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ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR EM ALUNOS DO CURSO SEQUENCIAL EM EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Renata Faria dos Santos (CEFET/RJ) Cristiano Souza Marins (UFF) Fernando Oliveira de Araujo (UFF/ TEP) Resumo Com maior intensidade, a partir da segunda metade da década de 1990, do século XX, o empreendedorismo tem recebido a atenção de um conjunto de políticas públicas e ações no campo da educação, dado o seu potencial para o desenvolvimento sociial e econômico de um país. Compreender o fenômeno do empreendedorismo representa, num olhar específico, analisar o comportamento, as características e competências distintivas que alguns indivíduos possuem ou adquirem para desafiarem seu destino. Diante desta nova realidade, algumas instituições perceberam que o melhor caminho para o desenvolvimento empreendedor é através da difusão do conhecimento, mediante o ensino, que pode estimular e desenvolver nas pessoas, habilidades necessárias para a criação e gestão negócios autóctones. O presente estudo tem como objetivo apresentar uma revisão teórica sobre os principais conceitos relacionados ao empreendedorismo, as características essenciais a um empreendedor de sucesso, a evolução do empreendedorismo no Brasil, bem como o desenvolvimento da educação empreendedora nas instituições de ensino. Em particular, trata-se de uma investigação quali-quantitativa, sob o prisma dos estudantes do curso sequencial de empreendedorismo e inovação oferecido pela Universidade Federal Fluminense na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Como resultados, o estudo observou ser possível o ensino de competências empreendedoras, evidenciando a relevância do curso para a formação de sujeitos com características desejáveis no âmbito do desenvolvimento de negócios e, de forma geral, da sociedade. 20, 21 e 22 de junho de 2013 ISSN 1984-9354

ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR EM ALUNOS DO CURSO ... · empresas. Portanto, oferece um olhar diferenciado acerco do empreendedor, entendendo que o empreendedorismo pode ser encontrado

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ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR

EM ALUNOS DO CURSO SEQUENCIAL

EM EMPREENDEDORISMO E

INOVAÇÃO DA UNIVERSIDADE

FEDERAL FLUMINENSE

Renata Faria dos Santos

(CEFET/RJ)

Cristiano Souza Marins

(UFF)

Fernando Oliveira de Araujo

(UFF/ TEP)

Resumo Com maior intensidade, a partir da segunda metade da década de

1990, do século XX, o empreendedorismo tem recebido a atenção de

um conjunto de políticas públicas e ações no campo da educação, dado

o seu potencial para o desenvolvimento sociial e econômico de um

país. Compreender o fenômeno do empreendedorismo representa, num

olhar específico, analisar o comportamento, as características e

competências distintivas que alguns indivíduos possuem ou adquirem

para desafiarem seu destino. Diante desta nova realidade, algumas

instituições já perceberam que o melhor caminho para o

desenvolvimento empreendedor é através da difusão do conhecimento,

mediante o ensino, que pode estimular e desenvolver nas pessoas,

habilidades necessárias para a criação e gestão negócios autóctones.

O presente estudo tem como objetivo apresentar uma revisão teórica

sobre os principais conceitos relacionados ao empreendedorismo, as

características essenciais a um empreendedor de sucesso, a evolução

do empreendedorismo no Brasil, bem como o desenvolvimento da

educação empreendedora nas instituições de ensino. Em particular,

trata-se de uma investigação quali-quantitativa, sob o prisma dos

estudantes do curso sequencial de empreendedorismo e inovação

oferecido pela Universidade Federal Fluminense na cidade de Niterói,

no Estado do Rio de Janeiro. Como resultados, o estudo observou ser

possível o ensino de competências empreendedoras, evidenciando a

relevância do curso para a formação de sujeitos com características

desejáveis no âmbito do desenvolvimento de negócios e, de forma

geral, da sociedade.

20, 21 e 22 de junho de 2013

ISSN 1984-9354

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Palavras-chaves: Empreendedorismo; ensino do empreendedorismo;

comportamento empreendedor.

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

De acordo com os relatórios anuais da GEM – Global Entrepreneurship Monitor e

do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pesquenas Empresas, além de

pesquisas rescentes (GERMANO, 2012; CURVELLO & FREITAS, 2010), o Brasil é um país

cujas taxas de natalidade de empresas estão entre as mais elevadas do mundo, apesar de

apresentar fatores estruturais pouco favoráveis ao surgimento de novos negócios (burocracia,

juros elevados, corrupção, entre outros).

Conforme evidenciado, a compreensão do fenômeno de constituir uma organização

(formal ou informal) tem sido alvo de investigações e monitoramentos periódicos, tanto da

academia, quanto de organismos de apoio, que procuram entender os aspectos inerentes ao

empreendedorismo à brasileira.

Adicionalmente, para além de analisar o fenômeno de forma macro, a compreensão do

empreendedorismo deve levar em consideração, sobretudo, o elemento central e essencial

para que a constituição de uma organização se concretize de fato: o empreendedor

(CURVELLO & FREITAS, 2010). Um entendimento pormenorizado do perfil desse

protagonista visa a oferecer uma perspectiva dilatada de um conjunto de aspectos inter-

relacionados, compostos por habilidades, competências, técnicas, atitude, dom, vocação,

sorte, resiliência, motivação, entre outros.

Por outro lado, é importante considerar que apesar de grande parte da literatura sobre o

empreendedorismo analisar o empreendedor somente como o indivíduo que constitui uma

nova organização, observa-se que a atitude empreendedora vem sendo percebida também por

organizações já constituídas como essencial para o desenvolvimento e a retenção de

indivíduos empreendedores em seus quadros, desejosos de contribuir para alavancar as

referidas empresas, através de suas características visionárias e inovadoras.

Levando-se em conta o aspecto de formação de indivíduos com perfil empreendedor,

pesquisas evidenciam que o ensino do empreendedorismo tem sido incorporado nas estruturas

curriculares de distintos cursos de graduação e pós-graduação de universidades europeias e

norte-americanas, inspirando a revisão dos projetos pedagógicos em IES – instituições de

ensino superior brasileiras (BINKS et alli, 2006), que reconhecem o papel do

empreendedorismo na resolução criativa de problemas e incertezas.

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Dentre as IES que começam a se mobilizar para o desafio de oferecer um conjunto

estruturado de conhecimentos capazes de suportar e/ ou inspirar as competências

empreendedoras, a UFF – Universidade Federal Fluminense, oferece desde 2007, o curso

sequencial em Empreendedorismo e Inovação, com carga-horária de 270 horas, distribuídas

ao longo de quatro semestres– fruto de uma ação extensionista interdepartamental –, de forma

a contemplar as múltiplas aptidões demandadas por esse profissional, desde as

comportamentais, até as tecnológicas, passando pelas técnicas.

O presente estudo tem o objetivo de apresentar e discutir

referencial teórico, de natureza técnica-científica, sobre os

principais conceitos de empreendedorismo, incluindo: a

evolução do movimento no Brasil; as características

comportamentais, técnicas e formativas do empreendedor, e; o

desenvolvimento da educação empreendedora nas instituições

de ensino superior do país. Essa apresentação é proposta no

intuito de suportar a análise e identificação do perfil e da

capacidade empreendedora dos alunos do referido curso

sequencial, oferecido pela UFF, no Polo de Niterói, no Estado

do Rio de Janeiro.

O estudo está organizado da seguinte forma: na seção 2 é apresentada uma breve

revisão e fundamentação teórica sobre o tema empreendedorismo; na seção 3, evidenciam-se

os procedimentos metodológicos adotados para coleta e análise dos dados; na seção 4 são

apresentados e discutidos os resultados da investigação empírica e, finalmente, na seção 5

encontram-se as conclusões da investigação.

1.2. Questões-Problema

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O empreendedorismo é um campo do conhecimento ensinável ou um dom inato que

alguns indivíduos possuem?

Sendo ensinável, em que medida um curso de empreendedorismo e inovação pode ser

contributivo para os inscritos?

Sendo ensinável, quais as principais competências técnicas e comportamentais

desenvolvidas por estudantes de empreendedorismo?

Quais os principais resultados observados para alunos do curso sequencial de

empreendedorismo e inovação oferecido pela UFF?

1.3. Relevância do Estudo

Mesmo com expressiva divulgação sobre o tema empreendedorismo e de sua

importância para o crescimento e desenvolvimento de uma região, observa-se uma lacuna no

que concerne a dados concretos sobre o ensino do empreendedorismo em instituições de

ensino superior brasileiras, bem como a compreensão acerca dos resultados que essa formação

proporciona aos envolvidos.

Nesse ínterim, percebe-se a necessidade de aprofundamento no estudo sobre o ensino

do empreendedorismo, bem como do processo de desenvolvimento do potencial

empreendedor dos alunos inseridos neste contexto.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. O Empreendedorismo e o empreendedor: evolução conceitual

Buscando compreender os elementos seminais do empreendedorismo, Dornelas (2008)

se propõe a fazer um resgate histórico. Ao longo desse processo, identifica que um primeiro

exemplo de empreendedor pode ser creditado a Marco Polo, que tentou estabelecer uma rota

comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Polo assinou um contrato com um

homem detentor de capital (associado ao capitalista) para vender suas mercadorias. Enquanto

o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o empreendedor assumia papel

ativo, incorrendo nos riscos inerentes ao negócio.

Segundo Hisrich (2004), no século XVII ressurgem os indícios de relação entre

assumir riscos e empreendedorismo. Neste período, o empreendedor estabelecia um acordo

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contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como geralmente

os preços eram fixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do empreendedor. Mas,

segundo o autor, é somente no século XVIII que capitalista e empreendedor foram

completamente diferenciados, certamente em função do início da industrialização que ocorria

no mundo.

De acordo com Mariano & Mayer (2008), em meados do século XX interessaram-se

pelo tema empreendedorismo, os economistas e os psicólogos. Os economistas viam na

capacidade empreendedora a mola que impulsionava a economia no sentido de promover as

inovações. Foi a primeira vez em que se estabeleceu a associação de empreendedor como

inovador. Já os psicólogos e sociólogos também se interessaram em estudar o

empreendedorismo, porém buscando encontrar as razões psicológicas que levam

determinadas pessoas a ter comportamentos empreendedores, além de desejarem compreender

como o ambiente social poderia promover a prática e a execução de ações empreendedoras.

Para Dolabela (2006), o empreendedorismo representa a capacidade de mudança que

um indivíduo possui. Considera-se, portanto, que o profissional que possui tais características,

independentemente de constituir uma organização, teria um perfil diferenciado. Ainda de

acordo com Dolabela, reconhece-se que o empreendedorismo está ligado à inovação e

depende diretamente da liberdade que o empreendedor tem para criar e, principalmente, de

sua ousadia para inventar.

Segundo Lambing & Kuehl (2007), numa perspectiva mais contemporânea, foi

Schumpeter o responsável pela atribuição do papel central do empreendedorismo na

sociedade, disseminando a figura do empreendedor como o principal responsável pela

promoção do desenvolvimento econômico. Para os referidos autores, Schumpeter introduziu o

conceito de ondas de destruição criativa, que sugeria que o empreendedor, seria o principal

responsável pela substituição de processos e/ ou modelos de negócio, através da incorporação

de novas visões, tecnologias e produtos inovadores.

Para Dornelas (2005: 21) os empreendedores são pessoas diferenciadas que possuem

motivação singular, são apaixonadas pelo que fazem e não se contentam em “ser mais um na

multidão”, pois querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, para que

possam deixar um legado.

Dessa forma, o empreendedor pode ser entendido como o indivíduo que percebe uma

oportunidade, usa sua criatividade e oportunismo para criar algo novo, encontrar soluções

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criativas para as empresas com a intenção de ajudá-las, ou simplesmente buscar alternativas

inovadoras para se manter no mercado de forma competitiva.

Drucker (1986 apud SILVA, 2009) voltado mais intensamente para a realidade

empresarial, conceitua como empreendedor o indivíduo que usa de seu espírito inovador, para

transformar recursos em algo de valor econômico. Segundo o autor, o empreendedor é o

responsável por identificar recursos até então sem valor e transformá-los em riqueza.

Ainda no sentido empresarial, Chiavenato (2007) afirma que os empreendedores criam

oportunidades de empregos, introduzem e incentivam o crescimento econômico. Não sendo

simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem

riscos em uma economia em mudança, transformação e crescimento.

Segundo Dolabela (2006), o início do estudo do empreendedorismo começou no

ambiente empresarial. E por esse motivo, normalmente as pessoas consideram como

empreendedores somente aqueles que se sobressaem dentro das organizações ou criam novas

empresas. Portanto, oferece um olhar diferenciado acerco do empreendedor, entendendo que o

empreendedorismo pode ser encontrado em qualquer atividade humana.

2.2. As características relevantes para o sucesso de empreendedor

A força que inspira o empresário para o sucesso é sem dúvida a vontade de enfrentar o

desafio de abrir seu próprio negócio e/ ou desenvolver um negócio de terceiros (DORNELAS,

2009).

Apesar de não existir um tipo empreendedor ideal conforme afirmam Ginn & Sexton

(1989), Dornelas (2008) constata que empreendedores de sucesso possuem características

extras, conforme ilustra o Quadro 01.

Quadro 01 – Características dos empreendedores de sucesso

São visionários São líderes e formadores de equipe

Sabem tomar decisões Assumem riscos calculados

São indivíduos que fazem a diferença São bem relacionados (networking)

Sabem explorar ao máximo as oportunidades São organizados e sabem planejar

São determinados e dinâmicos Possuem conhecimento

São dedicados Ficam ricos

São otimistas e apaixonados pelo que fazem Criam valor para sociedade

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São independentes e constroem o próprio destino

Fonte: Dornelas (2008)

Nesse sentido, para entrar e se manter no mercado, de maneira sustentável,

recomenda-se que o empreendedor procure desenvolver essas características e ainda contar

com sorte e capital suficiente para começar um empreendimento no mesmo patamar ou maior

que sua concorrência.

2.3. O empreendedorismo no Brasil

Em relação ao histórico do empreendedorismo no Brasil, Melo (2009) afirma que o

precursor foi Visconde de Mauá, sendo reconhecido como um dos maiores empresários

brasileiros de todos os tempos. Para o autor, foi Mauá o mentor de grandes projetos e

empresas, criador da primeira grande indústria brasileira, além de outras obras como a

primeira estrada de ferro, de um banco e da primeira companhia de navegação regular do rio

Amazonas, fundadas na segunda metade do século XIX.

Embora alguns indivíduos, como o próprio Visconde de Mauá, tenham sido relevantes

para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, o estudo em relação ao

empreendedorismo e seus desdobramentos intensificaram-se, somente, a partir da década de

90, com a criação de empresas de apoio aos empreendedores e de constantes programas

oferecidos pelo governo, quando entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software)

foram criadas (DORNELAS, 2009).

Através do SEBRAE, os micros e pequenos empresários tem a oportunidade de obter

informações e conhecimentos para apoiá-los na gestão de seus empreendimentos, recebendo

serviços de consultoria, obtendo ajuda pra resolver eventuais problemas estruturais,

estratégicos e/ ou operacionais no âmbito da organização e também, participando de cursos de

aperfeiçoamento. Neste caso, percebe-se que a relevância do SEBRAE para o fortalecimento

da atividade empreendedora.

Outra organização que contribuiu para a manifestação da atividade empreendedora,

segundo Dornelas (2009), foi a Softex, criada com a finalidade de promover a exportação de

produtos e serviços de empresas brasileiras desenvolvedoras de software.

Segundo a pesquisa de 2008 da GEM – Global Entrepreneurship Monitor, pode-se

afirmar que os empreendimentos brasileiros têm avançado em termos de longevidade,

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contribuindo para a economia e a geração de renda. Em relação à tecnologia e a inovação de

produtos, os novos negócios brasileiros apresentaram a menor taxa de uso de tecnologia

disponível a menos de um ano no mercado. Cumpre destacar ainda que, de acordo com o

extrato 2008 da pesquisa, o Brasil é um dos países que menos inova em seus produtos ou

inventam produtos novos.

Já dados da pesquisa GEM (2012), destacam que a proporção dos brasileiros que

desejam ter seu próprio negócio é bem superior a dos que desejam fazer carreira em empresas.

Em uma lista composta por 67 países, o Brasil encontra-se em quarto lugar em quantidade de

empreendedores.

Para o GEM (2012) são 37 milhões de pessoas que já possuem negócio ou realizaram

alguma ação em função de adquirir um negócio próprio. A pesquisa identificou que em 2012,

30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos, estava envolvida na criação ou administração

de um negócio. Entre 2002 e 2012, essa taxa apresentou um aumento de 44% (saindo de

20,9% para 30,2%).

2.4 A educação empreendedora

Um dos grandes questionamentos está relacionado à dúvida se seria possível formar

um empreendedor ou se o empreendedorismo seria uma característica inata a alguns

indivíduos. Para Dornelas (2005), esse questionamento é um mito dentre outros afetos a esse

campo do conhecimento, defendendo veementemente a formação de sujeitos empreendedores.

De acordo com o referido autor, o mito referente à predestinação para empreender

influenciou de maneira deletéria a percepção de indivíduos que acreditavam que pessoas com

espírito empreendedor já nasciam predestinadas ao sucesso nos negócios. Por isso, pessoas

que, supostamente, não possuíssem tais características, deveriam estar orientadas a desistirem

deste sonho e seguirem carreiras dentro de empresas ou cargos públicos.

Dornelas (2005) ressalta que, na contramão da percepção mítica, cada vez mais

admite-se que o processo empreendedor pode ser ensinado a qualquer pessoa e que o sucesso

é decorrente de diversos fatores do perfil do empreendedor. Para o autor, entretanto, é natural

considerar que empreendedores inatos continuem existindo e transformando suas idéias em

organizações fortes e de muito valor.

Um dos principais motivos para estudar os conceitos e características do

empreendedor está associado à necessidade de se desenvolver habilidades que possam ajudar

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as pessoas a abrirem seu próprio negócio, a se tornarem mais participativas dentro da área que

trabalham nas organizações, gerando maior quantidade de emprego e renda para toda a

população.

Então, por que ensinar o empreendedorismo? Para Dolabela (2006), um dos maiores

incentivadores do estudo das habilidades empreendedoras, ressalta algumas das principais

razões para se aprofundar no estudo em relação ao empreendedorismo e seus desdobramentos.

Segundo o autor, um dos maiores motivos para se aprender os valores do empreendedorismo

está relacionado à alta taxa de mortalidade das empresas no Brasil, sendo que mais da metade

das micro e pequenas empresas brasileiras não completam cinco anos de existência. Outra

razão para se aperfeiçoar as habilidades empreendedoras são as constantes mudanças no

cenário organizacional, que faz com que as empresas estejam sempre à procura de

profissionais diferenciados.

Ao observar os projetos pedagógicos dos cursos de Administração, Contabilidade,

Engenharia, Tecnologia de informação entre outros, pode-se verificar que estes passaram a

oferecer há algum tempo, a disciplina Empreendedorismo em suas grades curriculares, devido

à necessidade de fomentar a cultura e a atitude empreendedora nos indivíduos.

Segundo o Projeto de Lei nº 862/2011, a educação é a única maneira de se criar uma

sociedade mais empreendedora no Brasil. Embora o processo seja lento, o potencial

empreendedor é enorme, havendo necessidade de disseminação da educação empreendedora

desde o início fundamental até o superior.

O Projeto institui o PEE – Programa de Educação Empreendedora nas escolas públicas

do Estado do Rio de Janeiro, que tem como objetivo disseminar a cultura empreendedora nas

escolas como tentativa de formar jovens com olhares mais atentos às oportunidades e com

visão planejadora de futuro (ALERJ, 2011).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa está baseada em duas vertentes, teórica e empírica, distintas,

porém complementares. Na vertente teórica, baseada em revisão da literatura de caráter

técnico-científico, foram analisados conceitos centrais referentes ao empreendedorismo, em

particular, questões afetas à educação empreendedora. Em termos empíricos, foi feita uma

investigação quali-quantitativa visando à obtenção de dados primários em uma amostra de 51

alunos (46,36%), de um total de 110 inscritos na turma 2012.2 do curso sequencial em

Empreendedorismo e Inovação, oferecido pela UFF – Universidade Federal Fluminense, no

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âmbito do consórcio CEDERJ – Centro de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro,

no polo de Niterói.

A investigação empírica foi realizada presencialmente no mês de março de 2013, por

meio de um instrumento de coleta dos dados, desenvolvido e validado a partir das boas

práticas de pesquisas de empreendedorismo, denominado de “análise do perfil empreendedor”

(Anexo 1). O referido instrumento é composto por questões de múltipla escolha, que

consideram o perfil e as características empreendedoras dos alunos, bem como a procuram

avaliar a relevância do curso para os matriculados. Em termos de estrutura, o questionário é

composto por 23 questões, subdivididas em três seções, a saber:

1. Perfil dos estudantes: composta por nove questões. Esta primeira parte aborda as

principais informações socioeconômicas dos alunos do curso sequencial em

Empreendedorismo e Inovação.

2. Características do empreendedor: composta por onze questões. Tem como intuito de

identificar as características técnicas e comportamentais dos respondentes.

3. Avaliação do Curso Sequencial em Empreendedorismo: composta por três questões.

Identifica a importância do curso no desenvolvimento dos respondentes.

4. ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS ALUNOS DO CURSO

SEQUENCIAL EM EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Nessa seção é feita a análise dos dados obtidos, iniciando-se com a caracterização do

perfil, posteriormente, com o estudo das características empreendedoras, e uma avaliação do

curso por parte dos respondentes do questionário.

4.1 O Curso de Empreendedorismo e Inovação

O curso de Empreendedorismo e Inovação é uma atividade de extensão universitária,

do tipo educação sequencial, modalidade semipresencial, vinculado à Faculdade de

Administração, Ciências Contábeis e Turismo da Universidade Federal Fluminense, e seu

público-alvo é constituído por graduandos ou graduados de todas as áreas profissionais.

Teve a aprovação de sua criação e de seu currículo no ano de 2006, e está presente, por

meio do Consórcio CEDERJ, em nove cidades do Estado do Rio de Janeiro, a saber: Angra

dos Reis, Itaperuna, Paracambi, Piraí, Niterói, Resende, Rio Bonito, Macaé e Volta Redonda.

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O curso sequencial em Empreendedorismo e Inovação possui carga-horária de 270

horas, distribuídas ao longo de quatro semestres, e é concluído com a elaboração de um Plano

de Negócios. As disciplinas são oferecidas dentro de cada semestre letivo e possuem três

encontros presenciais obrigatórios e o percurso curricular é composto por um conjunto de

disciplinas, conforme ilustra o Quadro 2.

Quadro 02 – Relação das Áreas do Conhecimento, Disciplinas e Carga-Horária

Área do Conhecimento Disciplina Carga-Horária

Empreendedorismo Criatividade e Atitude Empreendedora 60h

Relacionamento Interpessoal Técnicas de Comunicação e Negociação 30h

Administração Gestão Empreendedora por Processo 30h

Administração Liderança e Gestão de Pessoas 30h

Empreendedorismo Finanças para Novos Empreendimentos 30h

Empreendedorismo Estratégia e Marketing para empreendedores 30h

Projeto Final de Empreendedorismo Plano do Empreendimento 60h

Fonte: Projeto Pedagógico do Curso Sequencial em Empreendedorismo e Inovação (2006)

O curso teve início em 2007, tendo 1.250 alunos inscritos em três processos seletivos,

compostos por uma prova de múltipla escolha, com dez questões de língua portuguesa e dez

questões de matemática, em nível de ensino médio. Já formou aproximadamente 900 alunos, e

atualmente possui cerca de 400 alunos regularmente matriculados nos nove polos, sendo 110

estudantes no polo de Niterói – objeto do presente estudo.

Em termos de objetivo, o curso visa à complementação da formação acadêmica

oferecida pelo curso de graduação concluído ou em realização, a profissionais que possuam

características empreendedoras, capazes de provocar transformações, seja no

desenvolvimento, ou na gestão de empreendimentos sociais ou empresariais.

4.2. Apresentação dos resultados

4.2.1 Perfil dos alunos do curso sequencial em Empreendedorismo e

Inovação

Analisando o perfil dos 51 respondentes, percebe-se que 27 (52,94%) são do sexo

masculino e 24 (47,06%) do sexo feminino, sendo 22 alunos na faixa etária entre 21 a 30 anos

e outros 20 alunos que estão acima de 41 anos. Esses resultados evidenciam uma diversidade

no público de interesse, indo desde alunos de graduação até profissionais que já se encontram

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em etapas mais avançadas na carreira. Sobre o estado civil dos respondentes, observa-se um

equilíbrio na amostra: 25 afirmam que são solteiros e 24 que são casados.

Em relação ao nível de educação formal, dois terços da amostra afirmam que possuem

ou estão cursando nível superior, um terço possui ou está cursando pós-graduação, o que

evidencia que o curso sequencial oferecido está alinhado ao objetivo proposto, disseminando

conhecimento e proporcionando complementação da formação acadêmica oferecida pelo

curso de graduação concluído ou em realização.

Fato relevante a ser considerado em relação à amostra, diz respeito à atratividade do

curso de empreendedorismo para um rol de estudantes provenientes de distintas formações,

conforme ilustra a Figura 01.

Figura 01 – Áreas de formação dos estudantes do curso sequencial de empreendedorismo e inovação

No que se refere ao mercado de trabalho, 48 respondentes (94,11%) exercem algum

tipo de atividade remunerada. Dos que responderam a esse questionamento, apenas 5

(10,41%) estão há menos de um ano no mercado de trabalho, conforme ilustram os dados na

Figura 02.

Figura 02 – Tempo de atuação em atividade remunerada

Tempo de atuação em atividade remunerada Nº respondentes (Percentual)

Há menos de 1 ano 5 (10,41%) Entre 1 e 5 anos 11 (22,92%) Entre 6 e 10 anos 8 (16,67%) Entre 10 a 20 anos 14 (29,17%) Há mais de 20 anos 10 (20,83%)

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Dos que atuam no mercado de trabalho, 31% recebem entre 3 e 5 salários mínimos por

mês; 18% entre 5 e 7 salários mínimos e 21% acima de 7 salários mínimos. Dos respondentes,

20% afirmaram que recebem entre 1 e 2 salários mínimos, o que evidencia uma renda média

satisfatória entre os matriculados.

4.2.2 Características do empreendedor

A segunda parte do questionário composta por 11 questões tem como objetivo analisar

e identificar os traços que caracterizam os alunos como possíveis empreendedores.

Conforme evidenciado na revisão da literatura, os empreendedores, em geral, são

indivíduos visionários que possuem características distintivas em relação aos outros. Nesse

sentido, no âmbito da pesquisa, quando questionados sobre as principais características que

consideram mais importantes a um empreendedor, os respondentes elencaram que a

capacidade de assumir riscos, a identificação de oportunidades e a liderança, figuram entre as

três principais características necessárias a um empreendedor. A Figura 02 ilustra a

distribuição das respostas.

Figura 02 – principais características necessárias a um empreendedor

Quando questionados se se consideram um indivíduo empreendedor: 36 (70,5%)

responderam que se veem como um diferencial em qualquer lugar que atuam; já 9 (17,5%)

responderam que somente em algumas ocasiões, sem perseguir claramente as oportunidades;

e 6 (12%) afirmaram que não se percebem como empreendedores.

Em relação, às características de autoconfiança e pensamento positivo que ajudam a

superar grandes desafios, 33 respondentes sinalizaram que antes de envidarem a realizar algo,

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procuram estudar os acontecimentos, destacando a característica do planejamento estruturado;

17 dos respondentes se percebem como uma pessoa otimista, mas que não envidam tempo e

esforço suficiente no planejamento, contando, prioritariamente, com a vocação; e apenas 1

respondente se percebe como uma pessoa negativista, e o que vier é lucro.

Outro ponto importante analisado é a questão das pessoas já nascerem predestinadas

ao sucesso. Quando questionados, 47 (92,15% da amostra) disseram acreditar que as pessoas

podem e devem buscar seus sonhos, e que embora alguns indivíduos tenham maiores

facilidades, e outros necessitem de um pouco mais de esforço, que a criatividade e confiança

são essenciais aos empreendedores que desejam ter sucesso no ramo em que atuam. Apenas

quatro respondentes sinalizaram acreditar que algumas pessoas já são empreendedoras desde

que nascem, e nenhum dos entrevistados acredita que o empreendedorismo não se aprende.

Quando perguntados sobre a atitude dos alunos diante de uma ordem, percebeu-se que

a maioria possui como característica o perfil questionador, que procuram antes analisar sua a

adequação e relevância da atividade, conforme ilustra o Quadro 03.

Quadro 3 – Atitude diante de uma ordem

Atitude diante de uma ordem Nº respondentes (Percentual)

Analisam primeiro a ordem 39(76%) Não aceitam a ordem facilmente 8 (16%) Aceitam as ordens de superiores normalmente 4(8%)

Ainda em relação à atitude, em uma situação hipotética quando um superior propõe o

desenvolvimento de uma tarefa em equipe, 29 indicaram que embora estejam sempre com

toda a equipe, opinando e ajudando, não gostam de sozinhos assumir a responsabilidade. Por

outro lado, 22 respondentes afirmaram que diante desta situação sempre buscam liderar o

grupo, dividindo tarefas e coordenando as atividades propostas, apresentando assim, aderência

ao perfil empreendedor.

Em se tratando de inovação e oportunismo, o empreendedor é capaz de se arriscar em

prol de um objetivo, em que o sonho em ter sua própria empresa se torna um dos principais

motivos que levam essa pessoa a arriscar de maneira arrojada. Neste sentido, foi perguntado

aos alunos sobre quais seriam suas principais motivações para começar um empreendimento.

Dos respondentes, 26 indicaram que, em primeiro lugar, o que os motivariam a começar um

novo empreendimento seria apenas a possibilidade de ganhos financeiros, seguidos por 10

respondentes que utilizariam sua energia apenas com o intuito de aumentar a renda familiar,

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levando em consideração que estes já se encontram atuantes no mercado de trabalho, e 15 por

não gostarem de ser empregados e pelo sonho de desenvolver um negócio próprio.

Portanto, 36 responderam que diante do desemprego, e mesmo com uma boa

indenização, não arriscariam abrir um negócio próprio em um primeiro momento, e sim

buscariam outro emprego, e esperariam um momento mais oportuno para investir em seu

sonho, planejando melhor antes. Diante destes dados, é possível perceber na amostra uma

característica relevante em empreendedores de sucesso: assumir riscos calculados.

Porém, vale ressaltar que mesmo diante das repostas obtidas, quando questionados

sobre qual foi a reação quando surgiu uma oportunidade de fazer um bom negócio: 32 (63%)

responderam que pensou um pouco, analisou o negócio, e que se achou viável, arriscou e

seguiu em frente, no entanto, 13 (25%) responderam que por pensar e analisar por muito

tempo, acabaram perdendo a oportunidade para outro empreendedor que teve mais coragem

de arriscar, e apenas 6 (12%) responderam que preferiram esperar por um negócio mais

seguro.

E finalmente, diante da oportunidade de iniciar um negócio próprio, depois de analisar

criteriosamente a situação, 28 (55%) responderam que apostariam na idéia, mesmo que os

resultados apontassem para certa margem de risco, e 21 (41%) que só entrariam no negócio se

tivessem certeza de que haveria grande chance de dar certo e somente 2 (4%) dos

entrevistados disseram que só abririam a empresa se o resultado demonstrasse que o negócio

tinha 100% de chance de dar certo.

Os dados da pesquisa indicam que os entrevistados apresentam características de

personalidade semelhantes às esperadas nos empreendedores. Esses indicadores podem ser

interpretados de maneira positiva, levando em consideração os objetivos propostos pelo curso

e a necessidade de indivíduos com características necessárias para o desenvolvimento de

idéias inovadoras e que apresentem resultados à sociedade, em geral.

4.2.3 Avaliação do Curso Sequencial em Empreendedorismo e Inovação

Esta parte do questionário, composta por três questões visou a avaliar a relevância do

curso para os estudantes, ou seja, analisar quais são as contribuições que o curso sequencial

em Empreendedorismo e Inovação oferece para o desenvolvimento de uma formação

empreendedora em seus alunos.

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Ao serem questionados sobre qual motivo os levaram a se inscreverem no curso

sequencial em Empreendedorismo e Inovação, 19 alunos indicaram que foi para adquirir

conhecimentos ou habilidades necessárias para abrir uma empresa, 15 afirmaram que foi

somente para adquirir conhecimentos, 8 para aprimorar seus conhecimentos e implementar

em sua empresa, e 8 apontaram motivos distintos como: adquirir conhecimentos e

futuramente investir em sua carreira profissional, aprimorar seus conhecimentos, adquirir

habilidades e iniciar um novo trabalho em um ramo diferente do atual, fazer avançar a

sociedade, aprimorar seus conhecimentos e implementá-los na empresa em que trabalha.

Quando questionados, se acreditam que o curso oferece base teórica para que os

alunos possam utilizá-la em suas empresas ou em sua vida profissional, 94% dos respondentes

indicaram que sim, que acreditam que o curso possui informação suficiente para o bom

desempenho do empreendedor em um mercado tão competitivo.

Dentre os principais pontos positivos e/ ou negativos do curso, em relação às

expectativas dos respondentes, podem-se destacar as seguintes:

Pontos positivos: A qualidade do material impresso; a qualificação e motivação dos

professores que atuam no curso; poder utilizar o conhecimento adquirido no dia a dia no

trabalho; troca de experiência com colegas que atuam ou já atuaram em outras empresas;

flexibilidade do curso, por ser à distância; encontros presenciais para troca de experiência

e tirar dúvidas.

Pontos negativos: O sistema de avaliação utilizado; dificuldade de acesso à plataforma;

plataforma pouco amigável; falta de mais casos práticos e palestras com empreendedores

de sucesso; e poucos encontros presenciais.

É relevante ainda, destacar alguns comentários realizados por alunos do curso, para

que se possa apresentar a avaliação segundo a visão do usuário, conforme segue abaixo:

“O curso preenche uma lacuna entre educação formal e a realidade, tanto no mercado de

trabalho quanto das necessidades práticas da vida. A aprendizagem de habilidades

comportamentais é tão importante quanto o conhecimento teórico, e a vida acadêmica

dificilmente amplia sua visão para as melhores práticas do mercado e o desenvolvimento de

inovação”.

“O curso apresenta uma oportunidade para aqueles que como eu, desejam adquirir

conhecimentos na área de empreendedorismo e que espera com os conhecimentos

adquiridos ter seu próprio negócio, tornando esta tarefa mais fácil. Não vejo pontos

negativos”.

“Tenho tido uma boa experiência no curso. Apesar dos pontos negativos em relação à

plataforma, eles não chegam a prejudicar o aproveitamento das aulas”.

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“Acredito que o curso apresente uma grande oportunidade para se aprender sobre

empreendedorismo e ter uma base teórica tão essencial para se abrir ou tocar um negócio.

Para mim, o que mais me motivou fazer o curso é a possibilidade de obter ideias e

informações para pensar fora da caixa”.

Dentre os pontos positivos e negativos, é possível observar que mesmo diante de

alguns problemas de ajustes, tais como, mudanças de cronograma e plataforma, que causam

certa dificuldade aos alunos, o curso sequencial em Empreendedorismo e Inovação vem

conseguindo alcançar os objetivos propostos, utilizando a multidisciplinaridade, abrangendo

profissionais de diversas áreas e proporcionando informação para que estes consigam agregar

conhecimentos, não só em sua vida profissional, como também pessoal.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de destacar os principais

conceitos sobre empreendedorismo, apresentar a importância das características

empreendedoras, com enfoque especial na formação em empreendedorismo, como diferencial

para profissionais de qualquer área.

A pesquisa foi desenvolvida com os alunos do curso sequencial em

Empreendedorismo e Inovação oferecido pela Universidade Federal Fluminense em parceria

com o CEDERJ. Nessa investigação analisaram-se, predominantemente, o perfil

empreendedor destes alunos, a capacidade de reação empreendedora perante os desafios do

mercado de trabalho e os principais resultados que o curso oferece aos envolvidos segundo a

percepção do usuário.

De acordo com os dados obtidos, pode-se afirmar que os alunos tem desenvolvido, ao

longo do processo suas características empreendedoras, visualizando o curso como bom

provedor de conhecimento e principalmente, evidenciando que as características

empreendedoras não só podem como devem, ser aprendidas e aprimoradas.

Assim, conclui-se que os objetivos do trabalho em questão foram atingidos, e que

diante dessas informações, os atuais gestores possam desde agora realizar ações que

estimulem a motivação e o desenvolvimento do potencial empreendedor de seus alunos para

ampliar as suas possibilidades de sucesso ao final de seu período de formação.

Referências

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ANEXO 1

Questionário de Avaliação do perfil empreendedor dos alunos do Curso Sequencial em

Empreendedorismo da Universidade Federal Fluminense em Niterói-RJ.

Prezado aluno,

Esta pesquisa servirá como base para um estudo de caso, que será utilizado no

desenvolvimento de um artigo, e que terá como objetivo analisar o perfil empreendedor dos

alunos do curso sequencial em empreendedorismo da Universidade Federal Fluminense, no

pólo de Niterói/RJ, bem como os resultados que o curso proporciona à população envolvida.

O instrumento ora apresentado possui um questionário com vinte e três questões, divididas em

três partes:

I. Perfil dos alunos do Curso Sequencial em

Empreendedorismo.

II. Características gerais do empreendedor.

III. Avaliação do Curso Sequencial em

Empreendedorismo.

Leia atentamente cada uma das questões.

Agradecemos sua colaboração.

QUESTIONÁRIO

I.Perfil do respondente 1. Qual é a sua idade no momento? 2. Qual o seu sexo?

a - 21 – 30 ( ) feminino ( ) masculino

b - 31 - 40

c - 41 – 50

d - 51 ou mais

4. Seu mais alto nível de educação

formal é:

3. Você é: a - Superior

a - Solteiro b – Pós- graduado especialização

b- Casado. c – Mestrado/Doutorado

c - Divorciado

5. Qual a sua área de formação?

a- Humanas e sociais c- Engenharias e) Linguística, letras e artes

b- Exatas d- Ciências agrárias

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6. Sua carreira foi:

a - Primeiramente em uma pequena empresa (menos de 100 empregados).

b - Primeiramente em uma média empresa (entre 100 e 500 empregados)

c - Primeiramente em uma grande empresa (mais de 500 empregados).

7. Exerce atividade remunerada atualmente? __________ Há quanto tempo? __________

8. Faixa salarial? ( ) Entre 1 e 2 salários ( ) Entre 3 e 5 salários ( ) Entre 5 e 7 salários

( ) Acima 7 salários mínimos

9. Você já teve a oportunidade de criar ou desenvolver um negócio?

( ) Sim ( ) Não

II. Características gerais do empreendedor.

10. Pessoas visionárias, com espírito empreendedor possuem algumas características que as

diferenciam das outras, dentre as características abaixo, qual delas você considera mais

importante?

a. Assumir riscos calculados c.Tino empresarial e. Liderança

b. Oportunismo d.Otimismo

11.Você se considera uma pessoa empreendedora?

a.Sim, eu sou um diferencial em qualquer lugar que eu vou.

b.Não, eu prefiro deixar as coisas acontecerem.

c.As vezes, quando a oportunidade vem de graça.

12. Muitas vezes auto-confiança e pensamento positivo ajudam a superar grandes desafios.

Você se considera:

a. Uma pessoa otimista, tudo vai dar certo

b. Sempre espera o pior, o que vier é lucro.

c. Procura estudar os acontecimentos antes de pensar qualquer coisa.

13. Em sua opinião, as pessoas já nascem predestinadas ao sucesso?

a. Sim, algumas pessoas são empreendedoras desde que nascem.

b. As pessoas podem e devem buscar seus sonhos. Algumas têm mais facilidades, outras precisam se

esforçar mais um pouco, porém criatividade e confiança são essenciais para empreendedores.

c. Empreendedorismo não se aprende. Ou você tem espírito empreendedor ou não.

14. Quando alguém te dá uma ordem, qual a sua reação mais provável?

a. Aceita a ordem e cumpre na mesma hora.

b. Aceita, porém só cumpre a tarefa depois de analisá-la e chegar a conclusão que ela é realmente

necessária.

c. Não aceita a ordem facilmente. Pensa bastante antes de cumprir uma ordem, aliás gosta de tomar as

próprias decisões.

15.Quando seu superior na empresa desenvolve uma tarefa em equipe ou até mesmo numa

reunião familiar.Qual é sua atitude mais comum?

a.Sempre busca liderar o grupo, divide as tarefas, coordena as atividades.

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b.Prefere esperar que alguém puxe a frente, e procura desenvolver apenas o que lhe foi designado.

c.Está junto com toda equipe, sempre opinando e ajudando, mas não gosta de assumir responsabilidades

sozinho

16. O que motivaria você, em primeiro lugar, a começar um novo empreendimento?

a - Ganhar muito dinheiro.

b - Eu não gosto de trabalhar para outra pessoa e sonho em ter meu próprio negócio.

c - Ser famoso.

d - Como uma possibilidade extra de aumentar a renda financeira.

17. Imagine que você sempre sonhou em ter seu próprio negócio. De repente é despedido, recebe

uma boa indenização pelo tempo trabalhado. O que você faz?

a. Encara esse fato como um aviso e arrisca suas economias em seu próprio negócio.

b.Arruma um novo emprego e espera o momento oportuno para investir no seu sonho, planejando

tudo antes de começar.

c. Desiste do sonho, procura um novo emprego, de preferência público. Afinal empresa dá muito

trabalho.

18. Se alguém lhe fizer uma proposta, como por exemplo, utilizar um método de trabalho

inovador, o que você faz com maior probabilidade?

a. Pensa na proposta, avalia os prós e os contras e, depois de muita reflexão e análise, imagina uma

forma de aplicá-los aos poucos em seu trabalho.

b. Analisa com cuidado e, se a idéia lhe parecer boa, dedica-se à sua implantação com vontade e

confiança de que ela vai dar certo.

c. Escuta e desconfia de que não pode dar certo e, assim, acha melhor continuar fazendo do jeito que

sempre fez.

19. Quando surgiu uma oportunidade de fazer um bom negócio, qual foi sua reação?

a. Parou e pensou, pensou cuidadosamente nessas oportunidades e, algumas vezes, passou tanto

tempo analisando a situação, que outros acabaram fazendo o negócio antes de você.

b. Pensou um pouco, analisou cuidadosamente o negócio, e se achou viável foi em frente, com fé em

Deus e confiança em si mesmo.

c. Pensou um pouco e sempre preferiu esperar por um negócio mais seguro.

20. Se você tivesse que iniciar um negócio, logicamente, procuraria analisar com rigor a

situação e, diante dos resultados dessa análise, que atitude tomaria?

a. Só abriria a empresa se o resultado demonstrasse que o negócio tinha 100% de chance de dar

certo.

b. Apostaria na idéia, mesmo que os resultados apontassem uma certa margem de risco.

c. Só entraria no negócio se tivesse certeza de que haveria grande chance de dar certo.

III. Avaliação do curso sequencial em Empreendedorismo e

Inovação.

21. Qual motivo o levou a se inscrever no curso sequencial em empreendedorismo?

a. Adquirir conhecimentos ou habilidades necessárias para abrir uma empresa.

b. Aprimorar meus conhecimentos para implementá-los na minha empresa.

c. Para continuar adquirir conhecimento.

d. Outros:__________________________________________________________________________

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22. Em sua opinião, o curso em questão oferece base teórica para que os alunos possam utilizá-

la em suas empresas ou na vida profissional?

a. Sim b. Não c. Prefiro não responder

23. Quais são os principais pontos positivos e/ou negativos do curso em relação as suas

expectativas?_______________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________