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ANÁLISE COMPARATIVA DO USO DAS
FERRAMENTAS DE GESTÃO LEAN
MANUFACTURING E SEIS SIGMA:
ESTUDO DE CASO
Marcio Gonçalves Cabeça (UNIMEP)
Iris Bento da Silva (UNIMEP)
GUSTAVO BENEVIDES (UNISO)
A escolha da melhor ferramenta de gestão para suportar o processo de
melhoria continua é fundamental em um ambiente competitivo e
dinâmico. Neste ambiente surge as ferramentas de gestão Seis Sigma e
Lean Manufacturing como opçõe para serem utilizadas.O objetivo
deste artigo é fazer uma analise crítica das ferramentas Seis Sigma e
Lean Manufacturing através do resultado de um estudo de caso onde
estas ferramentas foram aplicadas na resolução de um problema de
qualidade em um produto manufaturado
Palavras-chaves: Seis Sigma; Lean Manufacturing; Estudo de Caso.
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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1. Introdução
Atualmente as empresas do setor automotivo se vêem em uma busca constante por redução de
custos e melhorias de qualidade em seus processos produtivos e administrativos. E neste
processo de melhoria continua as empresas se vêem perdidas não sabendo definir qual a
melhor ferramenta a ser adotada, ora por falta de conhecimento ora por falta de literatura
especifica que trate do tema.
Um exemplo recente deste dilema é a junção das ferramentas Lean Manufacturing e Seis
Sigma, originando, o Lean Sigma, e aumentando com isto a confusão sobre qual a melhor
metodologia a ser utilizada e qual o contexto mais apropriado.
Conforme Mortimer (2006) interessantemente o Seis Sigma vem sendo utilizado
conscientemente devido a um grande quantidade de vantagens. Isto se justifica uma vez que a
ferramenta Seis Sigma tem como base fundamental reduzir a variação nos processos e com
assim eliminar os defeitos ou falhas nos produtos e processos. (LINDERMAN et. al. 2003;
ANDRIETTA;MIGUEL; 2003).
Por um outro lado, conforme Bhasin e Burcher (2004), uma grande porção da literatura sugere
que a metodologia Lean Manufacturing ajuda na competitividade das empresas. Enfatizando a
eliminação do desperdício em todas as atividades ao longo do fluxo de valor (Arnheiter e
Maleyeff., 2005).
Neste contexto NAVE (2002) salienta que a seleção da metodologia mais adequada para o
processo de melhoria depende da cultura da organização em questão e de acordo com este
mesmo autor, os lideres de cada metodologia (Lean Manufacturing e Seis Sigma) proclamam
que as suas ferramentas e métodos podem superar todas as dificuldades quanto à cultura e
valores das organizações uma vez que a implementação de sua metodologia, o foco em suas
ferramentas, métodos e teorias irão permitir melhorar a teoria de gerenciamento e a estratégia
do negócio.
Por isto conforme o autor é de suma importância para as empresas que os projetos e
atividades de melhoria estejam alinhadas com sua cultura e valores, independente de quanto
atrativa determinada metodologia possa parecer.
1.1. Objetivos do Artigo:
De acordo com Bendell (2006) tem havido inumeras tentativas de se combinar as
metodologias Lean Manufacturing e Seis Sigma sobre títulos como por exemplo: “Lean Seis
Sigma” ou “ Lean Sigma”.
E conforme Bendell (2006), na realidade estes são exemplos práticos de incompatibilidade e
mesmo conflitos entre as abordagens que tem levado a subutilização de processos e
programas de melhoria.
E neste mesmo autor questiona até qual extensão as duas abordagens são compatíveis e como
eles podem ser eficientemente combinados em um único sistema?
Neste contexto e com o objetivo de responder este questionamento esse artigo será avaliado a
aplicação das ferramentas Lean Manufacturing e Seis Sigma na resolução de um problema de
qualidade em um produto manufaturado.
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Com isto, pode-se afirmar que o objetivo deste artigo é o de realizar uma análise comparativa
do resultado da aplicação das ferramentas Lean Manufacturing e Seis Sigma e assim indicar a
melhor situação para aplicação de cada uma.
2. Seis Sigma
Atualmente cada vez mais o Seis Sigma vem sendo aplicado como uma metodologia de
melhoria dos negócios ao invés de uma medição estatística baseada em tecnologia ( BEHARA
et al., 1995 ; HARRY e SCHROEDER, 2000; McADAM ; LAFFERTY; 2004).
A abordagem Seis Sigma tem se provado altamente eficiente em termos de realizar economias
de custos e aumento na satisfação dos clientes.
Tipicamente, os Seis Sigma é uma estratégia, uma abordagem abrangente para empresa onde
os projetos têm o potencial de simultaneamente reduzir custos e aumentar a satisfação dos
clientes ( Bendell, 2006).
Conforme LINDERMAN et al., (2003); ANDRIETTA;MIGUEL; (2003) o principio
fundamental do programa Seis Sigma é reduzir continuamente a variação nos processos e com
isto eliminar os defeitos ou falhas nos produtos e processos.
O que é denominado Seis Sigma surgiu no início de 1987, quando profissionais da empresa
Motorola iniciaram uma série de estudos sobre os conceitos estabelecidos por Deming sobre a
variabilidade dos processos de produção, tendo como objetivo melhorar o desempenho por
meio da análise de tais variações. Essas iniciativas foram reconhecidas pela direção da
Motorola, que apoiou e estimulou a disseminação da nova abordagem proposta, pois visava à
implantação em todas as atividades da empresa e enfatizava o conceito de melhoria contínua
(HENDERSON e EVANS, 2000; ANDRIETTA; MIGUEL, 2007).
2.1. Processo DMAIC
A metodologia DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve e Control) é particularmente
efetiva para manufatura e processos simples de serviços (Bendell, 2006)
As etapas da metodologia DMAIC pode ser definida conforme abaixo:
Etapa Definir: Identificar o processo ou produto que necessita de melhoria;
Etapa Medir: Selecionar as características do produto, mapear os processos, realizar
as medições necessárias, gravar os resultados e estimar a capacidade do processo no curto e
longo prazo;
Etapa Analisar: Analisar e fazer benchmark dos produtos e processos chaves e suas
métricas;
Etapa Melhoria: Tomar as ações necessárias para melhorar os produtos e processos
identificados como críticos;
Etapa Controlar: Garantir que as condições do novo processo são documentadas e
monitoradas via controle estatístico de processo.
2.2. Estrutura do Seis Sigma
Um dos pontos fortes do programa Seis Sigma é a sua estrutura onde os papéis de cada
membro do programa esta claramente definido, conforme exemplo abaixo.
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Nível de
AtuaçãoPrincipais Atribuições
SponsorPrincipal Executivo
da EmpresaPromover e definir as diretrizes para a implementação do Seis Sigma.
Sponsor Facilitador Diretoria Assessorar o Sponsor do Seis Sigma na implementação do programa.
Champion Gerência Apoiar os projetos e remover possíveis barreiras para o seu desenvolvimento.
Master Black Belt StaffAssessorar os Sponsors e Champios e atuar como mentores dos Black Belts e
Green Belts.
Balck Belt StaffLiderar equipes na condução de projetos multifuncionais (preferencialmente) ou
funcionais.
Green Belt StaffLiderar equipes na condução de projetos funcionais ou participar de equipes
lideradas por Black Belts.
Yellow Belt Supervisão
Supervisionar a utilização das ferramentas Seis Sigma na rotina da empresa e
executar projetos mais focados e de desenvolvimento mais rápido que os
executados pelos Green Belts.
White Belt OperacionalExecutar ações na operação e rotina da empresa que irão garantir a manutenção, a
longo prazo, dos resultados obtidos por meio dos projetos.
Patr
ocin
ad
or
Esp
ecia
lista
s
Patrocinador /
Especialista
FIGURA 2 – Papéis dos membros do programa Seis Sigma
Na figura 2 pode-se observar as atribuições dos principais participantes do programa Seis
Sigma, onde observa-se as responsabilidades, níveis de atuação e título da posição.
3. Lean Manufacturing
O sistema Toyota de produção teve inicio na década de 1950, no Japão, mas especificamente
na Toyota (FILHO; FERNANDES, 2004). Foram Eiiji Toyoda e Taiichi Ohno, da Toyota,
que perceberam que a manufatura em massa não funcionaria no Japão e adotaram uma nova
abordagem a qual tinha a finalidade de eliminar os desperdícios (Womack et. al. 1992).
LIKER (2204) propôs um modelo para o sistema Toyota de produção onde ele descreve 14
princípios os quais, em sua opinião, constituem a fundação do sistema Toyota de produção,
conforme figura 3.1. De acordo com este mesmo autor, o segredo do sucesso da Toyota é a
sua incrível consistência de performance resultado da excelência operacional.
Conforme LIKER (2004), os sete desperdícios que o Lean Manufacturing procura eliminar ou
diminuir continuamente são: super produção, espera, transporte desnecessário, processamento
desnecessário, estoque, movimento desnecessário e defeitos.
De acordo com Andersson et.al. (2006), os princípios do Lean Manufacturing, são:
Especificar o Valor - É aquilo que o cliente valoriza, o ponto de partida para Lean, é o cliente
e não a empresa que define o que é valor.
Identificar o Fluxo de Valor - Significa dissecar a cadeia produtiva e separar os processos em
três tipos: Os que geram valor; os que não geram valor, mas são importantes para a
manutenção dos processos e da qualidade e os que não agregam valor e devem ser eliminados.
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Criação de Fluxos Contínuos - Exige uma mudança de mentalidade, pois, deve-se pensar em
dar “fluidez” para os processos ao invés de pensar na produção em termos de departamento.
Um dos efeitos imediatos é a redução dos estoque e lead time de fabricação.
Produção Puxada - Consumidor passa a “puxar” a produção, eliminando estoques e dando
valor ao produto.
Busca da perfeição - Aperfeiçoamento continuo em busca de um estado ideal.
FIGURA 3.1 – Modelo do sistema Toyota de Produção
4. Estudo de Caso
Conforme descrito previamente neste artigo será analisada a eficácia da aplicação das
ferramentas Lean manufacturing e Seis Sigma na resolução de um problema de qualidade em
um componente produzido pela empresa estudada.
Neste estudo de caso primeiramente foi utilizado a metodologia Lean Manufacturing para
resolução do problema em questão e num segundo momento em função da não resolução do
problema de qualidade utilizou-se a ferramenta Seis Sigma. O problema pode ser descrito da
seguinte maneira:
- Criar fluxo.
- Usar sistema puxado para evitar superprodução.
- Balancear a carga de trabalho (Heijunka).
- Parar quando houver um problema de qualidade.
- Padronizar as tarefas para melhoria continua.
- Usar controle visual para que nenhum problema seja escondido.
- Use somente tecnologia confiável.
Philosophy
Pensamento de Longo Prazo
Processo
Eliminar Desperdício
Solução
de
Problema
Melhoria Contínua
e Aprendizado
Pessoas e Parceiros
Respeitar, Desafiar e Desenvolvê-los
- Tomar decisões gerenciais baseado a filosofia de
longo prazo.
- Desenvolva líderes que acreditem na filosofia.
- Respeite, desenvolva e desafie as pessoas e times.
- Respeite, desafie e ajude os seus fornecedores.
- Aprendizado contínuo através de Kaizen.
- Vá e veja por si mesmo (Genchi Genbutsu).
- Tome decisões devagar por consenso e implemente
rápido.
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Índice de rejeição de 20,7% da produção do componente fabricado pela empresa estudada
devido a deformação da hélice e evolvente.
4.1 Metodologia - Lean Manucturing
Utilizando a metodologia de kaizen a empresa estudada formou um time que por um período
de duas semanas utilizaram ferramentas Lean para a resolução do problema.
De modo a se ter uma visão mais clara do problema e objetivos do trabalho este foi resumido
nas seguintes etapas:
a) Objetivo do Trabalho: Nesta fase foram definidos os vários objetivos do kaizen.
b) Situação Atual: Neste momento é definido mais claramente o produto, demanda mensal e o
processo envolvido. As métricas do projeto bem como as possíveis causas raízes a serem
atacadas.
c) Situação Proposta: Foi definido as ações para eliminação das causas raízes.
d) Cronograma do Trabalho e Padronização: Foi realizado a padronização do método de
trabalho, inclusive do material de treinamento para os operadores de máquina.
e) Resultados Esperados.
F) Metas.
O resumo destas etapas pode-se ser observado na figura 1.2, onde esta é chamada comumente
na metodologia Lean Manufacturing com A3.
Comentários sobre os resultados: Pode-se observar que muitos dos objetivos propostos no
inicio do Kaizen foram atingidos, como o tempo de set-up: 50% de redução, refugo com uma
redução de 30% antes do tratamento térmico e retrabalho.
No observa-se o índice de rejeição ficou em 18%, muito acima da meta estabelecida, assim
não atingindo os objetivos estabelecidos pela empresa estudada.
4.2 Metodologia - Seis Sigma
Devido ao não atendimento dos objetivos de redução do índice de rejeição para o componente
analisado a empresa estudada resolveu adotar a metodologia Seis Sigma como alternativa para
resolver o problema do índice de rejeição. Para tanto foi elaborado um projeto Seis Sigma
onde um grupo multifuncional contendo Black e yellow-belts foram designados para esta
atividade.
Fase Definir: Nesta etapa do projeto foram definidos:
Contrato do projeto: em que se definiu mais detalhadamente a descrição do Problema;
consequências do Problema (incômodo); metas do projeto; principal processo envolvido no
projeto; fronteiras do projeto e ganhos esperados (financeiros); previsão de investimentos;
métrica do projeto; desempenho atual do processo, metas; patrocinador, líder do projeto e
equipe de trabalho; cronograma preliminar e suas devidas aprovações.
Fase Medir: Nesta etapa as várias características do produto foram medidas e os resultados
documentados e introduzidos em programas estatísticos de modo a possibilitar a sua análise.
Isto foi realizado em todos os processos desde a forjaria até a usinagem final.
Pode-se verificar algumas destas medições que são representadas na figura 1 e 2
respectivamente.
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Exemplo de um formulário A3 utilizado no Kaizen.
8
FIGURA 3 – Exemplo de A3. Fonte: Estudo de Caso
9
FIGURA 4 e 5 – Diagramas do denteado
Na figura 6 observa-se dados da estrutura química do material, tamanho do grão e o Jominy
do material informações ao se analisar deformações inerentes de transformações químicas nos
materiais.
Outro aspecto importante quando se analisa deformações resultantes de cementação e tempera
de engrenagens é a forma e a posição que as mesmas são posicionadas nas cargas.
E devido a isto na fase de medir foram coletados dados sobre a deformação no denteamento
para cada posição de carregamento das engrenagens (superior e inferior), conforme figuras 7 e
6.
Fase Analisar: Nesta etapa foram estabelecidas as causas principais em função das coletas de
dados na fase medir, para tanto foi utilizado o modelo teórico de análise, onde:
As causas foram organizadas focando o problema.
Análise das causas via ferramentas estatísticas.
Estabelecimento das causas principais.
Conforme figura 8 vemos as causas principais correlacionadas com os principais problemas
de qualidade da engrenagem, e com isto delineando para quais processos e situações deveriam
ser tomadas ações corretivas.
Fase Melhoria: É nesta fase onde são implementadas as ações para a correção das principais
causas identificadas na fase analisar.
De modo a garantir que a causa raiz identificada e as ações planejadas sejam eficazes na
solução do problema, nesta fase são realizados testes pilotos que possam comprovar através
de resultados práticos o sucesso das contramedidas implementadas no processo em questão.
No caso estudado foram tomadas as seguintes ações para cada problemas:
Variação no Ângulo de Hélice:
a) Alivio do processo de usinagem anterior do processo de acabamento.
b) Inclusão de manutenção preventiva no rolamento dos contra mancais.
c) Mudança no fluxo de atmosfera do forno.
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d) Diminuição da temperatura de têmpera.
FIGURA 6 – Dados estatísticos da análise dos elementos químicos. Fonte: Estudo de Caso empresa X.
FIGURA 6 e 7 – Fotos de carregamento de engrenagens. Fonte: Estudo de Caso empresa X.
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Material Forjamento UsinagemControle
DimensionaT.T
- Excêntricidade no
processo de shavingOK
- Temperatura de
têmpera
- Falta de abaulado no
processo de fresagem.OK
OK- Profundidade da
camada de H.T.T.P.
OK- Temperatura de
têmpera
Material Positivo OK OK- Falta de abaulado no
processo de fresagem.OK
- Temperatura de
têmpera
OK
Variação do Ângulo
de Hélice
Rugosidade
OK OK
OK OK
Figura 8 – Correlação entre as principais causas. Fonte: Estudo de Caso empresa X.
Rugosidade Excessiva:
- Alteração da cadência do forno.
Material Positivo:
- Alteração da cadência do forno.
- Alivio do processo de usinagem anterior do processo de acabamento.
Os resultados da implementação das ações descritas acima podem ser observados na redução
da variação da hélice do denteamento quando comparamos a primeira, segunda e terceira
experiência, após implementação das ações figura 9.
FIGURA 9 – Comparação entre varias experiências . Fonte: Estudo de Caso empresa X.
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Fase Controlar: Nesta fase são tomadas as ações que garantam que as condições do novo
processo sejam documentadas e monitoradas via controle estatístico de processo de modo que
os padrões estabelecidos sejam mantidos mesmo após a conclusão do projeto.
Para este projeto foram inseridos os limites de controle no processo de shaving, os pontos
relevantes de manutenção foram incluídos na preventiva da máquina e os operadores e líderes
de produção foram treinados nos novos procedimentos.
Resultados
Com a abordagem Seis Sigma os resultados das ações tomadas foram:
- Redução de 18,64% no índice de redução de rejeição. De 20,7% para 2,6%.
- Aumento da produtividade no tratamento térmico de 20%.
- Fim do efeito tampering no processo de usinagem.
5. Comparação e Conclusão entre o resultado da aplicação das Metodologias Lean
Manufacturing e Seis Sigma
5.1. Conclusão:
Com base no estudo de caso descrito acima pode-se concluir que os resultados atingidos por
meio da utilização da ferramentas Lean Manufatcturing foi ineficaz na resolução do
problema de índice de rejeição do componente fabricado pela empresa estudada, pois não foi
capaz de identificar as causas raízes do problema, comprovado pelo não atendimento da meta
de rejeição máxima estipulada em 5%.
Porém pode-se observar uma melhora significativa em outros indicadores como o índice de
refugo onde houve uma redução de 30% e no tempo de set-up uma redução de 65%.
Em relação aos resultados atingidos pela metodologia Seis Sigma pode-se afirmar que os
resultados estipulados foram atingidos, pois índice de rejeição caiu de 20,7% para 2,6% bem
abaixo da meta estipulada de 5%. Também é possível observar melhorias em outros
indicadores como o índice de refugo onde houve melhora de 30% e um aumento de
produtividade de 30% na operação de tratamento térmico.
Outro aspecto importante observado nesta pesquisa, para a empresa estudada, é o fato de se
demonstrar que para as situações onde há necessidade de redução do índice de refugo e tempo
de set-up a metodologia Lean Manufacturing seria mais apropriada.
E em relação a metodologia Seis Sigma as situações mais apropriadas para a sua aplicação
seriam a necessidade de melhoria da qualidade específica e aumento da produtividade.
No entanto é da opnião dos autores que existe a necessidade de um estudo mais aprofundado
sobre este tema de modo que sejam coletados dados e identificados situações suficientes de
aplicação das ferramentas Lean Manufacturing e Seis Sigma para que se possa ter visão mais
aprofundada do assunto.
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