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TRABALHO APRESENTADO à CADEIRA DE REDAÇÃO JURIDICA sob ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR Marcelo Conrado, III período do curso de Direito, Faculdade Estácio de Sá em Curitiba. Autores: Ribeiro, Edilson . Filosofo, Mestre em Educação, Estudante de Direito e Educador no Colégio Medianeira. COLOMENO, Leonora. Graduação em Química, Mestre em Educação, professora do Ensino Médio; Curitiba, setembro de 2012. Faxinais conquistam desenvolvimento sustentável, qualidade de vida através da ARESUR, (Área especial de uso regulamentado) no Paraná. O governo do Paraná cria em 1997 através do decreto 3466/97, reconhecendo a importância das comunidades faxinalenses para a manutenção dos recursos naturais. A ARESUR (Áreas especiais de uso regulamentado) é uma espécie unidade de conservação de uso sustentável, própria do Paraná, que tem como objetivo proteger e desenvolver essas comunidades, passando o município a receber ICMS ecológico, para investir no desenvolvimento sustentável dessas comunidades. O processo de criação de ARESUR encontrava parado dentro do IAP, órgão responsável pela gestão das ARESUR, novas áreas não eram criadas à 10 anos, após varias pressões e reuniões realizadas pelo movimento faxinalense, denominado Articulação Puxirão dos Povos faxinalenses-AP, conseguiram com apoio da Equipe e do projeto PDA 312-MA, avançar as discussões s e atualmente no ultimo dia 19 de outubro de 2009, saiu a resolução do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) da criação de duas novas áreas de comunidades tradicionais de faxinais que passaram a ARESUR. As comunidades faxinalenses vêm à possibilidade da criação de ARESUR como uma forma de defesa dos seus territórios, proteção dos recursos naturais necessários para a manutenção do modo de vida faxinalense. É o que defendem o Sr. José, sua filha Andrea e Sr Amantino da Comunidade do Espigão das Antas que estiveram no em agosto de 2012 no Colégio Medianeira sendo interlocutores o professor Edilson Ribeiro na segunda série do Ensino Médio e alunos do Grêmio Estudantil e prof. Leonora Colomeno que irá instituir uma estação de monitoramento da qualidade do AR junto a esta Comunidade que busca seu direito de autodeterminação como comunidade faxinalense.

ARESUR - ARGUMENTAÇÃO JURIDICA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;

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TRABALHO APRESENTADO à CADEIRA DE REDAÇÃO JURIDICA sob ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR Marcelo Conrado, III período do curso de Direito, Faculdade Estácio de Sá em Curitiba.

Autores: Ribeiro, Edilson . Filosofo, Mestre em Educação, Estudante de Direito e Educador no

Colégio Medianeira. COLOMENO, Leonora. Graduação em Química, Mestre em Educação, professora do

Ensino Médio;

Curitiba, setembro de 2012.

Faxinais conquistam desenvolvimento sustentável, qualidade de vida através da ARESUR, (Área especial de uso regulamentado) no Paraná.

O governo do Paraná cria em 1997 através do decreto 3466/97, reconhecendo a importância das comunidades faxinalenses para a manutenção dos recursos naturais. A ARESUR (Áreas especiais de uso regulamentado) é uma espécie unidade de conservação de uso sustentável, própria do Paraná, que tem como objetivo proteger e desenvolver essas comunidades, passando o município a receber ICMS ecológico, para investir no desenvolvimento sustentável dessas comunidades. O processo de criação de ARESUR encontrava parado dentro do IAP, órgão responsável pela gestão das ARESUR, novas áreas não eram criadas à 10 anos, após varias pressões e reuniões realizadas pelo movimento faxinalense, denominado Articulação Puxirão dos Povos faxinalenses-AP, conseguiram com apoio da Equipe e do projeto PDA 312-MA, avançar as discussões s e atualmente no ultimo dia 19 de outubro de 2009, saiu a resolução do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) da criação de duas novas áreas de comunidades tradicionais de faxinais que passaram a ARESUR.

As comunidades faxinalenses vêm à possibilidade da criação de ARESUR como uma forma de defesa dos seus territórios, proteção dos recursos naturais necessários para a manutenção do modo de vida faxinalense. É o que defendem o Sr. José, sua filha Andrea e Sr Amantino da Comunidade do Espigão das Antas que estiveram no em agosto de 2012 no Colégio Medianeira sendo interlocutores o professor Edilson Ribeiro na segunda série do Ensino Médio e alunos do Grêmio Estudantil e prof. Leonora Colomeno que irá instituir uma estação de monitoramento da qualidade do AR junto a esta Comunidade que busca seu direito de autodeterminação como comunidade faxinalense.

Um dos projetos da Comunidade é a produção de Orgânicos que esta sendo produzido pelos agricultores da região incentivados pela EMATER. Os nossos alunos do Ensino Médio realizam estagio social junto a comunidade em busca de intercambio social, cultural e religioso durante os feriados da Pascoa. Conforme nos relatos, historicamente só em Mandirituba existiam mais de 20 Faxinais, atualmente somente duas comunidades outorgam este direito. Após uma luta de dois anos a própria Prefeitura de Mandirituba cassou a limitar que reconhecia a comunidade do Espigão das Antas como ARESUR. O município de Mandirituba abriga dois Faxinais, o de Campestre dos Paulas (em torno de 45 alqueires e o do Espigão das a, cerca de 150 alqueires). A comunidade se organiza para entrar com processo de cadastramento junto ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Os faxinais são um sistema alternativo de produção, em que os moradores têm a posse de seus bens, dos animais e das plantações. Há cerca de 15 anos, quando foi aprovado o decreto estadual 3.446/97, reconhecendo a existência dos faxinais, o Paraná tinha 152 Comunidades Tradicionais de Uso Regulamentado que por sua vez recebam recursos do ICMS Ecológico. Hoje esse número caiu para menos de um terço, pela falta de conhecimento da legislação e falta de incentivo ao pequeno

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produtor. Esse modelo de uso da terra comum só é encontrado no Paraná, porém, há várias modalidades de uso de terra comum no Brasil.

Conforme Sr. Amantino que esteve com nossos alunos do EM, dos 227 faxinais existentes, levantamos junto com a organização Puxirão (ong que trabalha com os faxinalenses), 47 mantêm as características do uso comum da terra.Conforme afirma Baggio, 2011: “O ICMS Ecológico é uma das ferramentas mais efetivas de estímulo à conservação dos remanescentes de ecossistemas nativos no Brasil. Estimulando estados e principalmente municípios a encarar suas áreas verdes como ativos, valorizando-as não só ambientalmente, mas economicamente. É um novo modelo, é o reflexo de uma nova era, quando se passa a enxergar a natureza como uma vantagem ao desenvolvimento e não como um entrave ao crescimento econômico.”

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal(1996), considera-se como monitoramento da qualidade ambiental:

“O processo de observações e medições contínuas e periódicas, sistemáticas e intercomparáveis de qualquer indicador, parâmetro ou variável que permita avaliar a qualidade ou estado dos recursos ambientais – água, ar, solo, subsolo, vegetação/flora e fauna”

Assim o conhecimento da boa ou da má qualidade do Ar, por meio de fontes de informações confiáveis, pode influir decisivamente no processo de cooperação da população no sentido de preservar ou recuperar a melhor qualidade, por isso, “o monitoramento da qualidade ambiental” e a divulgação dos dados devem ser levados a sério.

As instituições governamentais devem responsabilizar-se pelo monitoramento e pela disseminação dos resultados das medições dos níveis de poluição, enquanto que aos educadores, cabe a responsabilidade de aprimorar as pesquisas científicas e disseminar novos conhecimentos à população, mostrando os métodos de despoluição e preservação da saúde, bem como incentivando os cidadãos à participar ativamente das ações ambientalmente corretas.

Poluir significa sujar, macular corromper ou tornar prejudicial à saúde. Se a saúde das populações está sendo afetada pela poluição do ar, é possível reverter essa situação.

Os poluentes emitidos ou enviados para o ar, com pouca mudança química são denominados poluentes primários: - monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e materiais particulados. Os poluentes secundários são substâncias formadas pelas reações químicas no ar: - o ozônio, nitrato de peroziacetil e outras substâncias orgânicas e inorgânicas, em estado gasoso ou particulado. Os poluentes são invisíveis, na sua maioria, mas são registrados pelos seres vivos, humanos, animais e plantas, cuja saúde é afetada de vários modos.

O trabalho realizado no Colégio Nossa Senhora Medianeira e no cinturão verde de Curitiba (Piraquara e região de metropolitana de Mandirituba) visa monitorar a concentração de poluentes cuja presença na atmosfera prejudica muito a saúde e alertar a população sobre seus malefícios.

Para tanto, foi eleito como indicador um poluente secundário, o ozônio, produzido por uma reação em presença da luz solar dos gases expelidos principalmente pelo exaustor dos automóveis e pela combustão industrial. A presença de ozônio na atmosfera indica que há um verdadeiro coquetel de poluentes no ar.

Ele é resultado de uma combinação de óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos (também poluentes), que sofrem uma reação química na presença da luz solar e se transformam em ozônio, o qual pode ser herói ou vilão, ao mesmo tempo. Nas altas camadas da troposfera, ele é responsável pela filtração dos raios ultravioletas, mas na biosfera, o ozônio representa uma das mais perigosas causas de degradação ambiental, pelo modo rápido como ele afeta a saúde, oxida metais, deteriora borracha e pintura, danifica as frutas e sementes, afeta as árvores e os ecossistemas inteiros.

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No ser humano o ozônio provoca doenças respiratórias – irrita mucosas que filtra o ar antes dele entrar nos pulmões, reduzindo a resistência aos resfriados, causando tosses, espasmos; irrita os olhos e vias respiratórias, agravando a asma, bronquite e enfisema, além de causar envelhecimento precoce.

Nesse trabalho é usado indicador químico produzido no laboratório pelos alunos e um bioindicador, a planta do tabaco, por apresentar características determinantes na análise desse gás.

O mês de agosto é a época ideal para o monitoramento devido a inversão térmica, que retém gases poluentes assim como material particulados perto da superfície do planeta, ou seja, a dispersão desse material fica comprometida. Assim, nas localidades em que foi detectada limites acima da normalidade de ozônio, revelou comprometimento da saúde da população, sendo registrada pela Secretaria Municipal de Saúde que doenças do aparelho respiratório ocupam o primeiro lugar, em todos os postos de saúde de Curitiba e região.

A tabela do CONAMA ( resolução 03/90) menciona o limite de 160µg/m3 ou 80ppb, para medições de uma hora. Numa abordagem simplista, podemos deduzir que, ao encontrar vários valores acima dos citados na tabela do CONAMA , em alguns momentos, dentro do prazo de 8 horas ( tempo medido), o limite foi ultrapassado( na sequencia das horas ou no processo cumulativo), nos causa preocupação, porque se o filtro registra esse nível de poluição, assim também estarão nossos pulmões.

Porém, o nível de conscientização da população é pequeno porque há falha na comunicação. A falta de conhecimento dos problemas de saúde causados pela poluição gera descaso ou descuido. Quando a população tiver conhecimento do real impacto da poluição nos seres vivos e no ambiente, ela ficará mais atenta aos sinais de aumento de poluição e poderá atuar na prevenção de catástrofes ambientais.

Este estudo cientifico poderá auxiliar no processo de regulamentação desta área pois certificará a qualidade do Ar naquela região; Os faxinais são ecossistemas que chamam a atenção pela beleza natural e pela sua cultura própria que preserva valores fundamentais como a solidariedade, amizade e respeito ao homem e a natureza. A preservação do meio ambiente, a produção orgânica, a biodiversidade e a geodiversidade são atrativos naturais nas Comunidade de Espigão e Campestre dos Paulas. Infelizmente o agronegócio, indústria do tabaco, do Pinus e do soja são interesses que estão acima dos valores destas comunidades;

No ultimo dia 19 de agosto realizada a 26 Romaria da Terra do Paraná na cidade de Mandirituba sob o tema Diversidade Camponesa cuida da terra, promove a Vida; Conscientes dos seus direitos conclamam a todas nós para fazer sua parte; Destaco aqui algumas das da Articulação Puxirão dos Povos Faxinalenses – APF;

Efetivação do Protocolo de Kyoto; conscientização e respeito ao meio ambiente; Participação da sociedade e do Poder Público, educação ambiental; Procurar meios para efetivar a fórmula do desenvolvimento sustentável Fazer o IAP cumprir sua função de cuidar das Comunidades Tradicionais; Transformar novas áreas em ARESUR; Fazer o Ministério Publico se aproximar do direito dos faxinalenses; As delegacias de polícia registrarem B.O.s dos faxinalenses; Organizar mais comunidades para AP; Realizar Cursos de Operadores de Direito nas comunidades. Direitos Étnicos e Coletivos; Formação da Rede de Povos e Comunidades Tradicionais; Participação no Conselho Nacional das Comunidades Tradicionais; Liminares favoráveis a manutenção do uso comum da terra nos Faxinais; Visibilidade social e política na região e no Estado do PR;

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Aprovação da Lei Estadual de reconhecimento da identidade faxinalense e de seus acordos comunitários;

Permaneçamos firmes como nosso eterno companheiro e pastor, D. Ladislau que pensou a pastoral da terra como dom maior do Criador; “O céu é Senhor, mas a terra Ele a deu a seus filhos e filhas” (sl 113, 10).

REFERENCIAL TEORICO:

A LUTA POR DIREITOS ÉTNICOS E COLETIVOS NO SUL DO BRASIL: Gladstone Leonel da Silva Júnior, Roberto Martins de Souza;ALMEIDA, Alfredo W. B. Terras de Quilombos, terras indígenas, “babaçuais livres”, “castanhais do povo”, Faxinais e Fundos de pastos: terras tradicionalmente Ocupadas. Manaus, Ed. Manaus, PGSCA-UFAM, 2008. 2ª. Edição; BERTUSSI, Mayra Lafoz. Liberdade para criar: um estudo etnográfico sobre os sentido da territorialidade tradicional e do criadouro comunitário em uma n de faxinal no Paraná. Porto Alegre, 2010;Branco, S.M.&Murgel,E. Poluição do Ar, Ed. Moderna. Poluição do Ar, Ed. Moderna, São Paulo, 1999.Coimbra,J. O Outro lado do meio Ambiente. São Paulo, CETESB,1985. DECRETO ESTADUAL N.º 3.446/97;Decreto Federal 10.408/2006 - Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais).Derisio,J.C. Introdução ao controle da poluição ambiental. São Paulo, CETESB,1992.EMANUEL MENIM. MOVIMENTO SOCIAL DOS FAXINALENSES: IDENTIDADE ÉTNICA E LUTA PELO TERRITÓRIO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. CURITIBA 2010; Envoironmental Resource Guide: Air Quality, Air & Waste Management Association, Pennylvania, and E.P.A. USA, 1991.ESTUDO JURÍDICO DOS FUNDOS DE PASTO DA BAHIA E SISTEMA FAXINAL DO PARANÁ: Andréa Alves de Sá ; FAXINAIS – ETNICIDADE E RECONHECIMENTO: Mayra Lafoz Bertussi ;Giovana Baggio de Bruns. Coordenadora de Conservação em Terras Privadas do Programa de Conservação da Mata Atlântica e Savanas Centrais da The Nature Conservancy – TNC, setembro de 2011; Hassard,Jack. Science as Inquiry, Georgia State University,2000; Office of science & technology of the President of USA – Climate Change: State of knowledge, Whashington,DC,1997;Poluição Ambiental – Folders educativos editados pela CETESB e Secretaria do meio Ambiente de São Paulo, 1996-1998;S.E.M.A. São Paulo – Conceitos para fazer educação ambiental, Cadernos, Secretaria do meio ambiente de São Paulo, 1997.Short,G. Let’s clear the air about air, Vistanomics Inc.,California,USA,1992.UNESCO – AGENDA 21, Conferência da Nações Unidas sobre Meio Ambeiente e Desenvolvimento,(Cap.9 e Cap. 36) – Rio – 1992.