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APOSTILA DE FILOSOFIA Escola:________________________________________ Aluno: _________________________________________ Organização: Prof. Esp. Francisco Vasconcelos Silva Júnior

Apostila de Filosofia - 7o Ano

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Page 1: Apostila de Filosofia - 7o Ano

APOSTILA DE FILOSOFIA

E s c o l a : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

A l u n o : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Organização:

Prof. Esp. Francisco Vasconcelos Silva Júnior

Page 2: Apostila de Filosofia - 7o Ano

3

A BUSCA POR UMA EXPLICAÇÃO DO MUNDO!

Ca

pít

ulo

1

De acordo com a tradição histórica

a fase inaugural da filosofia é conheci-

da como período pré-socrático (isto é

anterior a Sócrates). Assim, esse perío-

do abrange o conjunto de reflexões

filosóficas desenvolvidas desde Tales

de Mileto, no século VII a.C., até o sur-

gimento de Sócrates, no século V a.C.

Já estudamos no 6º ano que a filo-

sofia surge na Grécia Antiga na cidade

de Mileto, situada na Jônia, litoral oci-

dental da Ásia Menor. Caracterizada

por múltiplas

i n f l u e n c i a s

culturais e um

rico comércio,

Mileto abrigou

aqueles que

seriam a ser

considerados

como os três

primeiros filó-

sofos. São

eles: Tales,

Anaximandro e

Anaxímenes.

D e s t a c a - s e

entre os objeti-

vos desses primeiros filosofos, a cons-

trução de uma cosmologia.

Desde o princípio os primeiros filó-

sofos buscavam investigar as causas,

o princípio e o fundamento para a exis-

tência do mundo. A partir da busca

pela compreensão da existência do

mundo, deu-se então uma investiga-

ção e a busca pela a explicação dos

fenômenos já existentes e até mesmo

daqueles que poderiam existir, que até

então ainda são objetos de pesquisa,

por aqueles que adentram no campo

do conhecimento.

Para os f i lósofos pré -

socráticos, a arché ou arqué

(palavra grega que significa ori-

gem), seria um princípio que de-

veria estar presente em todos os

momentos da existência de todas

as coisas; no início, no desenvolvi-

mento e no fim de tudo. Princípio

pelo qual tudo vem a ser.

Para esses filósofos comumen-

te chamados de pré-socráticos

todas as coisas são diferencia-

ções de uma mesma coisa e são

a mesma coisa. Um desses filóso-

fos Diógenes de Apolônia explicou

o raciocínio que levou os primei-

ros filósofos a ideia da Arché:

[...] se as coisas que são agora

neste mundo - terra, água, ar e

fogo e as outras coisas que se

manifestam neste mundo -, se

alguma destas coisas fosse dife-

rente de qualquer outra, diferente

em sua natureza própria e se não

permanecesse a mesma coisa

em suas muitas mudanças e dife-

renciações, então não poderiam

as coisas, de nenhuma maneira,

misturar-se umas as outras, nem

fazer bem ou mal umas as outras

[...]

Assim, é a origem, mas não

como algo que ficou no passado e

sim como aquilo que, aqui e ago-

ra, dá origem a tudo, perene e

permanentemente.

Page 3: Apostila de Filosofia - 7o Ano

4

Os filósofos de Mileto

Ca

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2

A filosofia possui um lugar mítico de

origem, Mileto. Trata-se de uma antiga

colónia grega situada na Jónia, metade

sul da costa ocidental da Ásia Menor.

Os filósofos de Mileto eram também

chamados de naturalistas, por estarem

envolvidos em reflexões relativas à

physis (natureza num sentido amplo

como realidade primeira e fundamen-

tal) na tenta-

tiva de en-

contrar uma

e x p l i c a ç ã o

para a ori-

gem, ou o

p r i n c í p i o

(arché) de

todas as coi-

sas. Foram

eles: Tales

de Mileto,

Anaximandro de Mileto e Anaxímenes.

Destaca-se entre os objetivos desses

primeiros filósofos, a construção de

uma cosmologia (explicação racional e

sistemática do universo).

2.1 Tales de Mileto

Segundo a tradição clássica da filo-

sofia ocidental, o primeiro teórico a

formular um pensamento

mais sistemático fundado

em bases racionais foi o

grego Tales 625 a.C. – 558

a.C.). Sendo o fundador des-

sa nova forma de pensar,

ele é considerado o primeiro

filósofo de que se tem notí-

cia, inaugurando a linhagem

filosófica dos pré-socráticos

(filósofos que vieram antes

de Sócrates).

Foi considerado o precursor do pen-

samento filosófico, por que pen-

sou a matéria de maneira diferen-

te de como era pensada antes,

com inferências divinas e invoca-

ções a deuses superiores. Ele

acreditava que a coisa material

sofria transformações ao longo do

tempo. Com isso, o filósofo inau-

gurou o método de observação e

especulação diferente das expli-

cações teológicas e religiosas pa-

ra todas as coisas, em vigor na

época. Aristóteles o considerava

como o primeiro filósofo.

Procurando fugir das antigas

explicações mitológicas sobre a

criação do mundo, Tales queria

descobrir um elemento físico que

fosse constante e, todas as coi-

sas, algo que foi o principio unifi-

cador de todos os seres. Segundo

Tales, a origem de todas as coi-

sas estava

no elemento

água: quan-

do densa,

transformar-

se-ia em ter-

ra; quando

a q u e c i d a ,

viraria vapor

que, ao se

resfriar, retornaria ao estado líqui-

do, garantindo assim a continui-

dade do ciclo. Nesse eterno movi-

mento, aos poucos novas formas

de vida e evolução iriam se de-

senvolvendo, originando todas as

coisas existentes.

O grande mérito de Tales, na

verdade, não foi a sua explicação

aquática da realidade: foi o fato

Localização de Mileto no mapa

atual

Page 4: Apostila de Filosofia - 7o Ano

5

de que, pela primeira vez na história, o

homem buscava uma explicação total-

mente racional para o seu mundo, dei-

xando de lado a interferência dos deu-

ses.

2.2. Anaximandro de Mileto

Anaximandro de Mileto (610 a.C.- 547

a.C.) foi discípulo de Tales. Assim como

seu mestre, procurou compreender o

princípio (arkhé) que origina toda a reali-

dade. Porém, em suas investigações,

não encontrou em nenhum ele-

mento físico este princípio, mas

no que chamou de ÁPEIRON.

Segundo Anaximandro, é a partir

da transformação de cada coisa

no seu contrário, isto é, da mu-

dança entre pares de opostos da

realidade, que podemos perce-

ber que elas estão imersas em

um turbilhão infinito, ilimitado,

indeterminado, mas que deter-

mina e limita todos os seres. A

este turbilhão original denomi-

nou ápeiron.

Para esse filósofo, pares de con-

trários são, por exemplo, quente-

frio e seco-úmido. Isto quer dizer que em

cada coisa somente um de cada par po-

de existir, não podendo, pois, coexisti-

rem em um mesmo objeto, o quente e o

frio. Por isso percebemos a ordem nesta

determinação. Mas se nenhuma predo-

mina eterna-

mente (pois

uma só existe

quando a outra

não está pre-

sente) é porque

devem ser de-

terminadas por

algo extrínseco

(fora) a elas,

algo ilimitado,

mas que as li-

mita, o ápeiron (ilimitado, indefinido, in-

destrutível, indeterminado).

Anaximandro pensava que nosso

mundo é somente um entre diversos ou-

tros mundos que irão se desenvolver,

evoluir e se desintegrar em um processo

infinito.

2.3. Anaxímenes de Mileto

Anaxímenes de Mileto (585 a.C.-

528 a.C.) também fez parte da Esco-

la Jônica. Foi discípulo de Anaximan-

dro e como este, também afirmou

ser uma só a natureza ou princípio

(arkhé) subjacente a todas as coi-

sas. No entanto, mesmo que acredi-

tasse ser este princípio ilimitado,

não o pensou ser indefinido.

Tentando uma possível concilia-

ção entre as concepções de Tales e

as de Anaximan-

dro conclui ser o

ar o principio de

todas coisas. Isso

porque o ar repre-

senta um elemen-

to invisível, quase

inobservável e,

no entanto, ob-

servável: ―o ar é a

própria vida a for-

ça vital, a divindade que anima o

mundo, aquilo que dá testemunho à

respi ração‖ .

A n a x í me n e s

acreditava que

a alma feita de

ar, observando

que o vivente

r e s p i r a

(refrigera o

corpo) en-

quanto que o

morto não o

faz.

Anaxímenes

encontrou no ar empírico uma série

de propriedades que desempenhari-

am melhor que os outros elementos

as funções de arché.

Page 5: Apostila de Filosofia - 7o Ano

6

A ESCOLA PITAGÓRICA E O CULTO A MATEMÁTICA

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3

Pitágoras de Samos (570 a.C. – 490

a.C) nasceu na ilha de Samos, na cos-

ta jônica. Por volta de

530 a.C sofreu perse-

guição politica por

causa de suas ideais

sendo obrigado a dei-

xar sua terra de ori-

gem. Em Crotona fun-

dou uma sociedade

secreta dedicada ao

estudo dos números.

Julga-se que esta so-

ciedade, cujos membros

se tornaram conhecidos

como pitagóricos, desen-

volveu uma parte signifi-

cativa de conhecimento

matemático e isso em

segredo absoluto.

Pode considerar-se que

os pitagóricos eram uma

ordem religiosa e uma

escola filosófica. Para os

filósofos da escola pita-

górica "O número é tu-

do", isto é

o "número

e r a a

su b s t â n -

cia de todas as coisas".

O que pretendiam afir-

mar era que não só to-

dos os objetos conheci-

dos tinham um número,

ou podiam ser ordena-

dos e contados, mas

também que os números

eram a base de todos os

fenómenos físicos. Por

exemplo, uma constelação no céu po-

dia ser caracterizada não só pela sua

forma geométrica como também

pelo número de estrelas que a

c o m p u n h a m ,

bem como ela

própria podia

ser a represen-

tação de um

número. Conta-

se Pitágoras

que chegou a

essa ideia ob-

servou que os

sons produzidos por cordas vi-

brantes são harmoniosos quando

os comprimentos das cordas po-

dem ser expressos como razões

de números inteiros.

Segundo o pesquisador em filo-

sofia Thomas Giles, ―pela primeira

vez se introduziria um aspecto

mais formal na explicação da rea-

lidade, isto é a ordem e a cons-

tância‖. Assim a essência dos se-

res, teria uma estrutura matemá-

tica da qual derivariam problemas

como: finito e infinito, par e impar,

unidade

e multi-

plicidade

etc.

P i t á g o -

ras dizia

que no

fundo de

t o d a s

coisas a

diferen-

ça entre

os seres

consiste,

essencialmente, em uma questão

de números (limite e ordem das

Pit

ágo

ras,5

71

a 4

96

a.C

Page 6: Apostila de Filosofia - 7o Ano

7

coisas).

Os pitagóricos descobriram que a har-

monia na música correspondia a razões

simples entre núme-

ros. De acordo com

Aristóteles, os pitagóri-

cos pensavam que to-

do o céu era composto

por escalas musicais e

números. A harmonia

musical e os desenhos

geométricos levaram

esses pensadores a

acreditar que tudo se

resumia a números.

Os pitagóricos pensa-

vam que as razões nu-

méricas básicas da música envolviam

apenas os números 1, 2, 3 e 4, cuja so-

ma é 10. E 10, por sua vez, é a base do

nosso sistema de nu-

meração. Representa-

vam o número 10 como

um triângulo, ao qual

chamaram tetraktys.

As contribuições da

escola pitagórica pode

ser encontradas no

campo da matemática,

da musica e da astro-

nomia. A essas contri-

buições junta-se uma

série de crenças místi-

cas relativas à imortalidade da alma, à

reencarnação dos pecadores, a prescri-

ção de rígidas condutas morais.

Os pitagóricos seguiram venerando

certos padrões numéricos, especialmen-

te o chamado ―número especial dez‖ es-

se numero era visto como místico, uma

vez que continha os quatros ele-

mentos, fogo água, ar e terra:

10=1+2+3+4. Chamado pelos gre-

gos de Tetractys.

―O triangulo e o numero 10—o

decado—tornaram-se objetos de

adoração pelos pitagoreanos.

No pensamento pitagórico, o nu-

mero 10 é o numero prefeito, por-

que ele formado pela soma dos qua-

tros primeiros números inteiros, co-

mo mostrado no tetraktys.

Pitágoras morreu por volta de

500 a.C. e não deixou nenhum re-

gistro escrito do seu trabalho. O cen-

tro de Crotona foi destruído por um

grupo rival político, sendo a maioria

dos seus membros morta, e os res-

tantes dispersaram-se pelo mundo

grego levando a sua filosofia e o

misticismo dos nú-

meros.

Os discípulos mais

famosos de pitago-

ras foram Filolau de

Tarento (século V

a.C), um importante

matemático e astrô-

nomo; desenvolveu a

doputrina pitagórica

com certo rigor cien-

tifico; Hicetas de Si-

racusa (século V a.C)

destacou-se por afirmar a rotação

da Terra sobre seu eixo; Hipocrátes

de Quino (470-419 a.C) e Alcméon

(século VI a.C) foram importantes

matemáticos da escola pitagórica.

Representação do Tetraktys.

Teorema de Pitágoras: A soma dos

quadrados dos catetos é igual ao

quadrado da hipotenusa.

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Heráclito de Éfeso

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Heráclito de Éfeso (535-470 a.C),

concebia a realidade do mundo como

algo dinâmico, isto é em constante mu-

dança. Descendente dos reis de Éfeso,

colônia ateniense na costa da Ásia Me-

nor, abriu mão do título

honorífico em favor de

seu irmão. Altivo, ele

desprezou a plebe e

hostilizou a nascente

democracia em Éfeso,

se recusando a escre-

ver sua constituição.

Assim como os pensa-

dores de Mileto, Herá-

clito observava que a

realidade é dinâmica e

que a vida está em

constante transforma-

ção. Mas diferentes

dos milésimos, que

buscavam na mudança aquilo que per-

manece, decidiu concentrar sua refle-

xão sobre o que muda.

Segundo Heráclito, no universo tudo

flui, tudo esta em cons-

tante movimento e

transformação, dai sua

escola filosófica ser

chamada de mobilista.

Para ele a vida era um

fluxo constante, impul-

sionado pela lutas de

forças contrarias: a or-

dem e a desordem, o

bem e o mal, o belo e o

feio, a construção e a

destruição, a justiça e

a injustiça, a alegria e

a tristeza etc. Assim

afirmava que luta é

mãe, rainha e principio

de todas as coisas. É pela luta

das forças opostas que o mundo

se modifica e evolui.

Atribui-se a esse a filosofo a

celebre frase: ―É impossível que

alguém se banhe num mesmo rio

duas vezes‖; porque ao entrar pe-

la segunda vez tanto ela quanto o

rio já não são os mesmos.

Ao contrário da maioria dos

filósofos antigos, Heráclito é ge-

ralmente visto como independen-

te de escolas e movimentos, pro-

vavelmente um autodidata. Seus

escritos conjugavam ciência, rela-

ções humanas e teologia. Apesar

de influenciado por seus prede-

cessores, ele foi crítico do pensa-

mento vigen-

te e chamava

os poetas épi-

cos de "tolos"

e Pitágoras

de "impostor".

O Obscuro,

como era co-

nhecido Herá-

clito, conce-

beu o FOGO

como o princí-

pio eterno

que causa a

mudança e

c o n c e b e

Deus como a

harmonia ou

síntese entre os contrários. É uma

concepção de realidade que per-

mite compreender o mundo so-

mente no seu devir e na unidade

dos opostos. Quer dizer que a do-

ença torna valorosa a saúde e

Yin Yang é um princípio da filosofia chi-

nesa, onde yin e yang são duas energias

opostas. Yin significa escuridão sendo

representado pelo lado pintado de preto,

e yang é a claridade. Para Heráclito a

vida era um fluxo constante, impulsiona-

do pela lutas de forças contrarias:.

De acordo com Heráclito o Fogo

era o principio primordial de to-

das as coisas, isso porque o fogo

representa a dinâmica de trans-

formação da natureza que há em

todas as coisas.

Heráclito de Éfeso - 535 a 475 a.C.

Page 8: Apostila de Filosofia - 7o Ano

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que jamais entenderíamos o

significado da justiça se não

houvesse a ofensa. O sentido,

o significado está na harmo-

nia, na concili-

ação entre os

vários pares de

contrários.

É interessante

observar como

a filosofia de

Heráclito per-

manece atual.

No que se refere à maté-

ria, Essa é mutável e con-

cebida pelos cientistas

c o m o

eterna-

mente em transforma-

ção (como afirmou o

químico Lavoisier no

século XVIII, ―na natu-

reza nada se cria, na-

da se perde, tudo se

transforma‖). A atuali-

dade de seu pensa-

mento também pode

ser observada no Princípio

da incerteza de Heisenberg,

físico que ajudou a desenvol-

ver a mecânica quântica no

século XX, que diz ser impos-

sível afirmar com exatidão a

posição de um elétron em

um átomo em razão da me-

todologia de aferição.

Apesar de não ter sido bem

visto entre seus contemporâ-

neos e estudiosos posterio-

res, Heráclito é considerado

um dos mais destacados filó-

sofos pré-socráticos e o primeiro

grande representante do pensamen-

to dialético. Sua

teoria influenciou

filósofos como

Hegel, Nietsche,

Heideger entre

outros.

Lavosier (1743 - 1794):

“na natureza nada se

cria, nada se perde, tudo

se transforma”.

Page 9: Apostila de Filosofia - 7o Ano

10

OS PENSADORES DE ELÉIA

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5

As diversas explicações para origem

do universo que estudamos nos capítu-

los anteriores despertaram na época,

uma nova indagação: Porque tantas

explicações diferentes sobre a origem

do universo? Porque tantas opiniões

contrarias?

Como foi visto Heráclito de Éfeso,

acreditava que a luta dos contrários

formava a unidade do mundo. Já para

os pensadores da cidade Eléia a partir

do seu principal representante, Parmê-

nides, os contrários jamais poderiam

coexistir. Foi a partir dessa discussão

sobre os contrários, sobre o ser e o

não ser, que se iniciaram a lógica e a

ontologia e suas relações reciprocas.

5.1 Parmênides de Eléia

Nascido em Eleia, atual Vélia (Itália),

Parmênides é considerado o fundador

da escola eleática. Ele foi admirado

por seus contemporâneos

por ter levado uma vida

regrada e exemplar.

Parmênides foi o mais

influente dos filósofos

que precederam Platão.

Em sua doutrina se desta-

cam o monismo e o imo-

bilismo. Ele propôs que

tudo o que existe é eter-

no, imutável, indestrutí-

vel, indivisível

e, portanto,

imóvel.

Para esse filosofo, a

transformação das coisas, o

fato de se moverem, de se

deteriorarem, envelhecerem

e morrerem era algo incom-

patível com a ideia de ser.

Para Parmênides, o ser

só pode ser pensado como algo

que não muda, que permanece

sempre do que jeito que é.

Parmênides considera que o

pensamento humano pode atingir

o conhecimento genuíno e a com-

preensão. Essa percepção do do-

mínio do "ser" corresponde às coi-

sas que são percebidas pela men-

te. O que

é perce-

bido pe-

las sen-

sa ç õ e s ,

por outro

lado, é,

segundo

ele, en-

ganoso e

falso, e

pertence ao domínio do não-ser.

Trata-se de uma oposição direta

ao mobilismo defendido por Herá-

clito de Éfeso, para quem "tudo

passa, nada permanece". Seu

pensamento influenciou a chama-

da "teoria das formas", de Platão.

Apenas para tornar mais clara

a sua doutrina, podemos dividi-la

em:

Unidade e a imobilidade do

Ser

O mundo sensível é

uma ilusão

O Ser é Uno, Eterno,

Não-Gerado e Imutável

Não se confia no que

Ele acreditava que frio

era falta de calor e que

escuro era falta de luz.

O argumento que em-

Parmênides de Eléia - 530

a 460 a.C.

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basava toda a sua lógica era que não

pode haver um pensamento que corres-

ponde a um nome que não é um nome

de uma coisa que realmente existe.

Quando você pensa, você pensa em al-

guma coisa, quando você usa um nome,

este deve corresponder a alguma coisa.

A grande importância de Parmênides

na história da

filosofia, está

na forma que

ele formulou

esse argumen-

to, muitos di-

zem que ele in-

ventou a lógica,

mas o que ele

realmente in-

ventou foi a metafísica baseada na lógi-

ca.

5.2 Zenão de Eléia

Zenão de Eleia nasceu por

volta do ano de 489 a.C.

Era discípulo de Parmêni-

des e defensor árduo de

seu pensamento.

Segundo Aristóteles, Ze-

não foi o fundador da Dia-

lética como arte de provar

ou refutar a verdade de

um argumento, partindo

de princípios admitidos por

seu interlocutor.

Zenão foi discípulo de Par-

mênides e coloca a serviço

de seu mestre seus conhe-

cimentos lógicos inventan-

do vários argumentos com

o objetivo de desacreditar os críticos da

visão de mundo exposta por Parmêni-

des, com quem visitou Atenas e conhe-

ceu Sócrates.

Ele é conhecido sobretudo pelos para-

doxos formulados basicamente sobre a

tese da impossibilidade do movimento

que hoje são conhecidos como parado-

xos de Zenão. Seguindo as pegadas de

seu mestre Parmênides, através da dia-

lética, ele tenta afirmar a teoria da imu-

tabilidade do ser reduzindo ao absurdo o

seu contrário. A tese contestada por Ze-

não é a tese dos Pitagóricos que

acreditam na multiplicidade do ser

em relação ao seu número. Contes-

ta também a tese de Anaxágoras,

seu contemporâneo.

Um dos famosos paradoxos que

Zenão utilizava para contestar a teo-

ria do mobilismo é o da flecha. Nes-

te, um arqueiro mira um alvo e lan-

ça a flecha de seu arco. Mas, pen-

sou Zenão, em cada instante de

tempo determinado, a flecha ocupa

um espaço determinado (pensem

numa imagem fotográfica desse mo-

vimento sucessivo de instantes) o

que significa que em cada tempo

finito a flecha está em repouso. Ora,

como entender que ela está simulta-

neamente em repouso e movimen-

to? O movimento gera o repouso?

Não, isso é uma contradição, aos

olhos dos antigos.

Com esse tipo de argumento, Ze-

não mostrava a insustentabilidade

das teses dos defensores do mobi-

lismo e defendia a posição do seu

mestre de que pensamento, ser e

linguagem guardam uma relação

íntima de tal modo que o nosso co-

nhecimento só pode ser concebido

se seguidas as leis lógicas da razão.

Zenão de Éleia - 490 a 430 a.C

Page 11: Apostila de Filosofia - 7o Ano

12

OS SOFISTAS

Ca

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ulo

6

Na Grécia Antiga, o período pré-

socrático foi dominado, em grande par-

te, pela investigação da natureza. Essa

investigação consistia na busca de ex-

plicações racionais para o universo

manifestando-se na procura de um

principio primordial de todas as coisas

existentes, seguiu-se a esse período

uma nova fase filosófica, caracterizada

pelo interesse no próprio homem e nas

relações politicas do homem com a

sociedade. Essa nova fase foi marcada

no inicio, pelos sofistas.

Os sofistas eram professores viajan-

tes que, por determi-

nado preço vendiam

ensinamentos práti-

cos de filosofia. Ensi-

navam conhecimen-

tos úteis para o su-

cesso nos negócios

públicos e privados.

Cada sofista tinha o

domínio de um con-

junto de conhecimen-

tos que ensinava pa-

ra seus alunos. Mas

em geral, pratica-

mente todos os sofis-

tas ensinavam a ha-

bilidade de falar bem.

Nesse período em

Atenas, expressar-se bem em público

era muito importante, porque as princi-

pais decisões para a cidade e para os

cidadãos atenienses eram tomadas

em assembleias, por meio de votação.

Podemos considerar a retórica como

a arte da persuasão, a qual, por meio

de argumentos bem construídos, leva

os outros a concordarem como a opini-

ão de quem a exerce. Entretanto, na

retórica o que se coloca em foco

não é necessariamente a verdade

acerca dos fatos, mas os aspec-

tos que podem melhor convencer

e persuadir. Por isso, muitos filó-

sofos acusavam os sofistas de

não terem compromisso com a

verdade.

Etimologicamente o termo sofis-

ta significa ―sábio‖. Entretanto,

com o decorrer do tempo ganhou

sentido de ―impostor‖, devido,

sobretudo às criticas de Platão.

Desde então se considerou a

sofistica, apenas uma atitude vici-

osa do espirito, uma arte de mani-

pular raciocínios, de produzir o

falso, de iludir os ouvintes, sem

qualquer amor pela verdade.

5.1 Protágoras de Abdera

Nascido na cidade Abdera, pro-

vavelmente em

480 a.C., é

considerado o

primeiro e um

dos mais im-

portantes so-

fistas. Ensinou

por muito tem-

po em Atenas,

tendo como

principio bási-

co de sua dou-

trina a ideia de

que o homem

é a medida de

tudo o que

existe.

O enunciado

que resumo sua doutrina revela

que ele, de forma critica e perspi-

caz, percebeu o valor da relativo

Os sofistas eram professores viajantes que, por

determinado preço vendiam ensinamentos práti-

cos de filosofia. As lições sofistas tinham como

principal objetivo o desenvolvimento da argumen-

tação, da habilidade da retórica, do conhecimento

de doutrina divergentes.

“O homem é a medida de

todas as coisas; daquelas

que são, enquanto são; e

daquelas que não são”.

Protágoras de Abdera 480 a

410 a.C.

Page 12: Apostila de Filosofia - 7o Ano

13

da verdade que havia nas teorias dos

filósofos do período cosmoló-

gico.

Conforme a concepção de

Protágoras, todas as coisas

são relativas às disposições

do homem, isto é o mundo é o

que homem constrói e destrói.

Por isso não haveria verdades

absolutas. A verdade seria

relativa a determinada pes-

soa, grupo social ou cultura.

Parecia claro para Protágoras

que não existe verdade em

sentido absoluto, porque ela

depende de convenci-

mento, podendo, por-

tanto, assumir valor

relativo ou subjetivo,

isto é que é verdade

para um pode não ser

verdade para outro. O

homem é a medida

de todas as da verda-

de. Se assim é, o co-

nhecimento pode as-

sumir um caráter prá-

tico, uma vez que tudo depende

de convencimento, daí a impor-

tância da boa argumentação.

5.2 Górgias de Leontini

Górgias de Leontini, consi-

derado um dos grandes ora-

dores da Grécia, aprofun-

dou o subjetivismo relativis-

ta de Protágoras a ponto de

defender o ceticismo abso-

luto, negando de forma ra-

dical a possibilidade do co-

nhecimento. É dele a ex-

pressão máxima do ceticis-

mo formulada em três teses

básicas;

I. nada existe;

II. Se existisse, não poderia

ser conhecido;

III.Mesmo se fosse conheci-

do, não poderia ser comunicado a

ninguém.

Para Górgias, os filósofos produziram

teses tão contraditórias em relação

a existência do ser que acabaram

afirmando o contrario, ou seja, a

existência do não-ser, isto é, do na-

da. Sendo que o nada não pode ser

pensado, não sendo pois, conhecido

ou comunicado.

De fato Górgias pôs de cabeça pa-

ra baixo o pensamento de Parmêni-

des ao afirmar que o ser não existe

e que o não-ser existe.

Partindo dessas argumentações,

Górgias conclui que não existe um

conhecimento certo das coisas, ele

procurou mostrar tão somente o po-

der das

p a l a -

v r a s ,

não co-

mo ex-

pressão

da ver-

d a d e ,

mas co-

mo for-

ça de

persua-

são. Daí

o poder

da reto-

rica enquanto arte de persuadir e

produzir crenças.

As obras de retórica de Górgias

ainda em existência (Encômio de

Helena, Defesa de Palamedes, So-

bre a Não-Existência e Epitáfio) fo-

ram preservados através de uma

obra chamada Technai, um manual

de instrução retórica, que consistia

de modelos a serem memorizados,

e demonstrava diversos princípios

da prática retórica.10 Embora al-

guns estudiosos tenham alegado

que cada uma dessas obra apresen-

ta afirmações contrastantes, os qua-

tro textos podem ser lidos como

contribuições interrelacionadas à

arte (technê) e à teoria (então pro-

missora) da retórica.

O homem é a medida de todas coisas. A

frase de Protágoras tem sido reinterpre-

tada durante os séculos, a partir dessa

frase afirma-se que o conhecimento do

mundo é uma criação humana; portanto

se constitui mediante o uso de nossa

capacidade de perceber e entender as

coisas, que varia de pessoa para pessoa,

e de formar consensos¹.

“Bom orador é capaz de conven-

cer qualquer pessoa sobre qual-

quer coisa”.

Górgias de Leontini 487 - 380

a.C.

Oratória é a arte de falar em público de forma

estruturada e deliberada, com a intenção de

informar, influenciar, ou entreter os ouvintes.

Page 13: Apostila de Filosofia - 7o Ano

14

SÓCRATES DE ATENAS: ―SÓ SEI QUE NADA SEI‖

Ca

pít

ulo

7

Sócrates nasceu em Atenas, prova-

velmente no ano de 470 aC, e tornou-

se um dos principais pensadores da

Grécia Antiga. Podemos afirmar que

Sócrates fundou o que conhecemos

hoje por filosofia ocidental. Era filho de

um escultor e de uma parteira. Em Ate-

nas, recebeu uma

educação clássica,

que incluía ginásti-

ca, música e gra-

mática. Pouco se

sabe a respeito de

sua juventude.

Sócrates vivia de

maneira humilde,

percorrendo des-

calço as ruas de

Atenas. Tornou-se

o filósofo por exce-

lência, "amigo do saber". Passou a en-

sinar em praça pública, sem cobrar

pelos seus ensinamentos, ao contrário

do que faziam os sofistas.

O pensamento de Sócra-

tes marca uma reviravolta

na história humana. Até en-

tão, a filosofia procurava

explicar o mundo baseada

na observação das forças

da natureza. Com Sócrates,

o ser humano voltou-se pa-

ra si mesmo. Como diria

mais tarde o pensador ro-

mano Cícero, coube ao gre-

go "trazer a filosofia do céu

para a terra" e concentrá-la

no homem e em sua alma

(em grego, a psique). A pre-

ocupação de Sócrates era

levar as pessoas, por meio

do autoconhecimento, à sabedoria e à

prática do bem. Seu método con-

sistia em fazer perguntas que

conduziam o discípulo à desco-

berta da verdade.

Sócrates concebia o homem

como um composto de dois princí-

pios, alma (ou espírito) e corpo.

De seu pensamento surgiram du-

as vertentes da filosofia que, em

linhas gerais, podem ser conside-

radas como as grandes tendên-

cias do pensamento ocidental.

Uma é a idealista, que partiu de

Platão (427-347 a.C.), seguidor

de Sócrates. Ao distinguir o mun-

do concreto do mundo das idéias,

deu a estas status de realidade; e

a outra é a realista, partindo de

Aristóteles (384-322 a.C.), discí-

pulo de Platão que submeteu as

ideias, às quais se chega pelo es-

pírito, ao mundo real.

Nas palavras atribuídas a Só-

crates por Platão na

obra Apologia de Só-

crates, o filósofo ate-

niense considerava

sua missão "andar

por aí (nas ruas, pra-

ças e ginásios, que

eram as escolas ate-

nienses de atletis-

mo), persuadindo jo-

vens e velhos a não

se preocuparem tan-

to, nem em primeiro

lugar, com o corpo ou

com a fortuna, mas

antes com a perfei-

ção da alma". Por is-

so, o autoconheci-

mento era um dos pontos básicos

Sócrates de Atenas - 469 a 399 a.C

―Só sei que nada sei‖ Foi a re-

posta de Sócrates a pergunta

feita pelo oráculo de Delfos ao

lhe indagar sobre o que ele sa-

bia.

Page 14: Apostila de Filosofia - 7o Ano

15

da filosofia socrática. ―Conhece-te a ti

mesmo‖, frase inscrita no Oraculo de

Delfos, era a recomendação básica feita

por Sócrates a seus discípulos.

Defensor do diálogo como método de

educação, Sócrates considerava muito

importante o contato direto com os inter-

locutores - o que é uma das possíveis

razões para o fato de não ter deixado

nenhum texto escrito. Suas ideias foram

recolhidas principalmente por Platão,

que as sistematizou, e por outros filóso-

fos que conviveram com ele.

Em meio ao desmoronamento do im-

pério ateniense e à guerra civil interna,

quando já era septuagenário, Sócrates

foi acusado

de desres-

peitar os

deuses do

Estado e de

c o r r o m p e r

os jovens.

Julgado e

condenado

à morte por

e n v e n e n a -

mento, ele

se recusou a

fugir ou a

renegar su-

as convicções para salvar a vida. Ingeriu

cicuta e morreu rodeado por seus ami-

gos, em 399 a.C

6.1. O método Socrático

O método socrático

consiste em uma téc-

nica de investigação

filosófica feita em

diálogo que consiste

em o professor con-

duzir o aluno a um

processo de reflexão

e descoberta dos

próprios valores. Pa-

ra isso ele faz uso de

perguntas simples e

quase ingênuas que

têm por objetivo, em

primeiro lugar, revelar as contradições

presentes na atual forma de pensar do

aluno, normalmente baseadas em valo-

res e preconceitos da sociedade, e

auxiliá-lo assim a redefinir tais valo-

res, aprendendo a pensar por si

mesmo.

É dividido em dois momentos fun-

damentais:

A ironia que denuncia as verda-

des feitas e o falso saber daqueles

que pretendiam reduzir o verdadeiro

ao verosímil

A maiêutica, técnica através da

qual se consegue observar como é

que uma ciência desconhecida se

transforma progressivamente numa

ciência conhecida. Segundo Platão,

Sócrates fora buscar a sua arte da

maiêutica a sua mãe que era partei-

ra. Sócrates

considera-

va a sua

arte como a

arte de par-

turejar; só

que agora

são ho-

mens que

dão à luz e

é do parto

das suas

almas que

se trata. Sócrates revelava aos ou-

tros aquilo que eles próprios sabiam

sem de tal terem consciência. Ele

pretendia que o seu questionamen-

to sistemático levasse os outros a

um ponto crucial de consciência crí-

tica, procurando a verdade no seu

interior, dando assim lugar ao "parto

intelectual". A maiêutica é, assim, a

fase positiva, construtiva, do méto-

do socrático que permite o acordo

através das certezas universais obti-

das pela definição após a discus-

são.

"A Morte de Sócrates", por Jacques-Louis David(1787)

Page 15: Apostila de Filosofia - 7o Ano

16

O CONHECIMENTO

Ca

pít

ulo

8

Quando estudamos o nascimento

da filosofia na Grécia, vimos que os

primeiros filósofos dedica-

vam-se a um conjunto de

indagações principais:

―porque e como as coisas

existem?‖, ―O que é mun-

do?‖. Essas indagações co-

locavam no centro a per-

gunta: ―o que são as coi-

sas?‖. De fato desde seus

primórdios, a Filosofia se

ocupou do problema do co-

nhecimento. Os primeiros

filósofos na Grécia que

questionaram sobre o mun-

do (cosmos), sobre o ho-

mem, a natureza e etc., ten-

taram encontrar a verdade

em um prin-

cípio único

(arché) que

a b a r c a s s e

toda a reali-

dade, isto é,

sobre o Ser.

Conhecimen-

to é o ato ou

efeito de co-

nhecer, é ter

ideia ou a

noção de

alguma coi-

sa. É o saber, a instrução e a informa-

ção.

Conhecer é incorporar um conceito

novo, ou original, sobre um fato ou fe-

nômeno qualquer. O conhecimento

não nasce do vazio e sim das experiên-

cias que acumulamos em nossa vida.

O Conhecimento faz do ser humano

um ser diverso dos demais, na medida

em que lhe possibilita fugir da

submissão à natureza. A ação dos

animais na natureza é

biologicamente determi-

nada, por mais sofistica-

das que possam ser,

por exemplo, a casa do

joão-de-barro ou a orga-

nização de uma col-

meia, isso leva em con-

ta apenas a sobrevivên-

cia da espécie.

Confiantes de que so-

mos seres capazes de

conhecer o universo e

sua estrutura, os gregos

se perguntavam como

era possível o erro, a

falsidade e a ilusão, já que não

era possível falar sobre o Não Ser

e sim somente sobre o Ser. Foi

preciso, pois, estabelecer a dife-

renciação entre o mero opinar e o

conhecer verdadeiro, entre o que

percebemos pelos sentidos e

aquilo que compreendemos pelo

pensamento, raciocínio ou refle-

xão, estabelecendo, assim, graus

de conhecimento e até mesmo

uma hierarquia entre eles. Isso

porque o conhecimento não era

entendido como a mera apreen-Arvore do conhecimento, o motivo que levou o ho-

mem a ser expulso do paraíso.

Os gregos se perguntavam

como era possível o erro, a

falsidade e a ilusão, já que

não era possível falar sobre

o Não Ser e sim somente

sobre o Ser.

Page 16: Apostila de Filosofia - 7o Ano

17

são particular de objetos (pois isso seria

conhecimento de algo), mas pretendido

como o modo universal de apreensão

(não o conhecimento de várias coisas,

mas o que é realmente o conhecer).

O conhecimento

leva o homem a

apropriar-se da

realidade e, ao

mesmo tempo a

penetrar nela,

essa posse con-

fere-nos a gran-

de vantagem de

nos tornar mais

aptos para a ação consciente. A ignorân-

cia dificulta as possibilidades de avanço

para melhor, mantém-nos prisioneiros

das circunstâncias. O co-

nhecimento tem o poder

de transformar a opacida-

de da realidade em cami-

nho iluminada, de tal for-

ma que nos permite agir

com certeza, segurança e

precisão, com menos ris-

cos e menos perigos.

O conhecimento humano tem

dois elementos básicos: um sujeito

e um objeto. O sujeito é o homem, o

ser racional que quer conhecer

(sujeito cognoscente). O objeto é a

realidade (as coisas, os fatos, os

fenômenos, os processos) com que

coexistimos. o homem só se torna

sujeito do conhecimento quando

está diante do objeto a ser conheci-

do. A realidade só se torna objeto do

conhecimento perante um sujeito

que queira conhecê-la. Portanto só

haverá conhecimento se o sujeito

conseguir apreender o objeto, isto é,

conseguir representá-lo mentalmen-

te.

LEITURA COMPLEMENTAR

O QUE É O CONHECIMENTO FILOSÓFICO?

O conhecimento filosófico é um conhecimento que tem a interrogação como base.

Esse conhecimento usa o questionamento e o pensamento como base, ele é um

conhecimento do dia a dia, mas ao contrário do conhe-

cimento vulgar ou empírico, o conhecimento filosófico

se preocupa em questionar o relacionamento do indiví-

duo com o meio em que está inserido.

Esse conhecimento é racional e não se baseia em expe-

rimentações, que é o caso do conhecimento científico. O

conhecimento filosófico não se preocupa em verificar se

as conclusões tiradas são válidas cientificamente. Esse

conhecimento está em busca de conclusões sobre a vi-

da, o universo ultrapassando o limite imposto pela ciên-

cia.

O objeto de análise do conhecimento filosófico são as

ideias, elas são raciocinadas e dessa maneira os filóso-

fos buscam a verdade. A proposta do conhecimento filo-

sófico é fornecer ideias e conteúdos que transformem a

realidade. Esse conhecimento questiona o homem e as

coisas da vida. É um conhecimento racional, sistemático, geral e crítico.

O conhecimento filosófico é

um conhecimento que tem a

interrogação como base.

Page 17: Apostila de Filosofia - 7o Ano

18

CIÊNCIA E FILOSOFIA

Ca

pít

ulo

9

Ciência do latim scientia, etimologi-

camente quer dizer: co-

nhecimento, saber. Aris-

tóteles definia ciência

como sendo o conheci-

mento das coisas por

suas causas. E reconhe-

cia quatro causas: mate-

rial, formal, eficiente e

final. Para Descartes to-

da ciência é um conheci-

mento certo e evidente.

C a u s a m a t e r i a l

(aquilo de que uma coisa

é feita),

Causa formal (aquilo que faz com

que uma coisa seja o que é),

Causa eficiente (a que transforma a

matéria)

Causa final (o objetivo com que a

coisa é feita).

Podemos afirmar que a ciência é

uma forma particular de conhecimento

fruto do raciocínio e da observação

aperfeiçoada, da

razão e da expe-

riência. Desse

modo, para co-

nhecer basta ob-

servar; para sa-

ber, faz-se neces-

sário a compara-

ção e a generali-

zação.

Historicamente,

já na Grécia Anti-

ga se pensava

sobre a ciência.

Aristóteles (384

a.C.-322 a.C.),

por exemplo, es-

creveu sobre a

origem da vida, afir-

mando a possibilida-

de de existir vida a

partir de algo inani-

mado. A teoria da

a b i o g ê n e s e

(geração espontâ-

nea) que ele defen-

dia perdurou por

diversos séculos.

Além da origem da

vida, Aristóteles

também se preocu-

pou em elaborar um

meio de estudar as espécies, sen-

do ele o primeiro a propor uma

divisão do reino animal em cate-

gorias.

No decorrer da história, a figu-

ra mais importante para a filoso-

fia da ciência é Francis Bacon

(1561-1626), filósofo inglês res-

p o n s á v e l

pela base

da ciência

moderna,

o método

indutivo. A

i n d u ç ã o ,

método de

a partir de

fatos parti-

c u l a r e s

chegar a

conclusões

universais,

já existia,

mas é Ba-

con o res-

p o n sá v e l

por seu aprimoramento e divulga-

ção.

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), escreveu

sobre a origem da vida, afirmando a pos-

sibilidade de existir vida a partir de algo

inanimado.

Francis Bacon (1561-1626), filósofo

inglês responsável pela base da ciên-

cia moderna

Page 18: Apostila de Filosofia - 7o Ano

19

Após Bacon, muito se pensou e escre-

veu sobre a ciência, especialmente devi-

do aos avanços e descobertas dos sécu-

los seguintes. René Descartes desenvol-

veu seu método, houve as contribuições

e discussões de Galileu Galilei, Isaac

Newton, Gottfried Leibniz e outros. Deste

aumento considerável de pensadores

que detiveram tempo acerca do campo

da filosofia da

ciência pode-

se escolher

alguns para

comentar su-

as importan-

tes ideias. En-

tre eles, David

Hume e Karl

Popper.

O grande

mérito da ci-

ência é fazer com que nós nos aproxime-

mos cada vez mais das coisas, de tal

forma que possamos compreende-las

em suas entranhas, o que nos dá um

conhecimento mais profundo da estrutu-

ra do mundo e o que torna o nosso sa-

ber cada vez mais especializado.

Tudo leva a crer que no campo do

conhecimento o homem alcançou

um tempo de maturidade. Ao contra-

rio do que possa ter parecido a al-

guns a hegemonia do saber cientifi-

co em nossa época não descartou e

nem poderia a importância do saber

filosófico e isso precisamente por-

que é através da filosofia que pode-

mos res-

gatar a

visão de

totalida-

de das

relações.

O papel

da filoso-

fia é es-

tabelecer

uma dis-

c u s s ã o

critica acerca das questões que in-

teressam a todos indistintamente. A

principal caraterística do saber filo-

sófico é que ele é, necessariamente,

um saber critico. Cumpre notar tam-

bém a necessidade de uma análise

critica dos rumos da própria ciência,

Page 19: Apostila de Filosofia - 7o Ano

20

FORMAS DE CONHECIMENTO

Ca

pít

ulo

10

A necessidade de explicar as coisas

levou o ser humano a trilhar diferentes

caminhos, o que significa que ele des-

cobriu ao longo da historia diferentes

formas ou diferentes graus de conheci-

mento. Esses podem ser classificados

em cinco formas diferentes: conheci-

mento vulgar ou senso comum, conhe-

cimento mítico, conhecimento religio-

so. Conhecimento cientifico e conheci-

mento filosófico.

8.1. conhecimento vulgar

O conhecimento vulgar corresponde

ao senso comum e abrange aquelas

coisas que quase toda a gente sabe.

Reporta-se àquilo que vamos apren-

dendo des-

de muito

cedo e, por

vezes, até

de uma for-

ma quase

inconscien-

te.

As crenças

e opiniões

que parti-

lhamos, as

tradições e

jogos, as

c e l e b r a -

ções e ofí-

cios, as tarefas e lendas dizem respei-

to ao senso comum. Adquire-se atra-

vés da repetição de experiências, do

testemunho e do exemplo dos outros

(família, amigos, vizinhos, etc.), com a

prática e também com os erros.

É um conhecimento superficial e

mais direcionado para um domínio prá-

tico, porque não procura as causas e

os porquês dos fenómenos e porque

tem em vista o funcionamento

das coisas e a realização de tare-

fas.

É um saber que não se baseia

em métodos ou conclusões cientí-

ficas, e sim no modo comum e

espontâneo de assimilar informa-

ções e conhecimentos úteis no

cotidiano.

O senso comum é uma heran-

ça cultural que tem a função de

orientar a sobrevivência humana

nos mais variados aspectos. Atra-

vés do senso comum uma criança

aprende o que é o perigo e a se-

gurança, o que pode e o que não

pode comer, o que é justo e o que

é injusto, o bem e o mal, e outras

normas de vida que vão direcio-

nar o seu modo de agir e pensar,

as suas atitudes e decisões.

8.2. Conhecimento mítico

O conhecimento mítico trata-se

de uma modalidade de conheci-

mento ba-

seado na

intuição e

que deriva

do entendi-

mento de

que exis-

tem mode-

los naturais

e sobrena-

turais dos

quais brota

o sentido

de tudo o

que existe.

É um tipo

de conheci-

mento que

Na charge o acima o cartunista, apresenta um dita-

do popular muito conhecido. Filho de peixe, peixi-

nho é.

Os gregos utilizavam os mitos para

explicar a origem do mundo, e tam-

bém para mostrar a importância da

obediência as regras. Na imagem

acima vemos o titã Atlas que foi

punido por Zeus a segurar o céu.

Page 20: Apostila de Filosofia - 7o Ano

21

ajuda o ser humano a "explicar" o mundo

por meio de representações que não são

logicamente raciocinadas, nem resultan-

tes de experimentações científicas.

8.3. Conhecimento Religioso

É um conhecimento sistemático do

mundo como obra de um criador divino;

suas evidências não são verificadas: es-

tá sempre implícita uma atitude de fé

perante um conhecimento revelado.

Assim, o conhecimento religioso ou

teológico parte do princípio de que as

"verdades" tratadas são infalíveis e indis-

cutíveis, por con-

s i s t i r e m e m

"revelações" da

d i v i n d a d e

(sobrenatural).

8.4. Conhecimento

científico

O conhecimento

científico é real

(factual) porque

lida com ocorrên-

cias ou fatos, isto

é, com toda "forma

de existência que

se manifesta de

algum modo"

Constitui um co-

nhecimento contingente, pois suas pre-

posições ou hipóteses têm a sua veraci-

dade ou falsidade conhecida através da

experimentação e não apenas pela ra-

zão, como ocorre no conhecimento filo-

sófico.

É sistemático, já que

se trata de um saber

ordenado logicamen-

te, formando um sis-

tema de ideias

(teoria) e não conhe-

cimentos dispersos

e desconexos.

Possui a característi-

ca da verificabilida-

de, a tal ponto que as afirmações

(hipóteses) que não podem ser compro-

vadas não pertencem ao âmbito da ciên-

cia.

Constitui-se em conhecimento falível,

em virtude de não ser definitivo, absolu-

to ou final e, por este motivo, é apro-

ximadamente exato: novas proposi-

ções e o desenvolvimento de técni-

cas podem reformular o acervo de

teoria existente.

Com este tipo de conhecimento o

homem começou a entender o por-

quê de vários fenômenos naturais e

com isso vir a intervir cada vez mais

nos acontecimento ao nosso redor.

Este conhecimento se bem usado é

muito útil para humanidade, porém

se usado incorretamente pode vir a

gerar enormes catástrofes para o

ser humano e tudo mais ao seu re-

dor.

8.5. Conhecimento Filosófico

O conhecimento filosófico é um

conhecimento que tem a interroga-

ção como base. Esse conhecimento

usa o questionamento e o pensa-

mento como base, ele é um conhe-

cimento do dia a dia, mas ao contrá-

rio do conheci-

mento vulgar ou

empírico, o co-

nhecimento filo-

sófico se preo-

cupa em questi-

onar o relacio-

namento do in-

divíduo com o

meio em que

está inserido.

Esse conheci-

mento é racio-

nal e não se

baseia em ex-

perimentações,

que é o caso do

conhecimento

científico. O co-

nhecimento filosófico não se preo-

cupa em verificar se as conclusões

tiradas são válidas cientificamente.

Esse conhecimento está em busca

de conclusões sobre a vida, o uni-

verso ultrapassando o limite impos-

to pela ciência.

O Pensador: é uma das mais

famosas esculturas do escultor

francês Auguste Rodin. Retrata

um homem em medi-

tação soberba, lutando com

uma poderosa força interna.

Page 21: Apostila de Filosofia - 7o Ano

22

O CONHECIMENTO NA ANTIGUIDADE

Ca

pít

ulo

11

Já sabemos que o conhecimento é a

relação que se estabelece entre sujeito

que conhece ou deseja conhecer e o

objeto a ser conhecido ou que se dá a

conhecer. Na Grécia Antiga temos vá-

rias visões e métodos de conhecimen-

to:

Sócrates - Estabelecendo seus mé-

todos: ironia e maiêutica.

Platão - Doxa - A ciência é baseada

na Opinião

Aristóteles - Episteme - A ciência é

baseada Observação (Experiência)

11.1 Sócrates

Sócrates (c 470-399 a.C.) colocou a

reflexão filosófica, iniciada pelos pré-

socráticos, na via da verdade que ha-

via sido abandonada por al-

guns sofistas deslumbrados

pela retórica, o bem falar ou o

bem expor suas opiniões. Se-

gundo Aristóteles, ele contri-

buiu para a teoria do conheci-

mento com a definição de

universal e com o uso do raci-

ocínio indutivo. Sócrates, en-

tretanto, não define o próprio

ser humano. Por quê? Por-

que, ao contrário da natureza,

o ser humano não pode ser

definido em termos de propri-

edades objetivas, só em ter-

mos da sua consciência. E

para alcançarmos uma visão

clara do seu caráter, para

compreendê-lo, precisamos

examiná-lo, frente a frente, através do

diálogo.

O método socrático, que é um méto-

do indutivo, envolve duas fases. A pri-

meira, chamada ironia, consiste em

fazer perguntas ao interlocutor

que o obriguem a justificar, sem-

pre com maior profundidade, seu

ponto de vista, até que ele perce-

ba que tipo de falha ou equívoco

pode estar contido em seus argu-

mentos. Esta é a fase destrutiva,

pois leva as pessoas a admitirem

a própria ignorância à respeito de

um assunto. São destruídas as

opiniões do senso comum e do

conhecimento espontâneo, mui-

tas vezes baseados em estereóti-

pos e preconceitos. A segunda

parte, chamada maiêutica (parto),

é a construção de novos concei-

tos baseados em argumentação

racional. Assim, Sócrates, com

suas perguntas, aniquila o saber

constituído para, depois, ainda

através de perguntas e da contra-

posição de ideias, reconstruí-lo a

partir de uma base mais sólida e

de um raciocínio coerente e rigo-

roso.

11.2 Platão

Na época que Platão viveu

(séc. IV a.

C.), era

muito co-

mum a

c o n c e p -

ção de

que o ho-

mem co-

nhece a

partir dos

seus sen-

tidos. No

enta nto ,

para mui-

tos sábios

Sócrates contribuiu para a teoria

do conhecimento com a defini-

ção de universal e com o uso do

raciocínio indutivo.

O processo de conhecimento se

desenvolve por meio da passagem

progressiva do mundo das aparên-

cias para o mundo das ideias.

Page 22: Apostila de Filosofia - 7o Ano

23

da época, o conhecimento não só come-

çava como também não poderia ir além

da sensibilidade. É notável neste período

a máxima protagoriana: “o homem é a

medida de todas as coisas”. Isso equiva-

le dizer que cada ser está tão somente

encerrado em suas representações sub-

jetivas que ou era impossível uma verda-

de absoluta (mas uma particular, de ca-

da um) ou

que era

impossível

q u a lq u e r

c o n h e c i -

mento.

Um dos

aspec tos

mais im-

portantes

da filosofia

de Platão

é a sua

teoria das

ideias, com a qual procura explicar como

se desenvolve o conhecimento humano.

Segundo ele, o processo de conhecimen-

to se desenvolve por meio da passagem

progressiva do mundo das sombras e

aparências para o mundo das ideias e

essências.

Para Platão o conhecimento para ser

autentico, deve ultrapassar a esfera das

impressões sensoriais, o plano da opini-

ão, e penetrar na esfera racional da sa-

bedoria, o mundo das ideias. Para atingir

esse mundo homem não pode ter ape-

nas ―amor as opiniões; precisa possuir

amor ao saber‖.

A opinião nasce, portanto da percep-

ção da aparência e da diversidade das

coisas. O conhecimento, por

sua vez, é elaborado quando

se alcança a ideia, que rom-

pe com as aparências e a

diversidade ilusória.

11.3 Aristóteles

Aristóteles foi um dos mais

expressivos filósofos gregos

da antiguidade, ele critica a

teoria das ideias de Platão,

principalmente a divisão en-

tre um mundo sensível e um

mundo inteligível, pois ao abordar a

realidade, reconhecia a multiplicida-

de dos seres

pe r c e b i d o s

pelos senti-

dos. Assim

tudo que ve-

mos, pega-

mos ouvimos

e sentimos é

aceito como

elemento da

r e a l i d a d e

sensível.

Para Aris-

tóteles, a ob-

servação da realidade leva-nos à

constatação da existência de inúme-

ros seres individuais, concretos, mu-

táveis, que são captados por nossos

sentidos.

Ao retomar a problemática do co-

nhecimento, distingue três tipos de

saber:

I. A experiência ou conhecimento

sensível, dado pelo contato direto

com a própria coisa, é um conheci-

mento que se forma por familiarida-

de com cada coisa, é imediato e

concreto e só nos permite chegar ao

conhecimento do individual. Não é

transmissível. Portanto, o conheci-

mento sensível é o conhecimento do

particular.

II. A técnica ou o saber fazer é o

conhecimento dos meios a serem

usados para se chegar aos fins de-

sejados. Uma vez que encerra uma

ideia, pode ser ensinada. A técnica

dá o quê e o porquê das coisas.

III. A sabedoria (sofia) é o único

tipo de conhecimento a determinar

as causas e princípios primeiros; a

única a poder dizer o quê as coisas

são, por que são e demonstrá-las.

O conhecimento, para Aristóteles,

é uma somatória de todos esses

modos de conhecer, sem haver rup-

tura ou descontinuidade entre eles.

Na verdade, um não invalida o ou-

tro. Ao contrário, enriquece-o e, nes-

te ponto, contradiz Platão.

Representação do mito da caverna. Utilizado por Platão para exem-

plificar como podemos nos libertar da condição de escuridão

(ignorância) que nos aprisiona através da luz da verdade

(conhecimento),

Aristóteles (384-322 a.C.)

Page 23: Apostila de Filosofia - 7o Ano

24

O CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA

Ca

pít

ulo

12

O período conhecido como idade

média compreende o século V até o

XV, ambiente que prevalece a crença

religiosa cristã e um grande apelo ao

sobrenatural. Nesse período, o conhe-

cimento humano estava muito atrelado

ao modo de concepção da vida que a

religiosidade propagava

A Idade Média é tida como a Idade

das trevas, pois considerava-se que o

conhecimento tivesse parado ou mes-

mo recuado, voltando a se desenvolver

somente após o Renascimento. Entre-

tanto, é durante a Idade Média que se

desenvolveu algumas filosofias como a

escolástica e a patrística vinculadas a

Igreja Católica que tentavam vincular

razão e fé. O poder da Igreja Católica

na Idade Média se confundia com o

próprio conhecimento produzido neste

período, uma vez que as escolas e uni-

versidades eram da Igreja.

12.1 A Patrística: Argumentos platô-

nicos em favor da fé

No processo de desenvolvimento do

cristianismo, tornou-se necessário ex-

plicar seus precei-

tos às autoridades

romanas e ao povo

em geral. A Igreja

Católica sabia que

esses preceitos

não podiam sim-

plesmente ser im-

postos pela força.

Tinham de ser

apresentados de

maneira convincen-

te, mediante um

trabalho de pregação e conquista espi-

ritual.

Foi assim que os primeiros padres

da igreja se empenharam na ela-

boração de diversos textos sobre

fé e as revelações cristãs. O con-

junto desses textos ficou conheci-

do como patrística. É a Patrística,

basicamente, a filosofia responsá-

vel pela elucidação progressiva

dos dogmas cristãos e pelo que

se chama hoje de Tradição Católi-

ca. O principal expoente dessa

corrente do pensamento cristão é

Santo Agostinho.

12.1.1 Santo Agostinho

Santo Agostinho (354 - 430

d.C) foi um filósofo, escritor, bispo

e teólogo

cristão res-

p o n s á v e l

pela elabora-

ção do pen-

s a m e n t o

cristão medi-

eval e da

filosofia pa-

trística. Foi

também o

maior filoso-

fo dos 15

séculos que

s e p a r a m

Ar is tóte les

de Tomás de

Aquino. Para

Agostinho, o

caminho pa-

ra a verdade

estava na fé,

mas a razão era o melhor meio

para provar a validade das verda-

des. Famosa é a sua frase:

―Compreender para crer, crer pa-

ra compreender‖.

Agostinho de Hipona: foi um dos

m a i s i m p o r t a n -

tes teólogos e filósofos dos pri-

meiros anos do cristianismo

Page 24: Apostila de Filosofia - 7o Ano

25

Foi influenciado pelo pensamento de

Platão, cuja essência, era a de que a al-

ma era aprisionada pelo mundo sensí-

vel. A partir desse pensamento, elaborou

a doutrina da iluminação divina, na qual,

a percepção do verdadeiro tem por cau-

sa a luz que provém de Deus.

Santo Agostinho dizia que o homem é

por natureza um ser inquieto e essa in-

quietação vem do fato dele ser imperfei-

to, de ele esta sempre procurando des-

cobrir a verdade, mas ele só pode en-

contra-la com a interferência de Deus.

Agostinho assimilou a concepção de

que a verdade, como conhecimento eter-

no, deveria ser buscada intelectualmen-

te no mundo das ideias. Assim somente

o intimo de nossa alma iluminada por

Deus, poderia atingir a verdade das coi-

sas. Da mesma forma que os olhos do

corpo necessitam da luz do sol para en-

xergar os objetos do mundo sensível, os

olhos da alma necessitam da luz divina

para visualizar as verdades eternas da

sabedoria.

12.2 Escolástica

A partir do século IX varias escolas,

organizadas pelo imperador Carlos Mag-

no que cultivavam o saber teológico e

filosófico surgiram, nesse período de

produção filosófico-teológica que surgiu

a escolástica (palavra derivada de esco-

la).

Foi na escolástica que a relação entre

fé e razão ganharam contornos bem de-

finidos, tinha o mesmo pro-

pósito da patrística ou seja ,

demonstrar que podemos

conhecer a verdade, desde

que a razão não entre em

choque com a fé. Nesse

contexto podemos dividir a

escolástica em três fases.

Primeira fase (do século IX

ao fim do século XIII) carac-

terizada pela confiança na

perfeita harmonia entre fé a

razão

Segunda fase (do século XIII

ao principio do século XIV)

caracterizada pela elabora-

ção de grandes sistemas

filosóficos merecendo des-

taque as obras de Tomas de Aquino.

Terceira fase (do século XIV até o

século XVI) decadência da escolásti-

ca, marcada por disputas que real-

çam as diferenças entre fé e razão.

O principal representante desse

pensamento foi Tomás de Aquino, a

partir dele que o aristotelismo aden-

trou o pensamento cristão da épo-

ca.

12.2.1 Tomás de Aquino

Tomás de Aquino (225 – 1274)

Filósofo e teólogo italiano. A sua

obra marca

uma etapa fun-

damental na

e s c o l á s t i c a .

Procurou siste-

matizar a dou-

trina cristã da

Igreja, inspiran-

do-se nos ensi-

namentos de

A r i s t ó t e l e s ,

com isso de-

senvolveu uma

série de argu-

mentos que

tinham como

proposito de-

fender as idei-

as cristãs, pro-

vando a existência de Deus e reafir-

mando sua autoridade máxima.

Para ele Filosofia e Teologia são

dois caminhos diferentes mas que

podem levar ao mesmo ponto.

Afirmava que havia uma relação

intima entre Filosofia e Teologia que

poderia ser sintetizada nos seguin-

tes princípios:

Fé e razão são modos distintos

de conhecer;

Só a uma verdade porque Deus é

o seu único autor;

Só podemos conhecer os misté-

rios de Deus através da fé;

Através da razão podemos de-

monstrar as verdades reveladas e

negar argumentos contrários a elas.

De acordo com Tomás de Aqui-

no, para o conhecimento de

qualquer verdade, o homem

precisa da ajuda divina.

Page 25: Apostila de Filosofia - 7o Ano

26

O conhecimento na idade moderna

Ca

pít

ulo

13

Se na Idade Antiga e Média se têm

d i f e r e n t e s e x p l i c a ç õ e s p a r a

o conhecimento, não se tem como

problema, como dúvida, a capacidade

humana em conhecer. As transforma-

ções trazidas no Renascimento, leva-

rão pensadores do século XVI

a questionar a própria capacidade hu-

mana de conhecer.

As principais correntes, que na Ida-

de Moderna buscam explicar o pro-

cesso de conhecimento na relação suj

eito e objeto, são a do racionalismo e a

do empirismo.

Os racionalistas, que

têm seu grande re-

presentante em Des-

cartes, de um mo-

do geral priorizam a

razão no processo

de conhecimento e

aceitam a existên-

cia de ideias inatas,

independentes da

experiência. Já os

empiristas, entre

e l e s B a c o n , L o c k e , H u -

me, enfatizam o importante papel da

experiência sensível para aquisi-

ção do conhecimento. Não aceitam a

tese das ideias inatas ou de um co-

nhecimento independente ou anteri-

or à experiência.

Entre as transformações que ocorre-

ram na sociedade Europeias e que se

relacionaram com a construção de

uma nova mentalidade, podemos des-

tacar:

A passagem do feudalismo para

o capitalismo

A formação dos estados nacio-

nais

O movimento da reforma

O desenvolvimento da ciên-

cia natural

A invenção da imprensa

13.1 Racionalismo

O racionalismo a teoria filosófi-

ca que dá a prioridade à razão,

como faculdade de conhecimento

relativamente aos sentidos. Nas-

ce com Descartes, e atinge o seu

auge em B. Espinoza, G. W. Leib-

niz e Ch. Wolff.

Os racionalistas consideram

que só é verdadeiro conhecimen-

to aquele que for logicamente ne-

cessário e universalmente válido,

isto é, o conhecimento matemáti-

co é o

p r ó p r i o

m o d e l o

do conhe-

cimento.

A s s i m

sendo, o

rac iona -

lismo tem

que admi-

tir que há

determi-

n a d o s

tipos de conhecimento, em espe-

cial as noções matemáticas, que

têm origem na razão. Não quer

isso dizer que neguem a existên-

cia do conhecimento empírico.

Admitem-no. Consideram-no po-

rém como simples opinião, des-

provido de qualquer valor científi-

co. O conhecimento, assim enten-

dido, supõe a existência de ideias

ou essências anteriores e inde-

pendentes de toda a experiência.

René Descartes - 1596 a 1650: consi-

derado o pai do racionalismo.

Page 26: Apostila de Filosofia - 7o Ano

27

Os princípios da razão que tornam

possível o conhecimento e o juízo moral

são inatos e convergem na capacidade

do conhecimento humano

A defesa da razão e a preponderância

desta corrente filosófica se transformou

na ideologia do iluminismo francês e, no

contexto religioso, criou uma atitude crí-

tica em relação à revelação, que culmi-

nou na defesa de uma religião natural.

13.2. O empirismo

O empirismo considera como fonte de

todas as nossas re-

presentações os da-

dos fornecidos pelos

sentidos. Assim, to-

do o conhecimento é

«a posteriori», isto é,

provém da experiên-

cia e à experiência

se reduz. Foi defini-

do pela primeira vez

pelo filósofo inglês

John Locke no sécu-

lo XVII. Locke argu-

mentou que a mente

seria, um "quadro

em branco" sobre o

qual é gravado o co-

nhecimento, cuja

base é a sensação,

ou seja, todo o processo do conhecer, do

saber e do agir é aprendido pela experi-

ência, pela tentativa e erro.

Segundo os empiristas, inclusivamen-

te as noções matemáticas seriam cópias

mentais estilizadas das figuras e objetos

que se apresentam à percepção. ―Os

pontos, as linhas, os círculos que

cada um tem no espírito são sim-

ples cópias dos pontos, linhas e cír-

culos que conheceu na experiência"

Assim, "a linha reta seria uma

simples cópia do fio de prumo, co-

mo o plano, simples cópia da super-

fície do lago, o círculo da lua ou do

sol, o cilindro do tronco de árvore e

a noção de número deriva da per-

cepção empírica de coleções de ob-

jetos‖.

Sendo uma teoria que se opõe ao

racionalismo, o empirismo critica a

metafísica e conceitos como os de

causa e substância. Segundo o em-

pirismo, a mente humana é uma

"folha em branco" ou uma "tábula

rasa", onde são gravadas impres-

sões externas. Por isso, não reco-

nhece a existência de ideias natas

nem do conhecimento universal.

Stuart Mill

Ribeiro e Silva, 1973, p. 390)

John Locke ((1632 — 1704) foi

u m f i l ó s o f o i n g l ê s

e ideólogo do liberalismo, sendo

considerado o principal represen-

tante do empirismo

O empirismo é caracterizado pelo conhecimento

científico, quando a sabedoria é adquirida por

percepções; pela origem das ideias por onde se

percebe as coisas, independente de seus objeti-

vos e significados.

Page 27: Apostila de Filosofia - 7o Ano

28

O que é Lógica?

Ca

pít

ulo

14

“É lógico que eu vou!”, “É lógico

que ela disse isso!‖. Quando dizemos

frases como essas, a expressão ―é lógi-

co que‖ indica, para

nós e para a pessoa

com quem estamos

falando, que se trata

de alguma coisa evi-

dente. A expressão

aparece como se fos-

se a conclusão de

um raciocínio implíci-

to, compartilhado

pelos interlocutores

do discurso. Ao dizer

―É lógico que eu vou!‖, es-

tou supondo que quem me

ouve sabe, sem que isso

seja dito explicitamente,

que também estou afirman-

do: ―Você me conhece, sa-

be o que penso, gosto ou

quero, sabe o que vai acon-

tecer no lugar x e na hora y

e, portanto, não há dúvida

de que irei até lá‖.

Quando estamos falando

com alguém, usamos argu-

mentos que se relacionam entre si, por

meio deles, chegamos a uma conclu-

são. Usamos argumen-

tos quando queremos

defender nossos pon-

tos de vista a expor

aquilo que acreditamos

ser justo ou verdadeiro.

Ao dizer ―É lógico

que ela disse isso!‖, a

situação é semelhante.

A expressão seria a

conclusão de algo que

eu e a outra pessoa

sabemos, como se eu estivesse

dizendo: ―Sabendo quem ela é, o

que pensa, gosta,

quer, o que costu-

ma dizer e fazer, e

vendo o que está

acontecendo ago-

ra, concluo que é

evidente que ela

disse isso, pois era

de se esperar que

ela o dissesse‖.

Lógica é uma par-

te da filosofia que

estuda o funda-

mento, a estrutura e as expres-

sões humanas do conhecimento.

Em outras palavras, lógica é arte

que nos faz proceder, com ordem,

facilmente e sem erro, no ato pró-

prio da razão.

14.1 O nascimento da lógica?

Embora os sofistas e também

Platão tenham se ocupado com

questões lógicas, nenhum deles o

fez com a amplitude e o rigor al-

cançados por Aristóteles. O pró-

prio filósofo, porem não denomi-

nou seu estudo de lógica. Palavra

que só apareceu mais tarde.

A obra de Aristó-

teles dedicada

a lógica chama-

se analíticos e

como o próprio

nome diz, trata

da análise do

p e n s a m e n t o

nas suas partes

integrantes. Es-

sa e outras

obras foram Aristóteles com a lógica, queria mostrar que o

pensamento é algo sério rigoroso, que obe-

dece a certas regras, a certos princípios.

Page 28: Apostila de Filosofia - 7o Ano

29

reunidas como o titulo Organon, que sig-

nifica ―instrumento‖ e, no caso, instru-

mento para se proceder corretamente o

pensar.

Como instrumento do pensar lógica

significa:

Estudos dos métodos e princípios

da argumentação;

A investigação das condições em

que a conclusão de um argumento

se segue necessariamente de

enunciados iniciais chamados de

premissas;

O estudo que estabelece as regras

da forma correta das operações do

pensamento e identifica as argu-

mentações não válidas.

Um dos objetivos da lógica é determi-

nar se a argumentação utilizada por al-

guém para se chegar a uma certa con-

clusão é válida ou não. A lógica tem sido

utilizada em todas as áreas da ciência:

exatas, biológicas e humanas. É de uso

comum por parte do matemático, do ci-

entista da computação, do engenheiro,

do advogado, do biólogo, do historiador,

etc.

Aristóteles com a lógica, queria mos-

trar que o pensamento não é uma malu-

quice, ele não é algo que exprima de

qualquer modo, pelo contrario o pensa-

mento é algo sério rigoroso, que obede-

ce a certas regras, a certos princí-

pios, com isso Aristóteles dizia que a

lógica poderia desmascarar os dis-

cursos falaciosos.

A Lógica ao mesmo tempo em

que define as leis ideais do pensa-

mento, estabelece as regras do pen-

samento correto, cujo conjunto

constitui uma arte de pensar. E co-

mo o raciocínio é a operação intelec-

tual que im-

plica todas

as outras

o pe r aç õ e s

do espírito,

d e f i n e - s e

muitas ve-

zes a lógica

como a ciên-

cia do racio-

cínio cor-

reto. A Lógi-

ca é então

necessária

para tornar

o espírito

mais pene-

trante e para ajudá-lo a justificar

suas operações recorrendo aos prin-

cípios que fundam a sua legitimida-

de.

Embora os sofistas e também Platão

tenham se ocupado com questões

lógicas, nenhum deles o fez com a

amplitude e o rigor alcançados por

Aristóteles.

LEITURA COMPLEMENTAR

Piada Lógica!

Um professor de Matemática quis pregar uma peça em seus alunos e lhes dis-

se:

- Meninos, aqui vai um problema: Um avião saiu de Amsterdã com uma veloci-

dade de 800 km/h, à pressão de 1.004,5 milibares; a umidade relativa era de

66% e a temperatura 20,4 graus C. A tripulação era composta por 5 pessoas, a

capacidade era de 45 assentos para passageiros, o banheiro estava ocupado e

havia 5 aeromoças (mas uma estava de folga). A pergunta é… Quantos anos eu

tenho?

Os alunos ficam assombrados. O silêncio é total. Então o Joãozinho, de lá do

fundo da sala, manda a sua resposta:

- 44 anos, fessor!

O professor, muito surpreso, o olha e diz:

- Caramba, está certo. Eu tenho 44 anos. Mas como adivinhaste?

E Joãozinho:

- Bem,… Eu deduzi porque eu tenho um primo que é meio babaca e ele tem 22

anos!!!!

Page 29: Apostila de Filosofia - 7o Ano

30

Elementos da Lógica

Ca

pít

ulo

15

Quando tratamos do conhecimento

não podemos deixar de recorrer à lógi-

ca, palavra grega originada do termo

logos e significa juízo, discurso, razão,

pensamento, conceito. Desse modo

essa parte da filosofia pode ser defini-

da como a ciência das leis ideais do

pensamento e arte de aplica-la correta-

mente na procura e na demonstração

da verdade.

15.1 Inferências, Argumentos e raci-

ocínio:

Muitas vezes nos deparamos com

algumas situações na vida e somos

levados a uma conclusão. Isso recebe

o nome de inferência. Inferir quer dizer

levar, pôr diante um raciocínio, chegar

a uma conclusão.

Essa forma de raciocínio nos ajuda

a criar nossas próprias descobertas.

Quando nos referimos ao argumen-

to na lógica, estamos falando do racio-

cínio de um fato que permite declarar

a validade, provando ou refutando

uma proposição.

A proposição é a representação lógi-

ca do juízo. O juízo consiste num julga-

mento sobre as ideias e pode ser falso

ou verdadeiro, o juízo será verdadeiro

se afirmar que ―o que é, é‖ – será falso

quando afirmar que ―o que é não, não

é‖. A argumentação é pois, a represen-

tação lógica do raciocínio.

Do ponto de vista da lógica, existem

dois tipos de raciocínio: os dedutivos e

os indutivos

Raciocínio Indutivo: é aquele que

parte de casos particulares para con-

cluir uma verdade geral.

Ex.:

Ferro conduz eletricidade

O ferro é metal

O ouro conduz eletricidade

O ouro é metal

O cobre conduz eletricidade

O cobre é metal

Logo, os metais conduzem ele-

tricidade.

Raciocínio dedutivo: é aquele

que parte de uma lei geral para

um caso particular. Nesse tipo de

raciocínio o que é verdade para

um todo é igualmente verdade

para as partes que compõem es-

se todo.

Ex.; Todo vertebrado possui

vértebras. Todos os cães são ver-

tebrados. Logo, Todos os cães

têm vértebras.

15.2 Silogismo

Silogismo é um argumento de-

dutivo composto de três proposi-

ções, ligadas entre si, sendo que

das duas primeiras, chamadas de

premissas, tira-se uma terceira,

chamada de conclusão. Todo silo-

gismo é sempre dedutivo, ele vai

do geral ao particular. O silogismo

é formado por três termos e três

preposições.

Ex.:

Todo cachorro é mamífero.

Todo mamífero é vertebrado.

Logo todo cachorro é vertebrado.