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Polimerização
Polímeros: definição
Reacções de polimerização
Exemplos de reacções de polimerização
Iniciadores
Etapas da reacção de polimerização
Definição:
Denominam-se polímeros as moléculas de alto peso molecular
formadas por unidades moleculares que se repetem, moléculas essas
denominadas monómeros.
Esquematicamente:
Polys = muitas
Meros = unidades
Monómeros: moléculas que se podem ligar entre si originando
compostos de maior peso molecular:
O resultado da polimerização de um só tipo de monómeros resulta na
formação de um homopolímero:
ou
No entanto se se polimerizarem dois ou mais tipos de monómeros, o
polímero resultante denomina-se de copolímero:
Os copolímeros podem ter as suas unidades distribuídas de forma
aleatória (ao acaso), em bloco ou alternada.
Copolímero aleatório (ao acaso):
Copolímero alternado:
Copolímero em bloco:
Copolímero de enxerto:
Copolímero em estrela:
Copolímero em escova:
é ramificado com homopolímeros ou mesmo copolímeros em bloco e
apresenta em sua cadeia principal um homopolímero.
Reacções de polimerização:
Os polímeros podem ser produzidos sinteticamente através da
reacção de polimerização dos seus monómeros. A reacção de
polimerização é aquela na qual pequenas moléculas de uma
substância se combinam entre si para formar um composto de peso
molecular elevado com ou sem formação de subprodutos de baixo
peso molecular. Desta forma podemos agrupar os polímeros em dois
grandes grupos: polímeros de adição, formados por sucessivas
adições de unidades moleculares que se encontram repetidas e
polímeros de condensação, formados por eliminação de pequenas
moléculas como a água.
Polímeros de adição:
Os polímeros de adição obtêm-se a partir da adição de uma molécula
a outra, e estas denominam-se monómeros. A fórmula geral dos
polímeros de adição é a seguinte:
nA → (A)n
Estas reacções dão-se com compostos insaturados, os quais contêm
ligações principalmente C=C. Estas vão romper-se e originar ligações
simples, e como tal não existe a formação de sub-produtos. A
polimerização do cloreto de vinilo é um exemplo.
Polimerização do cloreto de vinilo em PVC.
Os acrilatos são exemplos de polímeros de adição. Têm a estrutura
geral de:
Acrilato
Alguns acrilatos apresentam também na sua constituição um grupo
metílico extra ligado ao seu carbono central (carbono α). Estes
denominam-se de metacrilatos e têm a seguinte estrutura geral:
Metacrilato
Um exemplo de polimerização de metacrilatos é o metacrilato de
metilo (MMA) que polimeriza em poli(metacrilato de metilo) ou
PMMA:
Polimerização do MMA em PMMA.
Outro será a polimerização da acrilamida em poliacrilamida:
Polimerização da acrilamida (AA) em poliacrilamida.
Como nas reacções de adição os reagentes se somam não havendo
perda de matéria, todos os átomos do monómero se encontram na
molécula de polímero. Assim, o valor do peso molecular do polímero
é igual à soma do peso molecular de todos os monómeros.
As reacções de adição requerem a quebra de ligações múltiplas
carbono-carbono. Este tipo de quebra envolve a presença de
compostos que originem radicais capazes de quebrar estas ligações.
Estes compostos denominam-se iniciadores. Estes podem ser por
exemplo iniciadores químicos ou fotoiniciadores (as duas classes mais
utilizadas). Os iniciadores químicos são activados pela temperatura,
significando que a determinado valor de temperatura o iniciador
origina os seus radicais. Exemplos deste tipo de iniciadores são o
peróxido de benzoílo e o persulfato de potássio:
K2S2O8
Peróxido de benzoílo
(a)
Persulfato de potássio
(b)
Este composto por acção do calor (cerca de 90ºC) sofre a seguinte
transformação:
Formação de radicais a partir do peróxido de benzoílo.
Formação de radicais a partir do persulfato de potássio.
Por outro lado, os fotoiniciadores são activados pela luz.
Existem duas categorias básicas de fotoiniciadores. Os que pertencem
ao primeiro tipo, (denominado geralmente de Tipo I), quando
expostos à radiação UV sofrem um processo de fragmentação e
consequente formação de radicais com capacidade de induzir
polimerização. Exemplos deste tipo de compostos são derivados de
acetofenonas e as α-hidroxialquil fenonas.
O
OHC
O
COH
+
O
OH
O
H+
O OH
x 2
O
O
O
OH
OH
OH
+
O
radical benzoílo radical alquílicoα-hidroxialquil fenona
Reacções induzidas pela radiação UV nas α-hidroxialquil fenonas
quando em solução (Tipo I).
A outra classe de fotoiniciadores (denominada de Tipo II) requer a
presença de moléculas no meio que sofram um processo primário de
remoção de um átomo de hidrogénio. Usualmente estas moléculas
consistem em aminas terciárias. Estas começam por formar um
intermediário com o fotoiniciador por interacção com o seu grupo
carbonilo. A este processo segue-se a transferência de um electrão e
UV
posteriormente de um hidrogénio com consequente formação de
radicais. Dos radicais formados o amínico é considerado o principal
responsável pelo início do processo de polimerização. As
benzofenonas e a canforquinona são exemplos de fotoiniciadores do
Tipo II.
O
R1 NR2 R
H R1 NR2 R
H
O
+-
benzofenona
amina terciária
intermediário
C
O-
R1 N
R2C
H
R
H+
C
OH
R1 NR2 CH
RIniciação
radical amínico
transferência de electrão transferência de hidrogénio
x 2
OHOH
Reacções induzidas pela radiação UV benzofenonas em presença de
aminas terciárias (Tipo II).
Benzofenona Canforquinona
UV
Exemplos de fotoiniciadores do Tipo II.
Polímeros de condensação:
A polimerização por condensação consiste na formação de uma
macromolécula a partir de monómeros que reagem entre si com
eliminação de água ou de outras pequenas moléculas que não
participam em reacções posteriores. A fórmula geral de polímeros de
condensação é a seguinte:
nA + nB → (AB)n + H2O
As proteínas, os polissacarídeos e os ácidos nucléicos são exemplos
de polímeros de condensação (naturais).
(Exemplo: formação de uma proteína a partir de amino ácidos
Ligação resulta da reacção entre grupos amínicos e grupos
carboxílicos, formando-se grupos amida)
Materiais Poliméricos Na verdade, os materiais poliméricos não são novos - eles têm sido usados desde a Antiguidade. Contudo, nessa época, somente eram usados materiais poliméricos naturais. A síntese artificial de materiais poliméricos é um processo que requer tecnologia sofisticada pois envolve reações de química orgânica, ciência que só começou a ser dominada a partir da segunda metade do século XIX. Nessa época começaram a surgir polímeros modificados a partir de materiais naturais. Somente no início do século XX os processos de polimerização começaram a ser viabilizados, permitindo a síntese plena de polímeros a partir de seus meros. Tais processos estão sendo aperfeiçoados desde então, colaborando para a obtenção de plásticos, borrachas e resinas cada vez mais sofisticados e baratos, graças à uma engenharia molecular cada vez mais complexa. Polímeros de adição
Polímero Monômero(s) Aplicação
Polietileno etileno baldes, sacos de lixo, sacos de embalagens
Polipropileno propileno cadeiras, poltronas, pára-choques de automóveis
PVC cloreto de vinila tubos para encanamentos hidráulicos
Isopor estireno isolante térmico
Orlon acrinitrilo lã sintética, agasalhos, cobertores, tapetes
Plexiglas "Vidro plástico" Acrílicos
metilacrialato de metila
plástico transparente muito resistente usado em portas e janelas, lentes de
óculos
Teflon tetrafluoretileno revestimento interno de janelas
Borracha Fria isobuteno
Borracha natural isopropeno pneus, câmaras de ar, objetos de borracha em geral.
Neopreno ou duopreno cloropreno
Buna 1,3-butadieno
Polímeros de condensação
Polímero Monômero(s) Aplicações
Amido a glicose alimentos, fabricação de etanol
Celulose b glicose papel, algodão, explosivos
Copolímeros de adição
Polímero Monômero(s) Aplicações
Buna-N ou perbuna
1,3-butadieno acrilnitrilo
pneus, câmaras de ar e objetos de borracha em geral
Buna-S 1,3-butadieno estireno
pneus, câmaras de ar e objetos de borracha em geral
Copolímeros de condensação
Polímero Monômero(s) Aplicações
Náilon 1,6-diaminoexano ácido adípico
rodas dentadas de engrenagens, peças de máquinas em geral, tecidos, cordas,
escovas
Terilene ou dracon
etilenoglicol ácido tereftálico tecidos em geral (tergal)
Baquelite (fórmica)
aldeído fórmico fenol comum
revestimento de móveis (fórmica), material elétrico (tomada e interrupitores)
Poliuretano Poliéster ou poliéter
isocianato de p.fenileno
colchões e travesseiros (poliuretano esponjoso), isolante térmico e acústico,
poliuretano rígido das rodas dos carrinhos de supermercados