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MUITAS SÃO AS DÚVIDAS SOBRE COMO PROCEDER PARA GARANTIR UMA APOSENTADORIA FINANCEIRAMENTE SEGURA. CONVERSAMOS COM O NEUROCIRURGIÃO E ESPECIALISTA EM FINANÇAS, DR. FRANCINALDO GOMES, QUE DÁ DICAS PARA SE PREPARAR PARA ESTE MOMENTO TÃO IMPORTANTE EM FOCO Independência e critério na Comissão Científica DICAS DE VIAGENS O melhor de Cancun, para todos os gostos! APOSENTADORIA E FUTURO: COMO PLANEJAR? hoje 2016 | ano 7 | número 25 | www.sbn.com.br

APOSENTADORIA E FUTURO:

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Page 1: APOSENTADORIA E FUTURO:

MUITAS SÃO AS DÚVIDAS SOBRE COMO PROCEDER PARA GARANTIR UMA APOSENTADORIA FINANCEIRAMENTE SEGURA. CONVERSAMOS COM O NEUROCIRURGIÃO E ESPECIALISTA EM FINANÇAS, DR. FRANCINALDO GOMES, QUE DÁ DICAS PARA SE PREPARAR PARA ESTE MOMENTO TÃO IMPORTANTE

EM FOCOIndependência e critério na

Comissão Científica

DICAS DE VIAGENS O melhor de Cancun, para todos os gostos!

APOSENTADORIA E FUTURO:COMO PLANEJAR?

hoje2016 | ano 7 | número 25 | www.sbn.com.br

Page 2: APOSENTADORIA E FUTURO:

RJ Estrada do Bananal, 56 - Freguesia/Jacarepaguá - CEP: 22745-012 - (21) 2425-8878

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Diretor: Renato GregórioGerente editorial: Bruno AiresCoordenadora editorial: Thaís Novais (MTB: 35.650-RJ)Gerente comercial: Karina MaganhiniGerente do programa PróDOC: Valeska VidalEditora: Mariana MoreiraCoordenadora editorial: Mariana MoreiraCoordenadora de relacionamento médico: Priscila FonsecaCoordenador técnico-científico: Guilherme Sargentelli (CRM: 541480-RJ)Redação: Andre Klojda e Bruno BernardinoCoordenador de revisão: Leonardo de PaulaRevisor: Adriano BastosCoordenadora de design gráfico: Danielle V. Cardoso Designers gráficos: Douglas Almeida, Monica Mendes e Tatiana CoutoGerentes de relacionamento: Beatriz Piva, Sâmya Nascimento, Selma Brandespim e Thiago GarciaAssistentes comerciais: Heryka Nascimento, Jessica Feliciano e Katia MartinezCoordenador de varejo e marketing: Sandro CostaCoordenadora administrativa: Cintia VasconcelosProdução gráfica: Pedro Henrique Soares e Tiago Silvestre

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Diretoria 2014-2016Presidente Modesto Cerioni JuniorVice-Presidente Clemente Augusto de Brito PereiraSecretário-Geral Marco Túlio FrançaTesoureira Marise Augusto Fernandes Audi1º Secretário Roberto Sérgio MartinsSecretário Executivo Italo Capraro SurianoPresidente Anterior Sebastião Nataniel Silva GusmãoPresidente Eleito 2016-2018 Ronald de Lucena FariasPresidente do Congresso de 2016 Márcio Vinhal de CarvalhoPresidente Eleito - Congresso de 2018 Marcelo Paglioli FerreiraDiretor de Departamentos José Marcus RottaDiretor de Diretrizes Ricardo Vieira BotelhoDiretor de Formação Neurocirúrgica Benedicto Oscar ColliDiretor de Honorários José Carlos Esteves VeigaDiretor de Parlamentário Marcos MasiniDiretor de PatrimônioSamuel Tau ZymbergDiretor de Políticas Clemente Augusto de Brito PereiraDiretor de Relações Internacionais José Marcus RottaDiretor de Relações Institucionais Cid Célio Jayme CarvalhaesDiretor de Representantes Regionais Paulo Ronaldo Jubé RibeiroDiretor da Revista Arquivos Brasileiros Eberval Gadelha FigueiredoDiretor Editor da Revista SBN Hoje José Marcus Rotta

Conselho DeliberativoPresidente Jorge Luiz KraemerSecretário Benjamim Pessoa ValeMembrosAluízio Augusto Arantes Junior, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Jair Leopoldo Raso, Jânio Nogueira, José Carlos Saleme, José Fernando Guedes Correa, José Marcus Rotta, Luis Alencar Biurrum Borba, Luis Renato Garcez de Oliveira Mello, Luiz Carlos de Alencastro, Marcos Masini, Orival Alves, Osmar José Santos de Moraes e Ricardo Vieira Botelho

ComissõesAcreditação de EventosCoordenador

Mario Augusto TariccoMembros Alessandra de Moura Lima, Audrey Beatriz Santos Araujo, Rodrigo Moreira Faleiro e Sergio Tadeu Fernandes

CredenciamentoCoordenador Roberto Colichio GabarraMembros Albedy Moreira Bastos, Marcelo Batista Chioato dos Santos, Paulo Valdeci Worm, Ruy Castro Monteiro da Silva Filho e Sandoval Inácio Carneiro

EnsinoCoordenador Paulo Andrade de MelloMembros Alexandre Varella Giannetti, Apio Cláudio Martins Antunes, Feres Eduardo Aparecido Chaddad Neto, Hélio Ferreira Lopes e Wen Hung Tzu

ÉticaCoordenador Felix Hendrik PahlMembros Asdrubal Falavigna e Denise Marques de Assis

Exercício ProfissionalCoordenador Albert Vincent Berthier BrasilMembros Carlos Batista Alves de Souza Filho, Edson Lopes Júnior, Luiz Antonio Araujo Dias, Marcelo Luis Mudo e Sérgio Listik

FiscalMembros Valter da Costa, José Carlos Saleme, José Arnaldo Motta de Arruda, Cid Célio Jayme Carvalhaes e Jânio Nogueira

Gerenciamento do Fundo FinanceiroMembros Italo Capraro Suriano, Nelson Pires Ferreira e Roberto Colichio Gabarra

Título de EspecialistaCoordenador da Prova Prática Jefferson Walter DanielCoordenador da Prova Teórica Paulo Henrique Pires de AguiarMembros André Martins de Lima Cecchini, Antônio Aversa Dutra do Souto, Antonio Cesar de Melo Mussi, Bruno Silva Costa, Cassius Vinícius Corrêa Dos Reis, Jean Gonçalves de Oliveira, Mauro Takao Marques Suzuki, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Samuel Tau Zymberg e Wilson Faglioni Júnior

DepartamentosBase de Crânio

CoordenadorJorge Luiz Amorim CorrêaSecretário Cassius Vinícius Corrêa Dos Reis

ColunaCoordenador Marcelo Luis MudoSecretário Andrei Fernandes Joaquim

EndovascularCoordenador Leandro Jose HaasSecretário José Laércio Junior Silva

FuncionalCoordenador Sérgio Adrian Fernandes DantasSecretário Walter José Fagundes Pereyra

Jovem NeurocirurgiãoCoordenador Christian Diniz FerreiraSecretário Guilherme Brasileiro de Aguiar

Nervos PeriféricosCoordenador Francisco Flavio Leitão de Carvalho FilhoSecretário Emerson Luis Campelo de Oliveira

NeurointensivismoCoordenador Gustavo Cartaxo PatriotaSecretário Leonardo Christian Welling

OncologiaCoordenadora Ana Lucia Mello de CarvalhoSecretário Leonardo Augusto Wendling Henriques

PediatriaCoordenador Artur Henrique Galvão Bruno da CunhaSecretária Márcia Cristina da Silva

RadiocirurgiaCoordenador Vladimir Arruda ZaccariottiSecretário Evandro César de Souza

TraumaCoordenador Nelson SaadeSecretário Wellingson Silva Paiva

VascularCoordenador Feres Eduardo Aparecido Chaddad NetoSecretário Hugo Leonardo Doria Netto

Page 3: APOSENTADORIA E FUTURO:

SUMÁRIO

CAPA: APOSENTADORIA E FUTURO: COMO PLANEJAR?

MENSAGEM DO PRESIDENTEDr. Modesto Cerioni Jr.

EDITORIALDr. José Marcus Rotta

AGENDA DA DIRETORIACompromissos da diretor ia entre junho e agosto de 2016

PÁGINA DO RESIDENTEUm árduo caminho rumo ao sucesso

OPINIÃOConfl i to de interesse

EM FOCOIndependência e critério na Comissão Científica

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CONSELHO DELIBERATIVOMissões e aprendizado no Conselho Del iberat ivo

ALÉM DA NEUROCIRURGIAA Neuroanatomia e as artes

DICAS DE VIAGENSO melhor de Cancun, para todos os gostos!

EVENTOSConfira os próximos encontros de Neurocirurgia

PRÓDOCA dif íc i l arte de ser fundamental

15REGIONALAlto nível científico e adesão do público marcam o XIV Congresso da SNCRJ

6ENTREVISTAA Neurocirurgia no Brasil e no exterior

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Já a Entrevista deste número é com o Dr. José Alberto Landeiro, que fala sobre os cenários da Neurocirurgia na-cional e internacional. Na Página do Residente, os três primeiros colocados na prova de TE respondem a perguntas sobre suas expectativas para a carreira na nossa especialidade. Ainda, traze-mos uma matéria com o Dr. Marcelo Moraes Valença, autor do livro Reescre-vendo a história da Neuroanatomia, em Além da Neurocirurgia.

Grande abraço a todos,Dr. José Marcus Rotta

Editor

Caros colegas,Nesta edição da SBN

Hoje, nossa preocu-pação foi abordar, na matéria principal, questões acerca do futuro financeiro, assunto de suma importância para a boa qualidade de vida do neurocirurgião, bem como de qualquer profissional. O Dr. Francinaldo Gomes, que também é especialista em Finanças, dá valiosas orientações para que os membros da nos-sa Sociedade possam planejar suas carrei-ras de forma a estarem seguros no futuro.

Na seção Em foco, o Dr. Mário Siquei-ra, presidente da Comissão Científica

do XXXI CBN – Kunio Suzuki, dá mais detalhes sobre a atuação do órgão. Já em Dicas de viagens, trazemos as maravilhas de Cancun, México, onde ocorrerá o XXXVII Congreso Latinoamericano de Neurocirugía, entre 30 de outubro e 3 de novembro deste ano.

Quanto aos assuntos institucionais da SBN, figuram na presente edição o Dr. Jorge Luiz Kraemer, presidente do Conselho Deliberativo, e o Dr. Nel-son Saade, coordenador do Departa-mento de Trauma e Terapia Intensiva, nas seções Opinião e Departamentos, respectivamente.

naquela entidade que não tem ouvido as sociedades em suas decisões.

O Sistema Suplementar de Saúde se distancia das sociedades que, por sua vez, têm, na organização funcional estatutária da AMB, a responsabilidade de definir e validar os procedimentos terapêuticos e cirúrgicos. Por outro lado, a ANS se apro-xima, por demais, dos interesses das ope-radoras e dos grupos não governamentais que financiam a Saúde Suplementar.

O papel de representação da AMB junto à ANS, determinada legalmente por ser entidade participante da Câ-mara de Saúde Suplementar, tem sido questionada pelas sociedades de espe-cialidades e a SBN cobrará respostas.

Desta câmara também participa o CFM que, no início de agosto, se pro-nunciou contra a constituição de um grupo de trabalho, por portaria do Ministério da Saúde, visando a criação de planos populares de atendimento à saúde como alternativa ao SUS, pelos empresários da Saúde Suplementar.

Portanto, no decurso do segundo se-mestre, além de navegarmos pela onda negativa da crise econômica e moral que inunda o país, e suas desconhecidas conse-quências, antevejo a necessária e prudente atenção na luta contra as medidas impró-prias e mal justificadas que possam ser aplicadas por gestores da Saúde e gover-nantes que tentarão dissimular a verdade e a realidade da assistência médica no país.

Apesar de tudo, navegar é preciso! Modesto Cerioni Junior

Presidente da SBN

MENSAGEM DO PRESIDENTE

EDITORIAL

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ção

Colegas e amigos,Comemoramos, em

26 de julho, o aniver-sário de fundação da SBN – já se vão 59 anos! Parabéns a todos os associados e funcionários que promovem o seu pro-gresso e lhe conferem a importância e o reconhecimento mundial.

Atualmente, os membros titulares mais antigos em atividade são: Murillo Cortes Drummond (RJ), Djacir Gurgel de Figueiredo (CE) e Paulo Andrade de Mello (DF). Também, os Drs. Nelson Venturella Aspesi (RS), João da Cruz Carvalho (DF) e Aldo Moscoso da Gama e Silva (SP), que se encontram afastados de suas atividades profissionais.

Para marcar a data, títulos de MEM-BROS EMÉRITOS serão outorgados pela entidade. Cerca de 35 associados fo-ram escolhidos e receberão, durante o pró-ximo CBN 2016, a homenagem da SBN em reconhecimento aos seus relevantes préstimos à Neurocirurgia brasileira. Ain-da, destaco conquistas da sociedade e ou-tras questões referentes à classe médica:Remuneração mais justa

A implantação do Manual de Codi-ficação dos Procedimentos Neurocirúrgi-cos, que propõe uma remuneração mais justa ao médico, está acontecendo em vários estados e, progressivamente, está sendo aceita pelas fontes pagadoras não governamentais como referência dos honorários propostos.

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ção

A grande contribuição a esse sucesso foi concedida pelo Conselho Federal de Me-dicina no mês de junho, quando se ocu-pou em discutir o assunto e reconheceu: “Sob a ótica jurídica ou ética não há im-pedimento de utilização do Manual, des-de que garantido seu caráter referencial”. Assembleias gerais

Pela primeira vez no CBN 2016, tere-mos duas Assembleias gerais. Uma delas, montada exclusivamente para discutir e deliberar sobre honorários e aspectos do exercício profissional, foi motivada pelo descontentamento dos associados com a baixa valoração do seu trabalho. Essa necessidade foi prontamente reconheci-da e atendida pela diretoria e Conselho Deliberativo da SBN.

Conclamo a presença de todos os in-teressados para dar maior volume à mas-sa crítica e participar das deliberações. Câmara Técnica de Neurocirurgia no SUS

Em reunião com as sociedades de especialidades na AMB, o atual minis-tro da Saúde concordou com os meus pedidos para aumentar as atividades da Câmara Técnica de Neurocirurgia no âmbito do SUS e para revermos a exe-cução prática da portaria de Assistên-cia ao Trauma. Também informou que fará mudanças na diretoria da ANS, em concordância com a minha solicita-ção, pois ele também não aceita a ideo-logia e as ações atualmente executadas

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AGENDA DA DIRETORIA

COMPROMISSOS DA DIRETORIA ENTRE JUNHO E AGOSTO DE 2016

Reunião da Defesa Profissional da AMBSede da AMB14/06/2016Dr. Albert Vincent Berthier Brasil

Diretoria Plena e Conselho Deliberativo da AMBSede da AMB17/06/2016 – 19/06/2016Dr. Modesto Cerioni Jr.

Reunião do Conselho CientíficoSede da AMB21/06/2016Dr. Guilherme Brasileiro de Aguiar

VII Fórum Nacional de Cooperativismo Médico – Debate sobre mercado de OPMESede do CFM29/06/2016Dr. Marcos Masini e Dr. Ronald Farias

XIV Congresso da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de JaneiroRio de Janeiro (RJ)30/06/2016 - 02/07/2016Dr. Modesto Cerioni Jr. e Dr. Ítalo Suriano

Câmaras Técnicas de Neurologia / Neurocirurgia e Morte EncefálicaSede do CFM01/07/2016Dr. José Carlos Esteves Veiga

Reunião da Câmara Técnica de ImplantesSede da AMB08/07/2016Dr. Marcelo Mudo e Dr. Ricardo Vieira Botelho

Reunião com o Exmo. Senhor Ministro da Saúde Ricardo José Magalhães BarrosSede da AMB15/07/2016Dr. Modesto Cerioni Jr. e Dr. Clemente Pereira

Reunião da Comissão Estadual de Saúde SuplementarSede da APM25/07/2016Dr. Modesto Cerioni Jr.

Mobilização Criação Frente Parlamentar da Medicina (FPMed)Câmara dos Deputados em Brasília (DF)09/08/2016Dr. Marcos Masini

Câmara Técnica de Neurologia e NeurocirurgiaSede do CFM11/08/2016Dr. Marcos Masini

Câmara Técnica de ImplantesSede da AMB12/08/2016Dr. Osmar Moraes, Dr. Marcelo Mudo e Dr. Ricardo Botelho

Reunião com a Sociedade Brasileira de ColunaSede da SBC12/08/2016Dr. Modesto Cerioni Jr.

Emílio Cesar Zilli, diretor de Defesa Profissional da AMBSede da AMB12/08/2016Dr. Modesto Cerioni Jr., Dr. Italo Suriano, Dr. Marcelo Mudo, Dr. Osmar Moraes, Dr. Alexandre Fogaça Cristante e Dr. Mauro dos Santos Volpi

Reunião do Conselho Científico da AMBSede da AMB16/08/2016Dr. Guilherme Brasileiro de Aguiar

Reunión Intermedia Cono SurSão Paulo (SP)18/08/2016 - 20/08/2016Dr. Modesto Cerioni Jr. e diretoria da SBN

Reunião da Comissão de Ensino da SBNSede da SBN05/08/2016 - 06/08/2016Dr. Paulo Mello, Dr. Alexandre Giannetti, Dr. Apio Antunes, Dr. Feres Chaddad e Dr. Benedicto Colli

Reunião de DiretoriaSede da SBN17/08/2016Dr. Modesto Cerioni Jr., Dr. Clemente Augusto de Brito Pereira, Dr. Marco Tulio França, Dra. Marise Augusto Fernandes Audi e Dr. Italo Suriano

Reunião com Dr. Franco Servadei - Presidente Eleito da WFNSBuenos Aires, Argentina24/08/2016Dr. Modesto Cerioni Jr.

Reunião de Diretoria Plena e Conselho Deliberativo da AMBFortaleza (CE)19/08/2016Dr. Edson Lopes Júnior

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Page 6: APOSENTADORIA E FUTURO:

Em entrevista à SBN Hoje, o Dr. José Alberto Landeiro apresenta sua visão sobre a relação da Neurocirurgia brasileira com os centros estrangeiros, entre outros assuntos

Por Andre Klojda

ENTREVISTA

Ex-presidente da SBN, o Dr. José Alberto Landeiro tem larga ex-

periência neurocirúrgica no Brasil e no exterior. Ícone da especialidade, o Dr. Landeiro é, hoje, chefe do Ser-viço de Neurocirurgia do Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói (RJ). Confira, abaixo, a entrevista concedida por ele.

SBN Hoje: Como avalia o ensino da Neu-rocirurgia nas universidades brasileiras?

José Alberto Landeiro: Não é homogê-neo. Algumas universidades têm pro-gramas de residência excelentes, com produção de pesquisa de alta qualida-de e programas de pós-graduação ge-rando excelentes mestres e doutores

nos grandes centros e em cidades do interior, como Ribeirão Preto (SP). Na área de graduação, a carga horária é baixa e serve apenas como fonte de suscitar interesse e apresentar a espe-cialidade ao aluno. Os programas de residência, na maioria dos hospitais universitários federais, vivem a re-boque de políticas governamentais.

A NEUROCIRURGIA NO BRASIL E NO EXTERIOR

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Se a economia vai bem, os serviços florescem; se não, como agora, en-frentamos dificuldades extremas para prover o mínimo.

SBN Hoje: Considerando suas experiên-cias em universidades do exterior, diria que o ensino da Neurocirurgia no Brasil está em pé de igualdade com o que há nos EUA e na Europa?

JAL: Em alguns centros mais avança-dos, diria que sim, estamos mais pró-ximos, inclusive levando à adoção de convênios entre grandes universidades brasileiras e estrangeiras, como o re-cente acordo entre a Universidade de Tübingen, a Universidade de São Pau-lo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas, no geral, diria que não. Há a falta de estímulos, hospitais precários e um modus vivendi diferente, no qual a necessidade impe-riosa de gerar recursos prejudica enor-memente o ensino e a formação do jo-vem neurocirurgião.

SBN Hoje: Quanto à prática, como compara-ria a realidade da Neurocirurgia no Brasil com os centros de ponta do exterior?

JAL: O nosso país é extremamente desigual. A maioria dos centros de saúde arrasta-se na solução dos pro-blemas do cotidiano, como drenagem de hematomas, derivações e neuroci-rurgias menos complexas da coluna vertebral. Por outro lado, há os hos-pitais privados que vivem um mo-mento excepcional, proporcionando Medicina de ponta, com tecnologia atualizadíssima, digna de grandes templos da Medicina no exterior. Em um país onde mais de 80% da popu-lação depende do sistema público de saúde, isso é uma heresia.

SBN Hoje: Qual a importância da experiência internacional na formação do neurocirurgião brasileiro? É necessária, ou funciona “apenas” como um complemento?

JAL: É fundamental não só como com-plemento, mas como formação mes-mo. Gera um conhecimento a mais, muda as atitudes e o comportamento. Torna o neurocirurgião brasileiro me-nos intuitivo e mais racional.

SBN Hoje: Na condição de preceptor de diversos neurocirurgiões, o que considera re-levante – além dos conhecimentos técnicos – que seja passado aos futuros profissionais da área?

JAL: Considero fundamental o cará-ter, com todas as suas variáveis, como comportamento, lealdade e amor ao próximo. Orientar os jovens a saber lidar com adversidades, assumir os seus erros sempre e valorizar-se sem vangloriar-se. Saber viver em grupo, sem disseminar maledicências, dis-seminar amizade e respeito aos seus pares, pacientes e familiares. Uma técnica apurada e alto nível de conhe-cimento em mentes deturpadas não levarão ninguém a lugar algum. Nada se constrói sozinho.

SBN Hoje: Poderia resumir, em poucas palavras, o que espera do futuro da Neuro-cirurgia brasileira?

JAL: A par das dificuldades já relata-das, praticamos uma Neurocirurgia de elevado padrão. Nossos colegas e residentes são reconhecidos mundial-mente e, por onde andam, deixam um rastro de conhecimento e relações que permitirão aos mais jovens usufruírem o ensino gerado por essas instituições. Ao retornarem, poderão propagar e ensinar aos que aqui estão. Isso tudo e mais o papel da SBN, que proporciona um ensino de alto nível em seus cursos, supervisionando com rigor os centros de formação, defendendo os nossos in-teresses, fazem-me enxergar um futuro radiante para a nossa Neurocirurgia.

Há hospitais privados

que vivem um

momento excepcional,

proporcionando

Medicina de ponta,

com tecnologia

atualizadíssima, digna

de grandes templos da

Medicina no exterior.

Em um país onde mais

de 80% da população

depende do sistema

público de saúde, isso

é uma heresia”

Dr. José Alberto Landeiro

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PÁGINA DO RESIDENTE

Os três primeiros colocados na prova de TE de 2016 falam de suas rotinas de estudo e por que decidiram seguir a especialidade

Por Bruno Bernardino

São Paulo sediou, nos dias 8 e 9 de abril, a Prova de Título de Especia-

lista da Sociedade Brasileira de Neuro-cirurgia. Para descobrir como foi parti-cipar da avaliação e o que os médicos que a farão nos próximos anos devem esperar, entrevistamos os três primeiros colocados, respectivamente, o Dr. Sil-vio Tenório Gameleira Filho (que foi residente no Hospital do Servidor Pú-blico Estadual de São Paulo – Iampse), o Dr. Thiago Pereira Rodrigues (que fez residência no Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina – Unifesp) e o Dr. Roger Neves Mathias (que foi residente na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp). Eles aborda-ram os maiores desafios encontrados na prova, as expectativas quanto ao futuro na carreira e, ainda, dão suas receitas de sucesso. Confira:

SBN Hoje: Como foi o preparo para a prova de TE 2016? Qual foi a sua rotina de estudos?

Silvio Tenório: Acredito que o preparo para a prova de título de especialis-ta ocorre durante a residência. Dessa forma, é muito importante conciliar as atividades práticas e a rotina da re-sidência aos estudos. Assim, se você fez uma boa residência e conseguiu seguir estudando com disciplina durante esses cinco anos, consequentemente se sairá bem na prova de Título de Especialista.

Thiago Pereira: Na verdade, não me preparei especificamente para a prova de Título. Sempre gostei de estudar e, ao longo dos anos de residência médica, estudei bastante, constante e

rotineiramente. No meu caso, a inicia-tiva de estudar e me aperfeiçoar como médico neurocirurgião veio da vontade de melhorar de alguma forma a quali-dade de vida dos pacientes. Penso que, desse modo, nos momentos das avalia-ções formais, a aprovação ocorre natu-ralmente e o conhecimento torna-se duradouro. Quando o foco é somente o bom resultado nas provas, em minha opinião, o ato de estudar torna-se can-sativo e o conhecimento despido de significância prática.

Roger Mathias: Gosto muito de estudar resolvendo questões, então consegui alguns livros com questões guiadas de estudo. Dessa forma, respondia e con-feria as respostas. Separava tudo por te-mas, de maneira que todas as temáticas da Neurocirurgia foram por mim abor-dadas. Tive o costume de estudar após as cirurgias, durante o meu R5, no cen-tro cirúrgico. Enquanto os residentes do terceiro e quarto anos fechavam as craniotomias, eu estudava. Quando o paciente ia para a tomografia, era outra oportunidade de estudar. Aproveitei todos esses momentos e, somando-os, consegui um bom tempo útil de estu-dos para a prova.

SBN Hoje: Quais foram os maiores desafios da prova?

ST: Foi manter o ritmo dos estudos, apesar da rotina puxada da residên-cia de Neurocirurgia. Além disso, por ser uma prova longa, foi muito importante manter a concentração do início ao fim.

UM ÁRDUO CAMINHO

RUMO AO SUCESSOD

ivulgação

Imagino um

futuro de muito

trabalho, sempre

me atualizando

e evitando a

acomodação”

Dr. Sílvio Tenório

TP: A prova foi ampla, pois englobou atividades teóricas e práticas, incluindo todas as subáreas da especialidade, e esta, em minha opinião, foi a maior di-ficuldade. Além disso, a residência em Neurocirurgia é bastante desafiadora. Eu tive a felicidade de sempre contar com excelentes professores e orienta-dores durante o período e penso que o exemplo deles será uma constante em minhas atividades profissionais.

RM: A parte escrita foi fácil, pois foi re-visão de todos os temas que eu já havia

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Divulgação

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estudado. Porém, na prova prática, a maior dificuldade foi manter-me cal-mo frente a alguém bem mais expe-riente, com uma janela de tempo na profissão. Como na cirurgia temos que estar calmos, acho que a prova é um verdadeiro preparo. Ter calma foi ideal para poder dar as respostas certas e ter uma boa pontuação.

SBN Hoje: Sempre soube que gostaria de ser médico? E a Neurocirurgia, sempre foi uma especialidade desejada?

ST: Não tive dúvida quanto à escolha da Medicina como profissão, pois sempre me interessei pelas ciências biológicas. Sobre a Neurocirurgia, optei durante o curso mé-dico, pois foi a especialidade com a qual mais me identifiquei durante a faculdade.

TP: No meu caso, a vontade de ser médi-co foi amadurecendo durante o ensino

médio, enquanto a vontade de ser neu-rocirurgião veio durante a graduação em Medicina.

RM: Meu pai é médico, então, desde muito pequeno quis seguir na profis-são. A Neurocirurgia foi uma escolha que aconteceu no final da faculdade de Medicina. Vi que era uma especialida-de completa, que abrange tudo o que eu já queria fazer.

SBN Hoje: Como imagina o futuro da sua carreira a partir de agora? E o futuro da área?

ST: Imagino um futuro de muito tra-balho, sempre tentando exercer a Neu-rocirurgia da melhor maneira possível, e continuar me atualizando a cada dia, evitando a acomodação. Tudo isso é im-portante para oferecer um cuidado ade-quado aos pacientes. A Neurocirurgia é uma especialidade que tem evoluído muito, principalmente com o desenvol-vimento de novas tecnologias. Assim, penso que as abordagens menos invasi-vas para o paciente, que já são uma reali-dade, possam se desenvolver ainda mais.

TP: Eu desejo cada vez mais aperfeiço-ar-me na área, pautando minhas atitu-des em fortes alicerces morais e éticos. Meu objetivo final é aliar conhecimen-to à capacidade de ter empatia e, de alguma forma, fazer algo positivo para as pessoas. O futuro da Neurocirurgia é imenso, principalmente com a inser-ção de novos aparatos tecnológicos que tornam possível o que poucos imagina-vam em um passado não tão distante.

RM: Estou me esforçando muito para ter uma colocação no mercado de tra-balho, e poder sempre atender meus pacientes do mesmo jeito que atendi na residência: com respeito, zelo pela téc-nica e entregando o que meus médicos-exemplo me ensinaram. Espero que a Neurocirurgia seja sempre valorizada e que a SBN continue sempre na busca por essa valorização do neurocirurgião.

SBN Hoje: Deixe uma mensagem para aque-les que ainda estudam e pensam em seguir a especialidade.

ST: Que se dediquem e estudem bas-tante, desde a faculdade. Façam um planejamento adequado e uma boa

A Neurocirurgia é

uma especialidade

árdua, que demanda

treinamento intenso

e exige muita

responsabilidade”

Dr. Roger Mathias

A residência foi

desafiadora. Tive a

felicidade de contar

com excelentes

professores e

orientadores”

Dr. Thiago Pereira

residência. Tenham persistência e dis-ciplina, pois este é um caminho longo, mas que vale muito a pena.

TP: A Neurocirurgia é uma especialida-de maravilhosa. Temos a oportunidade de ser decisivos no tratamento dos pa-cientes e, dessa forma, podemos ajudar muitas pessoas. A exigência, o esforço e tempo despendidos são um pouco maiores que em algumas outras espe-cialidades médicas. Mas, sem sombra de dúvidas, é tudo muito gratificante.

RM: A Neurocirurgia é uma especiali-dade árdua, que demanda muito tem-po de treinamento intenso, e os alunos que a procuram geralmente têm inte-resse em uma especialidade completa, difícil e que exige muita responsabi-lidade. Fica aqui meu incentivo para todos, pois, nessa área, o final do dia é muito gratificante.

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CAPA

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É comum ouvirmos que chegar ao sucesso é difícil, mas, ainda mais

trabalhoso, é manter-se bem-sucedi-do. Nos esportes, nas artes, nas car-reiras tradicionais – não importa o meio-, essa realidade é conhecida de muitos. É natural que o médico tam-bém se veja nessa situação. Às custas de muito estudo, trabalho e esforço, o profissional que dedica sua vida à Medicina consegue, muitas vezes, desfrutar de bons rendimentos e al-cançar um bom padrão de vida. No entanto, paira no ar uma pergunta, nem sempre fácil de ser respondida: como planejar um futuro financeira-mente seguro?

Dinheiro: ganhar e guardarEm 2003, quando era residente

de Neurocirurgia, o Dr. Francinaldo Lobato Gomes passou por uma grave crise financeira, a ponto de faltar di-nheiro até mesmo para as compras de supermercado. “Por pouco não desis-ti da residência para poder trabalhar

Muitas são as dúvidas sobre como proceder para garantir uma aposentadoria financeiramente segura. Conversamos com o neu-rocirurgião e especialista em Finanças, Dr. Francinaldo Gomes, que dá dicas para se preparar para este momento tão importante

Por Andre Klojda

Aposentadoria e futuro:C O M O P L A N E J A R ?

mais”, conta. Ele relata que, como médico, sabia como ganhar dinheiro, mas não como poupar e fazê-lo ren-der: “Trabalhava quase todos os dias, inclusive fins de semana e feriados, mas, como sempre gastava mais do que ganhava, minha conta ficava o tempo todo no vermelho”.

A partir desse momento de dificul-dade, o Dr. Francinaldo percebeu que era, de fato, necessário aprender a ge-rir seus recursos. Com isso em men-te, ele não apenas buscou se inteirar das melhores práticas financeiras, mas tornou-se um especialista no assun-to, com MBA em Finanças e Gestão de Investimentos. “Também troquei muitas ideias com alguns colegas de profissão. Aprendi a fazer um plane-jamento financeiro, a construir mi-nha reserva de segurança e a investir de forma a fazer o dinheiro trabalhar a meu favor. E, o mais importante, aprendi a fazer tudo isso sem inter-ferir com a minha rotina de neuro-cirurgião”, ressalta. E não parou por

aí: juntamente ao também neuroci-rurgião Dr. Francisco Vaz Guimarães Filho, ele escreveu o livro Bolsa de va-lores para médicos, com o objetivo de orientar os colegas. “O livro mostra exatamente que é possível organizar as finanças pessoais e investir, sem que isto interfira com a rotina neurocirúr-gica”, declara.

O neurocirurgião aponta dois grandes benefícios dos investimen-tos. “O primeiro é o ganho de tempo, o único bem que é finito para todos nós e que não volta. Quanto menos você tiver que trabalhar para ter di-nheiro, mais tempo você terá para passar com a família, com os amigos, para cuidar da saúde, viajar, aprimo-rar-se e também terá mais tempo para ganhar ainda mais dinheiro”, explica. O outro benefício frisado pelo Dr. Francinaldo é a liberdade conquista-da. Ele teoriza que, ao não precisar trabalhar mais para ganhar dinheiro – resultado de bons investimentos – é possível tornar-se uma pessoa mais

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Page 12: APOSENTADORIA E FUTURO:

CAPA

Aprendi a fazer um planejamento financeiro,

a construir minha reserva de segurança e a

investir de forma a fazer o dinheiro trabalhar

a meu favor. E, o mais importante, aprendi a

fazer tudo isso sem interferir com a minha

rotina de neurocirurgião”

Dr. Francinaldo Lobato Gomes

Drika Barbosa

menos para fazer o que se gosta. “A outra forma de conseguir gastar me-nos do que se ganha é usufruir dos benefícios fiscais, como a previdência privada modalidade Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que per-mite deduzir até 12% da renda bruta anual da base de cálculo do imposto de renda e por meio da escrituração do livro-caixa para profissionais autô-nomos”, indica. Outra medida eficaz é a constituição de uma reserva de se-gurança: trata-se do montante capaz de pagar as contas por cerca de seis a 12 meses, caso o médico fique impe-dido de trabalhar. “Esse valor deverá ser aplicado em um produto de in-vestimento com rentabilidade diária e resgate automático – isso porque o dinheiro poderá ser usado a qualquer momento”, acrescenta.

Proteger o patrimônio também é de suma importância, a fim de que se esteja preparado para eventuali-dades. “A proteção de patrimônio é feita por meio de seguros de vida res-gatáveis, que são produtos oferecidos por seguradoras privadas e que têm a vantagem de ser individualizados, impenhoráveis, inalienáveis e livres de inventários”, descreve. O seguro, então, é feito por um determinado período, a ser definido pelo contra-tante. Após o término desse período, o valor investido retorna corrigido, usualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), acres-cido de um percentual. O especialista ainda destaca a importância da criação de um patrimônio que seja fonte de renda crescente, uma vez que a apo-sentadoria fixa, por conta da necessi-dade de gastos que vem com a idade – muito relacionados à saúde –, nem sempre supre essas demandas. “Uma carteira de investimentos considera-da adequada é composta de produtos de renda fixa, de ações de empresas boas e lucrativas e de cotas de fun-dos imobiliários”, informa. Deve-se, então, reinvestir os ganhos obtidos e comprar mais ativos para que, com o passar do tempo e pela ação dos ju-ros compostos, a carteira fique cada vez maior.

livre e usar essa liberdade para atuar naquilo que se gosta. Isso dá a possi-bilidade de atingir um desempenho ainda melhor – e, consequentemente, de ganhar mais. Assim, portanto, li-berdade e dinheiro também assumem uma relação saudável.

Afinal, como investir?Ao ser questionado se os médicos,

no geral, têm a consciência da neces-sidade de cuidar da vida financeira, o Dr. Francinaldo lamenta: “Infeliz-mente, não. A formação do médico é voltada para a prestação de serviços, mas não para a gestão”. Ele comenta

que os médicos passam boa parte da vida trabalhando para pagar contas e manter um padrão de vida que consi-deram adequado, mas, muitas vezes, sem a preocupação em construir um patrimônio que venha a lhes ser-vir como fonte de renda no futuro, quando não puderem mais trabalhar.

O Dr. Francinaldo recomenda al-gumas diretrizes aos que desejam embarcar na busca por uma vida fi-nanceiramente segura. A primeira é o planejamento financeiro em si: or-ganizar o orçamento mensal para ga-rantir que os gastos sejam inferiores aos ganhos, buscando sempre pagar

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Page 13: APOSENTADORIA E FUTURO:

3O Dr. Francinaldo Gomes apresenta três dos principais erros que, frequentemente, impedem que os médicos desfrutem de uma aposentadoria segura e tranquila.

1) Achar que os ganhos serão sempre maiores sem que se construa um patrimônio gerador de renda. O mé-dico costuma depender diretamente da sua força de trabalho ao longo da vida. No entanto, a força de trabalho decresce ao longo do tempo, levando a uma queda na renda. Este fato, aliado ao aumento da concorrência, vem produzindo queda na remuneração dos médicos. Esta queda precisará ser compensada não com mais trabalho, mas, sim, com uma outra fonte de renda que não dependa diretamente do trabalho. Caso essa outra fonte de renda não tenha sido construída, haverá redução no padrão ou o médico terá que continuar trabalhando.

2) Deixar seu futuro financeiro nas mãos de terceiros. Por não entenderem de finanças, os médicos deixam seu futuro financeiro nas mãos do governo, dos bancos ou dos filhos. Costumam confiar em demasia na apo-sentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), contratam produtos bancários ruins ou mesmo investem nos filhos, acreditando que os mesmos vão supri-los na velhice. Embora isso possa ocorrer, tal compor-tamento é um erro grave e comum. Hoje, sabemos que o INSS rende abaixo da inflação, que existem produtos de investimento melhores que os oferecidos pelos bancos e que os filhos terão que cuidar do seu próprio futuro. Portanto, cabe a cada médico, enquanto ainda jovem e saudável, cuidar do seu próprio futuro. E isso tem que começar o quanto antes, porque o tempo está a favor de quem investe.

3) Achar que a busca por riqueza corrompe a atividade médica. Por causa do ensino voltado ao sacerdócio e pelo receio de serem vistos como mercenários, os médicos costumam se auto-sabotar no processo de construção de riqueza. Isso faz com que muitos médicos tenham receio em exigir remuneração justa pelo seu trabalho, ou mesmo de reivindicar seus honorários. O médico precisa entender que a Medicina, como qualquer profissão, é a sua principal – e, muitas vezes, a única – fonte de renda e que ele precisa se preocupar com a construção de riqueza para poder levar uma vida digna.

OS TRÊS ERROS

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OPINIÃO

Nas proximidades do sexagésimo aniversário da Sociedade Brasi-

leira de Neurocirurgia (SBN) – hoje a quarta mais numerosa no mundo e com uma trajetória que nos enche de orgulho – achamos por bem tratar de um assunto absolutamente entristece-dor e extremamente preocupante para a SBN, em virtude de acontecimentos e notícias cada vez mais veiculadas na mídia leiga. Falamos, aqui, com enor-me tristeza, sobre a clara tentativa de dissimular conflitos de interesse.

Os conflitos que existem quando in-teresses primários são sobrepujados por outros secundários fazem parte do com-portamento humano e podem aconte-cer sem ocasionar grandes prejuízos, como a vontade de deixar de beber para preservar a saúde, que pode ser venci-da pelo desejo do prazer e sensação de felicidade de uma boa libação. Existem outros casos, todos com consequências pessoais para quem os pratica e pouco danosas para outrem.

Já na prática médica, prejuízos causa-dos àqueles que obrigatoriamente devem ser alvo do nosso melhor conhecimento e da maior dedicação – o paciente – por menor que sejam, são imperdoáveis. De longa data, discutem-se os conflitos de interesse no exercício da Medicina. Algu-mas soluções foram propostas e adotadas com o objetivo de identificar e declarar sua existência, permitindo que escolhas sejam corretamente feitas. Nesse ponto, referimo-nos às pesquisas da indústria farmacêutica e pesquisas acadêmicas, com patrocínios previamente revelados

CONFLITO DE INTERESSE

por seus autores, tornando as aprecia-ções críticas transparentes e a aceitação dos resultados das medidas preconizadas fruto do convencimento e liberdade de escolha de cada um.

Por outro lado, o patrocínio de via-gens para congressos, reuniões, cursos e treinamentos largamente feitos no pas-sado, com o objetivo claro de despertar simpatias e convencimento, foi limita-do nos tempos atuais. Embora discutí-vel do ponto de vista ético, o patrocínio não provocava os efeitos das práticas que comentaremos a seguir: “os incen-tivos científicos” ou “parcerias”, que constituem a gratificação pecuniária pela prescrição de medicamentos ou a indicação do uso de órteses, próteses e materiais especiais.

Ultimamente, em virtude das res-trições impostas pelas distribuidoras, representantes de firmas estrangeiras, ameaçadas no exterior de retaliações le-gais e forçadas a regras rígidas de com-portamento, os “incentivos” passaram a ser substituídos por uma nova forma de gratificação: as chamadas consultorias.

Temos dificuldade de entender que consultoria científica pode prestar um especialista em Neurocirurgia a empresas

de material médico. Os conflitos de interesse sob as formas descritas e ou-tras que a criatividade dos interessados tornará, sem dúvida, possíveis, têm, a nosso ver, um nome – propina – e isso constitui uma prática imoral. A pro-pina pode ser classificada de antiética, quando praticada por aqueles que ao menos têm formação técnica e como atividade criminosa, por aqueles sem conhecimento do que fazem e frequen-temente produzem lesões intratáveis.

A banalização da propina, a qual um número cada vez maior de médi-cos têm aderido, produz graves efeitos, pois deseduca os mais novos e atinge de maneira irreparável a respeitabilidade da profissão. As práticas acima citadas, que condenamos, não podem, de for-ma alguma, encontrar justificativa no aviltamento da remuneração da prática médica, política liderada pelo Estado e seguida prazerosa e lucrativamente pela Medicina complementar. A luta pela melhoria da remuneração, que todos en-tendemos imperativa, ganhará legitimi-dade quando as práticas que condena-mos acima forem claramente repudiadas por todos que têm a responsabilidade de liderar hoje e no futuro a SBN.

Por Dr. Hildo Cirne de Azevedo Filho | Dr. Francisco Flavio Leitão de Carvalho | Dr. Clemente Augusto de Brito Pereira

As práticas que condenamos não podem encontrar

justificativa no aviltamento da remuneração da prática

médica, política liderada pelo Estado e seguida prazerosa e

lucrativamente pela Medicina complementar”

Membros titulares ativos da SBN, baseados em sua ampla vivência, emitem suas opiniões sobre uma prática imoral

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REGIONALVictor Bello

Evento recebeu grande público e recolocou o Rio de Janeiro em evidência

Por Andre Klojda

Da esquerda para a direita: Dr. Claudio Yampolsky, secretário da FLANC; Dr. Paulo Mello, Dr. Modesto Cerioni, presidente da SBN; Dr. Paulo Mello, representando os neurocirurgiões brasi-leiros no Congresso; Prof. Dr. José Alberto Landeiro, presidente de honra e homenageado do Congresso; Dr. Ruy Monteiro, presidente da SNCRJ.

Entre os dias 30 de junho e 2 de julho, aconteceu no Hotel Vila

Galé o XIV Congresso da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janei-ro (SNCRJ). Presidido pelo Dr. Ruy Monteiro, o evento prestou homena-gem ao Dr. José Alberto Landeiro e contou com convidados nacionais e internacionais de destaque.

O Dr. Monteiro, então presidente da SNCRJ, ressalta a grande adesão ao congresso e o alto nível científico apre-sentado: “Acredito que, com o congres-so, tenhamos conseguido resgatar a im-portância científica do Rio de Janeiro. Trouxemos convidados experts em suas áreas, tanto professores de universidades

ALTO NÍVEL CIENTÍFICO E ADESÃO DO PÚBLICO MARCAM O

XIV CONGRESSO DA SNCRJ

internacionais quanto renomados mem-bros da Sociedade Brasileira de Neuro-cirurgia”. Ele também celebra os 340 inscritos e a média de 280 participantes por dia durante o evento.

Além do elevado nível da grade científica, o Dr. Monteiro também atribui o sucesso do encontro ao presidente de honra, o Dr. José Al-berto Landeiro. “Conseguimos fazer uma homenagem muito emocionan-te, tanto para ele quanto para todos que estavam lá. Acredito que o Dr. Landeiro tenha sido o grande impul-sionador do evento. Muitos compare-ceram não só em consideração a nós, mas também a ele”, conta o presidente

do congresso, que foi acadêmico e re-sidente do homenageado.

Balanço positivo da gestãoCom seu mandato tendo se encer-

rado ao fim do simpósio, o Dr. Ruy Monteiro faz um balanço positivo dos seus anos na presidência. “Posso dizer que fechei meu mandato à frente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro com chave de ouro. Realizamos um congresso de altíssimo nível, em um momento ético, social e econômi-co difícil. Na gestão, conseguimos um superávit significativo e realizamos dois eventos de grande sucesso: a Jornada da Sociedade, no ano passado, e, este ano, o XIV Congresso da SNCRJ”, analisa.

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EM FOCO

O Dr. Mário Gilberto Siqueira, presidente da Comissão Científica do XXXI CBN – Kunio Suzuki, explica como é feita a seleção de apresentações e o funcionamento da comissão

Por Andre Klojda

A fim de montar uma programação de qualidade, a Comissão Cien-

tífica do XXXI Congresso Brasileiro de Neurocirurgia – Kunio Suzuki não poupou esforços na busca pelo que há de mais relevante nos cená-rios nacional e internacional da Neu-rocirurgia. “Elaboramos uma grade científica com 370 palestrantes, es-colhidos dentro de critérios exclusi-vamente técnicos”, diz o Dr. Mário Gilberto Siqueira, presidente da Co-missão. Além dos convidados estran-geiros, a grade é composta por grande número de palestrantes brasileiros,

INDEPENDÊNCIA E CRITÉRIO NA

COMISSÃO CIENTÍFICA

que representam o alto nível atual da Neurocirurgia do país.

De acordo com o Dr. Siqueira, na seleção das apresentações deste ano houve também a preocupação em dar espaço a jovens médicos que, pela qualidade do trabalho que estão de-senvolvendo, merecem ser prestigiados pela SBN. O presidente da Comissão também acrescenta que, em relação aos convidados internacionais, o mesmo procedimento foi adotado: “Optamos por convidar estrangeiros mais jovens, alguns menos conhecidos, que vêm se destacando em suas respectivas áreas”.

Formação e atuação da Comissão Científica

A Comissão Científica do XXXI CBN é composta de oito membros, representantes das mais diferentes es-pecialidades da Neurocirurgia, além de contar com a colaboração de di-versos outros colegas. “Foram esco-lhidos responsáveis pela elaboração de programas em áreas específicas, que, posteriormente, eram debatidos em reuniões da Comissão, para a ela-boração final da grade”, relata. Em relação aos convidados estrangeiros, explica, foi solicitado que sugerissem

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temas de suas preferências, aos quais foram agregados aqueles sugeridos pelo grupo.

Quanto à composição da própria Comissão, deu-se do seguinte modo: o presidente do Congresso, o Dr. Ku-nio Suzuki e o Dr. Márcio Vinhal de Carvalho, convidaram o Dr. Siqueira para presidir o setor, e ele, por sua vez, chamou os Drs. Eduardo Vellutini, Albert Brasil e Samuel Zymberg para integrarem a equipe. Posteriormente, por conta da colaboração prestada, mais quatro neurocirurgiões foram agregados ao grupo: Drs. Alexandre Novicki, Wellingson Paiva, Marcos Maldaun e Feres Chaddad. O contato

Divulgação

Elaboramos uma

grade científica com

370 palestrantes,

escolhidos dentro

de critérios

exclusivamente

técnicos”

Dr. Mário Gilberto Siqueira

entre os membros, durante a prepara-ção do CBN, é constante e, periodica-mente, há uma reunião formal.

Na organização de qualquer evento científico de grande porte, o papel da Comissão Executiva, que organiza to-dos os aspectos do Congresso – à exce-ção da parte científica –, é tão impor-tante quanto o da Comissão Científica. As duas comissões trabalham de forma independente, apesar de eventuais tro-cas de informações. Conta o Dr. Si-queira que “Desde o início dos nossos trabalhos, o Dr. Márcio Vinhal delegou a mim e ao Dr. Ricardo Ribeiro, pre-sidente da Comissão Executiva, plenos poderes para gerirmos nossas respecti-vas comissões”. Ao longo do processo, ele diz, ambos se reportam diretamente ao presidente do Congresso. “Situações críticas, quando existentes, obviamente também são levadas ao seu conheci-mento”, complementa.

Boas expectativas para as apresentações

O Dr. Siqueira afirma que as ex-pectativas para as apresentações são as melhores possíveis. “Aspectos de prati-camente todas as áreas da Neurocirur-gia serão debatidos no evento” declara. Haverá sessões plenárias, módulos de especialidades e sessões de miniconfe-rências, envolvendo as seguintes áreas: Anatomia, Traumatismo Craniano, Vascular, Oncologia, Coluna, Hidro-dinâmica, Infecção, Epilepsia, Dor, Movimentos Anormais, Nervos Perifé-ricos, Neurointensivismo, Endoscopia, Base de Crânio e Infantil e outras.

Mais informaçõesO XXXI CBN ocorre em Brasília, entre os dias 6 e 10 de setembro. Baixe o aplicativo do Congresso e fique por dentro de notícias e novidades exclusivas: <http://neurocirurgia2016.com.br/586-2/>

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CONSELHO DELIBERATIVO

O Dr. Jorge Luiz Kraemer discorre sobre a atuação do Conselho Deliberativo e sobre sua experiência como presidente do órgão

Por Andre Klojda

O Conselho Deliberativo (CD) da SBN é responsável por discutir

e buscar as melhores soluções para di-versas questões que afetam diretamen-te a Sociedade e os neurocirurgiões em geral. É o órgão modulador da SBN, nas palavras de seu atual presidente, o Dr. Jorge Luiz Kraemer. “Enquanto a Diretoria exerce funções executivas, o CD fiscaliza, controla, disciplina e define todas as ações administrativas da Sociedade. As condutas do CD são norteadas pelo Estatuto Social e, em casos omissos, pela missão da SBN. As decisões são tomadas de forma co-legiada, sob a coordenação do presi-dente”, explica.

Em uma organização do porte da SBN, faz-se necessária a setorização e a divisão de tarefas e responsabilida-des entre esses setores. Para que isso seja feito da melhor forma possível, o Estatuto da Sociedade define essas atribuições, bem como questões rela-cionadas a membros, à composição da Diretoria etc. “A governança da SBN é regida pelo Estatuto Social. Cada área possui atribuições específicas, res-peitadas pelas demais. Os conflitos ou situações de maior importância são en-caminhados ao CD para definição ou homologação”, comenta o presidente do Conselho. O artigo do Estatuto que rege as atividades do CD é o de número 31, que aponta, ainda, entre as competências do órgão, a responsabili-dade de avaliar propostas para admis-são de novos membros, a organização de Comissões Especiais, a convocação de Assembleias Gerais Extraordinárias, entre outras.

MISSÕES E APRENDIZADO

NO CONSELHO DELIBERATIVO

A experiência da presidênciaAo comentar sobre sua gestão à

frente do Conselho, o Dr. Jorge Luiz Kraemer destaca a organização das reuniões e a obediência aos regula-mentos como os principais feitos. Quanto ao exercício da presidência em si, declara: “O mais difícil, na função de presidente, é obter o con-senso de opinião entre vinte colegas experientes, líderes em suas áreas, acostumados a serem ouvidos e aten-didos, e deliberar sobre assuntos complexos e inusitados, em nome de neurocirurgiões que não podem estar presentes naquele momento”.

A SBN, sendo composta por es-pecialistas de diferentes partes do Brasil, que atuam em ambientes va-riados e vivenciam experiências das mais diversas, faz com que atuar no CD traga também um crescimen-to particular. “A maior conquista é o aprendizado pessoal, progressi-vo, nem sempre indolor, principal-mente no respeito à diversidade do pensamento e no entendimento das diversas culturas que habitam nosso país”, opina.

Divulgação

O mais difícil,

na função de

presidente, é obter o

consenso de opinião

entre vinte colegas

experientes, líderes

em suas áreas”

Dr. Jorge Luiz Kraemer

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ALÉM DA NEUROCIRURGIA

Dr. Marcelo Moraes Valença, neurocirurgião e autor de Reescrevendo a história da Neuroanatomia, fala sobre a relação de grandes artistas com a representa-ção das estruturas do corpo humano

Por Andre Klojda

As evidências que encontramos nas pinturas

colocam esses artistas como os primeiros

anatomistas da história”

Dr. Marcelo Moraes Valença

Divulgação

Para saber maisAqueles que se interessarem pelo assunto, podem adquirir o livro Re-escrevendo a história da Neuroana-tomia no site da editora Babecco:

A NEUROANATOMIA E AS ARTES

As artes, além do objetivo estético e de apreciação, têm sido, ao longo

da história do homem, veículo de avan-ços em diversas áreas. Com o poder de canalizar esforços e atrair grandes gênios, expressões como a literatura, a pintura e a escultura são estudadas por diferentes campos do conhecimento – inclusive pelas ciências do corpo humano. O Dr. Marcelo Moraes Valença, professor ti-tular de Neurocirurgia da Universidade Federal de Pernambuco, em seu livro Reescrevendo a história da Neuroanatomia (Babecco, 2015), dá um exemplo disso: ele faz um apanhado histórico, artísti-co e científico de obras dos três grandes nomes do Renascimento – Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael – sob o prisma dos estudos neuroanatômicos.

O neurocirurgião conta que, apesar de sempre ter sido interessado nas ar-tes, nunca havia se dedicado a pesquisas mais profundas relacionadas à área, até alguns anos. Então, a partir desse in-teresse calcado de curiosidade, passou a tratar o assunto também como algo científico. “As evidências que encontra-mos nas pinturas colocam esses artistas como os primeiros anatomistas da his-tória. São coisas novas, que só foram descritas séculos depois, mas já estavam presentes na arte desses três mestres, ain-da que não de forma explícita”, relata.

As evidências às quais o Dr. Valença se refere são os indícios de que Da Vin-ci, Michelangelo e Rafael ocultaram em suas obras diversas alusões à anatomia humana – inclusive à estrutura cerebral.

A inspiração para escrever o artigo, que posteriormente viraria livro, veio da ob-servação de uma obra de Da Vinci: “Por semanas, fiquei olhando ‘São Jerônimo no deserto’, e não notava nada. Até que, um belo dia, achei a cauda do leão um pouco estranha, muito curvada. Percebi, então, que era o hemicrânio, e lá dentro estava todo o sistema venoso cerebral, um sistema complexo de ser pintado”. De acordo com os registros, na época que o quadro foi pintado, em 1480, Da Vinci ainda não tivera acesso a cadáve-res – e o que o Dr. Valença defende é justamente que, mesmo antes disso, o grande italiano já detinha consideráveis conhecimentos de anatomia. Este e ou-tros exemplos são mostrados no livro por meio de imagens, ilustrações e ex-plicações também acessíveis ao público leigo, que pode desfrutar de uma prosa direta e informativa.

Ao manejar informações históricas, artísticas e técnicas, o neurocirurgião também teve de se mostrar preciso com as palavras. Além das informações so-bre anatomia, o Dr. Valença versa sobre o tempo e o contexto em que os mes-tres renascentistas viveram e criaram. “A escrita é uma arte que se aprende praticando, escrevendo e reescrevendo. Sempre que se faz uma revisão, encon-tra-se um errinho aqui ou ali. A arte é dinâmica. Espero ainda melhorar mui-to nos próximos anos”, diz. Agora, o próximo passo, ele revela, é lançar o li-vro em inglês, para divulgar o trabalho para um público mais amplo.

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DICAS DE VIAGENS

Por Paulo Cesar Aguiar Filho | LET- Live Experience Travel

Cancun é a principal cidade de um paraíso localizado na Península de

Yucatán, México, e será a sede do XXX-VII Congresso Latino-americano de Neurocirurgia – CLAN, que será realiza-do entre 30 de outubro e 3 de novembro.

A Península de Yucatán é um dos lu-gares mais completos do mundo para ser visitado. Clima favorável, praias ci-nematográficas, infraestrutura, gastro-nomia, povo hospitaleiro e uma forte herança da incrível e instigante cultura maia. Sem falar nas falhas geológicas conhecidas como Cenotes, cujas origens remontam ao meteoro que colidiu com a Terra, causando a extinção dos dinos-sauros. É inegável que a beleza e cultura deste local transformaram a Península de Yucatán em um dos lugares mais vi-sitados do mundo, colocando o México como o 14º país a receber mais turistas.

Com tantos lugares interessantes para se conhecer, o turista que dispõe

O MELHOR DE CANCUN, PARA TODOS OS GOSTOS!

de apenas alguns dias nesse incrível pe-daço do mundo se pergunta: o que fazer, aonde ir, onde comprar e com quem? Pensando nisso, listamos algumas das principais (e outras menos conhecidas) atrações que a região oferece, com ob-servações importantes sobre o que espe-rar de cada uma delas. Vamos lá:

Cancun é muito mais do que a zona hoteleira, constituída por uma faixa de terra com o Mar do Caribe de um lado e a Lagoa Nichupté do outro, onde fica a maioria dos hotéis e praticamente uma única avenida, a Boulevard Kukulcán. Ao norte da zona hoteleira está Punta Can-cun que, além de hotéis, oferece uma boa concentração de restaurantes, bares, lojas e baladas. De locomoção fácil, qualquer ônibus pode fazer o trajeto entre a Punta Cancun e os hotéis. Se você é um turista que gosta de desbravar e deseja ir além da Punta Norte, é possível tomar o ônibus R2 ou R15 e descer a poucos metros do

Mercado 28, um típico Mercadão em que boas compras requerem a arte de pe-chinchar em Espanhol. Aproveite a visita para comer o famoso ceviche mexicano no El Cejas, ótimo restaurante frequen-tado pelos locais.

Não muito distante dali, está o Pla-za Las Americas, maior shopping de Cancun, lugar de poucos turistas, onde é possível encontrar eletrônicos, perfu-mes e roupas de grife por preços me-nores que os da zona hoteleira. Dica: para se locomover do Mercado 28 até o Plaza Las Américas utilize um táxi, que é bem mais barato no centro da cidade do que na zona hoteleira. As corridas são realizadas por preço fechado. Não se esqueça de avisar ao motorista que você não deseja compartilhar a corrida, a menos que queira conhecer bem de perto os mexicanos. O centro de Can-cun é seguro, mas é preciso cuidado, como em qualquer centro urbano.

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De volta à zona hoteleira, se você tiver pouco tempo entre uma palestra e outra, aproveite para conhecer as Ruínas del Rey, que ficam praticamente na frente do Iberostar, onde será realizado o Con-gresso. É um pequeno sítio de cultura maia indicada para quem não conseguiu visitar as pirâmides de Chichén Itzá.

Também no Boulevard Kukulcán, está o famoso Shopping La Isla, com as melhores lojas de grife mundiais, ide-al para quem não tem tempo de ir ao Plaza Las Americas e não se importa em pagar um pouco mais pelas compras. É um shopping a céu aberto bastante turístico, que impressiona pelas lojas, bares e restaurantes. Não deixe de fazer um happy hour em um dos bares, de frente para a lagoa, admirando o pôr do sol atrás das águas! Para jantar, escolha o restaurante La Destileria, localizado a apenas três quadras do La Isla, em frente a outro shopping de marcas luxuosas, o Kukulcán Plaza. O grande diferencial do La Destileria está nos pratos elabora-dos à base de tequila, com toques suaves ou mais fortes, à escolha do freguês. Não muito longe dali, está o Restarante Lo-renzillo’s, famoso pela melhor lagosta e frutos do mar de Cancun – reserve com antecedência!

Subindo até Punta Cancun, o turista encontra a famosa Plaza Forum by the Sea. Não espere lojas, mas, sim, diversão e gastronomia. Lá estão o Hard Rock Café, a casa de shows Cocobongo, com suas performances hollywoodianas e frequentado por todas as idades (vale ao menos uma noite!), e o menos conheci-do, porém animado, Carlos ‘n Charles, um bar / restaurante com performances de barmen e autênticas tequilas, de qua-lidade muito superior às versões expor-tadas para o Brasil. Bem na frente está o Señor Frogs, frequentado por uma faixa etária jovem.

Se você tem um dia inteiro disponí-vel, deseja fugir das compras e mergu-lhar na cultura maia, não deixe de visitar o sítio arqueológico de Chichén Itzá. Lá, poderá contemplar as famosas pi-râmides, descobrir as curiosidades desta civilização tão avançada para sua época e, ainda, simular um Juego de Pelotas – jogo milenar praticado pelas tribos do

México e Guatemala. No mesmo tour, é possível conhecer a pequena cidade de Valladolid, que abriga a primeira igreja católica da região, e mergulhar nas águas do Cenote Zaci, tipo de acidente geo-gráfico que não existe em nenhum ou-tro lugar do planeta! Este é um passeio de dia completo que explora o interior da península.

Outra opção para aprofundar seus conhecimentos na cultura maia é a ru-ína de Tulum. Não espere nenhuma pirâmide, mas um belo sítio arqueoló-gico de frente para o mar.

Se o seu perfil pede atrações ativas, com água, e leves toques de cultura, o seu lugar é XCaret: um parque com ativida-des aquáticas incríveis, além de museu e ruínas. Os rios subterrâneos e piscinas naturais são as melhores atrações, ao lado do famoso mergulho com golfinhos.

Para os que desejam passar o dia em uma praia paradisíaca, com areia tão branca de agredir os olhos mais sensíveis e um mar com sete tons de azul, seu destino é a Isla Mujeres. Ao desembarcar na ilha, siga até a Playa

Norte, alugue uma cadeira e faça mui-tas selfies!

Já os amantes da natureza selvagem irão se sentir em casa na Ilha Holbox. A viagem é longa (2h10), mas vale cada minuto. Prepare-se para avistar águas de cor verde-esmeralda, bandos de flamin-gos e mergulhar com tubarões-baleia!

Por fim, uma visita à imperdível Playa del Carmen, na Riviera Maia. A partir da zona hoteleira chega-se a esta linda cidade em menos de uma hora. Uma grata surpresa com estilo euro-peu, repleta de bistrôs, restaurantes, ca-fés à francesa, atividades culturais, lojas e pessoas nas ruas. Comece explorando pela 5ª Avenida. Destaque para o exce-lente restaurante italiano Cenacolo, o argentino El Diez (temático do Mara-dona), e carnes que só eles sabem fazer. Ainda, há o Yaxche, para aqueles que desejam provar a cozinha maia.

Esperamos que tenham gostado da nossa primeira coluna na Revista SBN, escrita por uma agência de viagens per-sonalizadas. Foi um prazer fazer este texto para vocês!

Ficou animado para conhecer esses lugares? Entre em contato com a nossa equipe! Tel.: (11) 3825-7130 E-mail: <[email protected]>. Para ver mapas explicativos e lindas fotos de todos os lugares mencionados na matéria, faça leitura do QR Code a seguir:

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EVENTOS

XXXVII Congresso Latino-Americano de NeurocirurgiaNeurocirurgiões latino-americanos terão encontro em Cancun, no México

Organizado pela Federación Latinoamericana de Sociedades de Neurocirugía (FLANC), o XXXVII Congreso Latinoa-mericano de Neurocirugía (CLAN) acontecerá entre 30 de outubro e 3 de novembro, em Cancun, no México. Na ocasião, o diretor de Relações Internacionais da SBN e diretor editor médico da revista SBN Hoje, o Dr. José Marcus Rotta, tomará posse como presidente da FLANC.

Dentre os temas abordados, o congresso discutirá a cirurgia de hipófise, a cirurgia de base de crânio, a neu-rocirurgia funcional, a microcirurgia neurovascular e a cirurgia de nervo periférico. Ainda, haverá associados da SBN que participarão como palestrantes do CLAN.

Saiba mais em: <clan2016.com.mx>

7th International Skull Base Dissection Course12 a 14 de outubro de 2016A r e z z o , I t á l i a

<www.eans.org/events/event-725>

Cursos 201626 a 28 de outubro de 2016S ã o P a u l o

<portalsbn.org/agenda>

12º Congresso Brasileiro de Neurorradiologia4 a 5 de novembro de 2016S ã o P a u l o

<www.congressosbnr.com.br>

5º Congresso Brasileiro de Radiocirurgia24 a 26 de novembro de 2016S ã o P a u l o

<www.cbrc.com.br>

Divulgação

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PRÓDOC

Por Alice Selles

Muitos médicos, na correria de suas rotinas, não analisam a consti-

tuição de suas agendas e, por isso, não avaliam a fidelização dos pacientes. As atribulações deixam essa análise pouco objetiva, pois se transformam em vagas sensações. Esses profissionais “acham” que seus pacientes estão seguindo o tra-tamento prescrito, e que eles estão retor-nando no prazo recomendado. Outros, que utilizam as ferramentas dos sistemas de gerenciamento de suas clínicas para acompanhar o fluxo da clientela, ressen-tem-se do baixo índice de retorno e de adesão, e tentam buscar explicações.

Se falta aos primeiros a rotina de ana-lisar os hábitos de seus clientes (o mais básico dos fundamentos para qualquer empresa de serviços), aos demais, mui-tas vezes, falta a sistematização de ações para aumentar a fidelização ou mesmo impedir o abandono do tratamento. Várias razões podem ser apontadas para a baixa fidelização e as respostas evidentemente variam caso a caso.

A própria dinâmica do atendimento médico pelos planos de saúde estimula a baixa fidelização. Os clientes das ope-radoras (que representam uma grande parte do movimento de consultórios, clínicas e hospitais) adotam a seguinte lógica: consideram que pagam muito por seus planos e, por isso, devem “usá-los bastante”. Isso explica o fato de a escolha do profissional ou do serviço se dar por comodidade e por praticidade, já que a busca por uma segunda, terceira ou mesmo quarta opinião só requer dis-ponibilidade de tempo.

Para aumentar a fidelização, é preci-so entender os mecanismos de escolha e adesão ao tratamento dos pacientes. Embora os mecanismos se alterem em função da especialidade médica e das características próprias da clientela

A DIFÍCIL ARTE DE SER FUNDAMENTAL

atendida, normalmente o processo de seleção começa com um incômodo asso-ciado a um problema de saúde. Esse incô-modo leva à busca de informações sobre os profissionais que poderiam atendê-lo.

Em seguida, o paciente faz sua esco-lha entre as opções disponíveis (podem ser consideradas as opiniões de amigos, a lista de credenciados pelo plano ou a localização do consultório, por exem-plo). Feita a escolha, ele marca a con-sulta. Após a mesma, faz sua avaliação

considerando desde o atendimento que recebeu ao telefone até a confiança transmitida pelo médico. Se o primei-ro serviço consultado não parecer con-vincente, outros serão visitados até que se dê a efetiva escolha. Se a essência da adesão está nesta questão, a pergunta seguinte é: como tornar-se “A escolha”?

Questões que seriam acessórias ao atendimento médico se transformam em critérios de escolha, pois todo ser huma-no analisa seus relacionamentos como se os colocasse em uma balança: os proble-mas ficam de um lado, as coisas boas de outro. Se o “lado bom” pesa mais, o rela-cionamento é mantido. Todo o trabalho de marketing em um serviço de saúde deve se concentrar em tornar o serviço oferecido não apenas adequado, ou mes-mo importante, mas, sim, fundamental.

Várias pequenas ações podem contri-buir para um atendimento mais confiá-vel e consistente. Algumas passam pelo lado de fora do consultório e envolvem desde o atendimento telefônico até o am-biente físico, passando pelo treinamento da equipe. Outras estão concentradas no relacionamento médico-paciente. Es-sas ações podem e devem fazer parte da rotina de atendimento. Também é fun-damental estruturar um programa que permita manter contato sistemático com pacientes atuais e ainda acompanhar o comportamento dos que parecem aban-donar o tratamento. Em serviços focados no tratamento de pacientes crônicos, pode ser interessante manter um funcio-nário responsável por manter esses conta-tos e oferecer feedback.

Em minha opinião, a questão de tornar-se fundamental resume-se em investimento constante – sempre e mais – na humanização do atendimen-to, pois é isso que faz, na prática, um serviço diferente dos demais.

Bem Vindo-Doutor Renato Gregório

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