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Aula 01 Curso: Administração de Recursos Materiais p/ TRT-SP - Analista Judiciário (Área Administrativa) Professor: Felipe Petrachini

Administração de Recursos Materiais - Aula 01

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    Curso: Administrao de Recursos Materiais p/ TRT-SP - Analista Judicirio (reaAdministrativa)Professor: Felipe Petrachini

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    AULA 01 Estoques: planejamento, processos e polticas de administrao de estoques; determinao de nveis de estoque, tempo de ressuprimento e estoques de segurana; avaliao de estoques - mtodos; Previso e

    Controle de Estoque.

    SUMRIO PGINA

    Sumrio Estoques: Planejamento, Processo e Polticas de Administrao de Estoque 2 3. Gesto de Estoques .................................................................................... 2

    3.1 Polticas de Estoque .............................................................................. 5

    3.2 Mtodos de Previso da Demanda ........................................................ 7

    3.3 Determinao dos Nveis de Estoque .................................................. 11

    3.4 Reposio de Estoques ....................................................................... 15

    3.4.1 Nveis de Estoque Tempo de Ressuprimento e Estoque de Segurana ......................................................................................................... 15

    3.5 Rotatividade ou giro dos estoques ....................................................... 20

    3.6 Nvel de Servio (nvel de atendimento) .............................................. 21 3.7 Economicidade na Funo Suprimento - Lote Econmico de Compra 21

    3.7.1 Custos ........................................................................................... 21

    3.7.2 Lote Econmico de Compra .......................................................... 24

    3.8 Controle de Estoques .......................................................................... 26

    3.9 Mtodos de avaliao de estoques ...................................................... 37

    3.10 Sistemas de Estocagem .................................................................... 43

    4. Classificao ABC ..................................................................................... 44

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    4.1 Metodologia de clculo da curva ABC ................................................. 46

    Dvidas comuns sobre os pontos desta Aula ................................................ 54

    Questes Comentadas .................................................................................. 62

    Questes Propostas (Sem Comentrios) ...................................................... 97

    Bem vindo ao resto do curso :P. com grande prazer que descubro que voc resolveu confiar em mim para alcanar sua aprovao. Neste caso, farei por merecer tamanha honra :D.

    Est na hora da dor de cabea :P.

    A aula 00 era apenas uma demonstrao da mecnica da aula. No se assuste se alguns temas aparecerem novamente aqui. Se acontecer, simplesmente para manter o encadeamento do raciocnio. Pode at pular aquela parte se quiser :P (embora eu no recomende).

    Estoques: Planejamento, Processo e Polticas de Administrao de Estoque

    7LUDQGRRWySLFR3ROtWLFDVGH(VWRTXHWRGRVRVGHPDLVWySLFRVGHVWDDXODHos de recebimento e armazenamento da aula que vem, esto relacionados aos WHPDV 3ODQHMDPHQWRH3URFHVVRGH(VWRTXHHQWmRDR WHUPLQDUD$XODHvoc, sem querer, j ter visto estes temas :P.

    Vamos comear.

    3. Gesto de Estoques

    Para que servem os estoques? E como se administra um estoque?

    Os estoques servem para armazenar os materiais enquanto estes no so necessrios ao processo produtivo. A gesto do estoque poder assumir vrias formas de acordo com o tipo de produo da empresa.

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    $RIDODUVREUHDJHVWmRGHHVWRTXHV&KLDYHQDWRDILUPDTXH1RVLVWHPDGHgesto por encomenda, quase sempre o produto que permanece imvel, enquanto WXGRRPDLVJLUDHPDRUHGRUGHOH(sta produo por encomenda e baseada em uma solicitao dos clientes, ou seja, o produto somente produzido aps o cliente ter solicitado.

    Seria simples para a administrao de estoques se tudo se resumisse a produo por encomenda, no mesmo? MAS A REALIDADE NO ASSIM. Lembra o que eu falei sobre o setor financeiro da empresa? Se dependesse deles, a empresa esperaria um pedido de 100 unidades para comprar matria prima para somente 100 unidades, fabricar estes produtos e entrega-los, sempre com o estoque zerado.

    Mas nem sempre possvel fazer desse jeito, pois existe tambm a produo em lotes (onde se produz quantidades limitadas de determinado produto por YH] SRU LVWR R QRPH HP ORWHV H D produo contnua (onde o produto e produzido sem paralisaes e por um perodo longo de tempo).

    Nestes dois modos de produo, a ateno se volta para o sistema produtivo (que foi apresentado na aula passada), porque nestes casos, diferentemente do que ocorre na produo por encomenda, a produo no para nunca, no podendo, deste modo, faltar materiais indispensveis a ela.

    neste momento que a figura dos estoques ser importante.

    Os estoques iro garantir a continuidade da produo, sendo que para isso os chamados nveis de estoque de segurana sero necessrios. O estoque garante o abastecimento de materiais empresa, assim, atrasos no fornecimento ou sazonalidades (eventos que alteram a demanda de materiais sensivelmente de tempos em tempos) no suprimento no prejudicaro a produo.

    O estudo de estoques visa basicamente impedir que haja desabastecimento tanto de matrias-primas e semiacabados dentro da fbrica, assim como na hora em que os clientes faam o pedido.

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    Imagine uma fbrica grande como a Nestl. Se o Carrefour pedir 100 caixas de pudim de chocolate para daqui 10 dias, certamente a fbrica, se iniciar a produo hoje, conseguir entregar o pedido. Mas imagine que a Nestl tenha no seu portfolio mais de 300 produtos diferentes e que haja 2000 pedidos por semana, para serem entregues em poucos dias, como que a empresa ir honrar esses pedidos se comear a produzir hoje? Provavelmente ir falhar miseravelmente.

    E como podemos conceituar o estoque?

    Quem melhor para definir isso do que uma banca de concursos n:

    Informao CESPE (2005/TRT 16 Regio): Estoque toda poro armazenada de mercadoria, ou seja, aquilo que reservado

    para ser utilizado em tempo oportuno

    O estoque total de uma empresa a soma, a composio, de todos os elementos apresentados na aula passada. Relembrando: matrias-primas, materiais em processamento, materiais semiacabados, matrias acabados, produtos acabados. Relembrar viver:

    Estes materiais esto armazenados para serem utilizados em momento oportuno. Seguindo definio, agora da doutrina:

    2HVWRTXHconstitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e XWLOL]DQRSURFHVVRGHSURGXomRGHVHXVSURGXWRVHVHUYLoRV 1

    1 Chiavenato, Idalberto. Administrao de Materiais, ed. Campus, pg. 67.

    Materias- primas Materiais em

    processamento

    Materiais

    semiacabados

    Materiais

    acabados ou

    componentes

    Produtos

    acabados

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    Gesto do estoque o gerenciamento, a prpria administrao, voltada aos materiais estocados.

    Antes de passarmos para o prximo ponto, vamos lembrar o que a Administrao de Recursos Materiais busca controlar:

    Nessa parte da aula, vamos nos concentrar na quantidade, para que falemos sobre o dimensionamento do estoque, que nada mais que uma das facetas da gesto do mesmo.

    3.1 Polticas de Estoque

    Voc acabou de ler que os estoques existem para garantir a continuidade da produo.

    Entretanto, organizar o estoque no envolve apenas a anlise de quanto material a empresa precisar para determinado perodo, mas tambm o contexto em que ela est inserida.

    Por exemplo: uma empresa que opera em um mercado acometido por uma forte inflao ter de levar em considerao no s a sua prpria produo, mas a constante reviso de preos dos produtos e matrias primas no mercado, bem como a retrao do consumo de seus prprios produtos. E, no final das contas, pode ser que o lucro sobre as vendas realizadas termine por no superar o custo de reposio do estoque, resultando em desastre!

    Pois bem, para isto existem as polticas de estoque.

    Dentro de um processo produtivo, a Administrao de Materias (AM) precisa controlar:

    A Quantidade (para que se

    evite a falta ou os excessos)

    O Tempo ( o momento em

    que os materias estaro

    disponveis)

    A Localizao (no basta o

    material estar disponvel ele

    tambm precisa estar disponvel no local certo)

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    No entender de DIAS:

    $ DGPLQLVWUDomR GHYHUi GHWHUPLQDU DR GHSDUWDPHQWR GH PDWHULDLV o programa de objetivos a serem atingidos, isto , estabelecer certos padres que sirvam de guia aos programadores e controladores, e tambm de critrios para medir o dHVHPSHQKRSDUDPHGLUGHVHPSHQKRGRGHSDUWDPHQWR

    Veja que, no meio de sua frase, DIAS j explica o que poltica de estoque: o programa de objetivos a serem atingidos. Polticas de estoque so metas, ideais, propsitos, que a administrao fixa e que o departamento de materiais deve atingir.

    Veja algumas metas importantes a serem fixadas e atingidas:

    Todos os exemplos acima tem a mesma razo de ser: o que a Administrao espera dos setores envolvidos com os materiais e como deseja que o fluxo de materiais opere.

    Desta forma, qualquer alternativa que trate de objetivos a serem atingidos tem enorme potencial para enquadrar-se na definio.

    Metas quanto a tempo

    de entrega dos

    produtos

    Definio do nmero

    de depsitos e

    almoxarifados

    Nveis de flutuao dos

    estoques, para que

    atendam perodos de

    alta ou baixa na

    demanda

    Tolerncia especulao com

    os estoques (comprar mais em

    perodos de baixa ou em maior

    quantidade para obter

    desconto)

    Definio da

    Rotatividade dos

    estoques

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    3.2 Mtodos de Previso da Demanda

    As empresas, embora no possam adivinhar como funcionar a demanda de materiais no futuro, ainda assim, tentaro. E do mesmo modo que impossvel descobrir com exatido o nmero de materiais que sero demandados, tambm no se trata de exerccio de premonio.

    Existem algumas variantes que podem ser levadas em considerao, a fim de tentar se aproximar do valor real de materiais a ser consumidos no futuro.

    Estas variantes podem ser divididas em dois grupos principais:

    Variveis Quantitativas:

    So chamadas assim pois levam em considerao fatores que podem ser numericamente quantificados. Exemplos:

    - Evoluo das vendas em perodos anteriores;

    - Variveis ligadas diretamente s vendas;

    - Variveis de fcil previso ligadas s vendas, entre as quais, a renda do mercado consumidor, crescimento da populao, e outras que sua imaginao se permitir pensar.

    - Variveis Qualitativas:

    Estas levam em conta experincia dos profissionais envolvidos na produo, baseando-se em opinies. Como estes profissionais esto envolvidos com alguma IDVH GD SURGXomR QmR VH WUDWD GH PHUR SDOSLWH RX FKXWH desprovido de compromisso com a realidade. Temos como exemplos:

    - Opinio de gerentes;

    - Opinio de vendedores;

    - Opinio de compradores;

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    - Pesquisas de mercado (que normalmente sintetizam as opinies dos compradores).

    Dito isto, as tcnicas mais comuns de previso de consumo so as seguintes:

    - Explicao: Faz uso de regras estatsticas, explicando porque se acredita que o consumo ser daquela determinada forma. Como far uso de dados quantitativos para fazer esta anlise, diz-se que este tipo de tcnica tem natureza quantitativa.

    - Projeo: Atravs das vendas anteriores, busca-se tentar prever o consumo de pocas posteriores, acreditando-se que o futuro buscar imitar o passado, dele no se afastando. Tambm uma tcnica quantitativa.

    - Predileo: Aqui se busca, atravs da experincia dos envolvidos na produo, dimensionar o consumo dos novos perodos. um mtodo baseado principalmente na opinio dos envolvidos na produo, e assim sendo, uma tcnica qualitativa.

    As tcnicas quantitativas so tambm chamadas matemticas (no se importam com opinies, apenas para nmeros), ao passo que as tcnicas qualitativas so chamadas de no-matemticas.

    Mas no fiquemos por a. Tambm devemos estudar os modelos de evoluo do consumo. Aqui j adianto a vocs que so modelos muito melhor estudados em disciplinas de exatas, mas voc tem de sair daqui pelo menos conhecendo os trs principais modelos de evoluo: 76309585010

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    O modelo acima o mais fcil de ser identificado. o modelo de evoluo horizontal de consumo. Note que, embora o consumo oscile ao longo do tempo, no h tendncia de crescimento no mesmo, sempre oscilando em torno de uma quantidade fixa de materiais consumidos. A linha pontilhada representa tendncia constante, ou invarivel.

    Segundo participante :P. Agora estamos diante do Modelo de Evoluo de Consumo Sujeito a Tendncia. O nome grande, mas no justifica pnico algum.

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    Antes de qualquer coisa, definamos tendncia, segundo os grandes sbios ancestrais: tendncia fora pela qual um corpo levado a mover-se em direo a alguma coisa.

    Nos nossos grficos, a tal fora o consumo, ou ascendente, ou descendente, o que provocar oscilao no grfico. Observem o exemplo acima: por mais que o consumo se reduza, ele no chega a ficar to baixo quanto a queda do perodo anterior, o que uma excelente pista para identificarmos o grfico. Mas lembre-se: isto s uma pista! O que define este modelo a existncia de uma fora que desloque o grfico, para baixo, ou para cima, de maneira constante e gradual.

    Agora conhea o monstrengo. Nosso terceiro modelo o que talvez te traga mais dificuldades. Mas o tio ta aqui pra isso. Nome do monstro: Modelo de Evoluo Sazonal de Consumo.

    Primeiro: at agora eu estava usando 50 unidades como exemplo, sempre. Agora, inventei de utilizar um tal de 50+25%. Porque fiz isso!!?? Porque este o primeiro indicativo deste modelo. A sazonalidade se apresenta com desvios de ao menos 25% em torno do consumo mdio.

    Mas este nem o ponto mais importante. A sazonalidade caracterizada pela oscilao regular e condicionada a determinadas causas.

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    Para que no fique to nebuloso, tome este exemplo: normal, e perfeitamente justificvel que as vendas de cobertores eltricos aumentem vertigionsamente nos meses de inverno, em relao aos meses de vero.

    Alias, quase ningum estava comprando cobertores eltricos durante o vero, de maneira que, quando o inverno vem, as compras sobem para muito alm dos tais 25%. Mas este frenesi de vendas no vai durar muito, e assim que o inverno acabar, haver novo decrscimo no consumo. E isto tende a ocorrer ciclicamente, afinal, todo ano tem inverno :P.

    3.3 Determinao dos Nveis de Estoque

    fundamental que uma empresa possa dimensionar seus estoques e assim estabelecer nveis de estoque adequados (entenda-se, nem ter itens em excesso

    nem em nmero insuficiente).

    A questo que a empresa tem de chegar a uma concluso de qual seria o nvel adequado de estoque. Entretanto, como ela pode faz-lo?

    Imagino que um dos motivos de voc estar lendo o curso agora porque gostaria de poder ir ao mercado todos os meses e abastecer a geladeira, sem ter usar cheques voadores na praa, porque seu patro resolveu, as cinco da tarde da sexta feira,que seus servios no so mais necessrios :P. To certo?

    Entretanto, voc ainda vai ao mercado. Como que voc sabe quantos quilos de arroz, feijo, carne, tomate, banana e uma infinidade de outros itens voc

    ter que comprar? Aposto que voc planeja! V quanto arroz foi consumido no ms passado (consumo do ltimo perodo), se estamos no ms de dezembro (que devido ao incremento sazonal de consumo, vai precisar de uma geladeira mais cheia) e por a vai.

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    Mas essas coisas que voc faz j foram estudas e documentadas, e para prova, existem trs mtodos que normalmente so utilizados para prever a demanda de um material, cada um deles com algumas vantagens e desvantagens. So eles: o consumo do ltimo perodo; o da mdia mvel; e o da mdia mvel ponderada. A tabela acima tem como Fonte: CESPE/ TST/ 2008.

    O consumo do ltimo perodo.

    Este mtodo bastante simples, consiste em se analisar a demanda (ou consumo) do perodo imediatamente anterior e, baseando nisto, prever-se o consumo do prximo perodo.

    Veja que esta previso bastante simples, mas estar sujeita s mais diversas sazonalidades, alm de haver grandes possibilidades da demanda prevista, tendo por base o perodo anterior, no se refletir na demanda efetiva.

    No Exemplo ao lado, se fosse solicitada a previso de consumo para julho de 2007 utilizando o mtodo do ltimo perodo, essa previso seria de 490 unidades (o que corresponde ao consumo do ltimo perodo, no caso junho de 2007).

    Basicamente, este mtodo justamente o responsvel por voc errar a compra de mercado em dezembro baseando-se no consumo de novembro. Dezembro natal, e voc no compra chester todo o ms :P

    A mdia mvel.

    Este mtodo no tem como base um nico perodo, mas sim a mdia de consumo de mais de um perodo anterior.

    $V desvantagens residem no fato de que as mdias mveis so influenciadas por valores extremos e de que os perodos mais antigos tm o mesmo peso dos atuais. 2 (grifos nossos)

    2 Chiavenato, Idalberto. Administrao de Materiais, ed. Campus, pg. 74.

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    Influncia de valores extremos no clculo da mdia mvel:

    O valor muito alto de um determinado perodo influencia para

    mais o resultado final, superestimando a demanda.

    O valor muito baixo de um determinado perodo influencia para

    menos o resultado final, subestimando a demanda.

    Vamos tomar a tabela anterior como exemplo. Imagine que o examinador solicitasse o consumo do ms de janeiro de 2008, com base na mdia mvel para cinco perodos:

    =570

    Neste exemplo no houve nenhuma influencia porque no h valores extremos, uma vez que os valores so muito prximos.

    Agora, imagine que no ms de setembro o consumo tenha sido de apenas 100 unidades:

    =474 Nesta segunda situao, o ms de setembro, por apresentar um valor

    extremo, influenciou para menos o resultado final. Deste modo, a demanda pode estar subestimada.

    inerente ao funcionamento da mdia que isso acontea, sendo uma desvantagem do mtodo.

    A mdia mvel ponderada

    Neste mtodo busca-se reduzir os problemas do mtodo anterior (a presena de valores extremos e os perodos mais antigos de tempo), esta ponderao feita

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    atribuindo-se pesos diferentes para perodos de tempo diferentes, ficando os perodos mais recentes com maior peso.

    mais ou menos uma mescla dos dois primeiros mtodos.

    Mdia mvel exponencialmente ponderada

    J aviso que este tpico foi cobrado to poucas vezes pela CESPE (e falo da CESPE porque nem a FCC teve coragem de cobrar este contedo :P) que eu quase sou capaz de recomendar que voc pule esta parte. Entretanto, eu preciso ministra-la :P. Veja s:

    uma frmula to pouco cobrada, que mesmo quando , no nos solicitado que faamos o clculo. Mas voc est aqui, ento, observe: ? ?

    Tenso n? Por isso, no se costuma exigir esta frmula em prova, apenas o entendimento dela. Vamos aos parmetros Previso de consumo para o prximo perodo Previso de consumo para o perodo passado Consumo efetivo no perodo passado Coeficiente de ajustamento

    ou mais claro:

    Prxima Previso = Previso anterior + Constante de amortecimento * Erro de Previso

    S por curiosidade, alfa costuma apresentar valor entre 0,1 e 0,3.

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    O que voc precisa saber desta frmula? O que Dias j disse em suas obras:

    Apenas trs valores so necessrios para gerar a previso do prximo perodo:

    - a previso do ltimo perodo;

    - o consumo ocorrido no ltimo perodo;

    - uma constante que determina o valor ou ponderao dada aos valores mais recentes.

    E a nica pergunta do &(63( DOLDV D ~QLFD TXHVWmR DW DOO TXH FRQKHoRenvolvendo este assunto):

    CESPE - 2008 - TST - Tcnico Judicirio - rea Administrativa Caso essa empresa tivesse empregado o mtodo da mdia mvel com ponderao exponencial para previso do seu consumo em janeiro de 2008, os dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse clculo.

    Comentrios: A questo utiliza a seguinte VHQWHQoDos dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse clculo'iSDUDDILUPDU LVWRFRPcerteza? No! A frmula teria dado certo apenas com aquelas trs variantes que citamos.

    Item errado.

    3.4 Reposio de Estoques

    3.4.1 Nveis de Estoque Tempo de Ressuprimento e Estoque de Segurana Seria muito bom se possvel fazer previses que informassem a demanda

    com preciso, no entanto, pelas mais diversas incertezas, na prtica isto no possvel.

    Diante da imprevisibilidade necessrio se determinar um estoque adicional, um estoque de garantia, para que a empresa possa amortecer efeitos de acontecimentos no previstos quando estes ocorrerem.

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    Voc se recorda do diagrama da pgina 04. O item precisa estar na quantidade certa, na hora certa e no local certo. Uma forma de se permitir que isto acontea e tambm de se proteger o sistema produtivo tendo estoques de segurana.

    O estoque de segurana o estoque mnimo que uma empresa deve dispor, estando intimamente ligado demanda e velocidade de reposio de um determinado material, que podero se apresentar da forma de demanda e reposio fixas ou variveis.

    natural que todo sistema de produo esteja sujeito a contingncias (situaes no previstas, eventualidades), mas por meio de estoques de segurana uma empresa pode se proteger, reduzindo, por consequncia, este risco.

    Na figura a seguir temos dois grficos: o primeiro apresentando estoque mnimo (20 unidades), j no segundo temos a ruptura do dente de serra, justamente por no haver estoque mnimo.

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    Observe a linha pontilhada. justamente a linha pontilhada que indica a ruptura do grfico dente de serra.

    Por outro lado, note como o estoque mnimo desloca a linha dente de serra para cima e para a esquerda (grfico de cima). No caso do grfico, 20 unidades passaram a ser considerados o "novo zero" do grfico. Assim, a empresa pode continuar produzindo por mais um tempo, sem se comprometer.

    A rea da figura pontilhada no grfico debaixo mostra o quanto a empresa precisou do estoque naquele perodo, e por consequncia, o quanto deixou de ganhar com sua produo.

    Tempo de Reposio (Tempo de Ressuprimento)

    O tempo de reposio o tempo que se gasta desde a constatao da necessidade de se adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa.

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    Para fins meramente didticos, costuma-se dividir este tempo em trs partes mais evidentes:

    a) emisso do pedido: tempo que leva desde a emisso do pedido de compra at ele chegar ao fornecedor;

    b) preparao do pedido: tempo que leva desde o fornecedor fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento at deixa-los em condies de serem transportados;

    c) transporte: tempo que leva da sada do fornecedor at o recebimento pela empresa dos materiais encomendados.

    Ponto de pedido

    o momento que, quando atingido, provoca um novo pedido de compra, em funo do consumo mdio, do tempo de reposio e do estoque mnimo. definido pela seguinte equao:

    Ponto do pedido (PP) = Consumo mdio X Tempo de Reposio + Estoque Mnimo. Segue o quadro dos itens da frmula:

    Item da Frmula Definio

    Ponto de Pedido (PP)

    a quantidade de um determinado produto em estoque que, sempre que atingida, deve gerar

    um novo pedido de compra. Com esta quantidade, a empresa deve ser capaz de

    continuar a produzir at que os novos produtos encomendados cheguem

    Tempo de Reposio

    O tempo de reposio o tempo que se gasta desde a constatao da necessidade de se

    adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa. Pode ser chamado tambm de Lead Time. Aqui deve ser levado em considerao o tempo e processamento do

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    pedido, providencias do fornecedor e o prprio recebimento pela empresa

    Estoque Mnimo ou

    de Segurana (ES)

    Trata-se do estoque adicional, a margem de segurana que a empresa tem para se proteger

    de atrasos na reposio, ou aumentos imprevistos no consumo

    Consumo Mdio a quantidade de produto consumido por unidade de tempo pela empresa. Por isso multiplicamos pelo tempo de reposio.

    S aplicar a frmula, encaixando os dados dos enunciados com os conceitos acima. Tranquilo.

    -i DOHUWR DV H[SUHVV}HV SRQWRGH SHGLGRH SRQWRGH UHVVXSULPHQWR VmRtratadas como sinnimas na maior parte dos livros sobre o assunto. Mas, em uma nica questo, pude notar que a banca fez a seguinte diferenciao:

    PONTO DE PEDIDO Nvel de controle frente ao saldo em estoque monitorado. Quando a quantidade em estoque diminui chegando ao limite ou abaixo dele, adota-se ao para reabastecimento do estoque. O ponto de pedido determinado a partir do lead time de entrega do Fornecedor e estoque de segurana.

    PONTO DE RESSUPRIMENTO - Quantidade determinada para que ocorra o acionamento da solicitao do Pedido de Compra. Tambm determinado "Estoque Mnimo".

    Diferenas nestas duas definies? O ponto de ressuprimento trabalharia exclusivamente com a variiYHO TXDQWLGDGH HP HVWRTXH. Se o ponto de ressuprimento for dez unidades, e este for o nvel do estoque, hora de comprar.

    23RQWRGH3HGLGRSRUVXDYH]OHYDULDHPFRQVLGHUDomRTXDQWRWHPSRR IRUQHFHGRU OHYD SDUD HQWUHJDU R PDWHULDO, devendo a compra ser realizada quando a empresa constatar que precisar do material daqui a x dias, e que o fornecedor tambm leva estes mesmos x dias para entregar o material.

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    Fique atento!

    3.5 Rotatividade ou giro dos estoques

    Um ponto importante que cobrado em concursos a rotatividade de estoques, esta nada mais do que uma avaliao que feita comparando dois nmeros do processo produtivo: o do estoque e o do custo de vendas em perodo (valor consumido). Assim podemos ter:

    R = custo de vendas / Estoques.

    Exemplificando:

    Imagine uma empresa que teve um custo anual de vendas de R$100.000 e investimento em estoques de R$ 50.000. A rotatividade dos estoques dada por -- R = custo de vendas / Estoques

    R= R$100.000 / R$ 50.000 R = 2

    Ou seja, o estoque da empresa gira 2 (duas) vezes no ano.

    ,03257$17(Quanto maior for o nmero da rotatividade, melhor ser a administrao logstica da empresa, menores sero seus custos e maior ser a sua competitividade.

    Existe ainda outro conceito que seria recomendvel que voc tivesse na FDEHoDDQWLJLURRXWD[DGHFREHUWXUD

    Taxa de Cobertura, ou Antigiro, segundo DIAS, o perodo de tempo em que um dado estoque capaz de atender demanda da empresa. Seu clculo feito da seguinte forma:

    Antigiro = Estoque Mdio/Consumo.

    simples, a gente fecha a porta da empresa, no deixa material nenhum entrar e espera para ver quanto tempo ela leva para consumir tudo.

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    Basicamente, queremos saber quanto tempo, em caso de um desastre, a empresa capaz de sobreviver e manter sua produo, ou por quanto tempo est FREHUWD

    So conceitos complementares: a giro de estoques indica o nmero de renovaes do estoque, ao passo que o antigiro demonstra por quanto tempo o estoque da empresa sobrevive se no houver mais nenhuma renovao.

    3.6 Nvel de Servio (nvel de atendimento)

    Determina se o estoque foi ou no eficaz para atender as requisies dos setores de produo. Relaciona deste modo o nmero de requisies atendidas com o nmero de requisies efetuadas: ? ?

    Um nvel de servio perfeito ser igual a 1.

    3.7 Economicidade na Funo Suprimento - Lote Econmico de

    Compra

    3.7.1 Custos

    Este tema no est previsto expressamente no seu edital, mas creio ser prudente tratar dele, para que voc tenha no seja pego de surpresa em uma questo que os aborde tangencialmente.

    Pois bem, se voc j vai ver o tpico "Lote Econmico de Compra", e descobrir que existe um volume ideal de determinado material que a organizao pode adquirir.

    S para apresentar o assunto, a frmula que veremos a seguir a seguinte: ? 76309585010

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    Sendo que:

    LEC = Lote Econmico de Compra

    D = demanda no perodo (em unidades)

    P = custo unitrio do pedido

    C = custo unitrio de armazenagem

    Esta frmula, acredite voc ou no, uma equao de segundo grau. Como sei disso? Ela segue o modelo geral: ?

    No que seja do meu interesse confundir voc com noes de matemtica, mas acredito que vai ficar bem mais fcil entender os custos depois dessa explicao.

    Se eu passar o Lote Econmico de Compra para "o outro lado" da equao, ela vai igualar a zero, e o nosso coeficiente vai assumir valor negativo.

    Passando para o plano cartesiano, essa equao de 2 grau forma uma parbola "invertida", com um nico valor mximo (topo da parbola), razo pela qual o Lote Econmico de Compra assume apenas um nico valor "timo".

    Agora, a razo disso tudo: existem alguns custos que no oscilam em funo da quantidade demandada, produzida ou estocada pela organizao. Outros, inclusive, diminuem medida que o nmero de unidades produzidas ou demandadas aumenta. Entretanto, embora esse raciocnio d a falsa iluso de "quanto mais, melhor", lembre-se que estocar custo, havendo limites para o aproveitamento de "pechinchas". isso que veremos agora.

    Os custos, na disciplina de Administrao de Recursos Materiais, so divididos em trs categorias:

    - Custos fixos (ou independentes)

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    - Custos de carregamento (diretamente proporcionais)

    - Custos inversamente proporcionais

    Falemos dos trs

    Os custos fixos so aqueles que no variam com a quantidade de itens estocados. Se a empresa estiver com o estoque zerado, ou se estiver abarrotada de itens armazenados, estes custos sero sempre os mesmos. Pense aqui no aluguel do prdio onde os produtos so estocados: o dono do imvel no quer saber se o prdio est cheio de mercadorias ou de ar, ele quer receber o valor pactuado.

    Em uma aula de contabilidade de custos, eu diria que a apropriao destes custos nas mercadorias dependeria do volume de mercadorias em estoque, j que com mais mercadorias, eu posso ratear este custo fixo um pouquinho em cada produto, ao invs de apropria-lo integralmente em nico item, ou amargar o prejuzo nos casos em que no tenho mercadoria no estoque. Mas como no aula de contabilidade, lembre-se: o custo fixo no varia com a quantidade de itens de estoque. O valor a ser pago por ele sempre o mesmo.

    Os custos diretamente proporcionais (de carregamento) so aqueles que aumentam na medida em que aumentam os itens em estoque. Quanto mais itens eu tiver no estoque, maiores sero estes custos. Se eu tenho mais produtos, preciso de mais espao para guarda-los, mais prateleiras no almoxarifado, mais gente para vigiar o local contra roubos. Os exemplos so infinitos, ento, ao olhar a questo, veja se a variao de determinado fator provocaria um aumento no custo da empresa.

    E para acabar, os custos inversamente proporcionais so aqueles que diminuem medida que o nmero de itens no estoque aumenta (sim, isso tambm possvel).

    Quer um exemplo? Eu pago meus funcionrios em dia, eu j tenho os computadores na empresa, mas eles consomem energia e j pago a conta de telefone.

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    Quando o dono da empresa ordena a requisio de novos pedidos, esse funcionrio vai usar o computador para pesquisar na internet e pegar o telefone para solicitar a quantidade de itens. Concorda comigo que no h diferena no dispndio desses recursos se ele marcar 1 unidade ou 1000? Entretanto, como eu j gastei com conta de luz e telefone e salrio, este gasto tem de ser direcionado para as mercadorias (o dono da empresa no quer prejuzo). Se ele comprou s um item, este custo de estoque vai todo para este item, mas se comprou 1000, possvel ratear a despesa, e assim, o custo de estoque diminuiu.

    E tem mais uma possibilidade. Comprar no atacado d desconto. Se eu compro vrios itens, bem provvel que eu v pagar menos por cada item individualmente (experimentem fazer compras em um mercado atacadista, sensacional ver isso funcionar :P).

    Como os custos fixos so, por definio, invariveis, uma produo com poucos itens far com que cada produto sofra um rateio maior destes custos, ao passo que, com mais itens, cada produto tem de suportar uma parcela menor do custo. Qualquer dvida, estou no frum para isso.

    Professor: os custos inversamente proporcionais no seriam custos fixos por definio? Afinal, tanto a conta telefnica como o aluguel do prdio so pagos independentemente da produo, no havendo diferena prtica entre os exemplos.

    Sim, meu caro aluno, uma observao pertinente. Contudo, doutrinariamente, os custos inversamente proporcionais esto ligados diretamente obteno dos materiais. A linha telefnica foi utilizada diretamente para solicitar materiais para o estoque, ao passo que o aluguel do prdio no tem essa caracterstica. Alis, os "custos de obteno de materiais" so os frequentemente citados como exemplos de custos inversamente proporcionais.

    Para fins de prova, sugiro que fique bastante atento a essa peculiaridade.

    3.7.2 Lote Econmico de Compra

    O lote econmico de compra, como o prprio nome remete, consiste no clculo do lote otimizado de compra para determinado produto (Ex: matria-prima).

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    Por otimizado, voc deve entender: lote de compra com a melhor combinao entre o custo de armazenagem do produto e o custo do pedido, para certa demanda. No entendeu coisa alguma? :P. Acompanhe, caro aluno:

    Lembra o que eu falei sobre custos fixos, proporcionais e inversamente proporcionais? Tenha-os em mente nos prximos passos.

    Por exemplo, na fabricao de camisetas do Atibaia Futebol Clube, uma das matrias-primas o tecido do manto sagrado. Supondo que o fornecedor faa a entrega de um rolo de tecido e cobre R$200 de frete. No entanto, se a organizao pedir cinco rolos, o fornecedor cobraria (neste exemplo) o mesmo frete.

    Ento o que compensa mais, a organizao solicitar: um rolo ou cinco rolos? Aparentemente, compensaria pedir os cinco rolos de uma vez no?

    $UHVSRVWDpGHSHQGH

    No podemos nos esquecer da mxima da Administrao de Materiais: estoque parado dinheiro parado,VWRTXHUGL]HUTXHVHa organizao comprar muitos rolos, possvel que, com isso, deixe dinheiro parado, que poderia circular para propsitos mais importantes, sobretudo gerao de mais dinheiro.

    Ento, para que todas as variantes encontrem o seu equilbrio, devemos inseri-las na frmula que vou mostrar a vocs. ?

    Sendo que:

    LEC = Lote Econmico de Compra

    D = demanda no perodo (em unidades)

    P = custo unitrio do pedido

    C = custo unitrio de armazenagem

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    Observaes importantes: o custo unitrio do pedido engloba todos os custos nos quais a organizao incorrer ao comprar o produto, excludo o custo do prprio material.

    3.8 Controle de Estoques

    Ok, a empresa j planejou quanto de estoque de cada item pretende ter. Mas planejamento s uma ideia. Precisamos verificar se aquilo que foi planejado est se realizando. Em outras palavras, a empresa precisa controlar seu estoque para ter certeza de que este se mantem nos nveis pretendidos.

    A doutrina identifica quatro mtodos principais de controle de estoques (o Just in Time no propriamente um mtodo de controle de estoques, como veremos mais frente):

    1 Sistema de duas gavetas

    2 Sistema dos mximos-mnimos

    3 Sistema das reposies peridicas

    4 Planejamento das necessidades materiais (MRP e MRPII)

    5 - Just in Time

    Comecemos:

    Sistema de duas gavetas: o mtodo mais simples de controle de estoques, e voc j ver a razo.

    Imagine duas gavetas ( dessa ideia que vem o nome do mtodo). Na gaveta A eu guardarei uma quantidade de itens suficiente para atender o consumo do perodo planejado. Toda vez que o almoxarifado precisa enviar itens ao processo produtivo, ele retirar os itens requisitados desta gaveta A, at que ela fique completamente vazia.

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    Quando a gaveta A ficar completamente vazia, o almoxarifado enviar ao setor de compras um pedido com uma nova quantidade de itens, para satisfazer as necessidades do prximo perodo.

    Enquanto se aguarda a chegada dos novos materiais (para encher a gaveta A de novo), toda vez que o almoxarifado receber uma solicitao de materiais, ele enviar materiais que estavam acondicionados na gaveta B, de maneira que o abastecimento no fica prejudicado. A gaveta B contm uma quantidade de materiais suficiente para atender a demanda durante o tempo necessrio reposio do estoque, adicionado do estoque de segurana.

    Assim sendo, a gaveta B o estoque de reserva, e mais, se voc lembrar-se do grfico dente de serra, o estoque de segurana.

    Quando o material solicitado do setor de compras for entregue no almoxarifado, se repor o material da gaveta B de novo, e o resto do material ir para a gaveta A, recomeando o ciclo.

    Se a separao entre as gavetas no for fsica (se eu no tiver, realmente, duas gavetas no almoxarifado), o sistema ser chamado de estoque mnimo, havendo separao entre uma gaveta e outra apenas na ficha de estoque.

    O sistema de duas gavetas ideal para controlar os itens da Classe C, devido a grande variedade de itens de pequeno valor que compem esta classe (tais como porcas, arruelas, parafusos, e o que mais voc achar que deve ir em uma gaveta :P), sendo encontrado principalmente no comrcio varejista de pequeno porte.

    Gaveta A (estoque

    normal de

    atendimento)

    Gaveta B (estoque

    reserva + estoque de

    segurana)

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    Sistema dos mximos-mnimos:

    Tambm conhecido por sistema de quantidades fixas. A empresa pode se utilizar deste mtodo em situaes em que for muito difcil determinar o consumo de maneira precisa, ou ainda, em casos nos quais ocorreu variao no tempo de reposio. S relembrando: tempo de preposio o tempo gasto desde o momento em que se verificou a necessidade de repor o estoque at a chegada do material fornecido no almoxarifado da empresa.

    E no que consiste este sistema? A empresa estimar seus estoques mximos e mnimos para todos os itens que desejar manter em estoque, em funo de sua expectativa de consumo para aquele determinado perodo. O estoque oscilar entre estes limites (mximo e mnimo).

    A partir da, calculamos o Ponto de Pedido. Voc j viu este tpico na parte de Nveis de Estoque, e essencialmente a mesma coisa aqui:

    Ponto do pedido (PP) = Consumo mdio do material X Tempo de Reposio do material+ Estoque Mnimo do material.

    Segue o quadro dos itens da frmula:

    Item da Frmula Definio

    Ponto de Pedido

    (PP)

    a quantidade de um determinado produto em estoque que, sempre que atingida, deve gerar um novo pedido de compra. Com esta quantidade, a empresa deve ser capaz de

    continuar a produzir at que os novos produtos encomendados cheguem

    Tempo de

    Reposio

    justamente o tempo entre o pedido e a chegada do material no almoxarifado. Pode ser chamado tambm de Lead Time. Aqui

    deve ser levado em considerao o tempo e processamento do pedido, providencias do

    fornecedor e o prprio recebimento pela empresa

    Estoque Mnimo

    ou de Segurana

    (ES)

    Trata-se do estoque adicional, a margem de segurana que a empresa tem para se proteger de atrasos na reposio, ou aumentos imprevistos no consumo

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    Consumo Mdio a quantidade de produto consumido por unidade de tempo pela empresa. Por isso multiplicamos pelo tempo de reposio.

    Lembre-se apenas que as unidades utilizadas na frmula devem ser sempre as mesmas. Se o enunciado falar em dias em uma parte e anos em outra, voc ter de converter essas unidades de medida para uma delas. Se falar em arrobas e quilos, mesma coisa e assim por diante.

    O Estoque Mnimo j foi conceituado na tabela, mas no falamos do Estoque Mximo. O estoque mximo simplesmente a soma do Estoque Mnimo com o Lote de Compra. E o lote de compra, intuitivamente, a quantidade de material adquirida pelo setor de compras, a mando do almoxarifado. tambm a quantidade mxima de itens que a empresa pretende ter em estoque.

    E a frmula bem simples:

    Estoque Mximo = Estoque Mnimo + Lote de Compra

    E no por acaso, o grfico do consumo de materiais ao longo do tempo seguindo essa metodologia forma a nossa curva dente de serra:

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    S retomando rapidamente: olhando o grfico de cima, eu consigo ver que o estoque mnimo de 20 unidades do material (pois a empresa na permite que a quantidade estocada caia abaixo deste valor), e o estoque mximo 140, j que a empresa adquire o material at este patamar, alm de o ponto mximo do grfico nunca ultrapassar este valor.

    O Lote de compra simplesmente um valor menos o outro: 120 unidades.

    O ponto de pedido calculado segundo a frmula que j mostrei a vocs, deixando o grfico muito prximo da figura abaixo:

    Fonte: Chiavenato, Idalberto

    O intervalo entre reposies (IR) a distncia entre dois pontos de pedido (PP). Como vocs podem observar no grfico, o IR de duas vezes o tempo entre o envio do pedido de materiais e o atingimento do nvel de estoque mnimo (momento no qual, se tudo der certo, o material ser imediatamente resposto).

    Sistema das reposies peridicas:

    A premissa deste mtodo consiste em fazer pedidos de preposio dos materiais em um intervalo de tempo pr-estabelecido para cada item. Desta forma, cada item possui seu perodo de reposio, sempre em ciclos iguais, chamados de SHUtRGRVGHUHSRVLomR

    A quantidade de material solicitada igual demanda do prximo perodo de tempo. Tal como o sistema dos Mximos-Mnimos, tambm baseado em um

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    estoque mnimo, que previne o consumo acima do normal, ou ainda, eventuais atrasos nas entregas.

    No tem muito segredo: a empresa compra uma determinada quantia de materiais necessria para satisfazer suas necessidades a cada 15 dias, dois meses, seis meses, um ano, e assim por diante. O ciclo de tempo sempre igual.

    Veja o grfico:

    S esclarecendo: PR neste grfico o Ponto de Reposio (o mesmo que Ponto de Pedido). Q equivale a quantidade de material em estoque e T o decorrer do tempo. Veja que os intervalos em T so sempre iguais.

    Planejamento das necessidades materiais (MRP E MRP II):

    Este o sistema mais complexo a ser estudado aqui. A sigla em ingls significa Material Requirements Plannings. Alias, se compararem este tpico da aula com os captulos dedicados a este tema na literatura, vo ter certeza de que o que fiz aqui uma simplificao do mtodo.

    Para elaborar este mtodo e aplica-lo sobre os estoques da empresa, deve-se partir da previso de vendas. Entretanto, a empresa j possui alguns materiais estocados, de maneira que devo subtra-los da previso e assim, obter o valor da previso lquida de vendas. E faz sentido, a empresa no precisar produzir todos

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    os produtos previstos para venda, vez que alguns deles j esto estocados no depsito, prontos para ser entregues.

    voltada para a previso lquida de vendas que a empresa elabora o planejamento. A empresa elaborar um programa de produo, e a partir deste programa sero feitos os pedidos de compra e abastecimento do almoxarifado. Em linhas gerais, pegamos a programao de produo e se multiplica pela lista de materiais, resultando nas necessidades (brutas) de materiais. Veja o esquema abaixo:

    Fonte: Chiavenato, Idalberto

    Mas precisamos entender o produto final a ser fabricado com os materiais adquiridos, de maneira a conhecermos qual a real necessidade de material da empresa. Um carro, por exemplo composto de uma infinidade de peas que precisam ser todas adquiridas ou fabricadas, a fim de ao final, a empresa ter um veculo pronto.

    E para no esquecer absolutamente nenhuma parte do produto, a empresa VH XWLOL]DUi GR JUiILFR GH H[SORVmR GR SURGXWR RX DLQGD D iUYRUH GHHVWUXWXUDGRSURGXWR. Estes grficos discriminam todos os materiais constitutivos do produto, em suas quantidades e qualidades. No se importe tanto com a aparncia ou estrutura dele, o importante que o grfico possua todos os itens necessrios fabricao do produto final. Veja um exemplo:

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    Fonte: Gonalves, Paulo Sergio

    Neste esquema em rvore ns identificamos que para cada unidade do produto X, precisaremos de uma unidade do material A e duas do material B. O material A, por sua vez, para ser fabricado, precisar de duas unidades do material C e trs undiades do material D.

    Antes de continuar, gostaria que voc desse uma olhada no esquema abaixo:

    Fonte: Chiavenato, Idalberto

    Este quadro abrange tudo que voc precisa saber para dominar o tema de MRP para fins de prova (ou iniciar seus estudos em MRP para fins de doutorado :P).

    J falamos que a lista de materiais multiplicada pelo programa de produo resulta nas necessidades de materiais. S que essas necessidades so brutas (necessidade de material nica e exclusivamente para produo, desconsiderando eventual estoque anterior).

    Para alcanar as necessidades lquidas (necessidade real de materiais), devemos ainda adicionar o estoque de segurana (que no necessrio produo, mas mantido para fins de proteo) e subtrair o estoque de Produtos Acabados (pois estes no precisaro ser fabricados, bem como as Ordens de

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    Compra j expedidas (pois o material, embora no esteja em estoque, em breve estar, no havendo necessidade de proceder a nova compra).

    Quando estendemos este conceito no s para o estoque, mas para a empresa como um todo, temos o MRPII. A estratgia de estocagem no abranger somente as necessidades do setor produtivo, mas far parte tambm do planejamento financeiro e operacional.

    Justi in Time (Kanban)

    O Just-in-time (JIT) um sistema ativo, que tem como uma de suas filosofias (objetivos) a eliminao do desperdcio, dentre outras coisas, pela produo sem estoques. um sistema de produo que prega que nada deve ser produzido, comprado ou transportado, antes (ou depois) da hora certa. Nesta sistemtica, eu a organizao s produzir para atender o que foi demandado, comprar matrias-primas no tempo certo (no haver estoques parados alm do necessrio) e entregar no prazo que o consumidor solicitou.

    Segundo Marco Aurlio P. Dias3: 1RV SURFHVVRV SURGXWLYRV RV HVWRTXHVcriam independncia entre as fases, ou seja, os problemas que surgem em uma no interferem na outra. Na filosofia Just-in-time, ao contrrio, os estoques so SHUVRQDV QRQ JUDWD SRU UD]}HV REYLDV Srimeiro porque ocupam espao e segundo porque custa dinheiro

    No sistema JIT h um controle recproco entre fases do processo SURGXWLYR LVWR SRUTXH XP HUUR HP XPD IDVH VHUi SHUFHELGR DR WUD]HUUHSHUFXVV}HV HP XPD IDVH $VVLP TXHP HVWLYHU WUDEDOKDQGR QHVWD IDVH comunicar a ocorrncia para que se busque a sua resoluo.

    3 Dias, Marco Aurlio P., Administrao de Materiais: princpios, conceitos e

    gesto, Ed. Atlas, 6 ed., pg. 132.

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    Neste sentido, a identificao de falhas vista como uma importante fonte de informao para evitar a sua repetio4. Perceba que no JIT h uma interdependncia entre as operaes.

    Para voc entender na prtica o just-in-time veja este exemplo dado por Gonalves5 (a Doutrina as vezes tem exemplos que eu mesmo no conseguiria fazer melhor):

    8PH[HPSORDTXLQR%UDVLOpD IDEULFDGD9RONVZDJHQVLWXDGDQDFLGDGHGH5HVHQGHQREstado do Rio de Janeiro. No mesmo terreno, situam-se as instalaes dos fornecedores de peas. Aps recebido o pedido, a VW de imediato solicita aos fornecedores as peas necessrias, no que prontamente atendida. Nesse caso, todos os processos so realizados em tempo bem menor do que em outros mtodos de produo. Tambm h uma economia no tempo e no custo do transporte HQWUHIRUQHFHGRUHDHPSUHVDVROLFLWDQWH

    Fonte: Paulo Srgio Gonalves, Administrao de Materiais, Ed. Campus 2010, 3 ed. pg. 228.

    Voc j deve ter percebido que no exatamente um sistema de controle de estoque, porque a ideia do Justi in Time justamente elimin-lo do processo produtivo da empresa. Mas, como tratado enquanto tal, pode ser cobrado na sua prova.

    Quanto ao Kanban, consiste em um sistema de cartes e painis visuais, que busca auxiliar no atingimento da filosofia "Just-in-time", na produo e na administrao de estoques.

    O sistema simples, mas muito eficiente. Atravs do controle de cartes coloridos, a organizao conseguir direcionar a produo e o consumo de materiais na fbrica, de modo que haja o mximo de sincronizao entre o que produzido e o que solicitado de material.

    4 Dias, Marco Aurlio P., Administrao de Materiais: princpios, conceitos e

    gesto, Ed. Atlas, 6 ed.

    5 Gonalves, Paulo Srgio, Administrao de Materiais, Ed. Campus 2010, 3 ed.

    pg. 228.

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    H como introduzir esquemas de prioridades e at programar "set-ups" (parada de manuteno para adaptar a mquina para produzir outro produto).

    Com o advento do Kanban, os estoques intermedirios (semiacabados e matrias-primas para operaes intermedirias) foram bastante enxugados, pois a sistemtica busca justamente produzir apenas o que necessrio e, consequentemente, requisitar materiais s para atender tais produes.

    O Kanban uma ferramenta para que se atinja o "just-in-time" quanto a produzir e comprar na hora certa, sem desperdcios, nem estoques desnecessrios.

    Atualmente, muitas empresas tm os estoques "abertos" aos fornecedores e clientes. Assim, cada organizao pode visualizar o quanto seus parceiros tem disponvel, sem precisar gastar com burocracia comercial, produzir no tempo certo para que o estoque deles seja reposto.

    Olha como simples e, ao mesmo tempo, elegante:

    http://www.dkjsinalizacao.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/k/a/kanban-dos-5s.jpg

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    3.9 Mtodos de avaliao de estoques

    A chamada avaliao financeira de estoques feita por alguns mtodos, SHQVDQGRHPSURYDVHUmRDSUHVHQWDGRV WUrVGHOHV&XVWR0pGLR0pWRGR PEPS(Primeiro a Entrar, Primeiro a SDLUUEPSltimo a Entrar, Primeiro a Sair).

    Veja a ficha estoque abaixo:

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    Custo mdio.

    a avaliao mais utilizada. O custo unitrio determinado pela mdia aritmtica encontrada da soma de todos os custos dividida pelo nmero total de XQLGDGHV (VVH SURFHVVR dinmico visto que, a cada entrada em estoque, um QRYRSUHoRPpGLRSDVVDDVHUFDOFXODGR6

    Na ficha de estoque deve ser analisado cada momento:

    Momento 1. Em 10/01/2009 o custo unitrio de R$ 1,00 e o total de R$ 5,00 (5 unidades).

    6 Gonalves, Paulo Srgio, Administrao de Materiais, Ed. Campus 2010, 3 ed., pg. 185.

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    Momento 2. Em 11/01/2009 o total passou a ser 2 unidades e um total de R$ 2,00 (2*R$1,00).

    Momento 3. Em 18/01/2009 tivemos entrada de 10 mercadorias a R$ 0,80 (total R$ 8,00). Portanto:

    O custo passa a ser R$0,83.

    Momento 4. Em 20/01/2009 tivemos sadas de 11 itens a R$=0,83 cada (total R$9,14). Saldo, uma unidade a R$ 0,83.

    Momento 5. Em 25/01/2009 tivemos entrada de 15 mercadorias a R$ 0,6 (total R$ 9,00). Portanto:

    Os mtodos PEPS e UEPS consideram nas sadas os respectivos preos de entradas dos itens. Trazem repercusses significativas em perodos inflacionrios e deflacionrios.

    Na resoluo de questes que envolvem estes dois mtodos, cada unidade fica estocada pelo seu valor de entrada (no feito nenhuma mdia de valores). Por isso mesmo, facilita bastante se voc conseguir imaginar que aquele item especfico, o primeiro (PEPS) ou o ltimo (UEPS), o que est saindo de estoque.

    PEPS

    Veja o histrico abaixo. Quando h sadas de estoque, como se as unidades mais antigas que entraram em estoque (logicamente, com seus respectivos custos) seriam as primeiras a sair.

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    Deste modo no perodo 3 (03/03/12) teriam sado de estoque 4 unidades a R$ 1 cada (valor das primeira que entrou) e restariam 1 a R$ 1,00 e 3 a R$1,5, totalizando 4 itens.

    No perodo 4 (05/04/12) teriam sado de estoque 2 unidades, a que ainda restava R$ 1 e a outra a R$1,5. Restariam 2 unidades, as duas de R$ 1,5 cada.

    UEPS

    o raciocnio inverso do PEPS, segue a ordem inversa do histrico de entrada. As sadas de estoques so valoradas de acordo com as ltimas entradas. 3RULVVRDVXDDQiOLVHGHYHVHUVHPSUHGHEDL[RSUDFLPD9DPRVXWLOL]DURPHVPRexemplo:

    Deste modo, no perodo 3 (03/03/12) teriam sado de estoque 4 unidades, todas as 3 de R$ 1,5 (valor da ltima que entrou) e mais uma a R$ 1,00. Restariam 4 unidades a R$ 1,00 cada.

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    No perodo 4 (05/04/12) teriam sado de estoque 2 unidades a R$ 1,00 cada e restariam 2 unidades, tambm a R$ 1,00 cada.

    OBS: O mtodo UEPS no permitido pela legislao brasileira. Mas importante voc saber efetu-lo, isto pensando em aplicao em provas.

    Tem uma ltima coisa que precisa ser dita. Existe mais um mtodo de controle de estoques, chamado de custo de reposio. Em teoria, este seria o mtodo mais "correto" para avaliao de estoques, vez que calcula extamente o valor do item que sai do estoque pelo custo de sua aquisio no mercado poca da sada. como se eu pudesse comprar um item igual a ele com o valor do material que acabou de sair do estoque.

    Entretanto, o mtodo do custo de reposio s funcional para itens de alto valor agregado (por exemplo, carros em uma concessionria), j que seria invivel ficar catalogando o preo de aquisio de 30 mil lapis adquiridos em mais de uma centena de oportunidades e descontar exatamente aquele valor (R$ 0,30, R$ 0,35, R$ 0,52 entre outras das infinitas possibilidades pelas quais eu posso pagar por um lpis). Para isso existem os mtodos PEPS, UEPS e custo mdio, que embora no sejam precisos, chegam em um resultado muito prximo com um dispndio muito menor de tempo. E tempo tambm dinheiro.

    FEFO: No se supreenda se esta coisa horrorosa brotar na sua prova do nada. Apareceu certa vez em uma questo do CESPE, e depois, nunca mais em lugar nenhum (e sim, isto inclui a sua banca :P). A sigla significa First-Expire, First Out, ou Primeiro a Expirar, Primeiro a Sair.

    O First Expire, First Out segue uma metodologia prpria: as mercadorias que tenham prazo de validade mais prximo de expirar so as que primeiro devem ser postas pra fora em uma venda.

    Assim sendo, caso a empresa tenha um lote de bandejas de iogurte para vencer em 29/04/2013 e outro lote para 29/06/2013, dar sada das unidades que vencem mais cedo, independentemente da data de aquisio das mesmas.

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    3.10 Sistemas de Estocagem

    No mera repetio do tpico anterior. Voc conheceu as tcnicas, que VHULDDIDFHWDPDLVEUDoDOGDHVWRFDJHP1RVVLVWHPDVYRFrYDLDSUHQGHUFRPRSHQVDUDRUHDOL]DUDHVWRFDJHP

    Na guarda de materiais h dois tipos de sistemas que podem ser utilizados normalmente: o de estocagem fixa e o de estocagem livre.

    Na estocagem fixa os materiais ficam sempre em um mesmo local (por isso o nome), j na estocagem livre isto no ocorre, sendo que os materiais so colocados nos locais, nos espaos fsicos, que estiverem disponveis.

    A principal vantagem de uma estocagem fixa a facilidade de localizao do material quando se precisa dele, o que obviamente no ocorre quando a estocagem livre. No entanto, no caso de estocagem fixa pode haver um desperdcio de espaos, que podem ficar desocupados por estar destinados a um determinado material, em situaes que os estoques deste material estiverem baixos.

    Importante: Alguns materiais denominados de estocagem especial, mesmo no sistema de estocagem livre, sero armazenados em locais fixos. Por exemplo, um material inflamvel deve ser armazenado em local especfico e no em qualquer lugar. uma exceo.

    Exemplo: eu tenho diversas prateleiras no meu almoxarifado, cada uma com o nome do produto (no mais das vezes, o tipo de produto) que vai ali. Enquanto a etiqueta estiver l, eu s vou guardar aquele tipo de produto ali. No me interessa se a prateleira est vazia e eu tenho vrios produtos para os quais no tenho lugar para guardar (pois suas respectivas prateleiras esto cheias), aquela prateleira fica vazia at que chegue um material daquele tipo.

    Sistemas de estocagem

    1. fixa 2. livre

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    Embora isso parea ruim, quando eu precisar pegar algum material, eu s terei de ir ao corredor daquele material, j que ali s so guardados materiais daquele tipo.

    Como voc pde perceber, as caractersticas dos materiais tambm devero ser levadas em considerao na hora de armazen-lo, um material inflamvel deve ficar muito bem protegido e em embalagem adequada, alguns materiais podero ficar em lugares descobertos, j outros exigiro uma rea coberta. E por a vai (lembra o que eu falei sobre imaginao?)

    A vantagem da estocagem livre justamente a contrria: h o aproveitamento de todos os espaos existentes, j que o material novo vai ser armazenado onde quer que haja espao para ele. Entretanto, se eu no aplicar um VLVWHPDULJRURVRGHFRQWUROHRPDWHULDOYDLILFDUSHUGLGRQDVSUDWHOHLUDV

    4. Classificao ABC

    Sim, este e o prximo ponto da aula (Metodologia de clculo) teoricamente seriam da Aula 02. Mas j estamos aqui, e o tema est muito prximo da funo VXSULPHQWRHGRWHPD(VWRTXHV(QWmRYRXDGLDQWDUDPDWpULDDJRUDPHVPR3

    A classificao dos materiais utilizando a chamada curva ABC , tambm, uma ferramenta administrativa, sendo uma maneira muito til para se conhecer e controlar estoques sem aumentar custos. Esta classificao leva em considerao a importncia de relativa dos itens.

    Tambm denominada curva de Pareto, EDVHLD-se no princpio de que a maior parte do investimento em materiais est concentrada em um pequeno nmero GHLWHQV7. Por esta classificao demonstra-se que poucos itens, algo em torno de 10% a 20% do total de itens, respondem por mais ou menos 80% do capital empregado em estoques.

    7 Chiavenato, Idalberto. Administrao de Materiais, ed. Campus, pg. 79.

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    Segundo Marco Aurlio P. Dias8: $FXUYD$%&pXPLPSRUWDQWHLQVWUXPHQWRpara o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam ateno e WUDWDPHQWRDGHTXDGRVTXDQWRjVXDDGPLQLVWUDomR

    As classes da chamada curva ABC so definidas da seguinte forma:

    Classe A: Itens mais importantes e em menor nmero

    (Quantidade em geral, em torno de 20% dos itens).

    Classe B: Itens em situao intermediria (30% dos itens).

    Classe C: Itens menos importantes e em maior nmero

    (Quantidade no geral, em torno de 50% dos itens).

    Afirmao CESPE (2010 AGU): Na classificao ABC para planejamento e controle de estoque, os itens classificados como C so aqueles que correspondem faixa de 40% a 50% do total de itens de estoque, mas cujo valor financeiro de pouca importncia TXDQGRVHFRQVLGHUDRHVWRTXHWRWDO

    Para estabelecer a importncia relativa dos materiais, a curva ABC leva em considerao o seu valor e a sua quantidade, ou seja, qual o investimento feito em determinado material e qual a sua quantidade.

    8 Dias, Marco Aurlio P., Administrao de Materiais: princpios, conceitos e

    gesto, ed. Atlas, 6 ed., pg. 73.

    Maior Grau de importncia CLASSE A

    Maior Quantidade de itens CLASSE C 76309585010

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    A ateno da empresa dever ser concentrada nos itens da Classe A, porque, embora em menor quantidade, neles que estar a maior parte do capital investido em estoques. Isto muito importante, lembre-se ento que o controle de estoques pela chamada curva ABC considera os produtos de forma desigual, os itens do grupo A que representam entre 10% e 20% da quantidade do estoque, respondem por 80% do capital empregado em estoques.

    4.1 Metodologia de clculo da curva ABC Caro aluno, eu no repeti o item anterior desnecessariamente. Comparado

    ao que est por vir, a parte anterior era moleza :P. Vou desvendar junto com vocs a construo e interpretao da curva ABC, que a manifestao grfica da classificao anterior.

    Como eu explanei no item anterior, a classificao ABC considera os produtos de forma desigual. E o faz baseando-se em uma realidade: existem itens em estoque que so mais importantes do que outros itens.

    Assim sendo, razovel esperar que, por exemplo, 20% dos itens em estoque acabem respondendo por um custo de 80% do mesmo.

    Tambm devo lembra-lo que ESTOQUE CUSTO. O setor financeiro de uma empresa se pudesse, no permitiria que um nico lpis fosse armazenado sem

    Classe A. Representam poucos itens em estoque, mas so mais importantes, porque repondem pelo maior custo monetrio.

    Classe B. Quantidade mdia de itens, grau mdio de importncia.

    Classe C. Maior nmero de itens, mas de pouca significncia financeira.

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    que estivesse em pleno uso. Pior, s deixaria o dono da empresa comprar outro lpis quando aquele que estou usando j estivesse no talo. Neste momento, ele sairia correndo na papelaria mais perto e compraria um novo, que j deveria comear a ser utilizado de imediato.

    Mas voc j leu na aula passada TXHHVVDVLWXDomR LGHDOQmRpSRVVtYHOvez que a empresa talvez no possa esperar nem um instante sequer por outro lpis, ou pior, a papelaria pode estar fechada quando chegar a hora de comprar o item.

    Dessa forma, estocamos para nos proteger das flutuaes externas (disponibilidade do item em mercado, preos crescentes em perodos inflacionrios, entre outras possibilidades).

    E j que a empresa tem de estocar, e que isso representa um custo para ela, melhor que o faa de maneira inteligente.

    E aqui chegamos na curva ABC. Com ela, identificaremos itens que justificam ateno redobrada na sua administrao e itens que, embora no SRVVDPVHUHVTXHFLGRVSRGHPVRIUHUXPUHOD[DPHQWRHPVHXFRQWUROH

    Pois bem, agora vem a parte no to legal: essa curva matematicamente determinvel. Sim, tem uma frmula para isso, e no, voc no precisar saber para a prova :P. Entretanto, vai ter de saber ao menos como construir a curva. um tema longo e bem chatinho, mas se conseguir entender a metodologia utilizada aqui, ser capaz de resolver quaisquer exerccios que utilizem este tipo de grfico, e ainda, como bnus, conseguir descartar alternativas esdrxulas, que fogem ao conceito da curva. Vamos l:

    Material Preo Unitrio

    Consumo do perodo em

    Unidades

    Valor do Consumo

    Total

    Colocao em nvel

    de Importncia

    A 1 10.000 10000 8

    B 12 10.200 122400 2

    C 3 90.000 270000 1

    D 6 4.500 27000 4

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    E 10 7.000 70000 3

    F 1200 20 24000 6

    G 0,6 42.000 25200 5

    H 28 800 22400 7

    I 4 1.800 7200 10

    J 60 130 7800 9

    Essa tabela composta de dados brutos, sem qualquer classificao. No pior cenrio, diante dela que o examinador vai te colocar na frente. Lgico que nenhuma banca vai colocar tantos itens, mas se voc aprender por aqui, vai saber fazer qualquer uma que aparecer.

    Alias, voc acaba de aprender algo, s de olhar para essa tabela zoneada: O preo unitrio dos itens no tem quase nenhuma importncia para classifica-lo na categoria A, B ou C.

    Como os itens do estoque de uma grande empresa dificilmente podem ser agrupados em uma nica categoria, temos de usar o denominador comum de toda a civilizao ocidental: o dinheiro $$$$. Mas no utilizamos o custo unitrio de cada item, e sim, o valor do consumo total.

    Veja que o item que ficou em primeiro lugar (item C) tem um custo unitrio insignificante se comparado ao do item F, por exemplo. Ainda assim, como a empresa comprou no perodo 10.200 unidades deste item, isso acabou de promov-lo ao item mais importante da tabela.

    Se ainda est difcil de entender, procure imaginar o seguinte: imagine uma borracha que custe R$1,00. Baratinha, fcil de achar, inofensiva organizao de qualquer empresa. Agora, imagine que a demanda de borrachas de determinada empresa ... hum, vejamos, 3 milhes de borrachas por ms. lgico que o gestor do estoque no vai poder sair na hora do almoo para ir papelaria do lado para comprar 3 milhes de borracha. Pelo volume demandado (e, portanto, por conta do consumo total), este item se tornou crtico, devendo a empresa se atentar ao seu estoque e controla-lo mais de perto.

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    Voltando tabela, agora seria hora de organiza-la de acordo com a importncia dos itens:

    Material Preo Unitrio

    Consumo Anual

    em unidades Valor do Consumo

    Colocao em nvel

    de Importncia

    C 3 90.000 270000 1

    B 12 10.200 122400 2

    E 10 7.000 70000 3

    D 6 4.500 27000 4

    G 0,6 42.000 25200 5

    F 1200 20 24000 6

    H 28 80 22400 7

    A 1 10.000 10000 8

    J 60 130 7800 9

    I 4 1.800 7200 10

    Bem mais palatvel. S de olhar para essa tabela, j sei que os itens que provavelmente comporo a classificao A sero os itens C e B, e com um pouco de sorte, o item E, mas com certeza C e B, e nunca, em hiptese alguma, o item I, ou o item J.

    Se voc j estudou estatstica, deve ter ouvido falar de frequncia acumulada, se no estudou, vai descobrir o que na prxima tabela:

    Material Preo Unitrio

    Consumo Anual em

    unidades

    Valor do Consumo

    Acumulado

    Porcentagem

    Acumulada

    C 3 270.000 270000 46%

    B 12 122.400 392400 67%

    E 10 70.000 462400 79%

    D 6 27.000 489400 83%

    G 0,6 25.200 514600 88%

    F 1200 24.000 538600 92%

    H 28 22.400 561000 95%

    A 1 10.000 571000 97%

    J 60 7.800 578800 98%

    I 4 7.200 586000 100%

    Dessa vez, organizamos os dados de maneira que para cada coluna $FXPXODGDRYDORUGHEDL[RUHSUHVHQWDVVHDVRPDGHWRGRVRVDQWHULRUHV0HOKRU

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    dizendo: o Valor do Consumo Acumulado do item C e s o item C, mas para o item B, somamos o item B e C, para o item E, somamos C, B e E, e assim por diante.

    Primeira concluso que voc tira dessa tabela: os itens C e B, sozinhos, respondem por 67% do valor imobilizado em estoque. Estes itens devem ser muito bem cuidados, pois so bastante importantes.

    Segunda concluso: Se eu acrescentar os itens E e D aos itens C e B, todos eles juntos respondem por 83% do estoque, contra 17% de todo o resto. Convenhamos, dar muita ateno a 17% do valor do estoque, ou mesmo, trata-lo igual aos 83% do valor desse mesmo estoque antieconmico (palavra chique pra dizer que um baita tiro no p).

    De posse dos dados da ltima tabela, veja o grfico que pode ser montado:

    Fonte: Dias, Marcos Aurlio P.

    Sim, ele um monstrengo que parece no fazer sentido. Mas faz. Veja como a reta correspondente ao material C bem inclinada. Isso ocorre porque poucas unidades do material C (no confundir com classe C) respondem por grande parte dos valores (por isso a reta tende a 90 com eixo X).

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    No, essa concluso entre parnteses no vital para voc entender o funcionamento do grfico (ajudaria, mas no vital). A concluso que voc deve guardar que pelo fato de o item C responder por grande parte do valor do estoque, nessa parte do grfico a linha tende a fLFDURPDLVGHSpSRVVtYHO3RURXWURODGRVH HX SHJDU R LWHP , D OLQKD QHVVH SRQWR Mi HVWi TXDVH GHLWDGD VLPSOHVPHQWHporque uma infinidade desses itens no capaz de alterar sensivelmente o valor do estoque.

    Mas no acabou. Esse grfico muito bonito (fui privado dessas coisas durante a faculdade de Direito), mas ainda no a curva ABC. Felizmente, este grfico o ltimo passo para desenhar a curva ABC.

    Recordemos o item anterior da aula:

    Classe A: Itens mais importantes e em menor nmero

    (Quantidade em geral, em torno de 20% dos itens).

    Classe B: Itens em situao intermediria (30% dos itens).

    Classe C: Itens menos importantes e em maior nmero

    (Quantidade no geral, em torno de 50% dos itens).

    Vamos seguir o que ele props:

    Classe A: 20% dos itens, que no nosso caso, correspondem a 67% do valor do estoque.

    Classe B: 30% dos itens, que no nosso caso, correspondem a 21% do valor do estoque.

    Classe C: 50% dos itens, que no nosso caso (pela ltima vez), correspondem a 12% do valor do estoque.

    Podemos finalmente traar a curva ABC:

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    Fonte: Dias, Marcos Aurlio P.

    Conhea a curva ABC.

    Pronto, voc conheceu toda a metodologia envolvida no clculo da curva ABC, mas ser que sabe o que o grfico mostra?

    Olhe para ele agora e compare com o grfico anterior. Os itens F, H, A, J e I compe a Classe C. Para os itens da Classe C, dado seu baixo valor relativo (relativamente aos outros itens), no se justifica a implementao de controles de estoque muito precisos, pois acabariam sendo muito caros.

    Por outro lado, os itens que esto na classe A (C e B), devem sofrer um rigoroso controle. E os itens E, D e G, que ficaram na classe B, devem ficar no meio termo.

    Existem outras concluses que podem ser cobradas pela banca.

    J dissemos que manter um estoque algo custoso. Tambm dissemos que os itens da classe A so pouco numerosos, mas respondem por grande parte do custo do estoque.

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    Ora, para os itens da classe A, devemos manter o menor estoque de segurana possvel. Isso ocorre porque esses itens so muito caros, e cada centavo que a empresa deixa imobilizado em um item desses sem uso, um centavo a menos que ela poderia estar utilizando para gerar vrios centavos a mais :P.

    Por outro lado, manter um estoque grande de itens da classe C PODE ser um bom negcio. Esses itens respondem por uma frao muito pequena do custo dos estoques, de maneira que no to custoso acumula-los, ainda que eles venham a ficar sem uso.

    Concluindo: um estoque grande de itens da Classe C no to oneroso para empresa, podendo se manter um estoque de segurana bem maior do que o utilizado para a Classe A.

    Vamos simplificar os passos (e juro que a ltima vez que vou falar de curva ABC) para que voc possa fazer os exerccios que envolvam clculos sozinhos (na eventualidade de eles surgirem):

    - Pegue os dados do enunciado e monte uma tabela (gente, por favor, isso pra ser rpido, ento, no precisa ficar enfeitando);

    - Construa o grfico seguindo a metodologia que eu expliquei aqui: separe os itens com consumo relativo maior em cima, e v descendo conforme os custos relativos caiam. Depois separe mais ou menos nas porcentagens do quadro: 50%, 30% e 20% dos itens da tabela que voc montou.

    - Interpretar :P. Da pra tirar um monte de concluses da curva ABC, entre as quais as que coloquei na pgina anterior. As que mais interessam para a prova dizem respeito importncia do item, e da ligao que seu custo tem com o estoque de segurana a ser mantido pela empresa.

    Uma dica que aprendi fazendo a FUVEST: voc no um supercomputador e nem tem tempo para escrever um tratado sobre o assunto das questes. No fique desesperado quando ver uma questo dessas. Sua concorrncia tem a mesma dificuldade que voc.

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    Simplifique ao mximo seus passos. Tabelas feias feitas no rodap da folha, e mais importante: se as alternativas mostram resultados muito distantes uns dos outros, ARREDONDE OS NMEROS para outros mais fceis de trabalhar. 69,00000587434 69, e se bobear, at 70 :P se isso for facilitar minha vida.

    Dvidas comuns sobre os pontos desta Aula

    1 - Professor, minha cabea quase deu um n depois que parei pra pensar num detalhe da Curva ABC: sempre se l que os itens da Classe A, por ex, so os mais importantes (maior valor financeiro imobilizado no estoque, certo, ok) e em menor quantidade (aqui o bicho pega!).

    Pois no exemplo dado naquela tabelinha (pg. 37, aula 01) o material C (enquadrado como CLASSE A) tem o seu consumo em 90.000 unidades, ou seja, quantidade MUITO maior do que o material F ou H... Quando se fala que a Classe A representa 20% dos itens quer dizer que entre 10 (100%) tipos de materiais estocados, 2 (20%) tipos de materiais respondero pelo maior valor financeiro.

    Voc conseguiu captar