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O Prévia– curso pré-vestibular do Instituto de Artes - é uma iniciativa de um grupo de estudantes do curso de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais da UNESP que atua desde 2008. Seu objetivo primeiro é abordar os assuntos exigidos pelos vestibulares específicos de artes das principais universidades públicas de São Paulo. Entretanto, o Prévia hoje se configura principalmente como um espaço de reflexão e discussão sobre arte e educação, onde todos os envolvidos estão em um contínuo processo de aprendizagem e encontram-se na condição de estudantes de arte. As aulas, divididas entre teoria e prática, propõem uma forma mais colaborativa e menos linear de construir o conhecimento desse coletivo formado. E esse conhecimento se vale das trocas entre pessoas diferentes, com referências e referenciais diferentes, opiniões, gostos e desejos diferentes. Com relação às aulas práticas, pretende-se desconstruir as convenções criadas a cerca do bom desenho e do saber desenhar, para, a partir daí, tentar criar um espaço no qual se possa experimentar sem medo de ser feliz. Apoiado na noção de que a história não é um relato definitivo e acabado, o grupo do cursinho passou a organizar suas aulas em temas em torno dos quais é possível tecer relações diversas, sensíveis às mais variadas manifestações estéticas existentes e aos contextos que a cercam. A elaboração desse material foi pensada como forma de apoio a essa opção pela ausência de cronologia e linearidade nas aulas. No entanto, a escolha por esse formato de folhas e imagens avulsas ainda se deve a essa tentativa de olhar a história como uma construção e uma seleção. Construção essa que poderá ser (re)feita por você e por nós; seleção que ainda se restringe àquela contada pelos livros e esperada pelo vestibular. Mas como foi dito, é uma tentativa. Vamos tentar junto. : ) Pessoas envolvidas Beatriz Ruco Fernando Finamore Gabrielle Navarro Iramaya Haddad Karina Nakahara Leonardo Matsuhei Letícia Nakano Marília Carvalho Mayara Wui Mônica Abreu Raquel Sena Rita Bredariolli Rosana Ferreira Ruth Carvalho Tamara Takaoka Uiu Cavalheiro Vinícius Nakamura Apoio Licença Creative Commons Atribuição - Uso não comercial - Compartilhamento pela mesma licença (CC BY-NC-SA 3.0) No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delírio. Manoel de Barros Uma didática da Invenção, In: O livro das Ignorãças, 1993.

Apostila Previa Final

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Page 1: Apostila Previa Final

O Prévia– curso pré-vestibular do Instituto de Artes - é uma iniciativa de um grupo de estudantes do curso de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais da UNESP que atua desde 2008. Seu objetivo primeiro é abordar os assuntos exigidos pelos vestibulares especí�cos de artes das principais universidades públicas de São Paulo. Entretanto, o Prévia hoje se con�gura principalmente como um espaço de re�exão e discussão sobre arte e educação, onde todos os envolvidos estão em um contínuo processo de aprendizagem e encontram-se na condição de estudantes de arte. As aulas, divididas entre teoria e prática, propõem uma forma mais colaborativa e menos linear de construir o conhecimento desse coletivo formado. E esse conhecimento se vale das trocas entre pessoas diferentes, com referências e referenciais diferentes, opiniões, gostos e desejos diferentes. Com relação às aulas práticas, pretende-se desconstruir as convenções criadas a cerca do bom desenho e do saber desenhar, para, a partir daí, tentar criar um espaço no qual se possa experimentar sem medo de ser feliz. Apoiado na noção de que a história não é um relato de�nitivo e acabado, o grupo do cursinho passou a organizar suas aulas em temas em torno dos quais é possível tecer relações diversas, sensíveis às mais variadas manifestações estéticas existentes e aos contextos que a cercam. A elaboração desse material foi pensada como forma de apoio a essa opção pela ausência de cronologia e linearidade nas aulas. No entanto, a escolha por esse formato de folhas e imagens avulsas ainda se deve a essa tentativa de olhar a história como uma construção e uma seleção. Construção essa que poderá ser (re)feita por você e por nós; seleção que ainda se restringe àquela contada pelos livros e esperada pelo vestibular. Mas como foi dito, é uma tentativa. Vamos tentar junto. : )

Pessoas envolvidas

Beatriz RucoFernando FinamoreGabrielle NavarroIramaya HaddadKarina NakaharaLeonardo MatsuheiLetícia NakanoMarília CarvalhoMayara Wui

Mônica AbreuRaquel SenaRita BredariolliRosana FerreiraRuth CarvalhoTamara TakaokaUiu CavalheiroVinícius Nakamura

Apoio

Licença Creative CommonsAtribuição - Uso não comercial - Compartilhamento pela mesma licença(CC BY-NC-SA 3.0)

No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som.Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delírio.

Manoel de Barros

Uma didática da Invenção, In: O livro das Ignorãças, 1993.

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ligações: pesquisa visual, olho-máquina, gestalt, movimento, arte cinética, ilusão óptica

“Menos expressão e mais visualiza-ção” (Josef Albers)

Op art é uma abreviação da expres-são em inglês optical art e signi�ca "arte óptica".

Contrastes simultâneos: conceito proposto pelo químico francês Michel Eugène Chevreul, a partir do qual estudava a percepção das cores em simultaneidade.

“[...] uma percepção selecionada, organizada, estruturada: um ‘modelo’ de percepção. Possui, por isso, uma função essencialmente educativa: ensina a perceber com clareza, com consciência das leis físicas e matemáticas que fazem da própria percepção um processo intelectivo. ” (Giulio Carlo Argan - analisando a obra de Vasarely)

O termo passou a ser usado após a exposição The Responsive Eye (O olhar interativo), no MoMA, em 1965. Aplica-se a artistas que visualmente buscam se afastar do simbólico, partindo de leis ópticas, contrastes simultâneos e dos dados experimentais da Psicologia da Gestalt (Psicologia da Forma). Cria planos e movimentos ilusórios (3D), fazendo as formas vibrarem através da mutação de cores e formas em um suporte liso (2D). Tem heranças em Albers, docente da Bauhaus que, no �nal da década de 40, nos Estados Unidos, passou a se dedicar a pintura, com sua série abstrata Homenagem ao Quadrado. Também herda o esforço óptico que o Pontilhismo de Seruat e o Or�smo de Delaunay exigiam dos olhos, além da interação e movimento da Arte Cinética. Baseia-se na construção cientí�ca das imagens que exige do observador persistência e concentração, fazendo com que ele participe completamente da obra. Para Victor Vasarely, considerado o “pai” da Op Art, a obra deveria ser passível de reprodução e também de ser criadapor outras pessoas ou por máquinas. A dita “Op Art” se refere ao grupo estadunidense envolvido principalmente com a exposição no MoMA em 1965, porém existem outros grupos que se interessaram na pesquisa visual, buscando uma autonomia da disciplina baseados na convergência entre ciência, técnica e cinética da imagem. Alguns deles foram: Hard Edge (EUA), Arte Programmata (Itália), Zero (Alemanha) e Equipo 57 (Espanha).

Principais nomesVictor Vasarely, Richard Anuszkiewicz, Bridget Rilley, Julian Stanczak e Josef Albers.

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1930-1940 Período de eferves-cência nos estudos

sobre a Psicologia da Gestalt

1933 O governo alemão fecha a Bauhaus. Albers é convidado

a lecionar nos EUA.

1950 A “era de ouro” do Cinema 3D. Primeira produção de

um �lme em 3D colorido, com a tecnologia estereoscópia (óculos azul e vermelho).

01. Zebras, 1938 - Victor Vasarely. 02. Movement in Square, 1961 - Bridget Riley. 03. Vega 200, 1968 - Victor Vasarely. 04. Homenagem ao Quadrado, 1949-1976(série) - Josef Albers. 05. Curvas Progressivas, 1960 - Julio Le Parc.

ligações: pesquisa visual, olho-máquina, gestalt, movimento, arte cinética, ilusão óptica

03 04

1965

01 02

05

Exposição “The Responsive Eye” no MoMA.

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Defende uma arte geométrica e não �gurativa, porém, essecialmente não isenta a criação intuitiva do espectador. O termo foi criado no “Manifesto Neoconcreto” em 1959, para a abertura da exposição no Rio de Janeiro. O manifesto reforça as diferenças entre os ideais do Grupo Frente(Rio de Janeiro) em relação ao Grupo Ruptura(São Paulo), sobretudo a “perigosa exarcebação racionalista” do concretismo paulista. Os neoconcretistas incorporam o espectador às suas obras, permitindo que ele as toque e manipule. Esta atitude de�ne o fazer artístico no tempo e no espaço, rompendo com as ditâncias até então existentes ente o espectador e a obra. Esse posicionamento pode ser notado nos Bichos de Lygia Clark, no Livro da Criação de Lygia Pape, nos Penetráveis, Bólides e Parangolés de Helio Oiticica, os Objetos Ativos de Wyllis de Castro.

Principais NomesFerreira Gullar, Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Wyllis de Castro, Franz Weissmann e Hélio Oiticica.

ligações: experiência, afeto, emoção, formas, cores, corpo, olho-corpo, estética relacional, processo, colaboração, tropicália

“Não resta dúvida, entretanto, que, por trás de suas teorias que consa-gravam a objetividade da ciência e a precisão da mecânica, os verdadei-ros artistas - como é o caso, por exemplo, de Mondrian ou Pevsner - construíam sua obra e, no corpo-a--corpo com a expressão, superaram, muitas vezes, os limites impostos pela teoria. [...] De nada nos servirá ver em Mondrian o destrutor da superfície, do plano e da linha, se não atentamos para o novo espaço que essa destruição construiu” (Manifesto Neoconcreto)

“Pelo fato de não admitir a arte, no ponto a que chegou seu desenvolvi-mento neste século, quaisquer ligações extra-estéticas ao seu conteúdo, chega-se ao sentido de pureza. ‘Pureza’ signi�ca que já não é mais possível o conceito de ‘arte--pela-arte’, ou tampouco querer submetê-la a �ns de ordem política ou religiosa” (Hélio Oiticica em ‘A transição da cor do quadro para o espaço e o sentido de construtivida-de’)

“Tenho fé na forma que não deixa resto. Que estampa e cala. Como a fala do poeta que em silêncio contém o mundo. ” (Amilcar de Castro - Fragmento do poema ‘Sei que não quero contar’)

Page 6: Apostila Previa Final

Em dezembro acontece a 1ª Bienal Internacional de São

Paulo. O grande prêmio foi entregue a Max Bill pela obra Unidade Tripár-tida.

No dia 9 de dezembro, o Grupo Ruptura realizou sua

primeira exposição no RJ.

1ª Exposição de Arte Neocon-creta no MAM/RJ e publica-

ção do Manifesto Neoconcreto.

Grupo Frente (RJ) e Ruptura (SP) realizam juntos a 1ª

Exposição Nacional de Arte Concreta.

1951

1952

1959

- Revolução Cubana- Início da Guerra do Vietnã

1959

Dissolução do grupo Neoconcreto.

1962

1956

01. Bichos, 1960 - Lygia Clark. 02. Divisor, 1968 - Lygia Pape. 03. Sem Título - Amilcar de Castro.04. Penetrável Magic Square #5 - Hélio Oiticica.

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01 02

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ligações: experiência, afeto, emoção, formas, cores, corpo, olho-corpo, estética relacional, processo, colaboração, tropicália

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Iniciou-se no ambiente de efervescência cultural estadunidense em meados dos anos 60 como reação ao Expressionismo Abstrato que, para Donald Judd, teria encaminhado o ‘�m da pintura’. Buscavam utilizar a arte não como autoexpressão, subjetiva do artista, mas sim como uma arte objetiva. Foi um período de a�rmação da arte nos Estados Unidos, e alguns artistas faziam questão de negar as in�uências europeias, mesmo as que possuiam semelhanças formais. Uma das características em comum dos artistas ligados ao chamado Minimalismo é a redução de objetos à sua estrutura primária. Sendo assim se torna movimento mais formal que ideológico, onde conceito e expressão eram muitas vezes descartados em função da essência estrutural do objeto, percepção pura e direta, sem mediar valores externos.

Principais nomesDonald Judd, Sol LeWitt, John McCracken, Agnes Martin, Dan Flavin, Robert Morris, Anne Truitt, Carl Andre e Frank Stella.

ligações: estruturas primárias, bauhaus, john cage, concretismo, espaço, forma, design

“A minha pintura se baseia no fato de que só o que pode ser visto na tela é que está realmente lá. [...] Tudo o que eu quero que as pessoas extraiam dos meus quadros, e tudo que eu extraio deles, é o fato de que você consegue apreender a idéia em seu todo sem confusão... O que você vê é o que você vê.” (Frank Stella)

“Veja, o grande problema é que qualquer coisa que não seja absolu-tamente simples começa, de algum modo, a ter partes. O importante é ser capaz de traba-lhar e fazer coisas diferentes e, mesmo assim, não quebrar a inteire-za que uma peça tem.” (Donald Judd)

“A metade, ou mais, dos melhores novos trabalhos que se têm produzi-do nos últimos anos não tem sido nem pintura nem escultura. Frequentemente, eles têm se relacio-nado, de maneira próxima ou distante, a uma ou a outra.” (Donald Judd, 1963 - “Objetos especí�cos”.)

“O homem escala a montanha porque ela está lá. O homem faz uma obra de arte porque ela não está lá. ” (Carl Andre)

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Com o �m da 2ª Guerra Mun-dial, cria-se um movimento

de migração do centro da Arte para os Estados Unidos.

Yves Klein expõe uma sala completamente vazia.

1945

1958

1963

ligações: estruturas primárias, bauhaus, john cage, concretismo, espaço, forma, design

02 03

01

04

05

01. Incomplete Open Cube, 1974 - Sol LeWitt. 02. Site speci�c, 1970s - Donald Judd. 03. Monu-mento, 1969 - Dan Flavin. 04. 144 Quadrados de magnésio, 1969 - Carl Andre. 05. Pintura Negra, 1967 - Frank Stella.

Donald Judd publica o texto “Objetos especí�cos”, que é

considerado o ‘manifesto’ do Minimalismo.

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Na década de 60 a crescente politização traz para o campo das artes questões como: O que é arte? Quem determina o que é arte? Quem decide como ela é exposta e criticada? A obra e as ideias de Marcel Duchamp foram uma in�uência primordial para o movimento. Outro pioneiro foi Alan Kaprow que, assim como o Grupo Fluxus, organizava os chamados happenings (literalmente, “acontecimentos”) em que o próprio acontecimento se tornava a obra de arte. Como a obra de arte é apenas uma conseqüência de uma ideia, a obra, como entendida até então, pode ser dispensada e desmisti�cada, assim como o mercado e a crítica de arte. Basta que a ideia, conceito, ou salto imaginativo, seja registrado em forma de documentos, propostas escritas, �lmes, performances, fotogra�as, instalações, mapas ou qualquer outro suporte. E muitas vezes os artistas optam conscientemente por formas visualmente desinteressantes com o intuito de focar a atenção do espectador sobre o conceito e contexto. O que as obras conceituais compartilham é uma necessidade do espectador apreendê-las através de suas faculdades intelectuais.

Principais nomesArt&Language, Sol LeWitt, Joseph Kosuth, Yoko Ono, Lawrence Weiner, Hans Haacke, John Baldessari e On Kawara.

ligações: política, antiarte, linguagem, tempo, contexto, conceito, duchamp, contemporâneo, autoria

“O signi�cado é o uso.” (Ludwig Wittgenstein)

“A única coisa a ser dita sobre arte é que ela é uma coisa. A arte é arte--como-arte e todo resto é todo resto. A arte como arte não é nada além de arte. A arte não é o que não é arte” (Ad Reinhardt)

“O ‘valor’ de determinados artistas depois de Duchamp pode ser medido de acordo com o quanto eles questionaram a natureza da arte.” (Joseph Kosuth)

“Limpe do mundo a doença burgue-sa, ‘intelectual’, a cultura pro�ssional e comercializada.Limpe do mundo a arte morta, imitação, arte arti�cial, arte abstra-ta, arte ilusionista, arte matemática. - limpe do mundo o ‘europanismo’. [...] Promova a artevida, antiarte, promova a realidade não artistíca a ser apreendida por todos e não apenas críticos e pro�ssionais.” (Manifesto Fluxus)

Page 10: Apostila Previa Final

A Guerra do Vietnã causa movimentos

de protesto no mundo inteiro.

1955-1975

1968

A “primavera de 68” marca a presença do movimento

estudantil, sobretudo na França.

1969

1968

O �lósofo Ludwig Wittgens-tein publica “Investigações

Filosó�cas”, marco da Filoso�a da Linguagem.

1953

Kosuth publica “Arte depois da Filoso�a”, um dos princi-

pais textos de um artista sobre a Arte Conceitual.

01. Uma e três cadeiras, 1965 - Joseph Kosuth. 02. Dust & Water put somewhere / between the sky & the earth, 2000 - Lawrence Weirner. 03. one thing, 1965, vietnam, 1965 - On Kawara. 04. Inserções em circuitos ideológicos: Projeto Coca-Cola, 1970 - Cildo Meireles.

01

02 03

04

ligações: política, antiarte, linguagem, tempo, contexto, conceito, duchamp, contemporâneo, autoria

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Países Baixos, de 1917 a 1928. De Stijl, também chamado de Neoplasticismo, foi um movimento artístico surgido na Holanda que envolveu artes plásticas, arquitetura, e design. É também o nome de uma revista onde eram publicadas as ideias, manifestos, e pesquisas do grupo encabeçado por Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Gerrit Rietveld. O grupo tinha como objetivo criar uma nova arte internacional e um vocabulário visual para objetivos práticos, por isso a in�uência do design e das artes aplicadas também se fez presente no pensamento De Stijl, que queria comunicar através de seus objetos uma sociedade melhor onde a arte e a vida se integrassem em perfeita harmonia. De acordo com Van Doesburg, o grupo se orienta pela necessidade de “clareza, certeza e ordem” e busca uma nova forma de expressão plástica que não mais carregasse resíduos representativos e que se pautasse nos elementos mínimos da composição, puri�cando a cor em cores primárias, além do preto, branco e cinza, reduzindo a forma à linhas retas verticais e horizontais e rejeitando a modelagem, as texturas e a linha curva. Buscava uma arte clara e disciplinada, que re�etisse de algum modo as leis objetivas do universo e valorizava a estrutura formal e o equilíbrio assimétrico. Para Mondrian, o artista não deve in�uenciar emotiva ou senti-mentalmente o espectador. Por isso reduziu seu estilo a formas elementares, evitando assim provocar reações individuais. Os artistas do grupo acreditavam no ordenamento geométrico fundamental do universo e não valorizavam a tradição lírica e sentimental da história da arte.

Principais nomesPiet Mondrian, Theo van Doesburg, Gerrit Rietveld. No Brasil, Mondrian in�uencia Milton Dacosta e Lygia Pape, no Livro da Arquitetura e no desenho Mondrian de 1907.

ligações: abstração geométrica, Bauhaus, assimetria, cores primárias, linhas retas

“O neoplasticismo é uma lição de probidade, de pureza, de sabedo-ria. Ele disciplina a natureza sob as rédeas voluntariosas e tensas do espírito humano, senhor das forças cómicas.A ordem de Mondrian é arquitetô-nica, sintética, espiritual e geomé-trica, lançando para os homens desarvorados de nosso tempo as bases de uma natureza recriada e de uma vida que, de retorno simples, vai de novo encontrar unidas a razão e a poesia.”

(PEDROSA, Mário. Mondrian e a Natureza, In: Modernidade Cá e Lá, p. 196)

Ver Kandinsky em Der Balue Reiter. Para ele “o quadro não é uma transmissão de formas, mas uma transmissão de forças: é a existência do artista que se liga à dos outros.” (ARGAN, G. C.)

A vanguarda holandesa “(...) nasce da revolta moral contra a violência irracional da guerra que assolava a Europa. Dela se deriva um juizo negativo sobre a histo-ria; não a violência, e sim a razão é que deve determinar as trans-formações da vida da humanida-de, e as transformações devem se dar nos diversos campos da atividade humana, através de uma revisão radical das premis-sas e das �nalidades. De Stijl não é uma revolução contra uma cultura envelhecida a �m de renova-la, é uma revolução no inteiror de uma cultura moderna a �m de imuniza-la contra os perigos de qualquer corrupção ou impureza possível.”

(ARGAN, G. C., Arte Moderna, p. 263)

Page 12: Apostila Previa Final

01

Início da primeira guerra mundial

1914

Dadá1916

Mondrian escreve o ensaio “O neoplasticismo” para o

publico francês, através do qual defende as idéias estéticas de De Stijl

1920

Fundação da Bauhaus por Walter Gropius

1919

Rompimento de Mondrian com Theo van Doesburg

1924

Publicação do ensaio de Mondrian pela Bauhaus

1929

ligações: abstração geométrica, Bauhaus, assimetria, cores primárias, linhas retas

01. Estudo de cores para obra arquitectónica (pormenor), Theo Van Doesburg. 02.A árvore Vermelha, 1908 - Piet Mondrian. 03. Composição em azul, cinza e rosa, 1913 - Piet Mondrian. 04. Composition with Red, Yellow and Blue, 1921 - Piet Mondrian. 05. Vestido Mondrian, 1965 - Yves Saint Laurent. 06. cadeira vermelho e azul, 1917 - Gerrit Rietveld.

0203

04

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Nova Iorque, década de 1950. Foi o primeiro grande movimento artístico de repercussão interna-cional que aconteceu nos Estados Unidos. O país emergira como uma grande potência após o termino da Segunda Guerra Mundial e sua ascensão como pólo artístico deu-se pelo fato de que muitos intelectuais e artistas mudaram-se para lá na época. Nesse contexto, começa a se delinear uma arte “americana” que, embora recebesse todas as in�uências das vanguardas européias, não se sentia devedora a ela e não tinha nenhum compromisso com as tradições artísticas. O Expressionismo Abstrato está numa zona de intersecção entre a abstração do Der Blaue Reiter, a intensidade emocional do expressionismo alemão e heranças surrealistas – o inconsciente e o automatismo –, fazendo com que as pinturas se voltassem mais para dentro, trazendo à tona um resultado plástico que se baseava em formas não-�gurativas. Alguns críticos sublinham as a�nidades da Action Painting com o Jazz, música que se faz tocando, ao sabor do improviso e da falta de projeto preliminar. Traz ainda um embrião do que mais tarde viria a ser a Performance . Um dos seus principais expoentes, Jackson Pollock, criava suas obras através de respingos de tinta que deixava cair sobre grandes panos no chão, formando texturas únicas. A pintura deveria ceder a impulsos espontâneos, a ação era ágil e não deveria ser premeditada. Pretendia-se criar uma arte mais livre e espontânea, nada convencio-nal. O Expressionismo Abstrato trazia em si uma carga muito grande de tudo o que foi deixado pela Segunda Guerra. Era, portanto, uma arte forte e violenta, que incorporava o emprego de uma palheta agressiva, conjugando traços geométricos e aleatórios da "pintura automática" a um empaste pesado e grosseiro de pigmentos sobrepostos.

Principais nomesJackson Pollock, Arshile Gorky, Mark Rothko, Adolph Gottlieb, Willem de Kooning, Isamu Noguchi. No Brasil: Manabu Mabe, Tomie Othake, Flávio--Shiró.

ligações: expressão, abstração, automatismo, espontaneidade, performance, eua pós-guerra

Arte moderna: pretensões universais mas dizia respeito sobretudo à arte europeia e ocidental.

In�uência de teorias como “A inter-pretação dos sonhos” de Jung e pelo “Existencialismo” de Sartre.

Algumas críticas dirigidas à Action Painting questionavam o quanto pode haver de imporvisado e espon-tâneo num gesto, já que antes da ausência de projeto há a opção por essa ausência.

Comportamento automático que aparentemente foge do controle do consciente, enfatizando a intuição e o inconsciente. Na Action Painting, a improvisação e a espontaneidade colocariam o corpo do artista como protagonista desse gesto liberto e desprovido de um projeto prévio.

Na Action Painting, a pintura nasce a partir da relação corporal do artista com a tela, que é retirada da parede e colocada no chão, exigindo uma nova postura , inclusive física, do artista diante dela. O artista passa a fazer parte da pintura.(vale lembrar que, depois de pronta, a tela voltava à parede...)

“(...) a herança da arte moderna é reacondicionada e oferecida de outra forma por Lichetenstein. Uma série de “Pinceladas” de 1965, cuidadosa e precisamente executadas, apresentava o Expressionismo Abstrato como estilo, tornando obvio o fato de que a expressi-vidade associada a ele não é um registro transparente e absoluto de um estado emocional, mas um conjunto de símbo-los culturalmente especí�cos por meio do qual se sente que aquele estado é mais bem representado.”

(ARCHER, Michel. Arte Contemporânea – uma historia concisa.p. 12)

“Outro importante antecedente (à reelabora-ção da crítica dos conceituais) é o Desenho de De Kooning Apagado, apresentado por Robert Rauschenberg em 1953. Como o próprio título enuncia, em um desenho de Willem de Kooning, artista ligado à abstração gestual surgida nos Estados Unidos no pós-guerra, Rauschenberg, com a permissão do colega, apaga e desfaz o seu gesto. A obra �nal, um papel vazio quase em branco, levanta a questão sobre os limites e as possibilidades de superação da noção moderna de arte.”

(Enciclopédia Itaú Artes Visuais, Arte Conceitual)

Rauschenberg fala sobre de kooning apagado:http://bit.ly/OXYlai

Page 14: Apostila Previa Final

Fim da Segunda Guerra Mundial

1945

O termo “Expressionimo Abstrato” foi usado pela

primeira vez pelo crítico H. Rosen-berg para designar o movimento.

1952

I Bienal Internacional de Arte de São Paulo

1951

Uruguai é bicampeão mun-dial de futebol

1950

01

ligações: expressão, abstração, automatismo, espontaneidade, performance, eua pós-guerra

01. Jackson Pollock pintando. 02. Desenho de De Kooning apagado, 1953 - Robert Rauschen-berg. 03. No.5-No.22, 1950 - Mark Rothko. 04. Mulher, 1949-50 - Willem de Kooning. 05. Número 1, 1949 - Jackson Pollock.

02 03 04

05

Page 15: Apostila Previa Final

Munique, entre 1911 e 1914. Surge no período que antecede a Primeira Guerra Mundial, quando as disputas entre nações imperialistas já abalavam a paz e o equilíbrio euro-peu. A eclosão da Guerra levou a dissolução do grupo.Entretanto, para além desse período, os desdobramentos de suas atividades tiveram grande alcance, eventualmente conduzindo à arte da fantasia do Surrealismo, Dadá e Expressionismo Abstrato. Também in�uenciaram a escola Bauhaus, na qual Kandinsky e Klee lecionaram mais tarde. A principal herança desse movimento foi a inauguração da arte não �gurativa, tendên-cia que viria a prevalecer na pintura por mais de meio século. Embora não tivessem um programa de�nido e não houvesse a inten-ção de um estilo homogêneo entre os artistas de O Cavaleiro azul, opunham-se ao Cubismo por entenderem que este propunha apenas uma reformulação da representação ao invés da abolição da mesma, enfocando teorias que, segundo eles, precisavam ser desligadas da arte, como a racio-nalista e, de certa forma, ainda a realista. O grupo tinha uma orientação profundamente espiritualista, o que para Kandinsky signi�cava tudo o que não é racional e que impulsiona a criação das formas ao sabor das emoções, explorando a dimensão lírica da cor e da forma, fazendo da arte a expressão de uma necessidade interna. Ao mesmo tempo, acreditavam na e�cácia simbólica e psicológica das formas e das cores, não entendendo a fruição de uma obra de arte como mera contemplação, mas sim como estímulo que se dispõe a despertar reações e sugestões distintas em cada indivíduo. Segundo o historiador Giulio Carlo Argan, Paul Klee e Kandinsky compartilhavam do principio de que a comunicação estética deveria ser intersubjetiva, isto é, deveria aconte-cer diretamente de homem a homem, sem a intermediação de objetos ou da natureza. Kandinsky comparava a pintura à música, que já por natureza é abstrata, fazendo analogias entre sons e cores e a capacidade de ambas as linguagens fazerem “vibrar a alma”. Muitas vezes nomeava suas pinturas abstratas com termos musicais, como Composição, Improvisação e Fuga.

Principais NomesWassily Kandinsky, Franz Marc, August Macke, Alfred Kubin e Paul Klee.

ligações: pintura, abstração, espiritualidade, música, subjetividade, Bauhaus, simbologia das cores

“A cor é uma força que in�uencia diretamente na alma. A cor é a tecla. O olho é o martelo. A alma é um piano com muitas cordas. O artista é a mão que, com esta ou aquela tecla, faz vibrar a alma”. (W. Kandinsky)

“A Arte não reproduz o visível. Ela torna visível.” (Paul Klee)

Der Blaue Reiter signi�ca, em alemão, O Cavaleiro Azul.

"Já foi dito vezes su�cientes que é impossível explicitar o objetivo de uma obra de arte através de pala-vra. Apesar de uma certa super�cia-lidade com que esta asserção é posta e, em especial, explorada, é, de maneira geral, correta e assim permanece até numa época de grande educação e conhecimento da língua e do seu material. E esta asserção - abandono agora a esfera do raciocínio objetivo - é também correta porque o próprio artista nunca consegue abarcar ou reconhecer totalmente o seu próprio objetivo." (W. Kandinsky)

“O quadro não é uma transmissão de formas, mas uma transmissão de forças: é a existência do artista que se liga à dos outros.” (ARGAN, G. C., Arte Moderna, p. 321)

Page 16: Apostila Previa Final

Picasso pinta “Les Demoi-seles d’Avignon”

1907

Formação do grupo Der Blaue Reiter, em Munique.

Kandinsky publica o livro “Do espiri-tual na arte”

1911

Independência da Albânia1912

- Naufrágio do Titanic- Invenção do feicho éclair

1912

Início da Primeira Guerra Mundial

1914

Dissolução do grupo Der Blaue Reiter.

1914

01

01. Primeira Aquarela Abstrata, 1910 - Wassily Kandinsky. 02. Senecio, 1922 - Paul Klee. 03. Composição VII, 1913 - Wassily Kandinsky. 04. The Large Blue Horses, 1911 - Franz Marc .

02

03

04

ligações: pintura, abstração, espiritualidade, música, subjetividade, Bauhaus, simbologia das cores

Page 17: Apostila Previa Final

Movimento caracterizado pelo abstracionismo geométrico, surge naRússia por volta de 1913, mas sua sistematização teórica só acontece em 1925 com o manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o novo realismo na pintura, escrito por Kasimir Malevich em colaboração com o poeta Vladímir Maiakóvski. O suprematismo está diretamente ligado às pesquisas formais das vanguardas russas do começo do século XX e ao construtivismo de Vladimir Tatlin. Estuda a estrutura funcional da imagem, buscando o signi�cado primário dos símbolos e signos expressivos, emprega cores puras e defende a ideia da pura visualidade plástica, sendo livre de �nalidades práticas. Male-vich, nesse contexto, propõe um mundo destituído de objetos, reduzindo o sujeito e o objeto a uma única forma, ao “grau zero”. Esse mundo “sem obje-tos” seria uma concepção proletária, já que implica a não propriedade das coisas e noções. Para Malevich, as formas geométricas representavam a supremacia de um mundo maior que o mundo das aparências, sendo a linha reta a forma elementar suprema que simboliza a ascendência do homem sobre as não--linearidades da natureza. Ao longo do tempo, as formas foram se tornando mais complexas à medida que também se ampliava a gama de cores, crian-do ilusões de espaço e movimento. As obras suprematistas foram vistas pela primeira vez na exposição coletiva A Última Exposição de Quadros Futuristas 0.10 (Zero. Dez), realizada em dezembro de 1915, em São Petesburgo, na Rússia, onde evidenciavam a nova proposta pictórica: formas geométricas básicas - quadrado, retângulo, círculo, cruz e triângulo - associadas a uma pequena gama de cores.

Principais nomes:Kazimir Malevich, El Lissitzky, Lyubov Popova, Ivan Puni, Aleksandr Rodchenko

ligações: vanguarda russa, abstração geométrica, revolução, grau zero, forma elementar

A “Supremacia do puro sentimento”: refere-se à supremacia da sensibili-dade e dos sentidos sobre todas as outras considerações artísticas.

"Eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte, que chamei Suprematismo." (Malevich)

"É um acordo de ritmos que se concretizam no espaço da tela, tal como uma frase musical se realiza no tempo." (Dora Vallier)

Page 18: Apostila Previa Final

- Inauguração da primeira linha de montagem indus-

trial, pelo empresário Henry Ford. - Surge o movimento Suprematista, mais ou menos por aqui. - Estreia, envolta em escândalo, de A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsk.

1913

A Última Exposição de Qua-dros Futuristas 0.10 (Zero.

Dez), primeira exposição suprematis-ta realizada em São Petesburgo.

1915

Sistematização teórica do Suprematismo através do

manifesto “Do Cubismo ao Futuris-mo ao Suprematismo: o novo realis-mo na pintura”, escrito por Malevich em colaboração com o poeta Maiakóvski.

1925

01

ligações: vanguarda russa, abstração geométrica, revolução, grau zero, forma elementar

01. Branco sobre branco, 1918 - Kazimir Malevich. 02. Arquitetura pictórica - negro, vermelho, verde, 1916 - Liubov Popova, . 03. The Black Square, 1915- Kazimir Malevich. 04. Composição com Monalisa, 1914 - Kazimir Malevich. 05. Black Square and Red Square, 1915 - Kazimir Malev-ich.

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Page 19: Apostila Previa Final

Por volta de 1914, Vladimir Tatlin fez sua primeira construção, dando abertura para o movimento Construtivista, que viria a ser o estilo mais disse-minado da Rússia. O seu aparecimento está ligado ao contexto do desenvol-vimento da ciência e ao surgimento de máquinas. Para o construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como construções - e não como repre-sentações -, guardando proximidade com a arquitetura em termos de mate-riais, procedimentos e objetivos. Não podia ser representativa e deveria possuir um valor funcional e informativo, mostrando ao povo, visualmente, a revolução em andamento e mantendo um diálogo com os meios grá�cos e fotográ�cos de comunica-ção. Genericamente, usavam elementos geométricos, cores primárias, foto-montagens e tipogra�as em suas obras. Os artistas construtivistas, em sua maioria, possuíam ideologias mar-xistas e consideravam-se produtores de imagens assim como os operários são produtores de outros objetos diversos. Buscavam dessa forma abolir a idéia de que o trabalho artístico é superior às demais formas de trabalho, alheio ao cotidiano e à vida das pessoas. A consideração das especi�cidades do construtivismo russo não deve apagar os elos com outros movimentos de caráter construtivo na arte, que ocorrem no primeiro decênio do século XX, por exemplo, o grupo de artistas expressionistas reunidos em torno de Wasilli Kandinsky no Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], em 1911, na Alemanha; o De Stijl [O Estilo], criado em 1917, que agrupa Piet Mondrian , Theo van Doesburg e outros artistas holandeses ao redor das pesquisas abstratas; e o suprematismo, fundado em 1915 por Kazimir Malevich, também na Rússia. Isso sem esquecer os pressupostos construtivos que se fazem presentes, de diferentes modos, no cubismo, no dadaísmo e no futurismo italiano.

Principais nomes: Vladimir Tátlin, Alexander Rodchenko, Varvara Stepanova, Naum Gabo, Anton Pevsner, El Lissitzky, Olga Rozanova, Gustav Klutsis e Georgii Yakulov.

ligações: vanguarda russa, revolução, proletariado, funcionalismo, marxismo

A Bauhaus, importante escola de design, artes plásticas e arquitetura da vanguarda alemã sofreu in�uên-cias do construtivismo russo.

"A falta do objeto cultivou a cor como o que é, se ocupou de sua elaboração, de seu estado, ao deixar todo o processo a descoberto."(Rodchenko)

“A arte deve estar a serviço da revolução, fabricar coisas para a vida do povo como antes fabricava para o luxo dos ricos”. (ARGAN, G. C., Arte Moderna, p. 326)

A Rússia foi um dos países que ingressou tardiamente no processo de industrialização e, para isso, contou com incentivo de capital estrangeiro, principalmente das potências capitalistas europeias.

Essa nova relação levou a uma ocidentalização gradativa de diver-sos países, que pode ser observada através dos movimentos artísticos russos desenvolvidos no início do século XX, que herdaram principal-mente a desconstrução do espaço e do objeto cubista e, do futurismo, a temática da cidade, do movimento e da velocidade.

Page 20: Apostila Previa Final

Início da Primeira Guerra Mundial

1914

- Rússia se retira da Primeira Guerra

- Início a Revolução Russa: os bolche-viques, liderados por Lenin e Trótski, ocuparam os prédios públicos da cidade de São Petersburgo e assumi-ram o poder.- EUA entram na Primeira Guerra

1917

Vladimir Tátlin projeta o “Monumento À Terceira

Internacional”

1919

01

ligações: vanguarda russa, revolução, proletariado, funcionalismo, marxismo

01. Beat the Whites with the Red Wedge, 1920 - El Lissitzky. 02. Monumento à III Internacional , 1919 - Vladimir Tatlin. 03. Tatlin trabalhando no Monumento à III Internacional, 1920 - El Lissitzky. 04. Cartaz para o departamento estatal da imprensa de Leningrado, 1924 - Rodchenko.

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ligações: stalinismo, propaganda política, realismo, revolução russa, socialismo

Na de�nição de Aleksandr Gerasi-mov, o estilo é "realista na forma" e "socialista no conteúdo".

“Se o que acontecia por trás da Cortina de Ferro - a realidade politi-ca do pós-guerra, tornada concreta em 1961 pelo muro de Berlin - era o Realismo Socialista, havia boas razões para descrever o Pop como Realismo Capitalista.” (Archer, p. 51)

“A concentração nos lugares--comuns ou mesmo nas banalidades da existência, evidente no Pop, identi�cam-no como mais um �orescimento do realismo na arte. Usado até então para descrever a arte tão diversi�cada quanto as pinturas de meados do século XIX, de Coubert, Milliet e Daumier, o Cubismo de Picasso e Braque e, sob o rótulo de “Realismo Socialista”, as imagens glori�cantes e propagan-dísticas da Rússia stalinista, “realis-mo” tornou-se mais uma vez útil como termo de abrangência total para o que parecia ser um movi-mento geral de afastamento da abstração e da expressividade emotiva individual da arte do começo do pós-guerra.” (Archer, p. 23)

"Manifesto por uma Arte Revolucio-nária Independente" foi escrito por Leon Trotsky e André Breton, em resposta à proposta de arte proletá-ria e literatura proletária, proposta por Stalin. O manifesto era uma luta pela independência da arte e pela revolução socialista mundial.

Nos países da antiga URSS o estilo do realismo socialista é tomado como sinônimo de jdanovismo, em referência Andrej Zdanov.

O Realismo Socialista é a linguagem estética adotada entre aproxi-madamente 1930 e 1950 na antiga União Soviética e em outros países comunistas. Teatro, literatura e artes visuais deveriam ter um compromisso com a educação e formação das massas para o socialismo em construção no país. A estética o�cial alinhada ideologicamente ao Partido Comunista foi elabo-rada por Andrej Zdanov, comissário de Stalin responsável pela produção cultural e propaganda. O realismo socialista aparentemente �lia-se ao realismo que triunfa na França como doutrina estética, além de vincular-se com uma tradição mais naturalista, pelo tratamento da arte como documentação da realidade.A aspiração da tendência é uma arte "proletária e progressista", voltada para o tratamento de temas nacionais e do povo russo. A arte deveria ser acessí-vel às massas e também um instrumento de propaganda do regime. Frequentemente nas telas, desenhos e cartazes da tendência eram retratados proletários, líderes, soldados, camponeses, etc, de forma idealiza-da. Apesar do compromisso primeiro com a questão social, a produção artística das primeiras décadas do século XX não descartou as pesquisas formais. Tanto o construtivismo quanto o suprematismo procuram articular inovação formal a�m de superar dilemas como esteticismo, forma ou conte-údo. Entretanto, confrontados com o brutal processo de limitação da liberdade de expressão, grande parte dos artistas ligados aos movimentos da vanguarda russa (como o Construtivismo, e o Suprematismo), foram leva-dos à emigração.

Principais nomesJuri Ivanovic, Yury Pimenov, Alexander Deineka, Nikolai Paulguk, Alla Zaimai e Aleksander Ivanovich

Page 22: Apostila Previa Final

Formação da URSS (União das Repúblicas Socialistas

Soviéticas).

1922

Morre Lênin, fundador do primeiro Estado socialista.

Inicia-se uma luta interna pela dispu-ta do poder soviético, na qual destacavam-se Trotsky e Stálin.

1924

- Stálin assume o poder da URSS.

- Quebra da bolsa de valores de Nova York.- Fundação do Museu de Arte Moder-na de Nova York (MoMA).

1929

Revolução Constitucionalis-ta em São Paulo.

1932

Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt dá início ao New

Deal, o plano de recuperação econô-mica após a quebra da bolsa de Nova York.

1933

No Brasil inicia-se o governo de Getúlio Vargas conhecido

como Estado Novo;

1937

Leon Trotsky e pelo fundador do surrealismo André Breton

escrevem o “Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente”, que faz o chamado à construção da Federação Internacional da Arte Revolucionária e Independente (FIARI).

1938

Início da Segunda Guerra Mundial.

1939

os Jogos Olímpicos aconte-cem na cidade de Moscou e,

tardiamente, representam a estética realista-socialista, principalmente em suas cerimônias e no design grá�-co aplicado ao evento.

1980

01

ligações: stalinismo, propaganda política, realismo, revolução russa, socialismo

01. Defesa de Sevastopol, 1942 - Alexander Deineka. 02. Fiery Years IV - Liberation of Prague, 1926 - Alena Čermáková. 03. Cartaz para o �lme “Encouraçado Potemkin”, 1905 - Anton Lavin-sky.

02

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Page 23: Apostila Previa Final

Em 1956 Juscelino Kubitschek assu-mia a presidência da república, implantando uma política desen-volvimentista sem precedentes, simbolizada pela construção de Brasília inaugurada em 1960.

O movimento concretista acontece quando o modernismo declinava como força artística no país, muito embora Portinari, já consagrado nas décadas anteriores, ainda fosse considerado o maior artista brasi-leiro na época.

O Concretismo, também chamado de Arte Concreta, é um movimen-to que tomou bastante força entre artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro a partir de década de 50, e vem de uma linhagem claramente abstracionista moderna, cujas principais raízes estão localizadas nas experiências do grupo De Stijl, no qual faziam parte Piet Mondrian e Theo Van Doesburg, além de outros artistas ligados à Bauhaus como Wassily Kandinsky e Max Bill. O concretismo tem como principal premissa a autonomia da arte em relação à natureza. Ele não busca representar o real muito menos interpretá-lo, portanto rejeita-se qualquer conotação mais lírica do trabalho. Para esses artistas, não há nada mais concreto do que a linha, as cores e os planos, e eles são auto-su�cientes, não há signi�cados por traz do que vemos. Nesse período, os artistas concretistas adotavam uma postura mais racionalista, desejando superar a condição de país subdesenvolvido. Tais anseios re�etiam o plano político e econômico do Brasil, que a partir dos anos 50 alinhava-se mais intensamente aos moldes do capitalismo interna-cional, experimentando um grande crescimento econômico e certo otimis-mo com relação à modernização. No Brasil, o artista estrangeiro mais in�uente para a formação desse ideário foi Max Bill, ganhador do principal prêmio da 1a Bienal Internacional de São Paulo, ocorrido no ano de 1951, com sua obra “Unidade Tripartida”. Outro importante premiado nessa Bienal foi Ivan Serpa com a obra “Formas”. O artista carioca Ivan Serpa criou em 1954 o Grupo Frente, na qual faziam parte os críticos Ferreira Gullar e Mario Pedrosa e artistas como Lygia Pape, Hélio Oiticica, Lygia Clark e Franz Weissman. Em São Paulo surgiu outro importante núcleo de artistas concretistas, o Grupo Ruptura, que teve seu início marcado por uma exposição ocorrida em 1952 no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e tinha como integrantes Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Geraldo de Barros (que mais tarde integraria o grupo Rex), entre outros. Diferente do contemporâneos cariocas, os paulistanos focaram suas pesquisas na pura visualidade das formas enquanto os inte-grantes do Grupo Frente se dedicavam às articulações entre arte e vida “atra-vés” das formas. Alguns dos integrantes do Grupo Frente como HélioOiticica e Lygia Clark darão origem ao neo-concretismo.

Principais NomesGrupo Frente: Da primeira exposição do grupo participaram: Aluísio Carvão, Carlos Val, Ivan Serpa, Décio Vieira, Lygia Clark, Lygia Pape, entre outros. Já na segunda exposição, em 1955 no MAM/RJ, aderiram ao grupo Franz Weiss-mann, Hélio Oiticica, Rubem Ludof, Abraham Palatinik, entre outros.

Grupo Ruptura: Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Geraldo de Barros, entre outros.

ligações: construtivismo, neoplasticismo, bienal, industrialização, modernização, abstração geométrica, matemática, racionalismo.

Page 24: Apostila Previa Final

Exposições: • “19 Pintores” Galeria Prestes Maia, SP

• “Do Figurativismo ao Abstracionis-mo” MAM/SP• “Calder” MASP/SP

1949

Fundação do Grupo Frente no Rio de Janeiro

1954

Exposição Nacional de Arte Concreta MAM/SP

1956

Juscelino Kubistchek assume a presidência sob o slogan

“Cinquenta anos em cinco”

1956

Exposição Nacional de Arte Concreta - Ministério da

Educação e Saúde - RJ

1957

Inauguração de Brasília, projeto arquitetônico de

Oscar Niemeyer, pelo então presiden-te Juscelino Kubitschek de Oliveira.

1960

Exposição do Grupo Ruptura MAM/SP

Lançamento da revista Noigandres (editada pelos irmão Haroldo de Campos e Augusto de Campos e Décio Pignatari)

1952

1ª Bienal Internacional de São Paulo - obras premiadas:

“Unidade Tripartida” de Max Bill , “Formas” de Ivan Serpa

1951

- Início da Guerra da Coréia.- No Brasil, Getúlio Vargas

assume novamente a presidência, dessa vez eleito por voto direto.

1950

01

01. Objeto Cinético c-11, 1966 - Abraham Palatnik. 02. Formas, 1951 - Ivan Serpa. 03. Plano5, 1957 - Lygia Clark. 04. Luiz Sacilotto - Concreção 8074,1980 - Luiz Sacilotto. 05. Composiçâo, 1955 - Lygia Pape. 06. Três Cubos Virtuais,1957 - Franz Weissman .

02

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05

06

ligações: construtivismo, neoplasticismo, bienal, industrialização, modernização, abstração geométrica, matemática, racionalismo.

Page 25: Apostila Previa Final

Coincidindo com o pluralismo político que nascia no Brasil a partir do início da década de 80, jovens artistas representaram em suas obras o grito abafado da arte durante o período militar. Não suportavam mais a repressão à imaginação e à criação artística. A pintura, por sua vez, exerceria um papel importante neste momento. Ela promoveria o desejo de expres-são e a�rmação do sujeito, antes anulado pela ditadura.” (macvirtual.usp.br)

Esses jovens artistas da década de 80 se opunham à vertente conceitu-alista dos anos 70 e tinham por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais.

“Nesta descontração criativa, onde todos os alunos e professores se envolviam, os curadores da exposi-ção Paulo Roberto Leal, Marcus Lontra e Sandra Mager considera-ram que devido à integração das obras e a ocupação de todo o espaço da escola, a própria exposi-ção era uma obra de arte.” (macvirtual.usp.br)

“Geração 80”, esse termo foi apropriado pela crítica de Arte Brasileira para nomear um grupo de artistas jovens que participaram da histórica exposição “Como vai você, Geração 80?”, que aconteceu na Escola de Artes Visuais Parque Lage, no Rio de Janeiro. Participaram dessa exposição majori-tariamente artistas do Rio de Janeiro, estudantes da Instituição que abrigou a exposição, e de São Paulo, estudantes do curso de artes plásticas da FAAP. Portanto, para muitos críticos, o que foi intitulado como geração 80 repre-senta uma parcela pequena do que foi a arte brasileira dessa década. Os artistas dessa época, de certa forma, celebravam o processo de redemocratização do país e a liberdade do fazer artístico, no entanto as obras produzidas eram bem menos politizadas que as dos artistas da década anterior. As obras desses artistas eram, em sua maioria, menos racionais que as da geração passada, em muitos casos o trabalho acontecia pelo simples prazer do artista em fazer. Não podemos de�nir alguma diretriz estética que una os artistas da Geração 80, portanto não associamos esse termo à ideia de movimento artístico ou vanguarda. Esses artistas indicam diversas tendências da arte desse período, com uma curiosa predominância da pintura tradicional, o que pode ser causado pela declarada admiração pelo neo-expressionismo alemão. Outras in�uências fortes do grupo são a Pop art e o gra�ti.

Principais NomesLeonilson, Beatriz Milhazes, Sergio Romagnolo, Leda Catunda, Daniel Senise, Ana Maria Tavares, Luiz Zerbini, Jorge Guinle

ligações: pintura, experimental, indivíduo, democracia, pluralidade, subjetividade, hibridização de linguagens, abertura política

Page 26: Apostila Previa Final

Exposição ”Como Vai Você, Geração 80?” acontece na

Escola de Artes Visuais Parque Lage, no Rio de Janeiro.

1984

- A Apple Computers Inc. lança o Macintosh.

- No Brasil, acontece o movimento pelas “Diretas Já!”

1984

Tancredo Neves, do PMDB, vence o candidato da situa-

ção do regime militar, Paulo Maluf (PDS, atual Partido Progressista), nas eleições indiretas e é eleito presidente da República, pondo �m ao Regime Militar no Brasil.

1985

John Lennon é assassinado.1980

01

01. Tela 7 , 1995 - Luiz Zerbini. 02. Cabine , 1996 - Ana Maria Tavares. 03. Casamento , 1994 - Daniel Senise. 04. Macho y Fémea , 1995 - Beatriz Milhazes. 05. Carro Abandonado , 1987 - Sérgio Romagnolo. 06. Nos Con�ns da Cidade Muda (Homenagem a Man Ray) , 1984 - Jorge Guinle. 07. Cada Delícia Tem Seu Preço , 1988 - Leonilson

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ligações: pintura, experimental, indivíduo, democracia, pluralidade, subjetividade, hibridização de linguagens, abertura política

Page 27: Apostila Previa Final

“A manchete que estampava a capa do primeiro número do irônico e bem-humorado jornal Rex Time, editado em junho de 1966, já anun-ciava o que estava por vir: “Aviso: É a Guerra”. Formado pelos autointitu-lados “especialistas em arte de vanguarda em São Paulo”, o grupo atuou como provocador das estru-turas e preceitos das artes plásticas no Brasil. Em um circuito artístico ainda em formação, baseado na existência de alguns museus, galerias e leilões interessados na exibição e comercialização de arte moderna, o Rex buscava espaço para a produção contemporânea.” (www.bienal.org.br)

O Grupo REX, Formado por Geraldo de Barros, Nelson Leirner, Wesley Duke Lee e seus alunos José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser teve uma existência bastante curta porém intensa. Fazia parte do projeto dos artistas uma Galeria chamada Rex Gallery & Sons e a Rex Times. Todas as ações do grupo traziam de alguma forma uma crítica ou questionamento, sempre de forma bastante humorada e irreverente, sobre o sistema das artes, o papel do artista e do espectador, e o próprio estatuto das obras de arte. Os artistas do grupo Rex se utilizavam de todo o tipo de referência em suas obras, desde a estética da Pop Art para fazer uma crítica à arte como mercadoria às práticas multidisciplinares do Fluxus, não podemos esquecer do dadaísmo e sua ideia de anti-arte. Apesar da curta duração do grupo, eles conseguiram provocar trans-formaçõessigni�cativas ao viciado mundo da arte brasileira da década de 50 e começo de 60, onde reinava o concretismo. Os artistas envolvidos continuaram com suas produções mais politi-zadas apesar do termino do grupo.

Principais NomesWesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo, Frederico Nasser.

ligações: reação ao mercado, arte política, happening, dadaísmo, pop art, ditadura, experimentação, diversão, polêmica

Page 28: Apostila Previa Final

Início do Grupo Rex1966

Os soviéticos enviam um robô para a Lua.

1966

Exposição de Wesley Duke Lee na Galeria Atrium

1964

João Goulart, presidente do Brasil, é derrubado pelos

militares.

1964

Encerramento as atividades do Grupo Rex com a

Exposição-Não-Exposição, na qual foi anunciado que obras de Nelson Leirner poderiam ser levadas da mostra. Em poucos minutos a galeria está completamente vazia.

1967

Beatles lança o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club

Band.

1967

01

01. O guardião, a guardiã, as circunstâncias (tríptico), 1966 - Wesley Duke Lee. 02. Rosário não foi embora. Por quê?, 1964 - Wesley Duke Lee. 03. They are playing, 1964 - Geraldo de Barros. 05 Adoração, 1966 - Nelson Leirner. 06. Neutral, 1966 - Carlos Fajardo. 07. Homenagem a Fontana, 1967 - Nelson Leirner

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ligações: reação ao mercado, arte política, happening, dadaísmo, pop art, ditadura, experimentação, diversão, polêmica

Page 29: Apostila Previa Final

O Expressionismo se opõe ao caráter essencialmente visual desenvolvido pelos impressionistas, adotando uma atitude subjetiva e muitas vezes até agressiva com relação à realidade.

Também conhecido como Fovismo, não foi uma vanguarda com teorias, manifestos ou programa de�nido. Os fauvistas �zeram sua primeira aparição pública no Salão de Outono, em Paris, em 1905, mas só tomaram posição de vanguarda em 1906, no Salão dos Independentes, quando o críti-co de arte Louis Vauxcelles atribuiu o nome de “Les Fauves” (As Feras) em função da utilização de cores fortes e intensas. O grupo, sob a liderança de Henri Matisse (1869-1954), tem como eixo comum a exploração das amplas possibilidades colocadas pela utiliza-ção da cor. Muito dos Fauves haviam estudado com o simbolista Gustave Moreau, cujas atitudes abertas, originalidade e crença no poder expressivo da cor pura seriam fonte de inspiração. Outras in�uências eram os pós--impressionistas Cézanne, Gauguin e Van Gogh, que já se preocupavam com a cor nesse sentido da bidimensionalidade, principalmente na plani�cação das formas e as cores puras utilizadas por Gauguin. O Fauvismo ainda busca referências na arte pré-renascentista a partir de uma exposição ocorrida em 1904, “Primitivos Franceses”, nas artes islâmi-ca e africana. A defesa da arte como expressão de estados psíquicos, de impulsos e paixões individuais - contra o registro impressionista da natureza por meio de sensações visuais imediatas -, aproxima o fauvismo do expressionismo alemão, organizado no mesmo ano de 1905 no Die Brücke (A ponte), mas ao contrário dos alemães os decorativos e a expressão da alegria, ao invés da dor e da angústia. Alegria de Viver, de Matisse, 1906, evidencia traços essen-ciais da atitude estética fauvista. O lirismo da tela e seu feitio decorativo serão explorados pelo pintor, não apenas nas paisagens, mas também nas cenas interiores que realizou. No Brasil, parece difícil localizar in�uências especi�camente fauvistas embora alguns desses artistas puderam ser vistos na exposição de arte fran-cesa realizada em São Paulo em 1913, no Liceu de Artes e Ofícios. Mais fácil, talvez, pensar em impacto de tendências expressionistas entre nós, por exemplo na produção dos anos 1915-16 de Anita Malfatti (1889-1964) em trabalhos como O Japonês, A Estudante Russa e A Boba, na dicção expressio-nista obra Lasar Segall (1891-1957), ou ainda em Oswaldo Goeldi (1895--1961). Flávio de Carvalho (1899-1973) e Iberê Camargo (1914-1994) exempli-�cam novas possibilidades abertas pela sintaxe expressionista entre nós.

Principais nomesHenry Matisse, André Derain, Maurice Vlaminck, Albert Marquet, Charles Camoin, Henri-Charles Manguin, Othon Friez, Jean Puy Louis Valtat, George Rouault e Raoul Dufy

ligações: cores puras, expressão, alegria, lirismo, decorativismo, impressionismo, primitivo

“para o céu um belo azul, o mais azul dos azuis, e o mesmo vale para o verde da terra, para o vermelhão vibrante dos corpos” – (Henry Matisse sobre A Dança(1910))

A arte de Matisse é feita para deco-rar, indica o crítico italiano G.C. Argan, mas "não os templos, o palácio real e a casa dos senhores, e sim a vida dos homens".

“Estamos na época da grande expansão colonial do imperialismo moderno. Os povos do mundo inteiro abrem as suas fronteiras, por bem ou por mal, à penetração das mercadorias, dos capitais, dos desbravadores das riquezas nativas da África, América, Ocea-nia, Ásia, felizmente, as missões culturias e arqueológicas também conseguem chegar até lá... É sinto-mático que se veri�que nessa época uma mentalidade mais aberta a outras culturas.” (Mário Pedrosa, Modernidade cá e lá, p. 148)

A eliminação do papel descritivo da arte, a exaltação da imaginação do artista e a ampliação dos poderes expressivos da cor, linha e forma in�uenciaram muitas manifesta-ções artísticas que vieram em segui-da e até a contemporaneidade

Page 30: Apostila Previa Final

- Primeira exposição fauvis-ta, no Salão de Outono, em

Paris. - Início da Die Brucke, corrente expressionista alemã.- Albert Einstein expõe a Teoria da Relativi-dade.- Fundação da Pinacoteca do Estado de São Paulo.- Fauvismo é denominado como movimento artístico.

1905

Matisse pinta a tela A Alegria de Viver.

1906

- Período em que se inicia a descoberta da arte africana

em Paris.- Picasso pinta Les demoiselles d’Avignon.

1907

01

ligações: cores puras, expressão, alegria, lirismo, decorativismo, impressionismo, primitivo

01. A dança, 1910 - Henri Matisse. 02. Alegria de viver, 1905 - Henri Matisse. 03. Port de Peche Collioure, 1905 - Andre Derain. 04. A boba, 1915 - Anita Malfatti. 05. Jacó e o Anjo, 1888 - Gauguin.

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05

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Teve seus primórdios com artistas e poetas como Tristan Tzara, Richard Huelsenbeck e Hugo Ball que se juntavam no Antológico Cabaret Voltaire para declamar e interpretar poesias de forma pouco convencional. O início de termo "performance art" criou autonomia nas décadas de 1960 e 1970. O objetivo do performer é explorar as relações espaço-temporais entre seu corpo e o corpo coletivo: a audiência. Combina elementos do teatro, das artes visuais e da música tentando dirigir a criação artística às coisas do mundo, à natureza e à realidade urbana, colocando em questão a própria de�nição de arte. Muitos temas de performances propõe expor nossas necessidades físicas e psicológicas para o alimento, abrigo, sexo e interação humana; nossos medos individuais e autoconsciência; nossas preocupações sobre a vida, e o mundo em que vivemos, muitas vezes nos obriga a pensar sobre as questões de uma forma que pode ser perturbador e desconfortável, visto nas obras de Marina Abramovic(1946). O nome de Joseph Beuys (1921-1986) liga-se também ao grupo e à realização de performances que se particularizam pelas conexões que esta-belecem com um universo mitológico, mágico e espiritual conforme em Como explicar desenhos a uma lebre morta(1965). No Brasil, Flávio de Carvalho (1899-1973), foi um pioneiro nas perfor-mances a partir de meados dos anos de 1950 ( relatada no livro Experiência nº 2). A produção de Hélio Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exem-plo os Parangolés- guardam relação com a performance, por sua ênfase na execução e no "comportamento-corpo", como de�ne o artista. Na década seguinte, devemos mencionar as Eletro performances, espetáculos multimí-dia concebidos por Guto Lacaz (1948). Principais NomesYves Klein, Vito Acconci, Hermann Nitsch, Chris Burden, Yoko Ono, Wolf Vostell, Allan Kaprow, Gilbert and George, Carolee Schneemannz, Nam June Paik, Joseph Beuys, Marina Abramovic.

ligações: corpo, movimento, interação, registro, efêmero, improviso, experiência, hibridização de linguagens, tempo-espaço, plurissensorial

“O jovem de hoje não precisa mais dizer ‘ sou um pintor’ ou ‘um poeta’, ou ‘um dançarino’. Ele é simpesmente um artista” (Allan Kaprow)

Difere do happening por ser mais cuidadosamente elaborada e não envolver necessariamente a partici-pação dos espectadores. Em geral, segue um "roteiro" previamente de�nido, podendo ser reproduzida em outros momentos ou locais. É realizada para uma platéia quase sempre restrita ou mesmo ausente e, assim, depende de registros - através de fotogra�as, vídeos e/ou memo-riais descritivos - para se tornar conhecida do público.

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Uma das primeiras perfor-mances. Feita pelo grupo

Fluxus através das obras de Joseph Beuys e Wolf Vostell

1960

Parangolés de Hélio Oiticica1960

Como explica desenhos a uma lebre morta de Joseph

Beuys

1965

01

01. Caetano Veloso usando parangolé de Hélio Oiticica. 02. Meat Joy, 1964 - Carolee Schnee-mann. 03. Experiência nº 2 , 1931 - Flávio de Carvalho. 04. Coyote. I like America and America likes me, 1974 - Joseph Beuys. 05. Como explicar desenhos a uma lebre morta, 1965 - Joseph Beuys. 06. Salto no Vazio, 1960 - Yves Klein.

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03

04 05

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ligações: corpo, movimento, interação, registro, efêmero, improviso, experiência, hibridização de linguagens, tempo-espaço, plurissensorial

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Surge no auge da Guerra Fria(1945-1991), período que representara a idealização de projetos culturais e ideológicos alternativos ao moralismo rígido, a partir da década de 60. O artista necessita que o expectador interaja com sua obra, sendo necessário percorrê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simples-mente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposi-ção de peças, cores e objetos. Uma instalação só faz sentido se vista e analisada no tempo-espaço no qual foi concebida, pois se relaciona com os objetos que a compõe novas áreas espaciais, evidenciando aspectos arquitetônicos e construindo novos ambientes ou cenas. Alguns artistas já tinham se aproximado do que viria a ser chamado de Instalação como a obra Merz (1919) de Kurt Schwitters(1887-1948), Piet Mondrian(1872- 1944) em 1926, com um ambiente que seria revestido de suas cores características e Marcel Duchamp (1887- 1968) que realizou duas do gênero(1200 sacos de carvão e Milhas de barbante). Nas décadas de 80 e 90, muitos artistas de todo o mundo investiram na produção de instalações das mais diversas possíveis, misturando diferen-tes suportes e linguagens. É possível destacar a obra da norte-americana Jessica Stockholder (1959) onde suas instalações tematizam a ideia de cons-trução contendo andaimes, ações soltas, tijolos, cavaletes de madeira e etc. Artistas de vários movimentos também vieram a ter experiências com instalações como a artista conceitual Barbara Kruger(1945). Dos artistas que investem na produção de instalações é possível destacar: Anish Kapoor (1954), Claude Simard( 1943), Maurizio Cattlean(1960) entre outros. Sobre a produção brasileira podem ser destacados o Ovo e o Divisor da Lygia Pape(1927-2004) e a série de Penetráveis de Hélio Oiticica(1937--1980). Pode-se ainda mencionar nomes como: Cildo Meireles(1948), Nuno Ramos(1960), Carlos Farjado(1941) e Mira Schendel(1919-1988).

ligações: interação, espaço, ambiente

“A instalação, ocorra ou não em um lugar especí�co, surgiu como um idioma �exível” (David Deitcher)

Uma das possibilidades da instala-ção é provocar sensações: frio, calor, odores, som, medo ou coisas que simplesmente chamem a atenção do público ao redor.

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Primeira instalação foi o "Merz Bau", ou "Casa Merz", o

apartamento do poeta e artista plástico Kurt Schwitters, transfor-mado por ele em uma obra de arte na cidade alemã de Hannover.

1923

Instalações diversas de Hélio Oiticica

1960

01

ligações: interação, espaço, ambiente

01. O OVO, 1968 - Lygia Pape. 02. Ninhos - Helio 0iticica. 03. Penetráveis - Hélio Oiticica. 04. Sem título, Barbara Kruger. 05. Cloud gate - Allan Kaprow.

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03 04

05

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O conceito surgiu em uma exposição da Dwan Galery, Nova York, em 1968, e na exposição Earth Art, promovida pela Universidade de Cornell, em 1969. A produção artístico-cultural estadunidense da década de 60 apon-tava cada vez mais para a exaltação da massi�cação da tecnologia e da indústria cultural. Expressões artísticas como o minimalismo e sua concisão formal, espacial e conceitual estavam em voga, criando(para os adeptos da Land art) uma arte muitas vezes vista como fria e impessoal. A "arte da terra" inaugura uma nova relação com o ambiente natural, tentando promover uma visão mais orgânica e diferenciada para a produção artística, discutindo questões ligadas à ecologia. Também chamada de earthwork ou earth art, as paisagens deixam de ser representação para se tornarem os próprios suportes como por exemplo desertos, lagos, canyons, planícies e planaltos que sofrerão intervenções. Em Double Negative(1969), Michael Heizer abre grandes fendas no topo de duas meseta do deserto de Nevada, Estados Unidos,com a remoção de 240 mil toneladas de terra. Um ano depois, Robert Smithson realiza Spiral Jetty, gigantesco caracol de terra e pedras construído sobre o Great Salt Lake, em Utah, Estados Unidos. As obras muitas vezes tem dimensões tão grandes que não passam da fase do projeto pela inviabilidade de sua execução. Sendo assim, não é possível que seja exposta em museus, galerias e nem vendidas. É, portanto, uma denuncia ao sistema institucional de validação dos objetos artísticos. A recusa da rede alimentada por museus, galerias, colecionadores e outros, se explicita na defesa da arte/natureza/realidade e na realização de trabalhos que não são feitos para vender, que não podem ser colecionados.

Principais NomesSol LeWitt, Robert Morris, Carl Andre, Walter de Maria.

ligações: organicidade, ecologia, espaço, natureza, institucionalização

As obras de arte quando con�nadas numa galeria, perdem o vínculo com o mundo externo” (Robert Smithson)

Trata-se de uma busca pelo único e natural. É uma arte inetiquetável, sem valor agregado.

Os earthworks empregam muitoda linguagem minimalista.

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O conceito estabeleceu-se numa exposição organiza-

da na Dwan Gallery e Nova york e na exposição Earth Art

1968

Plataforma Espiral (Spiral Jetty) de Robert Smithson

1970

01

ligações: organicidade, ecologia, espaço, natureza, institucionalização

01. Rampa de Amarillo - Robert Smithson. 02. Duplo Negativo - Michael Heizer. 03. Campo de raios - Walter de Maria.

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03

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O Manifesto Futurista foi publicado pelo poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti em francês no jornal Le Fígaro, de Paris, em 1909. Foi um movimento essencialmente italiano mas de importância mundial, cujo ímpeto chegou ao �m nos meados da Primeira Guerra Mundial. O futurismo queria romper com tudo o que se relacionava ao passado e pretendiam se tornar a expressão mais moderna da arte em seu tempo, re�etindo em suas obras o ritmo e espírito da sociedade industrial. Grande parte do que foi o futurismo se deve a ideias de outros movimentos como a necessidade de captar o movimentos e a efemeridade da luz dos impressionistas, os recortes, plani�cações e geometrizações cubistas e os estudos fotográ�cos de locomoção humana e animal realizados pelo americano Eadweard Muybridge. Para expressar a interação entre objetos e espaço, faziam uso de elementos geométricos, repetição e fragmentação das �guras, compondo o que Umberto Boccioni chamou de “abstração dinâmica”. O movimento futurista foi basicamente um movimento de manifestos, por isso está intimamente ligado à política, sendo que muitos dos artistas do grupo, entre eles o próprio Marinetti, se identi�cavam com o fascismo por glori�carem a guerra como sendo “a única verdadeira higiene do mundo”. Anticlerical e antissocialista, exaltava a vida moderna e industrial, cultuando a velocidade através de meios literários e artísticos. As ideias futuristas serviram de inspiração, em menor ou maior escala, a grupos como o Racionismo, Dadá e Der Blaue Reiter. No Brasil, os modernistas da Semana de 22 receberam a alcunha de futuristas paulistas, devido a seu caráter renovador. O espírito do movimento re�etiu também na tipogra�a moderna, no design grá�co, e na maneira veloz de comunicar a ideia de velocidade na publicidade, histórias em quadrinhos etc. O Futurismo teve seu irônico �m com a morte de Sant’Elia no campo de batalha e de Boccioni por cair de um cavalo. A prisão de Marinetti acelerou mais ainda o processo de encerramento.

Principais nomesFilippo Marinetti, Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Antonio Sant’Elia, Giacomo Balla.

ligações: 1a guera mundial, Itália, frança, manifesto, impressionismo, cubismo, muybridge, política, fascismo, velocidade, indústria, modernidade

“Nós a�rmamos que a magni�cên-cia do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corri-da com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.” - (Manifesto Futurista)

Exaltavam a guerra e a violência, desvalorizavam a tradição e o mora-lismo; Valorizavam o desenvolvi-mento industrial e tecnológico; Usavam a propaganda como princi-pal forma de comunicação;

As pinturas tinham o uso de cores vivas e contrastes, sobreposições de imagens, traços e pequenas defor-mações para passar a ideia de movimento e dinamismo;

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1905 Einstein publica a Teoria da Relatividade Restrita

1899 Fundada a empresa Fiat em Torino

01. Dinamismo de um cachorro na coleira, 1912 - Giacomo Balla. 02. Horse Jumping, 1887 - Eadweard Muybridge. 03. Formas Únicas de Continuidade no Espaço ,1913 - Umberto Boccioni.

03 02 03

01

1912

1914

1909 Manifesto Futurista

Primeira Guerra Mundial

1913 Primeira grande manifesta-ção de massa na Itália.

Oswald de Andrade e Anita Malfatti tiveram contato

com o Manifesto Futurista e com Marinetti em viagens à Europa

ligações: 1a guera mundial, Itália, frança, manifesto, impressionismo, cubismo, muybridge, política, fascismo, velocidade, indústria, modernidade

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O movimento surrealista foi lançado em 1924 por André Breton através do Manifesto Surrealista, em Paris. Essa foi uma das vanguardas mais populares da primeira metade do século passado, que teve muitos adeptos em várias cidades do mundo, principalmente Paris e Madrid. Aconteceu no período entre - guerras, que corresponde ao fortalecimento de ideologias nacionalistas. Os surrealistas mantinham relações próximas com os dadaistas, haviam muitas questões em comum, como por exemplo, o acaso, a resigni�cação e a reestruturação das coisas e conceitos, outra semelhança importante é o espírito revolucionário de ambos. A diferença entre os dois movimentos, entretanto, reside na formulação teórica e princípios surrealistas, ao invés do anarquismo dadaísta. O surrealismo tinha como objetivo fazer uma arte que expressa o pensamento na ausência de qualquer controle exercido pela razão e alheio a todas as considerações morais e estéticas. Tinha um caráter revolucionário e as principais referências eram a teoria psicanalítica de Sigmund Freud, Leon Trótski, o marxismo, as �loso�as ocultistas e o espírito visionário em revolta contra a sociedade de Arthur Rimbaud e conde de Lautréamont. A maior parte do repertório visual usado pelos surrealistas vinha da teoria freudiana sobre o inconsciente e o onírico, era também comum a representação do medo, desejo, erotização e morte. Os surrealistas queriam libertar a imaginação e tomada da consciência no seu aspecto mais poético do que cientí�co, atingindo outra realidade situada no plano inconsciente e subconsciente. Abandonam a racionalidade, tornando o sonho uma forma de encarar o mundo, onde a realidade, a lógica e a fantasia coexistem sem choques. Também abordavam a questão da desconstrução e estranheza ao que é familiar.

Principais nomesSalvador Dalí, Man Ray, Luis Buñuel, Max Ernst, Meret Oppenheim, René Magritte, Jean (Hans) Arp, Hans Bellmer, Yves Tanguy, Alberto Giacometti, Joan Miró, Antonin Artaud.

ligações: paris, dadaísmo, manifesto, Freud, inconsciente, subconsciente, automatismo, entre - guerras

“A mente que mergulha no surrealis-mo revive, com exaltação, a melhor parte de sua infância.” - (André Breton, Manifesto Surrealista)

A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao Cubismo, e autor da peça teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento.

Os surrealistas usavam muito a escrita automática, que procura buscar o impulso criativo artístico através do acaso e do �uxo de cons-ciência despejado sobre a obra. Procura-se escrever no momento, sem planejamento, de preferência como uma atividade coletiva que vai se completando. Uma pessoa escreve algo num papel e outro completa, mas não de maneira lógica, passando a outro que dá sequência. O �lme Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, por exemplo, é formado por partes de um sonho de Salvador Dalí e outra parte do próprio diretor, sem necessariamen-te objetivar-se uma lógica conscien-te e de entendimento, mas um discurso inconsciente que procura dialogar com outras leituras da realidade.

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1929 1ª Cerimônia de entrega do Oscar.

1924

1930

Manifesto Surrealista

1899 Freud publica A interpreta-ção dos sonhos

Segundo Manifesto Surre-alista

1929 Exibição do �lme Um cão Andaluz de Luis Buñuel

1924

01. A Persistência da Memória,1931 - Salvador Dali. 02. Numeros e Constelacões em Amor com uma Mulher,1941- Joan Miró. 03. Perspective II Manet's Balcony, 1950 - René Magritte. 04. la Poupee,1935 - Hans Bellmer. 05. Through birds through �re but not through glass,1943 - Yves Tanguy.

ligações: paris, dadaísmo, manifesto, Freud, inconsciente, subconsciente, automatismo, entre - guerras

04

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02

01

03

O partido fascista italiano vence sa eleições gerais e

�ca com 65% das cadeiras no parla-mento.

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Tem início na França, em 1907 com o quadro Les Demoiselles d’Avignon de Picasso. Dissolve-se com o começo da Primeira Guerra mun-dial, em 1914. O Cubismo surge no período que antecede a Primeira Guerra Mun-dial, período em que a cultura européia encontrava-se em crise e buscava em outras fontes novos valores, diferentes daqueles incorporados pela burguesia e pela economia industrial. É nesse contexto que o contato com culturas tidas como primitivas se torna de fundamental importância, como é o caso dos cubistas com a arte africana. Também são fortemente in�uenciados por Cézanne, através de sua construção de espaços por meio de volumes, simpli�cando-os em “cubos, cilindros e cones”, e da decomposição de planos. Foi um dos movimentos mais in�uentes do séc. XX, marcando outras vanguardas e tendências, como o Dadaísmo, no que diz respeito à inserção de objetos à obras, o Futurismo, o Or�smo, a abstração, a arquitetura de Le Corbusier entre e muitos outros. A representação da profundidade sobre uma superfície plana sempre foi um entrave paradoxal dentro da pintura. Ao tentar plani�car todas as faces de um objeto, o Cubismo busca uma nova forma de explorar esse paradoxo sem, entretanto, encobri-lo. Os cubistas não se propunham a abolir a representação, o que prá-la, recusando a ideia de arte como imitação da natureza. Pensavam em construir e não em copiar algo. Essa maneira de se representar implicava porém no emprego de formas razoavelmente conhecidas para que fosse possível a compreensão da relação entre as partes e, consequentemente, na preservação de referên-cias ao mundo objetivo. Este foi o alvo das críticas mais intensas que este movimento recebeu, principalmente por parte dosabstracionistas. Baseando-se em formas geométricas e linhas retas, os quadros cubis-tas buscavam reconstruir formas através da representação simultânea de diversas faces de um mesmo objeto sobre o mesmo plano, afastando-se da perspectiva e da luz e sombra. O Cubismo divide-se em duas fases: Cubismo Analítico, que consistia na desconstrução quase completa do objeto, se aproximando da abstração, e com predominância de uma cor; e Cubismo Sintético, que tentou tornar os objetos reconhecíveis novamente. Nesta fase, Picasso e Braque inovam com as colagens, incorporando papel e outros frag-mentos de materiais relacionados com a vida cotidiana, (recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográ�cos, etc) às suas pinturas.

Principais nomesPablo Picasso, Georges Braque, Juan Gris, Fernand Léger, Robert Delaunay, Sonia Delaunay.

ligações: 1aguerra, cezanne, abstracionismo, dadaísmo, futurismo, or�smo, arte africana, frança, desconstrução, formas geométricas, colagem

"Não se imita aquilo que se quer criar", Georges Braque

No Brasil, in�uências cubistas podem ser observadas nas obras de Antônio Gomide, Vicente do Rego Monteiro, Tarsila do Amaral e Candido Portinari

Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressio-nismo do �nal do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picas-so, de que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.

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1907 Les Demoiselles d’Avignon

1912 Cubismo AnalÌtico

1912-13 Cubismo Sintético

1914 Primeira Guerra Mundial

01. Nu descendo a escada,1912 - Marcel Duchamp. 02. Houses at L’Estaque, 1908 - Georges Braque. 03. Guitar, 1913 - Pablo Picasso. 04. La Montagne Saint Victoire Barne,19885-1895 - Paul Cezanne. 05. The Kiss, 1969 - Pablo Picasso. 06. The Sunblind, 1914 - Juan Gris. 07. Máscara Africana. 08. Les Demoiselles d’Avignon,1907 - Pablo Picasso. 09. natureza morta com maçãs e laranjas,1985-1900 - Paul Cezanne.

ligações: 1aguerra, cezanne, abstracionismo, dadaísmo, futurismo, or�smo, arte africana, frança, desconstrução, formas geométricas, colagem

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Grupo de expressionistas alemães formado em Dresden, 1905. Muitas vezes é comparado ao Fovismo, além de terem emergido no mesmo período, ambos compartilham interesses na arte primitiva, na expressão extrema dos sentimentos através de cores fortes que se tornam frequente-mente “não naturais”, e em uma certa antipatia pela abstração completa. Em toda Europa se buscava um novo modo de expressão que corres-pondesse com o espírito do tempo(”zeitgeist”) do ínicio do século XX, trans-mitindo a experiência pessoal do homem frente ao mundo moderno. Enquanto na França, Picasso e Braque isso se re�etiu com a fragmentação das formas do Cubismo e na Itália os futuristas transformaram a questão com a composição dinâmica e elementos mecânicos, já na Alemanha o resultado foi o Expressionismo. O nome Die Brücke signi�ca “A ponte”, pois um dos ideais do grupo era criar uma nova estética que servisse como elo entre a tradição alemã e o mundo moderno. Carregavam a tradição com in�uências de Albrecht Dürer, Mathias Grünewald e na utilização de xilogravuras, mas ao mesmo tempo estudavam os movimentos contemporâneos de arte e tinham as mesmas crenças da vanguarda internacional. Muitos trabalhos demonstravam um contraste de sentimentos, entre celebrar o dinamismo de Berlim à re�exão melancólica da alienação e anoni-mato do homem da cidade grande. O grupo se dissolveu em 1913, por con�itos internos, sobretudo após a uma publicação de uma crônica de Kirchner sobre o grupo, no qual ele se colocava em 3ª pessoa com certo destaque e importância histórica frente aos outros.

Principais nomesFritz Bleyl, Ernst Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottlu�, Emil Nolde, Max Pechstein, Otto Mueller.

ligações: alemanha, expressionismo alemão, emil nolde, dürer, xilogravura, fovismo, expressão, contraste

Em 1906 é publicado o Manifesto Die Brücke, em xilogravura, proclamando uma nova geração ‘que deseja liberdade no trabalho e na vida, independente das velhas forças estabelecidas.’

O grupo começou inicialmente em Dresden, depois alguns componentes mudaram para Berlim. Interessante notar que no mesmo período o grupo Der Blaue Reiter coexistia na região germâ-nica, porém em Munique.

O Império Alemão, na época, era uma região que hoje englobaria também o território da Polônia, Bélgica, Armênia e Dinamarca. Só foi desmembrado em 1918, após o �m da I Guerra Mundial.

Entre os artistas expressionistas que não �zeram parte das escolas e movimentos, destaca-se Ensor, Emil Nolde e Edvard Munch. Outros nomes importantes são os austría-cos Egon Schiele e Oskar Kokoschka.

Frequentemente o termo Expressio-nismo é designado somente à arte alemã do início do século XX. É perti-nente, porém, con�gurá-lo mais como uma tendência estética do que como uma vanguarda artística, que teve diversas faces em toda a Europa (Alemanha, França, Bélgica, Áustria, Holanda, etc.) até a década de 1920. Suas origens encontram--se, por exemplo, nos pós-impressionistas Van Gogh e Gaugin, que respectivamente prece-deram o Expressionismo alemão e o Fauvismo, e ainda o Der Blaue Reiter.

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01. Cartaz para a primeira exibição do Die Brücke, 1906 - Fritz Bleyl. 02. Dancer, 1913 - Emil Nolde. 03. Irmãos, 1913 - Erich Heckel. 04. Street, 1913 - Ernst Ludwig Kirchner. 05. Mãe, 1916 - Karl Schmidt-Rottlu�.

- Período em que se inicia a descoberta da arte africana

em Paris.- Picasso pinta Les demoiselles d’Avignon.

1907

1910 Mudança de Dresden para Berlim

1911 Fundação do grupo Der Blaue Reiter.

1914 Início da I Guerra Mundial

1906

1906

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Emil Nolde, um dos expoen-tes do grupo, ingressa no

Die Brücke

Manifesto Die Brücke.

ligações: alemanha, expressionismo alemão, emil nolde, dürer, xilogravura, fovismo, expressão, contraste

1893 Edward Munch pinta a célebre tela O Grito.

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O movimento, que tem origem na França, surge na ascensão do sistema capitalista e da industrialização (entre as décadas de 1860 e 1880), que traziam uma nova concepção materialista do mundo e inaugura o que chamamos de arte moderna. Muitas ideias revolucionárias se desenvolvem nesse período, e a ciência conhece um grande avanço com as pesquisas no campo da ótica, física e química, que estabelecem um diálogo com as ideias impressionistas. Foi principalmente a fotogra�a que instigou os impressionistas a rede�nirem sua essência e �nalidades e a separar-se radicalmente das tradições. A fotogra�a abalou a imagem e função do pintor: este já não era mais o responsável pela captação da imagem em seus mínimos detalhes, com extrema perfeição. A partir dai então se começou a buscar outras possi-bilidades para a pintura. Com o advento da tinta em tubos, os pintores começaram a sair de seus ateliês e buscar as paisagens externas buscando captar a impressão cromática que a luz causava aos olhos, e como isso pode-ria ser representado em uma tela de forma rápida e sincera, o que, por sua vez, iniciou um movimento de questionamento do que poderia ser, en�m, a realidade. Os trabalhos de outros artistas também in�uenciaram este movi-mento, como Manet, que pode ser considerado o precursor do grupo, embora nunca tenha se considerado um impressionista. Camille Corot, Gustave Coubert e os ingleses William Turner e John Constable, por suas paisagens luminosas e pela exploração dos efeitos visu-ais da luz e do tempo. Os impressionistas também buscaram inspiração nas estampas japonesas, que não seguiam a perspectiva e as normas de com-posição da academia ocidental. Com �guras menos bem-acabadas com um movimento mais orgânico e natural, também na escultura encontramos nomes importantes dentro do Impressionismo, como Degas e Renoir, que foram os únicos pintores que também esculpiram, e ainda Rodin e Rosso, que foram exclusi-vamente escultores. Os impressionistas buscavam registrar as sensações visuais imedia-tas, libertando-as das experiências anteriores que pudessem interferir em seu caráter imediatista. Eles queriam registrar o aspecto efêmero da vida interessando-se mais por temáticas referentes a experiências contem-porâneas, em detrimento das temáticas tidas como nobres, e desconsid-erando as convenções e regras da academia.

ligações: revolução industrial, fotogra�a, luz, contrastes, paisagens externas, efêmero, França

O termo Impressionismo tem origem no comentário pejorativo feito pelo crítico de arte Louis Leroy com relação à tela “Impressão, Sol Nascente”, pintada em 1872 por Claude Monet.

“Ao desembocar do século, a revolução espiritual trazida pelas artes plásticas tinha vencido, praticamente, sua fase inicial desbravadora. Os lideres do impressionismo não causavam mais revolta nem escândalo, nem morriam de fome. Iam entrar, com Renoir, Monet e, junto com eles, Degas, na fase de glória, da consagração e da fortuna.” (Pedrosa, p. 136)

“Em relação ao trabalho com as cores pela técnica da mistura ótica - cores que se formam na retina do observador e não pela mistura de pigmentos -, cabe observar o diálogo que estabelecem com as teorias físicas da época, como as de Chevreul, Helmholtz e Rood.” (itaucultural.org.br)

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1826 O francês Nicéphore Niépce consegue reproduzir e �xar

a vista descortinada da janela do sótão de sua casa através da ação direta da luz, que seria o início da fotogra�a.

1867 Publicação da principal obra do �lósofo alemão Karl

Marx, O capital: Crítica da Econo-mia e da Política.

1871 Promulgada a Lei do Ventre Livre que dá liberdade aos

�lhos de escravos nascidos no Brasil.

1872 Monet pinta a tela “impres-são, sol nascente”.

1874 Primeira apresentação pública dos novos artistas

impressionistas no estúdio do fotógrafo Nadar.

1876 Alexander Graham Bell patenteia uma invenção,

que ele chama de telefone.

01. Almoço Na Relva, 1863 - Edouard Manet. 02. O Pensador, 1879-89 - Auguste Rodin. 03. A primeira bailarina, cerca de 1878 - Edgar Degas. 04. A Canoa Sobre O Epté, 1890 - Claude Monet.

ligações: revolução industrial, fotogra�a, luz, contrastes, paisagens externas, efêmero, França

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A chamada Arte Moderna se refere aos desenvolvimentos estéticos das artes nos �ns do século XIX e início do século XX, período marcado pelas Revoluções Industriais e pelas novas descobertas da ciência, que propor-cionaram ao mundo, e mais precisamente às economias capitalistas euro-peias, uma nova onda de progresso e anseio pelo moderno, antes inimag-inável. A burguesia industrial se consolida no poder e, de classe revolu-cionária passa a ser tradição, estabelecendo uma nova cultura romântica, feita para enobrecer os bons costumes burgueses. O período correspondia a uma nova expansão do sistema capitalista representado pela disputa por novos mercados consumidores e por mão-de-obra barata. Esse processo, conhecido como Neocolonialismo, foi caracterizado pela dependência econômica e dominação política das potências capitalistas sobre os povos tidos como atrasados, por não terem atingido as revoluções tecnológicas que con�guravam o dito ‘mundo moderno’. O contato com a cultura de outras civilizações, que até então sofriam pouca in�uência ocidental e capitalista, signi�cou a descoberta de novas formas de expressão e novos valores estéticos, independentes e não “abur-guesados” nem “domesticados” pela economia industrial, e também instigou os artistas a procurarem uma linguagem artística menos presa às antigas convenções. Outro fator importante para tal mudança é a industrialização: a fabricação de tintas em tubo, a produção em larga escala de diversos produ-tos antes restritos, a popularização da fotogra�a, que contribuiu com a contestação da utilidade da pintura, a “era da reprodutibilidade técnica”, que abre para discussão as novas potencialidades da obra de arte, questionando sua autenticidade. A modernidade instala-se de�nitivamente e, inerente a ela, o caráter efêmero das novidades, das necessidades, das imagens e tendências, das vanguardas artísticas caracterizadas durante a maior parte do século XX pelos “ismos”. O rompimento com os temas clássicos e o advento da tecnologia é acompanhado na arte moderna, pela superação das tentativas de represen-tar um espaço tridimensional sobre um suporte plano. A consciência da tela plana, de seus limites e rendimentos inaugura o espaço moderno na pintura.Os primeiros indícios de ruptura com os temas nobres e clássicos acontecem quando o Realismo introduz em suas obras �guras até então rejeitadas, negando-se a enfeitar e idealizar o mundo como faziam os românticos. Gus-tave Coubert, por exemplo, foi um dos primeiros a balançar as bases estáveis do bom gosto burguês ao exibir sua tela A Origem do Mundo. A arte moderna é composta por características e exigências de uma cultura conscientemente preocupada com a ideia de progresso, desejosa de afastar-se de todas as tradições, voltada para a superação contínua de suas próprias conquistas.

ligações: industrialização, rompimento com o clássico, vanguardas, reprodutibilidade técnica, neocolonialismo, primitivo, burguesia

“O modernismo como revolução cultural inclui mais do que as artes e a literatura. Tem sido descrito como um desenvolvimento do pensamen-to da cultura ocidental que abrange o liberalismo cientí�co, tecnológico, industrial, econômico, individual e político como aspectos interativos. Estes são aspectos do modernismo cultural e estabelecem a base para a estética modernista.” (E�and)

“A arte moderna cria ou cristaliza uma consciência estética realmente continental. É talvez o mais profun-do e inesperado indicio, depois da formação dos Estados nacionais europeus, de que no substrato estão os fundamentos de uma cultura efetivamente europeia. Esta, no entanto, sente-se em crise, e daí o empenho de seus artistas em revivescê-la pela contribuição de outras culturas até então considera-das primitivas ou esteticamente inferiores.” (Pedrosa, p. 154)

“Desde a metade dos anos 60 novas publicações críticas tem reformula-do a paisagem cultural do ocidente. Isto é melhor explicado como uma mudança de consciência do ponto de vista do mundo moderno basea-da na noção de progresso através do avanço da ciência, para um estado de consciência chamado de pós-moderno no que há menos con�ança de que o futuro será necessariamente melhor que o presente ou o passado.” (E�and)

“Só surgirá uma fotogra�a de alto nível estético quando os fotógrafos, deixando de se envergonharem por serem fotógrafos e não pintores, cessarem de pedir à pintura que tornem a fotogra�a artística e buscarem fonte do valor estético na estruturalidade intrínseca à sua própria técnica.” (Argan, p. 81)

O termo “primitivo” é usado em relação à ideia de “civilização”, e ambos possuem denotações variáveis de acordo com o lugar de onde se fala, sendo que o primeiro geralmente ocupa um lugar inferior. Aqui nesse contexto, primitivo era empregado sob um ponto de vista eurocêntrico, isto é, aplicava-se aos povos não industrializa-dos, não-cristãos, não-civilizados...

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1880 Rodin esculpe O Pensador.

1886 - Gustave Coubert exibe pela primeira vez sua tela A

origem do Mundo.- Pemberton, farmacêutico norte--americano, inventa a coca-cola

1895 Irmãos Lumière constroem o primeiro aparelho

cinematográ�co.

1936 Publicado o ensaio “A obra de arte na época de sua

reprodutibilidade técnica”, do �lósofo alemão Walter Benjamin.

01. Vista da Janela em Le Gras, 1826 - Nicéphore Niépce. 02. Mont-Saint Victorie - Paul Cézanne. 03. A origem do mundo, 1866 - Gustave Courbet. 04. Essai de �gure en plein-air: Femme à l'ombrelle tournée vers la gauche, 1886 - Claude Monet. 05. auto-retrato - Pablo Picasso. 06. Girasois - Van Gogh.

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ligações: industrialização, rompimento com o clássico, vanguardas, reprodutibilidade técnica, neocolonialismo, primitivo, burguesia

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Se desenvolve entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial, na Europa e nos Estados Unidos. Estabeleceu-se num período onde se iniciava a Segun-da Revolução Industrial, o que possibilitava a produção de novos artefatos, como móveis que até então não eram produzidos em maior escala e carta-zes, que com a invenção da litogravura colorida, passaram a ser uma linguagem mais explorada. Rompeu com a arte acadêmica e naturalismo, pois buscava a essên-cia da natureza e não sua superfície. Foi in�uenciado pelos impressionistas no que diz respeito a seu apreço por temas naturais e a busca pelo orgâni-co. Porém, o Impressionismo buscava impressões efêmeras e sensações luminosas, a Art Nouveau baseava-se nas formas e curvas. Victor Horta, um dos seus principais expoentes, aprendera com a arte japonesa a descartar a simetria e a explorar o efeito das curvas sinuosas, transpondo essas curvas para estruturas de ferro que se harmonizavam perfeitamente com os requisitos modernos. Apesar de grandes nomes da Art Nouveau serem conhecidos por suas pinturas, exerceu – e exerce até hoje – grande in�uên-cia na produção de objetos de decoração e está ligada à origem do design. Na arquitetura os artistas passaram a pensar em todas as partes, dando valor aos menores detalhes de um edifício. Valorização das artes aplicadas: arquitetura, artes decorativas, design, artes grá�cas, mobiliário, joalheria e outras, colocando a “arte nova” ao alcance de todos, pela articu-lação estreita entre arte e indústria, como no movimento social e estético inglês Arts and Crafts, liderado por William Morris (1834 - 1896), e que está nas origens do Art Nouveau. A fonte de inspiração primeira dos artistas é a natureza, as linhas sinuosas e assimétricas das �ores e animais. Arabescos e as curvas, comple-mentados pelos tons frios. O foco era atenuar as fronteiras entre belas-artes e artesanato pela valorização dos ofícios e trabalhos manuais e pela recuperação do ideal de produção coletiva.

Principais NomesAntonio Gaudí, Gustav Klimt, Alfons Mucha, Henri de Toulouse-Lautrec, Victor Horta, Emile Gallé; Au¬gust Endell, Louis Comfort Ti�any, Jan Toorop, Hec¬tor Guimard, Henry van de Velde, Joseph Olbric, Josef Ho�mann, Ferdinand Hodler.

ligações: jugendstil, arte nova; modern style; liberty; stilo �oreale; organicidade; busca pelo artesanal; in�uência oriental

Em �ns do século XIX, na Inglater-ra em particular, críticos e artistas lamentavam o declínio geral do artesanato causadopela revolu-ção industrial e detestavam a própria visão dessas imitações baratas e pretensiosas, produzi-das por máquinas. (Gombrich)

A divulgação de tais críticas não tinha menor possibilidade de bolir a produção industrial em massa, embora ajudasse as pessoas a brir os olhos para os problemas que se haviam criado e a disseminar o gosto pelo autêntico e o genuíno, o simples e o “caseiro”. (Gombrich)

Se a tradição ocidental estava excessivamente vinculada aos velhos métodos de construção, poderia o oriente fornecer um novo conjunto de padrões e novas ideias? (Gombrich)

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1- Gustav Klimt - O Beijo (1907-08) 2- Antoni Gaudí-Casa Batlló (1875-1877)3- August Endell(1900) 4- Louis Comfort Ti�any(1848-1933)

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ligações: jugendstil, arte nova; modern style; liberty; stilo �oreale; organicidade; busca pelo artesanal; in�uência oriental

Artista Tcheco Alphonse Mucha produziu um pôster litogra-fado que apareceu em 1o de Janei-ro de 1895 nas ruas de Paris como uma propaganda para a peça Gismonda

Em Londres, é inaugurada a Tower Bridge, com a presença do então Príncipe de Gales, Eduardo VII.

Promulgada a primeira Constituição republicana no Brasil, abolindo o voto censitário.

O confete é usado pela primeira vez no carnaval brasileiro.

Lançamento da Jugendstil, revista iniciada por Georg Hirth publicada até 1940.

O físico e inventor italiano Guglielmo Marconi faz a primeira transmissão de rádio da história.

Sigmund Freud publica o livro "A Interpretação dos Sonhos", o primeiro modelo dos processos men-tais do inconsciente.

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O termo happening (do inglês, acontecimento) é criado no �m dos anos1950 pelo americano Allan Kaprow (1927-2006) para designar uma forma de arte que combina artes visuais e cênicas. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista . Os eventos apresentam estrutura �exível, sem começo, meio e �m. As improvisações conduzem a cena - ritmada pelas ideias de acaso e espontaneidade. O happening ocorre em tempo real, como o teatro e a ópera, mas recusa as convenções artísticas. A �loso�a de John Dewey (1859-1952) sobretudo suas re�exões sobre arte e experiência, o zen-budismo, o trabalho experimental do músico John Cage(1912 - 1992), assim como a action painting do pintor americano Jackson Pollock(1912-1956) são matrizes fundamentais para a concepção de happening. Apesar de ser de�nida por alguns historiadores como um sinôni-mo de performance, o happening se difere na imprevisibilidade e na partici-pação direta ou indireta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama". Cage é o responsável pelo Theater Piece # 1, ou simplesmente "o evento", realizado no Black Mountain College, na Carolina do Norte, Estados Unidos, em 1952, considerado o primeiro happening da história da arte. Artistas como Jim Dine (1935), Claes Oldenburg (1929), Rauschenberg (1925 -2008), Roy Lichtenstein (1923 -1997), Georges Maciunas (1931 - 1978) também realizaram diversos happenings. No Brasil, o Grupo Rex, criado em São Paulo por Wesley Duke Lee (1931 - 2010), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945), Frederico Nasser, entre outros, também realiza uma série de happe-nings, como o concebido por Wesley Duke Lee, O Grande espetáculo das Artes, em 1963, no João Sebastião Bar. O chamado neo-realismo carioca -Antonio Dias (1944), Rubens Gerchman (1942-2008), Carlos Vergara (1941), Pedro Escosteguy (1916- 1989) e Roberto Magalhães (1940)- envolve-se com o espetáculo e exposição coletiva PARE, em 1966. O evento é considerado por certos comentaristas como o primeiro happening no Brasil.

ligações: �ash mob, improvisação, espontaneidade, interação, tempo-espaço, imprevisibilidade

John Dewey acreditava que oindivíduo só tem importânciaquando está diretamenteligado à sociedade.

Os happenings também estão associados ao termo Flash Mob que são aglomerações instantâ-neas de pessoas em certo lugar para realizar determinada açãoinusitada previamente combina-da, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram.

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1959 O termo happening, como categoria artística, foi

utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow

1964-1966 Movimento Provos, em que os membros do grupo faziam happening nas praças de Amster-dam.

01. Anti-War Naked Happening - Yayoi Kusama. 02. The Courtyard - Allan Kaprow. 03. A Spring Happening - Allan Kaprow.

ligações: �ash mob, improvisação, espontaneidade, interação, tempo-espaço, imprevisibilidade

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O Modernismo Brasileiro surgiu em meio a um período de transição e contradição em que o Brasil se encontrava. Ao mesmo tempo em que começava a se caracterizar como uma nação independente, o país continua-va preso às estruturas tradicionais, mantendo, portanto, uma mentalidade ainda colonial no início do século XX. Os ideais de progresso, industrializa-ção e modernidade coexistiam com a tradição e o conservadorismo das oligarquias rurais. Este período, que sucedeu a Primeira Guerra Mundial, favoreceu a elite paulista cafeeira, resultando em uma mudança radical nas estruturas políticas e econômicas do país. Toda a movimentação das ideias modernistas que predominava na Europa começou a chegar ao Brasil, contaminando jovens intelectuais através da pintura de Anita Malfatti e da escultura de Victor Brecheret. Considera-se que a primeira manifestação coletiva pública da neces-sidade de renovação estética foi a Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre os dias 8 e 13 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Este evento foi uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo e signi-�cou uma profunda ruptura com relação à temática e ao compromisso com a verdade e com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica, em voga até então. Voltando-se para dentro, explorando temáticas de ordem social, colocando em evidência o homem “vulgar” do interior do país, diferenciava-se das vanguardas europeias, que precisavam voltar-se para outras culturas, a�m de buscar novas fontes de inspiração. Porém, há controvérsias a respeito da autenticidade e do “espírito revolucionário” do movimento modernista brasileiro. Segundo Mário de Andrade, um dos principais pensadores da Semana de Arte de 22, o movi-mento foi apenas algo importado da Europa, não trazendo nada efetiva-mente novo para a arte, se comparado ao que já havia sido feito fora, mas considerando “o direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilidade de uma consciência criadora nacional”. O anseio por um nacionalismo primitivo e ingênuo, que recusa qual-quer tipo de arte importada, encontrou no cabloco e na mestiçagem, que outrora foram considerados entraves para o crescimento nacional, fontes integradoras da cultura brasileira. Num primeiro momento, o modernismo brasileiro volta-se para o interior de seu país, buscando formasde expressão que não tivessem sido domesticadas pela cultura burguesa, procurando uma identidade nacional verdadeira e híbrida. Logo após essa descoberta do Brasil pelos modernistas, vieram os manifestos “Pau Brasil” e “Antropofágico”.

Principais NomesAnita Malfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Yan de Almeida, Victor Brecheret, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Manuel Bandeira, Villa-Lobos, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Antonio Gomide.

ligações: vanguardas europeias, antropofagia, pau brasil, semana de 22, identidade nacional, nacionalismo, primitivo, modernização

“Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófa-go.” (Manifesto Antropófago)

Em sua primeira fase, foi apenas um movimento de “burgueses querendo chocar burgueses”, preocupando-se com a liberdade estética, no qual estava ausente qualquer tipo de preocupação política. Na segunda fase, devido ao contexto de crise, enfrentada pelo mundo na década de 30, os artistas assumem uma postura mais critica diante da realidade, trazendo um amadurecimento para a arte moderna brasileira, principalmente a literatura.

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Exposição de Anita Malfatti1917

Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal

1922

Manifesto da Poesia Pau-Brasil

1924

Revista de Antropofagia 1928-29

Segunda Geração Modernista

1930-1945

01. A Boba, 1915 - Anita Malfatti. 02. Cartaz da exposição da Semana de arte moderna, 1922 - Di Cavalcanti. 03. Carregadora de Perfume, 1923 – Victor Brecheret. 04. Os operários, 1933 – Tarsila do Amaral. 05. Lavrador de café, 1934 - Candido Portinari.

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ligações: vanguardas europeias, antropofagia, pau brasil, semana de 22, identidade nacional, nacionalismo, primitivo, modernização

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O Grupo surgiu sem programa preestabelecido, da união espontânea de alguns artistas que alugavam salas no Palacete Santa Helena, antigo edifí-cio na praça da Sé, em 1934 em São Paulo, para utilizar como ateliês. Os primeiros artistas a se instalar no edifício foram Francisco Rebolo, seguido por Mário Zanini. Com a chegada de novos artistas, criou-se um universo de troca mútua, na qual, eram compartilhados conhecimentos técnicos de pintura, sessões de modelo vivo, excursões para a execução de pintura ao ar livre, etc... Não possuíam nenhum compromisso conceitual, porém, demonstra-vam em comum o interesse pela representação da realidade concreta - pintando paisagens cujos focos eram as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias, a paisagem urbana – além de transitarem entre as experi-mentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academicismo ainda presente na arte paulista, se preocupando portanto com o apuro técnico e a volta à tradição do fazer pictórico, caracterizando assim um “modernismo moderado”. Identi�ca-se em uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros como a natureza-morta, o retrato e o autorretrato também foram trabalha-dos pelo grupo. Com a dissolução natural do grupo, os artistas começaram a desenvolver suas carreiras individuais. Alfredo Volpi foi quem mais se desta-cou. Principais NomesFrancisco Rebolo, Humberto Rosa, Vittorio Gobbis, Manoel Martins, Rossi Osir, Clóvis Graciano, Mário Zanini, Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Volpi, Rizzotti.

ligações: revolução de 1930, salões de artes de são paulo, pintura italiana, modernismo, universo industrial paulista, ingênuo

A in�uência européia - principal-mente do  impressionismo  e pós-impressionismo, do novecen-to italiano e do expressionismo se deu pela leitura de livros e revistas ou alguma exposição vinda do exterior, com algumas exceções daqueles poucos que haviam estudado na Europa.

A plástica do grupo pode ser determinada principalmente por sua origem proletária ou da pequena burguesia. Antes, ganhavam a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras.

“ O Santa Helena não começou como um movimento: foi trans-formado em movimento pelos intelectuais”

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Palacete Santa Helena1932

Exposição de pequenos quadros, organizada pela

Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas

1936

Revista de Antropofagia 1928-29

01. Grande Fachada Festiva, 1950 - Alfredo Volpi. 02. Mulata, 1927 - Alfredo Volpi. 03. Igreja de São Vicente - Mario Zanini. 04. Paisagem com casas - Francisco Rebolo.

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ligações: revolução de 1930, salões de artes de são paulo, pintura italiana, modernismo, universo industrial paulista, ingênuo

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A Missão Artística Francesa foi um grupo de artistas franceses que aportou no Rio de Janeiro em 26 de março de 1816 e é uma referência funda-mental para a compreensão das profundas mudanças sofridas pela história das artes plásticas no Brasil durante o século XIX. Liderados por Joachim Lebreton, o grupo tinha por objetivo fundar a primeira Academia de Arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Acompanhavam-no o pintor histórico Debret, o paisagista Nicolas Taunay e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay, o arquiteto Grandjean de Mon-tigny e o gravador de medalhas Charles-Simon Pradier. Durante o período de espera para a realização da missão, que enfren-tou diversas di�culdades, os artistas continuaram com suas atividades. Debret e Grandjean aceitam encomendas reais. O primeiro realiza diversas telas para a família real e o último é o responsável pelo edifício da Academia Imperial de Belas Artes – Aiba e outras obras públicas, como o prédio da Alfândega (atual Casa França-Brasil). Idealizam também, juntamente com Auguste Taunay, a ornamentação da cidade do Rio de Janeiro. Nicolas Taunay, que se viu encantado pela natureza tropical do país, segue pintando paisagens. Debret também se dedida ao ensino de desenho e pintura num espaço alugado, ao mesmo tempo em que criada as aquarelas que marca-riam sua obra da fase brasileira. O grupo da Missão Artística Francesa teve grande importância histó-rica pois, além de fundadores do ensino formal de artes no Brasil, durante sua permanência no país, dentro ou fora da Academia, ajudaram a �xar a imagem do artista como homem livre dentro de uma sociedade burguesa e da arte como ação cultural leiga no lugar da �gura do artista-artesão, submetido à Igreja e seus temas, posição predominante nos séculos anterio-res.

Principais NomesJoachim Lebreton, Jean Baptiste Debret, Nicolas-Antoine Taunay,  Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny, Auguste Marie Taunay,  Charles-Simon Pradier,  Marc Ferrez, Zéphyrin Ferrez.

ligações: queda de napoleão, portugal, academia, ínicio do século XIX, neoclassicismo, frança, rio de janeiro.

Com a morte de Lebreton, e a nomeação do pintor português Henrique José da Silva como diretor, a Academia começou a afastar-se de seus objetivos iniciais, mas os remanescentes da Missão e outros artistas franceses recém chegados procuraram resistir às adversidades criadas pelo novo diretor. Debret acabou por retornar a França.

Devido a causas políticas e sociais como o desprezo da sociedade por assuntos relativos às artes, a Academia demorou muito para começar a funcionar.

Usando como ponto de partida o método impressionista de pintura, Seurat estudou a teoria cientí�ca da visão cromática e decidiu construir seus quadros por meio de pequenas e regulares pinceladas de cor initer-rupta como um mosaico.Esperava que isso levasse a mistura das cores no olho sem que perdessem sua consistência e luminosidade. Essa técnica se tornou conhecida como pontilhismo. (Gombrich)

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O Grupo aporta no Rio de Janeiro

1816

Morte de Lebreton1819

Inauguração da Academia1826

01. Negra Vendendo Caju, 1827 - Jean Baptiste Debret. 02. Frontispício da Academia Imperial, 1891 - Montigny. 03. Busto de Dom Pedro I, 1826 - Marc Ferrez. 04. Castigo de escravo - Jean-Baptiste Debret. 05. Moisés salvo das águas, 1827 - Nicolas-Antoine Taunay.

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ligações: queda de napoleão, portugal, academia, ínicio do século XIX, neoclassicismo, frança, rio de janeiro.

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Início por volta de 1885 até aproximadamente 1905 (emergência dos fauves e cubistas). O pós-impressionismo não é considerado uma vanguar-da com manifesto ou movimento artístico com período, estilo e ideologia de�nidos. O termo pós-impressionismo, criado pelo teórico Roger Fry, é usado para designar uma arte que se desenvolve a partir do impressionismo ou reage a ele. Consideravam a ideia de análise da realidade dos impressionis-tas restritiva, super�cial e ilusionista. Cada artista pós-impressionista tinha um estilo e pesquisas próprias. Essas pesquisas possibilitaram aos artistas posteriores uma in�nidade de novas práticas fazendo com que surgissem novas linhagens na arte, come-çando assim a era das vanguardas. Para trazer renovação na arte ocidental, os artistas pós-impressionistas buscavam inspiração em culturas diferentes das que estavam inseridos. Podemos destacar a relação de Toulouse-Lautrec com a arte japonesa e de Gauguin com a cultura das ilhas do pací�co. Paul Cézanne, um dos mais importantes artistas pós-impressionistas, in�uenciou vanguardas marcantes da história da arte, como o Fauvismo e o Cubismo, por causa de seu método de estruturação geométrica das formas naturais e apreciação direta dos efeitos de luz e cor. Ele é considerado o progenitor do abstracionismo. Vincent van Gogh, outro importante pós-impressionista, in�uenciou mais tarde os expressionistas e fauvistas com suas pinceladas largas de cores fortes e expressivas, sem tentar imitar as cores da natureza. Toulouse-Lautrec precedeu a publicidade e as artes grá�cas, além de estilos como a Art Noveau e simpli�cação do desenho com o uso das cores puras e planas de Gauguin exerce in�uência sobre os fauvistas.

Principais NomesPaul Cézanne, Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Henry de Toulouse-Lautrec.

ligações: cores puras, artes-grá�cas, expressão, cubismo, abstração, vanguardas, frança, primitivo

“Não se sentiam obrigados a respei-tar a natureza tal como a viam. Seus quadros(Cezanne) são, antes, arranjos de formas que aprenderam com o estudo da antiguidade clássi-ca.” (Gombrich)

Algumas pessoas podem considerar os impressionistas os primeiros dos modernos, porque desa�aram as regras da pintura ensinada nas academias. Mas convém lembrar que os impressionistas não diver-giam, em seus propósitos, das tradi-ções da arte que se desenvolviam desde a descoberta da natureza na renascença. Eles também queriam pintar a natureza tal como a viam, e sua controvérsia com os mestres conservadores era menos em torno desse objetivo do que dos meios para alcança-lo. A exploração impressio-nista dos re�exos das cores [...] visavam a criação de uma replica ainda mais perfeita da impressão visual. (Gombrich)

Usando como ponto de partida o método impressionista de pintura, Seurat estudou a teoria cientí�ca da visão cromática e decidiu construir seus quadros por meio de pequenas e regulares pinceladas de cor initer-rupta como um mosaico.Esperava que isso levasse a mistura das cores no olho sem que perdessem sua consistência e luminosidade. Essa técnica se tornou conhecida como pontilhismo. (Gombrich)

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Van Gogh produz A Noite Estrelada

1889

Toulouse Lautrec produz cartazes como Le Chat Noir .

1896

01. Henri de Toulouse Lautrec-Le Chat Noir(1896). 02. Henri de Toulouse, Lautrec-Baile no Moulin Rouge (1890) 03. Van Gogh-A noite estrelada (1889). 04. Paul Gauguin- O Cristo Amarelo(1889). 05. Paul Cezanne - Natureza morta com maçãs e laranjas(1895-1900)

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ligações: cores puras, artes-grá�cas, expressão, cubismo, abstração, vanguardas, frança, primitivo

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Surge como uma corrente pós-impressionista fortemente in�uencia-da pelo trabalho de Paul Gauguin, buscando de novas formas de representa-ção. O termo Nabis vem da palavra hebraica referente a “profetas”, refe-rência à atitude séria e ao mesmo tempo burlesca dos membros do grupo. Começando em 1888 em Paris, inspirados por Paul Gauguin, os “profetas” buscavam fazer uma síntese de tudo o que aconteceu no campo das artes plásticas na época. Além de Gauguin, foram in�uenciados por Odilon Redon, Seurat, Cézanne e pinturas japonesas. Fizeram também cartazes, cenogra�as e ilustrações para livros, in�uenciando a produção de Toulouse--Lautrec. O grupo teve curta duração, mas deixou à Art Nouveau seu legado de exploração de linhas sinuosas e de planos de cor delimitados por contornos. Abriu caminho à arte não-�gurativa. “Uma pintura, antes de ser um corcel, um nu ou alguma historieta, é essencialmente uma superfície coberta de cores que foram dispostas em certa ordem”, a�rmava Maurice Denis, teórico do grupo, referindo-se à inovação formal do grupo. Usando a cor de forma emocional e decorativa, usavam grandes áreas de cores chapadas, criando uma pintura �gurativa forte e viva. Sua inovação, porém se revelava somente no que diz respeito à forma, uma vez que sua temática ainda continuava sendo a mesma temática de movimen-tos anteriores como retratos, interiores, cenas da vida parisiense e, no caso de Denis, cenas religiosas.

Principais nomesPaul Sérusier, Maurice Denis, Pierre Bonnard, Jean-Édouard Vuillard.

ligações: experimentalismo com cores, exploração das formas, gaugin

"uma superfície lisa coberta de cores organizadas" (Les Nabis)

Não pintar a vida, mas tornar a pintura viva (Bonnard)

Procuram um caminho para uma arte espiritual de dimensão universal, constituindo uma das tendências do movimento simbo-lista.

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1907

Publicada ‘Théories’ de Maurice Denis

1920

Jogos Olímpicos em Paris1900

1900

1894

1-Pierre Bonnard-Nu a contre jour(1908) 2- Édouard Vuillard-A Cortina Amarela(1883) 3- Paul Sérusier - O Talismã(1888). 04. Marine bleue, E�et de vague, 1893 - Georges Lacombe.

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ligações: experimentalismo com cores, exploração das formas, gaugin

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A Grande Feira Mundial, evento que reunia as inovações tecnológicas do mundo, acontece em Paris.

Albert Munsell publica “A Color Notation”. Uma tentativa de organizar um sistema de cores.

Em Paris, o “Caso Dreyfus” marca um período em que uma onda de xenofobia e nacionalismo invadia toda Europa. Um o�cial de origem judaica foi acusado e morto inocentemente.

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Surge como uma corrente pós-impressionista fortemente in�uencia-da pelo momento francês do �m do século XIX. Torna-se movimento cons-ciente em 1886, com o Manifesto Simbolista do poeta Jean Moréas. O Simbolismo tem in�uência de peças, pinturas e linhas de pensa-mento orientais. Coloca-se contra a arte acadêmica e o realismo, inclusive a ideia de naturalismo associada ao impressionismo. Nessa época a Europa recebia as in�uências orientais e o pensamen-to realista/parnasiano/lógico entrava em decadência. Caminhou lado a lado com o Realismo e o Pré-Modernismo. No Brasil teve seu �m apenas com a Semana de Arte Moderna de 1922. Foi o primeiro movimento a explorar o mundo inconsciente, funda-mental para correntes posteriores ligadas ao Expressionismo. Utilizou símbolos, evocando emoções e criando imagens do irracional. O estudo de Gauguin de formas “primitivas” originou o Sintetismo e os Nabis. Aprofundou-se no “eu” interior, no inconsciente e na sua representa-ção, tentando mostra o que se passa dentro do artista e suas reais intenções. Representava os elementos e personagens através de ideias subjetivas, sem tornar óbvia a interpretação através da aparência externa. Utilizou temas místicos e alegóricos, sonhos, visões, o oculto, o eróti-co e o perverso, morte e doença, com objetivo de criar um impacto psicoló-gico. Propôs a expressão de ideias através de formas, símbolos sintéticos metodicamente compreensíveis. Alcançou todos os campos da arte, principalmente a literatura e a pintura, os Simbolistas foram os primeiros a declarar que o mundo interior do artista seria um tema mais apropriado à arte que a aparência externa das coisas.

Principais NomesGustave Moreau, Odilon Redon, Maurice Denis, Paul Sérusier, Paul Gauguin, Edvard Munch.Na literatura: Charles Baudelaire- As Flores do MalNa literatura brasileira: Augusto dos Anjos-Eu

ligações: decadentismo, inconsciente, subjetividade, exploração do eu interior.

O simbolismo nas artes plásticas, tal como na poesia, apresentava forte misticismo e referências ao oculto. Procurava diminuir o hiato entre o mundo material e o espiritual. Os pintores deveriam expressar, através de imagens, esses temas e essa visão de mundo, desenvolvidas pelos poetas simbolistas em sua lingua-gem.

A inspiração temática simbolista costumava vir de poesias do movi-mento, além de uma certa �xação em assuntos como a morte, a doença, o erotismo e até a perversidade.

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1886

1857

1922

01. Newton, 1795 - William Blake. 02. Madonna, 1894-95 - Edvard Munch. 04. Thracian Girl Carrying the Head of Orpheus on His Lyre, 1865 - Gustave Moreau.

01

02

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ligações: decadentismo, inconsciente, subjetividade, exploração do eu interior.

É publicado o livro As Flores do Mal, de Charles Baudelaire

Manifesto Simbolista escrito pelo poeta Jean Moréas.

Considerado o �m do simbolismo, com a Semana de Arte Moderna

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Representou a retomada do realismo na arte contemporânea, com destaque no �nal da década de 1960, contrariando as direções abertas pelo minimalismo e pelas pesquisas da arte abstrata. A vida moderna fornece a matéria (temas) e os meios (materiais e técnicas). O �nal da década de 60 foi marcado pela efervescência cultural e desenvolvimento tecnológico industrial nos Estados unidos, pós Segunda Guerra Mundial. Em diálogo com a produção norte-americana, os artistas ingleses aderem à nova linguagem pictórica. Também conhecido como fotorrealismo, a tendência permite �agrar a ambição dos artistas em conseguir a imagem em sua clareza objetiva. A relação entre a foto e a pintura torna-se estreita nesse sentido, sendo um recurso utilizado de muitas maneiras pelos "novos realistas". Antes de tudo, a foto é utilizada como um registro das informações do mundo e então pinta-se a partir delas. Diversos artistas utilizam também a fotogra�a como suporte, pintando sobre a imagem revelada no papel. Outra novidade foi o uso do aerógrafo (airbrush), que nunca toca a tela e que, portanto, não deixa impressas as marcas do gesto e do pincel. A pintura é lisa, sem texturas e sua superfície espelhada - painéis com espe-lhos, vidros e metal reluzente: deslocamento, distorção e re�exo. Na escultu-ra, utiliza-se silicone e �bra de vidro.

Principais artistasChuck Close, Ron Mueck, Duane Hanson, Robert Cottingham, Audrey Flack, Richard Thorpe McLean, Ralph Ladell Goings, Don Eddy, Robert Bechtle, Tom Blackwell, John De Andrea, John Salt, Malcolm Morley, David Hockney.

ligações: fotorrealismo, pós-Segunda Guerra, desenvolvimento tecnológico

"Não acredito que a fotogra�a dê a última palavra sobre a realida-de." Mesmo assim, a�rma, "O foto-realismo não poderia existir sem a fotogra�a". (Richard Estes, 1932)

"O que não é pintura é o que vemos na pintura" (Charles Bell, 1935)

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1965 O ativista americano Malcolm X é assassinado

1973

1960

1960

1961

01. Senhora de Supermercado, 1969 - Duane Hanson. 02. Sem título, 2000 - Ron Mueck. 03. Lucas, 1987 - Chuck Close. 04. Black Girl, 1980 - Robert Cottingham. 05. Mark, 1978-79 - Chuck Close.

ligações: fotorrealismo, pós-Segunda Guerra, desenvolvimento tecnológico

Jânio Quadros vence as eleições presidenciais no Brasil.

John Kennedy eleito como um dos presidentes mais populares dos EUA

A Alemanha é dividida em duas pelo Muro de Berlim01

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02

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O termo Hyperréalisme é criado pelo galerista belga

Isy Brachot para nomear a exposi-ção em Bruxelas.

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Por quanto tempo um cavalo pode dirigir um peixe que está morrendo? O dadaísmo foi uma vanguarda artística surgida no ano de 1916 em Zurique, estendendo-se por várias metrópoles do mundo, como Nova York, Paris, Berlim, Hanover e Colônia. O movimento se inicia como uma reação à Primeira Guerra Mundial por jovens artistas indignados perante a falência e hipocrisia de valores estabelecidos pela sociedade. Foi um movimento de ruptura e desalinho, que propunha a seguinte pergunta, válida até os dias atuais: “Há limite para a arte?”. Segundo Duchamp, grande representante da vanguarda em questão, mais do que um movimento, o Dadaísmo era antes um estado de espírito. O nome vem da palavra francesa “dada” que em francês signi�ca “cavalo de madeira”. O primeiro Manifesto Dadá nos esclarece: “Cada coisa tem a sua palavra; pois a palavra própria transformou-se em coisa. Porque é que a árvore não há-de chamar-se plupluch e pluplubach depois da chuva? [...] A palavra, a palavra, a dor precisamente aí, a palavra, meus senhores, é uma questão pública de suprema importância.” Para as convenções da época, esses artistas beiravam a loucura. Usavam o primitivo e o irracional para questionar toda a razão e lógica até então formada. Tinha, ao contrário de outras correntes artísticas, um cunho crítico muito mais amplo, utilizando dos mais variados meios (revistas, manifestos, exposições, etc.) para contestar valores passados e atuais, com gosto pelo escândalo, pelo radical e, principalmente, pelo non-sense. Antecipou questões e práticas básicas do pós-modernismo, como por exemplo a Body Art, a instalação, a performance, a arte feminista, o happening e a relação da arte e vida. Um marco na história do dadaísmo, a conhecida Roda de Bicicleta (1913), nasceu para não ser obra¹. O próprio Duchamp disse em seu livro Engenheiro do Tempo Perdido que não sabe por que fez aquilo: fez por que tinha vontade e só. Este artista foi profundamente inconoclasta. Em Nu Descendo uma Escada nº2 (1912) (que foi rejeitado até mesmo pelos Salões de Arte vanguardistas) o corpo foi reduzido, diferentemente do cubismo, não às suas vistas diferenciadas e descontínuas, mas a um esquema elementar ². O primeiro ready-made (nome que surgiria um ano depois nos EUA), a famosa Fonte, um urinol no qual a única alteração feita foi a assinatura de um pseudônimo por Duchamp. O fundamento de seu trabalho foi, daí por diante, “produzir” coisas não estéticas, que não se prestassem à contemplação e, portanto, que não fossem obras de arte segundo nenhum dos possíveis padrões da época. “Ao transformar qualquer objeto escolhido ao acaso em obra de arte, Duchamp realiza uma crítica radical ao sistema da arte” ³ Embora em 1922 o dadaísmo termine, teve fortes ressonâncias nos movimentos e tendências subsequentes. Vários dos artistas dadaístas tomaram as rédeas do surrealismo.

Principais nomesMarcel Duchamp (1882-1968), Jean (Hans) Arp (1886-1966), Kurt Schwitters (1887-1948), Tristan Tzara (1896-1963), Hugo Ball(1886-1927), Man Ray(1890-1976), Fraçois Picabia (1879-1953), Max Ernst(1891-1976)

ligações: cubismo, futurismo, arte&vida, conceito, polêmica, nonsense

"Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifes-tos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela a�rmação também, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom-senso." (Tristan Tzara)

"A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta". (Tristan Tzara)

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1914 O modelo Fordista de produção ultrapassa a

marca de venda de todas as outas montadoras de automóvel juntas

1917 Revolução Russa

1918 Fim da primeira guerra mundial

1929 Inicio do Governo Stálin na União Soviética

1914 Início da primeira guerra mundial

01. Nu descendo uma escada, 1912 - Marcel Duchamp. 02. Roda de Bicicleta, 1913 - Marcel Duchamp. 03. L.H.O.O.Q.,1919 - Marcel Duchamp . 04. Ingres violin,1924 - Man Ray. 05. Capa de what is dada,1923 - Theo van Doesburg.

ligações: cubismo, futurismo, arte&vida, conceito, polêmica, nonsense

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A Pop Art foi um movimento que emergiu nos anos 50 na Inglaterra e EUA em meio ao boom consumista e otimista. A origem do termo é desconhecida, mas é comumente creditada ao crítico de arte Lawrence Alloway, apesar de que, no livro em que esse termo aparece, ele tenha usado a expressão “cultura de massa popular” e não “arte pop”. Os artistas defendiam uma arte popular que se comunicasse diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e vida cotidiana. Como um dos maiores movimentos artísticos do sec. XX, foi caracterizado por temas e técnicas inspirados na televisão, �lmes, publicidade, quadrinhos e midia em geral. Foi largamente interpretado como reverso ou até mesmo a reação ao Expressionismo Abstrato. Opôs-se ao elitismo cultural que dominava o cenário artístico. Uma das primeiras imagens relacionadas ao movimento da Pop Art foi a colagem de Richard Hamilton (1922), chamada O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?, de 1956 e que carrega já temas e técnicas dominantes desta nova expressão. Andy Warhol foi a �gura mais conhecida e mais controversa da pop art, mostrando sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual. Suas obras remetiam à “impessoalidade dos objetos”, trazendo à tona seus aspectos vazios, sejam eles latas de sopa, garrafas de coca-cola e automóveis ou �guras públicas como Marilyn Monroe e Elvis Presley. A Pop Art surgiu objetivando criticar de uma forma irônica bombardeamento de objetos de consumo no qual a sociedade se encontrava imersa. Mas desde cedo - e até hoje - foi duramente criticada por não corresponder às suas próprias proposições: não raro as obras de Pop Art tornavam-se objeto de consumo desenfreado, contribuindo assim para o fortalecimento do sistema que combatia. A partir de 1963 a pop art começa também a conviver a e incorporar em suas manifestações a tragédia da violência racial e guerra provindas da Guerra do Vietnã e Guerra Fria, sendo, hoje em dia, atualmente largamente incorporada tanto em manifestações de caráter contestatório de oposição quanto em propagandas políticas, como nas recentes eleições para presidente dos EUA onde o designer Shepard Fairey criou pôsteres com in�uências diretas da Pop Art e sua produção de ideias imagéticas massi�cadas.

Principais nomesAndy Warhol (1928 - 1987), Peter Blake (1932), Wayne Thiebaud (1920), Roy Lichtenstein (1923 - 1997), Jasper Johns (1930)

ligações: consumo, eua, video, publicidade, identidade, cultura de massa, reprodutibilidade, guerra fria, american way of life

“No futuro todos serão famosos durante quinze minutos” (Andy Warhol)

“Nos anos 60 fruti�cou entre os artistas brasileiros uma tendência irônica derivada da Pop art norte--americana re�etindo o clima tenso criado pelo regime militar imposto em 1964. Aderindo apenas à forma e à técnica utilizada na Pop art os artistas expressaram a insatisfação com a censura instalada pelo regime militar” (wikipedia)

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1951 Primeira Bienal de Artes de São Paulo

1953 Lançado o �lme “os homens preferem as loiras”, com

Marilyn Monroe

1955 Inicio da guerra do Vietnam (1955–1975)

1961 Inicio da construção do Muro de Berlim

1964 Instaurado o Regime Militar no Brasil

1945

1950

01. Elvis Presley - Andy Warhol. 02. Mao - Andy Warhol. 03. Three Flags, 1958 - Jasper Johns. 04. Marilyn - Andy Warhol. 05. Just what is it that makes todays homes so di�erent, so appealing, 1956 - Richard Hamilton. 06. Crying girl,1964 - Roy Lichtenstein.

ligações: consumo, eua, video, publicidade, identidade, cultura de massa, reprodutibilidade, guerra fria, american way of life

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Henri Matisse recebe o prêmio da Bienal de Veneza.

Fima da segunda Gurra Mundial e início da Guerra

Fria (1945-1991)

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A “casa da construção”, ou bauhaus, em alemão, foi uma escola de o�cios manuais e arquitetura criada na Alemanha em 1919 por Walter Adolf Gropius e concentrava em sua ideologia a tentativa de se aliar a forma e a função dentro de um mesmo projeto, ou seja, os artistas-criadores deveriam trazer suas bagagens estéticas a �m de aplicá-las em algum objeto que pudesse encontrar funcionalidade dentro da vida cotidiana das pessoas. Esse pensamento traz em si os moldes da sociedade pós-segunda revolução industrial. A proposta de Gropius para a Bauhaus unia em um único projeto a dimensão estética, social e política. Sua tentativa era a de trazer novos ares ao estilo arquitetônico, de modo que re�etisse a esperaça de um novo período na história do mundo pós-Primeira Guerra Mundial. Tratava-se de formar novas gerações de arquitetos, escultores e pintores de acordo com um ideal de sociedade civilizada e democrática, em que não há hierarquia, somente funções complementares. Os objetos produzidos deviam ter um projeto que abarcasse baixo custo, produção em larga escala, usabilidade e beleza estética, direcionando sua produção “de acordo com as necessidades de uma faixa mais ampla da população, e não de uma camada social e economicamente privilegiada” Durante sua existência teve em seu corpo docente pessoas como Wassily Kandinsky e Paul Klee, e seu programa de ensino focava nas habilidades de criação manuais do estudantes com o�cinas de madeira, pedra, argila, metal etc, curso de desenho básico de arquitetura e de geometria. Não se ensinava, porém, história dentro da instituição até o terceiro ano de curso pois acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais em vez de ser in�uenciado por padrões herdados do passado. Foi uma das primeiras escolas que aliavam design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda. Tinha em suas produções uma severa geometrização e a utilização de novos materiais. Apesar de seu fechamento em 1933 por conta de uma série de perseguições por parte do governo hitleriano que considerava a escola como profusora de pensamentos comunistas pelo seu estilo educacional, Bauhaus ainda é tida como um marco dentro do pensamento arquitetônico e exerce grande in�uência para o design mundial com seu pensamento simpli�cador e direto, que visa atingir o essencial dentro da criação de objetos de consumo e de cartazes. Recentemente, em 2007 foi reformada e reaberta, mantendo seu projeto arquitetônico original, com o destaque para a sala de Walter Gropius, que foi mantida inalterada.

Principais nomesWalter Gropius (1883 - 1969), Johannes Itten (1888 - 1967), Marcel Breuer (1902-1981), Theo van Doesburg (1883 - 1931), Wassily Kandinsky (1866 - 1914), Paul Klee (1879 - 1940), László Moholy-Nagy (1894 - 1946), Hannes Meyer (1889 - 1954).

ligações: design, arquitetura, construtivismo russo, toulouse-lautrec, wassily kandinsky, paul klee, minimalismo

"Criemos uma nova guilda de artesãos, sem as distinções de classe que erguem uma barreira de arrogância entre o artista e o artesão” (Walter Gropius)

A economia nas linhas e nos apetre-chos confrontam-se com outros estilos artistico-arquitetônicos do passado como por exemplo a Art-nouveau.

Um dos movimentos que in�uen-ciou o pensamento da Bauhaus foi o Construtivismo Russo, onde objetos artisticos se inseriam na vida cotidiana das pessoas, reesta-belecendo a função do artista como somente mais uma na sociedade, sem aura, feita pra servir às necessi-dades do povo.

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1919 Fundação da escola por Walter Adolf Gropius

1870 Segunda revolução indus-trial

1933 Fechamento da escola pelos Nazistas

1918

01. Cartaz da exposição realizada em Wiemar, 1923. 02. Chair - Mies van der Rohe. 03. Cabinet for periodicals, design 1923 - Walter Gropius. 04. Letreiro na fachada do prédio da Bauhaus. 05. Tubular steel chair, design 1928 - Marcel Breuer.

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Fim da Primeira guerra mundial

ligações: design, arquitetura, construtivismo russo, toulouse-lautrec, wassily kandinsky, paul klee, minimalismo

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“Tornou-se manifesto que tudo o que diz respeito à arte deixou de ser evidente, tanto em si mesma como na sua relação ao todo.” (Adorno - Teoria Estética, 1970)

“teríamos uma arte melhor se as pessoas não necessitassem gostar de arte para, então, gostar de arte” (@hirstdamien, 2012)

“Durante os anos 90, a democrati-zação da informática e o surgi-mento do sampleamento criaram uma nova paisagem cultural, cujas �guras emblemáticas são os DJs e os programadores. [...] A supremacia das culturas da apro-priação e do novo tratamento dado às formas gera uma moral: as obras pertencem a todos.” (Bourriaud - Pós-Produção, 2004)

“A América Latina tem cinco séculos de história de ser uma colônia, sem nenhuma pausa para assumir a si mesma. A tarefa permanece - construir a sua própria cultura, achar uma identi-dade cultural.” (Luis Camnitzer - Arte contemporânea colonial, 1970)

“[...] tendo descoberto a intermí-dia, agora o problema central não é mais apenas o formal, de apren-der a usá-los, mas o problema novo e mais social de para que usá-los? Tendo descoberto as ferramentas com um impacto imediato, para que vamos usá-las?” (Dick Higgins - Declara-ções sobre a intermídia, 1966)

Na década de 60, a Pop Art revolucionou a história da arte, transformando o modo de se fazer e principalmente de se ver a arte. Continuando o legado do Dadaísmo e seus ready-mades, a Pop Art estreitou ainda mais a relação que viria a ser uma das premissas básicas desse nosso período contemporâneo: a relação entre a vida cotidiana e a arte. Uma característica importante da arte contemporânea é a divergência marcante de estilos e práticas. A narrativa modernista, baseada em vanguardas e manifestos, é desa�ada por artistas que não mais querem descobrir a verdade de�nitiva sobre uma arte pura, mas pretendem criar uma multiplicidade de atitudes e abordagens em uma história da arte não-linear, sem a ideia de progresso. A pluralidade de estilos e de linguagens convivendo, contraditória e independentemente, é uma característica da contemporaneidade. Não existem mais estilos ou movimentos de vanguarda como se dava na modernidade, não há mais lugar para a�rmações e verdades absolutas. Um fator importante para a leitura de uma obra de arte contemporânea é o contexto em que ela está inserida. Algumas vezes esse contexto (social, político, cultural, cientí�co, etc.) toma tanta importância na obra que ela chega a ser confundida com uma pesquisa antropológica, uma reportagem ou uma experiência cientí�ca. A hibridização dos campos de conhecimentos são questões comuns não somente à arte, mas a toda a contemporaneidade. Alguns temas bastante caros à arte contemporânea são a política e as identidades culturais em uma sociedade globalizada, onde a relações das pessoas com o espaço e tempo são radicalmente alteradas pelos meios de comunicação e transporte. Em meio a esse processo de globalização era impossível ignorar a existência e importância da produção artística de países do terceiro mundo (culturalmente dominados). A participação da mulher na história da arte foi reavaliada assim como se considerou a importância de toda a cultura marginal para o desenvolvimento da arte. De uma maneira genérica, podemos dizer que dentro do conceito de arte contemporânea encontram-se experiências culturais muito díspares – tanto no sentido de englobar artistas de origens diversas, que incorporam atores sociais diversos (como as “minorias”), quanto no sentido do uso de novas mídias, tecnologias e suportes diversos. As obras muitas vezes articulam diferentes linguagens – performance, música, pintura, escultura, instalação, body art, etc. – , desa�ando as classi�cações e a própria de�nição de arte, bem como o mercado e o sistema de validação da arte. A liberdade de práticas artísticas da contemporaneidade proporcionou aos artistas a possibilidade de ter como suporte e material de trabalho o lixo, o corpo, às palavras, os conceitos, o vídeo, as novas tecnologias, os espaços, a mídia e até mesmo a tela e a tinta. Todas as práticas e técnicas podem ter uma abordagem contemporânea.

Principais movimentos e práticas da arte contemporâneaPop Art, Minimalismo, Arte Conceitual, Land Art, Performance, Body Art, Instalação, Videoarte, Arte Povera, Op Arte, Arte Cinética, entre outros.

ligações: hibridismo, poética, processo, polêmica, experimentação, suportes, conceito, interatividade, proposições, autoria, reprodução

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1981 - Primeira transmissão da Musical Television Video - MTV, o canal de

TV a cabo norte-americano de música.- Entra em operação o Sistema Brasileiro de Televisão - SBT, com a transmissão do discurso de seu proprietário, o apresenta-dor e empresário Silvio Santos.- Hosni Mubarak torna-se presidente do Egipto.- Casamento de princesa Diana com Príncipe Carlos.

1989 Queda do muro de Berlim

1991 Fim da URSS

1992 Impeachment de Fernando Collor de Mello, presidente do Brasil

1994 1994: - implantado o Plano Real no Brasil.

-Brasil tetracampeão da Copa do Mundooo!

1997 1997: exibição do primeiro episódio do Pokémon

1999 Cientistas escoceses produzem clone de uma ovelha (Dolly).

2001 Atentados com aviões destroem o World Trade Center e parte do

Pentágono, em Nova York.

2005 Exibição do primeiro episódio de Ben 10

2006 - Na Bolívia, Evo Morales torna-se o primeiro presidente de origem

indígena- Hugo Chávez é reeleito presidente da Venezuela.

2008 Damien Hirst fatura 140 milhões de euros em um único leilão, com

223 peças suas. Antes dele, o recorde era de Picasso, com um leilão de 88 das suas obras que se traduziu num lucro de 20 milhões de dólares em 1993.

2010 Obra "Bandeira branca", de Nuno Ramos, exposta na 29ª Bienal de

São Paulo, causa polêmica entre ambien-talistas e o Ibama revoga licença retirando os três urubus vivos expostos na obra.

ligações: hibridismo, poética, processo, polêmica, experimentação, suportes, conceito, interatividade, proposições, autoria, reprodução

01. Keep It Spotless (Defaced Hirst), 2007 - Banksy. 02. The Broken Dream, 2008 - Damien Hirst. 03. Super Muçulmano, 2003 - Şener Özmen. 04. Untitled, 1992-1993 - Felix Gonzales-Torres. 05. Head On, 2006 - Cai Guo Qiang . 06. Derrubando uma urna da dinastia Han, 1995 - Ai Weiwei.

ligações: hibridismo, poética, processo, polêmica, experimentação, suportes, conceito, interatividade, proposições, autoria, reprodução

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Com a segurança adquirida de seu traço, é possível que você caia em algo chamado de zona de conforto. É quando nossos desenhos �cam pareci-dos entre si e - não raro - justi�camos o ocorrido com a palavra estilo. De fato, estilo é o reconhecimento da repetição de alguns elementos, da criação de um padrão. Mas isso ocorre naturalmente. Ao tentar “forçar” um estilo próprio você acaba se privando de experimentar. Você pode sentir-se acomodado e passar a desenhar sempre a mesma coisa, achando que apren-deu e essa é a maneira correta de se desenhar. Mas se você acha que pregos é o melhor suporte para se pendurar um relógio na parede, quando você não tiver pregos como é que pendurará o relógio? É sempre bom estar tentando criar soluções novas em sua vida e em seus desenhos. Não se preo-cupe em fugir do seu estilo, pois isso pode te deixar engessado em uma forma de desenhar conformada.

Exemplo: experimente desenhar aquela veeeeelha casinha com chaminé sobre uma montanha com cerquinhas e árvores frutíferas e um sol sorriden-te. Que soluções novas você dará a essa representação?

ligações: estilo, zona de conforto, criar soluções

Desenhe qualquer coisa que se encontre a sua frente. Pre�ra primeiro pequenos objetos comuns: garfo, vasos de �ores, livros, etc.

Pense primeiro na categoria. “Ferramentas”, “utensílios de cozinha”, “chapéus”, “vermelho” ...Com a categoria na mente, poderá identi�car alguns objetos familiares. Por exemplo: a ideia de“pesado” leva você a pensar em ”tijolo, âncora, bigorna”. O “Vermelho” o conduz a “tomate, rosas, nariz de rena”. “Encaracola-do” leva-o para “pretzel, trepadei-ras, estradas rurais”.

Tente explorar alfabeticamente. Não �que rindo. Isso funciona muito bem. Pode usar também um dicionário para que funcione ainda melhor. “ Abelha, avestruz, avião, ... bacalhau, bactéria, bolsa... caldeira, colher, carneiro...”

Desenhar um par de óculos com brilho que pareçam verdadeiros pode ser um desa�o bem interes-sante. Por isso, você deveria se contentar com a possibilidade de os óculos que você desenhar cumprirem com o objetivo de serem reconhecíveis. Mas se insistir em dar o melhor de si mesmo, experimente óculos com personalidade. Consulte a pilha de sugestões: desenhe um par de óculos que foram atropelados por um carro, descartados por falhas de fabricação, pertencentes a um pirata, feitos de macarrão úmido, com limpador de para-brisa, desenhados por um cubista, para alta velocidade, pertencentes a uma atriz famosa, usados por uma velhinha.

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As pessoas tendem a �car menos seguras a partir do momento em que adquirem informação crítica. Como é sua relação com a segurança de seu traçado??

Quando éramos crianças, ou quando tínhamos um corpo menor ue um metro e vinte centímetros, costumávamos desenhar. E era um desenho certeiro. O traço era �rme e decidido. Pois não tínhamos na cabeça nenhuma convenção criada sobre os valores do nosso desenho. Nós não nos importá-vamos com valores. Agora somos tendenciosos a aceitar a pressão do ambiente e fazer julgamentos. Vamos rever alguns desenhos nossos da época em que rabiscávamos rodapés. Quantas vezes você já tirou do papel a ponta do lápis para desenhar hoje? Experimente ou reexperimente desenhar algo sem tirar a ponta do lápis do papel.

Sugestão: desenhe o que você escolheu vestir hoje nos pés.

ligações: traço, decisão, desenho infantil

A coordenação motora é uma característica do ser humano e é adquirida com treino. Quando pequeninos mal sabíamos pegar em uma colher para tomar sopa. Hoje realizamos essa sequência com perfeição. Com o desenho é a mesma história. Nem sabíamos pegar no lápis para desenhar, porém nao tínhamos medo algum de rabiscar. Talvez hoje em dia sejamos inseguro em relação ao ato de nos alimentar. Pense na ideia de treinar sua mão. Ela nos é útil para diversos �ns. Observe como sua mão que normalmente não desenha é mais segura e não tem medo de arriscar a desenhar.Experimente desenhar com ela.

Quando éramos pequenos, muitas vezes ultrapassavamos o limite da folha de papel. Nós não tinhamos medo de ir além da margem, que já era a própria folha. Pensar nessa liberdade pode ser um bom cami-nho.

Desenhe sem olhar. Procure dese-nhar uma xícara, por exemplo, sem olhar (olhe apenas para sua mão). Depois, para mudar, olhe apenas para a xícara e não para sua mão.

Experimente desenhar no ônibus.

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O que é um bom desenho?Se essa pergunta caísse pra você, o que você responderia?Escreva aqui: ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................Você acha o seu desenho um bom desenho? ....................................................................................................................................................

O que você acha dele?...................................................................................................... ...................................................................................................................................................

O que sua mãe acha dele? ...................................................................................................................................................................................................................................................

Há convenções sobre os valores do seu desenho. Às vezes nós mesmos somos as pessoas que criamos as convenções do próprio desenho. E essas convenções são fatores limitantes, que acabam desestimulando o nosso gostar por desenhar.

Por exemplo, você gosta de arroz doce?

Você acha arroz doce certo ou errado?

É isso. Não há resposta certa ou errada para essa pergunta e não há resposta certa ou errada para o que se considerar bom ou ruim em um dese-nho. Continue desenhando : )

ligações: desenhar, convenções, arroz doce

Quando desenhar, mantenha um ritmo razoável. Não �que agonia-do com a sua obra, nem tente fazê-la de uma vez. Nenhum desses extremos possui virtudes especiais.

Desenhe, produza e crie.Não tenha medo quando alguém bisbilhotar seus desenhos e procu-re não levitar extasiado quando alguém os elogiar.Trabalhe para si mesmo.

Estima-se que a população mun-dial logo atingirá os 8 bilhões de pessoas. É muito difícil fazer com que um grupo tão numeroso concorde plenamente em muitas questões. Portanto, a reação do mundo perante sua arte será inevi-tavelmente variada.

Alguns desenhos funcionam. Outros não. Algumas vezes, o primeiro traço o conduz natural-mente para o traço seguinte, e esse para um terceiro, e assim sucessi-vamente. Outras vezes, seu primei-ro traço o leva a lugar nenhum. Qual é a diferença? Os mais reno-mados experts em arte concordam que se trata de...sorte. Alguns dese-nhos são afortunados, outros não. Mas não �que alarmado. Aqui existe uma maneira de dar excelente uso a esta verdade:Quando um desenho funciona, a responsabilidade é toda sua. Quando um desenho não funcio-na, você não tem a ver. A culpa é do desenho.

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Quantas vezes você tentou desenhar algo que estava aí na sua cabeça e, de repente, quando colocou no papel aquela folha A4 bem bran-quinha no início, você se sentiu frustrado e por consequência até amaçou ou rasgou a folha?Escreva quantas:

Você já parou para pensar que você não sabia o que estava desenhando?

Se a intenção era desenhar um círculo bem circular, daqueles redon-dinhos, e saiu um círculo mais ou menos circular é porque não andamos estudando nosso objeto. É preciso conhecer o que estamos desenhando; daquilo que vamos falar seja com palavras ou linhas ou borrões ou o que quiser. A prática tende a aproximar a intenção do resultado. Não há atalhos, tem que estudar mesmo danadinho. Vamos começar! Imagine que você está bebendo o que você mais gosta de beber. Como é o recipiente em que você toma essa bebida dos Deuses? Quantos lados diferentes possui?

aqui quatro vistas/quatro ângulos diferentes do seu recipiente:

ligações: estudo, quatro vistas, folha em branco

A principal regra que determina por onde deve começar seus dese-nhos é...variável. Em termos gerais, comece pela parte que imagina ser a mais difícil. Assim, caso você saia do rumo, isso irá acontecer no início. se tudo sair bem, você terá decolado.Onde �ca a parte mais difícil? Geralmente a parte mais difícil está na “ideia essencial”, no núcleo do desenho, alguma coisa sobre a qual habitualmente deseja re�etir antes de pôr em movimento o lápis ou hidrocor.

Quando trabalhar com base em um modelo real - alguma coisa na frente de seus olhos - existe o problema do excesso de informa-ção: você está vendo muito mais do que consegue colocar na folha. Capturar tudo isso com lápis e papel é algo como tratar de carre-gar uma cachoeira em uma xícara. Você é invadido por certa desespe-rança.Não se desespere. Os desenhos melhoram com o tempo. Posterior-mente, quando o objeto real não estiver mais na sua frente, o dese-nho, repentinamente, irá �orescer. Você �cará deslumbrado ao ver quanta água de uma cachoeira cabe em uma xícara.

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Há uma verdade diante de nossos olhos que muitas vezes não enxer-gamos. E que praticar essa verdade a partir de agora resolverá seu problema com o bicho chamado perspectiva. É o que chamamos de truque de artista. Assim você passará na prova de aptidão com mérito(se o mérito lhe for muito importante). Mas basicamente é o seguinte: tudo que está longe é menor do que tudo que está perto. Imagine ou desenhe uma �la de pessoas em profundidade. Indepen-dente de seu tamanho exclusivo a primeira pessoa será sempre maior do que a ultima. Imagine ou desenhe uma �la de pessoas subindo um morro. A primeira pessoa a chegar ao pico do morro aparecerá por completo em quanto que a ultima estará desaparecida atrás do morro. Assim, tudo que está muito longe é praticamente invisível, resumindo-se num ponto. Ou ponto de fuga. Cada objeto tridimensional possui no mínimo um ponto de fuga, um lugar onde todas as linhas que partem dele se encontram e desaparecem. Ao desenhar um objeto na perspectiva correta, deverá ter esse ponto de fuga em mente. Experimente. Siga o exemplo e construa novos objetos no ambiente.

ligações: ponto de fuga, linha do horizonte, profundidade

É relevante alertar que o uso de régua neste caso dá um traçado mais preciso. As linhas provavel-mente se encontrarão no momen-to certo.

Assim como acontece com as demais “regras” associadas ao desenho, não a aplicamos de maneira rígida. Damo-nos por satisfeito com que você tenha presente que o ponto de fuga existe. Em qualquer um de seus desenhos poderá ignorá-la delibe-rada e alegremente, ou comprimentá-la ao passar: você terá nossa total aprovação.

Experimente fazer um cubo maior em perspectiva em uma outra folha. Dê alguns detalhes a ele. Pense na ideia de ser uma casa. Construa janelas, portas. Ruas e calçadas. Postes de luz, árvores. E não se esqueça da proporção humana. Coloque uma pessoa que compativelmente consiga entrar na sua construção. E o mais impor-tante de tudo, divirta-se!

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Esse era o golpe que faltava para você aplicar na sua provinha de apti-dão. Aquela cartinha na manga. É sempre bom lembrar que você é livre para fazer suas escolhas. Você pode muito bem viver uma longa vida artística repleta de satisfações sem ter aplicado jamais uma sombra ou um matiz em seus desenhos. Ou você pode adicionar sombras em tudo o que �zer. Tudo dependerá de seu desenho, de seus olhos e de como você se sente em determinado momento. Quando decidir adicionar sombras, você deverá formular a pergunta a seguir: de onde vem a luz que ilumina seu objeto? De cima? De baixo? Da esquerda? Da direita? A luz chega de todas as partes, mas geralmente há uma fonte principal, e isso é o que desejamos que você tenha em mente. Faça um teste. Observe essa singela exempli�cação e construa outras. Coloque alternativas para a luz emergir. Se alguma dúvida aparecer, temos certeza que além de sua mãe, nós também teremos o imenso prazer de tentar solucionar com você!

ligações: direção, volume, drama

As sombras tem o poder de acen-tuar o que estamos querendo dizer. Elas conferem maior drama ao desenho. Assim as �guras podem ganhar mais peso, realis-mo, mistério, altura...

Há diversos modos de se represen-tar uma sombra. Usualmente costuma-se esfregar com o dedo ou utilizando um esfuminho. Mas as hachuras podem lhe parecer bem interessante. São sequências de traços �nos, um ao lado do outro, que vão se sobrepondo em diferentes posições.

Nada melhor para um bom estudo do que a observação. Use seus olhos e comece a reparar nas sombras pelos ambientes em que frequenta. Pare. Olhe. Desenhe. A noite pode ser um bom amigo- tira-dúvidas. Nela as sombras se acentuam. Tire fotos se possível, e passe a desenhá-las cada vez mais.

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(VUNESP - 2012) Faça um PROJETO para uma obra de arte que utilize um martelo, um chapéu e uma bicicleta. Podem ser utilizadas as imagens desses elementos e os próprios objetos na obra, ou seja, a obra poderá ser um desenho, uma pintura, uma fotogra�a, um vídeo, uma escultura, uma instalação, uma performance ou outras modalidades de arte.Para apresentar o PROJETO, utilize a linguagem visual (desenhos, plantas e esquemas) e a verbal (palavras, textos) de maneira que qualquer pessoa possa entender como será a obra. Serão avaliadas criatividade, organização e clareza.Material: lápis preto e/ou caneta esferográ�ca preta.

(MACKENZIE - 2005) Amasse livremente a folha A4 fornecida e coloque-a sobre a mesa. Faça, em seguida, um desenho da folha amassada, considerando, nesse desenho, fundamentos como luz, sombra, volume, proporção, textura e perspectiva.NÃO CORTE, NÃO RASGUE, NÃO FURE E NÃO PICOTE A FOLHA.

(FUVEST - 2009) Nas coleções de arte, particulares ou públicas, são conservados croquis, esboços, estudos, anotações, escritas, projetos associados às obras de arte, sejam elas realizadas em desenho ou qualquer dos outros meios das artes visuais. A relação entre os estudos e as obras é sempre instigante para analisarmos aspectos ligados ao pensamento visual.O que propomos para essa prova é que se utilize uma das duas folhas recebidas para anotar, fazer estudos, projetar, esboçar elementos relacionados ao desenho que será realizado na segunda folha de papel. A escolha dos materiais e as maneiras de proceder, assim como os temas a serem desenvolvidos, são de livre escolha de cada candidato.

(VUNESP - 2011) Faça um desenho representando um sonho. Avaliação: criatividade, composição, habilidade grá�ca e temática.Material: Lápis HB, 3B, 6B e lápis de cor.

(VUNESP - 2011) Recorte e cole na folha de papel canson. Faça uma intevenção criativa a partir da imagem.

Avaliação: criatividade e potencialidades conceituais.Material: Lápis HB, 3B, 6B e lápis de cor.

(VUNESP - 2012) Escolha uma das seguintes palavras e represente seu signi�cado através do próprio desenho da palavra.

• Rever • Suave • Corpo

Serão avaliadas criatividade, qualidade grá�ca e utilização das cores e do gra�smo.Material: livre com utilização de cores.

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(FUVEST - 2008) Muitas pessoas têm ou já tiveram um diário, onde a memória é retida mais comumente por meio de palavras. Considere a folha de papel recebida um lugar para desenhar algo memorável, ocorrido nos últimos dias. Inclua nesse ou nesses desenhos elementos que possam ser observados agora, no lugar onde você está. O verso da folha poderá ser utilizado para estudos, esboços, anotações prévias, que serão levadas em consideração na sua avaliação.A utilização dos lápis de cor, que você recebeu, é opcional.

(UNICAMP - 2009) 1. Com o objeto fornecido (catavento), desenvolva um desenho de observação enfatizando a linha. Finalidade: Avaliar a capacidade de compreender e representar gra�camente as estruturas e dimensões. Tempo: 25 minutos.

2. Escolha um formato adequado da folha de papel canson e desenhe novamente seu objeto considerando uma das relações de contraste abaixo apresentadas.

Finalidade: Avaliar a capacidade de realizar uma composição criativa a partir dos efeitos sugeridos pelos binômios ou contrastes apresentados. Tempo: 50 minutos

3. Com base nos resultados obtidos nas duas questões anteriores, construir uma terceira imagem relacionando cor e forma, por meio de desenho, colagem ou outro procedimento que considerar mais adequado. Utilize qualquer material indicado no Manual do Candidato. Finalidade: Avaliar a capacidade de expressão e re�exão na construção da imagem. Tempo: 50 minutos.

(UNICAMP - 2011) “Uma superfície bidimensional sem nenhuma articulação constitui uma experiência morta. A base de todo processo vital é a contradição interna. A qualidade vital de uma imagem é gerada pela tensão entre as forças espaciais, isto é, pela luta interna entre a atração e a repulsão dos campos de forças.” (Gyorgy Kepes, Language of vision. Chicago: Paul Theobald, 1944, p.59.)

Faça um desenho de observação do entorno considerando o texto acima. Material a ser utilizado: Papel canson e lápis gra�te em diferentes gradações.

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