Análise Do Comportamento Dinâmico Em Vibração Livre de Vigas Pelo Método Das Diferenças Finitas

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  • UNIVERSIDADE DA AMAZNIA

    RAFAEL HENRIQUE VIANA ABREU

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DINMICO EM

    VIBRAO LIVRE DE VIGAS PELO MTODO DAS

    DIFERENAS FINITAS.

    BELM/PA

    DEZEMBRO 2012

  • ii

    RAFAEL HENRIQUE VIANA ABREU

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DINMICO EM

    VIBRAO LIVRE DE VIGAS PELO MTODO DAS

    DIFERENAS FINITAS.

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao curso de Engenharia

    Civil da Universidade da Amaznia

    como requisito para obteno do

    ttulo de Bacharel em Engenharia

    Civil.

    Orientador: Prof. D.Sc. Selnio Feio

    da Silva.

    BELM/PA

    DEZEMBRO 2012

  • iii

    RAFAEL HENRIQUE VIANA ABREU

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DINMICO EM

    VIBRAO LIVRE DE VIGAS PELO MTODO DAS

    DIFERENAS FINITAS.

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao curso de Engenharia

    Civil da Universidade da Amaznia

    como requisito para obteno do

    ttulo de Bacharel em Engenharia

    Civil.

    Orientador: Prof. D.Sc. Selnio Feio

    da Silva.

    Banca examinadora:

    Professor Selnio Feio da Silva, D. Sc.

    (Orientador)

    Professor Mrcio Murilo Ferreira de Ferreira, M. Sc.

    (Examinador Interno)

    Professor Evaristo Clementino Rezende dos Santos Junior, M. Sc.

    (Examinador Interno)

    Apresentado em: / / /

    Conceito: ____________

    BELM/PA

    DEZEMBRO 2012

  • iv

    Dedicado minha Famlia,

    em especial minha me, Ana Cristina.

  • v

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a DEUS, que me d sade, f e perseverana, guiando meus passos

    conduzindo-me a grandes conquistas.

    A Universidade da Amaznia (UNAMA) por me proporcionar uma formao

    tcnica, profissional e humana.

    Aos professores do curso de Engenharia Civil pelos ensinamentos passados durante

    os cinco anos de curso.

    Agradecimento especial ao professor Selnio Feio da Silva pela dedicao e

    pacincia de ensinar e me orientar na iniciao cientfica e especialmente neste

    trabalho de concluso.

    A minha famlia e em especial a minha av Theresinha, minhas tias Dayse e

    Carlaide, meu tio Mrio, minha irm Suzane e minha me Cristina, por terem me

    ensinado atravs do convvio a tentar a cada dia ser uma pessoa melhor.

    Aos amigos que fiz durante o curso que muito me ajudaram, incentivaram e

    ensinaram: Alisson Lobato, Antnio David, Bernardo Pio, Fernando Mendona,

    Joo Pedro Carneiro, Pedro Secco, Renato Lobato, Virginia Pagno e Wellington

    Costa.

    Finalmente, um imensurvel agradecimento a banca examinadora que aceitou o

    convite feito para participar desta defesa de concluso de curso.

  • vi

    Jamais considere seus estudos como uma obrigao,

    mas como uma oportunidade invejvel para aprender a

    conhecer a influncia libertadora da beleza do conhecimento,

    para seu prprio prazer pessoal e para proveito da comunidade

    qual seu futuro trabalho pertencer.

    Albert Einstein

  • vii

    RESUMO

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DINMICO EM VIBRAO LIVRE

    DE VIGAS PELO MTODO DAS DIFERENAS FINITAS.

    Autor: Rafael Henrique Viana Abreu.

    Orientador: Selnio Feio da Silva.

    Trabalho de Concluso de Curso Engenharia Civil.

    Belm-Pa, dezembro de 2012.

    Neste trabalho sero fornecidos alguns conceitos gerais para a melhor compreenso

    do que uma estrutura, sua importncia, suas classificaes, alm de demonstrar os tipos de

    elementos estruturais e tambm os principais esforos que atuam nas estruturas quando

    solicitadas.

    Logo aps, sero apresentados alguns conceitos bsicos envolvidos no estudo de

    vibraes mecnicas. Destacando-se algumas definies bsicas necessrias para o

    entendimento e desenvolvimento do trabalho.

    Em seguida, sero apresentados alguns conceitos gerais referentes classificao das

    vigas, alm da tipologia dos esforos atuantes nas vigas, descrevendo tambm, a teoria Euler

    que ser estudada no decorrer do trabalho. Ainda sero apresentados trs principais modelos

    de equaes de vigas presentes na literatura, para o estudo em vibrao livre de vigas.

    Posteriormente, ser fornecido a formulao bsica da srie de Taylor, que inicia o

    Mtodo das Diferenas Finitas (MDF). Tambm ser mostrado as condies de contorno

    presentes na viga, alm da equao de Euler-Bernoulli para o comportamento dinmico na

    forma do mtodo das diferenas finitas.

    Finalmente, sero feitas aplicaes do Mtodo das Diferenas Finitas (MDF), na

    resoluo da equao de movimento de cinco tipos de vigas, em vibrao livre e submetida

    somente ao efeito de flexo (viga de Euler), visando mostrar a eficincia do MDF, a fim de

    se perceber sua convergncia para com as solues analticas exatas e os valores obtidos por

    um software comercial de anlise das frequncias naturais, atravs da comparao de um

    parmetro denominado frequncia adimensional.

    Palavra-chave: Engenharia Estrutural. Viga de Euler. Vibrao livre. Mtodo das

    Diferenas Finitas.

  • viii

    ABSTRACT

    ANALYSIS OF THE DYNAMIC BEHAVIOR IN FREE VIBRATION OF

    BEAMS BY FINITE DIFFERENCE METHOD.

    Author: Rafael Henrique Viana Abreu.

    Advisor: Selnio Feio da Silva.

    Thesis Work- Civil Engineering.

    Belm-Pa, December 2012.

    In this work will be provided some general concepts for a better understanding of

    what a structure is, it's importance, it's ratings, and further demonstrate the types of structural

    elements and also the main stresses that act on structures when requested.

    Later, it is displayed some basic concepts related with the study of mechanical

    vibrations. Rising some basic definitions necessary to the understanding and development of

    the work.

    Then, it is displayed some general concepts related to classification of beams,

    besides of the typology of active stresses in the beams, describing also the Euler theory that

    will be studied later in this work. Yet, there will be presented three main models of beams

    equations in the literature, to study free vibration of beams.

    After, it will be provided the basic formulation of Taylor's series, which starts the

    Finite Difference Method (MDF). Also, it will be shown the boundary conditions within the

    beam, and the Euler-Bernoulli equation for the dynamic behavior in the form of finite

    difference method.

    Finally, applications will be made of the Finite Difference Method (MDF) in

    resolution of the motion equation of five types of beams, in free vibration subjected only to

    the bending effect (Euler beam), in order to demonstrate the efficiency of MDF, to perceive

    its convergence towards the exact analytical solutions and the values obtained by

    commercial software of natural frequencies analysis by the comparison of a parameter called

    dimensionless frequency.

    Keyword: Structural Engineering. Euler beam. Free Vibration. Finite Difference Method.

  • ix

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 Templo Inca Exemplo da tcnica de talhar as pedras ........................... 4

    Figura 2.2: Estrutura em forma de arco - Pont du Gard perto de Nmes ...................... 5

    Figura 2.3: Cpula da Catedral de Florena ................................................................. 5

    Figura 2.4: Representao geral dos elementos estruturais .......................................... 6

    Figura 2.5: Representao de viga ................................................................................ 7

    Figura 2.6: Representao de pilar ............................................................................... 7

    Figura 2.7: Representao de tirante. ............................................................................ 8

    Figura 2.8: Representao de arco. ............................................................................... 8

    Figura 2.9: Representao de placa. ............................................................................. 9

    Figura 2.10: Representao de chapa. .......................................................................... 9

    Figura 2.11: Representao de casca. ......................................................................... 10

    Figura 2.12: Representao de elemento espacial. ..................................................... 10

    Figura 2.13: Representao de fora. .......................................................................... 11

    Figura 2.14: Representao de momento. ................................................................... 12

    Figura 2.15: Representao de graus de liberdade espacialmente. ............................. 13

    Figura 2.16: Representao de graus de liberdade no plano. ...................................... 13

    Figura 2.17: Representao para apoio do 1 gnero. ................................................. 14

    Figura 2.18: Representao para apoio do 2 gnero. ................................................. 15

    Figura 2.19: Representao para apoio do 3 gnero. ................................................. 15

    Figura 2.20: Estrutura Hiposttica. ............................................................................. 16

    Figura 2.21: Estrutura Hiperesttica. .......................................................................... 17

    Figura 2.22: Estrutura Isosttica ................................................................................. 17

    Figura 2.23: Classificao dos esforos presentes nas estruturas ............................... 18

    Figura 2.24: Esforos externos carregamento concentrado. Atual (a). Idealizado

    (b). ............................................................................................................................... 18

    Figura 2.25: Esforos externos ativos carregamento distribuido. Atual (a).

    Idealizado (b). ............................................................................................................. 19

    Figura 2.26: Esforos internos solicitantes. Corpo recortado virtualmente (a).

    Distribuio de foras ao longo da superfcie recortada (b) ....................................... 20

    Figura 2.27: Esforos internos solicitantes. Conjugado de esforos e (a).

    Distribuio de foras a superfcie recortada (b). Distribuio do conjugado de

    momento da superfcie recortada (c). Representao esforo normal (d).

  • x

    Representao esforo cortante (e). Representao momento fletor (f). Representao

    momento torsor (g).. ................................................................................................... 21

    Figura 2.28: Esforo normal em um corpo slido. Efeito efeitos de trao e

    compresso.. ................................................................................................................ 22

    Figura 2.29: Esforo cortante em um corpo slido... .................................................. 22

    Figura 2.30: Momento fletor em um corpo slido. Estrutura antes do carregamento

    (a). Estrutura com carregamento (b). Estrutura fletida (c) .......................................... 23

    Figura 2.31: Momento torsor em um corpo slido. Estrutura em repouso (a).

    Estrutura sob efeito do momento torsor (b). ............................................................... 23

    Figura 3.1: Ponte de Tacoma Narrows durante vibrao induzida pelo vento, antes do

    colapso. ...................................................................................................................... 25

    Figura 3.2: Exemplos de vibrao. Maquina vibrando (a). Estrutura vibrando (b). ... 26

    Figura 3.3: Pndulo simples em vibrao livre ........................................................... 27

    Figura 3.4: Rotor desbalanceado. ............................................................................... 27

    Figura 3.5: Vibrao livre amortecida ........................................................................ 28

    Figura 3.6: Vibrao livre no amortecida. ................................................................ 28

    Figura 3.7: Sistema linear massa mola. ...................................................................... 29

    Figura 3.8: Representao de graus de liberdade. Sistemas com um grau de liberdade

    (a). Sistemas com dois graus de liberdade (b). Sistemas com trs graus de liberdade

    (c). ............................................................................................................................... 30

    Figura 3.9: Sistema discreto de um grau de liberdade. ............................................... 31

    Figura 4.1: Principais tipos de vigas. Biapoiada (a). Em balano (b). Apoiada em

    balano (c). Continua (d). Apoiada engastada (e). Biengastada (f). ........................... 33

    Figura 4.2: Cargas ( Concentradas ao longo da viga. .................................... 34

    Figura 3.3: Cargas ( Distribudas ao longo da viga. ...................................... 34

    Figura 4.4: Viga em vibrao transversal livre e um diagrama de corpo livre de um

    pequeno elemento da viga, uma vez que deformado por uma fora distribuda por

    unidade de comprimento, representada por ................................................... 35

    Figura 4.5: Viga biapoiada (comportamento dinmico em vibrao livre). ............... 41

    Figura 4.6: Viga engastada-livre (comportamento dinmico em vibrao livre). ...... 44

    Figura 4.7: Viga engastada-deslizante (comportamento dinmico em vibrao livre)

    .................................................................................................................................... 47

    Figura 4.8: Viga engastada-apoiada (comportamento dinmico em vibrao livre) .. 49

    Figura 4.9: Viga biengastada (comportamento dinmico em vibrao livre) ............. 51

  • xi

    Figura 5.1: Interpretao geomtrica para a derivada. ................................................ 57

    Figura 5.2: Viga engastada. ........................................................................................ 59

    Figura 5.3: Viga com apoio do 2 gnero. .................................................................. 60

    Figura 5.4: Viga com a extremidade livre. ................................................................. 61

    Figura 5.5: Viga com apoio deslizante. ...................................................................... 62

    Figura 6.1: Viga biapoiada, discretizada com trs ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 66

    Figura 6.2: Viga biapoiada, discretizada com cinco ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 68

    Figura 6.3: viga biapoiada, discretizada com sete ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ........................................................... 71

    Figura 6.4: Viga biapoiada, discretizada com doze ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ........................................................... 74

    Figura 6.5: Viga biapoiada, discretizada com vinte e dois ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 77

    Figura 6.6: Viga biapoiada, discretizada com trinta e dois ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 82

    Figura 6.7: Viga engastada-livre, discretizada com trs ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 90

    Figura 6.8: Viga engastada-livre, discretizada com cinco ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................................ 93

    Figura 6.9: Viga engastada-livre, discretizada com sete ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ........................................................... 95

    Figura 6.10: Viga engastada-livre, discretizada com doze ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ........................................................... 97

    Figura 6.11: Viga engastada-deslizante, discretizada com trs ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................... 101

    Figura 6.12: Viga engastada-deslizante, discretizada com cinco ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................... 103

    Figura 6.13: Viga engastada-deslizante, discretizada com sete ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................... 105

    Figura 6.14: Viga engastada-deslizante, discretizada com doze ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre) ............................................... 107

  • xii

    Figura 6.15: Viga engastada-apoiada, discretizada com trs ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ......................................................... 111

    Figura 6.16: Viga engastada-apoiada, discretizada com cinco ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre). .............................................. 113

    Figura 6.17: Viga engastada-apoiada, discretizada com sete ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ......................................................... 115

    Figura 6.18: Viga engastada-apoiada, discretizada com doze ns em diferenas

    finitas (comportamento dinmico em vibrao livre). .............................................. 117

    Figura 6.19: Viga biengastada discretizada com trs ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ......................................................... 122

    Figura 6.20: Viga biengastada discretizada com cinco ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ......................................................... 123

    Figura 6.21: viga biapoiada discretizada com sete ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre). ......................................................... 125

    Figura 6.22: Viga biengastada discretizada com doze ns em diferenas finitas

    (comportamento dinmico em vibrao livre) .......................................................... 127

    Figura 7.1: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da primeira

    frequncia natural de uma viga biapoiada ................................................................ 135

    Figura 7.2: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da segunda

    frequncia natural de uma viga biapoiada. ............................................................... 135

    Figura 7.3: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da terceira

    frequncia natural de uma viga biapoiada ................................................................ 136

    Figura 7.4: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da primeira

    frequncia natural de uma viga engastada-livre........................................................ 138

    Figura 7.5: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da segunda

    frequncia natural de uma viga engastada-livre........................................................ 138

    Figura 7.6: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da terceira

    frequncia natural de uma viga engastada-livre........................................................ 139

    Figura 7.7: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da primeira

    frequncia natural de uma viga engastada-deslizante ............................................... 141

    Figura 7.8: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da segunda

    frequncia natural de uma viga engastada-deslizante ............................................... 141

    Figura 7.9: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da terceira

    frequncia natural de uma viga engastada-deslizante. .............................................. 142

  • xiii

    Figura 7.10: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da primeira

    frequncia natural de uma viga engastada-apoiada .................................................. 144

    Figura 7.11: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da segunda

    frequncia natural de uma viga engastada-apoiada .................................................. 144

    Figura 7.12: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da terceira

    frequncia natural de uma viga engastada-apoiada .................................................. 145

    Figura 7.13: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da primeira

    frequncia natural de uma viga biengastada. ............................................................ 147

    Figura 7.14: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da segunda e

    terceira frequncia natural de uma viga biengastada ................................................ 147

    Figura 7.15: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo da terceira

    frequncia natural de uma viga biengastada ............................................................. 148

    Figura A.1: Tela de abertura do ANSYS .................................................................. 159

    Figura A.2: Tela inicial do ANSYS .......................................................................... 160

    Figura A.3: Janela para escolha do tipo de anlise e adaptatividade do MEF .......... 161

    Figura A.4: Definio do tipo de elemento ............................................................... 162

    Figura A.5: Definio da seo transversal .............................................................. 162

    Figura A.6: Definio das Propriedades do Material................................................ 163

    Figura A.7: Definio dos pontos de insero .......................................................... 164

    Figura A.8: Definio dos Elementos de barra ......................................................... 164

    Figura A.9: Janela para atribuio e aplicao das propriedades do elemento ......... 165

    Figura A.10: Definio de divises no elemento. ..................................................... 166

    Figura A.11: Aplicao das Condies de contorno ................................................. 166

    Figura A.12: Janela de definio do tipo de analise ................................................. 167

    Figura A.13: Janela de definio da quantidade de razes a serem extradas ........... 168

    Figura A.14: Janela de definio o intervalo dos valores ......................................... 168

    Figura A.15: Janela de confirmao da Soluo .................................................... 169

    Figura A.16: Janela do comando Mode Shape ...................................................... 170

  • xiv

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1: Representao das condies de contorno nas extremidades. ................. 38

    Tabela 4.2: Representao das condies de contorno nas extremidades e razes da

    equao de frequncia, para uma viga biapoiada........................................................ 44

    Tabela 4.3: Representao das condies de contorno nas extremidades e razes da

    equao de frequncia, para uma viga engastada com a extremidade livre................ 46

    Tabela 4.4: representao das condies de contorno nas extremidades e razes da

    equao de frequncia, para uma viga engastada com a extremidade deslizante. ...... 48

    Tabela 4.5: representao das condies de contorno nas extremidades e razes da

    equao de frequncia, para uma viga engastada-apoiada.......................................... 51

    Tabela 4.6: Representao das condies de contorno nas extremidades e razes da

    equao de frequncia, para uma viga biengastada... ................................................. 53

    Tabela 5.1: Representao esquemtica para a diferencial central. ............................ 63

    Tabela 5.2: Representao das condies de contorno para a diferencial central ...... 64

    Tabela 7.1: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo das da

    frequncias naturais para viga biapoiada, em vibrao livre. ................................... 134

    Tabela 7.2: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo das da

    frequncias naturais para viga engastada-livre, em vibrao livre. .......................... 137

    Tabela 7.3: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo das da

    frequncias naturais para viga engastada-deslizante, em vibrao livre.. ................ 140

    Tabela 7.4: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo das da

    frequncias naturais para viga engastada-deslizante, em vibrao livre... ............... 143

    Tabela 7.5: Convergncia do Mtodo das Diferenas Finitas no clculo das da

    frequncias naturais para viga engastada-deslizante, em vibrao livre... ............... 146

    Tabela A.1: Tabela comparativa das da frequncias naturais obtidas pelo ANSYS e

    os valores determinados pelo SAVF para as vigas demonstradas neste trabalho... .. 171

    Tabela A.2: Tabela demonstrativa da determinao dos fatores de correo das

    frequncias naturais obtidas pelo ANSYS para as vigas demonstradas neste

    trabalho... .................................................................................................................. 172

  • xv

    LISTA DE SIMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAES

    A - Seo Transversal

    - Frequncia Natural Ponderada

    - Compresso

    - Derivada parcial em x

    - 2 derivada parcial em x

    - 3 derivada parcial em x

    - 4 derivada parcial em x

    E - Mdulo de elasticidade longitudinal

    EDO - Equao Diferencial Ordinria

    EDP - Equao Diferencial Parcial

    - Erro percentual relativo

    - Funo Real

    - Vetor conjugado das foras normal e cortante

    - Fator de correo

    - Esforo Horizontal

    - Esforo Vertical

    - Equao da flecha

    - Modo de vibrao

    - Fora gravitacional

    G - Mdulo de elasticidade transversal

    - Vetor conjugado dos momentos fletor e torsor

    h - Altura da seo transversal de uma viga

    - Momento de inrcia axial

    - Coeficiente de cisalhamento

    - Unidade de Comprimento

    - Parmetro de Forma de frequncia de vibrao

    - Vetor resultante do momento

  • xvi

    M - Momento Fletor

    MDF - Mtodo das Diferenas Finitas

    MEF - Mtodo dos Elementos Finitas

    - Esforo normal

    - Frequncia Natural

    - Frequncia natural admensional

    P - Carga concentrada

    - Carregamento distribudo

    q; -q - Esforos distribudos de maneira aleatria

    - Cargas distribudas

    - Esforo cortante ou de Cisalhamento

    R, R1, R2 e Ra - Reaes de apoio

    - Vetor resultante das foras

    - Massa especifica

    SAVF - Soluo Analitica para Vibraes Flexionais

    - Momento Torsor

    - Trao

    - Funo do Tempo

    - Coeficiente de poisson

    - ngulo de rotao

    - deflexo, deformao ou flecha

    - Somatrio contnuo (integral)

    - Somatrio discreto

  • xvii

    SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................... 1

    1.1 GENERALIDADES ............................................................................................... 1

    1.2 O MTODO DAS DIFERENAS FINITAS ......................................................... 2

    1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 3

    1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 3

    1.3.2 Objetivo Especfico ............................................................................................ 3

    2. REVISO BSICA GERAL ................................................................................ 4

    2.1 INTRODUO ...................................................................................................... 4

    2.2 CONCEITO DE ESTRUTURA ............................................................................ 6

    2.3 ELEMENTOS ESTRUTURAIS ............................................................................ 6

    2.3.1 Elementos Lineares ........................................................................................... 7

    2.3.1.1 Vigas ................................................................................................................ 7

    2.3.1.2 Pilares ............................................................................................................... 7

    2.3.1.3 Tirantes ............................................................................................................ 8

    2.3.1.4 Arcos ................................................................................................................ 8

    2.3.2 Elementos de Superfcie ................................................................................... 8

    2.3.2.1 Placas ............................................................................................................... 9

    2.3.2.2 Chapas .............................................................................................................. 9

    2.3.2.3 Cascas .............................................................................................................. 9

    2.3.2 Elementos espaciais ......................................................................................... 10

    2.4 CONDIES DE EQUILBRIO DOS CORPOS ............................................... 10

    2.4.1 Grandezas Fundamentais ................................................................................ 11

    2.4.1.1 Fora .............................................................................................................. 11

    2.4.1.2 Momento ......................................................................................................... 12

    2.4.2 Graus de Liberdade ........................................................................................ 12

    2.4.3 Vnculos ou apoios .......................................................................................... 14

    2.4.3.1 Apoio articulado mvel ................................................................................. 14

    2.4.3.2 Apoio Articulado Fixo ................................................................................... 15

    2.4.3.3 Apoio Engastado ............................................................................................ 15

    2.4.4 Estaticidade e Estabilidade ............................................................................. 15

    2.4.4.1 Hipostticidade .............................................................................................. 16

    2.4.4.2 Hiperestticidade ........................................................................................... 16

  • xviii

    2.4.4.3 Isostticidade ................................................................................................. 17

    2.5 TIPOLOGIA DOS ESFOROS .......................................................................... 18

    2.5.1 Esforos externos ............................................................................................. 18

    2.5.1.1 Esforos ativos ................................................................................................ 19

    2.5.1.2 Esforos reativos ............................................................................................. 19

    2.5.2 Esforos internos .............................................................................................. 20

    2.5.1.1 Esforos Internos Solicitantes ......................................................................... 20

    2.5.1.2 Esforos Internos Resistentes ........................................................................ 24

    3. INTRODUO BSICA AS VIBRAES MECNICAS ........................... 25

    3.1 GENERALIDADE .............................................................................................. 25

    3.2 CONCEITOS BSICOS DE VIBRAES ....................................................... 26

    3.2.1 Vibrao ........................................................................................................... 26

    3.2.2 Vibrao livre e forada ................................................................................. 26

    3.2.3 Vibrao amortecida e no amortecida ......................................................... 27

    3.2.4 Vibrao linear e no linear ........................................................................... 28

    3.2.5 Vibrao determinstica e aleatria .............................................................. 29

    3.2.6 Graus de Liberdade ........................................................................................ 29

    3.2.7 Sistemas discretos e contnuos ....................................................................... 30

    4. ESTUDO GERAL BASICO DE VIGA ............................................................. 32

    4.1 GENERALIDADE .............................................................................................. 32

    4.2 CLASSIFICAO .............................................................................................. 33

    4.2.1 Quanto aos Apoios .......................................................................................... 33

    4.2.2 Quanto ao carregamento ................................................................................. 33

    4.3 EQUAO DE VIBRAO EM FLEXO DA VIGA DE EULER-

    BERNOULLI .............................................................................................................. 34

    4.3.1 Soluo Geral da Equao de Vibrao em Flexo da Viga de Euler-Bernoulli .. 37

    4.3.2 Viga de Vlasov .................................................................................................. 40

    4.3.3 Viga de Timoshenko ....................................................................................... 40

    4.4 APLICAO DA SOLUO ANALTICA PARA VIBRAO FLEXIONAL

    .................................................................................................................................... 41

    4.4.1 Viga Biapoiada ................................................................................................. 41

    4.4.2 Viga Engastada-livre ....................................................................................... 44

    4.4.3 Viga Engastada-deslizante ............................................................................. 46

    4.4.4 Viga Engastada-apoiada .................................................................................. 49

  • xix

    4.4.5 Viga Biengastada .............................................................................................. 51

    5. MTODO DAS DIFERENAS FINITAS ........................................................ 54

    5.1 INTRODUO ................................................................................................... 54

    5.2 FORMULAO BSICA .................................................................................. 55

    5.2.1 Srie de Taylor para funes de variveis n .................................................. 55

    5.2.2 Aproximao das derivadas por srie de Taylor .......................................... 56

    5.3 CONDIES DE CONTORNO PARA O MTODO DAS DIFERENAS

    FINITAS (MDF) ......................................................................................................... 59

    5.3.1 Condies no engaste ....................................................................................... 59

    5.3.2 No apoio do 2 gnero ou 1 gnero ................................................................ 60

    5.3.3 Na extremidade livre ....................................................................................... 61

    5.3.4 No apoio deslizante .......................................................................................... 62

    5.3.5 Esquema de soluo ......................................................................................... 63

    5.4 O MDF APLICADO AO COMPORTAMENTO DINMICO DA VIGA DE

    EULER EM VIBRAO LIVRE ............................................................................. 64

    6. APLICAO DO MDF NA VIGA DE EULER EM VIBRAO LIVRE .... 66

    6.1 VIGA BI-APOIADA ........................................................................................... 66

    6.1.1 Discretizao da viga utilizando uma malha com 3 ns ............................... 66

    6.1.2 Discretizao da viga utilizando uma malha com 5 ns ............................... 68

    6.1.3 Discretizao da viga utilizando uma malha com 7 ns ............................... 71

    6.1.4 Discretizao da viga utilizando uma malha com 12 ns ............................. 73

    6.1.5 Discretizao da viga utilizando uma malha com 22 ns ............................. 77

    6.1.6 Discretizao da viga utilizando uma malha com 32 ns ............................. 82

    6.1.7 Discretizao da viga utilizando uma malha com 42 ns ............................. 89

    6.2 VIGA ENGASTADA-LIVRE ............................................................................. 90

    6.2.1 Discretizao da viga utilizando uma malha com 3 ns ............................... 90

    6.2.2 Discretizao da viga utilizando uma malha com 5 ns ............................... 92

    6.2.3 Discretizao da viga utilizando uma malha com 7 ns ............................... 95

    6.2.4 Discretizao da viga utilizando uma malha com 12 ns ............................. 96

    6.2.5 Discretizao da viga utilizando malhas com 22, 32 e 42 ns ...................... 99

    6.3 VIGA ENGASTADA-DESLIZANTE .............................................................. 100

    6.3.1 Discretizao da viga utilizando uma malha com 3 ns ............................. 100

    6.3.2 Discretizao da viga utilizando uma malha com 5 ns ............................. 103

    6.3.3 Discretizao da viga utilizando uma malha com 7 ns ............................. 105

  • xx

    6.3.4 Discretizao da viga com 12 ns ................................................................. 107

    6.3.5 Discretizao da viga com 22, 32, 42 e 52 ns .............................................. 109

    6.4 VIGA ENGASTADA-APOIADA ..................................................................... 111

    6.4.1 Discretizao da viga utilizando uma malha com 3 ns ............................. 111

    6.4.2 Discretizao da viga utilizando uma malha com 5 ns ............................. 113

    6.4.3 Discretizao da viga utilizando uma malha com 7 ns ............................. 115

    6.4.4 Discretizao da viga utilizando uma malha com 12 ns ........................... 117

    6.4.5 Discretizao da viga utilizando malhas com 22, 32, 42, 52, 62 e 72 ns .. 119

    6.5 VIGA BI-ENGASTADA ................................................................................... 121

    6.5.1 Discretizao da viga utilizando uma malha com 3 ns ............................. 121

    6.5.2 Discretizao da viga utilizando uma malha com 5 ns ............................. 123

    6.5.3 Discretizao da viga utilizando uma malha com 7 ns ............................. 125

    6.5.4 Discretizao da viga utilizando uma malha com 12 ns ........................... 126

    6.5.5 Discretizao da viga utilizando malhas com 22, 32, 42, 52, 62,72,82 e 92

    ns ............................................................................................................................. 129

    7. ANLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 133

    7.1 VIGA BI-APOIADA ......................................................................................... 133

    7.2 VIGA ENGASTADA-LIVRE ........................................................................... 136

    7.3 VIGA ENGASTADA-DESLIZANTE .............................................................. 139

    7.4 VIGA ENGASTADA-APOIADA ..................................................................... 142

    7.5 VIGA BI-ENGASTADA ................................................................................... 145

    8. CONCLUSES .................................................................................................. 149

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................. 152

    APNDICE A. ANLISE DO COMPORTAMENTO DINMICO, EM

    VIBRAO LIVRE DE VIGAS, VIA ANSYS. .................................................. 159

    A.1 ROTEIRO RESUMIDO DE ANLISE VIA ANSYS ..................................... 159

    A.2 PROCEDIMENTO DETALHADO DE ANLISE VIA ANSYS .................... 161

    A.3 ANLISE DOS RESULTADOS VIA ANSYS ............................................... 170

    A.4 CONCLUSES ................................................................................................ 172

  • 1

    1. INTRODUO

    1.1. GENERALIDADES

    A anlise da resistncia dos materiais na rea da mecnica dos slidos fundamental

    no dimensionamento de estruturas na Engenharia Civil. A partir da anlise esttica,

    determinam-se tenses e deformaes nas estruturas sob carregamento, incluindo seu prprio

    peso. Essas grandezas devem ficar numa faixa de valores permissveis a fim de garantir a

    segurana e a funcionalidade das estruturas. Considervel esforo despendido pelos

    engenheiros civis justamente para determinar os carregamentos a que esto sujeitas as

    estruturas por eles dimensionadas. Poucos so os casos em que solues analticas podem ser

    desenvolvidas nessa tarefa. Frequentes so os casos hiperestticos e/ou com geometria

    varivel, nos quais ferramentas numricas so praticamente indispensveis (VAZ, 2008).

    Embora a anlise esttica seja a primeira a ser realizada, em muitos casos, ainda que

    necessria, ela no suficiente para assegurar a integridade das estruturas. De fato, na prtica,

    os esforos costumam ser constitudos de uma parcela esttica e outra dinmica. Esses

    esforos variveis induzem vibraes, que alm de alterar o quadro geral de tenses e

    deformaes causam interferncias (rudos) em equipamentos ou mquinas apoiadas nessas

    estruturas, instabilidades de operao, acelerao no desgaste, reduo na vida til, etc.

    Segundo VAZ (2008), a resposta dinmica de uma estrutura s excitaes harmnicas

    depende, essencialmente, das propriedades como rigidez, massa e amortecimento que

    influenciam a frequncia natural e o modo de vibrar. Essas propriedades, por sua vez,

    resultam da geometria, materiais e condies de vinculao ao meio externo. Assim, h

    situaes em que alm da caracterizao esttica, os engenheiros devem investigar

    caractersticas vibratrias e possveis respostas dinmicas sob variadas condies de

    carregamento.

    Em poucas palavras, pode-se definir resposta homognea como aquela exibida por um

    sistema quando sujeito a uma vibrao livre devido s condies iniciais diferentes de zero ou

    devido a uma excitao do tipo impulso. No campo das vibraes mecnicas, essa sem

    dvida a principal caracterstica a ser investigada nos sistemas em estudo, pois dela se extrai

    as frequncias, fatores de amortecimento e modos de vibrao. O modo de vibrar, por sua vez,

    refere-se ao aspecto geomtrico adimensional da vibrao livre, sendo importante para

    caracterizar as regies nodais e os ventres que se formam no movimento vibratrio.

  • 2

    O ponto importante que a amplitude do movimento resultante inversamente

    proporcional diferena entre a frequncia natural do sistema e a frequncia da excitao

    externa. Ou seja, frequncias forantes distantes da natural no induzem oscilaes de grande

    amplitude, enquanto que frequncias prximas podem levar a deslocamentos proibitivos,

    fenmeno este conhecido como ressonncia. Posto isso, fica evidente a importncia de bem

    identificar as frequncias naturais nas estruturas reais da engenharia, para da analisar aquelas

    que podem estar prximas das induzidas pelos carregamentos externos, a fim de se evitar os

    fenmenos de ressonncia.

    Neste trabalho, a ateno ser dada ao estudo do comportamento dinmico da viga de

    Euler-Bernoulli para determinar as frequncias naturais, atravs do mtodo das diferenas

    finitas. Esse interesse se justifica devido ao bom nmero de estruturas que podem ser

    aproximadas. Da o interesse em se levar em considerao as principais mudanas de apoios,

    a fim de uma avaliao mais acurada das possveis respostas dinmicas.

    1.2 O MTODO DAS DIFERENAS FINITAS

    Equaes diferenciais ordinrias (EDOs) e parciais (EDPs) aparecem em inmeros

    problemas da fsica-matemtica. Em especial, na rea de engenharia, todo clculo mais

    elaborado normalmente recai em uma equao diferencial. Como poucas equaes

    diferenciais (EDs) tm soluo analtica possvel ou vivel, os mtodos numricos aparecem

    como uma ferramenta extremamente eficiente para sua soluo (FRANCO, 2010).

    A soluo de uma equao diferencial em um domnio implica no conhecimento dos

    valores da(s) varivel(eis) estudada(as) em todo o meio continuo. Segundo CARNAHAN

    (1969), o mtodo das diferenas finitas pode ser utilizado para resolver problemas de valor de

    contorno ou valor inicial, envolvendo equaes diferenciais ordinrias ou parciais. Assim,

    este mtodo pode ser usado para solucionar as equaes de modelos a parmetros

    concentrados ou distribudos.

    Para isso, diz-se que o Mtodo das Diferenas Finitas (MDF) consiste em resolver a

    equao diferencial em pontos discretos. Estes pontos so igualmente espaados, ou seja, a

    malha regular (SOUSA, 2006).

    Em resumo, o objetivo do Mtodo das Diferenas Finitas transformar um problema

    composto por equaes diferenciais em formas discretizadas e posteriormente em um

    problema formado por equaes algbricas em funo dos valores da varivel em cada n.

  • 3

    O conhecimento da soluo, mesmo que de forma aproximada, em alguns pontos d

    uma boa idia da soluo contnua, medida que essa nuvem de pontos adensada o valor da

    resposta numrica se aproxima do valor real.

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo geral

    Desenvolver e apresentar um estudo na rea de engenharia estrutural que vislumbre o

    entendimento dinmico das estruturas civis de modo a auxiliar um ramo pouco estudado na

    graduao, que so os mtodos numricos, atravs do Mtodo das Diferenas Finitas, onde

    ser aplicado em um elemento estrutural bastante utilizado na construo civil, que so as

    vigas. Para isso, ser necessrio o estudo das vigas de maneira que haja um entendimento de

    seu comportamento, possibilitando posteriormente a aplicao do MDF

    1.3.2 Objetivo especfico

    Rever os conceitos estruturais para dar subsdios para o estudo do MDF aplicados

    teoria das vigas;

    Apresentar a equao que rege a teoria das vigas de Euler-Bernoulli para o

    comportamento dinmico em vibrao livre;

    Obter as condies de contorno nos vnculos dos apoios da viga de modo a levar os

    problemas relacionados a um sistema;

    Aplicar o mtodo das diferenas finitas na equao da viga de Euler-Bernoulli, para o

    comportamento dinmico, em vibrao livre;

    Calcular os valores das frequncias naturais em vigas, variando suas condies de

    apoio, atravs da aplicao do MDF na teoria da viga de Euler-Bernoulli.

  • 4

    2. REVISO BSICA GERAL

    Neste captulo sero fornecidos alguns conceitos gerais para a melhor compreenso do

    que estrutura, importncia, suas classificaes, alm de demonstrar os tipos de elementos

    estruturais e tambm os principais esforos que atuam nas estruturas quando solicitadas.

    2.1 INTRODUO

    H cerca de milhares de anos, tendo descoberto a agricultura e a pecuria, o homem

    deixou de ser nmade, passando a residir em um local fixo; surgiram ento os primeiros

    edifcios permanentes e as primeiras aldeias.

    Desde esta poca, o homem vem erigindo construes que o abriguem, que permitam

    a reunio de grandes comunidades irmanadas por um objetivo religioso, poltico ou de lazer,

    que possibilitem a transposio de um rio ou a barragem de um curso dgua.

    Segundo HOMRICH (2011) e NOVAES (2008), no havia regras para idealizao de

    aes, modelos de comportamento da estrutura e dos materiais, critrios de segurana. A

    construo de novas estruturas era emprica (experimental) baseada em experincias prvias:

    ficou de p, ento estvel, pode-se fazer assim.

    As construes de madeira e com pedras naturais ou artificiais, isto , em alvenaria,

    so as mais antigas realizadas. J havia construes em alvenaria nas mais antigas eras. De

    acordo com PIMENTA (2006), no incio, as pedras eram apenas empilhadas, mas logo se

    desenvolveu a tcnica de talhar as pedras, dando-lhes um melhor encaixe, conforme a figura

    2.1.

    Figura 2.1: Templo Inca Exemplo da tcnica de talhar as pedras

    Fonte: florestaviagens, 2012.

  • 5

    De acordo com BRANDO (2010) NOVAES (2008), as primeiras formas estruturais

    eram o conjunto de viga e pilares, chamado prtico, largamente utilizado at hoje. A limitao

    quanto aos materiais disponveis, na poca, levava a limitao dos vos e necessidade de

    vrios pilares. Talvez, atravs da observao das estruturas da natureza, percebeu-se que a

    forma em arco, por levar melhor distribuio de esforos, permita a elaborao de

    construes mais estveis e de vos maiores, conforme figura 2.2.

    Figura 2.2: Estrutura em forma de arco - Pont du Gard perto de Nmes

    Fonte: PIMENTA, 2006

    Dessa forma, tanto a aplicao do arco, quanto a das suas variaes, como cpulas e

    abbodas, era muito utilizada nas concepes das construes antigas, como ilustrado na

    figura 2.3.

    Figura 2.3: Cpula da Catedral de Florena

    Fonte: PIMENTA, 2006

    Somente com a Revoluo Industrial, a partir do sculo XIX (BRANDO, 2010;

    NOVAES, 2008), que a forma em prtico volta a ser mais popularmente utilizada, pois com

    o advento dos novos materiais, como o ferro fundido e posteriormente o ao e o concreto

    armado, possibilitavam maiores vos com estruturas em prtico. Porm, a grande evoluo na

  • 6

    engenharia de estruturas ocorreu a partir do sculo XX, com o desenvolvimento de novos

    materiais e procedimentos de clculo e da engenharia moderna. Essa evoluo se desenvolve

    at hoje e se traduz na engenharia moderna.

    2.2 CONCEITO DE ESTRUTURA

    Estruturas so sistemas compostos de uma ou mais peas (estruturais), ligadas entre si

    e ao meio exterior de modo a formar um conjunto estvel, isto , um conjunto capaz de

    receber solicitaes externas, absorv-las internamente e transmiti-las at seus apoios, onde

    estas solicitaes externas encontraro seu sistema esttico equilibrante (BEER, 1976

    SUSSEKIND, 1994; MERIAN, 1997). Logo, toda estrutura deve proporcionar equilbrio e

    suporte s diversas aes, durante a sua vida til, sem que ela perca a sua funcionalidade,

    conforme a figura 2.4.

    Figura 2.4: Representao geral dos elementos estruturais

    Fonte: Eberick - ALTOQI, 2012.

    2.3 ELEMENTOS ESTRUTURAIS

    So cada uma das peas diferenciadas ainda que vinculadas nas quais pode ser

    dividida uma estrutura, capaz de receber e transmitir esforos com segurana.

  • 7

    2.3.1 Elementos lineares (unidimensionais)

    So aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos trs vezes a

    maior dimenso da seo transversal, sendo tambm denominados barras.

    De acordo com a sua funo estrutural, recebem as designaes de:

    2.3.1.1 Vigas

    Elementos lineares em que a flexo preponderante. (NBR 6118, 2003)

    Figura 2.5: Representao de viga

    Fonte: ARAGO, 2012.

    2.3.1.2 Pilares:

    Elementos lineares de eixo reto, usualmente disposto na vertical, de forma que as

    foras normais de compresso so preponderantes. (NBR 6118, 2003)

    Figura 2.6: Representao de pilar.

    Fonte: ARAGO, 2012.

  • 8

    2.3.1.3 Tirantes

    Elementos lineares de eixo reto em que as foras normais de trao so

    preponderantes. (NBR 6118, 2003)

    Figura 2.7: Representao de tirante.

    Fonte: ARAGO, 2012.

    2.3.1.4 Arcos

    Elementos lineares curvos, em que as foras normais de compresso so

    preponderantes, agindo ou no simultaneamente com esforos solicitantes de flexo, cujas

    aes esto contidas em seu plano. (NBR 6118, 2003)

    Figura 2.8: Representao de arco.

    Fonte: Elaborado pelo autor

    2.3.2 Elementos de superfcie (planos ou bidimensionais)

    Elementos em que uma dimenso, usualmente chamada espessura, relativamente

    pequena em face das demais, podendo receber as designaes apresentadas em 2.3.2.1 a

    2.3.2.3.

  • 9

    2.3.2.1 Placas

    Elementos de superfcie plana, sujeitos principalmente a aes normais a seu plano. As

    placas de concreto so usualmente denominadas lajes. Placas com espessura maior que 1/3 do

    vo devem ser estudadas como placa espessa. (NBR 6118, 2003)

    Figura 2.9: Representao de placa.

    Fonte: ARAGO, 2012.

    2.3.2.2 Chapas

    Elementos de superfcie plana, sujeitos principalmente a aes contidas em seu plano.

    As chapas de concreto em que o vo for menor que trs vezes a maior dimenso da seo

    transversal so usualmente denominadas vigas-parede. (NBR 6118, 2003).

    Figura 2.10: Representao de chapa.

    Fonte: ARAGO, 2012.

    2.3.2.3 Cascas

    Elementos de superfcie delgada, no plana. (NBR 6118, 2003)

  • 10

    Figura 2.11: Representao de casca.

    Fonte: Elaborado pelo autor

    2.3.3 Elementos espaciais (tridimensionais)

    Elementos em que as trs dimenses tm a mesma ordem de grandeza, como

    representado na figura 2.12.

    Figura 2.12: Representao de elemento espacial

    Fonte: Elaborada pelo autor

    2.4 CONDIES DE EQUILBRIO DOS CORPOS

    Para um corpo, submetido a um sistema de foras estar em equilbrio, necessrio que

    elas no provoquem nenhuma tendncia de translao nem rotao a este corpo. Como a

    tendncia de translao dada pela resultante das foras e a tendncia de rotao, em tomo

    de qualquer ponto, dada pelo momento resultante destas foras em relao a este ponto,

    basta que estes dois vetores e sejam nulos para que o corpo esteja em equilbrio

    (SUSSEKIND, 1994), conforme demonstrado pelas equaes abaixo:

  • 11

    (2.1)

    (2.2)

    2.4.1 Grandezas Fundamentais

    2.4.1.1 Fora

    um dos conceitos fundamentais da fsica. Relacionado com as trs leis de Newton,

    uma grandeza que tem a capacidade de vencer a inrcia de um corpo, modificando-lhe a

    velocidade.

    As foras mais conhecidas so os pesos, que tem sempre sentido vertical para baixo,

    como por exemplo, o peso proprio de uma viga, ou o peso de uma laje sobre esta mesma viga.

    Segundo BENTO (2003), as foras podem ser classificadas em concentradas e

    distribuidas. Na realidade todas as foras encontradas so distribudas, ou seja, foras que

    atuam ao longo de um trecho.

    Quando um carregamento distribudo atua em uma regio de rea desprezvel, e

    chamado de fora concentrada. A fora concentrada, tratada como um vetor, uma idealizao,

    que em inmeros casos nos traz resultados com preciso satisfatria. No estudo de tipos de

    carregamentos, mais a diante, se retornar a este assunto.

    A fora uma grandeza vetorial que necessita para sua definio de: intensidade,

    direo e sentido, em relao a um ponto de aplicao, como na figura 2.13.

    Figura 2.13: Representao de fora.

    Fonte: BENTO, 2003

  • 12

    2.4.1.2 Momento

    Seja F uma fora constante aplicada em um corpo, d a distncia entre o ponto de

    aplicao desta fora a um ponto qualquer. Por definio, o momento M realizado pela

    fora F em relao ao ponto P e dado pelo produto vetorial, na figura 2.14:

    Figura 2.14: Representao de momento.

    Fonte: JUDICE, 2010

    Resumidamente, momento representa a tendncia de rotao em torno de um ponto

    provocada por uma fora.

    2.4.2 Graus de liberdade

    Sabe-se que a ao esttica de um sistema de foras no espao, em relao a um dado

    ponto, igual de sua resultante e a de seu momento resultante em relao quele ponto;

    provocando, a primeira, uma tendncia de translao e, o segundo, uma tendncia de rotao

    (SUSSEKIND, 1994). No espao, uma translao pode ser expressa por suas componentes

    segundo 3 eixos triortogonais e uma rotao, como a resultante de trs rotaes, cada uma em

    torno de um desses eixos, diz-se que uma estrutura no espao possui um total de 6 graus de

    liberdade (3 translaes e 3 rotaes, segundo 3 eixos triortogonais), conforme ilustrado na

    figura 2.15.

  • 13

    Figura 2.15: Representao de graus de liberdade espacialmente.

    Fonte: Elaborada pelo autor

    No Plano, uma translao pode ser expressa por suas componentes segundo 2 eixos

    ortogonais e, uma resultante de rotao, em torno de um desses eixos, diz-se que uma

    estrutura no plano possui um total de 3 graus de liberdade (2 translaes e 1 rotao, segundo

    2 eixos ortogonais), como mostrado na figura 2.16.

    Figura 2.16: Representao de graus de liberdade no plano.

    Fonte: Elaborada pelo autor

    Evidente que estes graus de liberdade precisam ser restringidos, de modo a evitar toda

    tendncia de movimento da estrutura, a fim de se possibilitar seu equilbrio. Esta restrio

    dada por apoios, que devem impedir as diversas tendncias possveis de movimento, atravs

    do aparecimento de reaes destes apoios sobre a estrutura, nas direes dos movimentos que

    eles impedem, isto , dos graus de liberdade que eles restringem. Estas reaes de apoio se

    oporo s cargas aplicadas a estrutura, formando este conjunto de cargas e reaes um sistema

  • 14

    de foras em equilbrio, e regidas, portanto, pelos grupos de equaes, para os diversos tipos

    de sistemas de foras que podem ocorrer na prtica.

    2.4.3 Vnculos ou Apoios

    Um vnculo (apoio) qualquer condio que restringe a possibilidade de deslocamento

    de um ponto do elemento ligado ao vnculo. O deslocamento de um ponto do elemento

    determinado atravs das componentes segundo os eixos cartesianos ortogonais. As translaes

    podem ser horizontais ou verticais e a rotao ocorre em torno do eixo perpendicular ao plano

    considerado (PINTO, 2000).

    A funo bsica dos vnculos ou apoios de restringir o grau de liberdade das

    estruturas por meio de reaes nas direes dos movimentos impedidos, ou seja, restringir as

    tendncias de movimento de uma estrutura. Os vnculos tm a funo fsica de ligar elementos

    que compem a estrutura, alm da funo esttica de transmitir as cargas ou foras (GHISI,

    2004).

    As ligaes podem ser internas, tambm chamadas de vnculos internos, ou ento

    externas, tambm chamados de apoios. A seguir ser apresentado alguns tipos principais de

    apoios, por ser de fundamental importncia para a compreenso de esforos em vigas.

    2.4.3.1 Apoio articulado mvel (simples ou 1 gnero ou 1 grau):

    Este tipo de apoio restringe apenas uma translao, e a reao tem direo

    perpendicular ao plano de rolamento (PINTO, 2000). Resumidamente, so apoios que

    restringe um movimento, desta maneira teremos somente uma reao de apoio.

    Figura 2.17: Representao para apoio do 1 gnero.

    Fonte: BRANDO, 2010

  • 15

    2.4.3.2 Apoio Articulado Fixo (Articulao ou 2 gnero ou 2 grau):

    Este tipo de apoio impede as duas translaes no plano, e a direo da reao R

    indeterminada, sendo comum a utilizao de duas componentes, horizontal e vertical, porm

    permite a rotao da estrutura (PINTO, 2000).

    Figura 2.18: Representao para apoio do 2 gnero.

    Fonte: BRANDO, 2010

    2.4.3.3 Apoio Engastado (3 gnero ou 3 grau):

    Este tipo de apoio impede todos os movimentos no plano, surgindo ento trs reaes

    de apoio: a vertical (R1), a horizontal (R2) e momento (M) (PINTO, 2000).

    Figura 2.19: Representao para apoio do 3 gnero.

    Fonte: BRANDO, 2010

    2.4.4 Estaticidade e Estabilidade

    Como pode-se ver a funo dos apoios limitar os graus de liberdade de uma

    estrutura. Trs casos podem ento ocorrer, conforme 2.4.3.1, 2.4.3.2 e 2.4.3.3.

  • 16

    2.4.4.1 Hipostaticidade

    So estruturas que no possuem equilbrio esttico, logo no so estveis, tendo por

    isso algum movimento (grau de liberdade) no restringido (ROMO, 2003; BRANDO,

    2010).

    As reaes nos apoios so em nmero inferior ao necessrio para impedir todos os

    movimentos possveis da estrutura. Neste caso, evidentemente, tem-se mais equaes do que

    incgnitas, chegando-se a um sistema de equaes impossvel, nos casos gerais. A estrutura

    ser dita hiposttica e ter equilbrio instvel. (Pode ocorrer uma situao de carregamento tal

    que o prprio carregamento consiga impedir os graus de liberdade que os apoios no forem

    capazes de impedir; ser, ento, um caso de equilbrio, mas de equilbrio instvel, pois

    qualquer que seja a deformao imposta estrutura, ela tender a prosseguir at a sua runa).

    As estruturas hipostticas so, ento, inadmissveis para as construes (SUSSEKIND, 1994).

    Figura 2.20: Estrutura Hiposttica.

    Fonte: JUDICE, 2010

    2.4.4.2 Hiperestaticidade

    A estrutura ser dita hiperesttica, quando os apoios so em nmero superior ao

    necessrio para impedir todos os movimentos possveis da estrutura. Neste caso, tem-se

    menor nmero de equaes do que de incgnitas, conduzindo a um sistema indeterminado. As

    equaes da Esttica no sero, ento, suficientes para a determinao das reaes de apoio,

    sendo necessrias equaes adicionais de compatibilidade de deformaes (SUSSEKIND,

    1994).

  • 17

    Figura 2.21: Estrutura Hiperesttica.

    Fonte: JUDICE, 2010

    2.4.4.3 Isostaticidade

    A estrutura ser dita isosttica, quando os apoios so em nmero estritamente

    necessrio para impedir todos os movimentos possveis da estrutura. Neste caso o nmero de

    reaes de apoio a determinar igual ao nmero de equaes de equilbrio disponveis,

    chegando-se a um sistema de equaes determinado que resolver o problema.

    (SUSSEKIND, 1994).

    Figura 2.22: Estrutura Isosttica.

    Fonte: JUDICE, 2010

  • 18

    2.5 TIPOLOGIA DOS ESFOROS

    A tipologia dos esforos atuantes em estruturas, est divida em esforos externos e

    internos. O primeiro atua fora da estrutura (externo) enquanto o segundo age a nvel

    molecular (interno). Existem ainda para ambos os esforos subdivises que sero descritas.

    Figura 2.23: Classificao dos esforos presentes nas estruturas.

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    2.5.1 Esforos Externos

    Segundo SOUZA & SILVA (2005), os esforos externos so os que atuam no sistema

    material em anlise (por contato ou ao distncia) oriundos da ao de outro sistema (o

    peso prprio, a ao do vento, esforos vinculares, so exemplos de esforos externos),

    conforme as figura 2.24 e 2.25. So subdivididos em ativos e reativos.

    Figura 2.24: Esforos externos carregamento concentrado. Atual (a). Idealizado (b).

    Fonte: CAMPOS, 2010.

  • 19

    2.5.1.1 Esforos ativos

    Os esforos ativos sero classificados conforme a maneira que as aes atuam, em

    funo do tempo e relativamente ao tempo e espao.

    Segundo CAMPOS (2010) relao ao tempo, so classificadas em permanentes, que

    agem permanentemente sobre a estrutura (cargas de paredes, telhados, empuxos de terra,

    peso prprio) e acidentais, que no agem constantemente sobre a estrutura (cargas mveis

    (veculos), ventos, pessoas).

    Em relao ao tempo e ao espao, so classificadas como fixas, que no se deslocam

    sobre a estrutura e agem progressivamente de zero at o valor final (paredes e peso prprio), e

    moveis, que so cargas que se locomovem sobre uma estrutura e agem quase que

    imediatamente com o valor total (veculos) (CAMPOS, 2010).

    Figura 2.25: Esforos externos ativos carregamento distribuido. Atual (a). Idealizado (b).

    Fonte: CAMPOS, 2010.

    2.5.1.2 Esforos reativos

    Os esforos reativos ou reaes dos apoios, so os produzidos pelos vnculos, que se

    ope as cargas atuantes em uma estrutura, sendo determinados pelas equaes que regem o

    equilbrio das foras sobre um corpo em repouso.

    No apoio articulado mvel, o vetor reao normal ao plano de rolamento, passando

    pelo apoio (item 2.4.3.1). No apoio articulado fixo, o vetor reao deve passar pela rtula,

    podendo ser decomposto segundo duas direes perpendiculares (item 2.4.3.2). No

    engastamento, produz-se uma reao fora que pode ser decomposta como a anterior e uma

    reao momento (item 2.4.3.3).

  • 20

    2.5.2 Esforos Internos

    Segundo BANACZEK, (2012), os esforos internos so as interaes entre partes da

    mesma estrutura.

    Os esforos internos desenvolvidos no corpo slido podem ser simplificados para

    aes resultantes. Para tal, importante a definio de um plano que secciona o corpo, um

    sistema de coordenadas e uma conveno de sinais definida de uma forma coerente para

    determinar os sentidos dos esforos de uma maneira equivalente nas duas faces da seo do

    corpo (UFPR, 2012).

    Podem ser esforos solicitantes, resultantes de fora e momento que descrevem a

    interao no plano da seo transversal, ou esforos resistentes (tenses) que descrevem a

    interao entre as partculas (BANACZEK, 2012).

    2.5.2.1 Esforos Internos Solicitantes

    Como j citado, esforos internos solicitantes so os resultantes de fora e momento

    que descrevem a interao no plano da seo transversal. Segundo BRANDO (2010), estes

    esforos internos geralmente so distribudos de forma complexa sobre a seo (figura 2.26),

    mas, no entanto as condies de equilbrio so satisfeitas para cada parte separadamente.

    (a)

    (b)

    Figura 2.26: Esforos internos solicitantes. Corpo recortado virtualmente (a). Distribuio de foras ao longo da

    superfcie recortada (b)

    Fonte: BRANDO, 2010.

    Para o caso de elementos em forma de barras (caso mais comumente tratado pela

    Resistncia dos Materiais) pode-se analisar os esforos internos atuantes em uma seo

    transversal (perpendicular ao eixo da barra) e reconhecemos que a ao de uma parte da barra

  • 21

    sobre a outra pode ser reduzida a uma fora e a um conjugado de momento . Ao se

    decompor estes dois esforos na direo do eixo da barra (direo normal) e no plano da

    seo (direo tangente), obtm-se os chamados esforos solicitantes (figura 2.27).

    (a) (b) (c)

    (d) (e) (f) (g)

    N Q M T Figura 2.27: Esforos internos solicitantes. Conjugado de esforos e (a). Distribuio de foras a superfcie

    recortada (b). Distribuio do conjugado de momento da superfcie recortada (c). Representao esforo normal

    (d). Representao esforo cortante (e). Representao momento fletor (f). Representao momento torsor (g).

    Fonte: SOUZA & SILVA, 2005.

    As resultantes dos esforos internos solicitantes esto descritas abaixo.

    a) Esforo Normal (N): a componente da fora que age perpendicular seo

    transversal. Tende a promover variao da distncia que separa as sees,

    permanecendo as mesmas paralelas uma outra. Se for dirigida para fora do corpo,

    provoca alongamento no sentido da aplicao da fora, produz esforos de trao.

    Q

    N

    M

    T

  • 22

    Se for dirigida para dentro do corpo, provocando encurtamento no sentido de

    aplicao da fora, produz esforos de compresso. Por conveno, o esforo

    normal ser positivo quando de trao e negativo quando de compresso.

    Figura 2.28: Esforo normal em um corpo slido. Efeito efeitos de trao e compresso.

    Fonte: UFPR, 2012.

    b) Esforo Cortante ou de Cisalhamento (Q): a componente da fora contida no

    plano da seo transversal que tende a deslizar uma poro do corpo em relao

    outra, provocando corte (deslizamento da seo em seu plano) perpendicularmente

    ao eixo longitudinal. Por conveno, o esforo cortante positivo quando,

    calculado pelas foras situadas do lado esquerdo da seo, tiver o sentido positivo

    do eixo y e quando calculado pelas foras situadas do lado direito da seo, tiver o

    sentido oposto ao sentido positivo do eixo y.

    Figura 2.29: Esforo cortante em um corpo slido.

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    c) Momento Fletor (M): a componente do momento contida na seo transversal

    (perpendiculares ao eixo), que quando solicitado, tende a dobr-lo, fleti-lo ou

    mudar sua curvatura. O momento fletor age no plano contm o eixo longitudinal,

    ou seja, perpendicular seo transversal. Como um momento pode ser substitudo

    por um binrio, o efeito de M pode ser assimilado ao binrio que provoca uma

  • 23

    tendncia de alongamento em uma das partes da seo e uma tendncia de

    encurtamento na outra parte, deixando a pea fletida.

    Figura 2.30: Momento fletor em um corpo slido. Estrutura antes do carregamento (a).

    Estrutura com carregamento (b). Estrutura fletida (c).

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    Resumidamente, para o momento fletor, deseja-se conhecer quais fibras

    esto tracionadas e quais fibras esto comprimidas (para, no caso das vigas de

    concreto armado, por exemplo, deve-se saber de que lado colocar as barras de ao,

    que so o elemento resistente trao).

    d) Momento Torsor (T): a componente do momento que tende a girar a seo

    transversal em torno de eixo longitudinal, torcendo uma parte do corpo em relao

    outra. Por conveno, o momento torsor positivo quando o vetor de seta dupla

    que o representa estiver como que tracionando a seo.

    (a) (b)

    Figura 2.31: Momento torsor em um corpo slido. Estrutura em repouso (a). Estrutura sob efeito do

    momento torsor (b).

    Fonte: SMITH, 2011.

  • 24

    2.5.2.2 Esforos Internos Resistentes

    Como j citado, esforos internos resistentes (tenses) so os que descrevem a

    interao entre as partculas. Segundo GHISI (2004), a distribuio dos esforos resistentes ao

    longo de cada ponto da seo transversal considerada uniforme, embora, talvez nunca se

    verifique na realidade.

    Segundo LEGGERINI (2007), se a tenso tem a direo perpendicular seo de

    referncia e o seu efeito o de provocar alongamento ou encurtamento das fibras

    longitudinais do corpo, mantendo-as paralelas, essa denominada de tenso normal ().

    Se a tenso desenvolvida no plano da seo de referncia tendo o efeito de provocar

    corte ou cisalhamento nesta seo, essa denominada de tenso tangencial ou de

    cisalhamento ( ) (LEGGERINI, 2007).

    Para poder entender melhor os esforos internos resistentes, o aprofundamento maior

    em conceitos como, propriedades mecnicas dos materiais, deformaes e elasticidade, lei de

    Hooke se faz necessrio, porem no objetivo deste trabalho.

  • 25

    3. INTRODUO BSICA A VIBRAES MECNICAS

    Neste captulo sero apresentados alguns conceitos bsicos envolvidos no estudo de

    vibraes mecnicas. Destaca-se algumas definies bsicas necessrias para o

    desenvolvimento do trabalho, como vibrao livre e forada, amortecida e no amortecida,

    linear e no linear, determinstica e aleatria, graus de liberdade e sistemas contnuos e

    discretos

    3.1 GENERALIDADE

    De acordo com PICCOLI (2012), a maioria das atividades humanas envolve alguma

    forma de vibrao. Ns ouvimos porque o tmpano vibra, ns vemos porque ondas luminosas

    se propagam.

    No campo tecnolgico, as aplicaes de vibraes na engenharia so de grande

    importncia nos tempos atuais. Projetos de mquinas, fundaes, estruturas, motores,

    turbinas, sistemas de controle, e outros, exigem que questes relacionadas a vibraes sejam

    levadas em conta. (PICCOLI, 2012).

    Sempre que a frequncia natural de vibrao de uma mquina ou estrutura coincide

    com a frequncia da fora externa atuante, ocorre um fenmeno conhecido como ressonncia

    que ocasiona grandes deformaes e falhas mecnicas. A literatura rica de exemplos de

    falhas em sistemas causados por vibraes excessivas em virtude de ressonncia. Um destes

    exemplos o da ponte de Tacoma Narrows (figura 3.1), nos Estados Unidos.

    Figura 3.1: Ponte de Tacoma Narrows durante vibrao induzida pelo vento, antes do colapso.

    Fonte: Wikipdia - Tacoma Narrows Brigde (1940).

  • 26

    A vibrao tambm pode ser utilizada com proveito em vrias aplicaes industriais.

    Esteiras transportadoras, peneiras, compactadores, misturadores, mquinas de lavar, utilizam

    vibrao em seu princpio de funcionamento. Vibrao tambm pode ser utilizada em testes

    de materiais, processos de usinagem, soldagem. Os ultra-sons so largamente utilizados

    tambm em medicina (obstetrcia, destruio de clculos renais, etc.). Tambm empregada

    para simular terremotos em pesquisas geolgicas e para conduzir estudos no projeto de

    reatores nucleares (PICCOLI, 2012).

    3.2 CONCEITOS BSICOS DE VIBRAES

    3.2.1 Vibrao

    qualquer movimento que se repete, regular ou irregularmente, depois de um

    intervalo de tempo. Na engenharia estes movimentos ocorrem em elementos de mquinas e

    nas estruturas, quando estes esto submetidos a aes dinmicas (DOS SANTOS, 2012).

    (a) (b)

    Figura 3.2: Exemplos de vibrao. Maquina vibrando (a). Estrutura vibrando (b).

    Fonte: UFPR, 2012; RODRIGUES, 2010.

    3.2.2 Vibrao Livre e Forada

    a) Vibrao livre: provocada por uma perturbao inicial que no persistente durante o

    movimento vibratrio. Tem-se como exemplo o pndulo simples. Depois de deslocado

    de sua posio de equilbrio, o pndulo simples permanece em movimento oscilatrio

  • 27

    sem que nenhum efeito externo intervenha, como na figura 3.3 (DOS SANTOS,

    2012).

    Figura 3.3: Pndulo simples em vibrao livre.

    Fonte: SFISICA, 2012.

    b) Vibrao forada: produzida por um efeito externo que persiste durante o tempo em

    que o movimento vibratrio existir. Como exemplo, tem-se o movimento de um rotor

    desbalanceado, caso tpico de uma vibrao forada (DOS SANTOS, 2012).

    Figura 3.4: Rotor desbalanceado.

    Fonte: CIMM, 2012.

    3.3.3 Vibrao amortecida e no amortecida

    a) Vibrao amortecida: aquela em que a energia de vibrao se dissipa com o tempo,

    de forma que conjuntamente os nveis vibratrios diminuem (DOS SANTOS, 2012).

  • 28

    Figura 3.5: Vibrao livre amortecida

    Fonte: FISICADOSOM, 2012

    b) Vibrao no amortecida: aquela em que a energia de vibrao no se dissipa, de

    forma que o movimento vibratrio permanece imutvel com o passar do tempo (DOS

    SANTOS, 2012). Os sistemas em que ocorre a vibrao no amortecida so sistemas

    ideais, pois sempre alguma energia ser dissipada em um sistema fsico. Entretanto,

    em muitos casos, o amortecimento to pequeno que possvel desprez-lo, pois os

    nveis vibratrios diminuem muito pouco durante o tempo em que o movimento

    observado e a anlise do problema se torna matematicamente mais simples. A Figura

    3.6 ilustra uma vibrao no amortecida.

    Figura 3.6: Vibrao livre no amortecida

    Fonte: FISICADOSOM, 2012

    .

    3.3.4 Vibrao linear e no linear

    a) Vibrao linear: aquela que ocorre em um sistema cujos componentes atuam

    linearmente (PICCOLI, 2012). Como exemplo, a fora da mola proporcional ao

    deslocamento e a fora de amortecimento proporcional velocidade.

  • 29

    Figura 3.7: Sistema linear massa mola.

    PICCOLI, 2012

    b) Vibrao no linear: aquela em que um ou mais componentes do sistema no se

    comporta linearmente, ou seja, a fora produzida no apresenta uma relao linear

    com a varivel cinemtica a que se associa, como por exemplo, relaes quadrticas,

    cbicas, logartmicas, exponenciais e senoidais (PICCOLI, 2012). Como exemplo,

    tem-se a relao senoidal da figura 3.5.

    3.3.5 Vibrao determinstica e aleatria

    a) Vibrao determinstica: aquela em que se pode prever todas as caractersticas do

    movimento vibratrio em qualquer instante de tempo (DOS SANTOS, 2012).

    b) Vibrao aleatria ou no determinstica: aquela em que no possvel prever o que

    ir acontecer no movimento vibratrio (DOS SANTOS, 2012).

    3.3.6 Graus de Liberdade

    Segundo PICCOLI (2012), o nmero mnimo de coordenadas independentes

    necessrias a descrever completamente o movimento de todas as partes que compem um

    sistema vibratrio. A Figura 3.8 mostra exemplos esquemticos de sistemas com um, dois e

    trs graus de liberdade.

  • 30

    Figura 3.8: Representao de graus de liberdade. Sistemas com um grau de liberdade (a). Sistemas com dois

    graus de liberdade (b). Sistemas com trs graus de liberdade (c).

    PICCOLI, 2012

    Se um sistema possui pelo menos um grau de liberdade, os valores das variveis que

    descrevem o estado do sistema (posio, velocidade, acelerao) devem ser especificados por

    um sistema de coordenadas. Qualquer conjunto de coordenadas chamado de conjunto de

    coordenadas generalizadas (DA SILVA, 2009).

    O nmero de graus de liberdade sempre igual ao nmero de coordenadas utilizado

    menos o numero de equaes de restrio. Assim sendo, um movimento descrito em um

    sistema de coordenadas generalizadas no apresenta equaes de restrio (PICCOLI, 2012).

    3.3.7 Sistemas discretos e contnuos

    a) Sistemas discretos: So sistemas governados por equaes diferenciais ordinrias, que

    segundo PICCOLI (2012), podem ser separados em partes de forma que cada uma delas

    possua um determinado nmero de graus de liberdade e o sistema global tenha um

    nmero finito de graus de liberdade, sendo tambm chamados de sistemas com

  • 31

    parmetros concentrados. A Figura 3.9 representa um sistema discreto de um grau de

    liberdade, solicitado por uma fora varivel no tempo. O nico movimento possvel

    do oscilador o deslocamento horizontal, , da massa. O sistema encontra-se ligado

    ao apoio por um elemento que desenvolve uma fora , funo do deslocamento e

    da velocidade da massa M. A funo , caracteriza o comportamento do oscilador;

    a fora P(t) caracteriza a solicitao.

    Figura 3.9: Sistema discreto de um grau de liberdade.

    CORREIA, 2007.

    b) Sistemas contnuos: so governados por equaes diferenciais parciais, e segundo

    PICCOLI (2012), podem ser divididos, possuindo um nmero infinito de graus de

    liberdade sendo tambm conhecidos como sistemas com parmetros distribudos. Tm

    solues exatas apenas em casos especiais, essencialmente quando os parmetros que

    caracterizam o sistema so uniformemente distribudos. Exemplos de sistemas

    contnuos so as aplicaes deste trabalho.

    Dados os conceitos bsicos de vibrao mecnica, listados nesse capitulo, pode-se

    dizer que neste trabalho se estar trabalhando com a viga de Euler em vibrao livre, no

    amortecida, linear, determinstica, para um sistema contnuo.

  • 32

    4. ESTUDO GERAL BSICO DA VIGA

    Neste captulo sero apresentados alguns conceitos gerais referentes classificao

    das vigas, alm tipologia dos esforos atuantes nas vigas. O captulo tambm descreve trs

    modelos de equaes para vigas que aparecem na literatura, quando se estuda vibraes de

    vigas, dando nfase a equao de Euler-Bernoulli que ser estudada no decorrer do trabalho,

    fazendo uma breve descrio das hipteses que devem ser consideradas em cada um desses

    modelos. Demonstra-se ainda, a soluo analtica para vibraes flexionais (SAVF), sua

    deduo e aplicao.

    4.1 GENERALIDADE

    Segundo BASTOS (2005), vigas so estruturas lineares que trabalham em posio

    horizontal ou inclinada, apoiadas em um ou mais apoios e que tem a funo de suportar os

    carregamentos transversais, em que a flexo preponderante.

    As vigas, geralmente barras retas e prismticas, tm caractersticas geomtricas

    semelhantes aos elementos que constituem as trelias (barras), pois uma das dimenses

    muito superior s outras duas, porm, a viga submetida a foras transversais e tem seu eixo

    deformado verticalmente, ou seja, a configurao geomtrica de seu eixo se modifica. A

    forma de carregamento da viga faz com que ela seja solicitada, preponderantemente, pelo

    momento fletor e pela fora cortante. Em alguns casos, as vigas tambm podem ser solicitadas

    axialmente.

    So um dos elementos estruturais mais utilizados em pontes, passarelas, edifcios

    principalmente pela facilidade de construo. De acordo com (BRANDO, 2010), no h

    dvida de que a viga um dos mais importantes elementos estruturais e sua teoria bsica deve

    ser completamente entendida para o seu dimensionamento.

  • 33

    4.2 CLASSIFICAO

    4.2.1 Quanto aos Apoios

    Segundo (SUSSEKIND, 1994), vigas estaticamente determinadas, tambm chamadas

    de Isostticas, e como visto no capitulo 2,so aquelas que podem ter seus esforos

    determinados apenas pelas equaes de equilbrio (Equao 4.1), sendo exemplificadas, nas

    vigas (a), (b) e (c), na figura 4.1.

    ; ; . (4.1)

    Tambm existem as vigas estaticamente indeterminada ou hiperestticas. Em geral, as

    equaes de equilbrio (Equao 4.1) fornecem condies necessrias, mas no suficientes,

    para a determinao dos esforos no modelo estrutural. Para a determinao dos esforos em

    estruturas hiperestticas, necessrio fazer uso das outras condies, como a compatibilidade

    deslocamentos e deformaes. So exemplificadas nas vigas (d), (e) e (f), na figura 4.1.

    Figura 4.1: Principais tipos de vigas. Biapoiada (a). Em balano (b). Apoiada em balano (c). Continua (d).

    Apoiada engastada (e). Biengastada (f).

    Fonte: MILFONT , 2010

    4.2.2 Quanto ao Carregamento

    Basicamente, existem dois tipos de carregamento externo que uma viga, cargas

    concentradas e cargas distribudas. Carregamento concentrado corresponde a aplicao de

    uma carga em um nico ponto sobre a estrutura (Figura 4.2) (PINTO, 2000).

  • 34

    Figura 4.2: Cargas ( Concentradas ao longo da viga.

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    J o carregamento distribudo expresso como uma fora ao longo de uma unidade de

    comprimento (Figura 4.3), sendo que a intensidade da fora pode ser constante ou varivel

    (PINTO, 2000).

    Figura 4.3: Cargas ( Distribudas ao longo da viga.

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    Uma viga pode estar submetida a cargas concentradas, a cargas distribudas ou

    combinao de ambas. Quando se trabalha com cargas distribudas, pode-se substitu-la por

    uma carga concentrada, e assim facilitar bastante os demais clculos.

    4.3 EQUAO DE VIBRAO EM FLEXO DA VIGA DE EULER-BERNOULLI

    Para obter a equao da viga segundo a teoria de Euler-Bernoulli, algumas hipteses

    devem ser consideradas.

    A viga tratada como modelo unidimensional, fazendo-se a hiptese que o

    comprimento bem maior que as dimenses da seo transversal. Segundo SILVA &

    PEDROSO, (2005), para uma relao muito pequena, entre a altura ( ) da seo transversal

  • 35

    de uma viga e seu comprimento ( ), a viga e tratada como esbeltas ( , Teoria de

    Euler).

    Segundo SILVA & PEDROSO (2005), esta se caracteriza por considerar apenas os

    efeitos de flexo (Caso elementar de flexo) devido tenso normal. Segundo MIGOTTO

    (2011), para a viga anteriormente descrita ser classificada como viga de Euler, ela deve ter

    dimenso da seo transversal pequena comparada com o seu comprimento; existncia de

    uma linha neutra onde a viga no sofre nem trao nem compresso; ser de material elstico e

    homogneo; ter as sees planas, considerando que permanecem planas aps a deformao e

    a curvatura da viga ser assumida pequena; serem consideradas muito pequenas ou

    desconsideradas as deformaes por cisalhamento, a resistncia inercial e a acelerao em

    rotao (acelerao angular) das sees retas da viga.

    Figura 4.4: Viga em vibrao transversal livre e um diagrama de corpo livre de um pequeno elemento da viga,

    uma vez que deformado por uma fora distribuda por unidade de comprimento, representada por

    Fonte: INMAN (2001).

    A Figura 4.4 ilustra uma viga em balano com a direco transversal da vibrao

    indicada (isto , a deformao, , na direo ). A viga de seco transversal

    rectangular largura , espessura e comprimento L. Tambm associada com a

    flexo da viga, est a rigidez, , onde o mdulo de elasticidade (mdulo de Young) e

  • 36

    o momento de inrcia na seco transversal em torno do "eixo ." Segundo INMAN

    (2001), para a resistencia dos materiais, a viga sofre momento fletor , o qual est

    relacionado com a deformao da viga, ou a deformao de flexo, , e dada pela

    equao (4.2) neste caso:

    (4.2)

    Segundo INMAN (2001) e MEIROVITCH (1986), o modelo de vibrao de flexo

    podem ser obtidos a partir do exame do diagrama de um elemento infinitesimal da viga, tal

    como indicado na Figura 4.4. Assumindo que a deformao suficientemente pequena de

    modo que a deformao de corte ser muito menor do que (ou seja, de modo que os

    lados do elemento no sejam fletidos). A soma das foras na direo , resulta na equao

    (4.3):

    (4.3)

    Onde a fora de cisalhamento na extremidade esquerda do elemento ,

    + dx fora de cisalhamento na extremidade direita do elemento ,

    o carregamento total externo aplicado ao elemento por unidade de comprimento, e o termo do

    lado direito da igualdade a fora inercial do e1emento. Lembrando que a suposio de

    deformao de corte muito pequena usada no equilbrio de foras da equao (4.3)

    verda