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ALENCAR MENDES, R. A. RESUMO DE PSICOMOTRICIDADE

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ALENCAR MENDES, R. A. RESUMO DE PSICOMOTRICIDADE. CEARÁ - FORTALEZA. 2010, 19PTrabalho de psicomotricidade feito em setembro de 2010

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Page 1: ALENCAR MENDES, R. A. RESUMO DE PSICOMOTRICIDADE

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

COORDENAÇÃO DE PÓS – GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

RESUMO DO TEXTO DE PSICOMOTRICIDADE:

CONCEITO, HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA PSICOMOTRICADE.

CORPO – ESQUEMA CORPORAL E IMAGEM CORPORAL.

ROSEMAR ARRAIS ALENCAR MENDES

FORTALEZA - CEARÁ

SETEMBRO DE 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

COORDENAÇÃO DE PÓS – GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

RESUMO DO TEXTO DE PSICOMOTRICIDADE:

CONCEITO, HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DA PSICOMOTRICADE.

CORPO – ESQUEMA CORPORAL E IMAGEM CORPORAL.

ROSEMAR ARRAIS ALENCAR MENDES

TRABALHO SOBRE O RESUMO REFENTES AOS CAPÍTULOS I E II DA APOSTILA, APRESENTADO A PROFESSORA MARIA FLAVIA VIEIRA DA SILVA.

FORTALEZA - CEARÁ

SETEMBRO DE 2010

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1. HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE

A Psicomotricidade era de domínio médico, em 1870, tentando caracterizar

fenômenos patológicos, os médicos nomeiam as explicações de certos fenômenos

clínicos, de Psicomotricidade, porém, suas primeiras pesquisas têm enfoque

neurológico; especificamente a neurologia, que no final do século XIX, precisou

nomear as zonas corticais localizadas além das regiões motoras.

A psicomotricidade surge em 1907, com Ernest Dupré, Neurologista Francês,

considerado a principal referência da área, a partir de observações clínicas, que

enfatizam o paralelismo das manifestações motoras e psíquicas: "...entre certas

alterações mentais e as alterações motoras correspondentes, existe uma união tão íntima,

que parecem constituir verdadeiras parelhas psicomotoras.

Em 1925, Henri Paul Hyacinthe Wallon, filósofo, médico, psicólogo e político

francês, e marxista convicto, ocupou-se do movimento humano dando-lhe uma

categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença

permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos

hábitos do indivíduo.

Entre 1907 e 1947, já não era predominante o imperialismo neurológico, o que

não impediu que a psicomotricidade relutasse em integrar os trabalhos de Sigmund

Schlomo Freud (1913), Henri Paul Hyacinthe Wallon (1934) e Jean William Fritz

Piaget (1936), o que fez posteriormente. Neste mesmo período, houve influência

significativa de pedagogos como Maria Montessori, Jean-Ovide Decroly e outros,

reforçando uma perspectiva pedagógica.

Os primeiros cursos surgiram entre 1947 e 1962, na Bélgica e na França, em

hospitais e centros de saúde, e o primeiro curso de especialização para profissionais da

educação e saúde foi realizado em Paris. Através do psiquiatra e professor francês

Julian de Ajuriaguerra e de seus colaboradores, a Psicomotricidade ganha, à partir de

1947, novas concepções que a diferenciam mais ainda de outras áreas, estabelecendo

uma especificidade e autonomia não apenas nas terapêuticas motoras, mas também nas

alterações psicomotoras funcionais evolutivas. Em 1953, era influenciado por estudos

de Haim Grünspun médico, psicólogo clínico, bacharel em Direito, e foi professor da

PUC-SP desde 1953, onde sempre lecionou sobre sua prática nas três áreas

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profissionais; indicava exercícios psicomotores para portadores de distúrbios de

aprendizagem; em São Paulo, os Médicos Grunspun e o Professor Lefèvre indicavam o

movimento para o tratamento dos processos terapêuticos da criança excepcional. As

técnicas de Michaux eram utilizadas em tratamentos motores – “Terapêutica ativa” – A

ginástica era a base, através de exercícios naturais.

A partir de 1965, com o retorno de profissionais que iam ao exterior participar

de cursos e eventos, começam a surgir as técnicas reeducativas. As influências vinham

de escolas diferentes e métodos variados para a utilização da ação psicomotora. Em

Minas, o movimento foi liderado pelas Psicólogas e no Centro Médico Pedagógico, o

diagnóstico psicomotor fazia parte do diagnóstico Psicopedagógico. Em 1968, foi

criado no IPP o setor de Psicomotricidade. Já no Rio Grande do Sul, os reeducadores e

professores de Educação Física incentivados com a nova área, criaram o Centro de

Pesquisa e Orientação Educacional da Secretaria de Educação.

A primeira proposta no Brasil de uma formação específica em um método de

Psicomotricidade parece ter sido iniciada em 1968, com a vinda de Simone Ramain, que

desenvolveu o Método Ramain. No Rio de Janeiro, as fonoaudiólogas foram as

pioneiras na atuação psicomotora, e em 1968, a Psicomotricidade era introduzida como

cadeira na Faculdade de Logopedia da UFRJ. Foi em 1969, no Instituto Helena Antipoff

já iniciavam a abordagem psicomotora em áreas distintas como: na educação,

reeducação ou treinamento.

Em avaliação, tinha os métodos de Ozeretsky, o “bilan” de H. Bucher e Bergés-

Lezine. Cada vez mais a utilização do corpo como instrumento da ação psicomotora era

ampliado por diversas áreas e com a entrada da Psicomotricidade nos currículos do

ensino de 3º grau, em várias capitais do País e a chegada da francesa Françoise

Desobeau, convidada para um Seminário sobre “Terapia Psicomotora”, que antes

supervalorizava a técnica e agora tinha como prisma a abordagem tônico-emocional.

Em 1980 é fundada a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, dando início

a uma era científica; e em 1982, pelo 1º Congresso Brasileiro de Psicomotricidade. Em 

29 de maio de 1989, pelo Decreto Lei nº 97.782  foi autorizado no Rio de  Janeiro o primeiro 

curso de graduação em Psicomotricidade. Hoje, a Psicomotricidade representa uma ciência

das mais respeitadas por diversas áreas e segmentos, incorporada a vários cursos

superiores, com um curso de graduação no IBMR no Rio de Janeiro e com inúmeros

cursos de Pós-graduação.

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2. CONCEITO E FUNDAMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu

corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas

possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está

relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,

afetivas e orgânicas. Portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento

organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante

de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Os psicomotricistas são os

profissionais da área de saúde e educação que pesquisa, ajuda, previne e cuida do Homem na

aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da integração somatopsíquica. Esses

profissionais atuam nas áreas de: educação, clínica (reeducação, terapia), consultoria e

supervisão. Os seus públicos alvos são: crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto

risco; crianças com dificuldades ou atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de

necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; pessoas que

apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e relacionais em consequência de

lesões neurológicas; família e a 3ª idade. Os mercados de trabalho são as: creches; escolas;

escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde;

hospitais; empresas. (informação retirada do site do S.B.P.)

2.1 Área de atuação da psicomotricidade

2.1.1 Reeducação Psicomotora:

Abrange sujeitos desde a infância a idade adulta. Pode ser desenvolvida tanto em

caráter profilático quanto terapêutico.

A atuação do reeducador privilegia a expressão livre, harmoniosa e econômica

do corpo. Utiliza-se do exame psicomotor, onde a atitude no examinar, é mais

importante do que o método em si. A metodologia se apóia na sistematização, no nível

de idade e nos riscos – reforço do problema.

Ex: Expressão verbal, habilidade anual, controle postural, equilíbrio estático e

dinâmico, coordenação, sincinesias, lateralidade, estruturação temporal e

espacial, conhecimento e integração corporal, grafismo e tônus.

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2.1.2 Educação Psicomotora:

É a ação educativa baseada e fundamentada no movimento natural consciente e

espontâneo com a finalidade de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global

da criança.  É uma atividade preventiva que através da prática psicomotora propicia o

desenvolvimento das capacidades básicas, sensoriais, perceptivas e motoras,

favorecendo a uma organização mais adequada ao desenvolvimento da aprendizagem.

2.1.3 Terapia Psicomotora:

Realizada através de uma programação de exercícios que envolvem atividades

motoras, viso-motoras e emocionais. O trabalho visa melhorar o desenvolvimento

corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a

estruturada para que possa se sentir segura e feliz.

A ação diagnóstica dos atrasos psicomotores ou características da personalidade,

também é através do corpo e de seus movimentos. É uma terapia a nível corporal que

tende a modificar uma organização psicopatológica. O cliente vive situações afetivas e

emocionais.

O terapeuta não aborda o sintoma diretamente, ele revive situações passadas

através de jogos regressivos, no corpo a corpo através da ludicidade e dos jogos

simbólicos, ele trabalha em cima do contexto relacional e afetivo – verbal, corporal,

corporal-verbal, vivenciado e estabelecido.

Dentro da terapia existem ainda linhas diferentes de atuação terapêutica onde

uns trabalham com a transferência e contratransferência e outros não.

2.2. Aspectos Trabalhados na Psicomotricidades

2.2.1 Qualidade física

Força; flexibilidade; agilidade; velocidade; coordenação motora; equilíbrio;

noção de espaço; tempo e lateralidade.

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2.2.2 Aspecto afetivo e social

Socialização; Desenvolvimento de traço de personalidade.

2.2.3 Características cognitivas

Capacidade de análise; desenvolvimento de memória.

2.3 Estruturas psicomotoras de base

TIPO CARACTERÍSTICA EXEMPLO DE ATIVIDADELocomoção Quando nos deslocamos de um lugar

para o outro.

Brincar de o macaquinho mandou

Manipulação Habilidade de manuseio.

Brincar de cobra-cega.

Tonos Corporal Ajustamento da postura.

Dançar com a bola na testa.

Lateralidade Noção direita e esquerda.

Brincar de trânsito.

Coord. Fina Quando se trabalha as extremidades dos segmentos.

Brincar de bola de gude.

Coordenação Grossa

Quanto se trabalha com a totalidade das mãos ou do corpo.

Brincar com a bola.

Coordenação da Dinâmica Geral

É a atuação conjunta do sistema nervoso central e da musculatura esquelética na execução do movimento; temos a coordenação motoras ampla e seletiva.

Brincar de carniça.

Equilíbrio Capacidade de manter-se sobre uma base, pode ser estático ou dinâmico.

Brincar de amarelinha.

Esquema Corporal

É o conhecimento que temos do corpo em movimento ou em posição estática, em relação aos objetos e o espaço que o cerca. É através do desenvolvimento do esquema corporal que a criança toma consciência de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo.

Brincar de raposa que gostava de comer capim.

Obs: Compartimentos do esquema corporal: Auto –imagem; Orientação espaço temporal; Coordenação óculo-segmentar; Direcionalidade, Miraocular

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3. LINGUAGEM DO CORPO

3.1 Desenvolvimento Psicomotor

Ocorrem com a maturação dos tecidos nervosos, ósseos, músculos e no aumento

em tamanho e complexidade do sistema nervoso central; crianças que ficam presas em

seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o comportamento de sentar,

andar na época adequada e, que futuramente, poderão apresentar problemas de

coordenação e motricidade.

3.1.1 Características Principais da Primeira Infância

Um estudo realizado por Arnold Lucius Gesell, psicólogo desenvolvimentista, os

primeiros anos de vida, em especial o primeiro, tem importância capital para o

desenvolvimento da inteligência, da afetividade, das relações sociais, ocorrendo de

forma rápida. Qualquer perturbação nessa fase pode, se não for detectada a tempo,

diminuir as capacidades futuras. Embora a maturação neurológica seja crucial, GESELL

não se esqueceu das condições de vida da criança.

RECÉM-NASCIDO: dependente para necessidades biológicas e sobrevivência;

pouca atividade física; movimentos sem controle e involuntários por ausência de

coordenação; sistema nervoso imaturo, e apresenta muitos reflexos.

01 MÊS: começa a mover a cabeça e a levantá-la quando colocada de costas ou

em decúbito dorsal; capaz de movimentar os braços, mas sem controle; ritmo de sono

mais regular; segue com os olhos pessoas em movimento; sorriso e vocalização podem

aparecer.

02 MESES: atividade geral mais intensa; controle da cabeça, mantendo-a firme

quando segura pelo ombro; coordenação do músculo ocular; olha na direção de onde

vêm ruídos; movimentos das mãos coordenados com movimentos dos olhos; tenta

alcançar objetos; reconhece a pessoa que satisfaz suas necessidades - mãe.

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03 MESES: movimentos intencionais dos braços e mãos estão mais adiantados

do que os do resto do corpo; a criança acompanha com o corpo o movimento dos braços

ao tentar alcançar os objetos; olha para todas as direções mas não fixa a atenção nos

objetos por muito tempo; rola da posição de lado para a de costas; capaz de emitir sons;

demonstra gostar de companhia.

04 MESES: reflexo de agarrar começa a ser substituído pela preensão voluntária;

segura qualquer objeto com firmeza; dorme pequenos períodos durante o dia; pode

manter a cabeça erguida; nota mudança da pessoa que a cuida e mudança de local.

05 MESES: maior atividade motora; mantém a cabeça ereta com o tronco em

posição vertical; interesse pelo ambiente; distingue expressões faciais; reconhece a mãe;

pode demonstrar medo de estranhos.

06 MESES: rola da posição de costas para a posição abdominal; levanta o

tronco, estando deitada; segura melhor com os dedos; capaz de permanecer sentada;

interesse nas atividades ao seu redor.

07 MESES: preensão menos palmar; pode começar a engatinhar; transfere

objetos de uma mão para outra; começa a demonstrar compreensão de palavras; começa

a imitar.

08 MESES: maior atividade e coordenação motoras; fica sentada sozinha, graças

ao sistema; neuromuscular; usa ambas as mãos com habilidade; melhor compreensão

das palavras.

09 MESES: apresenta nítida preferência por uma das mãos; capaz de pronunciar

sílabas; capaz de estabelecer contato social limitado; grande atividade motora.

10 MESES: pode conseguir ficar em pé sozinha ou andar com auxílio; segura

objetos com muita firmeza.

11 MESES: move-se e explora o ambiente; anda com auxílio (algumas

sozinhas); pronuncia palavras; compreende perguntas simples; observa pessoas.

12 MESES: anda; melhor coordenação muscular; capacidade para empilhar

objetos; interesse por toda espécie de atividade; continua a imitar; maior capacidade de

contato social; sente ciúme, medo, cólera, ansiedade; tem percepção das emoções dos

outros.

13 MESES a 24 MESES: anda só e explora a casa e seus arredores; empilha 2 ou

3 cubos; enche recipientes; pronuncia 5 ou 6 palavras; manifesta ciúmes e reações de

rivalidade no jogo, com irmãos mais velhos; sobe e desce escada, 1º segura por uma

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mão e depois sozinha, apoiando-se; mostra seus olhos e seu nariz; empilha 6 cubos;

associa 2 ou 3 palavras e enriquece o vocabulário; imita um traço no papel; aprende a

comer sozinha; interesse pelo que fazem os adultos e a imitar seus gestos; interesse

crescente pelas outras crianças; controle esfincteriano começa a definir-se.

25 MESES a 36 MESES: aprende a pular e depois a pular com uma perna só;

desenvolve a linguagem; usa o 'eu'; começa a fazer perguntas; compreende a maioria

das palavras que lhe são ditas; pode reproduzir um círculo; começa a brincar com os

outros.

37 MESES a 48 MESES: salta, pula, sobe e desce escada colocando um só pé no

degrau; desenha figura humana com cabeça, membros e partes principais; copia

quadrado e triângulo; fala de maneira completamente inteligível; sabe contar seus

dedos; sabe sua idade e os dias da semana; pergunta muito; protesta quando impedida

de fazer o que quer; conhece tamanho e forma; interesse pelas atividades dos adultos.

05 ANOS A 06 ANOS: sobe em árvore; dança ao som de música; apanha uma

bola lançada a 1 m de distância; fica imóvel por 1 min; fala de forma correta; desenho

quase perfeito da figura humana; começa a distinguir esquerda e direita, ontem e

amanhã; interesse nas atividades domésticas; inventa jogos; realiza com interesse tarefas

simples; distingue sabores; cooperação e disciplinas sociais.

07 ANOS A 08 ANOS: plena integração do corpo; aperfeiçoamento das

habilidades adquiridas anteriormente.

09 ANOS A 10 ANOS: reconhecimento da lateralização no outro; instalação

forte da conduta ética e da importância de valores e normas; procura de contatos fora de

casa.

11 ANOS A 12 ANOS: combina movimentos e equilibra habilidade e força

muscular; reflexivo e espontâneo; movimentos expressivos tanto faciais quanto

corporais; início da adolescência.

3.1.2 Noções de corpo

Os subfatores da noção de corpo são: sentido cinestésico: pertence a somestesia,

e refere-se, a sensibilidade cutânea e subcutânea.

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Reconhecimento direito e esquerdo: refere-se ao poder discriminativo e

verbalizado que a criança tem do seu corpo.

Auto-imagem: visa estudar a noção de corpo no seu componente facial.

Imitação de gestos: resume a capacidade de análise visual de posturas e

gestos, desenhados no espaço.

Desenho do corpo: é a representação do corpo vivido da criança,

refletindo o seu nível de integração somatognósica e a sua experiência psico-afetiva.

3.1.3 Etapas do desenvolvimento do esquema corporal

Capacidade que o homem tem de simbolizar seu próprio corpo e interiorizar a

sua imagem. Depende de: amadurecimento neurológico; os diferentes tipos de estímulos

que recebe vai mapeando seu corpo, depende do quanto e como pode vivenciar os

movimentos através de experiências corporais, brincadeiras e estímulos recebidos

durante os anos iniciais de sua vida; está ligado a senso percepção, é através dela que é

introjetada a noção de ter diferentes partes corporais.

3.1.4 Os Sistemas Responsáveis pelo Próprio Corpo

Os sistemas responsáveis pelo desenvolvimento do Esquema Corporal são:

Interocepção: sensação que se tem das vísceras. Ex.: dor de cabeça, mal

estar, cólicas...

Própriocepção: são dois informações. A postura do corpo e que

movimentos ele está realizando. Mesmo de olhos fechados sabemos a posição do nosso

corpo e que movimentos estão realizando. O hemiplégico, de olhos fechados não

consegue perceber seus movimentos corporais no lado plégico porque tem alteração

proprioceptiva.

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Exterocepção: são os sentidos, audição, visão, gustação, tato e olfato,

que informam os estímulos externos que recebemos.

3.1.5 Desenvolvimento Corporal

Etapa do corpo submisso (0 a 2 meses): Os movimentos são estritamente

automáticos, dependendo de bagagem inata (reflexos e automatismos de alimentação, de

defesa e de equilíbrio). Daí resulta comportamento inteiramente dominado pelas

necessidades orgânicas e ritmado pela alternância alimentação-sono. Nesta fase de

impulsividade motora, os gestos tendem a ser explosivos, não são orientados e se

parecem mais a crises motoras que a movimentos coordenados.

Etapa de corpo vivido (02 meses a 03 anos): A criança vai descobrindo

seu corpo, começando a estruturar seu esquema corporal. Durante a fase do corpo

vivido, a experiência emocional do corpo e do espaço, permite à criança sentir seu corpo

como objeto total no mecanismo de relação. O reconhecimento de um objeto pelo lado

dos sentidos, e vai por sua vez, ser submetido a uma evolução rápida. É nesta etapa que

se desenvolve: a função de interiorização é uma forma de atenção perceptiva

centralizada sobre o próprio corpo, que permite à criança tomar consciência de suas

características corporais e verbalizá-las; interiorização e localização; interiorização e

controle do desenvolvimento temporal do movimento.

Etapa do corpo representado (6 a 12 anos): Por volta dos 5 a 6 anos, as

experiências tônicas e dados visuais produzem a primeira imagem sintética do corpo.

Daí a representação de uma imagem mental do corpo em movimento. No início ela

poderá controlar voluntariamente sua atitude sem empregar tensões inúteis, a partir de

um esquema postural, verdadeira imagem do corpo estático. Mas é preciso atingir a

idade de 10 a 12 anos para que, no momento das aprendizagens praxiológicas, ela possa

dispor de uma imagem mental do corpo em movimento permitindo uma verdadeira

representação mental de uma sucessão motora.

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3.1.6 Imagem Corporal

É a correspondência afetiva de como imagino que eu sou. Diferente do esquema

corporal que aponta o que eu tenho, a imagem corporal me aponta como sou, o que nem

sempre corresponde a realidade. Na minha imagem corporal estão envolvidas questões

imaginárias ligadas ao meu aspecto psíquico e emocional, decorrente de como foram

vivenciadas minhas questões afetivas em relacionamentos sociais conflitivos.

O ser humano é o único que consegue desenvolver uma imagem especular. A

medida que o homem tem a capacidade de simbolizar seu próprio corpo, de interiorizar

a sua própria imagem. É a partir da junção da imagem e do esquema corporal, que serão

desenvolvidas todas as outras funções psicomotoras.

3.1.7 Tonicidade

Os subfatores da tonicidade são:

Extensibilidade: é definida por AJURIAGUERRA como o maior

comprimento possível que podemos imprimir a um músculo afastando as suas

inserções.

Passividade: é definida por AJURIAGUERRA & STAMBAK (1955),

como a capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas proximidades distais

como mãos e pés perante mobilizações, oscilações e balanços ativos e bruscos

introduzidos exteriormente pelo observador.

Paratonia: definida por AJURIAGUERRA (1974), como a incapacidade

ou impossibilidade de descontração voluntária.

Diadococinesias: compreendem como a função que permite a realização

de movimentos vivos, simultâneos e alternados.

Sincinesias: traduzem, segundo AJURIAGUERRA & SOUBIRAN (1962), reações parasitas de imitação dos movimentos contralaterais e de movimentos peribucais ou linguais.

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3.1.8 Lateralidade

É a dominância de um lado do corpo em relação ao outro, ao nível de eficácia,

força e habilidades; enfim é o predomínio motor de um dos lados do corpo, resultante

da relação entre as funções dos dois hemisférios cerebrais. Algumas funções e

operações se encontram sob a influência esquerda e outras sob a direita. Tal relação

envolve estruturas complexas, influenciadas por uma série de fatores e comportamentos

como, por exemplo, os canhotos que manipulam objetos feitos para destros.

Existem hipóteses para a prevalência da lateralidade: visão histórica;

hereditariedade; dominância cerebral; influencia do meio psicossocial afetivo e

educacional.

A lateralização manual surge no final do primeiro ano de vida, mas fisicamente

aflora aos 4 ou 5 anos. Os subfatores da lateralidade são: lateralização ocular que é a

predominância do olho dominante; lateralização auditiva – demonstra o ouvido

preferencial; lateralização manual – confirma a mão que predomina; lateralização pedal

que é a preferência do pé.

3.1.9 Equilíbrio

O equilíbrio é a capacidade de manutenção e orientação do corpo e de suas

partes em relação ao espaço externo e a ação da gravidade. É obtido por meio de

informações visuais, labirínticas, cinésicas e proprioceptivas integradas ao tronco

cerebral e cerebelo. São atos conscientes e inconscientes, que está relacionado com o

tônus muscular, estando presente em todas as possibilidades motoras do homem em seu

meio ambiente. É uma condição básica da psicomotricidade, visto que envolve vários

ajustamentos posturais que dão suporte a atos motores. É a reposta motora vigilante e

integrada, face à força gravitacional que atua sobre o indivíduo. Reúne um conjunto de

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aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das

aquisições de locomoção. A equilíbração compreende a exclusividade da postura bípede

humana de onde partem orientações únicas e peculiares como o domínio postural e o

alinhamento vertical do centro de gravidade da cabeça, do tronco e dos membros

inferiores. Os subfatores da equilíbração são:

Imobilidade: é definida por GUILMAIN (1971), como a capacidade de

inibir voluntariamente todo e qualquer movimento durante um curto lapso de tempo.

Equilíbração estática: requer as mesmas capacidades da imobilidade em

situações diversificadas.

Equilíbração dinâmica: exige uma orientação controlada do corpo em

situações de deslocamento no espaço.

3.1.10 Coordenação Motora ou Praxia Global

a) Tipos de Funções Práxicas

Global: é a ação que podemos observar nas crianças pequenas, até os 6

anos de idade, é o brincar simplesmente para atender o caráter lúdico. A criança

pequena executa movimentos para explorar o mundo, sem ter consciência desses

movimentos.

Analítica: é quando a criança começa a analisar e interpretar os

movimentos que faz espontaneamente ou atendendo a comandos simples. Se dá

aproximadamente aos 7 ou 8 anos de idade.

Sintética: é quando a criança já consegue coordenar um conjunto global

dos movimentos. Aproximadamente aos 10 anos de idade

b) A Praxia Global e seus quatro subfatores, segundo Vitor da Fonseca (1995):

Coordenação Oculomanual: a coordenação oculomanual visa o

aperfeiçoamento da ligação do campo visual à motricidade da mão e dos dedos,

desenvolvendo a habilidade e a precisão de movimentos, tendo em atenção à natureza

dos objetos, bolas grandes ou pequenas, pesadas ou leves; o tipo de trajetória,

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horizontal, parabólica, vertical;, e a posição do aluno, de pé, deitado, parado e em

movimento. Exemplo: Podemos pedir à uma criança que jogue bola ao cesto.

Coordenação oculopedal: traduz a capacidade de coordenar movimentos

pedais com referência perceptivos visuais. Exemplo: Podemos pedir a uma criança que

chute uma bola num lugar preciso.

Dismetria: é a inadaptação visoespacial e visocinética dos movimentos

frente a uma determinada distância para atingis um alvo. Exemplo: Assimetria no

comprimento dos membros inferiores que pode ser uma displasia coxofemoral, doença

de Sever ou dor no calcanhar.

Dissociação: entende-se por dissociação a capacidade de individualizar

os segmentos corporais que tomam parte na execução de um gesto intencional. A

dissociação reveste-se de uma formulação melódico-quinestésica que põe em causa

aspectos do autocomando motor e aspectos de adaptação a situações que exijam

continuidade rítmica de execução. Dissociar é sinônimo de diferenciar, e no campo da

psicomotricidade está em relação com o grau de dificuldade do controle mental do

gesto. Exemplo: num jogo de basquete o atleta precisa usar uma das mãos para bater a

bola de uma forma as pernas para se deslocar no espaço e, em determinado momento,

fazer outro tipo de movimento para arremessar a bola ao cesto.

3,2 Orientação Espaço Temporal

A noção espaço temporal se estrutura envolvendo a integração do sistema visual

com o sistema auditivo. É a capacidade de situar-se e orientar-se a si próprio, localizar

outros e objetos num determinado espaço. É ter noção dos conceitos de direção: acima,

abaixo, frente, trás, direita, esquerda, ou distância de longe e perto. É a capacidade de

organização das relações no espaço e no tempo. A orientação e organização espaço-

temporal ocupa um lugar de destaque na adaptação do indivíduo ao ambiente físico e

social, na medida em que o corpo ocupa um lugar nesse espaço. As ações da criança no

meio ambiente são realizadas tendo seu eixo corporal como referência fundamental e se

realizam organizando o meio em relação ao seu corpo. Nessa organização, a

consciência, a memória afetiva, e as experiências vivenciadas pela criança ao longo de

sua vida ocupam um lugar de destaque.

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3.2.1 Noção Temporal

A noção de tempo se desenvolve a partir da audição. É mais difícil apreendê-la

do que a noção de espaço. Temos o tempo rítmico, que é aquele que demarca o

compasso de tudo que fazemos e é individual, como o ritmo do nosso batimento

cardíaco, de nossa respiração, dos nossos passos ao caminhar... Temos também a noção

de tempo cronológico que diz respeito às ideias temporais como ontem, hoje, amanhã...

E ainda a noção de tempo subjetivo que está diretamente ligado à questão afetiva

quando dependendo do grau de ansiedade e motivação que colocamos nos fatos eles

parecem durar mais ou menos tempo.

Possuímos pelo menos quatro tipos de tempo: Tempo Rítmico, está contido em

tudo aquilo que fazemos. Por exemplo, o nosso caminhar possui um ritmo, nossos

batimentos cardíacos possuem outro ritmo, nossa respiração outro e assim por diante;

Tempo Cronológico, está relacionado à ideias temporais, que são mais difíceis da

criança entender, por serem completamente abstratos, é a noção de: ontem, hoje,

amanhã e outros; Tempo Subjetivo, é aquele que está ligado ao nosso grau de ansiedade

e motivação. Algo muito agradável parece passar rápido demais e algo desagradável

parece durar uma eternidade. Como exemplo podemos citar um passeio, onde sempre a

ida é muito mais demorada que a volta em função das expectativas que nutrimos em

relação a chegada; Tempo Dinâmico, a quantidade de esforço requer um movimento

mais lento ou mais rápido.

3.2.3 Estruração Temporal

A estruturação temporal será desenvolvida através das atividades

fundamentalmente rítmicas, cujo valor educativo é de extrema importância. Ritmo é

harmonia e equilíbrio. O movimento rítmico é econômico e harmônico. O nosso

movimento corporal para ser harmonioso e para obedecer adequadamente à necessidade

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do ritmo, nossos movimentos devem ser harmoniosos, em ciclos sucessivos de

deslocamentos espacialmente lógicos.

3.3 Respiração

A respiração é fundamental para a execução das atividades físicas. A respiração é

constituída de dois momentos inspiração e expiração. Quanto mais calmos estivermos

mais lenta e regular será nossa respiração, quanto mais agitado ou ansioso, mais rápida

será essa respiração. No ato de respirar enviamos oxigênio para nosso organismo. O

ideal seria mantermos uma respiração num ritmo regular e tranquilo. Ao inspirarmos

devemos enviar o ar para o abdômen retê-lo por alguns segundos e expirar lentamente

expelindo maior quantidade de ar do que o ingerido e emitindo som, para sentirmo-nos

mais leve e desprovido de tensões internas. O controle respiratório é adquirido através

de uma respiração abdominal. O tempo de inspiração deve ser sempre menor do que o

de expiração. A respiração atua diretamente sobre o mecanismo da dor e das emoções.

Uma respiração correta é capaz de aliviar a tensão, eliminar sensações como o medo, a

angústia e a dor.

3.4 Relaxamento

É um método de condicionamento psicofisiológico, que leva a alterações físicas

e emocionais, levando a criança a vivenciar uma sensação de calma, redução de fadiga,

levando o funcionamento do organismo a um equilíbrio onde a agitação desapareça.

Exige a capacidade de controle do tônus muscular que deve ser capaz de contrair e

principalmente relaxar.

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