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ANÁLISE ESTATÍSTICA SIMPLES COM TESTE DE HIPÓTESE PARA COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DOS PROCESSOS DE USINAGEM POR FRESAMENTO E HONING Sandro Pereira da Silva (USP ) [email protected] Lincoln Cardoso Brandao (UFSJ ) [email protected] Camila Oliveira Leopoldo (FIEL ) [email protected] Josie Ket Fontebasso (FIEL ) [email protected] Luiz Martins de Souza (AEDU ) [email protected] Cada vez mais a necessidade de construir engrenagens com perfeito acabamento do perfil evolvente e ângulo de hélice é considerada no ramo automobilístico, a combinação dos componentes pinhão & cremalheira comumente aplicado em sistemas de ddireções tem a necessidade de proporcionar engrenamento preciso e livre de vibrações. Sistemas de direção estão sob constante pesquisa no melhoramento destes perfis com o objetivo de diminuir os esforços de esterçamento, simetria na retornabilidade e traduzir esse efeito de leveza sem perda da segurança durante a direção. Este trabalho apresenta estudo de comparativo de pinhões que tiveram a aplicação deste novo processo de acabamento implantado em uma indústria de autopeças no interior de São Paulo que utiliza o sistema de “honing”. O estudo deste novo processo aplicou o teste de hipótese tipo “T” para comparar as diferenças entre as médias em relação a qualidade de engrenamento. Os testes realizados mostraram que o sistema de acabamento baseado em “honing” dos pinhões gerou valores de DIN para ângulo de hélice e perfil de evolvente muito inferior quando comparados com o processo de fresamento convencional. O resultado do teste de hipóteses tipo “T” indicou claramente a diferença entre os processos. Palavras-chaves: Teste de hipóteses, Qualidade, Fresamento, Honing XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

ANÁLISE ESTATÍSTICA SIMPLES COM TESTE DE … · evolvente do dente estão previstas conforme a norma ISO 1328-1 (1995), ISO 1328-2 (1997) e ISO TR 10064-1 (1992). ... DIN 3962 (1978)

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ANÁLISE ESTATÍSTICA SIMPLES COM

TESTE DE HIPÓTESE PARA

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DOS

PROCESSOS DE USINAGEM POR

FRESAMENTO E HONING

Sandro Pereira da Silva (USP )

[email protected]

Lincoln Cardoso Brandao (UFSJ )

[email protected]

Camila Oliveira Leopoldo (FIEL )

[email protected]

Josie Ket Fontebasso (FIEL )

[email protected]

Luiz Martins de Souza (AEDU )

[email protected]

Cada vez mais a necessidade de construir engrenagens com perfeito

acabamento do perfil evolvente e ângulo de hélice é considerada no

ramo automobilístico, a combinação dos componentes pinhão &

cremalheira comumente aplicado em sistemas de ddireções tem a

necessidade de proporcionar engrenamento preciso e livre de

vibrações. Sistemas de direção estão sob constante pesquisa no

melhoramento destes perfis com o objetivo de diminuir os esforços de

esterçamento, simetria na retornabilidade e traduzir esse efeito de

leveza sem perda da segurança durante a direção. Este trabalho

apresenta estudo de comparativo de pinhões que tiveram a aplicação

deste novo processo de acabamento implantado em uma indústria de

autopeças no interior de São Paulo que utiliza o sistema de “honing”.

O estudo deste novo processo aplicou o teste de hipótese tipo “T” para

comparar as diferenças entre as médias em relação a qualidade de

engrenamento. Os testes realizados mostraram que o sistema de

acabamento baseado em “honing” dos pinhões gerou valores de DIN

para ângulo de hélice e perfil de evolvente muito inferior quando

comparados com o processo de fresamento convencional. O resultado

do teste de hipóteses tipo “T” indicou claramente a diferença entre os

processos.

Palavras-chaves: Teste de hipóteses, Qualidade, Fresamento, Honing

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

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1. INTRODUÇÃO

O tema de acabamento de dentes de engrenagens utilizando o processo de fabricação

por “honing” é pouco explorado, por se tratar de um processo relativamente novo, os

primeiros estudos surgiram de aplicação do “honing” em 1970 pelo Dr. Albert Fässler em

desenvolvimento da primeira máquina para “honing” de dentes de engrenagens com cunha

indefinida. Desta forma, a pesquisa nas bases de referências bibliográficas para o processo de

“honing” apresentou elevada dificuldade, devido ao fato da maioria dos estudos neste

processo não subsidiarem aprofundamentos em acabamentos de pinhões para sistemas de

direção veicular (SILVA, 2010).

A partir da década de 1970, investigações teóricas e experimentais vêm sendo

desenvolvidas para o estudo do comportamento dinâmico de sistemas engrenados. Pode-se

observar uma primeira tendência ligada à pesquisa de tensões no dente da engrenagem, ao que

diz respeito a qualidade do engrenamento e considerando a sua flexibilidade, tendo como

objetivo o aperfeiçoamento de projeto do dente de engrenagem (SILVA, 2010).

Segundo Gillespie (1992), o efeito do engrenamento em sistemas de direção dos

veículos automotores possui grande importância no comportamento estático e dinâmico

veicular. A função do sistema de direção é gerar ângulos nas rodas dianteiras e/ou traseiras

em resposta às necessidades impostas pelo condutor para que haja o controle do veículo.

Contudo, os ângulos de esterçamento efetivos são modificados pela geometria do sistema de

suspensão, direção, condições de tracionamento para os veículos de tração dianteira e

qualidade apresentada na relação de engreno pinhão cremalheira. Por sua vez, Bastow (1993),

salienta a importância do sistema de direção no que tange a aceitar as irregularidades verticais

impostas pelas pistas provocando perturbações no sistema de direção em especial ao pinhão e

cremalheira.

Os sistemas de engrenamento, devido a sua capacidade de transmissão de movimentos e

potência, estão entre os mais importantes elementos de máquinas da indústria moderna. Uma

especial atenção é dada na produção de engrenagens em função de perfis específicos. Os

dentes de engrenagens têm uma complexa e precisa forma com exigências normalizadas e um

alto grau de precisão da textura superficial. Engrenagens podem ser fabricadas por um grande

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número de processos (fundição, forjamento, extrusão, metalurgia do pó, etc). Mas como regra

geral o processo de retificação é usado para gerar o perfil evolvente final, a forma exata e a

rugosidade final na engrenagem (FÄSSLER, 2008).

Segundo Sannareddy, et al. (1998), superfícies de alto desempenho com especiais

exigências de funcionalidade como, por exemplo, os perfis evolventes de engrenagens, são

fabricados usando um ou mais processos de fabricação. A textura final é a combinação destas

texturas superficiais em função dos processos empregados.

Segundo DeChifre et al. (2000), três elementos devem ser cuidadosamente considerados

e estão diretamente inter-relacionados: a geração do produto por retificação, lapidação; a

função do componente como desgaste, vedação e finalmente a qualificação do componente

como dimensionamento, visualização e qualificação.

Outros processos para a melhoria da qualidade de engrenamento foram propostos por

Oobayashi et al. (2005), onde foi usada uma metodologia de acabamento que empregou uma

técnica tribo com lubrificação pela água. Este método denominada como oxidação tribo

assistida para acabamento fino, consistia em empregar água com vazão de 1000 ml.min-1

fornecida com elemento abrasivo entre o os dentes de engrenagens possibilitando assim, um

auto ajuste do engrenamento e um melhoria significativa do ruído durante o engrenamento.

Todavia, das várias técnicas de aprimoramento da qualidade de engrenamento para dentes

endurecidos termicamente, o processo de “honing” tem se tornado o mais empregado, devido

à alta eficiência que possui no acabamento de engrenagens endurecidas e de sua facilidade em

ajustar o perfil da evolvente e ângulo de hélice. O processo de “honing” de engrenagens é

empregado para eliminar erros após o tratamento térmico na superfície do dente. A cinemática

do processo de “honing” e a geometria do rebolo são similares ao corte inicial do perfil da

engrenagem e o material e velocidade de corte são similares ao processo de retificação. O

processo de retificação convencional remove material da superfície da engrenagem gerando

marcas na direção perpendicular ao contato de engrenamento. No processo de “honing”, o

movimento cinemático real da malha do engrenamento é reproduzido, o que proporciona uma

melhor qualidade no engrenamento em sua aplicação ao ser comparado com o processo de

fresamento convencional. (BRANDÃO et al.,2009). O processo de retificação de dentes da

engrenagem é considerado complexo devido toda a cinemática envolvida para obter

acabamentos elevados. (KRUSZYN´SKI e MIDERA 1998).

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Segundo Hermes (2008), considerável redução de ruídos em engrenamento pode ser

conseguida com o processo de “honing”. A minimização de grandes picos de rugosidade é

significativa, permitindo a correção do perfil evolvente e ângulo de hélice do dente da

engrenagem.

2. METODOLOGIA

Os experimentos foram realizados em uma empresa de autopeças americana

especializada em fabricar sistemas de direção. Pinhões de sistemas de direção foram

empregados como corpos de prova conforme Figura (2). Os pinhões são fabricados em aço

SAE 4320-H com dureza no núcleo variando de 295/460 HV2 e uma camada de cementação

na superfície de 600 HV2. As especificações das dimensões gerais do acabamento e perfil

evolvente do dente estão previstas conforme a norma ISO 1328-1 (1995), ISO 1328-2 (1997)

e ISO TR 10064-1 (1992).

Figura 1. Pinhão empregado no sistema de direção

Fonte: Adaptado do manual de sistemas de direção. (2010)

O equipamento empregado no experimento foi um centro de usinagem específico para o

processo de “honing” da marca Fässler, modelo HMX-400, comando numérico de controle do

centro de usinagem é SINUMERIK modelo 840 D.

O rebolo utilizado no experimento é de Óxido de Alumínio (Al2O3) com aglutinante a

base de resina epóxi. O módulo de elasticidade da liga do rebolo é de 21.000 N.mm-2

e a

densidade de 2,45 g.cm-3

de acordo com Hermes (2008). Para a realização do processo de

“honing”, inicialmente faz-se o perfilamento do dentado interno no rebolo de corte,

transferindo para o rebolo a geometria do dressador que tem exatamente o perfil evolvente e

ângulo de hélice dos dentes do pinhão. Em seguida foi realizado o processo de “honing”

propriamente dito que consiste na transferência da geometria do rebolo para o pinhão,

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detalhes do sistema de fixação e processo de “honing” é apresentado na Figura (3), sendo o

pinhão montado na placa de fixação ao qual apresenta um segundo ponto de apoio

posicionado dentro do cabeçote de usinagem. O eixo Z se desloca no sentido axial da

máquina, exatamente na dimensão do comprimento do pinhão que deve ser usinado.

Figura 2. Detalhe sistema de usinagem do equipamento de “honing” modelo HMX-400

Fonte: Adaptado do catálogo Fässler. (2008)

O objetivo dos experimentos é comparar as características de engrenamento dos dentes

do pinhão ao processo de geração por fresamento e “honing”. Os parâmetros comparativos

adorados foram os desvios do perfil transversal e os erros de hélice, de acordo com a norma

DIN 3962 (1978). A Figura (3) demonstra a representação gráfica dos desvios transversais do

perfil do dente e a Figura (4) demonstra a região onde é verificado o erro de hélice do pinhão.

Figura 3. Perfil transversal do dente

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Fonte: Adaptado de Silva et al. ( 2009)

Onde:

LAF: Faixa de medição do perfil transversal (evolvente);

L: Faixa de análise do perfil transversal entre DUL e DUL;

DLL: Análise inicial do diâmetro;

DUL: Análise do diâmetro final;

F: Desvio total do perfil do dente;

fH: Desvio da inclinação do dente;

ff: Desvio da forma do dente;

Figura 4. Diagrama da representação do erro de hélice

Fonte: Adaptado de Silva et al. ( 2009)

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Onde:

L: Faixa de teste da linha do dente;

B: Largura da face;

F: Desvio total da hélice;

fH: Desvio da inclinação da hélice;

ff: Desvio da forma da hélice.

3. ANÁLISE DOS RESULTADOS

As medições foram realizadas nos dentes 1, 2, 3 e 4, conforme demonstrado nas

Figuras (5), (6), (7) e (8), apresentam os gráficos típicos dos erros de evolvente e ângulo de

hélice, para o processo de “honing” e fresamento dos dentes do pinhão, respectivamente.

Figura 5. Diagrama da representação do perfil evolvente - “honing”

Fonte: Equipamento medição Strjirny Celákovice (2007).

Figura 6. Diagrama da representação do perfil evolvente - fresamento

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Fonte: Equipamento medição Strjirny Celákovice (2007).

Figura 7. Diagrama da representação do erro de hélice – “honing”

Fonte: Equipamento medição Strjirny Celákovice (2007).

Figura 8. Diagrama da representação do erro de hélice - fresamento

Fonte: Equipamento medição Strjirny Celákovice (2007).

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As Tabelas (1), (2), (3) e (4) apresentam os valores obtidos nos gráficos comparando

os dois processos “honing” e fresamento em relação aos erros do perfil evolvente. Os

resultados são apresentados com seus respectivos valores em micrometros. Nas tabelas são

representados os valores de quatro dentes e obtida a média destes na última coluna. Os valores

alcançados no processo de “honing” são significativamente inferiores ao comparar com o

processo de fresamento, sendo estes na ordem de 6 vezes, em média, menores para o processo

de “honing”, considerando o parâmetro Fα que é o desvio total do perfil do dente em

micrometros. Para o parâmetro fHα que corresponde ao desvio da inclinação do dente, estes

valores foram em média 5 vezes menores. Finalmente, o parâmetro ffα do desvio da forma do

dente foi o que obteve a maior diferença ficando em valores médios na faixa de 13 vezes

menor para o processo de “honing”. Os valores entre parênteses correspondem à qualidade de

tolerância conforme a norma DIN 3962 – parte 1 e 2 (1978), quanto menor forem estes

valores, melhor será a qualidade do engrenamento, pois medida que o erro diminui minimiza

os erros do perfil evolvente.

Tabela 1 - Erros de Evolvente [µm] - Flanco Direito

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fα 3,1 (4) 3,7 (4) 2,4 (3) 4,3 (5)

3,4 (4)

“Honing” fHα 2,0 (3) 2,9 (4) 1,3 (2) 3,2 (5)

2,3 (3)

ffα 1,9 (3) 1,6 (3) 1,9 (3) 2,2 (4) 1,9 (3)

Tabela 2 - Erros de Evolvente [µm] - Flanco Esquerdo

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fα 2,6 (3) 3,3 (4) 2,4 (3) 3,2 (4)

2,9 (4)

“Honing” fHα 1,4 (2) 2,6 (4) 1,9 (3) 2,9 (4)

2,2 (4)

ffα 1,9 (3) 1,8 (3) 2,0 (3) 2,1 (4) 1,9 (3)

Tabela 3 - Erros de Evolvente [µm] - Flanco Direito

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fα 19,2 (9) 16,8 (9) 25,2 (10) 15,8 (8)

19,2 (9)

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10

Fresamento fHα 18,3 (10) 15,4 (10) 25,2 (11) 15,1 (10)

18,5 (10)

ffα 7,5 (7) 8,5 (7) 16,5 (10) 8,0 (7) 10,1 (9)

Tabela 4 - Erros de Evolvente [µm] - Flanco Esquerdo

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fα 19,2 (9) 16,8 (9) 25,2 (10) 15,8 (8)

19,2 (9)

Fresamento fHα 18,3 (10) 15,4 (10) 25,2 (11) 15,1 (10)

18,5 (10)

ffα 7,5 (7) 8,5 (7) 16,5 (10) 8,0 (7) 10,1 (9)

As Tabelas (5), (6), (7) e (8) apresentam os valores dos erros para o ângulo de hélice, é

possível verificar menor variação nos processo de “honing”. Para o parâmetro fHß que é o

desvio da inclinação da hélice os valores foram menores, da ordem de 7 vezes, o que sugere

que o processo de “honing” dos dentes permite manter o ângulo de hélice dos dentes do

pinhão dentro do projeto esperado, garantindo assim, um engrenamento mais suave e uma

atuação mais homogênea dos esforços sobre o dente. Para o parâmetro ffß que é o desvio da

forma da hélice os valores também foram menores para o processo de “honing”.

Tabela 5 - Erros de Hélice [µm] - Flanco Direito

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fβ 7,7 (5) 8,8 (6) 7,8 (5) 8,9 (6)

8,3 (6)

“Honing” fHβ 5,1 (5) 9,0 (6) 4,6 (5) 8,6 (6)

6,8 (6)

ffβ 7,2 (7) 7,4 (7) 6,1 (6) 7,2 (7) 7,0 (7)

Tabela 6 - Erros de Hélice [µm] - Flanco Esquerdo

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fβ 6,8 (5) 8,5 (6) 7,1 (5) 8,4 (6)

7,7 (5)

“Honing” fHβ 4,0 (4) 7,7 (6) 5,0 (5) 7,0 (6)

6,0 (5)

ffβ 6,1 (6) 6,2 (6) 6,0 (5) 6,0 (5) 6,1 (6)

Tabela 7 - Erros de Hélice [µm] - Flanco Direito

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11

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fβ 61,4 (12) 35,5 (10) 28,6 (9) 28,9 (9)

38,6 (10)

Fresamento fHβ 69,8 (12) 27,1 (9) 28,1 (10) 25,8 (9)

37,7 (10)

ffβ 19,5 (10) 29,1 (11) 17,8 (9) 17,4 (9) 20,9 (10)

Tabela 8 - Erros de Hélice [µm] - Flanco Esquerdo

Processo Parâmetros Dente 1 Dente 2 Dente 3 Dente 4 Média

Fβ 69,2 (11) 40,8 (10) 35,4 (10)

57,11

(11) 50,6 (10)

Fresamento fHβ 73,2 (12) 48,9 (11) 36,9 (10) 72,2 (12)

57,8 (11)

ffβ 31,2 (11) 13,3 (9) 17,2 (9) 15,0 (9) 19,2 (9)

As Figuras (9), (10) e (11) comparam de forma individual os fatores F: Desvio total

da hélice, fH: Desvio da inclinação da hélice, ff: Desvio da forma da hélice, F: Desvio total

do perfil do dente, fH: Desvio da inclinação do dente e ff: Desvio da forma do dente. Nota-se

que em todos os gráficos a amplitude da variação do processo de “honing” foi sempre inferior

ao processo de fresamento.

Figura 9. (A) Desvio total do perfil do dente e (B) Desvio da inclinação do dente

15131197531

50

40

30

20

10

0

-10

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=20,63

UCL=49,84

LCL=-8,59

Honing Fresamento

I Chart of Fα por processo

15131197531

50

40

30

20

10

0

-10

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=18,88

UCL=46,84

LCL=-9,09

Honing Fresamento

I Chart of fHα por processo

(A) (B)

Figura 10. (C) Desvio da forma do dente e (D) Desvio total da hélice

15131197531

30

20

10

0

-10

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=10,03

UCL=29,52

LCL=-9,47

Honing Fresamento

I Chart of ffα por processo

15131197531

100

80

60

40

20

0

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=44,6

UCL=93,6

LCL=-4,4

Honing Fresamento

I Chart of Fβ por processo

(C) (D)

Figura 11. (E) Desvio da inclinação da hélice e (F) Desvio da forma da hélice

15131197531

125

100

75

50

25

0

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=47,7

UCL=110,4

LCL=-14,9

Honing Fresamento

I Chart of fHβ por processo

15131197531

40

30

20

10

0

Amostras

[mic

rom

etr

os]

_X=20,06

UCL=42,52

LCL=-2,39

Honing Fresamento

I Chart of ffβ por processo

(E) (F)

Visando a confirmação da diferença entre o desempenho dos processos foi aplicado o

teste de hipótese comparando o total das médias entre os processos de fresamento e “honing”

através de software estatístico MiniTab®

, o estudo baseou-se em uma amostragem retirada

aleatoriamente de cada população, por ser tratar de amostra reduzida e independentes foi

utilizada um teste “T” para duas amostras conforme recomenda Larson (2007).

As Figuras (12) e (13) demonstram o testes de hipóteses tipo “T” aplicado na

comparação entre os dois processos, nota-se que com 90% de confiabilidade as diferenças

entre as médias em 11,916 micrometros é possível determinar diferença significativa entre o

processo de “honing” e o processo de fresamento, já para um nível de confiança na ordem de

60% e as diferenças entre as médias caem para 8,0772 micrometros em relação aos processos.

Figura 12. Teste de hipótese tipo “T” – relatório de diagnóstico.

87654321

40

20

087654321

you would have a 90% chance.

chance of detecting the difference. If they differed by 11,916,

If the true means differed by 8,0772, you would have a 60%

For alpha = 0,05 and sample sizes = 8:

100%

11,916

90%

8,0772

60%< 40%

Dados em ordem na tabelaInvestigação dos residuos

8,0772 60,0

9,0839 70,0

10,267 80,0

11,916 90,0

Diferença Potência do Teste

tamanho de amostra em 8?

Qual diferença pode ser detectada com

amostra.

detectar uma diferença menor do que 10.267, considere aumentar o tamanhos de

Poder é uma função das dimensões das amostras e os desvios padrão. Para

diferença. Se a média for diferente por 11.916, a chance é de 90%.

Se o verdadeira média difere por 8,0772, existe chance de 60% de detectar a

2-Amostras Teste tipo T para média Honing e Fresamento

Relatório de diagnóstico

Para Alpha = 0,05 e tamanho das amostras em 8

Honing Fresamento

Potência do Teste tipo "T"

Qual a chance de detectar a diferença?

Fonte: MiniTab® (2008).

Figura 13. Teste de hipótese tipo “T” comparativos entre as médias dos processos de

honing e fresamento.

403020100

Honing

Fresamento

mean of Fresamento (p < 0,05).

The mean of Honing is significantly different from the

> 0,50,10,050

NoYes

P = 0,000

0-10-20-30

-14.846.

certeza de que a verdadeira diferença está entre -29.729 e

diferença a partir de dados da amostra. Com 95% de

- CI: quantifica a incerteza associada a estimativa da

de significância 0,05.

- Teste: É possível concluir que as médias diferem ao nível

Tamanho da Amostra 8 8

Médias 4,7042 26,992

95% CI (4,097; 5,311) (19,575; 34,409)

Desvio Padrão 0,72620 8,8716

Estatística Honing Fresamento

-22,288

(-29,729; -14,846)

Diferença entre as médias*

95% CI

* Diferenças entre o processo de Honing - Fresamento.

2-Amostras Teste "T" para médias variação entre o processo de Honing e Fresamento

Relatório resumo

Distribution of Data

Comparação das medias entre as amostras

As médias são diferentes?

95% CI para diferença

Neste intervalo está incluso zero?

Comentários

Fonte: MiniTab® (2008).

4. CONCLUSÕES

De acordo com os dados obtidos nas medições dos erros dos perfis evolvente dos

dentes de engrenagens e o teste de hipóteses tipo “T”, pode-se concluir que:

O teste de hipóteses tipo “T” pode ser aplicado para comparação das médias em

populações com boa confiabilidade no resultados;

Excelentes qualidades de perfil e hélice para o processo de “honing” na ordem de DIN

6 em média enquanto o processo de fresamento não ultrapassa o patamar médio de

DIN 9;

Os dados mostram uma razoável capacidade de eliminação de erros de engrenamento

aplicando o processo de “honing”;

O processo de fresamento apresentam características de engrenamento no mínimo 6

vezes inferior em comparação ao processo de “honing”;

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a empresa de autopeças localizada no interior de São Paulo –

SP pelo apoio durante a realização dos experimentos.

6. REFERÊNCIAS:

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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ed. 362p.

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Fabricação, 2009, Belo Horizonte. Anais. São Paulo: ABCM - Associação Brasileira de

Ciências Mecânicas, (2009), v. 1. p. 11-20.

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DIN 3962 – Part 2, 1978, Tolerances for Cylindrical Gear Teeth – Tolerances for Tooth

Trace Deviations, Deutsche Normen, Aug.

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allowable values of deviations relevant to radial composite deviations and runout

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