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N J Appl Oral Sci 2003; 11(1): 9-14 ANÁLISE DA RESPOSTA TECIDUAL DE DOIS CIMENTOS ENDODÔNTICOS ANALYSIS OF THE TISSUE ANSWER REGARDING TWO ROOT CANAL SEALERS Maria Renata Giazzi NASSRI Professora Assistente Mestre das Disciplinas de Endodontia e Clínica Odontológica Integrada da Universidade de Mogi das Cruzes - UMC - Doutoranda em Endodontia pela Universidade de São Paulo – FOUSP Raphael Carlos Comelli LIA Professor Titular da Disciplina de Patologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Professor Livre-Docente (aposentado) da UNESP – Araraquara Professor Titular da Disciplina de Patologia da Universidade de Barretos Antonio Carlos BOMBANA Professor Associado da Disciplina de Endodontia da Universidade de São Paulo – FOUSP Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada em julho de 2001 na Faculdade de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Este estudo teve apoio financeiro da FAPESP, processo n° 01/05397-6. o presente estudo foram analisados comparativamente dois cimentos endodônticos, Sealapex® e Apexit®, em relação à sua compatibilidade biológica, em tecido subcutâneo. Para tanto, foram utilizados doze ratos, machos, pesando em média 250g, divididos em três grupos, de acordo com o tempo de observação de 7, 21 e 45 dias. Como parte do estudo, foram feitas quatro incisões na região dorsal de cada rato, onde foram implantados quatro tubos de polietileno preenchidos com os cimentos em teste. Decorridos sete, vinte e um e quarenta e cinco dias da cirurgia, os animais foram sacrificados e os tecidos passaram por tramitação laboratorial para obtenção de cortes histológicos corados por hematoxilina-eosina, e posterior análise qualitativa dos resultados. Verificou-se que houve constante atividade macrofágica com o uso dos dois materiais, tendo o cimento Apexit® provocado uma reação tecidual mais agressiva em relação ao cimento Sealapex®, ao mesmo tempo em que, este último, mostrou melhores resultados quando analisadas a intensidade inflamatória provocada e a evolução da reparação tecidual. UNITERMOS: Materiais obturadores do canal radicular; Materiais biocompatíveis. INTRODUÇÃO Os cimentos de uso endodôntico atuam como coadjuvantes da necessária impermeabilização do sistema da canais radiculares. Permitem, por suas características de adesividade, a união dos núcleos sólidos de guta-percha às paredes dentinárias, complementam o tridimensional preenchimento da cavidade pulpar e deveriam não interferir na reparação. A importância em se conhecer a compatibilidade biológica dos cimentos obturadores, devem do fato de que, se esses cimentos forem demasiadamente irritantes aos tecidos da região periapical, causarem inflamação de maior porte ou promover necrose tecidual de maior extensão nesta área, todo o tratamento endodôntico será prejudicado e, como consequência, a capacidade de reparação da região periapical sofrerá interferências significativas. Alguns cimentos à base de hidróxido de cálcio possuem capacidade de auxiliar no reparo e estimular a deposição de tecido mineralizado, além da preservação dos tecidos periapicais, provocando menor reação inflamatória quando de seu contato (Marcantonio, et al., 1984). Muitos estudos vem sendo realizados neste campo, principalmente com cimentos endodônticos à base de 09

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J Appl Oral Sci 2003; 11(1): 9-14

ANÁLISE DA RESPOSTA TECIDUAL DE DOISCIMENTOS ENDODÔNTICOS

ANALYSIS OF THE TISSUE ANSWER REGARDINGTWO ROOT CANAL SEALERS

Maria Renata Giazzi NASSRIProfessora Assistente Mestre das Disciplinas de Endodontia e Clínica Odontológica Integrada da Universidade de Mogi das Cruzes - UMC- Doutoranda em Endodontia pela Universidade de São Paulo – FOUSP

Raphael Carlos Comelli LIAProfessor Titular da Disciplina de Patologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERPProfessor Livre-Docente (aposentado) da UNESP – AraraquaraProfessor Titular da Disciplina de Patologia da Universidade de Barretos

Antonio Carlos BOMBANAProfessor Associado da Disciplina de Endodontia da Universidade de São Paulo – FOUSP

Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada em julho de 2001 naFaculdade de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP

Este estudo teve apoio financeiro da FAPESP, processo n° 01/05397-6.

o presente estudo foram analisados comparativamente dois cimentos endodônticos, Sealapex® e Apexit®, em relação à sua compatibilidade biológica, em tecido subcutâneo. Para tanto, foram utilizados doze ratos,

machos, pesando em média 250g, divididos em três grupos, de acordo com o tempo de observação de 7, 21 e 45dias. Como parte do estudo, foram feitas quatro incisões na região dorsal de cada rato, onde foram implantadosquatro tubos de polietileno preenchidos com os cimentos em teste. Decorridos sete, vinte e um e quarenta e cincodias da cirurgia, os animais foram sacrificados e os tecidos passaram por tramitação laboratorial para obtenção decortes histológicos corados por hematoxilina-eosina, e posterior análise qualitativa dos resultados. Verificou-se quehouve constante atividade macrofágica com o uso dos dois materiais, tendo o cimento Apexit® provocado umareação tecidual mais agressiva em relação ao cimento Sealapex®, ao mesmo tempo em que, este último, mostroumelhores resultados quando analisadas a intensidade inflamatória provocada e a evolução da reparação tecidual.

UNITERMOS: Materiais obturadores do canal radicular; Materiais biocompatíveis.

INTRODUÇÃO

Os cimentos de uso endodôntico atuam comocoadjuvantes da necessária impermeabilização dosistema da canais radiculares. Permitem, por suascaracterísticas de adesividade, a união dos núcleossólidos de guta-percha às paredes dentinárias,complementam o tridimensional preenchimento dacavidade pulpar e deveriam não interferir na reparação.

A importância em se conhecer a compatibilidadebiológica dos cimentos obturadores, devem do fatode que, se esses cimentos forem demasiadamenteirritantes aos tecidos da região periapical, causarem

inflamação de maior porte ou promover necrosetecidual de maior extensão nesta área, todo otratamento endodôntico será prejudicado e, comoconsequência, a capacidade de reparação da regiãoperiapical sofrerá interferências significativas.

Alguns cimentos à base de hidróxido de cálciopossuem capacidade de auxiliar no reparo e estimulara deposição de tecido mineralizado, além dapreservação dos tecidos periapicais, provocandomenor reação inflamatória quando de seu contato(Marcantonio, et al., 1984).

Muitos estudos vem sendo realizados neste campo,principalmente com cimentos endodônticos à base de

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hidróxido de cálcio (Souza, et al., 1977; Soares, etal., 1990; Leonardo, et al., 1992; Jacobovitz, 1996;Bezerra da Silva, et al., 1997 ), analisando as reaçõesque podem ocorrer “in vivo” quando do uso destesmateriais.

Diante dessas pesquisas, como as realizadas porZmener, et al. (1988), Serper, et al. (1998), eKolokouris, et al. (1998) que testaram alguns cimentosobturadores à base de óxido de zinco eugenol, resinasepóxicas e hidróxido de cálcio, quanto ácompatibilidade biológica em ratos, se faz necessárioaumentar os conhecimentos, colocando em teste novoscimentos que são postos no mercado todos os anos,para que possam auxiliar no sucesso do tratamentoendodôntico.

Isso posto, este estudo destina-se a analisarcomparativamente dois cimentos à base de hidróxidode cálcio, Sealapex® e Apexit®, em relação ás reaçõesprovocadas no tecido subcutâneo de ratos, frente àimplantação de tubos de polietileno preenchidos pelosmateriais, em períodos de sete, vinte e um e quarentae cinco dias.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para este estudo, foram utilizados 12 ratos, machos,de idade entre 3 a 5 meses. Para o procedimentocirúrgico, auxiliado e supervisionado pelo veterinárioresponsável pelo Biotério da Universidade de Mogidas Cruzes, os animais foram anestesiados, foi feita aanti-sepsia com iodopovidona e tricotomia na regiãodorsal. Na linha média, foram feitas quatro incisões,duas pélvicas e duas escapulares, de aproximadamente6 mm de comprimento cada, e o tecido subcutâneodivulsionado lateralmente formando quatro lojascirúrgicas estratégicas, uma em cada incisão, distando,aproximadamente, 2,0 cm uma da outra.

Tubos de polietileno de 10 mm de comprimento e1,5 mm de diâmetro foram usados para adequação doscimentos obturadores – Sealapex® e Apexit® – nas lojascirúrgicas. Os cimentos foram preparados segundorecomendações do fabricante. Nas lojas cirúrgicasescapulares foram implantados tubos preenchidos como cimento Sealapex, e nas pélvicas, tubos preenchidoscom o cimento Apexit, permanecendo os tubos paralelosàs incisões (Figura 1).

Após o procedimento cirúrgico, os ratos forammantidos em gaiolas unitárias até o respectivosacrifício.

Decorridos 7, 21 e 45 dias da cirurgia, quatro animaisde cada tempo experimental foram sacrificados, e a áreade implante dissecada, abrangendo suficiente tecido

circunjacente (Figura 2). O grupo controle foi definidopela reação ocorrida no tecido na região das laterais dotubo de polietileno, que por ser um material inócuo,quando em contato com o tecido, não provoca inflamaçãode nenhum nível.

As peças foram fixadas em solução de formoltamponado a 10%, e pela microscopia de luz, foramanalisados os eventos histopatológicos ocorridos emcada período experimental, para cada cimento. Aleitura das lâminas foi realizada por um examinador,e os eventos histológicos foram registrados em tabelasespeciais, seguindo o seguinte critério: 0 – nãosignificativo; 1 – discreto; 2 – moderado e 3 – intenso,dependendo da predominância celular no tecidoinflamado.

RESULTADOS

O eventos histopatológicos registrados mostraraminfiltrado inflamatório com predomínio de célulasmononucleares, seguido por células gigantes

FIGURA 1- implantação dos tubos de polietileno

FIGURA 2- Biópsia do tecido, com tubo implantado ao

centro do corte

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inflamatórias e polimorfonucleares neutrófilos nasreações provocadas pelos dois cimentos em todos osperíodos experimentais. O cimento Sealapexapresentou os menores índices gerais de inflamação,caracterizando reação entre discreta e moderada. Ocimento Apexit, por sua vez, provocou reação maisagressiva, com aumento no número de células gigantesinflamatórias, nos três períodos de observação. Ogrupo controle manteve o índice geral de inflamaçãonos três períodos, caracterizado por reaçãoinflamatória não significativa.

No grupo de 7 dias do cimento Sealapex (Figura3), a reação se caracterizou por índice de inflamaçãoentre discreto e moderado, apresentando valoresdecrescentes em relação ao aumento do tempo deanálise (Figura 4).

Os valores de colagenização aumentaramprogressivamente no decorrer dos três períodos,mostrando a evolução reparativa tecidual com o uso

dos dois cimentos, alcançando valores maiores com ocimento Sealapex (Figura 5).

O cimento Apexit apresentou índice de inflamaçãoentre discreto e moderado nos períodos experimentaisestudados, caracterizados, principalmente, pelapersistência da reação inflamatória e leve evoluçãoda colagenização (Figuras 6 e 7).

O cimento Apexit pôde ser encontrado além daabertura do tubo de polietileno na maioria dos casosno último período experimental, sendo possívelencontrar grande quantidade de fagócitosmononucleares e células gigantes inflamatórias namesma região (Figura 8).

Os gráficos mostram a relação entre os índicesgerais de inflamação dos cimentos, nos períodos deanálise, comparados ao controle, e a evolução dacolagenização, que traduz a evolução da reparaçãotecidual (Figuras 9 e 10).

FIGURA 3- Sealapex – 7 dias: resíduos de material e

necrose superficial. Proliferação fibro-angioblástica.

Atividade macrofágica sobre o material extravasado. HE

Nikon 100x

FIGURA 4- Sealapex – 21 dias: evolução por colagenização.

Infiltrado difuso mononuclear. Atividade macrofágica sobre

o material extravasado. HE Nikon 80x

FIGURA 5- Sealapex – 45 dias: infiltrado inflamatório difuso.

Evolução por colagenização Atividade macrofágica sobre

o material extravasado. HE Nikon 80x

FIGURA 6- Apexit – 7 dias: Infiltrado difuso mononuclear.

Reação de corpo estranho mononuclear e gigantocelular.

HE Nikon 100x

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DISCUSSÃO

Neste estudo, foram comparativamente analisadasas reações teciduais, em subcutâneo de ratos, de doiscimentos endodônticos à base de hidróxido de cálcio:Sealapex e Apexit. Estes cimentos foram escolhidoscom base em estudos já realizados (Kolokouris, et al.,1998; Silva, et al., 1997; Jacobovitz, 1996), onde nãoforam encontrados resultados uniformescomparativos.

Os resultados, deste estudo, mostraram uminfiltrado inflamatório com predomínio de célulasmononucleares, indicando uma reação de evoluçãocrônica, mesmo que ativa em alguns casos, compresença de células polimorfonucleares neutrófilos,ainda que em número reduzido, sendo menosexpressiva no grupo do cimento Sealapex. Dessaforma, a condição de fenômenos vasculares comohiperemia e edema mostraram-se compatível.Extravasamentos sangüíneos foram eventuais. Essefato mostrou-se definido e efetivo no período inicial,

como condição natural de resposta à irritação emtempos curtos, persistentes, com decréscimo nosperíodos médio e final, quando avaliados de formaglobal.

O padrão reacional inflamatório acompanhasistematização semelhante à encontrada na literatura.Assim, mesmo que com algumas variações entre osgrupos experimentais, o infiltrado inflamatórioapresenta características parecidas com as vistas emtrabalhos de Bezerra da Silva et al., 1997; Jacobovitz1996; Economides, et al., 1995 e Mittal, et al., 1995.

A atividade macrofágica exercida por fagócitosmononucleares e por células gigantes inflamatórias,constantes em todos os tempos de avaliação,demostram uma solubilização superficial dos materiaistestados no período inicial, progredindo aos vinte eum e quarenta e cinco dias no grupo correspondenteao cimento Apexit, sendo menos expressivo quantoao cimento Sealapex. Dessa forma, o fato de que ostubos de polietileno foram implantados após acompleta presa dos materiais não impediu osubstancial despreendimento por desagregação do

FIGURA 7- Apexit – 21 dias: tecido de granulação capsular.

Intensa atividade macrofágica sobre o material extravasado.

HE Nikon 100x

FIGURA 8- Apexit – 45 dias: tecido de granulação

persistente. Atividade macrofágica sobre o material

extravasado. HE Nikon 80x

FIGURA 9- Inter-relação dos índices gerais de inflamação

dos cimentos Sealapex, Apexit e Grupo Controle

FIGURA 10- Inter-relação dos valores de colagenização

dos cimentos Sealapex e Apexit

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cimento Apexit e, em menor escala, do cimentoSealapex, comprovando a solubilidade potencialdesses cimentos.

As características das partículas liberadas, comotambém o volume dos blocos, definiram a condiçãofagocitária tanto de fagócitos mononucleares quantode células gigantes inflamatórias. Ao se comparar osdois grupos experimentais, observa-se o decréscimono período final quanto à ação macrofágica, sobretudogiganto-celular, perante ao cimento Sealapex, o quenão ocorreu em relação ao cimento Apexit, mantidaelevada aos quarenta e cinco dias.

A presença do aumento na colagenizaçãoconcomitante ao aumento dos períodos experimentais,mesmo que em escala sensivelmente menor, e aindaque pela tendência de dispersão do material e aconstância na irritação, indica a evolução do processode reparação.

A análise histopatológica deixa clara a reação maisagressiva do cimento Apexit, em relação ao cimentoSealapex. Este fato vai ao encontro de estudos comode Bezerra da Silva, et al. (1997) e Jacobovitz, et al.(1996). Entretanto, a análise “in vitro” realizada porBeltes et al. (1995) apresenta o cimento Apexit com amenor citotoxicidade quando testado em suspensãocelular, mostrando um melhor resultado emcomparação ao cimento Sealapex.

Com base nesses eventos, é correto afirmar que ocimento Apexit se mostrou mais irritante ao tecidosubcutâneo do rato, apresentando persistência nainflamação e lenta evolução de colagenização, emrelação ao cimento Sealapex, o que, por sua vez,corrobora os achados da literatura dabiocompatibilidade do cimento Sealapex, sendo estemais provável de promover melhores resultadosquando da obturação do canal radicular.

CONCLUSÕES

De acordo com a análise dos eventoshistopatológicos ocorridos nos diferentes períodos deobservação, concluiu-se que:

· Os materiais testados – Sealapex e Apexit –mostraram-se irritantes ao tecido subcutâneo de ratos;

· Entre os grupos experimentais, o cimentoSealapex apresentou menor agressividade e menordispersão no tecido subcutâneo, obtendo melhoresresultados em relação ao cimento Apexit.

ABSTRACT

On the present study, two root canal sealers havebeen comparatively analysed, Sealapex® andApexit®, in relation to its biological compatibility tosubcutaneous tissue. For this analysis, twelve male ratsweighing in average 250 g have been used, divided inthree groups, according with its experimental time, 7,21 and 45 days. Making part of the study, four incisionson the dorsal area of each rat have been made, wherewere implanted four polyetilene tubes, filled with thetesting root canal sealers. After seven, twenty-one andforty-five days of the surgery, the animals have beensacrified and the tissues have been laboratoryprocessed to obtain the histological cut coloured byhematoxilin-eosin, and subsequent quality analysis ofthe results. From this results, were verified that bothsealers caused tissue’s intense macrofagic activity, inthe experimental time. Apexit caused a more agressivetissue reaction, in relation to the Sealapex, with alsohigher macrofagic activity. Sealapex showed betterresults in comparison to inflamatory intensitivity andtissue repair level.

UNITERMS: Root canal filling materials;Biocompatible materials.

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Endereço para correspondência da autora:Rua Adelino Torquato, n° 107Jardim Monte Líbano CEP 08780-300MOGI DAS CRUZES SPe-mail: [email protected]

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