Upload
anne-almeida
View
13
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
AULA 13/07/11
1. CONSIDERAÇÕES: CONCEITO E PRECISÃO TERMINOLÓGICA
O Direito Penal é o ramo do direito público interno que, recortando do
mundo fenomênico os interesses ou valores mais relevantes, regulamenta e/ou
condiciona o exercício do poder punitivo do Estado, prevendo crimes e
estabelecendo uma conseqüência jurídica.
Ao lado desse Direito Penal Objetivo, o setor doutrinário caracteriza o
Direito Penal Subjetivo (Jus puniendi), exercido pelo Estado através do
Processo Penal, instrumento através do qual o Estado exerce o poder punitivo
e, por isso, o Direito Processual Penal é tido como direito adjetivo ou formal.
Até o século XVIII, a expansão do Direito Criminal gozava de especial
preferência da doutrina e do ordenamento jurídico. No entanto, com a fundação
do Direito Penal Moderno e o movimento de codificação, a expressão Direito
Penal passou a ser preferencial, sendo hoje adotada na quase totalidade dos
ordenamentos jurídico-penais (Alemanha, França, Itália, etc.).
A luz da dicotomia acima destacada, propõe a nomenclatura “Direito das
penas e medidas”. (ROXIN)
1.1. LOCALIZAÇÃO DENTRO DO SISTEMA JURÍDICO
O Direito Penal eminentemente em uma concepção clássica, O Direito
Penal Intra-estatal, direito com repercussão na esfera interna do Estado,
porém, a internacionalização do direito e da própria proteção dotou de maior
caráter positivo as normas internacionais.
A doutrina interna costuma apresentar a seguinte dicotomia: a) Direito
Penal Internacional, que refere-se aos efeitos internacionais da norma penal
interna (art. 7º do CP) e b) Direito Internacional Penal, que refere-se as normas
internacionais de caráter penal. Em que pese tal distinção, tecnicamente é de
se preferir englobar na definição de Direito Penal Internacional, tanto os efeitos
internacionais da norma penal quanto as normas penais de caráter
internacional (M. Cherif Bassioni e Carlos E. Japiassi)
1.2. MISSÃO DO DIREITO PENAL
Via de regra, enuncia-se como missão do Direito Penal a preservação da
convivência pacífica dos membros da sociedade. Essa missão é concretizada
através da função de proteção de bens jurídicos.
2. ESCOLAS PENAIS
Duas escolas contribuíram para o nascimento do Direito Penal enquanto
dogmática e o nascimento da criminologia enquanto ciência autônoma, quais
sejam: a Escola Clássica e o Positivismo Criminológico.
Obs: “Escola Penal é o corpo sistemático uniforme do crime e da pena.”
(Luiz Jimenez de Asua)
2.1. ESCOLA CLÁSSICA
A escola clássica é responsável pelo nascimento da própria dogmática
penal. Tem como principal representante o autor italiano Francesco Carrara.
Representa uma luta contra a Escola Positiva.
O postulado básico da escola Clássica se assenta na idéia de livre-
arbítrio, ou seja, o sujeito ativo ou criminoso teve a opção entre fazer o “bem” e
o “mal”, porém preferiu praticar o crime, sem a interferência, portanto, de
qualquer fator biológico com causa etiológica do crime. Em razão destes
critérios orientadores, há evidência que a pena tem um caráter meramente
retributivo.
2.2. POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO
O Positivismo Criminológico, responsável pelo nascimento da
criminologia enquanto ciência, nega com veemência o postulado básico da
Escola Clássica - que é o livre-arbítrio -, defendendo, assim, o determinismo
biológico. É possível identificar dentro dessa escola três fases:
Antropobiológica (Lombroso), Sociológica (Henrique Ferri) e Jurídica (Rafael
Garáfalo).
Investigando um sem número de presos na Itália e outros países,
Lombroso chega a conclusão da existência do criminoso nato, portanto, o
sujeito que possuísse as características físicas determinadas em seu estudo,
fatalmente cometeria crimes.
O mérito lombrosiano, no entanto, foi o desenvolvimento de uma ciência
empírica, baseada na observação, que é a própria Criminologia. Sendo assim,
Lombroso não acreditava na ressocialização do criminoso, defendendo, por
isso mesmo, a aplicação da pena de caráter perpétuo.
AULA 15/07/11
ANCIEN REGIME
Conforme assenta Franz Von Liszt, a importância do Direito Penal
revela-se no imprescindível conhecimento dos erros e acertos do passado na
orientação dos modelos de Política Criminal futuros.
Em que pese as diversas fases evolutivas do Direito Penal, basicamente
é possível sumarizá-las em três fases: divina, privada e pública.
No período da vingança divina, o crime representava atentado contra a
divindade e o seu representante na Terra, surgindo, portanto, o Direito deste de
punir, como bem entendesse, o criminoso.
Com uma maior convivência dos membros da sociedade surge o período
da vingança privada. Nesta fase, o monopólio do exercício punitivo encontrava-
se nas mãos do indivíduo e a punição variava de acordo com a origem do
criminoso. Assim, caso o criminoso fosse membro de outra tribo, a outra
poderia vingar-se. De outro lado, se o criminoso praticasse um crime contra
sua própria tribo, a punição seria sua expulsão da tribo (sanção conhecida
como perda da paz). Estando nesta condição ele poderia ser vítima de
qualquer outra tribo, sem que isso acarretasse qualquer outra consequência.
É ainda nesse período que surge a primeira noção de proporcionalidade
dentro do Direito Penal. Por mais paradoxal que pareça, a lei de talião dotou de
proporcionalidade a relação crime/punição. Acontece que a dura natureza das
sanções previstas na lei ocasionou excessos de mutilações, razão pela qual
sua aplicabilidade perdeu força. Finalmente, diante desse quadro que
poderíamos chamar de Direito Penal Doméstico, o Estado toma para si o
exercício do poder punitivo.
Este monopólio, no entanto, não significou a extinção das penas
corporais. Tal situação perdurou até o século XVIII, período em que o
Iluminismo, as idéias contratuais de Rousseau e as idéias de Montesquieu
criaram “caldo de cultura” necessário para a luta contra o antigo regime.
PERÍODO REFORMADOR
O período reformador, iniciado no século XVIII, teve como objetivo
combater o Direito Penal do Antigo Regime, dentre as diversas figuras que
contribuíram para a construção destas idéias destacam-se Cesare Benesane e
Cesare Beccaria. Este, aos 27 anos de idade publica no anonimato a obra “Dos
delitos e das penas”. Neste pequeno texto estão fundadas as idéias nucleares
do Direito Penal. Destacam-se no seu texto os seguintes critérios: a)Respeito
ao princípio da legalidade, b)Certeza das leis penais, c)Clareza das leis,
d)Abolição das penas cruéis, e)Princípio da proporcionalidade das penas. Sob
esta ordem de idéias se assenta o chamado Direito Penal Clássico, que à
época e ainda hoje influencia as construções doutrinárias e jurisprudenciais no
âmbito jurídico-penal.
Obs: Beccaria não é autor/membro da Escola Clássica, pois ele é autor
pré-clássico, idealizador das idéias positivadas pelos membros da Escola
Clássica.
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO
O primeiro período da programação criminalizante no Brasil-colônia foi
marcado pela incipiente vigência de três ordenações: Afonsinas, Manuelinas e
Filipinas. As duas primeiras, em verdade, embora sejam corriqueiramente
mencionadas na história do Direito Penal brasileiro, é crível admitir que tais
ordenamentos não tiveram qualquer repercussão fática no Brasil. Isso se dava,
principalmente, pela inexistência de juízes e tribunais que conhecessem a
legislação e a aplicassem, mas ainda pela própria estrutura organizacional do
país privilegiava o Direito Penal doméstico.
AULA 20/07/11
1. DIREITO PENAL BRASILEIRO
1.1. ORDENAÇÕES AFONSINAS (AFONSO)
1.2. ORDENAÇÕES MANUELINAS (DOM MANUEL)
1.3. ORDENAÇÕES FILIPINAS (DOM FILIPE III)
2. MOVIMENTOS PENAIS
2.1. ABOLIÇÃO (LOUCK HULSMANN)
2.2. MINIMALISMO
Restrição do âmbito de incidência do direito penal
Excurso: Direito Penal do Inimigo (Güther Jacobs)
2.3. Lei e Ordem (Law and Order)
AULA 22/07/11
1. PRINCIPIOLOGIA
Basicamente, segue-se a orientação conceitual de Bandeira de Melo,
segundo o qual os princípios seriam o mandamento nuclear de um sistema.
Com o avanço do Constitucionalismo Moderno, principalmente com as
contribuições de Dworkin e Alexy, as normas constitucionais classificam-se em
princípios e regras. Segundo o critério estabelecido inicialmente por Dworkin,
os princípios distinguem-se das regras à luz de dois critérios:
a) Grau de abstração e generalidade: os princípios seriam dotados de
elevado grau de abstração e especialmente, indeterminados.
b) Fundamento de validade: os princípios derivam do próprio Estado de
Direito.
Embora no Direito Penal seja atribuído um sem número de princípios, é
possível identificar aqueles mais importantes para a limitação do poder
punitivo, bem como para a justificação jurídica e política do Direito Penal.
Costuma-se referir a Magna Carta de João-sem-terra, de 1215, como o
primeiro instrumento que reconhecia o Princípio da Legalidade. Esta afirmação,
no entanto, merece algumas reservas, quais sejam:
a) A Inglaterra está vinculada a um modelo de ordenamento jurídico da
“common law”, onde prepondera o costume;
b) O dispositivo da Magna Carta, em que, supostamente, estaria
consagrando o princípio, retrata, em verdade, apenas a dimensão processual.
Sendo assim, mais precisa a referência mencionada por Roxin, de que
seria o Código Penal francês o primeiro instrumento a consagrar o Princípio da
Legalidade.
1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA
A fórmula latina “nullum crimen nulla poena sine lege”- não pode haver
crime, nem pena que não resultem de uma lei prévia, escrita, estrita e certa-
permanece até os dias atuais. Ela foi criada pelo autor alemão Feuerbach e
consagrada no Código Penal Bávaro, de 1813. E essa é a fórmula que
prevalece até hoje.
Deriva-se do princípio da legalidade as seguintes garantias: Lei Prévia,
Lei Estrita e Lei Certa. (BECCARIA)
1.1.1. PRINCÍPIO DA ESTRITA TAXATIVIDADE
Estudado por alguns autores como princípio autônomo, deriva, em
verdade, de uma das garantias do princípio da legalidade. Pela máxima
taxatividade exige-se do legislador, quanto da elaboração das normas
incriminadoras, a maior precisão possível.
1.2. PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA
Existem autores que denominam de Princípio da Culpabilidade,
entretanto, esta opção, salvo o melhor juízo, não parece tecnicamente
adequada por quanto à Culpabilidade, elemento que integra o conceito
analítico do crime. Logo, preferível a expressão “Responsabilidade Penal
Subjetiva”. Este princípio exige que o autor tenha agido dolosa ou
culposamente para que lhe seja imputado o crime. Fica afastada do direito
penal, em regra, a responsabilidade objetiva.
No ordenamento jurídico penal vigente, a “rixa qualificada” (art. 137,
parágrafo único) é um claro exemplo de responsabilidade penal objetiva. Cite-
se como outro exemplo a embriaguez.
1.3. EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS
A intervenção penal só se legitima para proteção de bens jurídicos, deste
modo, leis que criminalizam valores ligados à moral ou estado de consciência
padecem de legitimidade. É importante ressaltar que nem todo bem jurídico
converte-se em bem jurídico penal. Para que isso ocorra é necessário que o
valor possua dignidade penal. Essa dignidade penal deve ser derivada da
Constituição Federal.
1.4. INTERVENÇÃO MÍNIMA
Como o direito penal é um instrumento mais drástico da interferência do
Estado na liberdade individual, pondera-se que sua intervenção deve ser a
mínima possível, concretizando este caminho através de duas vias: primeiro,
proteção dos bens jurídicos mais relevantes. Este é o caráter fragmentário da
intervenção mínima.
1.4.1. PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
Significa, portanto, que o conteúdo do direito penal deve ser preenchido
pelos bens jurídicos mais relevantes.
1.4.2. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
O direito penal só deve atuar quando os demais instrumentos postos à
disposição do Estado forem insuficientes para proteger os bens jurídicos. Em
síntese, significa dizer que o direito penal deve ser de “ultima ratio”.
1.5. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PROTEÇÃO DEFICIENTE
Qualquer lei que venha a proteger deficientemente bem jurídico
relevante (vida, por exemplo) não merece acolhida no nosso ordenamento. É
através deste princípio se justifica o incremento punitivo para os bens jurídicos
mais relevantes. Tal princípio se insere, portanto, no garantismo penal positivo,
que se contrapõe a proibição de excesso ou garantismo penal negativo.
AULA 27/07/11
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL (CONTINUAÇÃO)
1. INSIGNIFICÂNCIA
O princípio da insignificância é vetor de interpretação restritivo do tipo
penal, funcionando, por isso mesmo, como causa que exclui a tipicidade
material. Em razão da inexistência de previsão no direito positivo, o princípio é
causa supralegal de exclusão da tipicidade.
Via de regra, o princípio aplica-se a todas modalidades de crimes,
excepcionando, p. ex., crimes cometidos com violência ou grave ameaça (e. g.,
roubo).
O STJ e o STF definiram os seguintes vetores para aplicação do
princípio da insignificância:
a) Mínima ofensividade;
b) Nenhuma periculosidade;
c) Reduzido grau de reprovabilidade da conduta;
d) Inexpressividade da lesão.
2. ADEQUAÇÃO SOCIAL (Hans Welzel)
O princípio da adequação social conforme ulteriores desenvolvimentos
poderá excluir, dependendo da corrente a que sejamos filiados, poderá ser: a
tipicidade, a ilicitude ou, apenas e tão somente, funciona como vetor de
interpretação restritiva do direito penal. (ROXIN)
3. “NE BIS IN IDEM”
O “ne bis in idem” impede a punição dúplice desde que exista tríplice
identidade: sujeito, fato e fundamento. A doutrina moderna aponta duas
vertentes para o princípio: a) processual, obsta que o sujeito seja processado
duas vezes pelo mesmo crime; b) material, que o sujeito seja punido duas
vezes.
-------------------------------------------------------------------------------------
1. FONTES DO DIREITO PENAL
Apenas a lei em sentido estrito.
1.1. MATERIAL, SUBSTANCIAL OU DE PRODUÇÃO – União (art. 22, I,
CRFB/88)
1.2. FORMAL, DE CONHECIMENTO OU DE COGNIÇÃO:
1.2.1. IMEDIATA: Lei em sentido estrito.
1.2.2. MEDIATAS: Costumes, jurisprudência, princípios gerais e tratados
internacionais.
2. CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS
2.1. INCRIMINADORAS
2.2. NÃO – INCRIMINADORAS
2.2.1. PERMISSIVAS
2.2.2. COMPLEMENTARES
2.2.3. EXPLICATIVAS
2.3. TIPO E TIPICIDADE
A relação de tipicidade é concretizada através de dois juízos: a)
subsunção direta ou imediata, nesta hipótese desnecessário recorrer a uma
norma de extensão para formar o juízo positivo de tipicidade; b) subsunção
indireta ou mediata, o juízo positivo de tipicidade só se concretiza recorrendo-
se a uma norma de extensão (ou de amplitude do tipo), p. ex., art. 14, II do CP.
2.4. LEI PENAL EM BRANCO OU “NORMAS CEGAS”
2.4.1. HOMÓLOGAS (OU EM SENTIDO AMPLO)
a) Homovitelineas, quando têm o conteúdo penal.
b) Heterovitelineas, quando não têm o conteúdo penal.
2.4.2. HETERÓLOGAS (OU EM SENTIDO ESTRITO)
AULA 29/07/11
1. LEI PENAL NO TEMPO
1.1. TEMPO DO CRIME
No tocante ao tempo do crime, três teorias disputam preferência, tanto
nacional quanto internacionalmente, quais sejam:
a) Teoria do resultado: considera-se realizado o crime no
momento do resultado.
b) Teoria da ubiqüidade: considera-se praticado o crime no
momento da ação ou omissão e/ou também no momento do resultado.
c) Teoria da atividade: adotado pelo ordenamento brasileiro,
bem assim na maioria dos ordenamentos estrangeiros (Portugal),
considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado (art. 4º do CP).
2. SUCESSÃO DE LEIS PENAIS
2.1. LEI PENAL BENÉFICA E VACATIO LEGIS
Há autores que defendem a aplicabilidade da lei penal benéfica ainda
que esteja em vacatio legis. No entanto, não parece ser a melhor doutrina, haja
vista a possibilidade da lei em vacatio legis não entrar em vigor (Ex: Código
Penal de 1969).
2.2. REGRAS DE LEIS PENAIS NO TEMPO
2.2.1. “ABOLITIO CRIMINIS”
Muito cuidado para não confundir revogação do tipo penal com abolição
do crime em atenção ao Princípio da Continuidade Normativa Típica, pois é
possível que haja revogação da lei, mas não abolição do crime (p. ex.,
revogação do crime de atentado violento ao pudor e sua incorporação ao
preceito típico do art. 213 do CP)
Obs: Tipicidade suspensa é o mesmo que fato atípico.
2.2.2. NOVA LEI INCRIMINADORA
2.2.3. “NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” (LEI PENAL MAIS BRANDA)
2.2.4. “NOVATIO LEGIS IN PEJUS” (LEI PENAL MAIS GRAVE)
3. LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL
A lei excepcional tem eficácia ultra-ativa, pois, ainda que cessado o
tempo de validade ou a condição excepcional, ela será aplicada se o crime foi
cometido no seu tempo de vigência.
4. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS
4.1. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
4.2. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
4.3. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
4.3.1. CRIME PROGRESSIVO
4.3.2. PROGRESSÃO CRIMINOSA
AULA 03/08/11
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
1. CASOS ESPECIAIS
1.1. CRIME CONTINUADO E PERMANENTE
Nas hipóteses de crime permanente ou crime continuado, há
excepcionalidade ao princípio da lei penal mais benéfica. Deste modo, a lei
penal mais grave será aplicada ao crime permanente e continuado se a sua
vigência é anterior a cessação de permanência ou continuidade,
respectivamente (Súmula 711 do STF).
1.2. LEI INTERMEDIÁRIA
Doutrina interna e internacional admitem eficácia retroativa e ultra-ativa a
lei penal intermediária mais benéfica, sendo assim, é possível aplicação da lei
penal não vigente a data do fato, tampouco a data da prolação da sentença.
2. COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS (LEX TERTIA)
Taipa de Carvalho – Teoria da Ponderação Diferenciada
STJ – Teoria da Ponderação Global
Embora a doutrina, em aparente maioria, reconheça a possibilidade de
combinação de leis penais, a jurisprudência consolidada do STJ e STF rechaça
essa possibilidade, pois os dois tribunais adotaram a Teoria da Ponderação
Global.
------------------------------------------------------------------------------------------
LEI PENAL NO ESPAÇO
1. LUGAR DO CRIME
O CP à altura do art. 6º adotou a teoria da ubiqüidade ou mista, vale
dizer, é lugar do crime tanto da ação ou omissão, quanto o lugar onde se
produziu ou deveria produzir o resultado.
2. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
O Brasil adota o Princípio da TerritorialidadeTemperada.
Território material: o solo, 12 milhas marítimas e espaço aéreo
correspondente.
Para fins penais, considera-se extensão do território nacional (fictício):
a) Embarcações e aeronaves de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro, onde quer que se encontre;
b) Embarcações e aeronaves de natureza privada que se encontra em
território nacional ou em alto-mar (limite das 12 milhas marítimas);
c) Embarcações e aeronaves estrangeiras privadas que se encontram
em território nacional.
Obs: Embaixadas de outros países no Brasil são consideradas território
nacional brasileiro.