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ANÁLISE DO ESCOAMENTO DE UM FLUIDO SURFACTANTE VISCOELÁSTICO EM UM CANAL DE PLACAS PARALELAS Philippe Rollemberg d’Egmont Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro. Orientador: Fernando Pereira Duda Rio de Janeiro Fevereiro de 2016

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ANÁLISE DO ESCOAMENTO DE UM FLUIDO SURFACTANTE

VISCOELÁSTICO EM UM CANAL DE PLACAS PARALELAS

Philippe Rollemberg d’Egmont

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Mecânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de

Engenheiro.

Orientador: Fernando Pereira Duda

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2016

i

ii

Rollemberg d’Egmont, Philippe

Análise do escoamento de um fluido surfactante

viscoelástico em um canal de placas paralelas/ Philippe

Rollemberg d’Egmont. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2016.

VIII, 55 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Fernando Pereira Duda

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Mecânica, 2016.

Referencias Bibliográficas: p. 56-57.

1. Fluidos complexos 2. Viscoelasticidade 3. Simulação

numérica. I. Duda, Fernando Pereira. II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de

Engenharia Mecânica. III. Análise do comportamento do

escoamento unidirecional de um fluido surfactante não

Newtoniano entre placas.

iii

Para Deus, minha família e amigos.

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, por dar significado a vida uma vez que o amor não cabe em si.

Ao meu pai, pelo apoio em todos os momentos e por me levar ao Aeroporto

Santos Dumont e nas oficinas mecânicas e me mostrar o valor da engenharia

mecânica desde pequeno.

A minha mãe, por sua atenção, conselhos e carinho.

A minha tia, por seu carinho desde pequeno e por sempre me incentivar e

motivar a nunca desistir.

Agradeço a todos os professores que contribuíram com minha formação, desde

o ensino fundamental até a universidade.

Ao Professor Duda e ao Guilherme pela orientação, ensino e por me

apresentar o método dos elementos finitos.

A empresa ESSS, por me dar a oportunidade de aplicar na prática os

conhecimentos adquiridos na universidade e por valorizar a pesquisa e

desenvolvimento.

A todos os amigos que fiz durante esta jornada, a saber: amigos do curso de

Engenharia Mecânica, amigos do Minerva AeroDesign e amigos do time de

futsal da engenharia UFRJ.

v

“A felicidade é muito mais um jeito de ir do que um lugar aonde se

chega”.

Ed Rene Kivitz

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

ANÁLISE DO ESCOAMENTO DE UM FLUIDO SURFACTANTE

VISCOELÁSTICO EM UM CANAL DE PLACAS PARALELAS

Philippe Rollemberg d’Egmont

Fevereiro/2016

Orientador: Fernando Pereira Duda

Curso: Engenharia Mecânica

Soluções micelares viscoelásticas vêm sendo usadas cada vez mais em

diversas aplicações indústrias, como na redução de arrasto, na área de biotecnologia

e na recuperação avançada de petróleo, devido às suas propriedades reológicas.

Estas soluções são usadas na recuperação avançada como fluido de injeção para

melhorar a eficiência da extração de petróleo. Este trabalho avalia o comportamento

reológico de uma solução micelar escoando em um canal entre placas paralelas, a fim

de obter maior compreensão da dinâmica de uma solução micelar do tipo wormlike.

Foi utilizado o modelo viscoelástico não linear VCM (Vasquez-Cook-McKinley),

formulado para descrever o acoplamento entre a reologia do fluido viscoelástico e a

cinética das cadeias micelares do tipo wormlike, representada por sua montagem e

ruptura induzida por deformação. O modelo também captura os efeitos de difusão das

cadeias de micelas na rede micelar induzida por tensão. Os resultados apresentados

neste presente trabalho foram obtidos com o uso do método dos elementos finitos. O

perfil de velocidade obtido pelo modelo vcm difere do perfil parabólico de um fluido

newtoniano e apresenta um perfil espacial complexo, exibindo bandas de

cisalhamento no escoamento.

Palavras-chave: Fluidos complexos, Viscoelasticidade, Simulação numérica.

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

ANALYSIS OF A VISCOELASTIC SURFACTANT FLUID FLOW IN A

PARALLEL PLATES CHANNEL

Philippe Rollemberg d’Egmont

February/2016

Advisor: Fernando Pereira Duda

Course: Mechanical Engineering

Viscoelastic micellar solutions have been used increasingly in a wide range of

industrial applications such as drag reduction, biotechnology area and enhanced oil

recovery, due to its rheological properties. These solutions are used in the enhanced

recovery as injection fluid in order to improve the efficiency of oil extraction. This study

evaluates the rheological behavior of a micellar solution for a flow in a parallel plates

channel in order to achieve a greater understanding of the dynamics of wormlike

micellar solution. The nonlinear viscoelastic model VCM (Vasquez-Cook-McKinley)

was used in this work, this model was formulated to describe the coupling between the

viscoelastic fluid rheology and the kinetics of wormlike micellar solution chains as

assembly and deformation-induced rupture. The model also captures the effects of

stress-induced diffusion of micelle chains through the micelle network. The results

presented in this study were obtained by using the finite element method. The velocity

profile predicted by the VCM model deviates from the regular parabolic profile expected

for a Newtonian fluid and shows a complex spatial structure exhibiting shear banding.

Keywords: Complex fluids, viscoelasticity, numerical simulations.

viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

1.1 Contexto ...................................................................................................................... 1

1.2 Recuperação de Petróleo ......................................................................................... 2

1.3 Características da Solução Micelar ......................................................................... 5

2 MODELO REOLÓGICO ......................................................................................... 6

2.1 Fundamentos Teóricos ............................................................................................. 6

2.2 Revisão Bibliográfica ................................................................................................. 7

2.3 Modelo VCM ............................................................................................................... 9

2.4 Escoamento Unidirecional ..................................................................................... 16

3 IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA.......................................................................... 19

3.1 Método Computacional ........................................................................................... 19

4 RESULTADOS..................................................................................................... 23

4.1 Escoamento Permanente com as Placas fixas ................................................... 23

4.2 Escoamento Permanente com uma Placa fixa e a outra com velocidade

constante .............................................................................................................................. 36

4.3 Escoamento Transiente com as duas Placas fixas ............................................ 40

4.4 Escoamento Transiente com uma Placa Fixa e a Outra Oscilando ................. 47

5 CONCLUSÕES .................................................................................................... 55

6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS .................................................................... 56

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto

Moléculas surfactantes são constituídas por uma cabeça hidrofílica e uma

longa calda hidrofóbica, quando misturados com solvente e em determinadas

condições de concentração e temperatura, eles podem se conectar e formar diferentes

tipos de micelas, como micelas esféricas, micelas rodlike, micelas wormlike, entre

outras.

Figura 1.1 – Agregados Surfactantes.

A figura 1.1 mostra a formação de micelas esféricas para uma concentração micelar

crítica 1 (CMC1) e a formação de micelas rodlike para uma concentração micelar

crítica 2 (CMC2). As micelas rodlike possuem uma estrutura cilíndrica curta e rígida.

Figura 1.2 – Micela Wormlike e Rede Micelar.

2

Ao continuar aumentando a concentração micelar, as micelas rodlike são

transformadas em micelas denominadas wormlike ou polímeros vivos, que possuem

uma estrutura cilíndrica longa e flexível. As micelas wormlike podem se entrelaçar e

formar um emaranhado, ao aumentar a concentração micelar, e formar uma rede

micelar wormlike com propriedades viscoelásticas, resultando no fluido surfactante ou

solução micelar.

Soluções micelares viscoelásticas estão sendo usadas extensivamente como

modificadores reológicos em produtos de consumo, tais como tintas, detergentes,

produtos farmacêuticos, lubrificantes e agentes emulsionantes no qual é exigido um

alto controle das propriedades do fluido. Além disso, as soluções micelares também se

tornaram importantes em uma ampla gama de aplicações, na área da

bionanotecnologia, na pulverização de agroquímicos, na impressão a jato de tinta, na

redução de arrasto turbulento e na recuperação avançada de petróleo, onde eles são

frequentemente usados como um fluido de fratura para estimular a produção de

petróleo [1].

1.2 Recuperação de Petróleo

Os métodos convencionais de recuperação de petróleo são conhecidos como

recuperação primária e secundária. O método de recuperação primária se inicia ao

perfurar o poço produtor, onde o petróleo é expulso dos poros e jogado para fora da

rocha reservatório, por conta da diferença de pressão, sendo iniciada a produção do

petróleo. Essa produção vai diminuindo ao longo do tempo e mudanças vão ocorrendo

no poço, a saber: queda da pressão, aumento da viscosidade, diminuição da

densidade e redução do volume de óleo no reservatório. Essas mudanças acarretam a

necessidade de outros métodos para extrair o óleo.

3

O método de recuperação secundária consiste na injeção de fluidos no poço

para que esses fluidos empurrem o óleo para fora dos poros, por meio de um processo

mecânico. Nesse processo não ocorre nenhuma interação química ou termodinâmica

entre os fluidos ou entre os fluidos e a rocha, pois se trata de um processo não

miscível de injeção de água ou gás. Ou seja, não se espera que os fluidos se

misturem ou interfiram na rocha-reservatório.

O fluido injetado ou fluido deslocador deve empurrar o óleo, chamado de fluido

deslocado, para fora dos poros da rocha e ao mesmo tempo ir ocupando o espaço

deixado à medida que este vai sendo expulso. Nem todo óleo é removido com esse

método de recuperação. Estima-se que, ao se utilizar métodos convencionais, 60% a

70% do óleo ainda fique retido. O óleo retido nos poros da zona invadida pela água ou

gás imiscível é consequência do efeito da capilaridade e é denominado óleo residual.

O método de recuperação avançada ou terciária é empregado para atuar nos

pontos onde o processo convencional não obtém êxito. As baixas recuperações

resultantes de um método convencional de injeção de fluidos podem ser creditadas

basicamente a dois aspectos principais: a alta viscosidade do óleo do reservatório e as

elevadas tensões interfaciais existentes entre o fluido injetado e o óleo [2].

Quando a viscosidade do fluido injetado é muito menor que a do fluido a ser

deslocado, o primeiro se move muito mais facilmente no meio poroso, encontrando

caminhos preferenciais, dirigindo rapidamente para os poços de produção, e grandes

volumes não são varridos pelo fluido, consequentemente o óleo fica retido em grandes

volumes de rocha nos quais o deslocamento não se processou.

Quando há altas tensões interfaciais, a capacidade do fluido injetado de

desalojar o óleo do reservatório para fora dos poros é bastante reduzida, deixando

saturações residuais de óleo elevadas nas regiões já varridas pelo fluido injetado.

4

Quando o óleo do reservatório tem viscosidade um pouco elevada, polímeros

podem ser adicionados à água de injeção para transformá-la em um fluido que se

desloca no meio poroso com a mesma mobilidade que o óleo, aumentando a eficiência

de varrido, evitando que a água escolha um caminho preferencial por conta da

diferença de viscosidade. Contudo, uma vez injetado o material polimérico na rocha-

reservatório, os poros da mesma ficam definitivamente obstruídos pelo polímero [3].

Ao se adicionar um surfactante à água de injeção, na verdade está se fazendo

um deslocamento miscível com água. O surfactante tem a finalidade de reduzir as

tensões interfaciais entre a água e o óleo, que devido a sua natureza anfifílica,

possuem uma parte hidrofílica (solúvel em água) e outra parte lipofílica (solúvel em

lipídios e não em água), portanto se adsorvem em interfaces água-óleo, diminuindo a

tensão entre esses dois líquidos, ampliando a eficiência de deslocamento e facilitando

a recuperação do petróleo.

De um modo geral, os métodos miscíveis são pouco eficientes em relação às

eficiências de varrido. Isto acontece porque essas soluções normalmente têm

viscosidades bem menores que a do óleo, deixando a maior parte do reservatório sem

ser varrida. No entanto, existem surfactantes que propiciam altas recuperações com

boas eficiências de varrido, como exemplo, a injeção de microemulsão, também

chamada de solução micelar, que é uma tentativa de se obter um deslocamento

miscível com boas eficiências de varrido, uma vez que se tem a preocupação com a

miscibilidade e com o controle da viscosidade a fim de evitar caminhos preferenciais e

altas tensões superficiais [4].

5

1.3 Características da Solução Micelar

A compreensão fundamental do comportamento desses fluidos complexos em

diferentes regimes de escoamento é, portanto, extremamente importante para uma

série de indústrias. As técnicas para a análise e de controle do fluxo de fluidos

complexos requerem determinação precisa das propriedades dos materiais, bem como

a capacidade de compreender e prever as mudanças que ocorrem dentro dos

materiais quando eles são submetidos às condições de escoamento igual às

encontradas nas aplicações comerciais e industriais.

As propriedades reológicas das soluções resultantes são semelhantes às

soluções poliméricas, no entanto, com algumas diferenças, a saber: wormlike têm um

mecanismo de relaxação adicional; isto é, eles podem quebrar e reconectar

continuamente, apresentando comportamentos distintos sob diferentes condições de

deformação [5, 6]. Como resultado do acoplamento entre a tensão e a microestrutura

de fluido, este processo de relaxação adicional pode se tornar altamente localizado,

levando a formação de estruturas espacialmente não homogêneas, tais como bandas

de cisalhamento. A dinâmica do fenômeno bandas de cisalhamento vem sendo

consideravelmente estudado tanto no âmbito teórico [5-10] quanto no experimental

[11-14].

Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar o comportamento reológico de

uma solução micelar escoando em um canal entre placas paralelas, por meio de

simulação computacional utilizando a teoria de elementos finitos. Os resultados

obtidos podem ser usados para auxiliar laboratórios que sintetizam esses tipos de

fluido.

6

2 MODELO REOLÓGICO

2.1 Fundamentos Teóricos

A cadeia micelar é representada por um conjunto de esferas unidas por molas,

nesta configuração, as esferas representam o centro de massa do sistema e estão

relacionadas com a interação hidrodinâmica entre o solvente e as macromoléculas da

solução micelar (a força de arrasto viscoso do solvente sobre as macromoléculas). As

molas representam o efeito de elasticidade das macromoléculas ou efeito restaurador

da rede micelar. Esta configuração esfera/mola denominada dumbbell [15] é

simplificada assumindo-se um comportamento de mola linear ou mola de Hooke.

Os modelos desenvolvidos para descrever o comportamento reológico destes

fluidos complexos, baseiam-se nas seguintes hipóteses: o fluido é incompressível, isto

é,

(2.1)

onde, u é a velocidade do solvente; o tensor de tensões total é dado por;

(2.2)

em que a pressão é uma reação à restrição de incompressibilidade e é a parte

ativa da tensão; esta parte ativa é dividida em uma contribuição proveniente da

solução micelar dada por e por uma tensão referente ao solvente newtoniano, :

(2.3)

a tensão de cisalhamento no solvente newtoniano é dada por:

(2.4)

7

onde ) ) é a parte simétrica do gradiente de velocidade, grad

u, é o tensor de alongamento e o coeficiente constante é a viscosidade do solvente.

A tensão está relacionada com a quebra e reconexão das cadeias da rede micelar

[16].

2.2 Revisão Bibliográfica

Os modelos para fluido viscoelástico não linear descrevem efeitos elásticos e

características não lineares como viscosidade não newtoniana. Existe uma grande

variedade destes modelos, sendo que cada um é capaz de predizer um conjunto de

fenômenos, podendo apresentar deficiências em outros. Os modelos diferenciais não

lineares podem ser obtidos a partir do modelo para fluido viscoelástico linear, na sua

forma diferencial, alterando a derivada em relação ao tempo pela derivada convectiva

no tempo, e podendo adicionar termos não lineares e parâmetros nas equações [17].

Os modelos de fluido viscoelástico linear estão limitados a pequenas

deformações, no entanto, esta limitação não ocorre para os modelos de fluido

viscoelástico não linear. A escolha de uma equação constitutiva com um apropriado

nível de complexidade, para um determinado escoamento, depende de diversos fatore

e requer uma ponderação entre a complexidade matemática, o número de parâmetros

físicos a se estimar e a necessidade de se descrever as propriedades das

macromoléculas do polímero [18,19].

O modelo Oldroyd-B [20], deriva da teoria cinética para soluções poliméricas

concentradas e polímeros fundidos [17] onde a cadeia polimérica é representada por

um conjunto de duas esferas unidas por mola como mostrado na figura 2.1. As esferas

representam o centro de massa do sistema e estão relacionadas com a interação

hidrodinâmica, força de arrasto viscoso, entre o solvente e as macromoléculas da

solução polimérica. As molas representam o efeito de elasticidade das

macromoléculas ou o efeito restaurador do polímero. Esta configuração esfera/mola

8

denominada “dumbbell” é simplificada assumindo um comportamento de mola de

Hooke.

Figura 2.1 – Representação de uma macromolécula como um “dumbbell”

As constantes desta equação tem o mesmo do modelo linear descrito

anteriormente. O modelo Oldroyd-B consegue representar com precisão certos tipos

de fluido que apresentam elasticidade ideal, conhecidos como fluidos de “Borger”.

Este modelo possui a deficiência no cálculo de uma viscosidade extensional

infinita para uma faixa de valores de taxa de deformação em escoamentos

extensionais. Se a viscosidade do solvente for desconsiderada, o modelo de Oldroyd-

B recai em um modelo conhecido como UCM (Upper Convected Maxwell). Este

modelo é usado frequentemente para testar metodologias numéricas, uma vez que a

ausência da parte correspondente a viscosidade do solvente torna mais crítica a

estabilidade numérica do problema.

Outro modelo bem conhecido é o modelo reológico desenvolvido por Giesekus

[21]. Este modelo também se baseia em considerações moleculares com sistemas do

tipo esfera/mola, onde a mola assume o comportamento linear. A diferença do modelo

de Giesekus para o modelo de Oldroyd-B, está na adição de um efeito de não isotropia

na definição da força de arrasto sobre as esferas.

9

O modelo de Jonhson-Segalman vem sendo extensivamente estudado em

escoamento de cisalhamento não homogêneo estacionário [9]. Na equação

constitutiva, gerada a partir da teoria molecular de rede de Gaussian, foi adicionado

um parâmetro escalar que se tornou importante para análise de grandes deformações.

Este modelo obteve boa concordância com os resultados experimentais em um

escoamento de cisalhamento simples.

Embora motivado por processos físicos como deformações complexas das

cadeias, o modelo de Jonhson-Segalman não é capaz de estabelecer uma relação

direta entre os aspectos microestruturais e o escoamento, como exemplo, o processo

de quebra e reconexão das cadeias que influenciam no fenômeno de bandas de

cisalhamento (Shear banding) em soluções micelares.

Os modelos Giesekus e Jonhson-Segalman são capazes de predizer o

comportamento shear-banding, no entanto, esses modelos não conseguem predizer

com precisão o comportamento de soluções micelares em determinados testes

viscométricos, como escoamento extensional uniaxial, escoamento cisalhamente com

grande amplitude de oscilação e escoamento em degrau. O modelo VCM, por outro

lado, apresentou concordância com resultados experimentais não somente em

escoamento cisalhante estacionário, mas também em escoamento cisalhante

oscilatório com grande amplitude de oscilação e nos escoamento extensional uniaxial.

2.3 Modelo VCM

Neste trabalho, foi adotado o modelo viscoelástico constitutivo VCM [5], este

modelo assume um solvente newtoniano e considera que todo o comportamento não-

Newtoniano da solução é devido às moléculas surfactantes. Este modelo adota a

hipótese de que na rede micelar existem apenas dois tipos de cadeias micelares, a

10

saber: cadeia A e cadeia B. Além disso, este modelo leva em consideração a quebra e

reconexão dessas cadeias, A e B, e é baseado na teoria de “polímeros vivos” para

wormlike micelles [18]. A contribuição micelar para o tensor de tensões é dado por:

(2.5)

onde, A e B são tensores de conformação referentes às cadeias A e B, enquanto

e representam as molas de Hooke ou elasticidade referentes a cada cadeia.

O modelo VCM descreve um fluido enredado em que cadeias A, que

representam cadeias longas de comprimento L no equilíbrio, podem quebrar-se ao

meio para formar as cadeias B, que representam cadeias curtas de tamanho L / 2 no

equilíbrio, e duas cadeias curtas quaisquer podem combinar-se para formar uma

cadeia longa. O desenho esquemático das cadeias está ilustrado na figura 2.2 e o

sistema massa/mola que representa as cadeias longas e curtas é mostrado na figura

2.3.

Figura 2.2 – Desenho esquemático das cadeias micelares longas e curtas.

11

Figura 2.3 – Sistema massa/mola representando as cadeias micelares.

Este modelo difere ao modelo proposto por teoria Cates, em que as cadeias

podem quebrar com igual probabilidade em qualquer ponto ao longo do seu

comprimento e em que as cadeias de qualquer comprimento podem juntar-se para

formar uma cadeia mais longa. Esta simplificação da dinâmica de ruptura da teoria de

Cates permitiu o desenvolvimento de uma teoria que capta as variações espaciais na

densidade numérica de cada cadeia micelar, sendo crucial para a compreensão do

comportamento experimental de soluções micelares wormlike e da seleção dos

valores de tensão em que estas soluções apresentem o comportamento de bandas

cisalhantes [22].

Quando fluidos Newtonianos são submetidos à tensão, estes se deformam (e

escoam), e quando esta tensão aplicada é retirada, a deformação cessa

imediatamente. Fluidos viscoelásticos submetidos à tensão também se deformam,

entretanto, quando a tensão é removida a tensão interna deste fluido não é cessada

imediatamente, uma vez que ocorrem mudanças conformacionais na configuração

molecular interna do fluido e esta pode manter armazenada a tensão por um

determinado tempo, este tempo é denominado tempo de relaxação, assim, mesmo

quando a tensão externa é retirada, o fluido continua se deformando durante o tempo

de relaxação. O número adimensional de Deborah, De, relaciona o tempo de

relaxação com o tempo característico do processo de deformação do fluido, assim,

12

este é importante para determinar se os efeitos de relaxação do material influenciam

em uma determinada aplicação [23].

No modelo VCM, as cadeias A representam a extensão média das cadeias

longas envolvidas nos enredos, com uma relaxação via reptação, que é uma

movimentação ou difusão das cadeias. A teoria de reptação prevê que em sistemas de

emaranhados, o tempo de relaxação é proporcional ao cubo da massa molar da

cadeia, este movimento é comparado com a locomoção de alguns répteis, como as

cobras pela semelhança na movimentação [24]. Do mesmo modo, as cadeias B

representam a extensão média das cadeias micelares curtas e sua relaxação é por

meio de um mecanismo chamado Rouse-like, que corresponde a movimentos rápidos

de cadeias livres, uma vez que o entrelaçamento de cadeias é negligenciado para esta

cadeia [18].

A taxa de ruptura das cadeias longas A é composta por uma taxa de quebra no

equilíbrio, uma taxa de quebra na ausência de fluxo, e um termo adicional que

depende da tensão local e a taxa de deformação que representa a quebra das cadeias

induzida pela tensão. A cinética destes processos microestruturais são descritos por

um conjunto de equações (2.10)-(2.13) que regem a evolução do número de

densidades do nA e nB e os tensores de conformação A e B das cadeias A e B.

No intento de tornar as equações do modelo adimensionais, foram utilizados os

seguintes parâmetros adimensionais:

,

,

, )

) , )

) ,

,

,

,

,

,

,

,

onde x’ é a coordenada espacial, h’ é um comprimento característico na escala

macroscópica, é referente a velocidade na escala macroscópica, é velocidade

13

dimensional característica do escoamento, é a viscosidade micelar característica

referente a taxa de deformação zero, é a viscosidade do solvente, P é o valor da

pressão no escoamento, é a constante da mola referente a cadeia A, é a

constante de Boltzmann, T’ é a temperatura, é o valor dimensional do número de

densidade das cadeias longas A no equilíbrio e é o tempo de relaxação efetivo da

rede micelar. é o módulo de plateau da rede micelar.

e representam o

coeficiente de arrasto das cadeias A e B respectivamente. Além disso, existem dois

parâmetros adimensionais relacionados a razões de constantes de tempo:

(2.6)

(2.7)

e dois parâmetros de difusividade:

(2.8)

(2.9)

onde é o tempo de relaxação das cadeias A,

é o tempo de relaxação da cadeias

B, e

são a difusividade dimensional das cadeias A e B, respectivamente,

,

.

Considerando a solução micelar para um tempo , governada pelas

seguintes equações de evolução adimensionais do modelo VCM [24]:

2 212 :

2 AA

A A A B B A A

Dnn c n c n

Dt (2.10)

2 22 2 : 2B

B B B B B A A

Dnn c n c n

Dt B (2.11)

14

( )

2

A A B B An c n cA A I A B A (2.12)

2 [ 2 2 ]2

BB B B A

nc n c B B I B B A (2.13)

Os parâmetros e representam a difusividade, e e são dados por

, = λB/λA, ) , onde é o tempo de

relaxação. A taxa de recombinação das cadeias curtas é tomada como

constante, enquanto a taxa de quebras das cadeias de emaranhados longos,

) ) , depende do estado de tensão local, sendo a taxa

de quebra das cadeias longas no equilíbrio que é constante, é parâmetro que

governa a intensidade da taxa de ruptura não-linear das cadeias A, representando o

grau com que um segmento de cadeia pode se contrair repentinamente de volta para

dentro de uma região tubular que representa sua extensão de equilíbrio. Este

parâmetro varia de 0 a 1 para capturar a retração parcial de um polímero dentro de um

tubo de restrição. Quando ξ = 0 corresponde à ausência de retração ou

comportamento ideal neo-Hookean, um comportamento esperado para Rigid-rod [5].

Quando ξ = 1 representa contração completa para a extensão de equilíbrio e para

0<ξ<1 corresponde a uma retração parcial [25]. O valor deste parâmetro para uma

dada solução é obtido e ajustado experimentalmente [26].

) é a taxa de deformação. O índice indica a derivada

convectiva superior, que é dada por:

)

) ) ) ) (2.14)

Estas equações de evolução são acopladas às equações adimensionalizadas

de balanço de quantidade de movimento e conservação de massa, obtidas a partir das

hipóteses de fluido incompressível, fluido suficientemente viscoso de tal forma que os

15

efeitos inerciais do escoamento são considerados desprezíveis, 𝛁 , e tensor de

tensões total dado por (2.2):

) , (2.15)

(2.16)

Onde E é o número de elasticidade dado por:

, (2.17)

onde De é o número de Deborah,

, (2.18)

e Re é o número de Reynolds é dado por

.

Neste trabalho, as quantidades dimensionais são denotadas com apóstrofo “ ‘ ”

e os termos adimensionais sem o apóstrofo. Os valores para estes parâmetros,

obtidos para uma solução de cloreto de cetilpiridínio e salicilato de sódio em salmoura

(CPCl-Sal/NaCl), são: a partir de [27],

, , , , , .

Considerando um domínio P onde contém solução micelar, as equações (2.10)-

(2.13) satisfazem o interior deste domínio. Sendo ∂P fronteira do domínio P, esse é

satisfeito com as seguintes equações de condição de contorno (2.19)-(2.22):

) em , (2.19)

) em . (2.20)

Assumindo que não há nenhum fluxo de tensão de conformação através da

fronteira ∂P, temos que;

em , (2.21)

em . (2.22)

16

2.4 Escoamento Unidirecional

Considerando um micro canal bidimensional de comprimento d e altura h, como

mostrado na figura 2.4;

Figura 2.4 – Desenho representativo de um micro canal de placas paralelas

Foi considerado d’ >> h’ para todas as análises presentes neste trabalho, a fim

de desprezar os efeitos de entrada e de saída, assim é assumido que a pressão

imposta na entrada do canal decai linearmente ao longo do comprimento d do canal.

Assumindo um fluido suficientemente viscoso de tal forma que os efeitos inerciais do

escoamento são considerados desprezíveis, e escoamento unidirecional,

) , sendo que a velocidade só varia na direção y, assim, o sistema de

equações do modelo assume a seguinte forma:

1

12 12( (A 2B )) du d du

E Pdt dy dy

(2.23)

222 1( (2 ))

2

A AA B B Aeq A

n dn dAdc n c n H

t dy dy dy

(2.24)

222( 2 ( )) 2 2B BB B B Aeq A

n dn dBdc n c n H

t dy dy dy

(2.25)

17

11 11 1111 11 11 12( ) 2A B B Aeq A

A

A dA Ad duc n B c A n A A H

t dy dy dy n

(2.26)

12 12 1212 12 12 22( )A B B Aeq

A

A dA Ad duc n B c A A A H

t dy dy dy n

(2.27)

22 22 2222 22 22 22( )A B B Aeq A

A

A dA Ad duc n B c A n A A H

t dy dy dy n

(2.28)

11 11 1111 11 12 11( ) 2 ( )

2

BB B B Aeq

A

B dB n Ad duc n B c A B H B

t dy dy dy n (2.29)

12 12 1212 12 12 22( ) 2 2 2

B B B Aeq

A

B dB Ad duc n B c A B B H

t dy dy dy n (2.30)

22 22 2222 22 22( ) 2 2 2

2

BB B B Aeq

A

B dB n Adc n B c A B H

t dy dy n (2.31)

onde, 1223

uH A

y.

O sistema não linear de equações diferenciais parciais representado por (2.23)-

(2.31) está sujeito as seguintes condições de contorno; para o campo de velocidade foi

considerado condição de não deslizamento nas paredes do micro canal;

em , (2.32)

onde, é definido como superfície das paredes do micro canal, localizada em

+h/2 e –h/2 na coordenada y. Assumindo que não há nenhum fluxo de tensão de

conformação através da parede, temos que;

e

em . (2.33)

Foi considerado fluxo do número de densidade das cadeias A e B igual à zero

na região das paredes,

18

e

em . (2.34)

Finalmente, as condições iniciais do sistema para o tensor de conformação e

densidade de cada cadeia são dadas por [6]:

1 0

A An n , 2 / 0

B B Aeq Beqn n c c , 0

AnA , 1

2 0

BnB .

19

3 IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA

3.1 Método Computacional

O modelo VCM apresentado na seção anterior foi implementado e resolvido

numericamente pelo método dos elementos finitos no software COMSOL Multiphysics.

As equações de evolução e condições de contorno foram escritas em forma

geral, ou forma forte, que é uma formulação adequada para equações diferenciais

parciais não lineares.

Primeiramente escolhemos uma geometria, reduzimos nosso problema

bidimensional para unidimensional devido à simetria do problema, assim, foi

desenhada uma reta de tamanho unitário, onde os pontos das extremidades

representam as placas paralelas.

Selecionamos uma interface de equação diferencial parcial em forma geral

para todo o domínio, definimos nove variáveis adimensionais dependentes,

e . Nessa interface contém a seguinte equação na

forma geral,

, (3.1)

onde é o coeficiente de massa, um coeficiente de amortecimento ou um

coeficiente de massa, é o vetor fluxo conservador, é o termo de fonte,

20

(3.2)

e o operador gradiente unidimensional,

[

] (3.3)

A partir das equações (2.23)-(2.31), podemos escrever os vetores da seguinte

forma:

O vetor fluxo conservador:

22

22

11

12

22

11

12

22

12 12

(2 )

2 ( )

A 2 B

AA

BB

A

A

A

B

B

B

dn dA

dy dy

dn dB

dy dy

dA

dy

dA

dy

dA

dy

dB

dy

dB

dy

dB

dy

du

dy

21

O vetor termo fonte:

2

2

1111 11 11 12

1212 12 12 22

2222 22 22 22

1111 11 12 11

12

1

2

2 2

2

2 ( )2

2

B B Aeq A

B B Aeq A

B B Aeq A

A

B B Aeq

A

B B Aeq A

A

BB B Aeq

A

B B

c n c n H

c n c n H

Aduc n B c A n A A H

dy n

Aduc n B c A A A H

dy n

Aduf c n B c A n A A H

dy n

n Aduc n B c A B H B

dy n

c n B

1212 12 22

2222 22 22

2 2

2 2 22

Aeq

A

BB B Aeq

A

Aduc A B B H

dy n

n Ac n B c A B H

n

P

Coeficiente de amortecimento:

0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0

0 0

0 0 0

0 0 0 00

ad

22

Coeficiente de massa:

0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0

0 0

0 0 0

0 0 0

ae

Em seguida devemos impor os valores iniciais para as variáveis dependentes

[6]. Valor inicial para:

0

A An n,

0

B Bn n,

0

11 AA n, 12 0A

, 0

22 AA n,

0

11 0.5 BB n, 12 0B

, 0

22 0.5 BB n, 0u ,

0,An

t

0,Bn

t

11 0,

A

t

12 0,

A

t

22 0,A

t

11 0,

B

t

12 0,

B

t

22 0,

B

t

0.

u

t

Devemos agora usar as condições de contorno de dirichlet, pré-escrevendo a

velocidade das placas, ⁄ ) e ⁄ ) .

Por fim definimos nossos parâmetros extraídos de [6]: 310A , 310B

,

57 10 , 1.9 , 46.27 10x , , , 0.3 , 0 1An ,

√ .

23

4 RESULTADOS

Os resultados presentes neste trabalho foram alcançados para um número de

Reynolds da ordem de e são referentes a uma solução micelar com 100 miliMol/L

(3,2 %m/m) de cloreto de cetilpiridino e 50 miliMol/L (0,76 %m/m) de salicilato em uma

salmora de cloreto de sódio com 100 miliMol/L (0,56 %m/m) - (CPCl-Sal/NaCl), a uma

temperatura de 22 °C, resultando em um regime semidiluído [5].

4.1 Escoamento Permanente com as Placas fixas

Neste cenário, as condições de contorno (2.19) – (2.22) são utilizadas, no

entanto a equação (2.15) referente à quantidade de movimento é alterada para a

equação (4.1), uma vez que o escoamento é permanente, a derivada em relação ao

tempo é nula e o escoamento é unidirecional, ) , assim a velocidade varia

somente na direção y:

(

)) (4.1)

onde,

, é o valor da variação de pressão ao longo do canal, é a altura

do canal, é o comprimento do canal e é o módulo de plateau da rede micelar. A

equação (4.1) é resolvida acoplada com as equações de evolução (2.23)-(2.31).

24

Figura 4.1 – Perfil de velocidade para diferentes valores de pressão e difusividade .

Figura 4.2 – Perfil de velocidade para diferentes valores de pressão e difusividade .

25

Figura 4.3 – Contribuição das cadeias longas para tensão de cisalhamento para diferentes valores de

difusividade e

Figura 4.4 – Zoom da Figura 4.3.

26

O comportamento viscoelástico linear é obtido para baixos valores de gradiente

de pressão ( 1), consistente com o modelo constitutivo quase-linear do modelo de

Maxwell/Oldroyd. A solução analítica do modelo Oldroyd-B, com condição de contorno

para velocidade de não deslizamento nas paredes do canal, , pode ser

encontrada e é dada pela seguinte equação de uma parábola [6], ))

). No entanto, se alterarmos o valor da difusão observará uma formação de uma

camada de deslizamento aparente fina próxima à parede, como pode ser visto na

figura 4.2, o tamanho desta camada é dependente dos parâmetros [6]. Nas

figuras 4.3 e 4.4 é mostrada a contribuição das cadeias longas para a tensão de

cisalhamento que varia linearmente ao longo da seção transversal do canal, exceto

para região próxima à parede, onde ocorre uma pequena variação na densidade das

cadeias A, como pode ser visualizado nas figuras 4.10 e 4.11, devido ao cisalhamento

nas paredes as cadeias longas são quebradas em maior quantidade quanto mais

próximo desta região. Neste caso, os valores escolhidos para gradiente de pressão

estão abaixo do valor crítico em que o comportamento shear-banding é apresentado.

27

Figura 4.5 – Perfil de velocidade para diferentes valores de pressão acima do e difusividade

.

Figura 4.6 – Perfil de velocidade para diferentes valores de pressão acima do e difusividade

.

28

Figura 4.7 – Contribuição das cadeias longas para tensão de cisalhamento para diferentes valores de

difusividade e

Figura 4.8 – Contribuição das cadeias curtas para tensão de cisalhamento para diferentes valores de

difusividade e

29

Figura 4.9 – Contribuição das cadeias curtas e longas para tensão de cisalhamento para difusividade de

0.1 e

Acima de um valor crítico adimensional para o gradiente de pressão,

para , para , para [6] o modelo

VCM apresenta resultados de um comportamento não homogêneo do escoamento,

aparecendo o comportamento shear-banding e não respondendo mais com um

comportamento quase-linear, fluidos Oldroyds, como ilustrado nas figuras 4.5 e 4.6.

Quando altos valores de gradientes de pressão são aplicados, as cadeias A,

são totalmente destruídas, assim o escoamento é governado pelas cadeias B e pelo

solvente, consequentemente, o modelo VCM se comporta como um modelo

viscoelástico quase-linear. Mesmo com valores de gradiente de pressão acima do

, a tensão de cisalhamento total continua variando linearmente ao longo da seção

transversal do canal e a contribuição individual da tensão de cisalhamento das cadeias

longas, , e curtas, , para esta tensão cisalhamento total varia de forma não

linear, figuras 4.7 a 4.9. A camada aparente de deslizamento próxima à parede ainda é

30

observada para valores acima de , isso se deve a condição de contorno de não

deslizamento imposta na parede.

Impondo valores de gradiente de pressão acima do , o comportamento de

shear-banding é originado perto das paredes e progride para o interior do canal à

medida que o valor de gradiente de pressão é aumentado, assim um plug flow, platô

da tensão cislahante, é desenvolvido no centro do canal e se conecta a região de alta

taxa de tensão de cisalhamento e esta se conecta a parede.

Na região de alta taxa de tensão de cisalhamento, a contribuição da tensão de

cisalhamento das cadeias longas para a tensão total de cisalhamento diminui

drasticamente, com isso a contribuição da tensão de cisalhamento das cadeias curtas

predomina nesta região. Isto ocorre devido às cadeias longas passarem a se

concentrar no interior do canal, figura 4.10 e 4.11, enquanto as cadeias curtas se

concentram mais próximas às paredes, uma vez que o valor da tensão de

cisalhamento total é maior próximo às paredes e menor no interior do canal

conduzindo a maior quebra de cadeias na região próxima às paredes do que no

interior do canal.

31

Figura 4.10 – Densidade local da cadeia ‘A’ para diferentes valores de gradiente de pressão com

difusividade 0.001.

Figura 4.11 – Densidade local da cadeia ‘A’ para diferentes valores de gradiente de pressão com

difusividade 0.1.

32

As figuras 4.10 e 4.11 correspondem à variação espacial do número de

densidade das cadeias longas A, para vários valores de e . Quando ,

por exemplo, P=1, a grande parte das cadeias micelares presentes no escoamento

são cadeias longas e assim é praticamente constante em todo o canal.

A figura 4.10 mostra que para pequenos valores de , como , o número de

densidade das cadeias longas A no centro do canal é praticamente inalterado, valores

próximos de 1, valor da condição inicial, e assim os efeitos da difusão molecular sobre

o número de densidade se tornam localizados. No entanto, para maiores valores de ,

como , figura 4.11, mostra que à medida que o gradiente de pressão aumenta,

maior o número de cadeias longas quebradas. Assim, a presença do shear-banding é

afetada pela distribuição de densidade ao longo de todo o canal e

consequentemente o efeito da distribuição de densidade não é mais localizado.

Figura 4.12 – Variação da tensão de cisalhamento ) e taxa de deformação no canal para valores de

pressão acima da pressão crítica e um valor fixo de 0.1 para a difusividade.

33

Figura 4.13 – Variação da tensão de cisalhamento ) e taxa de deformação no canal para valores de

pressão acima da pressão crítica e um valor fixo de 0.001 para a difusividade.

Nas figuras 4.12 e 4.13 é mostrada que a pressão influencia mais na relação

entre tensão de cisalhamento, )

) , e taxa de deformação,

, quando a difusividade apresenta valores maiores, como , no entanto, para

valores menores como , ocorrem pequenas variações das curvas no gráfico para

diferentes valores de pressão.

34

Figura 4.14 – Variação da tensão de cisalhamento ) e taxa de deformação no canal para diferentes

valores de difusividade e um valor fixo de 4 para a pressão.

Na figura 4.14, são ilustradas as curvas que relacionam a tensão de

cisalhamento com a taxa de deformação para diferentes valores de difusividade.

Quanto menor o valor da difusividade, a tensão de cisalhamento se mantem constante

para uma maior faixa de valores de taxa de deformação, caracterizando uma maior

região do plateau no perfil de velocidade.

35

Figura 4.15 – Variação da razão de viscosidade e taxa de deformação no canal para valores de

pressão acima da pressão crítica e um valor fixo de 0.1 para a difusividade.

Figura 4.16 – Variação da razão de viscosidade e taxa de deformação no canal para valores de

pressão acima da pressão crítica e um valor fixo de 0.001 para a difusividade.

36

Como mostrado nas figuras 4.15 e 4.16, a razão de viscosidade varia

dependendo da taxa de deformação, permanecendo constante para uma faixa de

valores da taxa de deformação e decaindo para maiores valores da taxa de

deformação. Nas figuras 4.15 e 4.16 também é mostrado que a pressão influencia

mais na relação entre a razão de viscosidade e a taxa de deformação quando a

difusividade apresenta valores maiores, como , no entanto, para valores menores

como , ocorrem pequenas variações das curvas no gráfico para diferentes valores

de pressão.

4.2 Escoamento Permanente com uma Placa fixa e a outra com

velocidade constante

Neste cenário foram consideradas as mesmas equações e hipóteses do caso

do escoamento permanente com placas fixas e a equação de conservação de

quantidade de movimento continua sendo a equação (4.1). A alteração é feita no valor

da condição de contorno (2.32) referente à velocidade na parede, tomando a seguinte

forma:

em +h/2, (4.2)

em -h/2. (4.3)

Onde é a velocidade adimensional do escoamento. Foi considerado

neste caso.

37

Figura 4.17 – Perfil de velocidade para U = 1.

Figura 4.18 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y para U=1.

38

Figura 4.19 – Perfil de velocidade para U = 100.

Figura 4.20 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y para U=100.

39

Figura 4.21 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y para U=700.

Figura 4.22 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y para U=700.

40

Nas figuras 4.17 a 4.22 é mostrado o perfil de velocidade e o valor de

densidade das cadeias longas para diferentes valores adimensionais de velocidade de

uma das placas, U=1, U=100 e U=700. Quando U assume o valor de 1, o perfil de

velocidade é linear, como mostrado na figura 4.17, e a densidade das cadeias longas

se mantem praticamente constante e próximo do valor da condição inicial, figura 4.18.

Assim, este valor de 1 para U não é suficientemente grande para gerar altas taxas de

deformação e quebrar uma grande quantidade de cadeias longas.

Na figura 4.19 e 4.20 é mostrada a formação de um platô e uma maior

concentração das cadeias longas na região central.

Na figura 4.21 e 4.22 é mostrado o perfil de velocidade linear e a densidade

das cadeias longas se mantem praticamente constante e próximo ao valor de zero,

uma vez que este valor de 700 para U gerou altas taxas de deformação suficientes

para quebrar praticamente todas as cadeias longas.

4.3 Escoamento Transiente com as duas Placas fixas

Neste caso as considerações adotadas são, a saber: regime transiente,

, (4.4)

fluido suficientemente viscoso de tal forma que os efeitos inerciais do escoamento são

considerados desprezíveis, e escoamento unidirecional, ) ,

velocidade só varia na direção y, assim, o sistema de equações, condições de

contorno e condições iniciais permanecem igual ao caso do modelo permanente entre

placas fixas, alterando apenas a equação de balanço de quantidade de movimento

adimensional para:

41

(

)), (4.5)

onde número de elasticidade E compara o tempo de relaxação efetivo do fluido

com o tempo de difusão inercial

.

, onde é a

viscosidade do polímero. Foram comparados dois modelos com , diferindo

apenas nos valores do módulo de elasticidade, sendo o Modelo 1 com E = 100 e o

Modelo 2 com E = 1000.

Modelo 1: E = 100

Figura 4.22 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 0.025 a 0.100.

42

Figura 4.23 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 0.125 a 0.200.

Figura 4.24 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 0.225 a 0.300.

43

Figura 4.25 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 0.325 a 0.400.

Figura 4.26 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 0.425 a 0.500.

44

Figura 4.27 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 100 no tempo de 1 a 5.

Modelo 2: E = 1000

Figura 4.28 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 1000 no tempo de 0.025 a 0.100.

45

Figura 4.29 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 1000 no tempo de 0.125 a 0.200.

Figura 4.30 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 1000 no tempo de 0.0225 a 0.300.

46

Figura 4.31 – Perfil de velocidade para P = 4 e E = 1000 no tempo de 1 a 5.

Nos dois modelos observou-se no início do escoamento a presença de uma

onda inercial-elástica progressiva, sendo que no modelo 1, onde o número de

elasticidade vale 100, a inercia do escoamento é maior e consequentemente o tempo

necessário para que parem as grandes oscilações é grande quando comparado ao

modelo 2 onde o número de elasticidade vale 1000 e a inércia de escoamento e o

tempo necessário para cessarem as oscilações são menores.

Esta interação entre a onda inercial-elástica e o relaxamento natural do sistema

pode alterar os contornos transientes de velocidade e o perfil de velocidade do estado

estacionário final, dependendo da escala de tempo de interesse [28].

Oscilações similares também foram encontradas experimentalmente em um

escoamento de Couette, onde a velocidade de propagação da onda é dado por √ ,

segundo [29].

47

4.4 Escoamento Transiente com uma Placa Fixa e a Outra

Oscilando

Neste caso as hipóteses e equação de balanço de quantidade de movimento

são as mesmas do caso do escoamento transiente entre placas fixas, alterando

apenas a condição de contorno referente à velocidade das placas, sendo alterada

para:

) em +h/2, (4.6)

em -h/2. (4.7)

Onde t é o tempo adimensional. Foi considerado E=1000 e .

Figura 4.32 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 10 cos(t).

48

Figura 4.33 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y no último passo de tempo para U = 10

cos(t).

Figura 4.34 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 50 cos(t).

49

Figura 4.35 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y no último passo de tempo para U = 50

cos(t).

Figura 4.36 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 100 cos(t).

50

Figura 4.37 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y no último passo de tempo para U = 100

cos(t).

Figura 4.38 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 250 cos(t).

51

Figura 4.39 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y no último passo de tempo para U = 250

cos(t).

Figura 4.40 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 500 cos(t).

52

Figura 4.41 – Densidade de cadeias A ao longo da coordenada y no último passo de tempo para U = 500

cos(t).

Fluido Newtoniano - Água

Figura 4.42 – Perfil de velocidade ao longo do tempo para U = 500 cos(t) – Fluido Newtoniano.

53

É possível notar que quando a placa móvel está com uma velocidade de baixa

amplitude, como U = 10 cos(t), a densidade das cadeias A permanece praticamente

constante, figura 4.33, visto que esta velocidade não foi suficientemente alta para

induzir a quebra de muitas cadeias, assim o perfil de velocidade, figura 4.32.

Na figura 4.34, onde a velocidade da placa móvel é U = 50 cos(t), é visto o

surgimento de uma divisão em duas regiões características no perfil de velocidade,

próximo à placa fixa. Na figura 4.35 é observado que na região próxima a parede fixa,

a densidade de cadeias A é menor em relação à região mais afastada, indicando que

o aparecimento das duas regiões no perfil de velocidade está relacionado com a

quantidade de cadeias A nestas regiões.

Na figura 4.36, onde a velocidade da placa móvel é U = 100 cos(t), neste caso

ocorrem duas divisões originando três regiões características no perfil de velocidade,

uma região pequena próxima a placa fixa, outra região pequena próxima a placa

móvel e uma região maior no centro do canal. Na figura 4.37 pode-se notar que as três

regiões onde ocorre a maior variação de densidade das cadeias A estão localizadas

nas mesmas regiões características do perfil de velocidade.

Quando a velocidade da placa móvel é U = 250 cos(t), as três regiões

características continuam presentes no perfil de velocidade, Na figura 4.38, entretanto

o tamanho da região mais central, onde se verifica o maior número de densidade das

cadeias A, diminui em relação ao caso em que a velocidade da placa móvel é U = 100

cos(t), figura 4.39, devido ao aumento na quebra das cadeias em consequência do

aumento da amplitude da velocidade.

Quando a velocidade da placa móvel é U = 500 cos(t), ocorre à ausência de

divisões no perfil de velocidade, figura 4.40, uma vez que a amplitude da velocidade é

suficientemente elevada para quebrar grande quantidade de cadeias A e deixar o

54

número de densidade das cadeias A em valores baixos e com pequenas variações ao

longo do canal.

A figura 4.42, ilustra um fluido Newtoniano (água) entre duas placas paralelas,

sendo uma placa fixa e a outra móvel, com velocidade de U=500 cos(t), a fim de

observar a diferença, no perfil de velocidade, entre fluido micelar e Newtoniano. Neste

cenário nota-se que o afinamento do perfil de velocidade que ocorre da placa móvel

para a placa fixa é mais acentuado no fluido Newtoniano.

55

5 CONCLUSÕES

Neste trabalho, a partir do modelo VCM, pode-se verificar a influência das

deformações das microestruturas micelares sobre o escoamento macroscópico.

Observamos que, em um escoamento entre placas paralelas fixas, para valores

acima de um gradiente de pressão adimensional crítico, P=2.455, para uma

difusividade de 0.001, ocorre um achatamento no perfil de velocidade (shear-banding),

diferindo do clássico perfil parabólico esperado para um fluido Newtoniano,

apresentando um forma espacial complexa.

Em um escoamento transiente entre placas fixas, observamos a presença de

uma onda inercial-elástica e que seu amortecimento é influenciado pelo numero de

elasticidade.

No escoamento transiente com uma placa fixa e outra oscilando, verificamos a

existência de uma relação entre a amplitude de oscilação da placa e o número de

bandas cisalhantes.

Os resultados apresentados permitem maior compreensão da dinâmica de

uma solução micelar. A ferramenta desenvolvida pode auxiliar laboratórios na síntese

das soluções micelares, uma vez que o modelo computacional desenvolvido permite

prever comportamentos reológicos de diferentes tipos de soluções micelares.

56

6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

[1] ROTHSTEIN, J. P. "Strong Flows of Viscoelastic Wormlike Micelle Solutions". In:

Binding, D. M. Walters, K. (Ed.), Rheology Reviews, 2008, The British Society of

Rheology, Aberystwyth, Wales, UK.

[2] THOMAS, J. E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo, Rio de Janeiro:

Interciência: Petrobrás, 2001.

[3] CURBELO, F. D. S., Recuperação Avançada de Petróleo utilizando Tensoativos,

Tese, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal: DEQ/PPGEQ, 2006;

[4] FREITAS, F. A., Estudo De Surfactantes Obtidos a Partir se Borras Ácidas

Provenientes do Refino de Óleos Vegetais, Dissertação de Mestrado, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Química.

[5] P. VASQUEZ, G. MCKINLEY, L. COOK, “A network scission model for wormlike

micellar solutions. I. Model formulation and homogeneous flow predictions”, J. Non-

Newtonian Fluid Mech. 144 (2007) 122–139.

[6] CROMER, M. J., COOK, L.P. AND MCKINLEY, “G.H., Pressure-Driven Flow of

Wormlike Micellar Solutions in Rectilinear Microchannels”, J. Non-Newt Fluid Mech 166

(2011) 180-193.

[7] M. CATES, “Reptation of living polymers: dynamics of entangled polymers in the

presence of reversible chain-scission reactions”, Macromolecules 20 (1987)2289–

2296.

[8] P. OLMSTED, O. RADULESCU, C. LU, “Johnson-Segalman model with a diffusion

term in cylindrical Couette flow”, J. Rheol. 44 (2000) 257–275.

[9] L. ZHOU, P. VASQUEZ, L. COOK, G. MCKINLEY, “Modeling the inhomogeneous

response and formation of shear bands in steady and transient flows of entangled

liquids”, J. Rheol. 52 (2008) 591–623.

[10] M. CATES, “Flow behavior of entangled surfactant micelles”, J. Phys. Condens.

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