Africa

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Colonizao da frica

Processo de ocupao territorial, explorao econmica e domnio poltico do continente africano por potncias europias. Tem incio no sculo XV e estende-se at a metade do sculo XX. Ligada expanso martima europia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores.

PortuguesesIniciam o processo na primeira metade do sculo XV, estabelecendo feitorias, portos e enclaves no litoral oeste africano. No existe nenhuma organizao poltica nas colnias portuguesas, exceto em algumas reas porturias onde h tratados destinados a assegurar os direitos dos traficantes de escravos. A obteno de pedras, metais preciosos e especiarias feita pelos sistemas de captura, de pilhagem e de escambo. O mtodo predador provoca o abandono da agricultura e o atraso no desenvolvimento manufatureiro dos pases africanos. A captura e o trfico de escravos dividem tribos e etnias e causam desorganizao na vida econmica e social dos africanos. Milhes de pessoas so mandadas fora para as Amricas, e grande parte morre durante as viagens. A partir de meados do sculo XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comrcio de escravos.

InglesesNo final do sculo XVIII e meados do sculo XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econmico, assumem a liderana da colonizao africana. Combatem a escravido, j menos lucrativa, direcionando o comrcio africano para a exportao de ouro, marfim e animais. Para isso estabelecem novas colnias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mo de colonos brancos ou representantes da Coroa inglesa.

HolandesesEstabelecem-se na litornea Cidade do Cabo, na frica do Sul, a partir de 1.652. Desenvolvem na regio uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africner ou ber. Mais tarde, os beres perdem o domnio da regio para o Reino Unido na Guerra dos Beres.

PARTILHA DA FRICANo fim do sculo XIX e incio do sculo XX, com a expanso do capitalismo industrial, comea o neocolonialismo no continente africano. Entre outras caractersticas, marcado pelo aparecimento de novas potncias concorrentes, como a Alemanha, a Blgica e a Itlia. A partir de 1880, a competio entre as metrpoles pelo domnio dos territrios africanos intensifica-se. A partilha da frica tem incio, de fato, com a Conferncia de Berlim (1884), que institui normas para a ocupao. No incio da I Guerra Mundial, 90% das terras j esto sob domnio da Europa. A partilha feita de maneira arbitrria, no

respeitando as caractersticas tnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano. Os franceses instalam-se no noroeste, na regio central e na ilha de Madagscar. Os ingleses estabelecem territrios coloniais em alguns pases da frica Ocidental, no nordeste e no sul do continente. A Alemanha conquista as regies correspondentes aos atuais Togo, Camares, Tanznia, Ruanda, Burundi e Nambia. Portugal e Espanha conservam antigas colnias. Os portugueses continuam com Cabo Verde, So Tom e Prncipe, Guin-Bissau, Angola e Moambique, enquanto os espanhis mantm as posses coloniais de parte do Marrocos e da Guin Equatorial. A Blgica fica com o Congo (ex-Zaire) e a Itlia conquista a Lbia, a Eritria e parte da Somlia. Aps a partilha ocorrem movimentos de resistncia. Muitas manifestaes so reprimidas com violncia pelos colonizadores. Tambm so exploradas as rivalidades entre os prprios grupos africanos para facilitar a dominao. A colonizao, medida que representa a ocidentalizao do mundo africano, suprime as estruturas tradicionais locais e deixa um vazio cultural de difcil reverso. O processo de independncia das colnias europias do continente africano tem incio a partir da II Guerra Mundial. Fonte: geocities.yahoo.com.brCOLONIZAO DA FRICA

A REAO DOS AFRICANOSA conquista da frica foi entremeada de tenaz resistncia nativa. A mais clebre delas foram as Guerras Zulus, travadas no sculo 19 pelo rei Chaka (que reinou de 1818 a 1828) na frica do Sul, contra os ingleses e os colonos brancos boers. Entrementes, os colonizadores comearam a combater as endemias e doenas tropicais que dificultavam a vida dos europeus atravs do saneamento e da difuso da higiene. A frica era temida pelas doenas tropicais: a febre amarela, a malria e a doena do sono, bem como da lepra. O continente, igualmente, ocupado por misses religiosas, tanto catlicas como protestantes. Junto com o funcionrio colonial, o aventureiro, o fazendeiro, e o garimpeiro branco, afirmou-se l, em carter permanente, o padre ou o pastor pregando o evangelho. Essa ocupao escancarada provocava amargura entre os africanos que se sentiam inferiorizados e impotentes perante a capacidade administrativa, militar e tecnolgica, do colonialista europeu. J na metade do sculo 19, o afro-americano Edward W. Blyden, que emigrara para a Libria em 1850, descontente com a perda da auto-estima dos negros, proclamava a existncia de uma personalidade africana com mritos e valores prprios, contraposta a dos brancos. E, imitando James Monroe, lanou o slogan frica para os africanos!. Em 1919 reuniu-se em Paris, o 1 Congresso Pan-africano, organizado pelo intelectual afro-americano W.E.B. Du Bois. Reivindicou ele um Cdigo Internacional que garantisse, na frica tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse emancipao final das colnias. Conquanto que, para os negros americanos, era solicitado a aplicao dos direitos civis (que s foram finalmente aprovados pelo congresso dos E.U.A. em 1964!).

O ltimo congresso Pan-africano, o 5, reuniu-se em Manchester, na Inglaterra, em 15-18 de outubro de 1945, tendo a presena de Du Bois, Kwane Nkurmah, futuro emancipador da Ghana, e Jomo Kenyatta, o lder da Qunia. Trataram de aclamar a necessidade da formao de movimentos nacionalistas de massas para obterem a independncia da frica o mais rpido possvel.

A DESCOLONIZAOA descolonizao tornou-se possvel no aps-1945 devido a exausto em que as antigas potncias coloniais se encontraram ao terem-se dilacerado em seis anos de guerra mundial, de 1939 a 1945. Algumas delas, como a Holanda, a Blgica e a Frana, foram ocupados pelos nazistas, o que acelerou ainda mais a decomposio dos seus imprios no Terceiro Mundo. A guerra tambm as fragilizou ideologicamente: como podiam elas manter que a guerra contra Hitler era uma luta universal pela liberdade contra a opresso se mantinham em estatuto colonial milhes de asiticos e africanos? A Segunda Guerra Mundial se debilitou a mo do opressor colonial, excitou o nacionalismo dos nativos do Terceiro Mundo. Os povos asiticos e africanos foram assaltados pela impacincia com sua situao jurdica de inferioridade, considerando cada vez mais intolervel o domnio estrangeiro. Os europeus, por outro lado, foram tomados por sentimentos contraditrios de culpa por manterem-nos explorados e sob sua tutela, resultado da influencia das idias filantrpicas, liberais e socialistas, que remontavam ao sculo 18. Haviam perdido, depois de terem provocado duas guerras mundiais, toda a superioridade moral que, segundo eles, justificava seu domnio. Quem por primeiro conseguiu a independncia foram os povos da sia (comeando pela ndia e Paquisto, em 1946). A mar da independncia atingiu a frica somente em 1956. O primeiro pais do Continente Negro a consegu-la foi Ghana, em 1957. Em geral podemos separar o processo de descolonizao africano em dois tipos. Aquelas regies que no tinham nenhum produto estratgico (cobre, ouro, diamantes ou petrleo) conseguiram facilmente sua autonomia, obtendo-a por meio da negociao pacfica. E, ao contrrio, as que tinham um daqueles produtos, considerados estratgicos pela metrpole, explorados por grandes corporaes, a situao foi diferente (caso do petrleo na Arglia e do cobre no Congo belga). Neles os colonialistas resistiram aos movimentos autonomistas, ocorrendo movimentos de guerrilhas para expuls-los.

OS PARTIDOS E OS MOVIMENTOS AFRICANOSApesar da existncia de 800 etnias e mais de mil idiomas falados na frica, podemos encontrar alguns denominadores comuns entre os partidos e movimentos que lutaram pela descolonizao. O primeiro deles de que todos eles ambicionavam a independncia, conquistada tanto pela vertente de radicalismo revolucionrio ou atravs do reformismo moderado, que tanto podia implantar uma republica federativa como uma unitria. Em geral, os partidos optaram pelo centralismo devido a dificuldade em obter consenso entre tribos rivais. Esse centralismo geralmente assumido pelo prprio lder da emancipao, (como Nkrumah em Ghana) pelo partido nico (ou partido dominante

como definiu-o Leopold Senghor, do Senegal) ou ainda, por um ditador militar (como Idi Amin Dada em Uganda, ou Sese Seko Mobuto no Zaire). A negritude (movimento encabeado por Aim Csaire, um poeta martinicano, e pelo presidente senegals Leopold Senghor) foi tambm um ponto em comum, marcadamente entre os pases afrofrancofnicos, que exaltavam as qualidades metafsicas dos africanos. Finalmente todos manifestavam-se a favor do pan-africanismo como uma aspirao de formar governos por africanos e para africanos, respeitando as minorias raciais e religiosas.

DIFICULDADES AFRICANASNa medida em que em toda a histria da frica anterior ao domnio europeu, desconhecia-se a existncia de estados-nacionais, segundo a concepo clssica (unidade, homogeneidade e delimitao de territrio), entende-se a enorme dificuldade encontrada pelas elites africanas em constitu-los em seus pases. Existiam anteriormente na frica, imprios, dinastias governantes, milhares de pequenos chefes e rgulos tribais, mas em nenhuma parte encontrou-se estados-nacionais. O que havia era uma intensa atomizao poltica e social, um facciosismo crnico, resultado da existncia de uma infinidade de etnias, de tribos, quase todas inimigas entre si, de grupos lingsticos diferentes (s no Zaire existem mais de 40), e de incontveis castas profissionais. O fim da Pax Colonialis, seguida da independncia, provocou, em muitos casos, o afloramento de antigos dios tribais, de velha rivalidades despertadas pela proclamao da independncia, provocando violentas guerras civis (como as da Nigria, do Congo e, mais recentemente, as da Angola, Moambique, Ruanda, Burundi, Serra Leoa e da Libria). Essas lutas geraram uma crnica instabilidade em grande parte do Continente que contribuiu para afastar os investimentos necessrios ao seu progresso. Hoje a frica, com exceo da frica do Sul, Nigria e o Qunia, encontra-se praticamente abandonada pelos interesse internacionais. Os demais parecem ter mergulhado numa interminvel guerra tribal, provocando milhes de foragidos (na frica esto 50 % dos refugiados do globo) e um nmero incalculado de mortos e feridos. certamente a parte do mundo onde mais guerras so travadas. Como um incndio na floresta, encerra-se a luta numa regio para logo em seguida arder uma mais trgica ainda logo adiante. De certa forma todos os povos pagam pelos seus defeitos culturais. Neste sentido o arraigado tribalismo africano o grande impedimento para concretizar a formao de um estado-nacional estvel. Enquanto as massas negras no conseguirem superar as rivalidades internas dificilmente podero formar regimes slidos, ntegros, que superem a dicotomia entre ditadura ou anarquia tribal. A grande gerao que conseguiu a independncia, homens como K.Nkrumah, Jomo Kenyatta, Agostinho Neto, Samora Machel, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere, Leopold Senghor ou Nelson Mandela esto mortos ou envelheceram. Nenhum dos sucessores desses grandes homens, tm conseguido o respeito da populao e o carisma necessrio para manter seus respectivos pases unidos. Em muitos casos eles foram substitudos por chefes dominados por interesses localistas e familiares, de viso estreita, sem terem o sentido de abrangerem o restante dos seus cidados. hora pois dos lderes africanos pararem de jogar pedras sobre o passado colonial e assumirem a responsabilidade pelo destino dos povos que ajudaram a emancipar.

Fonte: educaterra.terra.com.brCOLONIZAO DA FRICA

A conquista e a ocupao da sia e da frica ocorreram atravs da fora militar e da violncia. Aventureiros, traficantes, homens ambiciosos fizeram parte das expedies que usaram de todos os meios como saques, destruio de aldeias, escravizao da populao, requisio forada de alimentos para o domnio da regio desejada. Os imperialistas defendiam a necessidade de se fornecer proteo aos comerciantes, missionrios ou aventureiros que se encontravam longe da ptria. 0 ataque a cidados europeus, principalmente religiosos, fornecia o pretexto para a interveno armada na sia e na frica. 0 dramaturgo Bernard Shaw assim se expressava sobre os mtodos de conquista empregados pelos ingleses: "0 ingls nasce com um certo poder milagroso que o torna senhor do mundo. Quando deseja alguma coisa, ele nunca diz a si prprio que a deseja. Espera pacientemente at que lhe venha cabea, ningum sabe como, a insopitvel convico de que seu dever moral e religioso conquistar aqueles que tm a coisa que ele deseja possuir. Torna-se, ento, irresistvel Como grande campeo da liberdade e da independncia, conquista a metade do mundo e chama a isso de Colonizao. Quando deseja um novo mercado para seus produtos adulterados de Manchester, envia um missionrio para ensinar aos nativos o evangelho da paz. Os nativos matam o missionrio; ele recorre s armas em defesa da Cristandade; luta por ela, conquista por ela; e toma o mercado como uma recompensa do cu..." ("The Man of Destiny", citado por LINHARES, M. Yedda. A luta contra a metrpole. So Paulo, Brasiliense, 1983, P. 36). Na corrida imperialista pela posse de colnias na sia e na frica, pases de civilizao tradicional e densamente habitado, como a ndia, a China, a Arglia, foram dominados devido superioridade tecnolgica e blica dos europeus. 0 uso de fuzis com carregamento pela culatra, de navios de guerra movidos a vapor equipados com canhes de longo alcance, etc, eliminavam qualquer resistncia conquista europia. Apesar disso, as populaes locais reagiam e os europeus tiveram que enfrentar guerras em vrias regies, como a Revolta dos Sipaios, na ndia (1857/59) e a Revoluo dos Taipings (1851/64), na China. A presena europia a partir de meados do sculo XIX, resultou no retrocesso e no empobrecimento das sociedades asiticas e no acirramento das rivalidades entre elas (muulmanos contra hindu, na ndia; malaios contra chineses, etc.) No incio do sculo XX, em conseqncia do processo de conquista e de ocupao, a sia encontrava-se assim repartida: a Inglaterra dominou a ndia (1845/48), a Birmnia e a Malsia a Frana conquistou, nos anos 1860, a Indochina (hoje Vietnam, Laos e Camboja), dedicando-se explorao de seus recursos naturais como mi nerais, carvo, seda e arroz

a Holanda ocupou o Arquiplago de Sonda ou ndias Neerlandesas (hoje Indonsia), formado pelas ilhas de Sumatra, Java, Bornu, Celebes e parte da Nova Guine; as terras mais frteis foram utilizadas para a agricultura de exportaao Portugal manteve as antigas feitorias de Diu e de Goa, na ndia; de Macau na China e uma parte de Timor, no Arquiplago de Sonda o territrio da China foi dividido em reas de influncia submetidas ao controle de ingleses, franceses, alemes, italianos, japoneses e russos.

Os europeus iniciaram a explorao da frica no decorrer do sculo XIX, visto que at 1800 apenas o litoral era conhecido. A princpio, expedies religiosas e cientficas, como as comandadas pelos ingleses Livingstone, Stanley, Burton, pelos franceses Caill e Brazza, pelo alemo Barth, pelo portugus Serpa Pinto, atravessaram os desertos de Saara e de Kallaari, subiram os rios Nilo e Congo em busca de suas nascentes, descobriram os lagos Niasa, Tanganica, Vitria, Tchad e cortaram o continente, de So Paulo de Luanda a Moambique. De fornecedora de escravos, a frica passou a produzir os bens necessrios Europa, tais como caf, amendoim, cacau, sisal, borracha, cobre, ouro. 0 interesse cientfico aos poucos transformou-se em interesse econmico e poltico e, a partir de 1870, a competio imperialista na frica tornou-se acirradssima. Em funo dessa disputa, em 1885, o chanceler alemo Bismarck convocou a Conferncia de Berlim, com o objetivo de disciplinar e definir a repartio "amigvel" continente africano, tendo em vista a importncia da "misso civilizadora" do homem branco. A Conferncia de terminou que qualquer anexao de territrio africano deveria ser comunicada imediatamente s outras potncias e ser seguida de ocupao efetiva para garantir a posse; finalizou com o compromisso de submeter os conflitos coloniais entre as potncias, arbitragem internacional. Apesar dos compromissos assumidos na Conferncia de Berlim, corrida imperialista na frica afetou as relaes internacionais, contribuindo para intensificar as rivalidades entre os pases europeus. Entre os principais pontos de atrito, podemos citar: a) o confronto entre ingleses e franceses no interior da frica, devido tentativa dos franceses em estabelecer a uniao entre Dakar e Djibuti; b) o confronto entre holandeses e ingleses na regio da frica do Sul (guerra dos Bers c) a disputa entre Frana e Itlia pela posse da Tunsia, vencida pela Frana; d) a disputa entre Frana e Alemanha, no Marrocos, vencida tambm pela Frana. A resistncia das populaes africanas conquista foi tenaz. Os franceses enfrentaram prolongada luta no Marrocos e na Tunsia. Os italianos foram vencidos pelos etopes, em 1887 e 1896. Os ingleses sofreram derrotas no Sudo. Os alemes lutaram muito para subjugar o povo herero, no Sudoeste Africano. Os zulus, os ashantis, os matabeles e outras tribos ofereceram grande resistncia. Entretanto, essas populaes no conseguiram suportar as demoradas campanhas empreendidas pelos europeus e acabaram

submetidas, aps violncias e atrocidades de toda sorte. Os relatos das expedies de conquista trazem descries como essa, sobre a ocupao do Chade: "Dundah e Maraua foram as principais etapas antes da Birni N'Koni. Aqui pudemos ler no solo e entre as ruinas da pequena cidade as diversas fases do assalto, do incndio e da matana... Em torno da grande aldeia de Tibery, os cadveres de dezenas de mulheres pendiam das rvores prximas... Em quase todas as aldeias por que passamos, os poos estavam fechados ou contaminados por montes de cadveres que apenas se podia distinguir se pertenciam a animais ou a homens." (GAL, Meynier. Ls conqurants du Tchad, cit. Por FALCON F. & MOURA, G. A formao do mundo contemporneo. Rio de Janeiro, Ed. Campus Ltda., 1985, p. 88.) Em 1914, apenas a Etipia e a Libria conseguiam manter-se independentes e a frica estava assim dividida: - a Frana ocupou a frica do Norte (Arglia, Tunsia e Marrocos), a regio do Saara (dividida para fins administrativos em frica Equa torial Francesa e frica Ocidental Francesa) e a ilha de Madagscar; - a Inglaterra incorporou o Egito, o Sudo Anglo-Egpcio, o Qunia, Uganda, Somalia, Costa do Ouro e Nigria; ao sul, os ingleses anexaram o interior da Colnia do Cabo e atravs de Cecil Rhodes, surgindo assim as Rodsias; em 1902, numa guerra contra os Boers, antigos colonos holandeses, os britnicos conquistaram o Transvaal e Orange; - a Blgica apoderou-se do Congo Belga (Zaire); - a Alemanha assenhorou-se do Togo, dos Camares, da frica Oriental e do Sudoeste Africano; - a Itlia tomou a Eritria, a Somlia e a Tripolitnia (Lbia); - Portugal conservou Angola, Moambique, Guine e o arquiplago de Cabo Verde; - e a Espanha manteve o Saara Ocidental (Rio do Ouro). Fonte: www.hystoria.hpg.ig.com.brCOLONIZAO DA FRICA

TRFICO E OS NAVIOS NEGREIROSA historia do trafico por demais complexa e remota, cabendo s mais antigas sociedades das naes e a todos os povos da alta antigidade, portanto no cabendo aos portugueses a sua primazia, que por sua vez so descendentes de povos que tambm foram escravizados e dominados por outros mais poderosos. Em toda a frica, desde pocas imemorais, a escravido militar ou escravido histrica a que prpria de todas as sociedades humanas numa fase de sua evoluo poltica e que dessa escravido nasceu a escravido mercantil, no s as guerras criaram a escravido, mas tambm as religies pois as vitorias do islamismo deram como resultado o estabelecimento do trafico pelo extremo nordeste do continente africano e como o religioso muulmanos penetrou at o corao da frica, as legies do profeta conseguiram manter o monoplio do comercio do interior e o trafico de escravos destinados a suprir o sul da sia e grande parte do Mediterrneo Oriental, e esse trafico ampliou-se para todo o norte da frica, e pelo fato este trfico teve ento dois vastos emontrios que foram o leste pelo Mar Vermelho e do norte do deserto at o Maghreb e no principio do sculo XV e que se puseram os

primeiros navegantes cristos em relao com os escravos da costa africana do oeste.

E no ano de 1432 o navegador portugus Gil Eanes introduziu em Portugal a primeira leva de negros escravos e a partir desta poca os portugueses passaram a traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo, em seguida levaram os negros para os Aores logo depois para Cabo-Verde e finalmente para o Brasil, Em meados do sculo XVI devido ao estabelecimento do Governo Geral, o que pesa para Portugal a respeito ao trafico negro, pesa tambm sobre a Frana, Espanha, Holanda e especialmente sobre a Inglaterra, pois lhe cabe a primazia como vanguardeira do trfico e do comrcio de escravos autorizado desde o reinado de Eduardo VI e comeando no reinado da Rainha Elizabeth no sculo XVI, e John Hawkins foi o primeiro ingls a empreender o comrcio de negros escravos por este motivo recebeu o titulo de Baronnet, e a historia dos navios negreiros e a mais comovente epopia de dor e de desespero da raa negra; homens, mulheres e crianas eram amontoados nos cubculos monstruosamente escuros das galeras e dos navios negreiros onde iam se misturando com o bater das vagas e o ranger dos mastros na vastido dos mares. A fome e a sede, de mos dadas com as doenas que se propagavam nos ambientes estreitos passavam pelos maribundos e no lhes ceifavam a vida, concedendo-lhes perdo e misericrdia que no encontravam aconchego nos coraes dos homens, daqueles homens severos e maus de todas as embarcaes e que s se preocupavam com o negcio rendoso que a escravaria oferecia. Os negros fortes, retintos e amontoados tambm se tornavam feras acuadas onde o dia se confundia com a noite pois as levas de negros que embarcavam na costa da frica provinham de diferentes pontos e de diferentes raas e eram misturadas como carga comum nos bojos dos navios negreiros Os gemidos dos moribundos vinham juntar a algaravia das diferentes lnguas dos Mandingas, Felupos, Cabindas, Gjes, Fulas, Congos, Bundas, Bantos, Libolos, Caanjes e tantas outras tribos, desconhecidas umas das outras, rosnavam como feras furibundas e dilaceravam-se mutuamente nas mnimas disputas; quando o navio negreiro sofria qualquer acedio de naus piratas, os tripulantes que se preparavam para a defesa do navio negreiro, normalmente recebiam ordens do comandante que era sempre um brbaro que sumariamente mandava atirar ao mar os negros agonizantes, para aliviar a carga para tornar o barco mais malevel, erra quando os marinheiros desciam aos pores imundos e os moribundos eram atirados ao mar, e quando isto no acontecia as epidemias lavravam os pores e s havia um remdio: o mar! A organizao da Companhia de Lagos tinha o objetivo de incentivar e desenvolver o comrcio africano e dar expanso ao trafico negreiro. Logo aps o navegador Anto

Gonalves ter dado entrada em Portugal de uma leva de escravos negros capturados na Ilha de Arguim, e a viagem inicial da Companhia de Lagos que foi empreendida por uma expedio composta de seis caravelas ao comando do escudeiro Lanorote que transportou 235 cativos, e pelas lutas travadas entre varias feitorias da frica que se entrechocavam no fornecimento de escravos e as incurses devastadoras dos corsrios e piratas e a instituio da Companhia de Lagos, motivaram a formao de varias companhias negreiras, que entre elas podemos citar a Companhia de Cacheu em 1675, Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negcios de Pretos em 1690, Companhia Real de Guin e das ndias em 1693, Companhia das ndias Ocidentais em 1636.

E devido ao xito desta para o Brasil e o tino poltico do padre jesuta Antnio Vieira se deu a criao da Companhia Geral do Comrcio do Brasil em 1649. A Companhia do Estado do Maranho em 1679, Companhia da Costa da frica em 1723,Companhia do Gro Par e Maranho, Companhia de Comrcio de Pernambuco e Paraba que foram criadas pelo Marqus de Pombal, desta maneira podemos atestar que o transporte de negros da frica era o melhor e mais rendoso negocio da poca. E as raas transportadas durante o longo perodo negreiro e que se distribuam por toda a frica pode ser assim enumeradas: do grupo de Guin e Nigricia foram exportadas os Jalofos (aptos a ida do mar), Mandingas (convertidos ao Maometismo eram inteligentes e empreendedores), Yorubas ou Minas (fortes, robustos e hbeis), Felupos (os mais selvagens), Fulas que se dividiam em pretos, vermelhos e forros (eram descendentes dos chamita), Sectrios de Maomet (eram os mais valentes e organizados), Balantos ( gentios democratas), Biafadas ( eram robustos, atlticos, esforados, bons marinheiros), Papis, Manjacos, Nalus, Bahuns.

E do Congo e Angola tiveram do grupo Banto foram os Ba-Congos (mais adiantados da

frica), Djaggas ( convertidos ao cristianismo), Cabindas (excelentes trabalhadores), Mussurongos, Eschicongos, Jagas e seus afins Ban-Galas e do grupo Fiote tivemos os Bamba e os Hollos, Ambaquistas, e do serto tivemos os Ma-Quiocos (hbeis caadores), Guissamas (valentes e hbeis), Libollos (pacficos e agricultores), todos do grupo Bunda, e o do grupo N`bundo vieram os Ba-Nanos, Ba-Buenos, Bailundos (todos eram altos, fortes e aguerridos), Bihenos (artistas), Mondombes, e do grupo Janguellas ou Baagangellas tiveram os Ambuellas (mineradores de ferro), Guimbandes (pacficos e artistas) Banhanecas e Ba-Ncumbis (pastores e agricultores) e dos grupos Bantos Orientais foram os Macus (inteligentes e faladores), Manimdis e Manguanguaras (selvagens) Nyanjas ou Manganjas (inteligentes e pacficos), Mavias (pescadores) e do Senegal tivemos os Muzinhos, Moraves e Ajaus (mercadores de marfim) e do ramos de Bochimanos e Hotentotes tiveram os Ba-Cancalas, Bacubaes, Ba-Corcas, Ba-Cuandos, Ba-Cassequeres, Basutos e Bechuanas, Nubios.

A obra do negreiro na frica foi verdadeiramente vandlica, destruidora, sanguinria! A eloquncia do nmero de raas exportadas de todos os recantos africanos frisantes atestado da gula dos comerciantes negreiros pelo rendoso negocio do trafico.

Todas as naes civilizadas tinham ali na costa da frica a sua feitoria e nos mares em cruzeiros simultneos, navios de todos os efeitos empregados no trafego imoral, aberrante, desumano e sanguinrio, que despovoou pouco a pouco o continente negro e seu modo cobriu-se de sangue durante asa preias desordenadas, preias levadas a efeitos a ferro e a fogo, a lao e a tiro. Fonte: www.geocities.com

COLONIZAO DA FRICA

ORIGEM HISTRICA DO NOMEA frica uma Pennsula triangular ligada sia pelo istmo de Suez cortado pelo canal do mesmo nome. Limitada ao Norte pelo Mar Mediterrneo, ao Sul pelos Oceanos, Atlntico e ndico, ao Leste pelo Mar Vermelho e Oceano ndico e ao Oeste pelo Oceano Atlntico. o segundo maior continente do mundo. 3 vezes maior que a Europa, 4 vezes maior que o Brasil e 412 vezes maior que Portugal continental. Tem uma rea de 30.27 milhes km2, perdendo apenas para o continente Asitico que tem de superfcie 44.30 milhes km2. A diviso poltica do continente africano compreende 53 pases independentes, com uma populao total estimada hoje em mais de 681 milhesde seres humanos. Mas, a curiosidade que caracteriza este pequeno artigo,no se prende to somente aos dados da situao geogrfica do continente nemaos dados demogrficos acima descritos, pois a maioria de ns j tem/temosconhecimento dos mesmos nos bancos escolares, pelo menos os que tiveram aoportunidade de ter uma instruo um pouco mais extensa.frica! O que vem a significar esta palavrinha de 6 letras que naclassificao da lngua portuguesa uma palavra tnica por possuir umacento que se pronuncia com mais intensidade; trissilbica, por possuir trsslabas e proparoxtona, por ter o acento tnico na antepenltima slaba?

Eis a questo! de extrema importncia ressaltar antes de tudo que, o nome do nossocontinente no foge regra, pois a maioria dos nomes de pases que hojeconstituem o continente negro, embora oriundos de palavras genuinamentelocais, surgiu/surgiram dos primeiros contactos dos colonizadores com aspopulaes autctones. Podemos dizer, de um malentendido lingustico. O nativo, indagado alguma coisa assim : Como se chama? Como se chama estelugar? Ele, sem entender absolutamente nada, responde algo que lhe pareceuter sido perguntado, associando o som ouvido palavra que conhece. E, oinquiridor, que tambm desconhece totalmente a lngua do aborgene e, vidode ter uma resposta, capta o som, balbucia a palavra e escreve de sua formao som ouvido sem mais nem menos. O que importa algo registado! A palavra frica deriva de AVRINGA ou AFRI, nome da tribo Berbere que naantiguidade habitava o Norte do continente.Os berberes so descendentes dos antigos Nmidas que habitavam a regiochamada Numdia, entre o pas de Cartago e actual Mauritnia, conquistadapelos romanos ao rei Jugurta, cuja capital era a cidade de Cirta, hojeConstantina, na Arglia. O nome frica comeou a ser usado pelos romanos a partir da conquista dacidade de Cartago para designar provncias a Noroeste do Mar Mediterrneoafricano, onde hoje situam-se a Tunsia e a Arglia. Recorda-se que Cartagofoi uma das famosas cidades de antiguidade da frica. Foi fundada no sc.VII a. C. pelos Fencios, sob a direco da Princesa Tiriana Dido ou Elisa,filha de Muto, rei de Tiro, (actual cidade de Sur no

Lbano) que aps amorte do seu marido Siqueu, fugiu para a frica e fundou a cidade de Cartagonuma pennsula, perto da qual se encontra hoje a cidade de Tnis, capital daTunsia. Em pouco tempo, Cartago tornou-se capital de uma poderosa repblicamartima, substituindo-se a cidade de Tiro no Ocidente. Criou colnias naSiclia e na actual Espanha. Enviou navegadores ao Atlntico Norte.Entretanto, as colnias cartagineses na Siclia suscitaram vistas ambiciosasdos romanos que cultivaram uma ferrenha rivalidade que culminou com as 3guerras chamadas Pnicas. No final da 2 guerra pnica, os romanos conseguiram apoderar-se da bela esumptuosa cidade de Cartago, sob o comando de Cipio - o Africano, apesardos esforos empreendidos por Anbal para impedir que os romanos apoderassemdela. Cartago restabeleceu-se dessa derrota, mas foi definitivamentedestruda na 3 guerra pnica, por Cipio Emiliano. Reconstruda poucodepois, floresceu novamente do sc. I a VI da nossa era e foi uma verdadeiracapital da frica romana. Mas, no ano 698 caiu nas mos dos rabes e comeoua decadncia. Portanto, no sculo XVI, com a necessidade dos Europeus de avanarem para ointerior e para o sul do continente negro, o nome frica generalizou-se paratodo o continente que passou a chamar-se de "frica". A palavra frica significa tambm: faanha, proeza, valentia, algo difcilde se realizar. Este segundo e pseudo significado, embora recheado de umcerto preconceito de um lado, de outro dignifica-nos como africanos, poismostra a ntida resistncia penetrao estrangeira no interior do nossocontinente e traduz a realidade verdadeira da poca. Foi dado pelosEuropeus expedicionrios, principalmente os portugueses, como consequnciadas enormes dificuldades que tiveram em penetrar no interior do continente. A resistncia dos nativos causava aos estranhos e indesejveis visitantes,baixas humanas e muitas vezes retrocediam face das dificuldades e perigode serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e o pior de tudo,conheciam mal o seu terreno.Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadasexpedies em frica eram considerados destemidos e valorosos militares,dispostos "a fazer uma frica" isto , a mostrar sua coragem, a guerrearem, enfrentando o incerto ou inimigo desconhecido. Portanto, estavamdispostos a "meter uma lana em frica", que significa dizer, levar a cabouma empresa difcil. Fonte: didinho.no.sapo.pt

by Abel Membro desde: 17 de Outubro de 2006 Total de pontos: 6330 (Nvel 5)

Melhor resposta - Escolhida por votaoPode dizer-se que a colonizao recente da frica iniciou-se com os descobrimentos e com a ocupao das Ilhas Canrias pelos portugueses, no princpio do sculo XIV. Processo de ocupao territorial, explorao econmica e domnio poltico do continente africano por potncias europias. Tem incio no sculo XV e estende-se at a metade do sculo XX. Ligada expanso martima europia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores. No sculo XIV, exploradores europeus chegaram a frica. Atravs de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhes de africanos e de os exportar para vrios pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravido. No princpio do sculo XIX, com a expanso do capitalismo industrial, comea o neocolonialismo no continente africano. As potncias europias desenvolveram uma "corrida frica" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colnias. Entre outras caractersticas, marcado pelo aparecimento de novas potncias concorrentes, como a Alemanha, a Blgica e a Itlia. A partir de 1880, a competio entre as metrpoles pelo domnio dos territrios africanos intensifica-se. A partilha da frica tem incio, de fato, com a Conferncia de Berlim (1884), que institui normas para a ocupao, onde as potncias coloniais negociaram a diviso da frica, propuseram para no invadirem reas ocupadas por outras potncias. Os nicos pases africanos que no foram colnias foram a Etipia (que apenas foi brevemente invadida pela Itlia, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da Amrica. No incio da I Guerra Mundial, 90% das terras j estavam sob domnio da Europa. A partilha feita de maneira arbitrria, no respeitando as caractersticas tnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do sculo XIX, incio do XX, muitos pases europeus foram at a frica em busca das riquezas presentes no continente. Esses pases dominaram as regies de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porm os europeus no cuidaram com a diviso correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes pases dividiram a frica e "formaram" pases africanos existentes ainda hoje.