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CURSO EM PDF – ADMINISTRAÇÃO P/ ESCRIVÃO DA PF Prof. Wagner Rabello Jr. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1 AULA DEMO ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO SUMÁRIO PÁGINA 1. APRESENTAÇÃO 2 2. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 8 3. TEORIA DA BUROCRACIA 19 4. ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO 28 5. QUESTÕES COMENTADAS 31 6. LISTA DAS QUESTÕES 38 7. GABARITOS 41 8. BIBLIOGRAFIA 41 Salve, salve, concurseiros, Vamos dar início ao nosso terceiro encontro e hoje vamos estudar algumas teorias administrativas que se desenvolveram no século passado: Teoria Clássica, Teoria da Burocracia e Teoria Sistêmica. Basicamente, e vocês vão perceber isso, as questões de provas vão buscar de você o conceito, as características, e a diferença entre as teorias. Vamos lá!!! Quem avança confiante na direção de seus sonhos e se empenha em viver a vida que imaginou para si encontra um sucesso inesperado em seu dia-a-dia. (Henry Thoreau)

Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração

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AULA DEMO

ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO

SUMÁRIO PÁGINA

1. APRESENTAÇÃO 2

2. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 8

3. TEORIA DA BUROCRACIA 19

4. ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO 28

5. QUESTÕES COMENTADAS 31

6. LISTA DAS QUESTÕES 38

7. GABARITOS 41

8. BIBLIOGRAFIA 41

Salve, salve, concurseiros,

Vamos dar início ao nosso terceiro encontro e hoje vamos estudar algumas teorias administrativas que se desenvolveram no século passado: Teoria Clássica, Teoria da Burocracia e Teoria Sistêmica. Basicamente, e vocês vão perceber isso, as questões de provas vão buscar de você o conceito, as características, e a diferença entre as teorias. Vamos lá!!!

Quem avança confiante na direção de seus sonhos e se empenha em viver a vida que imaginou para si encontra um sucesso inesperado em seu dia-a-dia. (Henry Thoreau)

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APRESENTAÇÃO

Salve, salve, concurseiros,

Vamos iniciar nossa jornada de Arquivologia para o cargo de ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL DO BRASIL.

Meu nome é Wagner Rabello Jr., vamos trabalhar a disciplina ADMINISTRAÇÃO (somente a parte de Administração Geral e Pública, pois a parte de Orçamento tem professor específico) nesta turma preparatória para Escrivão da Polícia Federal, com base no último programa, que por sinal vem se repetindo nos concursos do CESPE. Com isso, não consigo vislumbrar mudanças no conteúdo do mesmo.

Antes de qualquer coisa, gostaria de fazer uma breve apresentação da minha carreira acadêmica, profissional e, claro, concurseira.

Sou Pós-graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), bacharel em Direito pela Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) e bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Estou no serviço público há 17 anos e ministro aulas nas áreas de Administração e Arquivologia em cursos preparatórios presenciais no Rio de Janeiro e São Paulo, além de vídeo aulas e cursos escritos. Já fui aprovado e classificado em concursos para Oficial da Aeronáutica, Analista do Departamento de Produção Mineral, Ministério do Meio Ambiente e outros. Há 4 (quatro) anos ocupo o cargo de Técnico Judiciário do TRE-RJ (sempre trabalhando em zonas eleitorais) onde também sou Membro Efetivo da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos do TRE-RJ e em anos eleitorais estive como Coordenador de Fiscalização de Propaganda Eleitoral.

Vamos dar os primeiros passos rumo à prova e falar um pouquinho da banca: CESPE. Embora, eventualmente, o CESPE faça provas de múltipla escolha, em nosso concurso está mantida sua maior tradição, ou seja, provas do tipo “certo” ou “errado” onde uma questão errada anula uma questão certa. Desse modo, a menos que você esteja com extrema dificuldade e tenha certeza de poucas respostas, o mais prudente é responder apenas aquilo que você tem certeza, ou quase certeza.

As provas do CESPE são provas inteligentes que fogem à mera decoreba e onde encontramos muitos casos para análise. Com isso, não basta decorar conceitos, o CESPE quer e vai explorar o seu potencial de análise e aplicação prática dos conceitos. E essa constatação nos leva a outro ponto dessa introdução: a metodologia do curso.

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Pois bem, nosso curso será de teoria e exercícios com uma forte ênfase na parte de exercícios. Faremos, claro, muitos exercícios do CESPE (a maioria dos exercícios). No entanto, algumas questões de outras bancas são muito boas para nos ajudar na compreensão da matéria. Por conta disso, não podemos abrir mão desse valioso material. Estejam certos de que estamos preparando o melhor curso possível, estamos preparando um curso que, junto ao seu esforço, vai te levar a ele... vai te levar ao sucesso.

PROGRAMA do CURSO – conforme edital 2012

1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. 1.2 Evolução da administração pública no Brasil após 1930. 1.2.1 Reformas administrativas. 1.2.2 A nova gestão pública. 1.3 Princípios e sistemas de administração federal. 2. Processo administrativo. 2.1 Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle. 2.2 Estrutura organizacional. 2.3 Cultura organizacional.

"Minha estratégia sempre foi fazer minha própria corrida. Somente você pode determinar seu desafio pessoal. Não deixe a competição, ou seu

oponente, determinar qual deve ser seu desafio”.

(Joan Benoit Samuelson)

METODOLOGIA DO CURSO

Gabaritar uma disciplina em um concurso público da envergadura dos certames da Polícia Federal não é algo trivial. No entanto, vamos preparar um curso que lhe dê todas as condições necessárias para isso. Assim, somando o curso em tela + a sua dedicação, certamente você obterá êxito e caminhará firme para se tornar servidor da Polícia Federal.

Nosso curso, ou melhor, nosso treinamento para você gabaritar a disciplina será bastante prático, de modo que, ao ler as páginas do curso você se sinta como se estivesse em uma sala de aula. As aulas serão semanais e o curso será finalizado já neste mês de março.

Para tanto, elaboramos a seguinte metodologia:

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1. Análise teórica do conteúdo programático - incluindo a legislação pertinente, que aparece muito em provas.

2. Questões comentadas – de nível superior, com exceção dessa aula demonstrativa, na qual utilizaremos algumas questões de nível médio, tendo em vista que a matéria é nova para muitos ou não é lugar comum nos estudos dos que já tiveram algum contato.

4. Lista das questões - para que vocês possam resolver sozinhos

5. E-mail e fórum - para tirar dúvidas

ORDENAÇÃO DAS AULAS

Nº DA AULA

DATA

AULA

DEMO 1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração.

DISPONÍVEL

Aula 1. 1.2 Evolução da administração pública no Brasil após 1930.

07/07/2012

Aula 2. 1.2.1 Reformas administrativas. 1.2.2 A nova gestão pública.

14/07/2012

Aula 3.

. 1.3 Princípios e sistemas de administração federal. 2. Processo administrativo. 2.1 Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle.

21/07/2012

Aula 4 2.2 Estrutura organizacional. 2.3 Cultura organizacional.

28/07/2012

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INTRODUÇÃO

Os primórdios da administração

Poderíamos ir até 4.000 A.C. para visualizarmos as primeiras organizações com aspectos rudimentares e básicos do que entendemos por administrar. Um bom exemplo disso foi a construção das pirâmides do Egito. Bem, a história é interessante, mas é loooooonga... e é rara em provas de concursos. Basta saber que a administração existe faz alguns milênios.

Desse modo, vamos estabelecer como ponto de partida de estudo, não mais que isso, a revolução industrial. Segundo Idalberto Chiavenato (o CESPE gosta muito dele, hein!) as organizações, tal qual conhecemos hoje, originaram-se da revolução industrial, com o surgimento da máquina à vapor e das primeiras fábricas.

Em relação ao desenvolvimento da ciência da Administração a distância temporal é menor ainda, posto que somente a partir do século XX “a administração começou a receber atenção e estudos mais profundos de alguns pioneiros” (Chiavenato). Nessa esteira, vale dizer que, ainda que de modo não sistematizado, alguns percussores existiram antes do século XX, como Adam Smith e Charles Babbage.

As origens da gerência

Surge com o capitalismo industrial, quando os produtores (artesão) são reunidos nas fábricas, no bojo da revolução industrial

Gerência pressupõe ordenação/coordenação

Inicialmente o capitalista assumiu as funções de proprietário e gerente

O surgimento do modo capitalista de gerência e de produção fez surgir os primeiros contratos por empreitada

“Por volta de 1870, o empregador imediato de muitos trabalhadores não era o grande capitalista, mas o subcontratador intermediário, ao mesmo tempo empregado e empregador de trabalho. Alguns deles tinham até 150 homens sob suas ordens, o que exigia um supervisor chamado doggie (cachorrinho) para superintender o trabalho.” (Harry Braverman)

“O verbo to manage (administrar, gerenciar), vem de manus, do latim, que significa mão. Antigamente significava adestrar um cavalo nas suas anduras, para fazê-lo praticar o manége. Como uma cavaleiro que

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utiliza rédeas, chicote, espóras (...) e adestramento desde o nascimento para impor suas vontades ao animal, o capitalista empenha-se, através da gerência (management), em controlar. O controle é o conceito fundamental de todos os sistemas gerenciais”. (Harry Braverman)

A questão do controle

“O controle sem centralização de emprego era quase impossível. Assim, ocorreu a necessidade gerencial de reunir trabalhadores num único teto. O 1º efeito de tal mudança era impor aos trabalhadores horas regulares de trabalho, em contraste com o ritmo auto-imposto que incluía interrupções, meio expedientes, feriados e afins”. (Harry Braverman)

A divisão do trabalho

É o mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção. Tendo origem na produção manufatureira, de uma forma ou de outra, a divisão do trabalho permaneceu sendo o princípio fundamental da organização industrial.

Divisão social (ou geral) do trabalho x divisão manufatureira

A divisão social (ou geral) do trabalho ocorre dentro dos ofícios e oficinas de artesãos e revela que, de um modo geral, não há divisão de tarefas dentro dos ofícios (com exceção da questão relativa aos sexos).

A divisão manufatureira é uma divisão pormenorizada, ou seja, é o parcelamento dos processos implicados na feitura do produto em numerosas operações executadas por diferentes trabalhadores

Para Braverman, “a divisão do trabalho na sociedade é característica de todas as sociedades conhecidas; a divisão do trabalho na indústria é produto peculiar da sociedade capitalista”.

Conceito de Administração

“Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivo e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”. (Antônio Maximiano)

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Organizações

“Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”. (Antônio Maximiano)

Adaptado de Antônio Maximiano

Formação do conhecimento administrativo

Métodos científicos (teorias)

Prática (empirismo ou experimentos) –

Administração no tempo

Revolução industrial (século XVIII) – substituição gradativa do trabalho humano pelo trabalho das máquinas. A revolução industrial teve sua fase embrionária durante o mercantilismo (surgimento da burguesia – comerciantes e banqueiros) e floresceu a partir de duas perspectivas:

1. Surgimento das fábricas

2. Invenção da máquina a vapor

Revolução digital – substituição do homem pelo computador e potencialização do uso dos computadores

- Pessoas - Informação - Conhecimento - Espaço - Tempo - Dinheiro - Instalações

ORGANIZAÇÃO

OBJETIVOS

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2. ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Para alguns autores a abordagem clássica da administração é idealizada por Fayol, enquanto outra corrente defende que tal abordagem engloba, também a administração científica de Taylor. Considerando que temos questões do CESPE que se referem à abordagem clássica tanto em relação ao fayolismo como ao taylorismo, vamos estudar as duas abordagens.

A abordagem clássica da administração se divide em:

Administração Científica, de Frederick Winslow Taylor

Teoria Clássica, de Henry Fayol.

Os dois autores acima citados partiram de pontos distintos com a preocupação de aumentar a eficiência na empresa.

Taylor se preocupava basicamente com a execução das tarefas (ênfase nas tarefas).

Fayol se preocupava com a estrutura da organização (departamento, setores, etc.)

Os postulados de Taylor e Fayol dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas do século XX, no panorama administrativo das organizações.

A origem da Abordagem Clássica da Administração está nas conseqüências geradas pela revolução industrial, basicamente no crescimento acelerado e desorganizado das empresas, exigindo uma substituição do empirismo e da improvisação pela necessidade de aumentar a eficiência e competência das organizações no sentido de obter melhor rendimento possível dos seus recursos e fazer face à concorrência e competição que se avolumavam entre as empresas.

ABORDAGEM CLÁSSICA

ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA DE TAYLOR

TEORIA CLÁSSICA DE FAYOL

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Fizemos uma breve análise do surgimento da administração e verificamos alguns conceitos básicos. A partir daqui vamos analisar a fundo o conteúdo da prova.

Embora ainda não tenhamos falado, também vamos estudar os princípios da produção em massa de Henri Ford, que é um desdobramento da ênfase nas tarefas.

A Administração científica

O movimento da Administração Científica foi iniciado por Winslow Taylor nas últimas décadas do século XIX. A administração científica significa um empenho no sentido de aplicar os métodos da ciência aos problemas complexos e crescentes do controle do trabalho nas empresas capitalistas em rápida expansão.

“O Taylorismo pertence à cadeia de desenvolvimento dos métodos e organização do trabalho, e não ao desenvolvimento da tecnologia, no qual seu papel foi mínimo. O controle foi o aspecto essencial da gerência ao longo da historia, mas foi na teoria de Taylor que o controle adquiriu dimensões sem precedentes”. (Braverman)

O conceito de “gerência científica” (ou Administração Científica) é atribuído a F. W. Taylor.

David Harvey, explica que a obra “Os Princípios da Administração Científica”, de Taylor, é um influente tratado que descrevia como a produtividade do trabalho podia ser radicalmente aumentada através da decomposição de cada processo de trabalho em movimentos componentes e da organização de tarefas de trabalho fragmentadas segundo padrões rigorosos de tempo e estudo do movimento. Este ponto trata do famoso – muito comum em provas - estudo dos tempos e movimentos realizado por Taylor. Mais adiante veremos com detalhes este estudo. Por hora, vamos continuar estudando as bases da administração científica.

O propósito da administração científica é controlar o trabalhador para que ele produza uma quantidade ideal, que ofereça mais lucro ao empregador, trabalhando num ritmo máximo que seu corpo possa agüentar. Além disso, “todo possível trabalho cerebral deve ser banido da oficina e centrado no departamento de planejamento ou projeto [...]” (Taylor apud Braverman, 1987, p. 103), ficando o operário encarregado apenas de executar o serviço.

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As formas de gerência existentes antes do taylorismo - que Taylor chamava de “gerência comum” - ele considerava totalmente inadequadas para conseguir esses resultados, visto que Taylor não considerava os trabalhadores como pessoas aptas a exercerem a gerência, devendo, portanto, esse posto ser dado a um especialista. “O mérito desse relato é sua clareza em ilustrar o eixo sobre o qual gira toda a gerência moderna: o controle do trabalho através do controle das decisões que são tomadas no curso do trabalho” (Braverman)

Para Taylor, os elementos da Gerência (Administração) Científica são:

1. Estudo de tempo e padrões de produção;

2. Supervisão funcional;

3. Padronização de ferramentas e instrumentos;

4. Planejamento das tarefas;

5. O princípio da exceção;

6. A utilização da régua de cálculo e instrumentos para economizar tempo;

7. Fichas de instruções de serviço;

8. A idéia de tarefa, associada a prêmios de produção pela sua execução eficiente;

9. Sistemas para classificação dos produtos e do material utilizado na manufatura;

10. Sistema de delineamento da rotina de trabalho.

Princípios da Administração Científica de Taylor

Segundo Taylor, a gerência adquiriu novas atribuições e responsabilidades descritas pelos quatro princípios a seguir:

1. Principio de Planejamento: substitui no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, pelos métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, através do planejamento.

2. Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra, preparar também as

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máquinas e equipamentos de produção, bem como o arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais.

3. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível.

4. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais disciplinada.

Taylor e a ênfase nas tarefas

Chiavenato resume a ênfase nas tarefas como:

A ênfase nas tarefas é a abordagem da Escola de Administração Científica que teve origem no início do século passado e tem como fundador o engenheiro americano Frederick TAYLOR. Segundo Chiavenato:

Sua preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas de engenharia industrial (...) e localizou-se inicialmente no nível do trabalho individual de cada operário, tomado isoladamente. (Grifei)

Uma abordagem microscópica utilizada no nível do operário e não no nível da empresa em sua totalidade.

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Nessa época não havia uma metodologia de trabalho estabelecida, muito por conta do fato de boa parte dos trabalhadores serem oriundos da classe artesã. Desse modo, cada operário estabelecia sua própria forma de trabalhar e isso gerava grandes disparidades em relação à quantidade e qualidade das peças produzidas por cada trabalhar. Por conta disso, revela Chiavenato:

A administração das tarefas foi fruto de um estudo muito conhecido chamado estudos de tempos e movimentos (motion-time study) que levou ao chamado método racional (the best way) que tinha por objetivo a busca pela eficiência do operário, ou seja, a maximização na utilização dos recursos (notadamente o tempo e o material de trabalho).

O estudo dos tempos e movimentos (motion-time study), segundo Chiavenato, funcionava da seguinte forma: as atividades mais complexas eram subdivididas em atividades mais simples, as quais eram divididas em movimentos elementares para facilitar sua racionalização e sua padronização. Até os movimentos elementares foram padronizados. Com isso, a simplificação e a padronização tornaram o trabalho mais eficiente. Ademais, a fragmentação permitiu o que hoje conhecemos como especialização do trabalhador.

Depois de descoberto o melhor modo de executar determinada tarefa, Taylor passou a se preocupar com a questão do tempo e do padrão de produção, e fez isso através da cronometragem, de modo que pudesse estabelecer um tempo-padrão para realização de determinada tarefa. Exemplo de tempo-padrão: 1 minuto é o tempo necessário, e máximo, para apertar 10 parafusos.

Era através do tempo padrão que Taylor controlava o desempenho dos empregados. Quem não conseguisse se enquadrar nesse quesito era demitido. Provavelmente você deve ter lembrado as famigeradas metas que fábricas, bancos e lojas estabelecem atualmente para seus funcionários. Caso você tenha pensado nisso, pensou bem, tem tudo a ver. Já naquela época foram estabelecidos programas de treinamento e

Taylor procurou tirar do operário o seu jeito pessoal de executar a tarefa – no que foi bem-sucedido – para impor-lhe um método planejado e estudado por um profissional especializado no planejamento das tarefas. (grifei)

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recompensas salariais através das metas. Exemplo: seu tempo-padrão era produzir 1.000 (mil) peças por mês, cada peça produzida mensalmente, além das 1.000 (mil), gerava um bônus salarial para o empregado.

O plano de Taylor (primeira fase)

Parte da doutrina sustenta que a principal razão para a invenção do estudo dos tempos foi a busca da precisão para definir o valor dos salários. Posteriormente, percebeu-se que o estudo de tempos (e, em seguida, tempos e movimentos) era um processo que tinha o valor intrínseco de permitir o aprimoramento do trabalho operacional, através da racionalização dos movimentos. Mais tarde, ao juntar-se às idéias de Gilbreth, o sistema de administração de tarefas de Taylor formou a base de estudo de tempos e movimentos.

Segunda fase da administração científica

Na segunda fase do movimento da administração científica, a ênfase desloca-se, da produtividade do trabalhador, para o aprimoramento dos métodos de trabalho. Esta segunda fase corresponde ao estudo Shop management (Administração de operações fabris), de 1903, mas não é um único momento cronológico, uma vez que abrange eventos muito anteriores a esse ano, nos quais Taylor estivera envolvido desde que apresentara o trabalho anterior, A piece-rate system. A segunda fase é um desenvolvimento teórico, compreendendo o aumento do escopo da administração científica, que se torna um sistema mais abrangente de administração.

Terceira fase da administração científica

Taylor acreditava no incentivo para o trabalhador individual, que atenderia ao desejo de ganho material e estimulam o crescimento pessoal. Nas palavras de Taylor:

A prosperidade máxima de cada empregado significa não apenas salários mais altos mas também, e mais importante, significa o desenvolvimento de cada homem à sua condição de eficiência máxima. A maioria das pessoas acredita que os interesses fundamentais dos empregados e empregadores são antagônicos. A administração científica, no entanto, tem por princípio que os verdadeiros interesses dos dois são idênticos.

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Essa terceira fase trata dos pressupostos do tempo-padrão e o de abonos salariais e têm como fundamento a concepção do chamado homo economicus. Essa concepção pressupõe que o homem tem como única e exclusiva motivação: o dinheiro.

Os métodos racionais de Taylor – também baseado no controle das atividades do operário – deram à administração científica o papel de percussora da produção em massa. Esse tipo de produção possui alguns princípios que descreveremos abaixo:

1. Padronização – no que diz respeito aos tipos de máquinas utilizadas, bem como seu arranjo físico dentro da empresa.

2. Racionalização do trabalho – Esta ligada à metodologia de trabalho do operário. Quem já assistiu ao filme “Tempos Modernos” tem uma idéia do quão exacerbada era a questão da padronização e da racionalização do trabalho, tendo em vista que o protagonista (Charlie Chaplin) passava tantas horas realizando os mesmos movimentos na fábrica que, quando saia de lá, ainda continuava realizando, involuntariamente, os movimentos de trabalho.

3. Ritmo – trata-se da sequência sincronizada dos produtos na linha de montagem

Com base no que verificamos até aqui, vamos finalizar este ponto estudando as características da administração científica e sua ênfase nas tarefas. Uma boa compreensão dessa parte certamente vai lhe garantir um precioso pontinho na prova.

Características da ênfase nas tarefas

Ênfase na parte prática do trabalho

Racionalização dos tempos e movimentos

Divisão do trabalho com a conseqüente especialização

Desenho de cargos e tarefas

Padronização

Incentivos salariais (prêmios por produção)

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Com isso, encerramos nosso estudo da primeira parte da Abordagem Clássica: Taylor e sua administração científica com ênfase nas tarefas.

Agora vamos analisar as características da produção em massa em Henri Ford.

Princípios de produção em massa segundo Henri Ford

Ford não inventou nenhuma teoria, ele apenas aproveitou as teorias e técnicas já existentes, oriundas da administração científica, e foi adaptando à sua fábrica de automóveis. Desse modo, o que se pede, em provas, sobre Henri Ford e a produção em massa é o que segue abaixo.

1- Peças e componentes padronizados e intercambiáveis

Na produção em massa, cada peça ou componente pode ser montado em qualquer sistema ou produto final. Para alcançar a padronização, Ford passou a utilizar o mesmo sistema de calibragem para todas as peças, em todo o processo de manufatura. Esse princípio deu origem ao controle de qualidade, cujo objetivo era assegurar a uniformidade das peças. Além de padronização, Ford procurou simplicidade, reduzindo o número de peças de seus produtos. Por exemplo, o bloco de seu motor de quatro cilindros era uma peça fundida, ao passo que seus concorrentes fundiam os quatro cilindros separadamente, para depois juntá-los.

2- Especialização do trabalhador

Na produção em massa, o produto é dividido em partes e o processo de fabricá-lo é dividido em etapas. Cada etapa do processo produtivo corresponde à montagem de uma parte do produto. Cada pessoa e cada grupo de pessoas, num sistema de produção de massa, tem uma tarefa fixa dentro de uma etapa de um processo predefinido.

Na produção artesanal, o trabalhador faz um produto do começo ao fim - desde o projeto até o controle de qualidade final – ou uma parte significativa de um produto final. Já na produção em massa a divisão do trabalho implica a especialização do trabalhador em uma tarefa específica.

Na produção de massa, as qualificações do trabalhador resumem-se ao conhecimento necessário para a execução de uma tarefa. Exemplo: a

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clássica atividade de apertar parafusos, parodiada por Charlie Chaplin, no filme Tempos modernos.

Essa mecanização da atividade humana, que produz a alienação do trabalhador, foi objeto das críticas mais contundentes que se fizeram à produção massificada.

Agora vamos estudar a segunda parte da Abordagem Clássica: Fayol e a ênfase na estrutura

Fayol e a ênfase na estrutura organizacional

A partir desse momento ocorre uma ampliação da visão e consequentemente dos estudos na área de Teoria Geral da Administração (TGA). Fayol começa a se preocupar com o desenho da organização, e não só dos cargos e tarefas, ou seja, há uma preocupação com a estrutura organizacional e seu conseqüente desdobramento em gerências, diretorias, departamentos setores etc.

Dentro da ênfase na estrutura organizacional nós temos 3 (três) grandes teoria

Teoria Clássica de Fayol

Teoria da Burocracia de Max Weber

Teoria Estruturalista

Nosso edital pede apenas a teoria clássica e a teoria da burocracia, portanto, não vamos perder nosso precioso tempo estudando a teoria

O foco deixa de ser os trabalhadores e passa a ser a estrutura da organização como um todo, incluindo seus cargos e setores (órgãos).

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estruturalista, tendo em vista que a mesma não pode ser cobrada na prova.

Teoria Clássica de Fayol

O responsável por essa linha de ação e estudo foi o engenheiro francês Henri Fayol, que sustentava a necessidade de uma análise integrada de toda organização. Segundo Idalberto Chiavenato:

Fayol defendia a visão anatômica da empresa em termos de organização formal, isto é, a síntese dos diferentes órgãos que compõem a estrutura organizacional, suas relações e suas funções dentro do todo. (Grifei)

Fayol também defendia a visão do homo economicus e buscava a máxima eficiência da organização. Além disso, pregava o princípio da unidade de comando (cada subordinado deve receber ordens de apenas uma pessoa) e a responsabilidade.

O desenvolvimento da teoria de Fayol veio a reboque das seis funções básicas que, segundo ele, todas as organizações realizavam.

FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO – Henri Fayol

1. Função técnica – relacionada com a produção de bens e/ou serviços.

2. Função comercial – compra, venda e troca de mercadorias.

3. Função financeira – gerenciamento de capital

4. Função contábil – inventários, registros, balanços e demais instrumentos pertinentes ao ramo.

5. Função de segurança – proteção de bens e pessoas

6. Função administrativa – responsável pela coordenação das demais funções;

Dentre as funções acima reveladas, merece destaque a função administrativa que, segundo Fayol, possui como elementos:

Prever – visualizar o futuro e traçar programas de ação

Organizar – elaborar a estrutura da organização e o modo de ação.

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Comandar – dirigir e orientar o pessoal

Coordenar – harmonizar os esforços individuais e coletivos

Controlar – garantir que tudo ocorra como planejado.

Para Chiavenato, “os elementos da administração compõem processos administrativos. São localizáveis em qualquer trabalho do administrador, em qualquer nível hierárquico ou em qualquer área de atividade da empresa”.

Por fim, vamos revelar outra grande contribuição de Henri Fayol para a ciência da Administração que foi o estabelecimento de 14 (catorze) Princípios Gerais da Administração:

14 (catorze) Princípios Gerais da Administração (FAYOL)

Divisão do trabalho - com especialização das tarefas e trabalhadores para maior eficiência

Autoridade e responsabilidade - direito de dar ordens e esperar obediência, com responsabilidade

Disciplina - obediência a regras claras e justas, com punição às infrações

Unidade de comando - cada empregado com apenas um chefe

Unidade de direção - todas as unidades da organização buscando os mesmos objetivos gerais

Subordinação do interesse individual ao geral - os interesses da organização tem precedência sobre os dos empregados

Remuneração justa do pessoal - tanto para o empregado como para a organização

Centralização - concentração da autoridade no topo da organização

Cadeia de comando - uma linha de comando e comunicação, do alto até a base

Ordem - pessoas e materiais nas posições onde são necessários e eficientes - "um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar"

Eqüidade - tratamento justo a todo o pessoal

Estabilidade do pessoal - a rotatividade é prejudicial à eficiência da

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organização

Iniciativa - os funcionários devem ser incentivados a propor melhorias;

Espírito de equipe - deve haver harmonia entre o pessoal para o trabalho em grupo.

Pessoal, devo alertá-los de que, dentre todos os princípios, os que mais aparecem em provas são os princípios da unidade de comando e o princípio da unidade de direção, tendo em vista que, para os desavisados, podem parecer sinônimos, mas não são:

Unidade de comando é o princípio que estabelece que um subordinado deve ter um - e somente um - chefe direto.

Unidade de direção é bem diferente, pois diz respeito à direção que os funcionários e setores da organização devem seguir, ou seja, a conjunção de esforços em um mesmo sentido (sinergia).

Características da ênfase Teoria Clássica da Administração

Adota os princípios gerais da administração

Ênfase na organização formal (estruturas)

Define as funções básicas das organizações

Adota os princípios: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.

Agora vamos estudar a Teoria da Burocracia.

3. TEORIA DA BUROCRACIA

Trata-se de uma teoria que também tem por escopo a estrutura organizacional. O sociólogo e economista alemão Max Weber (figura comum em provas) é considerado o “pai da burocracia”. Não porque tenha inventado essa concepção administrativa, posto que a mesma já existisse desde antes de seu nascimento, e sim porque foi Max Weber quem primeiro sistematizou a referida teoria, em sua obra: Sociologia da Burocracia.

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É bom ressaltar que a expressão burocracia, que vamos estudar agora, não deve ser vista somente como aquela figura lenta e ineficiente, tão comum no jargão popular. Existem as características da burocracia, que revelam uma organização do tipo ideal e existem as disfunções.

As 7 (sete) dimensões da burocracia

Max Weber sustentava que a burocracia era o tipo ideal de administração, sendo certo que poderia ser aplicada a qualquer tipo de organização: pública, privada, igrejas etc. Para o autor, esse tipo ideal era decorrente das chamadas 7 (sete) dimensões da burocracia.

Gente, das 3 (três) teorias que estamos estudando hoje a burocracia é a que mais aparece em provas de concursos. Você precisa guardar 3 (três) pontos fundamentais da burocracia.

1. Que é um tipo ideal de administrar (segundo Max Weber)

2. As dimensões (características) da burocracia

3. As disfunções (problemas gerados) da burocracia.

Pois bem, já disse acima que, para Weber, a burocracia é um tipo ideal de administrar. Agora, vejamos suas características e, após, suas disfunções.

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As 7 (sete) dimensões da burocracia.

O diagrama nos mostra as 7 (sete) dimensões (características) da burocracia de Max Weber: Divisão do trabalho, hierarquia, impessoalidade, meritocracia, separação entre propriedade e administração, profissionalização e formalidade. Vamos compreender cada uma dessas características.

Divisão do trabalho – essa característica diz respeito ao fato de que cada pessoa dentro da organização deve ter um papel (função) claramente definido, ou seja, deve existir uma norma (na burocracia tudo deve ser documentado) explicitando as competências, deveres, atribuições etc. de cada pessoa e setor da organização.

Hierarquia – a burocracia é uma forma de administrar sustentada fortemente na hierarquia (os exércitos são organizações tipicamente burocráticas). Quem decide é sempre a pessoa de mais alto nível hierárquico. Cada cargo, função e setor tem um superior hierárquico.

Impessoalidade – uma das características da burocracia mais

FORMALIDADE

PROFISSIONALIZ

AÇÃO

SEPARAÇÃO: PROPRIEDADE

DA ADMINISRAÇÃO

MERITOCRACIA

IMPESSOALIDA

DE

HIERARQUIA

DIVISÃO DO TRABALHO

BUROCRACIA

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presentes, ainda hoje,na Administração Pública, constando, inclusive, como um dos princípios da administração pública insculpidos na Constituição da República Federativa do Brasil. Segundo o princípio da impessoalidade, a burocracia não tem espaço para sentimentos: ela deve ser racional e impessoal. A burocracia enfatiza os cargos e não as pessoas.

Meritocracia – significa que as pessoas devem ser escolhidas em função das suas competências e capacidades, e não por conta de favores ou clientelismos. O concurso público é um exemplo clássico de recrutamento com base no mérito.

Separação entre propriedade e administração – inicialmente, as primeiras indústrias, eram organizações familiares e seus patrimônios não eram bem delimitados. Havia uma mistura entre o patrimônio particular de uma empresa e o patrimônio da empresa em si. O princípio da separação sustenta que deve existir uma clara distinção entre o patrimônio da empresa e o patrimônio pessoal do dono da empresa. Na aula 5 falaremos desse ponto em relação à Administração Pública.

Profissionalização – os funcionários de uma empresa burocrática devem ser profissionais e especialistas. Segundo Chiavenato “são especialistas em face da divisão do trabalho; são assalariados de acordo com suas funções ou posição hierárquica; seus cargos constituem sua principal atividade dentro da organização; são nomeados pelo superior imediato; seguem uma carreira dentro da organização e não são donos dos meios de produção.

Formalidade – todas as atividades, rotinas e procedimentos devem ser devidamente documentados. Também deve existir um conjunto de normas e regulamentos a serem fielmente seguidos, sem margens para improvisações, ou seja, só pode ser feito aquilo que está devidamente regulamentado em normas, estatutos, regimentos internos ou qualquer outro documento do tipo.

As dimensões acima são consideradas dimensões básicas. Eventualmente, dependendo da organização, alguma outra dimensão pode ser adicionada, como veremos na tabela ao final.

Quando o modelo burocrático começou a ganhar força ao redor do mundo, lá pelo início do século passado, os seus benefícios saltavam aos olhos, posto que existissem poucas doutrinas que fizessem com que uma organização funcionasse de forma ideal. No entanto, ocorreu que as

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características da burocracia foram tão internalizadas pelas pessoas que geraram as chamadas disfunções da burocracia.

Disfunções da burocracia

Um sociólogo chamado Robert K. Merton, ao estudar as conseqüências previstas (ou desejadas) da burocracia que a conduzem à máxima eficiência, notou também as conseqüências imprevistas (ou indesejadas) e que a levam à ineficiência e às imperfeições. A estas conseqüências imprevistas, deu-se o nome de disfunções da burocracia, para designar as anomalias de funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu atualmente.

As disfunções ocorreram porque o tipo ideal de burocracia sofre transformações, tendo em vista que é realizado por homens.

Segundo Merton, o homem (excluído dos estudos de Max Weber, que descreveu um sistema social desumano e mecanicista), quando participa da burocracia, faz com que toda a previsibilidade do comportamento, que deveria ser a maior conseqüência da organização, desvirtue do modelo preestabelecido.

É importante percebermos que cada disfunção é o resultado de algum desvio ou exagero em cada uma das características do modelo burocrático explicado por Weber. Cada disfunção é uma conseqüência não-prevista pelo modelo weberiano.

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As disfunções da burocracia são basicamente as seguintes

1. INTERNACIONALIZAÇÃO DAS REGRAS E EXAGERADO APEGO AOS REGULAMENTOS

As diretrizes da burocracia, emanadas através das normas e regulamentos, para atingir os objetivos da organização, tendem a adquirir um valor positivo, próprio e importante, independentemente daqueles objetivos, passando a substituí-los gradativamente. As normas e regulamentos passam a se transformar de meios em objetivos. Passam a ser absolutos e prioritários: o funcionário adquire “viseiras” e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade racional. Com isto, o funcionário burocrata torna-se um especialista, não por possuir conhecimento de suas tarefas, mas por conhecer perfeitamente as normas e os regulamentos que dizem respeito ao seu cargo ou função. Os regulamentos, de meios, passam a ser os principais objetivos do burocrata.

2. EXCESSO DE FORMALISMO E DE PAPELÓRIO

A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a fim de que tudo possa ser devidamente testemunhado por escrito pode conduzir à tendência ao excesso de formalismo, de documentação e, consequentemente, de papelório. Aliás, o papelório constitui uma das mais gritantes disfunções da burocracia, o que leva o leigo, muitas vezes, a imaginar que toda burocracia tem necessariamente um volume inusitado de papelório, de vias adicionais de formulários e de comunicações.

3. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS

Como tudo dentro da burocracia é rotinizado, padronizado, previsto com antecipação, o funcionário geralmente se acostuma a uma completa estabilidade e repetição daquilo que faz, o que passa a lhe proporcionar uma completa segurança a respeito de seu futuro na burocracia. Atendendo às normas e regulamentos impostos pela burocracia, o funcionário torna-se simplesmente um executor das rotinas e procedimentos, os quais passa a dominar com plena segurança e tranqüilidade com o passar do tempo. Quando surge alguma possibilidade de mudança dentro da organização, essa mudança tende a ser interpretada pelo funcionário como algo que ele desconhece, e, portanto, algo que pode trazer perigo à sua segurança e tranqüilidade.

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Com isto, a mudança passa a ser indesejável para o funcionário. E, na medida do possível, ele passa a resistir a qualquer tipo de mudança que se queira implantar na burocracia. Essa resistência à mudança pode ser passiva e quieta, como pode ser ativa e agressiva através de comportamentos de reclamação, tumultos e greves.

4. DESPERSONALIZAÇÃO DO RELACIONAMENTO

A burocracia tem com uma de suas características a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários. Daí o seu caráter impessoal, pois ela enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam. Isto leva a uma diminuição das relações personalizadas entre os membros da organização: diante dos demais funcionários, o burocrata não os toma mais como pessoas mais ou menos individualizadas, mas como ocupantes de cargos, com direitos e deveres previamente especificados. Daí a despersonalização gradativa do relacionamento entre os funcionários da burocracia. Os funcionários passam a conhecer os colegas não pelos seus nomes pessoais, mas pelos títulos dos cargos que ocupam. Algumas vezes, o conhecimento é feito pelo número do registro do colega ou por qualquer outra forma de identificação das pessoas imposta pela organização.

5. CATEGORIZAÇÃO COMO BASE DO PROCESSO DECISORIAL

A burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade. Portanto, quem toma decisões em qualquer situação será aquele que possui a mais elevada categoria hierárquica, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto. Quem decide é sempre aquele que ocupa o posto hierárquico mais alto, mesmo que nada saiba a respeito do problema a ser resolvido. Por outro lado, categorizar significa uma maneira de classificar as coisas, estereotipadamente, a fim de lidar com elas com mais facilidade. Quanto mais se lançar mão da categorização no processo decisorial, menor será a procura de alternativas diferentes de solução.

6. SUPERCONFORMIDADE ÀS ROTINAS E PROCEDIMENTOS

A burocracia baseia-se em rotinas e procedimentos, como meio de garantir que as pessoas façam exatamente aquilo que delas se espera. Como uma burocracia eficaz exige devoção estritas às normas e regulamentos, essa devoção às regras e regulamentos conduz à sua

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transformação em coisas absolutas: as regras e rotinas não mais são consideradas como relativas a um conjunto de objetivos, mas passam a ser absolutas. Com o tempo, as regras e as rotinas tornam-se sagradas para o funcionário. O impacto dessas exigências burocráticas sobre a pessoa provoca profunda [imitação em sua liberdade e espontaneidade pessoal, além da crescente incapacidade de compreender o significado de suas próprias tarefas e atividades dentro da organização como um todo. Estudando o efeito da estrutura burocrática sobre a personalidade dos indivíduos, alguns autores chegaram a algumas conclusões, como a “incapacidade treinada” (no conceito de Veblen38, ou a “deformação profissional” ou, ainda, a “psicose ocupacional”, para mostrar que o funcionário burocrata trabalha em função dos regulamentos e das rotinas, e não em função dos objetivos organizacionais que foram realmente estabelecidos. Essa superconformidade às regras, aos regulamentos, às rotinas e procedimentos conduz a uma rigidez no comportamento do burocrata: o funcionário passa a fazer o estritamente contido nas normas, nas regras, nos regulamentos, nas rotinas e procedimentos impostos pela organização. Esta perde toda a sua flexibilidade, pois o funcionário restringe-se ao desempenho mínimo. Perde sua iniciativa, criatividade e inovação.

7. EXIBIÇÃO DE SINAIS DE AUTORIDADE

Como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, torna-se necessário um sistema capaz de indicar, aos olhos de todos, aqueles que detêm o poder. Daí surge a tendência à utilização intensiva de símbolos ou de sinais de status para demonstrar a posição hierárquica dos funcionários, como o uniforme, a localização da sala, do banheiro, do estacionamento, do refeitório, o tipo de mesa etc., como meios de identificar quais são os principais chefes da organização. Em algumas organizações – como o exército, a Igreja etc. – o uniforme constitui um dos principais sinais de autoridade.

8. DIFICULDADE NO ATENDIMENTO A CLIENTES E CONFLITOS COM O PÚBLICO

O funcionário está completamente voltado para dentro da organização, para suas normas e regulamentos internos, para suas rotinas e procedimentos, para seu superior hierárquico que avalia o seu desempenho. Essa sua atuação interiorizada para a organização geralmente o leva a criar conflitos com os clientes da organização. Todos

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os clientes são atendidos de forma padronizada, de acordo com os regulamentos e rotinas internos, fazendo com que o público se irrite com a pouca atenção e descaso para com os seus problemas particulares e pessoais. Com as pressões do público, que pretende soluções personalizadas que a burocracia padroniza, o funcionário passa a perceber essas pressões como ameaças à sua própria segurança. Daí a tendência à defesa contra pressões externas à burocracia.

Essas disfunções fizeram com que a burocracia se transformasse no que temos hoje: uma organização voltada para si mesma, preocupada mais com os processos internos do que com sua finalidade precípua que é o cliente externo.

Características da Burocracia Disfunções da Burocracia

1. Caráter legal das normas 2. Caráter formal das comunicações 3. Divisão do trabalho 4. Impessoalidade no relacionamento 5. Hierarquização da autoridade 6. Rotinas e procedimentos 7. Competência técnica e mérito 8. Especialização da administração 9. Profissionalização

1. Internalização das normas 2. Excesso de formalismo e papelório 3. Resistência a mudanças 4. Despersonalização do relacionamento 5. Categorização o relacionamento 6. Superconformidade 7. Exibição de sinais de autoridade 8. Dificuldades com clientes

Previsibilidade do funcionamento Imprevisibilidade do funcionamento

Fonte: Idalberto Chiavenato

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4. ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO

As organizações estão imersas em um mundo extremamente turbulento e ao mesmo tempo interligado. Esse cenário começou a se desenhar a partir da segunda metade do século passado, notadamente com a aceleração dos processos de globalização e tecnologia. Para Michael A. Hitt et al.

A natureza fundamental da competição em várias indústrias no mundo está mudando. O ritmo dessa mudança implacável e está aumentando. Até mesmo definir os limites de uma indústria se tornou um desafio”.

A percepção desse ambiente turbulento e interligado fez surgir a chamada teoria sistêmica, ou abordagem sistêmica, das organizações.

Conceito de sistema

As organizações, como dito antes, estão totalmente interconectadas, direta ou indiretamente, ao ambiente interno e externo do qual elas fazem parte. Essa pequena afirmação já nos revela a idéia fundamental de um sistema, que é a sua correlação com as partes que o circundam.

Uma organização não é um fim em si mesma. Tampouco, é auto-suficiente, tendo em vista que o ambiente depende de sua atuação, ao mesmo tempo em que ela é dependente do sistema.

A figura abaixo nos mostra interconectividade em um ambiente complexo e dinâmico.

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Podemos definir sistema como sendo um conjunto de estruturas e pessoas que estão inter-relacionadas para atingirem seus objetivos. Ex: eu sou parte do sistema do curso, o curso é parte do sistema de ensino, vocês são parte do curso e do sistema de ensino, e por aí vai.

Percebam que o grande lance é você guardar que o sistema trata da interligação entre pessoas e organizações, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo.

Pressupostos de um sistema

De acordo com Chiavenato, para que um sistema possa funcionar devem existir os seguintes parâmetros:

Entradas ou insumos (inputs) - todo sistema recebe ou importa do ambiente externo os insumos de que necessita para funcionar. Ex: uma empresa precisa de matéria prima para produzir, você precisa de cursos para estudar.

Operação ou processamento – todos os insumos são processados. Neste momento você está processando essas informações.

Saídas ou resultados (outputs) – o insumo que chegou e foi processado se transforma em produto que será posto no ambiente. Ex: a empresa transformou a matéria prima em um carro. Você transformou esse estudo em conhecimento e vai utilizar na prova.

Retroação ou realimentação (feedback) – é a reentrada, ou retorno, ao sistema de parte de suas saídas ou resultados, que passam a influenciar o seu equilíbrio entre entradas e saídas. Ex: você vai receber o resultado da prova (retroação), a partir daí você pára de estudar (eehh, você passou) ou você vai estudar mais ainda para passar no próximo (mas vai passar!!!).

Chiavenato ainda divide a retroação em positiva ou negativa.

Retroação positiva – atua no sentido de estimular a entrada de insumos no sistema para agilizar ou incrementar as suas operações e, consequentemente, produzir mais saídas ou resultados.

Retroação negativa – a ação do sistema foi exagerada ou mais do que suficiente. Nessa caso, a retroação negativa tem por função restringir a entrada de insumos para reduzir as operações e consequentemente a saída de insumos para o ambiente.

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As retroações têm a função de gerar um equilíbrio entre entrada e saída. Esse equilíbrio se chama homeostasia. Alerta! Homeostasia aparece muito em provas.

A homeostasia é uma palavra oriunda da biologia que diz respeito à regulação. Ex: Exemplos: Os músculos esqueléticos tremem para produzir calor quando a temperatura corporal é muito baixa. Quando a temperatura é muito alta o suor arrefece o corpo por evaporação.

Alguns conceitos de homeostasia.

De acordo com o dicionário Michaelis

Homeostase [De homeo- + -stase.] S. f.

1. Fisiol. Med. Tendência à estabilidade do meio interno do organismo.

2. Cibern. Propriedade auto-reguladora de um sistema ou organismo que permite manter o estado de equilíbrio de suas variáveis essenciais ou de seu meio ambiente. [ V. retroalimentação. ]

Homeostasia [ De homeo+stase+ia] S.f.

1. Biol. Lei dos equilíbrios internos que rege a composição e as reações físico-químicas que se passam no organismo e que, graças a mecanismos reguladores, são mais ou menos constantes. É o que acontece com o teor, no sangue, de água, sais, oxigênio, açúcar, proteínas e graxos, o mesmo se verificando com a reserva alcalina do sangue e temperatura interna.

Assim, do mesmo modo que o corpo humano, as organizações estão sempre em busca de um equilíbrio entre entradas e saídas. Isto é homeostasia.

Agora é hora de exercitar!!!

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5. QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

A história da administração teve seu início entre o final do século XIX e início do século XX, mas grandes realizações das civilizações da Antiguidade demonstram a existência de conhecimentos de administração.

Comentário:

Poderíamos ir até 4.000 A.C. para visualizarmos as primeiras organizações com aspectos rudimentares e básicos do que entendemos por administrar. Um bom exemplo disso foi a construção das pirâmides do Egito.

GABARITO: Certa

2. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

Os estudos de tempos e movimento tiveram início com a teoria da burocracia de Max Weber.

Comentário:

Quem realizou o estudo dos tempos e movimentos foi Taylor. Max Weber é o ícone da Teoria da Burocracia.

GABARITO: Errada

3. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

A busca da eficiência das organizações por meio da racionalização do trabalho do operário e da estruturação e funcionamento das organizações estava presente nos princípios da chamada abordagem clássica da administração.

Comentário:

1. Quando a questão fala em: “eficiência das organizações por meio da racionalização do trabalho do operário” está tratando da ênfase nas tarefas.

2. Quando a questão fala em: “estruturação e funcionamento das organizações” está tratando da ênfase na estrutura.

GABARITO: Certa

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4. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

Formalidade das comunicações, ênfase nas normas, impessoalidade das relações e hierarquia da autoridade são princípios da teoria da burocracia.

Comentário:

Também chamadas de: dimensões ou características da burocracia.

GABARITO: Certa

5. (CESPE/FUB/Secretário Executivo/2011)

De acordo com Taylor, o nível de eficiência do trabalhador é estabelecido com base na capacidade social que esse trabalhador apresenta, e não em sua capacidade de executar o trabalho corretamente no prazo estabelecido.

Comentário:

Taylor não levava em conta a capacidade social do trabalhador. O estudo dos tempos e movimentos e o tempo padrão, por exemplo, buscaram a racionalização e a máxima eficiência do trabalhador durante a execução das tarefas. Também podemos refutar a questão através do conceito de homo economicus, segundo o qual o homem tem como único interesse os valores materiais.

GABARITO: Errada

6. (CESPE/MTE/Administrador/2008)

O gestor público que se preocupa em eliminar o desperdício de esforço desenvolvido pelos demais colaboradores, procurando racionalizar as tarefas e eliminar os movimentos inúteis, adota pressupostos coerentes com a abordagem clássica da administração.

Comentário:

David Harvey, explica que a obra “Os Princípios da Administração Científica” é um influente tratado que descrevia como a produtividade do trabalho podia ser radicalmente aumentada através da decomposição de cada processo de trabalho em movimentos componentes e da organização de tarefas de trabalho

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fragmentadas segundo padrões rigorosos de tempo e estudo do movimento. Este ponto trata do famoso – muito comum em provas - estudo dos tempos e movimentos realizado por Taylor.

GABARITO: Certa

7. (CESPE/MTE/Administrador/2008)

Segundo a teoria de sistemas, as funções de um sistema independem de sua estrutura.

Comentário:

A teoria dos sistemas sustenta que as organizações são totalmente dependentes da sua estrutura interna e do ambiente externo. É a idéia de interconectividade total.

GABARITO: Errada

8. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

Os múltiplos elos entre as organizações e o ambiente tornam intangível a clara definição das fronteiras que marcam os limites organizacionais.

Comentário:

A questão aborda a questão sistêmica. Em linhas gerais, a questão está nos dizendo que, dados os inúmeros relacionamentos que uma organização possui, fica difícil limitar onde a mesma começa e onde termina.

GABARITO: Certa

9. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

As organizações podem ser consideradas sistemas abertos, já que estão em constante interação com o ambiente por meio da transformação de insumos em produtos e serviços.

Comentário:

Mais uma questão sobre abordagem sistêmica.

GABARITO: Certa

10. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

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A visão sistêmica das organizações considera que há um ciclo de vida organizacional definido para que não haja desvios nas normas sociais de sua estrutura.

Comentário:

Não tem absolutamente nada a ver com visão sistêmica. Totalmente absurda.

GABARITO: Errada

11. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

Em uma organização, a homeostase ocorre quando há relação de equilíbrio entre a eficiência e a eficácia organizacional.

Comentário:

Pegadinha na área. A homeostase é a busca do equilíbrio entre as entradas e as saídas de uma organização e não entre a eficiência e a eficácia.

GABARITO: Errada

12. (CESPE/ME/Administrador/2009)

Ao valorizar a meritocracia como forma de promoção, o administrador estará se pautando na teoria da burocracia.

Comentário:

A meritocracia é uma das características (dimensões) da burocracia.

GABARITO: Certa

13. (CESPE/EMBASA/Administrador/2010)

Fila constante, em frente aos postos de atendimento das organizações, inclui-se entre as características da teoria da burocracia weberiana.

Comentário:

Pegadinha na área!!! Muita gente errou, muita mesmo. Os problemas causados não são características, como diz a questão, são as DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA.

GABARITO: Errada

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14. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Em virtude de buscar resultados por intermédio das pessoas, Taylor é considerado representante da escola das relações humanas.

Comentário:

Pelo contrário, Taylor era, inclusive, criticado por conta das suas metodologias de trabalho. O filme tempos modernos é uma dura crítica a essa forma de trabalho.

GABARITO: Errada

15. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Taylor defendia a manutenção e a divulgação dos métodos de trabalho existentes, visando evitar, assim, que o trabalho fosse feito de forma heterogênea pelos operários.

Comentário:

O único erro da questão está em dizer que Taylor defendia a divulgação dos métodos de trabalho. Na verdade, Taylor partia do pressuposto que somente os gerentes tinham habilidades especiais e que os operários deveriam ser treinados, exclusivamente, para executar uma determinada atividade.

GABARITO: Errada

16. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Para Taylor, a responsabilidade pela elaboração do processo ideal de trabalho é dos empregados.

Comentário:

Como falado na questão anterior, essa é uma responsabilidade dos gerentes. Aos empregados cabe a mera execução.

GABARITO: Errada

17. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Taylor defendia a especialização da tarefa, que deve ser encarada como o foco essencial do trabalho.

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Comentário:

Especialização das tarefas através de movimentos repetitivos.

GABARITO: Certa

18. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Segundo Taylor, a administração deveria se pautar no pragmatismo, considerando a experiência pessoal do trabalhador o mais importante, afastando, desse modo, a ciência do trabalho.

Comentário:

Pelo contrário. A administração, para Taylor, deveria se pautar nas tarefas desenvolvidas pela gerência e padronizadas para toda organização. O empregado sequer tinha o direito de tentar fazer algo diferente.

GABARITO: Errada

19. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Fayol defende que os chefes devem se ater aos detalhes das tarefas desenvolvidas por seus empregados.

Comentário:

A preocupação maior de Fayol era com as estruturas organizacionais (ênfase na estrutura) e não com os detalhes das tarefas.

GABARITO: Errada

20. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

A teoria proposta por Fayol defende que cada setor da organização deve propor seus próprios objetivos, atuando, desse modo, como unidades estratégicas de negócio, com atuação independente da organização, devendo satisfação apenas quanto ao resultados financeiros obtidos.

Comentário:

Essa é uma concepção totalmente atual.

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Fayol defendia princípios como o da unidade de comando e o da unidade de direção, portanto, não há que se falar em cada setor da organização propor seus próprios objetivos.

GABARITO: Errada

21. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Weber propõe que uma das principais vantagens da burocracia consiste em conferir rapidez à tomada de decisões.

Comentário:

Para Max Weber a burocracia é o tipo ideal. Tudo o que vier dele em relação à burocracia vai ser falando bem do modelo.

GABARITO: Certa

22. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

A teoria de sistemas adota uma visão reducionista e analítica da administração.

Comentário:

Adota uma visão ampla da organização.

Gabarito: Errada

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6. LISTA DAS QUESTÕES

1. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

A história da administração teve seu início entre o final do século XIX e início do século XX, mas grandes realizações das civilizações da Antiguidade demonstram a existência de conhecimentos de administração.

2. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

Os estudos de tempos e movimento tiveram início com a teoria da burocracia de Max Weber.

3. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

A busca da eficiência das organizações por meio da racionalização do trabalho do operário e da estruturação e funcionamento das organizações estava presente nos princípios da chamada abordagem clássica da administração.

4. (CESPE/TJ-RR/Administrador/2006)

Formalidade das comunicações, ênfase nas normas, impessoalidade das relações e hierarquia da autoridade são princípios da teoria da burocracia.

5. (CESPE/FUB/Secretário Executivo/2011)

De acordo com Taylor, o nível de eficiência do trabalhador é estabelecido com base na capacidade social que esse trabalhador apresenta, e não em sua capacidade de executar o trabalho corretamente no prazo estabelecido.

6. (CESPE/MTE/Administrador/2008)

O gestor público que se preocupa em eliminar o desperdício de esforço desenvolvido pelos demais colaboradores, procurando racionalizar as tarefas e eliminar os movimentos inúteis, adota pressupostos coerentes com a abordagem clássica da administração.

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7. (CESPE/MTE/Administrador/2008)

Segundo a teoria de sistemas, as funções de um sistema independem de sua estrutura.

8. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

Os múltiplos elos entre as organizações e o ambiente tornam intangível a clara definição das fronteiras que marcam os limites organizacionais.

9. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

As organizações podem ser consideradas sistemas abertos, já que estão em constante interação com o ambiente por meio da transformação de insumos em produtos e serviços.

10. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

A visão sistêmica das organizações considera que há um ciclo de vida organizacional definido para que não haja desvios nas normas sociais de sua estrutura.

11. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011)

Em uma organização, a homeostase ocorre quando há relação de equilíbrio entre a eficiência e a eficácia organizacional.

12. (CESPE/ME/Administrador/2009)

Ao valorizar a meritocracia como forma de promoção, o administrador estará se pautando na teoria da burocracia.

13. (CESPE/EMBASA/Administrador/2010)

Fila constante, em frente aos postos de atendimento das organizações, inclui-se entre as características da teoria da burocracia weberiana.

14. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

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Em virtude de buscar resultados por intermédio das pessoas, Taylor é considerado representante da escola das relações humanas.

15. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Taylor defendia a manutenção e a divulgação dos métodos de trabalho existentes, visando evitar, assim, que o trabalho fosse feito de forma heterogênea pelos operários.

16. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Para Taylor, a responsabilidade pela elaboração do processo ideal de trabalho é dos empregados.

17. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Taylor defendia a especialização da tarefa, que deve ser encarada como o foco essencial do trabalho.

18. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Segundo Taylor, a administração deveria se pautar no pragmatismo, considerando a experiência pessoal do trabalhador o mais importante, afastando, desse modo, a ciência do trabalho.

19. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Fayol defende que os chefes devem se ater aos detalhes das tarefas desenvolvidas por seus empregados.

20. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

A teoria proposta por Fayol defende que cada setor da organização deve propor seus próprios objetivos, atuando, desse modo, como unidades estratégicas de negócio, com atuação independente da organização, devendo satisfação apenas quanto ao resultados financeiros obtidos.

21. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

Weber propõe que uma das principais vantagens da burocracia consiste em conferir rapidez à tomada de decisões.

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22. (CESPE/FINEP/Administrador/2009)

A teoria de sistemas adota uma visão reducionista e analítica da administração.

7. GABARITOS

1. C 2. E 3. C 4. C 5. E

6. C 7. E 8. C 9. C 10. E

11. E 12. C 13. E 14. E 15. E

16. E 17. C 18. E 19. E 20. E

21. C 22. E

Por hoje é só. Estudem e descansem bastante, pois a próxima aula será das grandes...rs.

Forte abraço a todos!!!!

8. BIBLIOGRAFIA

BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista. 1974

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Campus, 2009.

HARVEY, David. O neoliberalismo: histórias e implicações, 2010.

MAXIMIANO, Antonio. Teoria geral da administração. 2008.