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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ENFERMAGEM ENFERMAGEM NO CUIDADO À SAÚDE MENTAL BARBARA DOS SANTOS GOMES A DESIGUALDADE NO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS Salvador 2014

artigo de opiniao

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Page 1: artigo de opiniao

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ENFERMAGEM

ENFERMAGEM NO CUIDADO À SAÚDE MENTAL

BARBARA DOS SANTOS GOMES

A DESIGUALDADE NO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

PSICOATIVAS

Salvador

2014

Page 2: artigo de opiniao

BARBARA DOS SANTOS GOMES

A DESIGUALDADE NO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS

PSICOATIVAS

Artigo de opinião apresentado no

componente curricular ENF011

Enfermagem no cuidado à saúde

mental, como parte dos requisitos

avaliativos

Salvador

2014

Page 3: artigo de opiniao

Somos todos usuários de drogas,

esporadicamente ou com maior frequência. Estudantes

e trabalhadores, homens e mulheres nas mais diversas

faixas etárias. Assim como o perfil dos consumidores,

o tipo de substância também varia. Mas até que ponto

o consumo é aceito socialmente?

O álcool é tão comum no cotidiano

brasileiro e soteropolitano, que grandes

empresas patrocinam eventos de

espectro mundial. É possível

compra-lo e consumi-lo

abertamente, desde que não traga

consequências negativas como os

acidentes de trânsito.

Por outro lado, existem

drogas que se tornaram ilícitas

através de um processo histórico de

marginalização e estigmatização tanto das

substâncias quanto das pessoas que as consomem. E é

quando essa marginalização atinge determinadas

populações que surgem diversos problemas, nas

esferas individual e coletiva.

Vale ressaltar que o uso das substâncias

ilícitas não se limita às camadas menos

favorecidas e não faz com que todos os usuários

sejam vistos igualmente. Alguns são

consumidores baratos, cuja vida é

desvalorizada, transformando-os em lixo social.

E o que é lixo é sujo e deve ser subtraído

do campo de visão das pessoas que

compõem a parte limpa e aceitável.

Excluímos mesmo sabendo de sua

existência, quando nos pedem

esmola ou quando nos roubam

nossos pertences tornando-se,

assim, visíveis.

Tomando como exemplo a

cidade de Salvador, é possível

observar os diferentes grupos que vivem

a situação do consumo, mas que são aceitos

ou não pela população. É sabido que o grupo dos

jovens universitários utiliza substâncias psicoativas

lícitas e ilícitas durante o trote, considerado por alguns

como um ritual de passagem importante para a vida.

Page 4: artigo de opiniao

Em contrapartida, existem jovens que se

encontram em situação de rua pelos mais diversos

motivos, e que também utilizam as mesmas

substâncias, mas em espaços diferentes. Mesmo que

estes grupos ocupem o mesmo espaço de uso, eles não

estão nas mesmas condições. É a posição que estes

diferentes grupos ocupam na sociedade que os

colocarão no grupo dos marginalizados ou não.

Por fim, pensemos também nas razões que

levam os sujeitos ao consumo e à marginalização, seja

pelas condições preestabelecidas, seja pela

subjetividade de cada um.

Enxergar-se como marginal requer a aceitação

do selo do estigma e do reconhecimento como parte

daquele grupo transgressor, é enxergar-se igual aos

diferentes.

REFERÊNCIAS

GEY, E. Os tempos e os espaços das drogas. In:

Toxicomania: incidência clínicas e socioantropolicas.

EDUFBA, 2009.

MACRAE, E. Abuso de Drogas: Problema

Pessoal ou Social? In; ANDRADE, T. & LEMOS, S.

(Org.). Textos Orientados para Assistência à Saúde

entre Usuários de Drogas. Salvador ,BA: Editora da

UFBa, 1998. pp.1-4.

NERY FILHO, A. A. & MESSENDER, M. L.

Exclusão ou desvio? Sofrimento ou prazer? In:

Toxicomania: incidência clínicas e socioantropolicas.

EDUFBA, 2009.