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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA UM ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL Por: Solange Moreira Cardoso de Carvalho Orientador Prof. Ms. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2007

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … MOREIRA CARDOSO DE CARVALHO.pdf · Psicomotricidade, Psicologia, Geriatria, Gerontologia e Educação Física. Foram também utilizados

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA UM

ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL

Por: Solange Moreira Cardoso de Carvalho

Orientador

Prof. Ms. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2007

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA UM

ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Psicomotricidade

Por: . Solange Moreira Cardoso de Carvalho

3

AGRADECIMENTOS

.

.... à Deus por mais esta oportunidade

de aprendizagem e crescimento

pessoal, e pelo discernimento que tudo

tem seu tempo e sua hora, tem hora

para plantar e hora para colher.

Ao meu esposo, Elton, pela

compreensão e apoio à minha busca

de realização profissional.

À minha filha, Thayná, pelo carinho

com que tanto me incentivou na

realização deste trabalho.

Aos amigos e familiares, que de

maneiras diferenciadas estimularam o

meu recomeço....

4

DEDICATÓRIA

Ao meu Pai, que já terminou a sua

viagem conosco, mas que deixou grande

ensinamento que o Saber é o maior

tesouro que podemos conquistar.

Ao meu esposo e a minha filha que me

incentivaram, acreditando na minha

capacidade de ser e aprender cada vez

mais.

A minha mãe que de maneira silenciosa

exemplifica meus conhecimentos sobre o

idoso e abençoa meu caminhar com seu

doce olhar materno.

5

EPÍGRAFE

Tenhas sempre presente que a pele se enruga,

O cabelo embranquece,

Os dias convertem-se em anos,

Mas o que é importante não muda:

A tua força e convicção não tem idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha,

Atrás de cada conquista vem um novo desafio.

Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo.

Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.

Não vivas de fotografias amarelecidas...

Continua quando todos esperam que desista.

Não deixa que enferruje o ferro que existe em ti.

Faz com que, em vez de pena te tenham respeito.

Quando não conseguires correr através dos anos, trota.

Quando não conseguires trotar, caminha.

Quando não conseguires caminhar, usa uma bengala.

Mas nunca te detenha!!!

(Madre Tereza de Calcutá)

RESUMO

6

Este trabalho aborda o processo de envelhecimento humano visando

demonstrar a importância da Psicomotricidade na busca do bem-estar nesta

fase de vida tão marginalizada em nossa sociedade. Aponta a importância da

atividade física, do afeto, da família e da sociedade para um envelhecimento

saudável, destacando a proposta da psicomotridade, junto à outras ciências,

na construção de um homem mais humanizado e conseqüentemente um

processo de envelhecimento mais próximo da saúde biopsicossocial.

Ao finalizar o trabalho aponta-se para a possibilidade de que distúrbios

psicomotores possam ser restabelecidos pelo afeto, visto que o mundo é uma

expansão do ser corporal, isto é, o idoso vivenciará seu corpo, valorizando e

entendendo o verdadeiro significado de si mesmo, quando estiver afetivamente

equilibrado. E que o psicomotricista atue diretamente no entrosamento entre a

técnica e o aspecto emocional trazendo resultados positivos no processo de

envelhecimento saudável.

METODOLOGIA

7

A psicomotricidade e suas contribuições para um envelhecimento ativo e

saudável é o foco deste material monográfico realizado no decorrer do curso

de pós-graduação em Psicomotricidade na Universidade Candido Mendes.

Este trabalho foi realizado através de fontes bibliográficas da área de:

Psicomotricidade, Psicologia, Geriatria, Gerontologia e Educação Física.

Foram também utilizados recursos da internet e artigos de jornais e revistas.

Pesquisando os mais recentes estudos sobre envelhecimento humano e

os projetos e movimentos de apoio a 3ºidade principalmente no Estado do Rio

de Janeiro, foi utilizado o recurso de observação em visita à UNATI – UERJ

(Universidade de apoio à terceira idade da Universidade Estadual do Rio de

Janeiro) durante as aulas ministradas pela professora Cristie Campello.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

8

CAPÍTULO I - Aspectos Biológicos e psicossociais

do envelhecimento humano 12

CAPÍTULO II - Atividades físicas, a Psicomotricidade

e o envelhecimento 19

CAPÍTULO III – Processo de envelhecimento

da população brasileira 25

CAPÍTULO IV – Movimentos de Apoio à Terceira Idade 30

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 39

WEBGRAFIA 40

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

INTRODUÇÃO

9

Este trabalho tem como objetivo despertar o interesse, a motivação e a

orientação de idosos a participarem de movimentos dedicados a eles, e

também incentivar os profissionais de psicomotricidade e áreas afins, a

refletirem sobre essa camada da população tão marginalizada. Está sendo

realização atendendo às exigências de produção e desenvolvimento de

monografia para o curso de pós-graduação em psicomotricidade. Assim, a

psicomotricidade e suas contribuições para um envelhecimento ativo e

saudável são o foco deste material monográfico.

Através do estudo da psicomotricidade, das reflexões sobre o processo

de envelhecimento humano e das atuações do psicomotricista nesse processo,

se desenvolverão os capítulos deste trabalho, sempre visando destacar a

importância de um maior e melhor direcionamento de projetos específicos para

a terceira idade, tanto do ponto de vista individual quanto de uma visão global

da sociedade.

O crescente envelhecimento populacional vem despertando interesse

de diversas áreas de estudo. Segundo a Organização Mundial de Saúde

(OMS, apud Weineck, 1991) é considerado como idoso o individuo que tem

entre 61 e 75 anos de idade. Na literatura direcionada à esta área encontramos

várias classificações, contudo pode-se considerar que um individuo acima de

45 anos já pode apresentar várias limitações negativas, tanto biológicas quanto

psicológicas e sociais, decorrentes desse processo de envelhecimento. Neste

período de vida há um comprometimento da coordenação motora e uma

crescente diminuição do rendimento motor desses indivíduos idosos, podendo

perceber regressões gradativas nas atividades diárias, profissionais e ou

psíquicas. A atividade física deveria ser mais vivenciada pelo idoso e receber

mais importância das instituições dedicadas a ele. A coordenação motora, por

exemplo, se for exercitada adequadamente pode amenizar os danos causados

na sua eficiência pelo processo de envelhecimento.

10

A atuação do processo do psicomotricista na 3ª idade age diretamente

na promoção de saúde, auxiliando o idoso a ter uma boa imagem de si e a se

reconhecer no meio sócio-afetivo. A finalidade não é rejuvenescer, então o

profissional de psicomotricidade deve incentivar o idoso a viver a com

satisfação e equilíbrio, utilizando a atividade física como principal instrumento.

No Brasil, os estudos sobre o envelhecimento tiveram início na

medicina em meados do séc XIX. Estudos científicos na área de gerontologia

mostram que o aumento do número de idosos está intimamente ligado a

diminuição dos índices de natalidade e mortalidade, de melhores condições

materiais de sobrevivência, e dos avanços na medicina e na saúde pública. Em

nosso país os idosos são tratados como vítimas de um sistema social injusto

daí a imagem negativa do “velho” no Brasil. O processo de envelhecimento da

população brasileira será abordado neste trabalho de maneira breve e objetiva

semeando a idéia de incentivar as pessoas idosas a se cuidar e se divertir, se

organizando em grupos para continuar “a produzir o gosto pela vida”. Este

trabalho incentivo vem sendo desenvolvido por organizações que visam

promover a saúde do idoso brasileiro.

Um desses movimentos teve inicio na cidade de Florianópolis em 1982

e recebeu a denominação de UNATI – Universidade aberta à terceira idade.

Esta organização tem como objetivo realizar estudos, divulgar os

conhecimentos técnico - cientifico do envelhecimento humano, e promover o

cidadão idoso através de cursos, oficinas de trabalho e grupos de estudos.

Mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro temos a Universidade

Aberta a terceira idade da UERJ criado pelo professor Américo Piquet Carneiro

em 1988. No quarto capítulo deste trabalho teremos a oportunidade de

conhecer mais sobre este tão importante movimento de apoio a terceira idade

no Rio de Janeiro.

Fica assim o incentivo a novas pesquisas e a conscientização do que é

ser velho no Brasil hoje. Os profissionais da área de Saúde e Educação devem

11

devolver aos velhos, tanto a alegria do aprender como o prazer de compartilhar

vivências e experiências com os mais jovens. A Psicomotricidade é sem duvida

um dos caminhos a serem seguidos por quem quer viver uma velhice

saudável, ou melhor dizendo, uma “feliz idade”.

CAPÍTULO I

ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS DO

ENVELHECIMENTO HUMANO

1.1 - Aspectos Biológicos e Fisiológicos

12

Com o passar dos anos os sistemas biológicos apresentam alterações

significativas quanto as suas funções e composições influenciadas por fatores

exógenos e endógenos, é o que chamamos “envelhecimento”. O

envelhecimento fisiológico acontece em todos os indivíduos, variando apenas

sua intensidade o que está intimamente ligada às etapas anteriores de vida do

ser humano. As transformações sofridas pelo organismo humano podem ser

verificadas desde o nascimento até a morte, num grau maior ou menor, de

acordo com as características genéticas de cada individuo e de fatores sociais,

orgânicos ou psicológicos que podem retardar ou minimizar os efeitos da

passagem do tempo.

Ao envelhecer o organismo humano reduz o ritmo de funcionamento,

uma vez que os sistemas respiratório, digestivo, circulatório e endócrino

apresentam degradação natural gradativa. As conseqüências dessa

degradação acarretam numa perda de força, elasticidade e massa óssea, o

que restringe a capacidade do sistema locomotor do idoso.

Para alguns autores o envelhecimento é um fenômeno intrínseco

comum a todos os indivíduos (Pont Geis, 2003), neste trabalho serão agora

destacados algumas alterações anatômicas e funcionais do organismo

humano que caracteriza o envelhecimento:

A pele – A pele do idoso perde a elasticidade devido a degeneração do

suporte de colágeno, há perda das fibras elásticas e há desidratação. A atrofia

das glândulas sudoríparas e dos folículos pilosos acarretam numa dificuldade

de manutenção dos níveis de temperatura corporal. E dependendo de vários

outros fatores ocorre diminuição numérica de bulbos ativos, surgindo a calvície.

Os ossos e os músculos – Observa-se uma diminuição na velocidade

de contração muscular e uma atrofia das fibras musculares. Ocorre perda de

mineralização óssea em graus diferenciados. E em nível articular, as

mudanças degenerativas e a falta de uso limitam a mobilidade.

O coração – A capacidade de contração da musculatura cardíaca

diminui e ocorrem distúrbios eletro-cardíaco com diferentes graus de bloqueio

13

e de arritmia. Aparecem placas artereoescleóticas e o grau de esclerose tenda

a aumentar.

Os pulmões – A superfície alveolar diminui e a superfície total,

destinada ao intercâmbio de gases durante a respiração, também diminui. Há

um menor fluxo de ar e uma menos adaptação respiratória ao esforço.

O cérebro – Há uma significativa diminuição do número de neurônios

sobretudo nos lóbulos frontais e temporais. São observadas mudanças

degenerativas que acarretam atrofia do córtex cerebral e dilatação ventricular

ocasionando, entre outros, lentidão global nas funções sensório-motoras.

Pode-se afirmar que, nas pesquisas realizadas, constatamos a ocorrência da

diminuição em todos os neurotransmissores (acetilcolina, dopamina, serotina,

noradrenalina e gaba), promovendo alterações bastante complexas no

mecanismo cerebral. (Velasco, 2006)

Os fatores anteriormente mencionados são apenas uma parte das

inúmeras possibilidades de buscar caracterização para o processo de

envelhecimento humano. De um modo geral pode-se concluir que o processo

de envelhecimento é natural, fisiológico e caracterizado pela manutenção de

quase todas as funções orgânicas, em condições habituais com progressiva

redução funcional dos órgãos e aparelhos. Podendo-se ainda afirmar que as

disfunções características no idoso são fruto de excessiva demanda, imposta a

um sistema fisiologicamente incapaz de supri-la, ou ainda, pela existência de

processo patológicos que merecem atenção diagnostica e terapêutica.

1.2 - Aspectos Sócio-afetivos

1.2. 1 – O social

A cultura ocidental valoriza excessivamente a capacidade de produção

e consumo, retirando do idoso, que pouco produz e consome, seu significado e

importância social. No Brasil a maioria dos idosos após a aposentadoria

reduzem progressivamente as relações sociais e esta falta de convívio tende a

14

provocar problemas psicológicos culminando com a perda de motivação pelas

diferentes formas de atividade física e de lazer.

O idoso, com o passar do tempo, baseado na visão meio selvagem de

nosso sistema, deixa de ser pessoa, pois se despede do seleto grupo dos

consumidores, quando a vaidade cede espaço à enfermidade; e de gente,

passa a ser indigente. (Velasco, 2006)

O Estatuto do Idoso foi aprovado em outubro/2003, publicado e em

vigor desde janeiro/2004, tenta estabelecer normas, regras e leis para respeitar

a dignidade das pessoas da terceira idade em nossa sociedade. A proteção a

esse grupo da população se tornou obrigatória podendo der punida com pena

de prisão aos infratores.

A lei considera idoso todo aquele cidadão com idade igual ou superior

à 60 anos. Todos – jovens e idosos – têm direito à vida, à saúde, à cultura, à

alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à

cidadania, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao

respeito e à convivência familiar e comunitária. A diferença é que, assim como

as crianças e adolescentes, os idosos são amparados por lei.

É preciso que haja uma reeducação social em relação ao idoso, a

sociedade deve conscientizar-se da importância de tratá-los com respeito.

Colocar o Estatuto do Idoso em prática é muito mais uma questão de cidadania

do que de legalidade absoluta.

Ideal seria analisar as dificuldades e os avanços no processo de

construção da realidade sócio cultural que envolve a questão da velhice e do

processo de envelhecimento no Brasil. O foco mais importante deve ser a

criação, ampliação e melhoria de propostas de ação que possam aumentar o

nível de qualidade de vida e dignidade do idoso brasileiro, sempre com objetivo

de possibilitar a proteção e inclusão social.

1.2. 2 – O afetivo

A palavra “emoção” denota um sentido de movimento (moção), ou

seja, um movimento da mente ou da alma que se dirige para fora em busca de

15

comunicação (Monteiro,2003). Em psicomotricidade pode-se dizer que emoção

é o combustível da vida humana, é uma expressão que procura o seu

reconhecimento através da ação.

Se os velhos manifestam os mesmos desejos, sentimentos e

reivindicações dos jovens, eles escandalizam. Neles, o amor e ciúme são

vistos como ridículos, a sexualidade repugnante, a violência irrisória. (Simone

Bevauvoir Apud Monteiro, 2003)

Os velhos devem dar exemplo de todas as virtudes, aceitando sua

condição de infelicidade sem reclamar, afastando-se da “emoção”, do contrário

será visto como “caduco”, de quem as pessoas zombam e acham graça.

É importante encorajar os idosos a redescobrirem o seu próprio

espaço, tendo consciência de sua importância como ser que se mantém

situado no espaço e no tempo, possuindo sua forma própria de viver como

humano. Neste processo de redescoberta a Educação possui um papel

fundamental e o psicomotricista um vasto campo de atuação. O encorajamento

ao idoso nasce na percepção de processos de aprendizagem que mostram o

quanto estamos presos à armadilhas sócio-culturais, que marginalizam os

velhos por serem diferentes em sua forma de viver.Se o processo de

conscientização e reeducação social tiver sucesso, os idosos poderão através

de sua própria transformação, criar novos comportamentos e reencontrar o

espaço familiar e social que julgavam perdidos.

O aspecto psicológico do ser humano pode ser entendido pela

experiência subjetiva do tempo, e pelo modo como é percebido e vivenciado

pelo indivíduo. No idoso encontra-se uma vivência interna de redução na

velocidade da passagem do tempo, ao passo que externamente o tempo

parece acelerado.

Humberto Maturana, biólogo, assinala que patologias como neuroses,

distúrbios psicomotores e alterações na convivência podem ser corrigidos com

o restabelecimento do amor, porque a dinâmica biológica depende do amor. O

amor é um processo recíproco espontâneo de aceitação (Monteiro, 2003).

A velhice precisa ser uma estrada pontuada por atos de amor, se o

idoso não estiver permeado pelo amor, sua biologia se modificará, com isso,

16

sua própria interpretação do mundo. O mundo é uma expansão do ser

corporal, isto é, o idoso vivenciará seu corpo, valorizando e entendendo o

verdadeiro significado de si mesmo, quando estiver afetivamente equilibrado.O

idoso que consegue restabelecer o reconhecimento de seu valor corporal

estará contribuindo também para o seu restabelecimento como ser social,

reconhecendo seu direito a continuar sua caminhada rumo à novos

aprendizados.

O afeto, o carinho, o toque podem derrubar a barreira do isolamento,

trazendo para perto o idoso, envolvendo-o, comunicando através da pele, o

amor, “resgatando a solidão do monólogo para atingir a possibilidade do

diálogo” (Mucida,2006), formando laços recíprocos de solidariedade somente

possíveis a partir do encontro de dois seres humanos: o idoso e o outro. Os

velhos não desejam ser tolerados, mas respeitados e compreendidos e

principalmente amados.

1.3 – Imagem Corporal e Velhice

Embora sejamos muito semelhantes, cada um de nós possui

características e aspectos próprios que nos diferencia. Cada um desses

aspectos vai depender de questões orgânicas, sociais e/ou emocionais que

nos faz únicos.

Segundo Bermúdez, nós possuímos várias maneiras de perceber e

conhecer o próprio corpo. Maneiras estas que utilizamos para representar o

nosso corpo, como também os corpos dos outros. Decerto, não podemos

saber o que sentem os corpos dos outros, mas conhecemos parte das

sensações perceptíveis, o que permite manter-nos em comunicação com os

objetos do mundo exterior, compreendendo quem somos e quem são os

outros, ou seja, onde terminamos e onde os outros começam. (Monteiro,2003)

O movimento é essencial à unificação dos diferentes segmentos do

corpo e através dele nos relacionamos com o mundo externo, o que nos torna

capazes de sintetizar as diversas sensações relativas ao nosso corpo.

17

Alguns estudos demonstram que a imagem corporal dos velhos não

sofre distorções simplesmente porque estas pessoas são velhas, isso porque a

imagem corporal ajusta-se gradualmente ao corpo físico durante o processo de

envelhecimento. Porém, ela pode sofrer alterações quando o corpo físico

apresenta-se com limitações de seus movimentos, devido a

comprometimentos patológicos ou devido a distúrbios da motivação que,

consequentemente, acarretarão distúrbios de movimento. (Monteiro,2003)

Freqüentemente, é possível observar velhos que perdem a motivação

por perderem os seus objetivos, acreditando na inércia como sendo um

processo inerente à velhice. A motivação é a principal chave para o movimento

expressivo do corpo, realimentando a possibilidade de novas descobertas que

dêem um sentido pleno.

O velho que se encontra limitado e sem possibilidades de expressão

através do seu corpo poderá sofrer lacunas em sua imagem corporal, gerando

apagamento de seu plano motor, criando novas memórias motoras

caracterizadas por movimentos deficientes. Essa deficiência pode associar-se

a sua crença de que ser velho é estar doente e limitado, é perder as forças,

sendo deficiente em suas ações, incapacitado em sua expressão. Essa, por

sua vez, pode ser ainda reforçada por outras pessoas que se relacionam com

os velhos. Cuidar não é uma simples intervenção, mas uma interação. Desse

modo, em qualquer relação onde haja a intenção de cuidar, deverá existir a

confiança mútua, isto é, não somente o velho que deve confiar em quem cuida,

mas a pessoa que cuida também deverá confiar em seu velho.

A imagem corporal é construída e reconstruída continuamente a partir

da relação que estabelecemos com o mundo, apreendendo os objetos em

forma de imagem.

O velho que não participa ativamente de mundo perde a noção do

tempo presente, desestrutura o seu passado, obscurecendo a possibilidade de

futuro. Suprime o aprendizado, omitindo as lembranças de dores e

sofrimentos, mas também de prazeres e alegrias que formam a sua história,

contida em sua imagem corporal.A imagem corporal é construída e

18

reconstruída continuamente a partir da relação que estabelecemos com o

mundo, apreendendo os objetos em forma de imagem.

Na velhice a imagem é marcada por diferentes mudanças diante das

quais o idoso fará um trabalho de luto, de perda. Não existe uma valorização

possível dessa imagem pela qual como na adolescência o idoso poderia se

identificar. A imagem da velhice além de não ser valorizada culturalmente, não

traz perspectivas de novas aquisições, pelo contrário, delineiam-se apenas

perdas. As modificações na imagem poderão provocar a entrada na velhice

com um sentido negativo. Como o envelhecimento se processa geralmente de

forma silenciosa, ao contrario da sempre ruidosa adolescência, o sujeito tem

na velhice possibilidades a adaptar-se a àquilo que se instala por pequenas

modificações. Isso, não impede, contudo, o surgimento de dificuldades

concernentes ao reconhecimento e aceitação da imagem que a velhice impõe.

(Mucida,2006)

CAPÍTULO II

AS ATIVIDADES FÍSICAS, A PSICOMOTRICIDADE E O

ENVELHECIMENTO.

2.1 – Atividades Físicas

Cada vez mais, os idosos têm a necessidade de preencher seu tempo

livre realizando atividades gratificantes e a atividade física é uma delas.

A atividade física tem efeitos positivos para o organismo ajudando a

manter bons níveis de saúde e melhorando a qualidade de vida. As atividades

planejadas especialmente para idosos devem ser gratificantes, motivadas,

19

integradora e de fácil realização. Deve-se buscar uma homogeneidade no

grupo levando-se em conta o nível físico, social e de interesses que levam os

participantes a procurarem regularmente tal atividade.

As atividades físicas podem ser propostas a nível preventivo, de

manutenção ou de reabilitação. No trabalho com idosos deve-se estar atento a

linguagem corporal e na comunicação não verbal tão característica na terceira

idade. Nesta faixa de idade os instrumentos comuns de expressão corporal

são:

1. O corpo – experimentando e vivenciando o movimento.

2. A voz – expressando o som e ritmo interno.

3. O gesto – como movimento expressivo do corpo, observando-

se a direção e intensidade como é realizado.

4. A postura – como forma de ânimo.

5. O espaço – as possibilidades do corpo ao deslocar-se e a

relação que existe entre o individuo e o espaço que se

encontra.

6. O tempo – quanto à velocidade, intensidade e ritmo no

movimento.

Toda atividade física implica em movimento, e toda forma de

movimento implica na relação e comunicação. Na prática com idosos deve-se

ter como objetivo principal a melhoria na comunicação com o outro, a

aceitação de si mesmo e do próximo, levando em conta, a todo o momento

suas necessidades, suas motivações e seus interesses, suas capacidades

físicas e psíquicas, e suas vivências. “Uma atividade física direcionada à

idosos não deve apenas dirigir-se ao movimento, mas também e

principalmente a expressão e ao sentimento que aquele movimento desperta

no idoso. A expressão por meio do corpo é a linguagem do gesto, e cada gesto

é uma mensagem para si mesmo e para os demais” (Aymerich Apud Pont

Géis, 2003)

A prática de atividade física de forma regular e controlada apresenta-

se, então, como importante meio de se manter em atividade sistemas

20

orgânicos, possibilitando seu melhor funcionamento, reduzindo os efeitos do

envelhecimento, o risco de algumas doenças e proporcionando uma melhor

disposição para o cotidiano.

Embora os efeitos sejam difíceis de medir, sempre se evidenciam os

efeitos psicossociais benéficos ao idoso que pratica atividades físicas.

De maneira geral, o que se observa no corpo dos idosos são

contrações e rigidez em determinadas regiões corporais, mantendo uma

determinada padronização variando em intensidade.

As alterações na coluna vertebral de maneira generalizada impedem a

locomoção dos idosos e assim limitam sua funcionalidade em participar de

atividades como: caminhas, ir ao baile, viajar, entre outros. As alterações nos

joelhos que impedem o equilíbrio no deslocar e no caminhar dificultam a ação

em direção de nossos objetivos. As tensões localizadas no pescoço dificultam

sua capacidade de orientação e observação e, o mundo assim passa a ser

linear e sem motivação.

Com a prática da atividade física, aumenta-se o fluxo energético para

que os movimentos venham a fazer parte novamente da natureza do individuo,

evitando vários problemas emocionais como, por exemplo, a ansiedade e o

estresse.

Pesquisas mostraram que a atividade física reduz sensivelmente os

níveis de ansiedade, estresse e depressão e pesquisas experimentais

apresentaram resultados positivos quanto à redução da depressão tanto em

pacientes clinicamente deprimidos, quanto em pacientes do grupo de controle.

Os exercícios foram eficazes como psicoterapia, embora exercícios mais

psicoterapia fosse um antidepressivo melhor que só exercícios. (O Kuma Apud

Winter, 2006)

2.2 – Psicomotricidade

Além do impacto que a atividade física regular pode ter na prevenção e

no tratamento de doenças crônico-degenerativas em idosos, ela colabora com

manutenção da capacidade funcional, mesmo na presença de doenças. O

21

trabalho de um profissional em psicomotricidade não deve limitar-se à

realização, trata-se de uma proposta que leve o idoso a se reconhecer,

descobrir seus limites, suas próprias condições, valorizar suas qualidades,

enfim um programa no qual os objetivos e os conteúdos reúnam requisitos

básicos para incidir em uma melhora dessas qualidades.

Uma das propostas da psicomotricidade é alinhar-se a outras ciências

na construção de um homem mais humanizado. O trabalho em

psicomotricidade tem como foco o movimento organizado e integrado, em

função das experiências vividas pelo ser humano, a ação de seu corpo em

relação ao mundo interno e externo, sua individualidade, sua linguagem e o

processo de inserção social.

Quando usamos o termo “psicomotor”, no referimos à maneira pela

qual o individuo de expressa no mundo, a consciência de seu próprio corpo, a

significação de seus gestos, a comunicação com os outros e a sua adequação

no tempo e no espaço. (Velasco, 2006)

Os processos evolutivos do ser humano ocorrem num plano biológico e

social, especialmente nas relações corpo-mente. O biológico e o social

caracterizam e ser humano pelos registros em sua historia de vida pelas

modificações e adaptações na interação do corpo com o meio ambiente.

Quando Victor da Fonseca (1998) diz: “No envolvimento da mãe, pré-

estruturam-se os reflexos, ou seja, a memória da espécie. No envolvimento

com a família, desenvolvem-se as primeiras aquisições motoras e lingüísticas.

No envolvimento com a sociedade, evoluem as primeiras aquisições

psicomotoras e psicolingüísticas.” Ele estabelece que o desenvolvimento da

motricidade infantil depende fundamentalmente da motricidade (conduta) do

adulto.

É pela motricidade que a inteligência humana se desenvolve

materializa-se, constrói-se e edifica-se. A motricidade reúne em si duas

componentes ontogênicas fundamentais: a diferenciação estrutural do sistema

nervosos central e a aquisição progressiva de padrões comportamentais, da

sensação à conceitualização, passando pela percepção, pela retenção e pela

simbolização. (Velasco, 2006)

22

2.3 – Retrogênese

A evolução humana é um constante processo de reorganização desde

o nascimento até a morte durante este processo as grandes mudanças são

inevitáveis.

A retrogênese estuda o retrocesso no desenvolvimento humano, cuja

principal característica seria a deteriorização seletiva nas diferentes zonas do

cérebro, este empobrecimento neuronal causado pelo tempo leva a um

declínio funcional no processo de envelhecimento humano.

Experimentalmente Victor da Fonseca (1988) verificou, em termos

ontogenéticos, que a organização psicomotora de acordo com o modelo

neuropsicológico de Luria, evolui do primeiro ao terceiro bloco funcional, ou

seja, da tonicidade à praxia fina, sugerindo a evolução maturacional da córtex

humana, parte do tronco cerebral (primeiro bloco) para os hemisférios

cerebrais (segundo e terceiro blocos), dando significado ao principio da

hierarquia estrutural do cérebro (Velasco, 2006).

A psicomotricidade tem uma visão global do ser humano considerando

os aspectos biológicos, sociológicos e culturais, respeitando a abordagem

filogenética (bioantropológica) e ontogenética (psicobiológica) do

desenvolvimento mais completo deve-se considerar também a retrogênese

(retrocesso do desenvolvimento humano).

A vida, como a evolução, é uma implacável e inexorável seqüência de

experiências, revelando o nosso patrimônio filogenético e evidenciando a

nossa competência ontogenética, que, num momento determinado, se

esvanece e regride – da filogênese à retrogênese, passando pela ontogênese.

(Velasco,2006)

2.4 – A Psicomotricidade e o Idoso

“Le Boulch (1982) afirma que a imagem do corpo representa uma

forma de equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade.Ele não

23

corresponde só a uma função, mas sim a um conjunto funcional cuja finalidade

é favorecer o desenvolvimento.”

Quanto mais o idoso tiver uma boa imagem de si, quanto mais se

reconhecer no meio sócio-afetivo, mais terá capacidade de perceber o outro

que é diferente dele.

No trabalho com idosos o psicomotricista precisa levar em

consideração todas as diferenças buscando principalmente a auto-estima e a

valorização do que se é e do que se pode fazer. O psicomotricista jamais

poderá deixar de lado os aspectos psicológicos que envolvam uma atividade

lúdica ou motora proposta ao grupo de idosos, o perfeito entrosamento entre a

técnica e o aspecto emocional que terá resultados infinitamente positivos no

processo de envelhecimento saudável.

Estudos realizados na cidade do Rio de Janeiro (Veras, 1995)

indicaram que, dos idosos entrevistados, 82,5% consideravam ter boa saúde, e

não relataram nenhum problema de saúde física, enquanto os demais

recorreram a diferentes serviços de saúde e por um período de tempo maior.

Essas informações foram obtidas a partir do próprio relato dos idosos e não

indicam, necessariamente, as reais condições de saúde destes. Entretanto

traduzem a percepção que os idosos têm sobre a sua própria saúde,

sinalizando que o processo de envelhecimento deve ser analisado tanto do

ponto de vista daqueles que, por necessidade, recorrem aos serviços de

saúde, como dos outros que precisam manter sua saúde e a autonomia.

O trabalho da psicomotricidade na terceira idade baseia-se na

percepção que os idosos têm sobre sua própria saúde, ou seja, o

psicomotricista age diretamente na promoção de saúde: CORPO-MENTE-

MOVIMENTO.

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, o psicomotricista

é o profissional da área de Saúde e Educação que pesquisa, ajuda, previne e

cuida do homem na aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da

integração soma psíquica.

O psicomotricista que se dedica ao trabalho com idosos deve ainda

enfocar os aspectos positivos dessas pessoas, aprimorando suas capacidades

24

e ampliando relacionamentos sociais, estimulando a criatividade, a auto-estima

e desenvolvendo atitudes sociais desejáveis, concentrando seu trabalho na

busca de materiais adequados ao idoso, buscando principalmente o bem estar

e a satisfação dos idosos durante o processo terapêutico.

Considera-se que o grande apoio de que os idosos necessitam é

serem incentivados a tomar decisões de ordem prática e utilizar recursos

disponíveis, para a manutenção e melhoria de seu bem estar e qualidade de

vida. A finalidade não é rejuvenescer, mas proporcionar condições melhores

físicas e psicológicas para viver com satisfação e equilíbrio.

CAPÍTULO III

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

BRASILEIRA.

O reconhecimento da importância da pesquisa no campo da terceira

idade é recente no Brasil. Pesquisas sobre o envelhecimento da população

brasileira apresentaram os tipos de problemas que são enfrentados para

atender à demanda de um grupo social que rapidamente se configura e, para o

qual, não existe tradição brasileira em colocá-lo como foco de atenção em

diferentes áreas de estudo (Freitas, 2004).

A distribuição de idosos no Brasil acompanha a história da imigração e

migração brasileira. Nas áreas urbanas, existe uma maior concentração de

idosos vivendo em bairros mais antigos centrais, enquanto que nos estados do

nordeste e do sul, há predominância de idosos vivendo nas áreas rurais.

Levando-se em conta a heterogeneidade dos estados brasileiros, a

transição demográfica ressalta as condições materiais de sobrevivência da

população e as diferentes culturas e estilos de vida entre os estados. Outro

aspecto a ser ressaltado é a concentração da população em diversos grupos

25

sociais, de diferentes faixas etárias que passam a fazer parte da realidade

brasileira, em função do aumento da expectativa de vida dos brasileiros.

O aumento do número de idosos na população, não é característica

apenas em nosso país, é uma tendência mundial, em função da diminuição

dos índices de natalidade e mortalidade, de melhores condições materiais de

sobrevivência, do progresso na Saúde Pública e dos avanços na Medicina.

Outro fato que merece destaque é o de que a maioria da população de

idosos brasileiros é constituída por mulheres com 65 anos ou mais (Camarano,

2002). As mulheres idosas utilizam os serviços de saúde com maior freqüência

do que os homens idosos, a maioria delas tem uma posição econômica

precária, em função principalmente da dependência da renda e/ou da pensão

do marido. Em suas pesquisas, Berquó e Camarano descrevem o

envelhecimento como processo feminino, porque na maioria dos casos as

mulheres envelhecem sozinhas, sem a companhia do parceiro, muitas vezes

ainda com a responsabilidade de cuidar de outros idosos.

O envelhecimento da população brasileira é analisado, principalmente

baseando-se nos Serviços e Políticas Públicas de Saúde destinados aos

idosos e enfatizando-se a necessidade de atender às conseqüências negativas

desse processo.A maioria dos discursos de especialistas nessa área de

estudo, aponta o idoso brasileiro como vítima privilegiada do sofrimento, seja

este originado nos problemas do afastamento do mercado de trabalho, ou

pelas perdas que a velhice acarreta (morte de entes queridos) ou ainda pela

incapacidade do Estado e das famílias assumirem seus idosos. A ausência de

serviços específicos para esse grupo social (os idosos brasileiros) direciona

todos os esforços dos profissionais interessados neste campo de atuação,para

a necessidade de agilizar a implantação desses serviços.

No Brasil, os estudos sobre o envelhecimento tiveram início na

medicina em meados do séc. XIX. Mais tarde, outros estudiosos da área das

Ciências de Saúde interessaram-se por este campo de estudo. No

desenvolvimento desses estudos, a Psicologia tem papel fundamental, pois

enfatiza as experiências e vivências do sujeito no processo, proporcionando

uma visão mais abrangente sobre o envelhecimento, à medida que não está só

26

atrelada aos limites do corpo físico daqueles que envelhecem. A iniciativa da

Psicologia nesse campo de estudo, na década de 50, começou a mobilizar a

sociedade na busca de soluções para os problemas individuais e coletivos

emergentes de uma população idosa . Na Psicologia, os primeiros estudos

tinham a preocupação de entender o envelhecimento como um processo

integrante do desenvolvimento humano; no entanto, a perspectiva de análise

dominante daquela época enfatizava a velhice apenas como um período de

perdas tanto físicas como psicológicas e sociais. As características das

pesquisas em Psicologia também são identificadas em estudos de outras

áreas do conhecimento, como destaca Guimarães (1996,p.73) sobre a

urgência que caracteriza os estudos em Geriatria e Gerontologia que,

apresentam resultados mais práticos do que teóricos e fundamentados em

conceitos deficitários e universais sobre a velhice. Esse sentimento de

urgência surge em função do contexto social, cultural e histórico que propiciou

a evolução dessas disciplinas sob uma ótica predominantemente ateórica (Néri

apud Guimarães, 1996,p.73).

Acredita-se ser responsabilidade dos estudos de Psicologia e porque

não dizer, mais recentemente também os estudos de Psicomotricidade,

dissolver a idéia e as associações diretas entre doença e velhice. No contexto

brasileiro o psicomotricista e demais colegas de áreas afins devem

desenvolver seus trabalhos no sentido de devolver aos velhos, tanto a alegria

do aprender como o prazer de vivenciar experiências com os mais jovens,

podendo assim reassumir um papel social que lhe tem sido tirado pela

sociedade neoliberal de consumo.

O envelhecimento populacional deveria ser alvo de comemoração,

afinal a expectativa de vida passou de 43 para 70 anos em apenas cinco

décadas (O Estado de São Paulo 1996,07 abril), no entanto é motivo de

preocupação, passando a ser um problema social que justifica a promoção

urgente de reforma no sistema previdenciário.

No Brasil, o envelhecimento populacional e a situação econômica da

Previdência são apontados como causadores dos problemas previdenciários.

Na verdade o sistema previdenciário deveria funcionar como sistema de

27

proteção ao trabalhador, mas é um sistema regressivo de transferência de

renda.

Podemos destacar a imagem de velhice do povo brasileiro onde os

idosos são apontados como um grupo afetado pela pobreza, prejudicado pela

doença malcuidada, injustiçado e desamparado, necessitando de medidas

especiais de proteção e nem sempre tendo suas necessidades básicas

supridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como é o caso dos portadores

da doença “mal de Alzheimer” que estão relegados ao desamparo, já que não

existem número suficiente de ambulatórios e hospitais adequadamente

preparados para atendê-los.Vale a pena destacar que alguns setores da

Saúde e da Educação vem se esforçando para melhorar o atendimento ao

idoso nas redes públicas, um desses projetos é o atendimento domiciliar que já

está sendo implantado em alguns municípios brasileiros.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2005) quando se fala de

idosos saudáveis se pensa em : eficiência em atividades remuneradas ou

voluntárias, conservação e transmissão dos legados culturais, tolerância e

experiência.Ao estimular políticas de envelhecimento saudável busca-se a

revisão da distribuição de recursos para a Saúde e a Previdência.No caso do

Brasil, a reforma da previdência e o custeio dos programas de atenção à saúde

do idoso são cruciais ao estabelecimento do equilíbrio no sistema social e à

proteção do bem estar do idoso.

O caso do Asilo Santa Genoveva, no estado do Rio de Janeiro em

1996, chamou atenção do país aos maus tratos e a corrupção que lá existia.

Em suas dependências morreram 98 idosos, 52 dos quais num único mês,

sem que sequer suas famílias fossem notificadas( O Estado de São Paulo,

1996,1º de maio ) . Ainda segundo o jornal “O Estado de São Paulo “(1996,5

de junho) o caso do asilo Santa Genoveva não foi e não é um caso isolado nas

relações da sociedade brasileira com seus idosos, este seria apenas um entre

numerosos exemplos de abusos cometidos por casas de repouso e

asilos.Talvez se houvesse um conjunto de normas específicas para o

funcionamento de instituições geriátricas, monitoradas e avaliadas por um

28

órgão do Ministério da Saúde, fosse possível ter uma maior tranqüilidade no

que diz respeito a confiabilidade dos serviços prestados por tais instituições.

Outro aspecto que pode ser destacado é o de que a legislação

brasileira colabora para os negócios ilícitos de amparo à velhice, quando

proíbe que homens com 60 anos ou mais se casem com comunhão de bens, e

lhes permite a doação espontânea da metade de se patrimônio, isto implica

que idosos asilados dividam seu patrimônio/herança com os filhos, o que os

torna mais expostos aos maus tratos e a negligência. Os idosos são em muitos

casos vítimas da ganância de empresários e do abandono de suas famílias e

da sociedade. Na verdade, essa é uma forma estreita de ver a questão, porque

a falta de afeto é apenas uma das possibilidades entre as que determinam a

institucionalização. O desemprego, a solidão, os conflitos familiares, fazem

com que os idosos não tenham para onde ir. Em todos esses casos, bons

asilos são uma alternativa muito melhor do que viver nas ruas ou ser

maltratado por suas famílias.

No Brasil o conceito predominante de velhice é negativo, mas para

uma grande maioria de profissionais da área de Saúde e Educação, os males

da velhice podem e devem ser prevenidos por um adequado estilo de vida, que

mescla cuidados, atividade, otimismo e disposição pessoal. Há necessidade da

criação de espaços significativos para a participação social dos idosos nas

comunidades, aumentando sua visibilidade, lutando por direitos de cidadania e

contra exclusão social e preconceitos.

No próximo capítulo deste trabalho terão destaque os movimentos de

apoio à terceira idade que já estão sendo postos em prática, especialmente no

estado do Rio de Janeiro. Para estes projetos e seus idealizadores a boa

velhice é aquela associada à boa saúde, ao auto cuidado, a atividade física, a

satisfação e ao otimismo.

29

CAPÍTULO IV

MOVIMENTOS DE APOIO À TERCEIRA IDADE.

A idéia de um movimento dedicado à idosos surgiu em 1973 em

Toulouse, na França, na busca de alternativas de melhores condições de vida

para os idoso franceses. A partir daí esse movimento também aconteceu em

outros países da Europa, além dos EUA e do Canadá. Os cursos, oficinas de

trabalho, os grupos de estudos e outras modalidades oferecidas à população

de idosos são diversificados e abertos, centrados no modelo de educação de

cada país. De um modo geral é um sistema aberto e disponível a diferentes

cursos universitários, especialmente nas áreas de ciências humanas e artes.

No Brasil este movimento iniciou-se na Universidade Federal da Santa

Catarina em Florianópolis no ano de 1982 (Pacheco apud Von Simson, 2006)

com a criação do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI). Foi o primeiro

programa universitário brasileiro concebido com o objetivo de realizar estudos,

divulgar conhecimento técnico - cientifico do envelhecimento humano, formar

recursos humanos e promover o cidadão idoso (Cachioni apud Von Simon,

1999).

Na década de 1980 encontramos no interior das universidades núcleos

de estudo sobre o envelhecimento que deram importante contribuição para o

aprofundamento dessa temática, buscando modificar a imagem do idoso

perante a sociedade acreditava-se que as dificuldades decorrentes da idade

30

poderiam ser compensadas através da inserção dos idosos em um programa

que apresentasse novas possibilidades de vida social, atividades físicas,

culturais e de ações de saúde preventivas.

Mas a primeira Universidade Aberta à Terceira Idade que mais se

aproxima do modelo francês foi criada em Campinas, na Pontifícia

Universidade Católica, com os objetivos de promover a educação permanente,

estimular a reinserção social dos idosos e consolidar os objetivos da PUC-

Campinas, através de um trabalho interdisciplinar, interdepartamental voltado à

comunidade (Martins de Sá, 1996).

No Rio de Janeiro, um dos pioneiros a tratar o tema do vínculo da

universidade brasileira com programas destinados aos idosos foi o professor

Américo Piquet Carneiro, em 1988. Na aula inaugural da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro (UERJ), discursou sobre o envelhecimento da

população brasileira e a responsabilidade da universidade perante essa nova

realidade (Von Simson,2006).

Daí teve origem o Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso do Hospital

Universitário Pedro Ernesto, da UERJ que depois se transformaria no

programa Universidade Aberta da Terceira Idade/ UERJ, funcionando uma

micro universidade integrando ensino, pesquisa e extensão, espaço onde os

idosos podem relacionar-se, estudar, freqüentar cursos regulares e

organizados de acordo com seu perfil.

4.1 – Universidade aberta à terceira idade no município do Rio

de Janeiro

4.1. 1 – A proposta da UNATI-UERJ

A UNATI-UERJ iniciou suas atividades em agosto do ano de 1993 e

veio a se constituir como a primeira iniciativa de programa de universidade de

terceira idade de caráter público no estado do Rio de Janeiro, que já contava

com outros programas vinculados às universidades particulares.

31

O núcleo UNATI está estruturado em três módulos: ensino, pesquisa e

extensão, que também são as áreas de atuação da Universidade. Buscando

desenvolver ações articulando os três módulos é que a UNATI se constitui

como uma micro universidade temática nas questões do envelhecimento.

Na perspectiva da elevação da qualidade de vida do idoso pretende-se

na UNATI:

-proporcionar um local qualificado como instituição de saúde pública,

de socioterapia e de serviços comunitários, além de pesquisas e ações

gerontológicas;

-promover cursos para atualização de conhecimentos, buscando a

integração dos idosos à sociedade contemporânea;

-capacitar profissionais de várias áreas do conhecimento para o

atendimento de problemas de pessoas idosas;

-assessorar órgãos governamentais e não-governamentais na

formulação de políticas específicas para o grupo etário de mais de 60 anos.

4.1. 2 – Ensino na UNATI-UERJ

Junto com a Coordenação Pedagógica, é organizada a programação

dos cursos livres para os idosos.

O idoso que estiver interessado em freqüentar o programa poderá

escolher até três cursos por semestre. Além disso, poderá participar das

palestras e outros eventos ao mesmo tempo que é estimulado a freqüentar os

espaços da universidade que oferecem farta programação científica e cultural.

Pensar a educação de idosos como um processo contínuo, a nosso

ver, é desenvolver uma nova postura crítica e reflexiva frente aos problemas

decorrentes dessa fase da vida, estimulando a emergência de potencialidades

e da criatividade dos alunos idosos. Nesse processo é importante que o idoso

32

possa exercitar uma visão crítica da realidade em que vive e atua, bem como a

convicção de que é possível transformá-la (Nunes, 1993).

Para que o idoso freqüente a UNATI basta que tenha 60 anos, idade

considerada como de início da velhice pela Organização Mundial de Saúde

para os países em desenvolvimento.

As mulheres têm sido maioria no programa. Em pesquisa de perfil do

aluno realizada por Nunes e Peixoto (1994) concluiu-se que, da mostra de 250

alunos entrevistados, de um total de 820 idosos, 83,6% eram mulheres e

apenas 16,4% eram homens.

Estudos de Sant Anna (1997, p. 80) com o objetivo de conhecer os

alunos da UNATI comprovam os resultados daquela mostra, encontrando

percentual semelhante para as mulheres idosas que freqüentam o programa:

83,8%. Nota-se que essas mulheres estão dispostas a rever valores e atitudes

cristalizados em nossa sociedade a respeito de seu papel como mulheres

idosas e estão se lançando em novos aprendizados nas atividades oferecidas

nesse programa de universidade de terceira idade que lhes informa sobre

novos modos de envelhecer.

4.1. 3 – A Psicomotricidade na UNATI-UERJ

Os idosos que freqüentam o programa têm passado uma imagem de

idoso ativo que recria a velhice como tempo de adquirir novos conhecimentos,

realizar projetos deixados de lado ao longo da vida e cuidar mais de si mesmo,

valorizando-se como sujeito que se sente produtivo, pois desenvolve atividades

artísticas, culturais, aprende línguas estrangeiras e quer conhecer seus direitos

e sentir que é respeitado pela sociedade que ajudou a construir.

Em visita ao projeto numa das aulas ministradas pela professora

Cristie Campelo, foi possível observar que o trabalho em Psicomotricidade com

os idosos daquela turma é como um combustível para o dia a dia do grupo, as

experiências vivenciadas no grupo demonstram um nível de entrosamento

muito saudável e levam para os momentos extra classe uma enorme força de

vida e de afeto. As pessoas demonstram estar motivadas a continuar

33

crescendo e vivenciam as propostas de movimento e ação de acordo com

seus limites, e mesmo aqueles que não se sentem prontos a participar de uma

determinada atividade que estava sendo proposta (atividade de ritmo e dança)

participam do momento final (feedback) e expressam seus sentimentos de uma

forma inteiramente entrosada aos demais participantes.Foi um momento muito

rico em experiências e observações de um grupo disposto a viver de maneira

saudável e prazerosa a terceira idade.

Os programas UNATI, pela sua amplitude, pela sua aceitação social,

por serem uma experiência nova, podem tornar-se um lócus privilegiado,

através da relação aberta de pessoas de diferentes idades, de construção de

um novo espaço em que educação, trabalho e lazer possam caminhar juntos,

sem barreiras para entrada, saída e participação. (Von Simson,2006)

4.2 – O Estatuto do Idoso

No Brasil foi aprovada a lei que protege os idosos, podendo até punir

os infratores com pena de prisão, é a lei 10.741 de 1ºde outubro de 2003 ainda

que desconhecida por muitos brasileiros e estrangeiros que vivem no Brasil e

por muitos idosos que deixam de exigir seus direitos por falta de informação.

A lei prevê que qualquer tipo de discriminação ao idoso constitui crime

com pena de reclusão de seis meses a um ano. É dever do Poder Público dar

oportunidade de acesso à educação gratuita e adequada a estudantes da

terceira idade, e ainda o Ministério da Saúde tem que manter unidades

geriátricas sempre aptas a garantir tratamento aos idosos. Muitos outros

direitos e deveres foram estabelecidos com esta lei como, por exemplo o

direito a habitação, a educação, esporte e lazer, a alimentação, ao transporte,

mas o principal deles é o direito ao respeito e a dignidade tão esquecido por

grande parte da sociedade brasileira.

A boa longevidade é uma conquista social e individual. A imagem

negativa do velho no Brasil é inteiramente oposta a imagem das pessoas

idosas se que organizam em grupos e/ou escolas para continuar produzindo,

se divertindo e cuidando do seu bem-estar. Destacando que a subjetividade e

34

a relação de cada ser humano com o sistema social desempenham papel

fundamental na determinação da boa velhice e da boa longevidade de cada

um e do conjunto de idosos de cada sociedade.

O crescente aumento de instituições que oferecem oportunidades aos

idosos e o interesse dos profissionais da área de Saúde e Educação em

buscar novos projetos dedicados aos idosos apontam para um futuro mais

produtivo para essa faixa da sociedade.

35

CONCLUSÃO

A Psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo através de

seus movimentos, base das posturas e posicionamento diante da vida e nas

relações com seu mundo interno e externo. Através do movimento que se

estabelece e se desenvolve o intelecto, a motivação e as expressões do

indivíduo consigo e com os outros, abrindo-se para novas experiências e para

reviver ou resgatar experiências mal vividas.

Sabe-se sobre a importância da prática de exercícios físicos na velhice

e alguns estudos revelaram os benefícios desta prática sobre o aprendizado, o

desempenho motor e as atividades cognitivas para a terceira idade (PICKLES

et al., 2002). Desta forma, a gerontopsicomotricidade pode ser uma ferramenta

bastante útil para a compreensão das alterações provenientes do

envelhecimento, na prevenção ou tratamento destas alterações.

O aumento da expectativa de vida é um fato real, que tem como

conseqüência o envelhecimento humano. O envelhecimento populacional é

decorrente da diminuição das variáveis mortalidade e fecundidade, assim o

envelhecimento deve ser uma preocupação real para o campo da Promoção

de Saúde. A Promoção da Saúde se impõem como um dever de cidadania,

que se constrói na prática do exercício de direitos, objetivando a promoção da

longevidade, com qualidade de vida.

No estudo da Psicologia do envelhecimento a velhice é o fechamento

do ciclo vital; e o modo como a pessoa a vivencia vai depender,

fundamentalmente, do modo como ela vivenciou as etapas anteriores; pois a

velhice não é uma dimensão única mas o resultado de um processo de vida.

Nesta idade, muitos sucessos e fracassos foram vivenciados e vão

constituir o chamado cuidado, no sentido de se preservar o que foi

conquistado, e o sentimento de integridade.

36

Isto pode ser expresso na capacidade do indivíduo em rever a sua

trajetória de vida e apreciá-la, com algum grau de satisfação. Por outro lado, as

pessoas que não conseguem conviver com a idéia de finitude, podem cair num

sentimento de desesperança, na medida em que o tempo se coloca como um

limite mais real, fornecendo limite para refazer a caminhada da vida. Assim,

essas pessoas podem se tornar idosos amargos, inconsoláveis e de difícil

convívio. Segundo Erick Erickson (1963), na velhice, última etapa do

desenvolvimento, os conceitos de dependência, independência, autonomia e

perda desta autonomia se colocam novamente como importantes questões.

Estudos sobre desenvolvimento, na meia-idade e na velhice,

demonstram que a motivação, ou seja, aquilo que movimenta a pessoa em

direção a algo é que dá significado a vida, e vai adquirindo significações

diversas, ao longo do desenvolvimento humano. Assim, para os idosos, a força

motriz da busca de contatos está muito mais ligada a conteúdos emocionais e

afetivos, do que a busca de informações, preponderantemente mais fortes nos

jovens (Frederickson e Cartensen apud Baltes & Silverberg, 1995).

Dessa forma, vê-se, que para se pensar no desenvolvimento de uma

autonomia na velhice, é necessário também se pensar em uma rede de

relações sociais, que favoreça o desenvolvimento de laços afetivos.

Na velhice, muitas vezes, a dependência física é confundida com a

dependência para a tomada de decisão, originando uma atitude paternalista

por parte da sociedade. Assim, se justifica o fazer tudo, no lugar do idoso,

negando sua liberdade, autonomia e capacidade de escolha, que devem ser

preservadas durante toda a vida

Se os profissionais da área de Saúde e Educação, perceberem que os

espaços nos programas de terceira idade são potencializadores na construção

da cidadania dos idosos e contribuem para a consolidação de uma

representação mais positiva da velhice em nossa sociedade o trabalho com

esse grupo tão discriminado hoje, poderá ser muito brilhante e valorizado num

futuro não tão distante.Os programas de apoio à terceira idade existem, é

necessário maior incentivo e participação dos idosos e de profissionais

qualificados.Quanto a psicomotricidade, deve ser trabalhado o resgate das

37

formas básicas de movimento, do ritmo, dos gestos espontâneos, da

criatividade e do lúdico. Pois a psicomotricidade é uma aquisição própria da

infância e do desenvolvimento natural do ser humano. Uns foram mais

estimulados, outros menos. Cabe a nós resgatar as funções perdidas e

oferecer novas possibilidades de aprimoramento.

38

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de, Teoria e Prática em Psicomotricidade: Jogos, Atividades lúdicas, Expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak ed., 2006

BRASIL. Estatuto do Idoso, Lei no.10741, out. 2003.

MONTEIRO, Pedro Paulo. Envelhecer: histórias, encontros, transformações.

Belo Horizonte: Autêntica, 2003

MUCIDA, Ângela. O sujeito não envelhece. Belo Horizonte: Autêntica,2006.

STOPPE Jr., Alberto. Depressão em idosos. São Paulo: Lemos editorial, 2004

VELASCO, Cacilda Gonçalves. Aprendendo a envelhecer: à luz da

psicomotricidade. São Paulo: Phorte, 2006 il.

VERAS, R. P. e CAMARGO Jr., K. Idosos e universidade: parceria para

qualidade de vida. In. Veras, R. (org.) Terceira idade: um envelhecimento digno

para o cidadão do futuro. Rio de Janeiro: Relume-Dumará - Unati - UERJ 1995

VON SIMSON, Olga Rodriguez de Moraes. As múltiplas faces da velhice no

Brasil. Campinas. Editora Alínea,2006.

WITTER, Geraldina Porto, organizadora. Envelhecimento: referenciais teóricos

e pesquisas. Campinas . Editora Alínea, 2006

39

WEBGRAFIA

http:// www.espaconectar.com.br

http://www.cdof.com.br/idosos9.htm

http://www.lucianaalves.hpg.ig.com.br/psicomotricidade.htm

http://www.saudeemovimento.com.br

http://www.portaldoenvelhecimento.net/pforum/fi4.htm

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS

DO ENVELHECIMENTO HUMANO 12

1.1 – Aspectos biológicos e fisiológicos 12

1.2 – Aspectos sócio-afetivos 14

1.2.1 – O social 14

1.2.2 – O afetivo 15

1.3 – Imagem corporal e velhice 16

CAPÍTULO II

ATIVIDADES FISICAS, A PSICOMOTRICIDADE

E O ENVELHECIMENTO 19

2.1 – Atividades físicas 19

2.2 – Psicomotricidade 21

2.3 – Retrogênese 22

2.4 – A Psicomotricidade e o idoso 23

CAPÍTULO III

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA

41

POPULAÇÃO BRASILEIRA 25

CAPÍTULO IV

MOVIMENTOS DE APOIO À TERCEIRA IDADE 30

4.1 – Universidade aberta a terceira idade no

Município do Rio de Janeiro 31

4.1.1 – A proposta da UNATI-UERJ 31

4.1.2 – O ensino na UNATI-UERJ 32

4.1.3 – A Psicomotricidade na UNATI-UERJ 33

4.2 – O Estatuto do Idoso 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 39

WEBGRAFIA 40

ÍNDICE 41

42

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: