizar maioresconsumidoras de energia

Garantir boa vedação e manutenção das câmaras rigorífcas everifcar possibilidade de seu desligamento em certos períodosdo dia, desde que não se comprometa a qualidade dos produtos(ex.: em horário de pico de demanda ou outro período)

Todas as câmaras rigorífcas

Utilizar água quente somente onde realmente necessária esem desperdício - em geral, em áreas com resíduos gordurosos;sangue e caldos de carne, materiais proteicos, tendem a grudarnas superícies, com o calor – para estes, melhor iniciar lavagemcom água ria

Todas as áreas

Isolar termicamente tubulações e tanques de sistemas deaquecimento e de rerigeração

Todas as áreas com as reeridastubulações

Instalar motores de alto rendimento, principalmente onde sedemanda potências maiores: guincho de levantamento debovinos, sistema de esola de bovinos (com rolete), compressores,moinhos trituradores da graxaria, etc.

Atordoamento / esola / sistemas dererigeração / graxarias

Recuperar calor residual de correntes quentes como euenteslíquidos, gases de combustão das caldeiras, vapores / gases deexaustão dos digestores / secadores da graxaria, de compressores,

etc. - ex.: para aquecer ou pré-aquecer água ou materiais(alimentação de cozinhadores / digestores / secadores)

Onde estiverem as correntes quentes

Manter sistemas de ar comprimido e de geração e distribuição devapor sem vazamentos – dentro de um programa de manutençãopreventiva, azer “operações caça-vazamentos” periódicas

Áreas de geração e nas redes dedistribuição de ar comprimido e vapor

Page 83: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 83/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Beneício Potencial Investimento Relativo

Redução do consumo de água e do volume dos euenteslíquidos

$$

Redução da carga poluente dos euentes líquidos e aumento doaproveitamento dos resíduos sólidos

$

Redução do consumo de água, do volume e da carga poluentedos euentes líquidos; redução do consumo de detergentes /sanitizantes

$

Redução do consumo de água, do volume e da carga poluentedos euentes líquidos; redução do consumo de detergentes /sanitizantes

$

Redução da carga poluente e/ou da toxicidade dos euenteslíquidos

$

Redução da carga poluente e/ou da toxicidade dos euenteslíquidos

$

Redução do consumo de energia elétrica $$

Redução do consumo de energia elétrica $

Redução do consumo de combustíveis, de água, de produtos delimpeza e do volume dos euentes líquidos

$

Redução do consumo de combustíveis e de energia elétrica $$

Redução do consumo de energia elétrica $$$

Redução do consumo de combustíveis $$$

Redução do consumo de energia elétrica e de combustíveis $

Page 84: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 84/98

 

84

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Medida de P+L Área / Etapa do Processo

Otimizar e manter as efciências de combustão nas caldeiras Caldeiras

Utilizar iluminação natural, o quanto possível Todas

Utilizar sistemas de iluminação ou lâmpadas mais efcientes, econômicas Todas

Executar um bom programa de manutenção para garantir uso efciente deenergia pelos equipamentos

Todas onde houver equipamentos

Utilizar ontes renováveis de energia: biomassa em geral (madeira, bagaço decana, etc.) e biogás; verifcar viabilidade de se utilizar o sebo das graxarias

Caldeiras

Coletar e segregar ou separar todos os resíduos por tipos, isolados ou emgrupos compatíveis, evitando que se misturem (contaminem-se entre si) eque se juntem aos euentes líquidos – sangue, esterco, conteúdos estomacaise intestinais, materiais retidos em grades e peneiras e os lodos gerados nasestações de tratamento dos euentes líquidos

Todas as áreas onde se geram resíduos

Acondicionar adequadamente todos os resíduos coletados (recipientes eáreas secas, com coberturas e preerencialmente echadas) e destiná-los paraaproveitamento ou para disposição fnal o mais rápido possível

Áreas de armazena-mento de resíduos

Segregar correntes de euentes de alta carga (ex.: linha “verde” e linha “vermelha”,nos abatedouros; linha de euentes da graxaria)

Todas as áreas produtivas e ETE

Garantir a escolha, o dimensionamento, a construção e a operação corretas dasinstalações de tratamento dos euentes líquidos

Tratamento de euentes líquidos

Seguir a orientação básica dos “Rs” (reduzir / reusar / reciclar) para os resíduosdas operações auxiliares e de utilidades (tratamento de água, outros resíduosdo tratamento de euentes, caldeiras, manutenção, almoxariado e expedição,etc.)

Áreas das operações auxiliares

Utilizar ontes de energia para combustão mais limpa: gás natural ao invés deóleos combustíveis, por exemplo

Caldeiras

Page 85: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 85/98

 

8

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Beneício Potencial Investimento Relativo

Redução do consumo de combustíveis, de emissão de material particulado e degases de combustão incompleta

$

Redução do consumo de energia elétrica $$

Redução do consumo de energia elétrica $$

Redução do consumo de energia elétrica $

Eliminação ou redução do consumo de combustíveis ósseis $$

Redução de carga poluente dos euentes líquidos e aumento das possibilidadesde aproveitamento dos resíduos

$$

Redução do consumo de água, do volume e da carga poluente dos euenteslíquidos; aumento do aproveitamento de resíduos sólidos; redução da emissãode substâncias odoríeras

$$

Melhora da coleta separada dos resíduos sólidos gerados nas linhas de euenteslíquidos (gradeamentos, peneiramentos, decantações, otações, etc.); melhorada efciência do tratamento dos euentes líquidos

$$

Redução da emissão de substâncias odoríeras; maior efciência no tratamentodos euentes líquidos

$

Redução do impacto dos resíduos das operações auxiliares; economias deinsumos, matérias-primas e recursos naturais; eventuais reduções de custoscom o gerenciamento destes resíduos

$$

Redução da geração de material particulado, SO2 e NOx na combustão $$

Page 86: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 86/98

 

86

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

4.8 Implementação de Medidas de P+L

A implementação dessas sugestões ou medidas com sucesso, depende de algunsatores. Antes de tudo, do seu entendimento e do comprometimento – primeiro, porparte da direção e depois, por parte do pessoal operacional da empresa. Por exemplo,após o compromisso da direção, um treinamento inicial de sensibilização de todosos colaboradores quanto à importância e aos beneícios do uso racional de insumos(matérias-primas, água, produtos químicos e energia), da redução de desperdícios e daminimização de resíduos, para a empresa e para eles, reorçam este entendimento ecomprometimento e pode contribuir signifcativamente para o sucesso de “ações deP+L” ou de um “Programa de P+L”. Depois, aspectos como tipo de unidade industrial oude processo produtivo, estágio de organização e de gerenciamento, disponibilidade

de pessoal, estágio de conhecimento técnico, entre outros, também inuenciam nosresultados obtidos. Assim, a seleção e a implantação dessas medidas e sugestõesdevem ser avaliadas caso a caso, visando aumentar as possibilidades de sucesso. Emunção destes aspectos, conorme o caso, auxílio técnico especializado externo, paraapoio e acompanhamento de ações de P+L na empresa, também pode ser importantepara a obtenção de bons resultados.Pode-se implementar P+L basicamente de duas ormas:

• por objetivos ou situações específcas, claramente aparentes – de orma simples edireta, pelo bom senso e experiência acumulada: identifcar, priorizar e atacar etapas

do processo produtivo de maior geração de resíduos e/ou de poluentes, de maiorconsumo de insumos, de maior geração de desperdícios, de maior uso e/ou geração desubstâncias tóxicas - enfm, procurar, defnir e implementar alternativas de P+L para osprincipais problemas ambientais e/ou de rendimento/desperdícios da empresa.

• por meio da elaboração, programação e execução de um “Programa de P+L”

Basicamente, o que dierencia estas duas ormas são os graus de planejamento,detalhamento, abrangência (dos problemas e de suas soluções), uso de recursos(humanos e materiais), documentação e de tempo, bem como de continuidade– tendendo a serem maiores para a segunda do que para a primeira orma deimplementação.Neste contexto, também é de se esperar que as maiores empresas, com melhores

estruturas e maiores recursos, tenham mais condição de elaborar e implementar um“Programa de P+L”. No entanto, isto não deve desencorajar as empresas menores, poismuitas vezes, ações simples (por exemplo, mudanças de procedimentos operacionaise/ou melhor organização de alguma rotina produtiva) resultam em ganhos e beneíciosambientais e econômicos, diretos e indiretos, bastante signifcativos. O que se requer,essencialmente, é:

- convicção do(s) proponente(s)- compromisso e apoio da direção da empresa- entendimento, pelos colaboradores, do que é P+L e do que isto signifca para eles epara a empresa

Page 87: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 87/98

 

87

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

- boa vontade dos executores e colaboradores- um nível mínimo de organização e ordenação na implementação de medidas de P+L(defnição das tareas, das responsabilidades, dos prazos e registros)- reconhecimento por um bom resultado alcançado.

Desta orma, recomenda-se que um planejamento mínimo seja realizado, mesmo quepara a implementação de uma medida isolada de P+L. Um planejamento básico podeconter as seguintes etapas (sugestão):

. preparar proposta de implementação de ação(ões) ou de um Programa de P+L(justifcada, mostrando o que é, como se pretende azer, os beneícios potenciais para aempresa e previsão inicial de recursos necessários), apresentá-la à direção da empresa

e obter o seu comprometimento e apoio;

2. realizar treinamento de sensibilização / conscientização (P+L, prevenção à poluição,redução de desperdícios – conceitos e beneícios) para os colaboradores da empresa,objetivando seu entendimento e comprometimento e inormando-os sobre as açõesou Programa de P+L que serão implementados na empresa;

. defnir uma equipe inicial de trabalho – uma pessoa para liderar ou coordenar ostrabalhos da equipe e seus componentes, direta ou indiretamente ligados às atividadesprodutivas. O número de pessoas e respectivos setores envolvidos depende do porte,

da estrutura da empresa e da disponibilidade das pessoas. Como exemplo, uma equipede P+L pode ser composta por pessoa(s):

– com conhecimento e boa experiência nos processos produtivos (essencial)– envolvida(s) com as operações de tratamento e disposição de euentes e resíduosda empresa– da área de utilidades (água, vapor, rerigeração, etc.)– da área de manutenção– da área de qualidade

O importante é que se tenha alguém coordenando os trabalhos e alguns colaboradoresresponsáveis;4. a equipe deve visitar a planta de produção em operação, desde a recepção, estoquee entrada em processo da matéria-prima até estoque e expedição dos produtosda empresa; sugere-se que a equipe aça pelo menos três visitas, em momentosou turnos produtivos dierentes; durante estas visitas, a equipe deve identifcar eregistrar oportunidades para aplicação de P+L, com potencial de beneício ambientale econômico (exemplos: algum desperdício aparente – materiais e insumos, água,energia, produtos, etc; volume e/ou carga poluidora elevados nos euentes; geração

alta de algum resíduo; uso de uma substância tóxica ou altamente poluente; “lay-out”desavorável, etc...);

. após as visitas, a equipe deve analisar, eleger, priorizar e ordenar as oportunidadesidentifcadas. Um primeiro critério para escolha e ordenação: as de maiores beneícios

Page 88: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 88/98

 

88

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

ambientais e econômicos potenciais; outro critério: oportunidades que sejam“problemas ambientais” atuais da empresa, em acompanhamento pelo órgão ambientallocal; de acordo com as oportunidades defnidas, com a disponibilidade de recursos ede pessoal e com eventuais necessidades da empresa, a equipe deve decidir se serãotrabalhadas mais de uma oportunidade ao mesmo tempo ou se serão abordadas umaapós a outra;

6. para cada oportunidade a ser trabalhada, a equipe deve identifcar medidas de P+Lpara eliminar ou reduzir o aspecto ligado à oportunidade em questão.OBS.: no caso de abatedouros, a tabela XVXV do item anterior é uma reerência inicialpara a defnição das medidas de P+L.A equipe deverá analisar as medidas de P+L propostas para cada oportunidade e

decidir qual ou quais serão implementadas - um critério natural é escolher primeiro asque sejam mais áceis / baratas de serem implementadas;

7. após defnir oportunidades e respectivas medidas de P+L a serem implementadas, aequipe deverá elaborar um cronograma para as ações que estão descritas nos próximositens (em todos eles, de 8 a ); o cronograma deve conter, no mínimo:– ação a ser realizada (“o que”)– local ou ponto onde será realizada (“onde”)– responsável pela ação: um só, mesmo que ajudado por outros colaboradores(“quem”)

– prazo acordado para a execução da ação: “data inicial – data fnal” ou “até data fnal”(“quando”)Neste momento, pode-se alterar a constituição da equipe, incluindo colaboradoresque irão auxiliar na realização das tareas; o cronograma acordado geral deverá serdistribuído a todos os integrantes da equipe e acompanhado pelo coordenador oulíder da equipe.

8. medir os aspectos ou variáveis relacionadas com a(s) oportunidade(s) selecionada(s)– exemplo: consumo de água, carga poluidora de um poluente “A” em um euente(vazão do euente X concentração do poluente “A”), quantidade de um resíduo, etc.;relacionar as medidas realizadas com a produção e/ou matéria-prima consumida,gerando os indicadores da(s) oportunidade(s): m água consumida / cabeça; kg DBO

  / cabeça; kg de arinha de carne produzida / cabeça; etc. Estas medições devem sereitas ANTES da adoção de qualquer medida de P+L – ou seja, obter uma “oto” dasituação atual, “como e quanto é” atualmente. Fazer as medições durante um períodorepresentativo – conhecer as variações ();

9. para cada aspecto ou variável, levantar e apontar os custos ou receitas unitáriasatuais relacionados com estes aspectos ou variáveis – exemplo: custo total da água

consumida / m; custo total de tratamento de euentes / kg DBO; receita líquida / kgadicional de arinha de carne. São importantes para quantifcar eventuais beneíciosfnanceiros dos resultados obtidos;0. implementar as medidas de P+L conorme planejadas, com cuidado,acompanhamento e de orma eetiva, garantindo que seja(m) executada(s) por todos

Page 89: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 89/98

 

89

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

os envolvidos; continuar as medições reeridas no item 8 DURANTE a implementação eDEPOIS dela, durante um período representativo ();. com os dados medidos ANTES e DEPOIS da implementação, azer uma avaliaçãodo seu resultado, apontando as reduções e melhorias obtidas – ganhos quantitativos,ambientais e econômicos; verifcar e apontar também eventuais ganhos qualitativos(eventual melhoria de qualidade do produto, do ambiente de trabalho, etc.);2. uma vez que se obteve bons resultados, a equipe deve divulgar todos eles de ormaadequada, para toda a empresa; a equipe e a direção da empresa devem reconhecerpublicamente e recompensar todos os responsáveis pelo trabalho e pelos resultados;. programar e reorçar treinamento nas modifcações implementadas, para consolidá-las;4. verifcar se há possíveis melhorias a serem eitas em relação à(s) medida(s) de P+Limplementada(s); caso haja, programá-las e executá-las; azer novo treinamento, se necessário;

. organizar e arquivar todos os documentos e registros gerados neste trabalho, paraauxílio e melhoria de trabalhos uturos similares.

() – qualidade das medições: procurar utilizar instrumentos de boa qualidade,calibrados, aeridos; registrar as medições em planilhas adequadas e bem identifcadas(nome do parâmetro ou variável medida, data da medição, pontos/locais de medição,etc.);quantidade das medições: que seja signifcativa e representativa dos processos ede suas variações.Com a execução de um plano deste tipo, pode-se:– conseguir melhores resultados das medidas de P+L

– mostrar os resultados de orma quantifcada e mais organizada– gerar mais motivação– aumentar a possibilidade de consolidar P+L na rotina ou na estratégia de melhoriacontínua da empresa.

Seguem algumas reerências gerais para P+L.

• CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) – Setor de Tecnologiasde Produção mais Limpa: conceitos, documentos (“Série P+L”) e projetos de P+L parasetores produtivos específcos, lista-links com “sites” relativos (Brasil e mundo), casos desucesso em P+L. “Site” geral: http://www.cetesb.sp.gov.br/Ambiente/producao_limpa/apresentacao.asp

• CNTL (SENAI – RS / PNUMA): Centro Nacional de Tecnologias Limpas (99). Atividadesdo centro: destacam-se a divulgação de diversos projetos e estudos de caso e realizaçãode cursos de ormação de consultores em P+L. Projetos de P+L em parceria comempresas / outras instituições. “Site”: http://www.senairs.org.br/cntl

• Rede Brasileira de P+L (CNTL / SEBRAE / CEBDS): organização nacional que visa

promover o desenvolvimento sustentável nas micro e pequenas empresas no país,diundindo estratégias de ecoefciência e provocando o processo de mudança culturalcom relação aos processos, produtos e serviços das mesmas. Utiliza-se de erramentas,tais como a metodologia de P+L, para aumentar a competitividade, a inovação ea responsabilidade ambiental no setor produtivo brasileiro; principais órgãos de

Page 90: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 90/98

 

90

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

apoio: núcleos de P+L em vários estados, ligados às ederações de indústrias locais,para diagnóstico ambiental, assistência técnica e capacitação em P+L a empresas dediversos segmentos e atividades. “Site”: http://www.pmaisl.com.br; neste “site”, tambémhá “links” para outras instituições que trabalham com P+L; em seu “link” “publicações”, épossível acessar e obter os documentos:

- Cartilha Sebrae PmaisL- Guia da Produção Mais Limpa

• TECLIM: Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos (998) – tem oobjetivo de estabelecer e dinamizar cooperação interinstitucional para realização deestudos e experiências no sentido de ampliar e aproundar o conceito de tecnologiaslimpas na prática produtiva em geral e mais especifcamente na produção industrial,

assim como, simultaneamente, iniciar o desenvolvimento de ações que as tornemrealidade. Participação: Universidade Federal da Bahia, outros centros de educação,pesquisa e desenvolvimento locais, Centro de Recursos Ambientais, várias instituiçõesrepresentativas da indústria e algumas empresas. “Site”: http://www.teclim.uba.br

• UNEP (PNUMA) - United Nations Environment Programme (Programa das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente) - Production and Consumption Branch – CleanerProduction – P+L nas Nações Unidas: programas, projetos, documentos, etc. “Site”:http://www.unep.r/pc/cp

Page 91: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 91/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 92: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 92/98

 

92

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 93: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 93/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

5

 

. Reerências

Page 94: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 94/98

 

94

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

. Reerências

ABIEC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNE.Site corporativo. Disponível em http://www.abiec.com.br ABIPECS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORADE CARNE SUÍNA. Site corporativo. Disponível em http://www.abipecs.org.br

CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Gasi, T. M. T.Caracterização, reaproveitamento e tratamento de resíduos de rigorícos,abatedouros e graxarias. São Paulo: CETESB, ev. 99.

_______. Pacheco, J. W. F. Curtumes. Série P+L. São Paulo: CETESB, 200. Disponível emhttp://www.cetesb.sp.gov.br/Ambiente/producao_limpa/documentos.asp

_______. Nota sobre tecnologia de controle – abate de bovinos (NT-12). São Paulo:CETESB, ago. 986.

_______. Nota sobre tecnologia de controle – abate de suínos (NT-13). São Paulo:CETESB, set. 986.

_______. Inormações de empresa do setor de abate do estado de São Paulo. São Paulo:

CETESB, 200.

_______. Inormações de empresa do setor de abate do estado de São Paulo. São Paulo:CETESB, 2004.

CNPC - CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE. Balanço da pecuária bovídeade corte. Site corporativo. Disponível em http://www.cnpc.org.br

Environment Waikato – Regional Council; MIRINZ Food Technology and Research.Meat and animal processing industry – environmental guidelines. Nova Zelândia:Environment Waikato, jun. 999. Disponível em http://www.ew.govt.nz/enviroino/waste/businessandindustry/documents/meatGuidelines.pd 

IPPC – INTEGRATED POLLUTION PREVENTION AND CONTROL. Reerence documenton best available techniques in the slaughterhouses and animal by-productsindustries. Sevilha: EIPPCB, mai. 200. Disponível em http://eippcb.jrc.es/pages/FActivities.htm

SABESP – COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Sistema

nacional de inormações sobre saneamento – sniss, Diagnóstico dos serviços deágua e esgotos. São Paulo: SABESP, 200.

SIC - SERVIÇO DE INFORMAÇÃO DA CARNE. Produção de carne. Site corporativo.Disponível em http://www.sic.org.br/producao.asp

Page 95: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 95/98

 

9

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

UK Government – Envirowise - Environmental Technology Best Practice Programme.WS Atkins Environment. Reducing water and efuent costs in red meat abattoirs.Reino Unido: Crown, ago.2000.

UNEP – UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME; DEPA – DANISHENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY; COWI Consulting Engineers and Planners AS,Denmark. Cleaner production assessment in meat processing. Paris: UNEP, 2000.Disponível em http://www.agriood-orum.net/publications/guide/index.htm

UNEP – UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME; The University o Queensland;Department o State Development, Queensland. Eco-eciency manual or meatprocessing. Austrália: Meat and Livestock Australia Ltd, ago. 2002. Disponível em

http://www.p2pays.org/re/22/298.pd 

ANEXO - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A legislação ambiental básica a ser cumprida pelos estabelecimentos industriais deSão Paulo, dentre eles os abatedouros, é a que se destaca a seguir - sem prejuízo deeventuais exigências legais adicionais, a critério dos órgãos competentes.

Geral:

– Artigos 2o e o do Regulamento da Lei No. 997 / 76, aprovado pelo Decreto No. 8468 / 76, com suas novas redações e atualizações (decreto estadual).

Poluição Hídrica:

– Artigo 8 ou 9-A do Regulamento da Lei No. 997 / 76, aprovado pelo Decreto No.8468 / 76, com suas novas redações e atualizações (decreto estadual).– Outras exigências eventualmente existentes estabelecidas pelo serviço municipal deágua e esgoto (locais)– Eventuais exigências adicionais relativas à qualidade de corpos d’água receptoresespecífcos (locais)

Poluição do Ar:

– Artigos o, o ao 8o, 4o e 42o do Regulamento da Lei No. 997 / 76, aprovado peloDecreto No. 8468 / 76, com suas novas redações e atualizações (decreto estadual).

Poluição do Solo / Resíduos Sólidos Industriais:

– Artigos o ao 6o do Regulamento da Lei No. 997 / 76, aprovado pelo Decreto No.8468 / 76, com suas novas redações e atualizações (decreto estadual).

Poluição por Ruído e Vibração:

Page 96: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 96/98

 

96

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

– Resolução CONAMA No. 00 / 90 e Norma ABNT – NBR 0 (Avaliação do Ruído emÁreas Habitadas Visando o Conorto da Comunidade) – âmbito ederal

Licenciamento ambiental:

– Artigos 7o ao 7o do Regulamento da Lei No. 997 / 76, aprovado pelo DecretoNo. 8468 / 76, com suas novas redações e atualizações (decreto estadual). Destaca-se, particularmente, o Decreto Estadual No. 47.400 / 02, que dispõe sobre validade erenovação das licenças ambientais de operação; no seu Artigo 2o, parágraos 4o e o,está disposto que evidências de “melhoria de desempenho ambiental”, constatadaspelo órgão licenciador, podem dar beneícios aos empreendedores no licenciamento,como extensão da validade de suas licenças. Neste ponto, é importante ressaltar

que Produção mais Limpa (P+L) é um instrumento importante para melhoria dedesempenho ambiental.

Page 97: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 97/98

 

97

GUIA TECNICO AMBIENTAL DE ABATES(BOVINO E SUINO) - SÉRIE P+L

Page 98: Abate

5/11/2018 Abate - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/abate-55a23377dba53 98/98