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ANO DE 1 968 LIVRO 16 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

ANAIS - 1968 - LIVRO 16 - TRANSCRIÇÃO

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  • ANO DE 1968LIVRO 16

    ANAIS DO SENADO

    Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

    TRANSCRIO

    SENADO FEDERAL

  • 232 SESSO DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 6 LEGISLATURA, EM 16 DE OUTUBRO DE 1968

    (Extraordinria)

    PRESIDNCIA DO SR. GILBERTO MARINHO

    s 10 horas, acham-se presentes os Srs. Senadores:

    Adalberto Sena Jos Guiomard Oscar Passos Flvio Brito Desir Guarani Clodomir Millet VictorinoFreire Petrnio Portela Jos Cndido Menezes Pimentel Wilson Gonalves Duarte Filho Dinarte Mariz Manoel Villaa Argemiro de Figueiredo Joo Cleoias Jos Ermrio Arnaldo Paiva Leandro Maciel Jos Leite Aloysio de Carvalho Antnio Balbino Josaphat Marinho Carlos Lindenberg Eurico Rezende Raul Giuberti Paulo Torres Aaro Steinbruch Vasconcelos Trres Mrio Martins Aurlio Vianna Gilberto Marinho Milton Campos Nogueira da Gama Carvalho Pinto Lino de Mattos Joo Abraho Jos Feliciano Pedro Ludovico Filinto Mller Bezerra Neto Ney Braga Adolpho Franco Mello Braga Celso Ramos Antnio Carlos Attlio Fontana Guido Mondin Daniel Krieger.

    O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): A lista de presena acusa o comparecimento de 49 Srs. Senadores. Havendo nmero regimental, declaro aberta a Sesso. Vai ser lida a Ata.

    O Sr. 2-Secretrio procede leitura da Ata da Sesso anterior; que aprovada sem debate.

    O Sr. 1-Secretrio l o seguinte:

    EXPEDIENTE

    PARECERES

    PARECER N 897 DE 1968

    da Comisso de Constituio e Justia; sbre

    o Projeto de Lei da Cmara n 185, de 1965 (n 282-B/63, na Cntara); que cria o Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Carlos Lindenberg Apresentado pelo Deputado Jorge Kalume; o

    presente projeto cria o "Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro", a ser arrecadado pelo Banco de Crdito da Amaznia S.A. (art. 1), que manter uma conta-corrente do produto arrecadado, ordem do IAPI (art. 2), rgo encarregado, pelo artigo 3, da prestao dos benefcios previdencirios aos seringueiros e seus dependentes.

    2. O autor do projeto, em sua justificao, aps esclarecer o sentido social da proposio, visando proteo do bravo seringueiro, que produz e trabalha exposto a tda sorte de riscos, afirma:

    "Mas, diante das condies atuais, no s as inspitas do meio onde labuta, seno tambm sem leis que o resguardem e a seus dependentes, centenas dles tm desertado das matas da "hevea brasiliensis" em de-

  • 2 manda de outras plagas de trabalho menos duro e mais compensador.

    Tal xodo, de seringueiros sem proteo e assistncia de qualquer ordem, tem resultado em prejuzo da economia local; refletindo-se, conseqentemente, na prpria economia nacional."

    3. De acrdo com o disposto no artigo 8 considera-se seringueiro "todo aqule que trabalha na colheita, beneficiamento e guarda da borracha, na indstria extrativa e vegetal".

    O seringueiro , portanto, um "trabalhador rural", assim entendida "tda pessoa fsica que presta servios a empregador rural, em propriedade rural ou prdio rstico, mediante salrio pago em dinheiro ou in natura, ou parte in natura e parte em dinheiro" artigo 2 da Lei n 4.214, de 2 de maro de 1963. (Estatuto do Trabalhador Rural).

    4. Os trabalhadores rurais, consoante dispe o artigo 160 da Lei n 4.214, de 1963, so, segurados obrigatrios da previdncia social rural.

    Pelo Decreto n 56.619, de 26 de julho de 1965, o Ministrio do Trabalho e Previdncia Social foi autorizado a prestar, aos trabalhadores rurais, os servios de assistncia mdica e maternidade, at que se completassem os trabalhos atinentes reformulao do sistema geral da Previdncia Social.

    A execuo dsses servios sria efetuada pelo IAPI, diretamente ou mediante convnio com cooperativas, emprsas e entidades sindicais.

    5. Posteriormente, entretanto, o Decreto-Lei n 276, de 1967, alterou a redao dos arts. 158 e 160 do Estatuto do Trabalhador Rural, criando o "Fundo de Assistncia e Previdncia do Trabalhador Rural (FUNRURAL)", destinado "ao custeio da prestao de assistncia mdico-social ao trabalhador rural e seus dependentes". sse diploma considera os

    trabalhadores rurais como segurados, beneficirios da previdncia social rural.

    A modificao introduzida pelo Decreto-Lei n 276, de 1967, diz respeito, to smente, aos arts. 158 e 160 do Estatuto do Trabalhador Rural, ou seja, prestao de assistncia mdico-social, que ficou a cargo do FUNRURAL. No que concerne aos demais benefcios previdencirios a que fazem jus cuja concesso no foi revogada continuam, como beneficirios, subordinados ao regime da previdncia social rural, antes a cargo do IAPI, hoje do Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS), criado por oportunidade da fuso e unificao da Previdncia Social Brasileira (Decreto-Lei n 72, de 1966).

    6. Examinando-se a legislao em vigor para os trabalhadores rurais, nesse setor, verifica-se que os mesmos, bem como os seus dependentes, j se encontram devidamente amparados e protegidos, o que no acontecia antes, quando eram relegados a um segundo plano.

    O projeto, assim, contm disposies superadas. Alm disso, cumpre salientar, devido s modificaes e progressos ocorridos no setor previdencirio, no mais se justifica a adoo de medidas separadas para cada classe de trabalhadores, para cada regio do Pas.

    Se admitssemos, novamente, a criao de sistemas legais distintos e diversos para cada categoria, estaramos retroagindo e criando discriminaes injustas.

    7. Diante do exposto, entendendo j terem sido atendidos os objetivos do projeto pela legislao em vigor, a Comisso de Constituio e Justia opina pela sua rejeio.

    Sala das Comisses, 20 de fevereiro, de 1968. Milton Campos, Presidente Carlos Lindenberg, Relator Aloysio de Carvalho Rui Palmeira Wilson Gonalves lvaro Maia Petrnio Portela Josaphat Marinho.

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    PARECER N 898, DE 1968

    da Comisso de Legislao Social sbre o

    Projeto de Lei da Cmara n 185, de 1965 (n 282-B/63, na Cmara), que cria o Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Attlio Fontana Proposto pelo eminente Deputado Jorge

    Kalume, o presente projeto de lei dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    2. A proposio tem tramitao conjunta com o Projeto de Lei do Senado n 133, de 1963, de autoria do Senador Edmundo Levi, que dispe sbre o sistema de "Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia" assunto semelhante.

    3. Os objetivos visados pelos ilustres autores dos projetos se encontram atendidos pelo Decreto-Lei n 276, de 1967, que criou o FUNRURAL (Fundo de Assistncia e Previdncia do Trabalhador Rural), bem como pelo Decreto-Lei n 72, de 1966, que unificou a Previdncia Social do Brasil, criando o INPS (Instituto Nacional de Previdncia Social).

    4. Diante do exposto, por entendermos j atendida a finalidade do projeto pela legislao em vigor, a Comisso de Legislao Social opina pela sua rejeio.

    Sala das Comisses, em 12 de junho de 1968. Petrnio Portela, Presidente Attlio Fontana, Relator Josaphat Marinho, vencido, por ter sobrevindo a unificao da Previdncia Social. Se fr conveniente proteo especial aos seringueiros da Amaznia, o projeto deve ajustar-se ao nvo sistema da previdncia unificada. Milton Trindade.

    PARECER N 899, DE 1968

    da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de

    Lei da Cmara nmero 185, de 1965 (n 282-B/63, na Cmara), que cria o Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Jos Leite Vem ao exame desta Comisso, projeto de lei

    apresentado, em 1963, pelo ento Deputado Federal Jorge Kalume, que cria o Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro, e d outras providncias.

    2. A Comisso de Constituio e Justia do Senado, "entendendo j terem sido atendidos os objetivos do projeto, pela legislao em vigor", opinou pela rejeio da matria. O mesmo sucedeu quanto Comisso de Legislao Social.

    3. O projeto, evidentemente, tem alto contedo social e econmico: pleiteia proteo para o seringueiro, mediante a prestao dos beneficies que indica. Defende, ainda, a ocupao da Amaznia, que tem inegvel sentido de segurana nacional.

    4. A Confederao Nacional da Indstria, analisando o assunto, afirma que no poderia "jamais discordar da proteo ao nosso homem do campo". Entende, porm, que a providncia, "nos trmos em que foi apresentada, se nos afigura discriminatria, onerosa e infrutfera".

    5. No se pode esconder que a proposio dispe sbre matria financeira, sem atender ao principio da competncia previsto na Constituio (art. 60, I). Por outro lado, sendo o seringueiro um trabalhador rural, j , por lei, segurado obrigatrio da previdncia social rural.

    6. absolutamente vlida a observao feita pelo relator da Comisso de Cons-

  • 4 tituio e Justia, quando, sbre o assunto, esclarece:

    "O Decreto-Lei n. 276, de 1967, alterou a redao dos arts. 158 e 160 do Estatuto do Trabalhador Rural, criando o Fundo de Assistncia e Previdncia do Trabalhador Rural (FUNRURAL), destinado ao custeio da prestao de assistncia mdico-social ao trabalhador rural e seus dependentes. sse diploma considera os trabalhadores rurais como segurados, beneficirios da previdncia social rural."

    7. O Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro deveria ser arrecadado (art. 1) pelo Banco da Amaznia S/A. o projeto precisaria atualizar-se quanto denominao dessa instituio bancria, pois ainda fala em Banco de Crdito da Amaznia S/A. e seria constitudo de:

    a) 1% (um por cento) sbre o valor de cada quilo de borracha entregue ao Banco, cobrado do produtor;

    b) 1% (um por cento) sbre o valor de cada quilo de borracha nacional vendido ao industrial, cobrado dste.

    8. Nenhuma aluso feita quanto ao tipo de borracha: se natural ou sinttica. Isso leva ao entendimento de que a cobrana do tributo, cuja criao prevista, incidir sbre o produto oriundo dos seringais e tambm sbre o resultante de complicados processos industriais. Acreditamos que ser imprpria a tributao sbre borracha sinttica ou sbre a matria-prima para a fabricao de elastmeros, com o objetivo de prestao de assistncia aos seringueiros.

    9. O projeto em exame, se no est eivado de inconstitucionalidade e incon-

    venincias, discriminatrio e dispersivo, estando totalmente desatualizado, relativamente unificao da previdncia social, motivo por que opinamos pela sua rejeio.

    Sala das Comisses, em 9 de outubro de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Jos Leite, Relator Leandro Maciel Paulo Torres Adolpho Franco Antnio Carlos Manoel Villaa Aloysio de Carvalho Carlos Lindenberg Jos Ermida Joo Cleofas Milton Trindade Mello Braga.

    PARECER

    N 900, DE 1968 da Comisso de Constituio e Justia, sbre o

    Projeto de Lei do Senado n 133, de 1963, que dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Carlos Lindenberg De autoria do eminente Senador Edmundo

    Levi, o presente projeto dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    2. O ilustre autor justifica plenamente a proposio, demonstrando a indispensvel necessidade de se dar maior amparo e proteo ao seringueiro da Amaznia e suas famlias, com vistas sua fixao naquela regio, de to grande importncia para o nosso Pas.

    3. A proposio, no entanto, diante do parecer exarado pela Comisso de Legislao Social no Projeto de Lei da Cmara n 185, de 1965, que cria o "Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro", e nos trmos do Regimento Interno, passou a ter tramitao conjunta com o referido projeto, uma vez tratar de assunto semelhante.

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    4. O projeto do Senado muito mais completo; abordando a matria com maior amplitude e profundidade.

    Acontece, entretanto, que, aps a sua apresentao, o Pas sofreu grande alteraes legais nesse setor, passando a Previdncia Social por profundas modificaes, inclusive com a mudana do sistema, que foi unificado.

    5. O seringueiro, pela prpria definio do projeto, um "trabalhador rural" (art. 2 da Lei n 4.214; de 1963) e, nessa qualidade, tanto le como seus dependentes tm direito aos benefcios previdencirios (a cargo do INPS) e mdico assistenciais (pelo Fundo de Assistncia e Previdncia do Trabalhador Rural, criado pelo Decreto-Lei n 276, de 1967).

    6. poca em que o projeto foi apresentado, le se justificava plenamente. Havia um instituto previdencirio para cada classe ou categoria profissional e os trabalhadores rurais estavam, prticamente, relegados a um segundo plano. Com a mudana legal ocorrida, com a unificao da Previdncia Social, e com a regulamentao dos servios previdencirios e assistenciais a serem concedidos a todos os "trabalhadores rurais", no mais se justifca a criao, dentro dessa categoria, de servios ou sistemas destinados a uma s classe, de uma s regio do Pas.

    O contrrio, agora, criaria discriminaes injustificveis.

    7. Diante do exposto, e por entendermos que a matria se encontra atendida pela legislao em vigor, a Comisso de Constituio e Justia opina pela rejeio do projeto.

    Sala das Comisses, 20 de fevereiro de 1968. Milton Campos, Presidente Carlos Lindenberg, Relator Aloysio de Carvalho Rui Palmeira Wilson Gonalves lvaro Mila Petrnio Portela Josaphat Marinho.

    PARECER N 901, DE 1968

    da Comisso de Legislao Social, sbre o

    Projeto de Lei do Senado n 133, de 1963, que dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Attlio Fontana Proposto pelo eminente Senador Edmundo

    Levi, o presente projeto de lei dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    2. A proposio tem tramitao conjunta com o Projeto de Lei da Cmara n 185, de 1965 (n 282-B, de 1963, da Cmara dos Deputados), de autoria do Deputado Jorge Kalume, que cria o "Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro" assunto semelhante.

    3. Os objetivos visados pelos ilustres autores dos projetos se encontram atendidos pelo Decreto-Lei n 276, de 1967, que criou o FUNRURAL (Fundo de Assistncia e Previdncia do Trabalhador Rural), bem como pelo Decreto-Lei n 72, de 1966, que unificou a Previdncia Social no Brasil, criando o INPS (Instituto Nacional de Previdncia Social).

    4. Diante do exposto, por entendermos j atendida a finalidade do projeto pela legislao em vigor, a Comisso de Legislao Social opina pela sua rejeio.

    Sala das Comisses, em 12 de junho de 1968. Petrnio Portela, Presidente Attlio Fontana, Relator Milton Trindade Josaphat Marinho Pela rejeio do projeto, dada a superveniente unificao da Previdncia. Se tratamento especial merecer o seringueiro da Amaznia, nova disciplina deve ajustar-se legislao reformada da Previdncia Social.

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    PARECER N 902, DE 1968

    da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de

    Lei do Senado n 133, de 1963, que dispe sbre o sistema de Previdncia Social para os seringueiros da Amaznia, e d outras providncias.

    Relator: Sr. Jos Leite O presente projeto, de autoria do Senador

    Edmundo Levi, objetiva regular sistema prprio de Previdncia para o seringueiro da Amaznia, e vem a esta Comisso para ser examinado conjuntamente com o Projeto de Lei da Cmara n 185, de 1965, que cria o "Fundo de Assistncia e Previdncia do Seringueiro".

    2. De acrdo com a justificao, "o projeto pretende instituir sistema que no estimule o xodo das populaes interioranas. Prev a aposentadoria por idade, em trs modalidades, de sorte que, ao invs de reduzir o homem condio de expectante obrigatrio, de abandon-lo nos limites nfimos dos recursos para uma vida mal suportvel, procura incutir nle a idia de que se conservar elemento til, capaz de ainda produzir bens em seu favor, dos que permanecem sob a sua autoridade e da sociedade que continuar a enobrecer pelo trabalho".

    3. A proposio minuciosa e prev a concesso de aposentadoria por invalidez e por idade, podendo ser definitiva, proporcional ou mdia. Concede penso e auxlio-recluso aos dependentes, e assistncia mdica aos beneficirios em geral. Por sua vez, a assistncia mdica pode ser simples, especial e hospitalar.

    4. Os encargos previstos no projeto seriam custeados (art. 12) por contribuies alm das referidas no art. 71 da Lei n 3.807, de 26 de agsto de 1960 do segurado, do seringalista, do Banco da Amaznia S.A., das emprsas de artefatos de borracha e de 5% ad valorem sbre o ltex, a borracha e seus suced-

    neos importados, de qualquer natureza, colocados no processamento do despacho aduaneiro.

    5. No projeto est previsto um rgo "especial eminentemente prtico e regional, a que incumbir acompanhar e orientar a poltica administrativa do sistema". Fica institudo o Conselho de Orientao e Reviso, cabendo a arrecadao das contribuies ao Banco da Amaznia S.A., excludas as de responsabilidade da Unio, "que sero recolhidas ao Fundo Comum da Previdncia Social".

    6. O seringueiro, para fins previstos na proposio, considerado industririo extrativista, e ficaria sujeito, juntamente com os dependentes, a ser inscrito no Instituto de Aposentadoria e Penses dos Industririos.

    7. Apesar do elevado contedo econmico, social e poltico do projeto em exame, no encontramos motivos para que possa ser aprovado: sem a devida competncia constitucional, cria rgos servios de natureza pblica, estabelece tributao e fere a legislao em vigor, inclusive no que tange unificao da Previdncia Social.

    8. claro que, poca em que foi apresentada, a proposio poderia ser acolhida, mesmo com a inconvenincia da regionalizao que, na opinio da Confederao Nacional da Indstria, "ensejaria a criao de outros Fundos, para atender aos igualmente desprotegidos trabalhadores dos campos de cacau da Bahia, do cco de Sergipe, da cana-de-acar de Alagoas e Pernambuco, do babau do Rio Grande do Norte, do sisal da Paraba, e assim por diante".

    9. A douta Comisso de Constituio e Justia decidiu que "a matria se encontra atendida pela legislao em vigor".

    10. O projeto elogivel, mas o seu objetivo, plenamente justificvel poca

  • 7 de sua apresentao, ficou prejudicado em face da legislao atual, motivo pelo qual opinamos pela sua rejeio.

    Sala das Comisses, em 9 de outubro de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Jos Leite, Relator Leandro Maciel Adolpho Franco Antnio Carlos Aloysio de Carvalho Carlos Lindenberg Jos Ermrio Joo Cleofas Milton Trindade Manoel Villaa Paulo Torres Mello Braga.

    O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): O Governador do Estado de Sergipe convida o Senado Federal a se fazer representar na 27 Exposio Agropecuria, a realizar-se no perodo de 27 de outubro corrente a 3 de novembro, naquele Estado.

    Oportunamente, a Mesa far designao dos Srs. Senadores.

    A Sociedade Brasileira de Medicina Legal convida o Senado Federal para o I Congresso Brasileiro de Medicina Legal, a realizar-se no perodo de 24 a 27 do corrente ms, na cidade de Petrpolis, no Estado do Rio de Janeiro.

    A Presidncia recebeu resposta aos seguintes Requerimentos de Informaes:

    De autoria do Senador Vasconcelos Trres N 957/68, enviada pelo Ministrio da

    Educao e Cultura (Aviso n 593/68); N 1.006/68, enviada pelo Ministrio da

    Educao e Cultura (Aviso n 596-Br/68); N 1.079/68, enviada pelo Ministrio das

    Relaes Exteriores (Aviso n DJ-AAA-AEAs-G-38/921, de 1968);

    N 1.193/68, enviada pelo Ministrio da Indstria e do Comrcio (Aviso n AP- 331/68).

    De autoria do Senador Lino de Mattos N 755/68, enviada pelo Ministrio da

    Educao e Cultura (Aviso n 571-Br./68);

    N 883/68, enviada pelo Ministrio da Fazenda (Aviso nmero 414.934/68-GMF-Br n 479/68);

    N 1.121/68, enviada pelo Ministrio da Indstria e do Comrcio (Aviso n AP-330/68).

    De autoria do Senador Arthur Virglio N 837/68, enviada pelo Ministrio da Justia

    (Aviso n G-1614-B, de 1968). De autoria do Senador Bezerra Neto N 1.171/68, enviada pelo Ministrio da

    Fazenda (Aviso n 416.131, de 1968, GMF-Br. n 480/68).

    De autoria do Senador Jos Ermrio N 964/68, enviada pelo Gabinete Militar da

    Presidncia da Repblica (Aviso n 52/68-ASS-SEC, de 1968).

    H requerimentos de informaes que vo ser lidos pelo Sr. 1-Secretrio.

    So lidos os seguintes:

    REQUERIMENTO N 1.367, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma regimental, seja

    encaminhado ao Exmo. Sr. Ministro Extraordinrio para Assuntos do Gabinete Civil, atravs da Prefeitura do Distrito Federal, o seguinte pedido de informaes:

    1) Quantos so, atualmente, os Cursos Noturnos para alfabetizao de adultos em funcionamento no Distrito Federal?

    2) Quais os recursos destinados ao funcionamento dsses Cursos?

    3) Quais as despesas mensais a que atingem cada um dsses Cursos?

    4) procedente a informao de que alunos que freqentam esses Cursos no Distrito Federal, sob a alegao de falta de ver-

  • 8 bas, esto sendo obrigados ao pagamento mensal de alguma contribuio?

    Sala das Sesses, em 15 de outubro de 1968. Adalberto Sena.

    REQUERIMENTO N 1.368, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Fazenda Diretoria-Geral da Fazenda sbre o seguinte:

    1) Se o Ministrio da Fazenda determinou a mecanizao dos servios da Delegacia do Tesouro brasileiro no exterior ou se pretende faz-la.

    a) se foi realizada concorrncia Em caso afirmativo, esclarecer: para a

    execuo da obra, na forma da legislao vigente, quer no Brasil, quer no estrangeiro;

    b) qual a firma vencedora da concorrncia, qual o prazo para realizao da obra e a quanto monta a despesa com essa mecanizao, quer em cruzeiros, quer em dlares;

    c) quais os rgos de divulgao da concorrncia e quando foi publicado o respectivo edital de concorrncia.

    2) Se, a priori, houve entendimento entre o Ministro da Fazenda, o Diretor-Geral da Fazenda Nacional e o Delegado do Tesouro brasileiro para a realizao da obra e se a mesma de carter prioritrio.

    3) Se, a partir de maio de 1964, a Delegacia contratou os servios de funcionrios fazendrios que,

    no gzo de qualquer licena, estivessem em Nova Iorque. Em caso afirmativo, esclarecer:

    a) em que se fundamentou para celebrar tal contrato e qual a autoridade que autorizou a celebrao do ato;

    b) o nome ou os nomes dos funcionrios contratados;

    c) qual o valor pago ao contratado em dlares; d) se sse funcionrio recebia seus

    vencimentos e vantagens em cruzeiros, no Brasil; e) qual o nvel e srie de classes a que

    pertence o funcionrio: 4) Qual o nmero de auxiliares contratados

    atualmente em exerccio na Delegacia do Tesouro brasileiro no Exterior, quais seus nomes, as funes que exercem, os salrios mensais que recebem do Tesouro Nacional, se os mesmos tm vnculo empregatcio, qual a legislao que d cobertura contratao dsses auxiliares.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.369, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Educao e Cultura Campanha Nacional de Educandrios Gratuitos se existem planos para construo de um ginsio em Santo Aleixo, no Municpio de Mag, no Estado do Rio de Janeiro.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

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    REQUERIMENTO N 1.370, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio dos Transportes DNER se existem planos para auxiliar o Govrno do Estado do Rio nas obras de construo e melhoramento da Rodovia RJ-102, de vital importncia para a economia do Estado.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.371, DE 1968

    Sr. Presidente: Na forma do Regimento Interno, requeiro

    informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio dos Transportes DNER quais as providncias que foram tomadas visando ao asfaltamento da rodovia que liga Itagua a Mangaratiba, Estado do Rio de Janeiro, que integra o traado da futura BR-101, propiciando os meios indispensveis ao desenvolvimento sul-fluminense com o escoamento da produo agroindustrial.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.372, DE 1968

    Sr. Presidente: Na forma do Regimento Interno, requeiro informe

    o Poder Executivo, atravs do Ministrio do Interior DNOS quais os planos elaborados visando a realizao de obras de saneamento na confluncia dos Rios Paraba e Pira, na sede do Municpio de Barra do Pira, Estado do Rio de Janeiro, onde, todos os anos, na poca das chuvas, a cidade fica inundada.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.373, DE 1968

    Sr. Presidente: Na forma do Regimento Interno, requeiro

    informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio dos Transportes DNER quais foram as providncias tomadas visando a construo da Ponte do Ourio, em Lage, Municpio de Maca, Estado do Rio de Janeiro.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.374, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social INPS que providncias esto sendo tomadas visando ao reaparelhamento do psto de emergncia, ex-SAMDU, em Niteri, Estado do Rio de Janeiro, a fim de melhor desempenhar suas atividades de atendimentos de urgncia.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.375, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Fazenda Nacional e Diretoria de Rendas Internas sbre o seguinte:

    1) se esto sendo observadas as leis do mercado de capitais e impsto de renda, principalmente no que diz respeito aos juros das letras de cmbio emitidas e resgatadas pelas emprsas de crdito e financiamento, base de 40%;

  • 10

    2) se o Ministrio da Fazenda tem conhecimento, e esclarecer devidamente a situao, das financeiras que oferecem ttulos aos tomadores, com a promessa de iseno do impsto de renda, conseguindo, para esse fim, que o resgate se faa por intermdio de interpostas pessoas jurdicas, e se apurou convenientemente se algumas dessas empresas usaram ou esto usando as prprias associaes de classe a elas vinculadas;

    3) se diante da lei fiscal os fatos acima apontados no constituem crime ou ato de simulao fiscal, e se os mesmos acarretaram prejuzos Fazenda Nacional e se possvel avaliar o seu montante, Justamente na hora em que o Ministrio procura incentivar a arrecadao.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.376, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Agricultura, que planos existem visando a incentivar a apicultura, bem como o combate s abelhas africanas, no Estado do Rio de Janeiro.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.377, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio dos Transportes DNER se existem planos

    para construo de uma ponte em Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.378, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Agricultura, se tem conhecimento de surto de brucelose nos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro, bem como quais as medidas adotadas para debelar o mesmo.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.379, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimentaI

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio das Minas e Energia Petrobrs que planos existem a fim de serem feitas pesquisas no territrio, do Estado do Rio, inclusive a plataforma submarina, visando a produo de petrleo.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.380, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio das Comunicaes DCT se existem planos para construo de um prdio para a Agncia em Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

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    REQUERIMENTO N 1.381, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Fazenda Diretoria-Geral da Fazenda Nacional sbre o seguinte:

    1) Qual o critrio adotado pela Diretoria-Geral da Fazenda Nacional para indicar o atual Diretor do Departamento de Rendas Aduaneiras? Qual a data do seu ingresso no servio pblico e na carreira de aduaneiro? Ingressou mediante concurso pblico? Quando? Qual a sua vivncia anterior no Ministrio da Fazenda? E o seu curriculum vitae? O que tem realizado de positivo no seu setor? Quanto vem percebendo no seu cargo em comisso, inclusive vencimentos, servios prestados, cotas-partes, percentagens e outra qualquer vantagem, a qualquer ttulo, do Ministrio da Fazenda, da CETREMFA, CONPLAF e outra qualquer entidade durante o exerccio de 1968?

    2) Informar tambm o critrio para designar os atuais Inspetores das Alfndegas do Rio e de Santos. Qual o seu nvel? Qual o meio de seu ingresso no servio aduaneiro? Qual o curriculum vitae? O que tm realizado no seu setor de positivo? Quanto vm percebendo nos seus cargos ou outros valeiras a qualquer ttulo, do Ministrio da Fazenda, da CETREMFA, CONPLAF ou outra qualquer entidade, nacional ou estrangeira?

    3) Em todos os setores das entidades pblicas ou privadas existe o critrio de serem aproveitados os servidores mais an-

    tigos e com mais experincia, desde que sejam os mais capazes.

    Qual a razo do atual Diretor-Geral da Fazenda Nacional no aceitar sse princpio de boa poltica administrativa?

    4) Quais as providncias administrativas, no sentido de melhoria do servio frente dos seus setores? Qual o critrio para designar os chefes de suas reparties, adotado para essas autoridades?

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.382, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Fazenda, se a arrecadao de tributos federais, de janeiro a setembro dste ano, correspondeu ao previsto e, caso negativo, que medidas foram tomadas para atingir os objetivos.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

    REQUERIMENTO N 1.383, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social Departamento Nacional de Previdncia Social se tem sido aplicada a legislao que trata da aposentadoria ao ex-combatente, especialmente as Leis ns 1.756/52, 3.906/61 e 4.297/63, Decreto-Secreto n 10.490-A/42, bem como o art. 177, 1, da Constituio Federal.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968. Vasconcelos Trres.

  • 12

    REQUERIMENTO N 1.384, DE 1968

    Sr. Presidente: Requeiro, na forma da preceituao regimental

    vigente, informe o Poder Executivo, atravs do Ministrio da Fazenda Diretoria-Geral da Fazenda Nacional sbre o seguinte:

    1) Declarar o nome das pessoas fsicas e jurdicas, beneficiadas com parcelamentos de tributos, afetas a sse Ministrio, concedidos com fundamento no Decreto-Lei n 352, de 17 de junho de 1963, e atos normativos administrativos, valor dos dbitos, nmero de prestaes, reparties em que transitaram os pedidos, nmeros dos processos no Ministrio da Fazenda, justificativa para a concesso dsse benefcio, de valor superior a NCr$ 40.000,00 a NCr$ 1.000.000,00, de mbito de competncia da Diretoria-Geral da Fazenda Nacional.

    2) Declarar tambm em igualdade de condies com o item anterior, os parcelamentos de valor superior a NCr$ 1.000.000,00.

    3) Todos sses parcelamentos foram deferidos aps o cumprimento das exigncias determinadas pela Portaria n GB-396? Ou foram deferidas antes da apresentao dos documentos exigidos?

    4) Relacionar tambm os dbitos inferiores a NCr$ 40.000,00, em que foi concedido o parcelamento, de mbito dos Delegados de Arrecadao em So Paulo, referentes ao impsto de renda, com os detalhes exigidos no item 1.

    Sala das Sesses, em 16 de outubro de 1968 Vasconcelos Trres.

    O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Os requerimentos lidos vo publicao e, em seguida, sero despachados pela Presidncia.

    O SR. VASCONCELOS TRRES: Senhor Presidente, peo a palavra, para justificar os requerimentos.

    O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): Tem a palavra o nobre Senador.

    O SR. VASCONCELOS TRRES (sem reviso do orador.): Sr. Presidente, quero comunicar a V. Ex. que mandei Mesa vrios requerimentos de informaes. Vou continuar assim, Sr. Presidente, at o instante em que veja satisfeita a minha curiosidade e que essa faculdade outorgada ao parlamentar possa ser exercida no sentido no s de vigilncia, mas de colaborao. Repito, s vzes fico um pouco constrangido pelo volume de requerimentos. No quero ser chamado "O Rei dos Requerimentos", como j o fui por uma estao de rdio. que, pelas minhas andanas, pela correspondncia que recebo, adquiro uma soma de material impressionante, do qual fao uma triagem. s vzes coincide que no possa estar presente ao Plenrio, e h, ento, o acmulo. Para dar relvo, justamente, a sses requerimentos procuro ler as ementas da tribuna e as informaes que recebo tm sido objeto de discursos meus, de comunicao a Prefeitos e a Deputados estaduais.

    Devo aqui ressaltar que no s V. Ex., como os seus antecessores, sempre compreenderam bem sse gnero de atividade, um dos poucos, talvez, em que o parlamentar pode expandir-se, de vez que, em matria de projeto, por ter a Constituio tirado a iniciativa do Senado e da Cmara em questo financeira, por esta via indireta que se podem conseguir muitas das providncias reclamadas.

    Hoje, por exemplo, cuido muito da Fazenda Nacional. A respeito, tenho aqui trabalho que acompanhar os requeri-

  • 13

    mentos, como justificao de alguns, inclusive um currculo.

    Desde pronto, desejo manifestar no ter animus injuriandi, nem propsito de atacar ningum. Aqules que se julgarem ofendidos que escrevam, a mim ou a outros, que se defendam.

    Sr. Presidente, e V. Ex. testemunha de que vrias vzes tenho ocupado a tribuna para ler cartas de pessoas que tm sido alvo de crticas. Fi-lo ontem, como farei sempre, porque no tenho parti pris com quem quer que seja. No quero ser um demolidor. Se possuo esprito de combatividade, esprito que Deus me deu, por outro lado possuo tambm o de justia. Agora, Sr. Presidente, sem sangrar na veia da sade, querem imediatamente criar um escarcu e, s vzes, no agem polticamente. Neste caso, encontram-me com a capacidade de luta que tenho e que cada vez mais se desenvolve, como recentemente aconteceu como problema da Diretoria-Geral da Fazenda Nacional.

    Vou encaminhar, a sse respeito, um trabalho que tenho aqui. Tambm, Sr. Presidente, dados que me chegaram s mos e que complementam as crticas anteriormente feitas por mim a essa repartio do Ministrio da Fazenda.

    Sr. Presidente Gilberto Marinho, V. Ex. e o Senado so testemunhas de que, sempre, nessas crticas que tenho feito, ressalvei e ressalvarei a figura do Exmo. Sr. Ministro Delfim Netto. Acho que estou colaborando com S. Ex. para apontar alguns defeitos na engrenagem administrativa do principal Ministrio dste Pas. Ressalvo, e fao questo de declarar, e V. Ex. e o Senado tambm so testemunhas, que no me move nada de pessoal. Apenas quero o levantamento dsses dados que considero importantssimos. A sse respeito, por exemplo; hoje estou pedindo elementos sbre a emisso e o resgate de letras de cmbio pelas emprsas de crdito e financiamento.

    Um amplo requerimento, Sr. Presidente, ao Diretor do Departamento de Rendas Aduaneiras e ao Inspetor da Alfndega, do Rio e de Santos. Ainda para a Fazenda ste eu gostaria que tivesse o devido destaque sbre a mecanizao dos servios da Delegacia do Tesouro brasileiro no exterior. Ora, Sr. Presidente, no momento em que o Banco do Brasil instala a sua Agncia, em Nova Iorque que est em condies de operar, inclusive com os processos eletrnicos que o Banco do Brasil, tanto aqui como em qualquer das suas filiais, mantm, a Delegacia est prestes a ser extinta, porque o projeto que apresentei constitucional e estou certo de que difcilmente le poder ser rejeitado.

    Por que nos vamos dar ao luxo, um Pas pobre, de ter dois servios correlatos? E no Banco do Brasil o que ocorre diferente do que se verifica na Delegacia do Tesouro Fiscal, onde h o apadrinhamento em todos os tempos, o nepotismo, o afilhadismo, Sr. Presidente, com fatos que j foram comentados por vrios Senhores Senadores e Deputados Federais, alguns dles estarrecedores.

    Aqui, neste nosso requerimento, estou mandando proceder a alguns levantamentos de funcionrios que recebem duas vzes, numa patente ilegalidade. isso, Sr. Presidente, que pretendo apontar ao eminente Ministro Delfim Netto. No fundo tenho a impresso de que o Ministro Delfim Netto ainda vai ficar satisfeito comigo, porque no pode ficar atento a tudo, a tempo e a hora; e eu fiquei assim especialista em informaes, hoje no preciso ir; elas que vm a mim. Evidente que tenho que ter o cuidado moral de filtr-las, porque, do contrrio, seria um leviano. por isso que, quando pergunto, vou s fontes, para saber de sua autenticidade, para que no haja injria, para que a pergunta no pressuponha, na interrogativa, um fato delituoso

  • 14 qualquer imputado a determinado funcionrio a quem depreco uma determinada soluo.

    O caso da Delegacia do Tesouro no exterior servir, inclusive, para os dados que justificaro a aprovao do meu projeto, ao ensejo de sua votao.

    Ainda ao Ministrio da Fazenda, estou indagando sbre concesso de parcelamento para pagamento de tributos. um fato que, dentro do Ministrio da Fazenda, tem uma repercusso muito negativa. Estou solicitando sses dados e espero que o prprio Ministro Delfim Netto, ao receber essa solicitao, ser o primeiro a se inteirar do que est ocorrendo, no s na Guanabara mas em So Paulo, a respeito dsses parcelamentos que me parecem alguns revestidos de inequvoca gravidade.

    E, finalmente, ainda Fazenda, informaes sbre arrecadao de tributos federais. No mais, so rotineiros os outros: pedido de construo de Agncia do DCT em Volta Redonda, porque, incrvel que a Cidade do Ao, grande fornecedora de impostos, tanto ao Estado quanto Unio, tenha sua Agncia do DCT numa casa de trabalhador, quando h prdio doado pela Companhia Siderrgica Nacional: Em outros locais, vemos que s vzes no h sequer correspondncia, e h um belo edifcio-sede dos Correios e Telgrafos.

    Ao Ministrio da Agricultura, informaes sbre surto de brucelose no Estado da Guanabara e Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio das Minas e Energia PETROBRS informaes sbre pesquisas petrolferas no Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio da Agricultura, informaes sbre incentivos apicultura na terra fluminense.

    Ao Ministrio dos Transportes DNER informaes sbre construo

    de ponte em Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio dos Transportes DNER informaes sbre obras na Rodovia RJ-102, no Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio do Interior DNOS sbre obras de saneamento na conflundos Rios Paraba e Pira, na sede do Municpio de Barra do Pira, Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio dos Transportes DNER sbre asfaltamento da Rodovia Itagua-Mangaratba, Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio dos Transportes DNER sbre construo da Ponte do Ourio, na Lage, Municpio de Maca, Estado do Rio de Janeiro.

    Ao Ministrio do Trabalho e Previdncia Social INPS informaes sbre atendimento no psto de emergncia, ex-SAMDU, na Capital fluminense.

    Ao Ministrio do Trabalho e Previdncia Social Departamento Nacional da Previdncia Social informaes sbre aplicao da legislao que trata da aposentadoria ao ex-combatente.

    Ao Ministrio da Educao e Cultura Campanha Nacional de Educandrios Gratuitos informaes sbre construo de ginsio em Santo Aleixo, no Municpio de Mag, no Estado do Rio de Janeiro.

    s, Sr. Presidente, representando a minha contribuio no dia de hoje, para que haja resposta a sses requerimentos.

    Quero, alis, antes de encerrar, ressalvar que o Ministro da Fazenda havia mandado um telex ao Presidente Gilberto Marinho, informando que meus requerimentos so invarivelmente respondidos.

    Sou o primeiro a reconhecer realmente, a Fazenda tem mandado e, quando no pode, soliita prorrogao.

  • 15

    Um dles eu queria, se o Sr. Ministro tomar conhecimento destas minhas palavras, que viesse no prazo de 30 dias. Trata-se do requerimento relativo declarao do impsto de renda do atual Diretor da Fazenda Nacional, nos ltimos cinco anos. Dsse, eu fao questo absoluta, para justamente ter base de saber se eu fui injusto, se avancei um pouco quando critiquei aquela autoridade com base no seu passado financeiro, se assim posso dizer.

    E nada mais tendo a dizer, Sr. Presidente, agradeo a ateno com que fui ouvido, aguardando as providncias que deprequei no dia de hoje. (Muito bem!)

    DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR.

    SENADOR VASCONCELOS TRRES, EM SEU DISCURSO,

    Dados sbre Antnio Amlcar de Oliveira Lima,

    Diretor-Geral da Fazenda Nacional um mo, nascido no Nordeste brasileiro,

    que possui bastante vivacidade e conhecimento terico sbre administrao geral. dotado, porm, com enorme ambio de dinheiro e poder.

    Infiltrou-se em So Paulo na equipe do economista Diogo Gaspar, que o intelectual esquerdista do "staff" do Professor Carvalho Pinto. Aparecendo como pingente daquela equipe, passou a receber, juntamente com outros moos, quase todos funcionrios do Govrno do Estado de So Paulo, remunerao ou gratificao paga pela CELUSA (Centrais Eltricas de Urubupung S/A) por ato de liberalidade.

    Por injunes polticas, de So Paulo, forou sua entrada no grupo da Fundao Getlio Vargas, responsvel pela Reforma do Ministrio da Fazenda (1963), juntamente com o Engenheiro Henrique Silveira de Almeida e com a jovem auxiliar de estatstica Marly Ferreira Pinto, em busca de gratificaes ou honorrios. Nessa Comisso de Reforma, donde rece-

    beram elevados estipndios, Antnio Amlcar de Oliveira Lima, Marly Ferreira Pinto e Henrique Silveira de Almeida elaboraram alguns projetos sbre problema da administrao fazendria, todos considerados inteis para o Ministrio da Fazenda, devido a seu primarismo, falta de substncia e erros. Seus trabalhos foram classificados como as maiores inutilidades melhor remuneradas pela Comisso de Reforma.

    Tendo o Professor Carvalho Pinto deixado o Ministrio da Fazenda em fins de 1963, seu "staff" (Diogo Gaspar, Jorge Iori, De Moro, etc.) fundou a "ASPLAN S/A Assessoria e Planejamento", como rplica da CONSULTEC em So Paulo. Antnio Amlcar de Oliveira Lima ligou-se ento a essa emprsa em busca de honorrios. At 1967, acusava o recebimento de remunerao da ASPLAN e, das Centrais Eltricas de So Paulo (antiga CELUSA).

    O Professor Antnio Delfim Netto, ao assumir o Ministrio da Fazenda em maro de 67, trouxe como Diretor-Geral da Fazenda Nacional o moo Antnio Amlcar de Oliveira Lima, que supunha entendido em administrao fiscal.

    Seus primeiros atos como Diretor-Geral foram: mandar pagar a si prprio, pela caixa do CONPLAF (Conselho de Planejamento da Administrao Fazendria), uma gratificao mensal, alm da remunerao de seu cargo, e manipular as dotaes da Comisso de Eficincia do Ministrio. Logo disse a que vinha: destruir as equipes de funcionrios tradicionais do Ministrio da Fazenda, locupletar-se com dinheiros pblicos e fazei farta distribuio de benesses a parentes, amigos e ulicos. Ao seu irmo Joo Guy de Oliveira Lima, sua companheira de equipe Marly Ferreira Pinto, tem mandado pagar, sem nenhum respeito s leis, gratificaes especiais, pois no v medidas nem teto para os parentes e amigos. Empolgado pela facilidade de manipulao de vultosos recur-

  • 16 sos financeiros, logo transformou os mofinos Cursos de Aperfeioamento do Pessoal da Fazenda num pomposo Centro de Treinamento, sob a sigla CETREMFA, entregue direo da auxiliar de estatstica Marly Ferreira Pinto. Usando recursos do CONPLAF, alm das dotaes oramentrias, o CETREMFA foi desviado de suas funes especficas. Amigos e apaniguados, sem formao pedaggica e sem preparo cultural, foram infiltrados entre os professres, para receber honorrios e gratificaes. Entre les esto Guy de Oliveira Lima e outros, que pregam ensinamentos subversivos da hierarquia e prelecionam sbre matrias que no esto habilitados a ensinar. Hoje, o CETREMFA um rgo perdulrio, onde se pratica a malversao dos dinheiros pblicos. Muito pouco realiza sbre treinamento e aperfeioamento dos funcionrios do Ministrio da Fazenda. No se preocupa em transformar um datilgrafo em um bom datilgrafo; um arquivista em um bom arquivista; um contabilista em um bom contabilista; um estatstico em um bom estatstico. Os dirigentes do CETREMFA pretendem transformar os marinheiros em fiscais aduaneiros; os artfices em engenheiros; os datilgrafos em administradores fiscais. Procuram fazer, atravs do ensino, uma revoluo social, utilizando o Ministrio da Fazenda como campo de experincias.

    Bem cedo os recursos financeiros disposio do Diretor-Geral, Antnio Amlcar de Oliveira Lima, tornaram-se exguos para satisfazer suas incontroladas ambies pessoais. Engendrou, ento, um plano de utilizao, dos recursos do servio Federal de Processamento de Dados (SERPRO), para remunerar, fora dos padres legais, assessres especiais e fazer promoo pessoal mediante relaes pblicas. Encontrando resistncia dos dirigentes daquela emprsa pblica, vinculada ao Ministrio da Fazenda, substituiu o superintendente El-

    son Matos pelo Engenheiro Dion de Melo Teles, e reformulou o Conselho de Administrao, incluindo seu companheiro de equipe Israel Rodrigues vila. Tendo preparado o terreno, em janeiro de 1968, Amlcar firmou com Dion um contrato de prestao de servios pelo SERPRO ao Ministrio da Fazenda, pelo qual ficou com 100 milhes de cruzeiros (velhos) sua disposio pessoal. sse fato, por si bastante grave, porquanto prova o desvio das finalidades do SERPRO, tornou-se ainda mais grave, pois aquela emprsa pblica havia pago, por ordem de Amlcar, conta daquela verba de 100 milhes, mais de 400 milhes at maio de 1968. Para remendar a situao e ocultar o estouro, foi feito em julho um aditamento ao contrato de janeiro, elevando a verba de 100 milhes, disposio do Diretor-Geral, para 2 bilhes. Com o dinheiro que o Ministrio paga ao SERPRO e retorna ao Diretor-Geral da Fazenda, tm sido remunerados irregularmente "assessres especiais" e feito o "amaciamento" de rgos da imprensa.

    Usurpando atribuies legais da Secretaria-Geral do Ministrio da Fazenda, criou sob sua chefia, com recursos do CONPLAF, uma Assessoria de Estudos, Pesquisas e Avaliao (AESPA), entregando a direo dsse rgo ao irmo Guy de Oliveira Lima, o qual no passa em nenhum teste psiquitrico e apontado como principal redator de vrios bestiolgicos mandados imprimir, a preo de ouro, pela Direo-Geral da Fazenda. Executando seus planos subversivos da hierarquia, Amlcar subordinou tdas as Diretorias Departamentais do Ministrio AESPA e convocou para integrar sse rgo superior, criado sem autorizao legal e em conflito com as diretrizes do Decreto-Lei n 200/1967, funcionrios novos e sem qualquer experincia de administrao fiscal, ocupantes de cargos de baixo nvel. Persistindo no propsito de centralizar em suas mos a mxima soma de podres,

  • 17 chamou a si o poder de autorizar o pagamento dos dbitos fiscais parceladamente e criou um Cadastro Especial de Contribuintes (CADEC), quando a lei manda que os cadastros sejam feitos nos Departamentos de Arrecadao e do Impsto de Renda.

    Antnio Amlcar de Oliveira Lima o eixo de uma grande subverso da hierarquia funcional no Ministrio da Fazenda, estimulando diretamente, ou atravs de seus agentes, verdadeiras lutas de classes. tambm, em combinao com Israel vila e Jaime Alpio de Barros, pea importante no encaminhamento de intersses subalternos de algumas emprsas de So Paulo. Considerando-se fora do alcance de qualquer apurao de responsabilidade, Amlcar envolveu-se em escandalosa importao de um carro Volkswagen, sem que tivesse capacidade financeira para fazer a aquisio. Participou, direta ou indiretamente, da elaborao de vrias medidas de favorecimento de grupos de So Paulo (Lei n 5.308, de 7/67; Circular GB-9, de 11/67; Portaria MF 578, de 11/67; Portaria GB-158, de 3/68; requisio dos processos de cobrana de dbitos fiscais da Artex Tintas S/A, de Lojas Pirani S/A e da Vemag S/A).

    Os verdadeiros resultados da gesto de A. Amlcar de Oliveira Lima, frente da administrao fazendria, so os apurados oficialmente pelo Servio de Estatstica Econmica e Financeira do Ministrio da Fazenda, mas cuja divulgao foi. proibida. Afora a violenta agravao dos custos operacionais (SERPRO, CETREMFA, CONPLAF etc.) e o impressionante rebaixamento dos padres morais da administrao que fra recuperada pela Revoluo de 1964, verifica-se, alm do tumulto nos servios, em escala sem precedentes, que a arrecadao da receita tributria caiu em 1967, em trmos de moeda constante.

    Em 1968, corrente, a arrecadao da receita tributria, que no vai bem, s

    no est pior em virtude da grande majorao das alquotas do impsto sbre produtos industrializados.

    Alm das irregularidades praticadas na importao de um automvel, o Diretor-Geral d Fazenda Nacional funcionrio das Centrais Eltricas Paulistas tem-se destacado pelo desmando na utilizao dos dinheiros pblicos, afora seus atos ilegais praticados com resistncia e repulsa da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional. A propsito dsse assunto, em virtude das negativas dos Procuradores da Fazenda, em atender as suas insinuaes, resolveu contratar advogado particular, fato raro e nico no Servio Pblico. Pelo anncio publicado no Jornal do Brasil de 27 de Julho de 1968, recorte anexo, acenou com salrio aberto a contratao de profissional militante com conhecimento de legislao tributria. A contratao feita atravs do CONPLAF, que utiliza verbas da Assistncia Tcnica Americana. Com essa mesma fonte de verbas e outras, tem subornado funcionrios e contratado assessres estranhos, pagando salrios elevados para consecuo de atos contrrios aos intersses nacionais. Recentemente, a Direo-Geral da Fazenda, ou melhor, o Sr. Antnio Amlcar de Oliveira Lima, fz um acrdo aditivo de prestao de servios com o Servio Federal de Processamento de Dados SERPRO colocando sua disposio (dle, Diretor-Geral) mais de dois bilhes de cruzeiros antigos. No Ajuste de cinco bilhes de servios, dois bilhes esto destinados para o Diretor-Geral da Fazenda Nacional gastar como lhe aprouver. Consta que membros do Conselho de Administrao do SERPRO, com mandato com prazo fixo por lei, foram substitudos por no concordarem em aprovar contas irregulares do Diretor-Geral. Gratificaes e propinas altas esto sendo pagas atravs do SERPRO, com autorizao do Sr. Amlcar, e destinadas a subornar jornalistas e distribuir favores a assessres. As verbas colocadas no

  • 18 SERPRO e que por lei deveriam se destinar exclusivamente a prestao de servio de processamento de dados, esto sendo desviadas para promoo pessoal daquele diretor. Nunca houve tanta mistificao na administrao do Ministrio da Fazenda. sse cavalheiro est associado ao chefe do Gabinete do Ministro Francisco Israel Rodrigues de vila que tem sonegado ao Ministro tdas as informaes contrrias ao Diretor-Geral. Israel conseguiu exonerar o Presidente do Conselho de Administrao do SERPRO, e fazer-se, le mesmo, Presidente. Assim, no SERPRO, as verbas esto sendo gastas, ou jogadas fora, com a conivncia do Presidente do Conselho. Comenta-se que o SNI solicitara informaes, sbre as fontes de remunerao do Diretor-Geral da Fazenda, que percebe quase sete milhes de cruzeiros antigos. At agora no respondeu, pois o dito Sr. Israel o aconselhou a no faz-lo, pois se declinasse os valres estaria dando o pescoo frca, e se mentisse tambm o estaria. E assim o SNI no ver resposta. No segrdo que as gratificaes de gabinete do Diretor-Geral so pagas, em montantes elevados, sem recibo. Pergunta-se donde vm os recursos. Referido Diretor-Geral tem o hbito de requisitar processos de ao fiscal e ret-los, protegendo amigos. No caso da Vemag (alguns bilhes) ficou com o processo (e ainda est com le), at que conseguiu introduzir no Decreto-Lei n 352/68 (anistia) um dispositivo que liberava referida emprsa do pagamento de Impsto! J no se trata de dispensa de multa. Perdoa-se tambm impsto. Coitados dos assalariados. O Chefe do Gabinete do Ministro, Israel, tambm est associado s negociatas, e isto fala-se abertamente nos gabinetes. De simples funcionrio estadual de S. Paulo, no pode ter os meios para a vida faustosa que leva.

    notrio que Amlcar gastou irregularmente tda a verba da Comisso de Eficincia do Ministrio da Fazenda, em

    1967, e disso ir prestar contas ao Tribunal de Contas. Israel e Amlcar no tendo conseguido do Departamento do Impsto de Renda a revogao da Ordem de Servio n 7, de 1967, que interpretava lei de favor conseguida pelo Ministro Delfim Netto para beneficiar emprsas de So Paulo (Lei n 5.306), tomaram a iniciativa de revog-la, arcando com a responsabilidade do ato beneficiando grandes industriais: ver Portaria Ministerial GB-158, de maro de 1968. O Diretor-Geral, no tendo confiana na discrio de secretrias do servio pblico, est contratando outras, de fora, com rgios salrios, que cumprem religiosamente suas ordens, pois, alheias ao servio do Ministrio, no sabem o que esto fazendo. O Diretor-Geral chamou a si atribuies que no lhe pertencem e, sim, aos Departamentos Fiscais. So atos ilegais, contra os quais a Procuradoria da Fazenda tem se rebelado. Com isso, passou a controlar, a seu bel-prazer, as emprsas que entende, achacando-as, com os mais absurdos expedientes. No tm sido poucas as reclamaes pela incompetncia ou absurdo do que delas se exige, sem nenhum critrio ou objetivo lgico. Nenhuma se recusa a apresentar esclarecimentos, mas simplesmente no conseguem entender o que se pede. Dizem que h um escritrio especializado, de amigos da cpula, que sabem o que desejam as autoridades com as intimaes sem nexo. A histria do processo da Vemag, de So Paulo, retromencionado, tem lances interessantes.

    Conforme requisio do Diretor Delegacia do Impsto de Renda em So Paulo, dito processo entrou, na Direo-Geral, em compasso de espera. Quando da formulao do Decreto-Lei n 352/68 (anistia), os assessres viram a possibilidade de resolver o problema da sonegao do quatro bilhes da emprsa. O processo ficou congelado (e tambm o Decreto-Lei) at que o Diretor-Geral voltasse de sua viagem Alemanha. No regresso, houve a correria geral para ex-

  • 19 pedio do Decreto-Lei, nesta altura j nle introduzido o dispositivo que liberava a firma alem dos bilhes. Mera coincidncia o fato do Diretor-Geral ter trazido o Volkswagen nessa viagem, e que coagiu os funcionrios da Alfndega a liber-lo. Nem todos os servidores daquela repartio concordaram com a coao e licenciosidade e representaram contra o Diretor-Geral. Resultado: esto sendo perseguidos e ameaados de lotao em lugares distantes. E assim esto ameaados todos os agentes fiscais que no se dobrarem aos caprichos daquela autoridade. Caprichos que envolvem prejuzo de bilhes para a Fazenda. Smente depois de feita a denncia pelos funcionrios da Alfndega que o Diretor-Geral apressou-se em obter a licena de importao. O que mais lhe doeu foi o fato de ter que pagar de direitos crca de 22 milhes de cruzeiros antigos. E donde veio sse dinheiro? Talvez do SERPRO, do CONPLAF, de verbas secretas ou de algum amigo favorecido com seus atos.

    "ADVOGADO

    Precisa-se com prtica em legislao

    tributria. Salrio em aberto. Marcar entrevista pelo Tel. 52-7728 com D.

    Eunice. Apresentar "curriculum vitae" e uma fotografia

    3x4, recente." Volto a tratar do caso da importao

    irregularssima do automvel do Sr. Antnio Amlcar de Oliveira Lima. Se o fao porque desejo separar o joio do trigo. O Govrno do honrado Presidente Costa e Silva no atingido pelas crticas aqui feitas a sse infiel servidor que, infelizmente, continuando no cargo, procura envolver o Govrno nas tramias que vem praticando frente da Direo-Geral da Fazenda Nacional.

    Peo ateno desta Casa para a leitura que passo a fazer de dois documen-

    tos que provam, como disse, a irregularssima importao:

    a) Of. CACEX 67/1965 de 26-9-67 Doc. anexo

    b) Of. CACEX 68/709 de 2-2-68 Doc. anexo

    Ento temos a confirmao pelo rgo responsvel pela expedio da G.I. do seguinte:

    a) a G.I. (Guia de Importao) prvia, isto , ter que ser expedida antes do embarque da mercadoria. Isto lgico e evidente. A legislao especfica a isto obriga;

    b) a CACEX no expede G.I. depois do embarque da mercadoria, seja ela de que qualidade Pr, inclusive livros;

    c) a CACES, se fsse informada de que a mercadoria se encontrava j no Pas, no concederia em qualquer hiptese a G.I.

    No caso do Sr. Amlcar o que houve, o que sempre afirmei e reafirmo, que a G.I. foi expedida irregularmente de vez que a mercadoria j entrara em territrio Nacional, mas se a CACEX dsse fato tivesse conhecimento jamais expediria aqule documento. Mas quem escamoteou tal esclarecimento CACEX foi o Sr. Amlcar, que l compareceu pessoalmente e apenas solicitou a expedio da G.I., preenchendo o formulrio prprio com os detalhes do carro j ento importado, no registrando, porm, o detalhe que justamente lhe seria fatal para obteno da G.I., documento ste indispensvel a qualquer importao, seja ela de livros, mquinas e outras mercadorias necessrias ao Pas. Portanto, sse servidor infiel cometeu outro crime qual seja o de prestar falsa informao para obter benefcio prprio.

    Quando em discurso anterior declarei que os documentos comprovantes da fraude cometida estavam em meu poder

  • 20 e no com o nobre colega Eurico Rezende, a minha inteno era evitar fsse o nobre colega Vice-lder nesta Casa arrastado uma falsa posio em nome do Govrno, que no merece ser envolvido pelas falcatruas do tal de Amlcar. S. Ex. no me compreendeu e acabou tambm sendo enganado pelas informaes que lhe foram transmitidas por amigos do infeliz Diretor. O nobre colega Eurico Rezende no merecia a traio, mas a culpa no me cabe.

    Com a prova agora feita, temos que o Sr. Antnio Amlcar de Oliveira Lima, ainda Diretor-Geral da Fazenda Nacional, devedor Fazenda Nacional das seguintes parcelas:

    a) NCr$ 1.100,27 pela falta da legalizao da fatura comercial multa correspondente a 10% do valor do impsto de importao Proc. nmero 72.668/68 da Alf. Rio.

    b) NCr$ 6.993,74 infrao cambial pela importao sem G.I. prvia multa de 100% do valor da mercadoria;

    c) NCr$ 6.993,74 importncia a ser recolhida ao Banco do Brasil para a cobertura cambial de US$ 2.171,97, a NCr$ 3,22, uma vez que tambm o Sr. Amlcar sonegou, atravs de falsa informao, a inexistncia de cobertura cambial.

    O total da divida importa em NCr$ 15.087,751 Veja o nobre Senador Eurico Rezende o resultado das falcatruas do seu amigo Amlcar!

    Espero que agora o eficiente despachante tambm colabore com o Sr. Amlcar para que a Fazenda Nacional e o Banco do Brasil possam receber em 48 horas as importncias que de direito lhes pertencem desde 12-6-68, pois no mesmo prazo de 48 horas tudo se resolveu para que o infrator retirasse o seu carrinho! Lembro-me que a eficincia

    do despachante foi motivo de elogios por parte do nobre Senador Eurico Rezende.

    Mas como o Sr. Amlcar conseguiu US$ 2.171,97 para pagar no exterior o carrinho? Sbre sse passo de mgica falarei muito em breve. Agora, apenas reclamo o recolhimento da dvida sob pena de correo monetria, pois est evidente a dvida. A tarefa muito mais fcil; s querer pagar e despedir-se do cargo para no continuar a manchar injustamente o renome do Govrno, que nada tem de comum com a pessoa do Sr. Amlcar.

    Sr. Presidente, tenho em mos outros documentos que provam srias irregularidades no M.F. To srias so as acusaes que, antes de traz-las ao conhecimento desta Casa, pedirei ao meu nobre Lder nesta Casa Senador Daniel Krieger reunir a bancada do nosso partido para exame da matria e traar os rumos, pois no desejo atingir o Govrno a que sirvo com lealdade. O mar de lama no M.F. precisa desaparecer antes que o pior acontea. Meu dever o de impedir que funcionrios inescrupulosos continuem a trabalhar contra o Govrno, manchando-lhe o nome e lhe deformando a imagem, Separei o joio do trigo! A escolha no me pertence.

    CACEX/SEPED-67/1.965 Rio de Janeiro, 26 de setembro de 1967 Senhor Inspetor, Referindo-nos s importaes efetuadas por

    EDITORA CODEX LTDA., relativamente trazida de livros da coleo "O Mundo dos Museus", atravs das GI-67/25400 e 25401, transmitimos-lhe, a ttulo de colaborao, o nosso entendimento de que a guia de importao deve ter emisso anterior ao embarque das mercadorias no exterior, o que no foi observado no caso da firma mencionada.

  • 21 Valemo-nos do ensejo para reiterar a S. S. os

    protestos de nossa estima e considerao. BANCO DO BRASIL S.A., Carteira de

    Comrcio Exterior. Marcy Machado e Jos Eurico de Lacerda.

    Ao Ilustrssimo Senhor Inspetor da Alfndega do Rio de Janeiro, Nesta CACEX/SEPED-68/709-Pt. 1.481 Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 1968 Senhor Inspetor, Juntamos, em devoluo, o Processo n

    90.093-67, de intersse de Importadora M. Dweck Ltda., o qual acompanhou o seu Memorando n 16, de 11-1-68.

    2. A propsito, esclarecemos que a GI 67/47209 no pode servir ao importador para dar cobertura operao que, por culpa de ao ou omisso dle, se caracteriza como irregular.

    3. entendimento desta Carteira que o regime de importao do Pas prvio e, por conseguinte, o documento que ampara a operao (PLI ou GI) deve ter sua emisso anterior ao embarque da mercadoria no exterior.

    4. No merece acolhida, pois, a alegao da interessada de que dera entrada do PLI na Carteira antes do embarque do material, e garantimos que a emisso da GI s foi autorizada por ignorarmos ste fato.

    Servimo-nos da oportunidade para renovar a V. S. os protestos de nossa estima e considerao.

    Anexo: 1 processo. BANCO DO BRASIL S.A., Carteira do

    Comrcio Exterior. Jos Espnola da Gama e W. Santa Helena.

    Ao Ilustrssimo Senhor Inspetor da Alfndega do Rio de Janeiro Nesta

    O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho): O primeiro orador inscrito o Sr. Vasconcelos Trres, a quem concedo a palavra.

    O SR. VASCONCELOS TRRES (sem reviso do orador.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, quando o Gen. Albuquerque Lima pronunciou uma conferncia na Assemblia Legislativa do Estado da Guanabara sbre a integrao do chamado Grande Rio, nos debates referiu-se S. Ex. aos ataques que a Rdio de Moscou estava fazendo ao Projeto Rondon.

    Procurei inteirar-me, Sr. Presidente, e recolhi a informao de que a emissora sovitica, agredindo a nossa mocidade, tem divulgado fantasias a respeito dessa jornada universitria, que feita rigorosamente s expensas do Brasil.

    Desejo, como Senador da Repblica, como parlamentar, tornar patente o meu repdio a sse tipo de programao, que, no se assentando em dados reais, procura apresentar uma imagem deformada do nosso Pas.

    Sabemos muito bem que a Rdio moscovita no lograr o seu intento aqui, mas em outras reas, pelo fato de ser a propaganda uma arma terrvel, pelas conseqncias psicolgicas que pode ocasionar, talvez venha a fazer com que o Brasil aparea destorcidamente, quando os locutores de Moscou do uma verso que considero injuriosa.

    Quero manifestar solidariedade ao homem que mais de perto tem lidado com o Projeto Rondon, o General Albuquerque Lima, e ao Coronel Mauro Rodrigues, que teve oportunidade de examinar detalhadamente o que se vem passando com a programao sucessiva dessa emissora.

    O SR. DESIR GUARANI: Permite V. Ex. um aparte?

    O SR. VASCONCELOS TRRES: Pois no. O SR. DESIR GUARANI: A

    comunicao que V. Ex. est fazendo Casa

  • 22

    das mais importantes e por si s d o conceito elevado de que goza, dentro do consenso nacional, a chamada Operao Rondon; no nosso entender uma das iniciativas de maior alcance no processo de integrao nacional, desenvolvido com tanta eficincia e com tanto entusiasmo pelo Ministrio do Interior, a cargo do General Albuquerque Lima. O fato de uma nao estrangeira criticar veementemente essa operao d o justo valor do seu aspecto nacionalista. Damos a nossa integral solidariedade s palavras de V. Ex. e a nossa manifestao de que, a nosso ver, a Operao Rondon uma das iniciativas mais elogiveis do atual Govrno, no sentido da integrao nacional, utilizando todo o patriotismo e tda a fra viva da mocidade estudantil, para um conhecimento mais profundo da realidade brasileira no que ela possui de mais eficiente, que merece todo o apoio e colaborao da mocidade para ser resolvida.

    O SR. VASCONCELOS TRRES: Realmente o . Registro, com agrado, a interferncia de V. Ex., porque justamente para o seu Estado que se tem deslocado mais a mocidade integrante do Projeto Rondon.

    Entusiasma, de fato, percorrer os relatrios de jovens acadmicos de medicina, de engenharia, de veterinria e de odontologia, que vo para os lugares mais afastados e fazem levantamentos scio-econmicos, num aprendizado de primeira qualidade e com sentido eminentemente brasileiro, justamente o que marca o Projeto Rondon. Realizada com verbas rigorosamente verde-amarelas, ao contrrio do que vem assoalhando a Rdio de Moscou, que h participao estrangeira e objetivos polticos no financiamento dessas caravanas estudantis, a Operao Rondon, como foi ressaltada pela bca de um oposicionista, fao questo de frisar um lado positivo do Govrno.

    sse , talvez, o dilogo ideal a se travar com a mocidade, fazer com que ela entre em contato direto com a realidade nacional, sinta os dramas que vo por a afora, no s no Estado de V. Ex., mas tambm o meu, que a terceira Unidade da Federao na arrecadao de impostos, que o terceiro Estado no volume de produo industrial. H zonas pauprrimas no norte fluminense, e muitas autoridades ignoravam os desajustamentos sociais que se observavam. Graas ao Projeto Rondon, no Estado do Rio conseguimos ver, por exemplo, o tipo de doena que grassava no sul do Estado, o fenmeno do xodo rural se intensificando no norte fluminense, uma srie de dados, inclusive zonas completamente apartadas dos centros municipais e num deslocamento total com a vida do Estado, que o Projeto Rondon, tendo feito essa descoberta, realizando sse relatrio, permite autoridade governamental, de posse dsse verdadeiro Raio X, erradicar as enfermidades e os desajustamentos observados e isso graas a essa caravana de moos que tem o nome muito adequado de Projeto Rondon.

    Sr. Presidente, manifesto o meu mais formal repdio emissora de Moscou que faz essa propaganda enxovalhante. Fazendo justia a si prpria, ela bem demonstra o que pode ser a mentira internacional, a intriga, a desinformao e o prprio achincalhe. Ao mesmo tempo, expresso ao General Albuquerque Lima e a sua equipe, particularmente aos que realizam o Projeto Rondon, a minha mais integral solidariedade, que no minha s, Sr. Presidente, tenho certeza, nem sequer do Senado, e tampouco do Congresso brasileiro. de todo o povo da nossa terra que j aprendeu a admirar e a querer bem a sses jovens que, nas frias, ao invs de goz-las em recantos tursticos, vo para as zonas mais inspitas dste Pas, para aprender e para cada vez mais amar a nossa Ptria. (Muito bem! Muito bem!)

  • 23 O SR. PRESIDENTE (Gilberto Marinho):

    Com a palavra o Sr. Senador Petrnio Portela. O SR. PETRNIO PORTELA (sem reviso

    do orador.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, o Senador Milton Trindade, da tribuna do Senado, fz crticas tardana do Tribunal Superior do Trabalho em mudar-se para a Capital da Repblica. Na oportunidade, estendeu suas consideraes sbre a posio da Associao Comercial de Braslia.

    No uso do direito de defesa, o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho dirigiu a V. Ex., Sr. Presidente, longa exposio em que pretende esclarecer todos os pontos atacados, tenho certeza de boa f, pelo ilustre Senador Milton Trindade.

    Por delegao do meu eminente Lder e Presidente da ARENA, Senador Daniel Krieger, aqui me encontro para ler, da tribuna do Senado, os esclarecimentos que entendeu oportuno prestar a esta Casa o Presidente da Egrgia Crte de Justia Especial.

    O ofcio do seguinte teor: Of. GP-590/68 Em 2 de outubro de 1968. Sr. Presidente: Tendo em vista o discurso proferido pelo

    Senador Milton Trindade na Sesso de 24 de setembro ltimo, nessa Colenda Casa do Congresso Nacional, a propsito da transferncia dste rgo do Poder Judicirio para Braslia, tenho a honra de prestar a V. Ex. os seguintes esclarecimentos:

    1. O Tribunal Superior do Trabalho no revogou nem cancelou qualquer resoluo alusiva sua transferncia para a Capital da Repblica; apenas decidiu, na sesso de 7 de agsto, complementar as resolues anteriores, no sentido de pleitear do Govrno Federal a

    remessa de mensagem ao Congresso Nacional, abrindo crdito para a construo de apartamentos a serem locados aos Senhores Ministros e funcionrios, com alugueres razoveis, compatveis com os respectivos vencimentos, tal como procedido em relao ao Egrgio Superior Tribunal Militar, desobrigando-os da aquisio de unidades residenciais a que estavam sujeitos. Essa providncia j foi solicitada ao Exmo. Sr. Presidente da Repblica, em audincia concedida em 12 de setembro prximo passado, qual compareceram cinco dos Senhores Ministros. (doc. 1.).

    2. Em relao ao Edifcio-sede, prosseguem as obras no mesmo ritmo, realizada em 27 de setembro a concorrncia pblica para o seu acabamento. (doc. 2). Ressalte-se, para que no sofram soluo de continuidade, que em Ofcios de 14 de agsto e 20 de setembro, apressava-se o Diretor-Geral dste Tribunal, por determinao desta Presidncia, em comunicar Companhia Urbanizadora da Nova Capital (NOVACAP) haver autorizado a Agncia Central do Banco do Brasil S/A a transferir para Braslia, disposio daquela entidade encarregada da construo do Edifcio-sede, respectivamente, as importncias de NCr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros novos), e NCr$ 105.000,00 (cento e cinco mil cruzeiros novos), aps o necessrio expediente ao referido estabelecimento de crdito (docs. 3, 4, 5 e 6). Tudo a evidenciar que a atual administrao do Tribunal no tem o intuito de procrastinar a transferncia, como se tem propalado;

    3. A resoluo referente aquisio de moradias para a locao foi tomada em dados reais, demonstrando que smente cinco Ministros, dos dezessete que compem ste Tribunal, e vinte e oito funcionrios, entre quase duas centenas, esto dispostos a se tornarem proprietrios em Braslia, conforme levantamento posteriormente procedido, considerados os setenta apartamentos objeto de contratos

  • 24 com a Coordenao do Desenvolvimento de Braslia (CODEBRS). Isto porque, ao contrrio do acentuado pelo Senador Trindade, nem os Juzes, nem os funcionrios do TST podem perceber as dirias de Braslia (as chamadas dobradinhas), pela bvia razo de que a lei que as instituiu j foi revogada, no sendo elas devidas, portanto, aos servidores que agora so removidos para a Capital Federal. Como conseqncia, em 10 de setembro, dirigiu esta Presidncia ao Exm. Sr. General Mrio Gomes, presidente da referida entidade, Ofcio-consulta, relembrando assunto pertinente, indagando da possibilidade de distrato dos contratos, sem qualquer nus para os interessados, inclusive correo monetria, juros pela Tabela Price etc., antes de cuidar da locao dos apartamentos cuja venda estava compromissada (doc. 1). Justificava-se a devida consulta, sabendo-se, por clusula contratual, obrigados os adquirentes ao pagamento das prestaes avenadas to logo entregues as chaves ainda que no coincidentes com a data da transferncia do Tribunal, face a resoluo em apro e as traadas medidas de execuo.

    4. No h, conseqentemente, como se falar em grupo antimudancista e, muito menos, em lder antimudancista. Alis, j foi esclarecido que o Ministro Arnaldo Sussekind, a quem se atribui essa liderana, no foi sequer o autor da proposta da Resoluo aprovada na sesso de 7 de agsto, pela maioria absoluta do Tribunal, em votao da qual participaram todos os seus Juzes. Por isto mesmo, ste Tribunal aprovou, por unanimidade, moo de desagravo e solidariedade ao mencionado Ministro, encontrando eco na manifestao da nobre classe dos Advogados de So Paulo (doc. 8) e do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil Seo do Estado da Guanabara (doc. 9).

    5. Estranha o Senador Trindade que o Ministro Sussekind haja sido eleito Vi-

    ce-Presidente, porque tal eleio deve seguir a ordem de antiguidade e no estava na sua vez. Ora, no preciso relembrar que a eleio no rodzio e que onze dos dezessete Juzes dste Tribunal resolveram eleg-lo para aqule cargo;

    6. A nota oficial da Associao Comercial do Distrito Federal resultou, ao contrrio do que pensa o Senador Trindade, do fato de terem os Diretores da Associao verificado, no primeiro contato que mantiveram com a Comisso designada para tratar da transferncia do Tribunal para Braslia, que haviam se precipitado na atitude assumida, quando se deixaram levar por notcias falsas que lhes foram levadas pelos que tentam em vo denegrir a honra e a dignidade da maioria de seus Juzes. Provvelmente so os mesmos que agora informam ao Senador Milton Trindade e ao Editor-chefe do Correio Braziliense;

    7. Finalmente, Sr. Presidente, embora admissvel o direito de crtica, jamais ser justificvel a calnia e a injria envolvendo Juzes e o prestgio do prprio Tribunal, rgo de cpula da Justia do Trabalho, instituio que pela sua elevada destinao deve merecer todo o respeito de seus jurisdicionados.

    Levando ao conhecimento de V. Ex. o entendimento dste Tribunal sbre o episdio para a considerao que merecer, queira aceitar as nossas maiores e melhores homenagens.

    (a) Thlio da Costa Monteiro, Presidente. Doc. N 1

    TRANSFERNCIA DO TST PARA BRASLIA

    O Presidente Costa e Silva recebeu em

    audincia a nova administrao do Tribunal Superior do Trabalho, constituda dos Ministros Thlio da Costa Monteiro, Arnaldo Sussekind e Fernando Nbrega, os quais se faziam acompanhar dos Ministros Geraldo Starling Soares, Ray-

  • 25

    mundo de Souza Moura, que integram a comisso que tem a incumbncia de executar a resoluo referente transferncia do Tribunal para a Capital Federal.

    Na oportunidade, o Presidente do TST, entregou ao Marechal Costa e Silva os expedientes sbre o assunto, tendo o Presidente da Repblica prometido estudar a solicitao de crdito para aquisio de apartamentos destinados a locao por Juzes e funcionrios a fim de encaminhamento posterior ao Ministrio da Fazenda.

    Doc. n 2 Braslia, 27 de setembro de 1968. Senhor Ministro-Presidente, Realizou-se hoje s 10 horas da manh a

    concorrncia pblica para acabamento das obras do Edifcio-sede dste egrgio Tribunal. Compareceram as seguintes firmas, que propuseram os preos abaixo discriminados:

    Construtora Eldorado Ltda. eliminada por apresentar documentao deficiente. Carvalho Hosken S/A NCr$ 5.218.505,05. Ecisa NCr$ 5.111.489,26. Construtora Guaranh NCr$ 3.209.151,59. Cavalcanti Junqueira S/A NCr$ 4.388.604,60. Ribeiro Franco S/A NCr$ 4.763.404,00. CCA Cia. de Construtores Associados eliminada por apresentar documentao errada.

    Aps a abertura dos envelopes, ser feito o estudo detalhado de cada proposta pela Diviso Tcnica do Departamento de Edificaes. Qualquer que seja o resultado, para efeito de previso oramentria, devero ser acrescentados ao preo proposto pelo vencedor mais 25% para possveis e eventuais modificaes que se faam necessrias no decorrer da obra etc. e mais 20% para reajustamento. Assim que fr feito o julgamento final e homologada a concorrncia, comunicarei imediatamente o resultado a V. Ex.

    Continuam em execuo os servios de armao e fras da laje de cobertura. A concentragem dever ser iniciada na prxima semana. Ainda no o foi por falta de cimento em Braslia. A Novacap ainda no ultimou um prazo para concluso da estrutura. Particularmente acredito que possamos considerar como sendo o prximo dia 15 (outubro) a data de fim de concentragem da 3 laje. Porm s depois de um ms que podero ser retirados o escoramento e as frmas.

    Sem mais, no momento, atenciosamente, Mrcia Aguiar Nogueira Batista Doc. n 3 Of. DGS 556/68

    14 de agsto de 1968 Do Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal

    Superior do Trabalho. Ao Ilmo. Sr. Gerente do Banco do Brasil, no Estado da Guanabara. Assunto: Ordem de pagamento.

    Sr. Gerente: Sirvo-me do presente para solicitar de V. S.

    seja transferido para Braslia, disposio da COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL, a importncia de NCr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros novos), correspondente a parte do DEPSITO DE PODRES PBLICOS VISTA, feito pelo Ministrio da Fazenda, nesse estabelecimento bancrio, disposio dste Tribunal, atravs do Aviso n 46.158/68, SGMF n 305, de 24-4-68, de NCr$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil cruzeiros novos).

    Aproveito a oportunidade para apresentar a V. S. os meus protestos de estima e considerao.

    (a) Joo Zoghbi Diretor-Geral.

  • 26 Doc. n 4 Of. DGS 557/68

    14 de agsto de 1968

    Do Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal

    Superior do Trabalho. Ao Ilmo. Sr. Superintendente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil. Assunto: Ordem de Pagamento

    Sr. Superintendente: Venho com o presente comunicar a V. S. que

    nesta data autorizei AGNCIA CENTRAL DO BANCO DO BRASIL S/A, nesta cidade, a transferir para Braslia, disposio dessa Companhia, a importncia de NCr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros novos), importncia essa que se destina a fazer face s despesas que vm sendo efetuadas, pela NOVACAP, com o Edifcio-sede dste Tribunal.

    Aproveito o ensejo para apresentar a V. S. os meus protestos de estima e considerao.

    Joo Zoghbi Diretor-Geral. Doc. n 5 Of. DGS 674/68

    20 de setembro de 1968.

    Do Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal

    Superior do Trabalho. Ao Ilmo. Sr. Gerente do Banco do Brasil, no Estado da Guanabara. Assunto: Ordem de pagamento.

    Sr. Gerente: Sirvo-me da presente para solicitar de V. S.

    seja transferido para Braslia, disposio da COMPANHIA URBANIZADORA DA NOVA CAPITAL DO BRASIL, a importncia de NCr$ 105.000,00 (cento e cinco mil cruzeiros novos), correspondente ao DEPSITO DE PODRES PBLICOS VISTA, feito pelo Ministrio da Fazenda, nesse estabelecimento bancrio, disposio dste Tribunal, atravs do Aviso n GB-296, de 25-4-68.

    Aproveito a oportunidade para apresentar a V. S. os meus protestos de estima e considerao.

    Joo Zoghbi Diretor-Geral. Doc. n6 Of. DGS 675/68

    20 de setembro de 1968.

    do Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal

    Superior do Trabalho. Ao IImo. Sr. Superintendente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil. Assunto: Ordem de pagamento.

    Sr. Superintendente: Venho com o presente comunicar a V. S. que

    nesta data autorizei Agncia Central do Banco do Brasil S/A, nesta cidade, a transferir para Braslia, disposio dessa Companhia, a importncia de NCr$ 105.000,00 (cento e cinco mil cruzeiros novos), importncia essa que se destina a fazer face s despesas que vm sendo efetuadas, pela NOVACAP, com o Edifcio-sede dste Tribunal.

    Aproveito o ensejo para apresentar a V. S. os meus protestos de estima e considerao.

    Joo Zoghbi Diretor-Geral. Doc n 7 Of. GP 544/68

    Em 10 de setembro de 1968.

    Sr. Presidente: Tendo em vista a resoluo tomada em

    Sesso administrativa realizada em 7 de agsto passado, a que compareceram todos os seus Juzes, tive a honra de, pessoalmente, acompanhado dos Senhores Ministros Arnaldo Lopes Sussekind, Geraldo Starling Soares e Raymundo de Souza Moura, membros da Comisso constituda para lhe dar cumprimento, comunicar a V. Ex. que a mudana do Tribunal Superior do Trabalho para Braslia s se efetivar em data a ser fixada oportunamente pelo prprio

  • 27 Tribunal, depois de obtidas, alm da concluso do Edifcio-sede, condies de moradia para os seus Ministros e funcionrios, compatveis com os respectivos vencimentos. Mais, ainda, que seria pleiteado do Govrno Federal a remessa de mensagem ao Congresso Nacional, abrindo crdito para a construo de apartamentos a serem locados a seus Ministros e funcionrios, com alugueres razoveis, tal como foi procedido em relao ao egrgio Superior Tribunal Militar. Por ltimo, que entendimentos deveriam ser processados com a CODEBRS visando a tornar sem efeito os atos j praticados para a aquisio de apartamentos, dada a impossibilidade geral verificada para o cumprimento das obrigaes financeiras que teriam de ser satisfeitas, ressalvada a situao daqueles que, pelas suas condies particulares, optarem pela aquisio.

    Em face do exposto, certo que j compromissada a venda de muitas unidades residenciais a servidores dste rgo pblico, ficando tais compromissos de venda condicionados a essa mudana dos servidores, at a completa instalao de todo o Tribunal em Braslia (Of. Codebrs/Dir. Tec. n 177/68, de 19 de julho de 1968), para resguardo de direitos comuns e ulteriores providncias no sentido da consecuo de medidas a serem tomadas pela referida Comisso de Ministros, a qual est procurando dar fiel e integral cumprimento Resoluo em apro, indago de V. Ex. o seguinte:

    1) se a entrega das unidades residenciais aos servidores est condicionada a efetiva mudana do Tribunal para Braslia;

    2) se h possibilidade de distratos dos contratos solenizados com a CODEBRS, registrados no Cartrio competente, sem qualquer nus para os servidores, inclusive correo monetria, juros etc;

    3) em no sendo vivel a anulao do ato praticado, h possibilidade de Ministros e funcionrios compromissados serem substitudos, mantidas as mesmas condies estabelecidas pelas partes contratantes, por outros em situao de faz-lo, que constituram um segundo grupo, cujas unidades residenciais j lhes foram reservadas;

    4) havendo retardo na mudana do Tribunal para Braslia, seria permitido aos servidores locarem seus apartamentos at que ela se efetive?

    Aguardando breve resposta, aproveito o ensejo para apresentar a V. Ex. os protestos de elevada estima e distinta considerao.

    Thlio da Costa Monteiro Presidente. DOC. N 8 ATA DA VIGSIMA QUARTA SESSO

    PLENA ORDINRIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

    Aos vinte e cinco dias do ms de setembro do

    ano de mil novecentos e sessenta e oito, na sala de sesses do Tribunal Superior do Trabalho, realizou-se a vigsima quarta sesso plena ordinria do mesmo Tribunal, sob a Presidncia do Excelentssimo Senhor Doutor THLIO DA COSTA MONTEIRO, Ministro-Presidente, e presentes a Doutora NATRCIA SILVEIRA PINTO DA ROCHA, representando o Doutor Procurador-Geral e o Secretrio do mesmo Tribunal Doutor JOS BARBOSA DE MELLO SANTOS. s treze horas estavam presentes os Excelentssimos Senhores Ministros Rmulo Cardim, Tostes Malta, Starling Soares, Fortunato Peres Jnior, Luiz Menossi, Lima Teixeira, Charles Moritz, Arnaldo Lopes Sussekind, Raymundo de Souza Moura, Ary Campista, Antnio Alves de Almeida, Celso Lanna, Dlio de Albuquerque Maranho e Joel Salgado

  • 28 Bastos, os trs ltimos convocados, substituindo, respectivamente, os Excelentssimos Senhores Ministros Caldeira Netto, Jlio Barata e Hildebrando Bisaglia, em gzo de licena. Em virtude de convocao, compareceu tambm o Excelentssimo Senhor Ministro Floriano Maciel, para julgamento dos processos a Sua Excelncia afetos. Deixou de comparecer o Excelentssimo Senhor Ministro Astolfo Serra, em gzo de frias. Havendo nmero legal, o Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente declarou aberta a sesso, determinando a leitura da ata da reunio anterior, realizada aos dezoito dias do ms em curso, a qual foi aprovada sem restries. A seguir, o Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente, aps manifestar-se sbre a leitura e aprovao das atas pelo Tribunal, referiu-se ata da sesso realizada no dia quatro do corrente, publicada no Dirio da justia do dia dezoito, declarando que deixara de figurar na mesma aprovao, unnime, da moo, que propusera, de solidariedade e desagravo ao Excelentssimo Senhor Ministro Arnaldo Lopes Sussekind pelos injustificados ataques sofridos por parte de diretores da Associao Comercial do Distrito Federal, divulgados pela imprensa de Braslia, os quais se basearam em fatos inverdicos e notcias falsas relacionadas com a transferncia do Tribunal para a Capital da Repblica. Referiu-se, ainda, Sua Excelncia ata do dia onze, tambm do corrente, na parte em que noticia a visita de ilustres membros da Ordem dos Advogados do Brasil, Seco da Guanabara, a ste egrgio Tribunal, vez que a manifestao, ali consignada, fra de adeso moo de solidariedade, j referida. A seguir, o Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente props um voto de profundo pesar pelo falecimento do Excelentssimo Senhor Doutor Desembargador Benedicto Pio Ottoni, unnimemente aprovado e ao qual se associou a Douta Procuradoria-Geral, devendo a

    honenagem ser comunicada famlia enlutada. Em seguida, usou da palavra o Excelentssimo Senhor Ministro Arnaldo Lopes Sussekind, para, tendo em vista o transcurso, na presente data, do aniversrio natalcio do Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente, formular a Sua Excelncia, em nome dos Excelentssimos Senhores Ministros titulares dos Juzes convocados, votos de felicidade, extensivos Excelentssima famlia. A essa manifestao, associaram-se a Douta Procuradoria-Geral e o advogado Doutor Mrio Carvalho de Jesus, em nome da classe, o qual, na oportunidade, deu conhecimento ao Tribunal da moo de solidariedade aos Excelentssimos Senhores Ministros, por parte dos advogados militantes na Justia do Trabalho em So Paulo, documento sse nos seguintes trmos: Excelentssimo Senhor Ministro Thlio da Costa Monteiro, Muito Digno Presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Conhecendo os injustificados ataques que sse Colendo Tribunal sofreu por parte de diretores da Associao Comercial de Braslia, atravs da imprensa escrita, falada e televisionada da Capital Federal, mencionadas na resoluo de quatro de setembro corrente, dsse Colando Tribunal; os advogados militantes na Justia do Trabalho de So Paulo vm, respeitosamente, solidarizar-se com todos os senhores excelentssimos Ministros, repelindo precipitadas manifestaes de diretores daquela entidade, eis que a transferncia do Tribunal Superior do Trabalho para Braslia depende nicamente da concesso de meios semelhantes aos oferecidos ao egrgio Tribunal Superior Militar. Mais do que desagravo, alis desnecessrio, por ser sse Colendo Tribunal inatingvel no seu propsito de bem distribuir justia, desejam os subscritores desta moo expressar o seu reconhecimento pela serenidade imprimida aos trabalhos dessa Crte, com reais benefcios para tda a comunidade nacional. Com manifestaes do mais al-

  • 29 to respeito e apro (seguem-se as assinaturas dos manifestantes). Com a palavra, a seguir, o Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente agradeceu Sua Excelncia, em nome do Tribunal, a manifestao de solidariedade, a qual, tinha certeza, no faltaria, agradecendo, a seguir, os votos de felicitaes pelo transcurso de seu aniversrio natalcio. Em seguida, submeteu o Excelentssimo Senhor Ministro-Presidente deliberao do Tribunal processo de embargos de declarao opostos ao acrdo proferido em vinte e nove de maio de mil novecentos e sessenta e oito, do qual fra Relator o Excelentssimo Senhor Ministro Jlio Barata, em gzo de licena (E-RR-1.410/67), a fim de que se decidisse sbre a designao de relator para o mes