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EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO CENÁRIO ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO ÂMBITO ESCOLAR HEALTHY EATING IN SCHOOLS Luciana Maria Pereira de SOUSA 1 , Paula Maryana Albuquerque da SILVA¹, Aline da Silva ALVES¹, Islany Costa ALENCAR¹, Pedro José Santos Carneiro CRUZ 2 . RESUMO O Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde – PINAB - consiste em uma atividade de extensão universitária vinculada ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba. O projeto atua na Unidade de Saúde da Família - Vila Saúde e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos (EMEFAA), ambos localizados na cidade de João Pessoa-PB, no bairro do Cristo Redentor. O projeto é constituído por cinco grupos operativos, entre eles o 1 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Cidade Universitária, 58059-900, João Pessoa, PB, Brasil. 22 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Médicas, Departamento de Promoção da Saúde. Cidade Universitária, 58059-900, João Pessoa, PB, Brasil. (83) tel do DPS / (83) 8888-7859 [email protected] 1

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EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO CENÁRIO

ESCOLAR: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA NA PERSPECTIVA DA

EDUCAÇÃO POPULAR

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO ÂMBITO ESCOLAR

HEALTHY EATING IN SCHOOLS

Luciana Maria Pereira de SOUSA1,

Paula Maryana Albuquerque da SILVA¹,

Aline da Silva ALVES¹,

Islany Costa ALENCAR¹,

Pedro José Santos Carneiro CRUZ2.

RESUMO

O Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde – PINAB -

consiste em uma atividade de extensão universitária vinculada ao Departamento de

Nutrição da Universidade Federal da Paraíba. O projeto atua na Unidade de Saúde da

Família - Vila Saúde e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos

(EMEFAA), ambos localizados na cidade de João Pessoa-PB, no bairro do Cristo

Redentor. O projeto é constituído por cinco grupos operativos, entre eles o grupo

Escola II, direcionado ao público adolescente, matriculados do 6º ao 9º ano do ensino

fundamental no turno da tarde, o qual realizou no período de setembro a dezembro de

2010 ações visando a promoção da Alimentação Saudável na escola. É importante

mencionar que o projeto possui a Educação Popular em Saúde como inspiração

teórica e metodológica essencial no delineamento e execução das iniciativas

empreendidas. Para essas atividades com os escolares, foram usadas, também,

metodologias de aprendizagem ativa, participativas e coletivas que contribuíram para

um maior envolvimento dos jovens na mobilização de reflexões, posturas e novas

1 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Cidade Universitária, 58059-900, João Pessoa, PB, Brasil.

22 Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Médicas, Departamento de Promoção da Saúde. Cidade Universitária, 58059-900, João Pessoa, PB, Brasil. (83) tel do DPS / (83) 8888-7859 [email protected]

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dinâmicas comunitárias capazes de garantir a alimentação saudável como direito

humano e social.

PALAVRAS-CHAVES: Educação Alimentar e Nutricional; Alimentação no Contexto

Escolar; Promoção da Alimentação Saudável, Educação Popular em Saúde.

A B S T R A C T

The Project Integral Practice of Nutrition in Basic health Care - PINAB consists of a

practice of popular extension in health, tied to the Department of Nutrition of the

Federal University of Paraíba. The project operates in the Vila Saúde Family Health

Unit and in the Augusto dos Anjos school, both located in the neighborhood of Cristo

Redentor, in the city of João Pessoa-PB-Brasil. The project consists of five operating

groups, including the group School II, directed to the public teenagers who were

enrolled from 6 to 9 years of elementary school in the afternoon, at which place during

the period September to December 2010 actions to promotion of healthy eating in

school. Possessing the Popular Health Education key theoretical and methodological

inspiration in the design and implementation of initiatives undertaken. For these

activities were used active learning methodologies, participatory and collective

contributed to a greater involvement of youth in mobilizing ideas, new attitudes and

community dynamics can ensure healthy food as a human right and social.

KEY WORDS: Food and Nutrition Education, Food in the School Context, Promoting

Healthy Eating, Popular Education in Health.

INTRODUÇÃO

No âmbito da Estratégia Saúde da Família, a promoção da alimentação

saudável nas escolas, seja de ensino infantil, fundamental ou médio, constitui um dos

desafios singulares no contexto de ações de Promoção da Saúde e da Segurança

Alimentar e Nutricional (SAN)1.

A Prova disto têm sido a presença desta temática nos diversos programas,

estratégias e políticas públicas direcionadas ao cenário escolar, a partir do campo da

saúde.

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Dentre elas, o Programa Saúde na Escola se destaca como iniciativa do

Governo Federal para buscar estratégias com finalidade de contribuir para a formação

integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de

prevenção, promoção e atenção à saúde. Suas ações são desenvolvidas em

conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),

podendo compreender ações de promoção da alimentação saudável, entre outras,

como promoção da atividade física, ações de Promoção da Saúde e Prevenção de

doenças e agravos sobressaindo-se ainda a instituição de Políticas Nacionais,

Portarias e Regulamentações neste sentido, dentre as quais destacando-se a Portaria

nº 1010 de 30 de junho de 2005 dos Ministérios da Saúde e Educação que dispõe

sobre as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de

educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em

âmbito nacional 2.

Nessa direção, nos últimos anos a interação entre alimentação, saúde e escola

vem se configurando cada vez mais como objeto de debates e estudos no meio

acadêmico3, além de estratégias e propostas no âmbito das políticas públicas e de

iniciativas de movimentos sociais, especialmente nas áreas de educação, saúde e

segurança alimentar e nutricional3.

A escola é um ambiente propício para a aplicação de propostas de educação

em saúde, pois esta se insere em todas as dimensões escolares: ensino, relações lar

– escola – comunidade, bem como ambiente físico e emocional4.

Ora, o ambiente de ensino, ao articular de forma dinâmica estudantes,

familiares, professores e funcionários, podem proporcionar condições para

desenvolver atividades que reforcem a capacidade da escola de se transformar em um

local favorável à convivência saudável, ao desenvolvimento psico-afetivo, ao

aprendizado e ao trabalho de todos os envolvidos nesse processo podendo, como

conseqüência, constituir-se em um núcleo de promoção de saúde local5.

A partir do trabalho de educação em saúde no cotidiano escolar, desde o

ensino infantil, pode-se estimular o desenvolvimento de hábitos saudáveis, trazendo

melhor qualidade de vida, capacitando crianças e jovens para fazer escolhas corretas

sobre comportamentos que promovam a saúde do indivíduo, família e comunidade6.

Ademais, na perspectiva da Educação em Saúde, podem-se criar

oportunidades de trabalhar pedagogicamente a percepção cidadã de saúde e os

determinantes de uma saúde integral, na medida em que se apresenta e estimula os

estudantes a compreender saúde a partir de uma perspectiva ampliada, crítica e

problematizadora7.

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O conceito de alimentação saudável é amplo. Conforme fundamentado por

Danelon et al.8 e estabelecido pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição

(PNAN) do Ministério da Saúde (MS)9 e pela Portaria Interministerial do MS/Ministério

da Educação nº 1.0102, a alimentação saudável, abrange desde o aporte adequado

de nutrientes para promover o crescimento e desenvolvimento ideal, até os cuidados

de prevenção de alguns problemas mórbidos que aparecem na idade adulta cuja

etiologia e prognóstico podem estar relacionados, pelo menos em parte, à

alimentação e hábitos alimentares dos primeiros anos de vida da criança.

Esta alimentação adequada deve respeitar os padrões sociais, econômicos e

culturais da família e mesmo da região, além da competência digestiva, absortiva e

metabólica do indivíduo, levando em consideração as necessidades nutricionais de

cada idade9.

Para tanto, recomenda-se que a educação alimentar deve ser iniciada ainda

na infância, principalmente no espaço escolar, período no qual o hábito alimentar é

formado10. Visto que a escola desempenha importante função na formação do hábito

alimentar e que nesse ambiente as crianças e adolescentes permanecem por um

expressivo período de tempo, tal cenário pode ser considerado espaço privilegiado

para a intervenção na busca de um estilo de vida que tenha por objetivo uma boa

qualidade de vida presente e futura.

A perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do

direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em

quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais,

tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a

diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente

sustentáveis11.

Este conceito se articula de forma intensa com o princípio do Direito Humano a

Alimentação Adequada e Saudável (DHAAS), o qual recomenda que a alimentação

adequada seja direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa

humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição

Federal11.

O poder público deve adotar as políticas e ações que se façam necessárias

para promover e garantir a Segurança Alimentar e Nutricional da população. A adoção

dessas políticas e ações deverá levar em conta as dimensões ambientais, culturais,

econômicas, regionais e sociais. É dever do poder público respeitar, proteger,

promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito

humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para sua

exigibilidade12.

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Diante destas perspectivas políticas e teóricas, as atuais políticas públicas para

a promoção da alimentação saudável no cenário escolar fundamentam-se, em sua

maioria, nas diretrizes da PNAN, na qual se afirma a garantia da qualidade dos

alimentos colocados para consumo no País, a promoção de práticas alimentares

saudáveis e a prevenção e o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o

estímulo às ações intersetoriais que propiciem o acesso universal aos alimentos13.

Sua implementação tem ocorrido através de ações destinadas à prevenção de

doenças e promoção da saúde no cotidiano escolar. Essas atividades são

monitoradas pela Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do

Ministério da Saúde desde 2006, quando foram publicadas e instituídas as diretrizes

para a promoção da alimentação saudável em escolas públicas e privadas em âmbito

nacional, através da Portaria Interministerial do MS/Ministério da Educação nº 1.0102.

Dentre as diversas possibilidades para desenvolver iniciativas de promoção da

alimentação saudável no âmbito escolar, as experiências empreendidas a partir do

referencial da Educação Popular em Saúde vêm merecendo destaque por insistir em

dinâmicas pedagógicas com vertente crítica e aberta às experiências dos escolares,

além de serem caracterizadas pelo trabalho a partir de uma concepção ampliada de

saúde e alimentação9.

Desde 2007 atuando no campo da Estratégia Saúde da Família, o Projeto de

Extensão Popular “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção

Básica em Saúde” (PINAB), vinculado ao Departamento de Nutrição da Universidade

Federal da Paraíba (UFPB), e atualmente ao Departamento de Promoção da Saúde

(UFPB), vem procurando desenvolver iniciativas de Educação Popular com ênfase na

Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional em parceria a

comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos

(EMEFAA), na cidade de João Pessoa-PB, envolvendo estudantes, professores,

merendeiras, diretores e demais funcionários. Neste período, o PINAB passou a

articular os sujeitos da Escola no desafio de incorporar o tema da alimentação

saudável de modo perene e estrutural no contexto escolar, com ações inspiradas no

arcabouço teórico-metodológico da Educação Popular em Saúde14.

Para tanto, o PINAB vem buscando mobilizar de forma participativa, criativa e

crítica os protagonistas da escola através de atividades educativas em salas de aula,

campanhas nas turmas, gincanas estudantis, além de formação permanente com os

professores e as merendeiras15.

Tais ações visam desenvolver bases para a promoção de práticas alimentares

saudáveis protagonizadas pelos próprios sujeitos da escola, através de propostas que

possibilitem o envolvimento dos setores de saúde, educação, família e comunidade15.

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Para tanto, o PINAB apresenta um grupo operativo, formado por estudantes de

nutrição sob orientação de docentes do Departamento de Nutrição e Departamento de

Promoção da Saúde, para interagir cotidianamente com a comunidade escolar na

construção coletiva destas ações.

No período entre agosto a dezembro de 2010, correspondente ao semestre

letivo 2010.2 da UFPB, cinco estudantes extensionistas envolveram-se no Grupo

Operativo da Escola no turno da tarde, com estudantes e professores do Ensino

Fundamental, com o objetivo de promover a participação de extensionistas,

professores e estudantes da Escola num espaço de construção com estímulo a

criatividade, onde ambos protagonizam a construção de conhecimentos para

promoção da saúde e da alimentação saudável. Nesse contexto, foi realizada uma

campanha de promoção a alimentação saudável, com ênfase participativa, visando

promover a formação em SAN e DHAAS de acordo com a realidade e o cotidiano

escolar.

CAMINHOS METODOLÓGICOS

O PINAB atua, sendo composto por estudantes do Curso de Graduação em

Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, além

de dois docentes, os quais desenvolvem ações educativas com as comunidades de

Boa Esperança, Jardim Itabaiana, Pedra Branca, na Unidade de Saúde da Família

(USF) Vila Saúde e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos

(EMEFAA), localizados no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa – PB. O projeto

possui três frentes de atuação: 1) ações educativas com grupos operativos de:

gestantes, escolares (sendo um grupo no Ensino Infantil e outro no Ensino

Fundamental), beneficiários do Programa Bolsa Família, e integrantes de

organizações populares locais; 2) visitas domiciliares; 3) gestão compartilhada do

Projeto. Tais ações têm possibilitado um olhar crítico sobre a nutrição no cotidiano da

comunidade. Ademais, têm estimulado que os extensionistas construam caminhos

para uma atuação comprometida com a promoção da saúde.

Além das atividades coletivas, empreendidas por cada Grupo Operativo com

um publico especifico, os extensionistas realizam vivências nas comunidades através

de visitas domiciliares, onde os extensionistas divididos em duplas ou trios entram em

contato com famílias da comunidade, ocorrendo um compartilhar de saberes e

estratégias de construção do cuidado em saúde, bem como das formas de resistência

e luta popular. Dessa forma, há uma construção de vínculo com as famílias e os

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integrantes do projeto permitindo que se possa conhecer a realidade da comunidade,

respeitando-se seus saberes, iniciativas e formas de saber/pensas/agir.

Sob orientação do referencial teórico-metodológico da Educação Popular, as

atividades do PINAB são realizadas com ênfase na Promoção a Saúde e alimentação

saudável no eixo da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), do Direito Humano a

Alimentação Adequada e Saudável (DHAAS)11 e pela Portaria interministerial nº 10102,

que institui diretrizes para incorporar o tema da alimentação e nutrição no contexto

escolar.

A Educação Popular tem se desenvolvido no campo da saúde como uma

estratégia de superação do grande fosso cultural existente entre os serviços de saúde

e o saber dito científico, de um lado, e a dinâmica de adoecimento e cura do mundo

popular, de outro16. Trata-se de um princípio ético e metodológico que busca entender,

sistematizar e difundir a lógica, o conhecimento e os princípios que regem a

subjetividade dos vários atores envolvidos.

Conforme ressalta Vasconcelos17, tendo por base o diálogo, a Educação

Popular tem significado não como uma atividade a mais que se realiza nos cenários de

produção de saúde, educação, cultura ou assistência social, mas implica uma ação

que reorienta a globalidade das práticas ali executadas, contribuindo na superação do

autoritarismo e do desprezo pelas iniciativas dos grupos populares, bem como da

imposição de soluções técnicas restritas para problemas sociais de cunho complexo e

global. É um instrumento de construção da ação de saúde mais integral e mais

adequada à vida da população.

Baseado nisso, o traço fundamental da Educação Popular em Saúde está no

método: o fato de tomar, como ponto de partida do processo pedagógico, o saber

anterior das classes populares. Na saúde, isso significa considerar as experiências

das pessoas e dos movimentos sociais e organizações populares (em sua luta pela

saúde) nas comunidades de moradia, de trabalho, de gênero, de raça e etnia. Ponto

de partida que significa reconhecimento - palavra que tem o sentido de admitir outro

saber, tão válido, no âmbito do diálogo, quanto o saber técnico-científico17.

Para tanto, torna-se necessário o desenvolvimento de ações de educação em

saúde numa perspectiva dialógica, emancipatória, participativa, criativa e que

contribua para a autonomia do usuário (comunidade), no que diz respeito à sua

condição de sujeito de direitos e autor de sua trajetória de saúde e doença; e

autonomia dos profissionais diante da possibilidade de reinventar modos de cuidado

mais humanizados, compartilhados e integrais.

Durante o período de Agosto a Dezembro de 2010, as ações do PINAB no

Grupo Operativo da Escola - Ensino Fundamental foram empreendidas no turno da

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tarde, de maneira quinzenal, às sextas-feiras, alternando as atividades do Grupo com

as visitas domiciliares. O trabalho deste Grupo envolveu 12 turmas do 6º ao 9º Ano do

Ensino Fundamental, perfazendo um total aproximado de 250 escolares.

Inicialmente, foram realizadas atividades educativas em sala de aula, em

diferentes formados, como por exemplo: jogo de perguntas e respostas, dinâmicas de

grupo com ênfase na interação dos educandos e construção da pirâmide alimentar

saudável. Tais ações tiveram como intuito formar um elo maior entre extensionistas e

estudante, para facilitar o desenrolar das atividades seguintes, além de tornar o

aprendizado mais dinâmico e interessante àquele grupo de jovens.

Nestes momentos, foram abordados temas de promoção a saúde e

alimentação saudável, os quais iriam ser trabalhados de modo mais profundo numa

atividade posterior, a Gincana de Promoção da Alimentação Saudável.

Na preparação desta Gincana, para qual escolhemos o tema da Semana

Mundial da Alimentação Saudável – Unidos Contra a Fome – para que pudéssemos

trabalhar com assuntos que oportunizam a interface com a Segurança Alimentar e

Nutricional e o Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável.

A gincana contou com a participação de todas as turmas (6º ao 9º ano) do

turno da tarde da EMEFAA, além da participação efetiva dos professores,

coordenação e direção da escola. Foram realizados desafios pelos estudantes,

referentes à criação de paródias, dramatização, quiz (jogo de perguntas e respostas),

envolvendo sempre temas relacionados a uma alimentação saudável e a questões

acerca do cuidado a saúde, bem como preparação de receita com aproveitamento

integral dos alimentos e organização de mesas de frutas diversificadas, de modo a

valorizar a cultura alimentar comunitária.

Como forma representativa para avaliar a participação dos grupos no

andamento das atividades da gincana, foi composta uma Comissão Avaliadora, com

representantes da USF Vila Saúde, da EMEFAA e do PINAB. A equipe vencedora, por

ter cumprido satisfatoriamente todos os desafios, recebeu um troféu com a logomarca

e o slogan da Gincana, os quais foram escolhidos através de um concurso com todos

os estudantes da escola no primeiro semestre de 2010, em atividade empreendida

pela Escola em parceria com o PINAB.

DISCUSSÃO

A cada contato que tivemos com a escola percebemos que o laço que unia os

extensionistas à gestão escolar, os estudantes e os professores da EMEFAA ficava

mais forte, através da atenção, do respeito e do diálogo existente com a direção e os

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professores. Acreditamos que isto tenha sido possível por deixarmos a comunidade

escolar sempre ciente dos objetivos e planejamentos das atividades a serem

realizadas, valorizando a escuta e o acolhimento das suas sugestões, a partir da

construção mútua. Dessa forma, eles participavam efetivamente das atividades,

inclusive em sala de aula.

Escutar primeiro, antes de se preocupar em desenvolver ações de modo

unilateral e autoritário, constitui um princípio elementar da Extensão Popular, o qual

avaliamos desenvolver de maneira satisfatória nesta experiência17.

Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que todas as iniciativas das extensionistas

não partiram de idéias solitárias de seus aparatos teóricos, mas a partir da vivência

cotidiana das mesmas nas visitas domiciliares e, principalmente, da participação do

PINAB, desde 2007, em ações com crianças e adolescentes em sala de aula. Tudo

isto corroborou para o estabelecimento de um vínculo com a comunidade escolar, no

qual o levantamento dos problemas a serem enfrentados naquela realidade é coletivo

e parte, sobretudo da percepção do conjunto dos atores diante dos problemas e

inquietações emergentes. Depois, as construções das ações originárias daquele

levantamento participativo decorrem também de maneira coletiva, através de

consultas aos sujeitos da escola, pactuação de agendas e indicação de tarefas a

cumprir e desafios a superar14.

Quanto aos estudantes, o nível de participação nas atividades era bem

diversificado. Em algumas turmas encontramos barreiras como a timidez, algo que era

muitas vezes solucionado através de conversas descontraídas, de um toque, uma

palavra, uma escuta, buscando sempre valorizar os seus saberes. Em outras turmas,

nos deparamos com a inquietação dos estudantes que muitas vezes dificultavam a

realização do que havíamos planejado com as conversas paralelas em algumas

situações, e desqualificação de nossas propostas em outras.

Assim, em experiências como estas, percebe-se em evidência o quanto as

significativas mudanças no desenvolvimento físico, emocional e psicológico dos

adolescentes repercutem fortemente em seu comportamento e trazem expectativas

novas relacionadas à necessidade de liberdade. Sendo assim, pudemos constatar

que, ao trabalhar com adolescentes no cenário escolar, deve-se manter postura e

análise cuidadosa para se considerar os saberes e fazeres desses jovens, permitindo

que eles confiem na própria capacidade de aprender e de atuar, valorizando os

saberes dos outros, o saber social e o conhecimento acumulado historicamente,

valorizando a própria identidade cultural e as diferentes culturas. Nesse sentido,

Educação popular é o saber que orienta nos difíceis caminhos, cheios de armadilhas,

da ação pedagógica voltada para a apuração do sentir/pensar/agir dos setores

9

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subalternos para a construção de uma sociedade fundada na solidariedade, justiça e

participação de todos18.

Desse modo, tornou-se fundamental aprofundar a cada ação os conhecimentos

sobre modos de vida, saberes e fazeres dos adolescentes, em tempos e espaços

diversos e compartilhando seus conhecimentos em diferentes contextos. Esse

apanhado de objetivos pôde ser colocado em prática quando utilizamos as diferentes

linguagens – artística, corporal, verbal e escrita – como forma de interação com

diferentes tempos, lugares, pessoas e objetos das culturas, além disso, no incentivo à

sistematização e comunicação de suas próprias aprendizagens através de exposições,

mostras, esquetes e o que é percebido de interesse dos estudantes apresentarem.

Outra dificuldade encontrada foi o tímido envolvimento das famílias nas

atividades, devido às barreiras constituídas no cenário escolar tradicional, onde pais e

mães pouco se fazem presentes no cotidiano escolar19. Nossas tentativas enfrentaram

a pouca disponibilidade em horário diurno dos pais, para participarem de ações com

os estudantes na escola.

Considerando a valorização da família e a comunidade como espaços de

identidade e pertencimento, compreende-se a importância que a presença da família

no cotidiano escolar tem como pilar para a formação do individuo. Faz-se necessário

uma conscientização da escola e dos pais para que todos se sintam envolvidos neste

processo constante de educar e que construa conhecimentos sobre as necessidades

especiais de seus filhos, bem como desenvolva competências de gerenciamento do

conjunto dessas necessidades e potencialidades. Envolver os familiares na elaboração

da proposta pedagógica pode ser uma meta na qual a extensão universitária se

preocupa em desenvolver. Entretanto, observa-se que, até o momento, essas

discussões vêm sendo realizadas apenas timidamente dentro do âmbito da escola, por

mais que seu corpo técnico e diretivo insista em criar oportunidades para se aproximar

das famílias e da comunidade. Contudo, um obstáculo persistente é a falta de tempo

na escola para o delineamento de ações que extrapolem a sala de aula, e outro

desafio está na não procura dos pais em relação à vida escolar dos seus filhos, seu

direito a educação e as condições para que esta se dê em plenitude. Diante deste

contexto, os extensionistas devem ser cautelosos na busca dessa aproximação

buscando ouvir e interagir com a posição da escola, de forma que as ideias devem ser

propostas e discutidas com os atores da educação escolar na medida em que

caminhem juntos em busca da concretização mútua desse ideal.

Como potencialidades do trabalho desenvolvido, identificamos a mobilização

dos professores na participação das atividades e o envolvimento destes, na realização

das ações do projeto. A participação docente revela uma importância essencial, haja

10

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vista a centralidade de seu papel enquanto ator que está vinculado de modo contínuo

no cotidiano escolar, o qual cria vínculos com os educandos e desenvolve saberes

singulares quanto aos anseios, particularidades e expectativas de cada um. Sendo

assim, avaliamos ser de difícil sustentação qualquer trabalho extensionista em escolas

que coloque no papel protagônico apenas os atores universitários. É fundamental que

os sujeitos da própria comunidade escolar tenham pela ação extensionista,

potencializada sua força criativa e pró-ativa diante dos problemas identificados na

realidade local. Neste sentido, envolver os professores em todas as etapas da

construção da proposta mostrou-se configurar estratégia importante para se atingir

repercussões mais estruturais a esta iniciativa20.

Não obstante, entendemos ter sido ainda frágil este envolvimento, na medida

em que a disponibilidade de tempo para planejamento em conjunto, por parte dos

professores era muito tímida. A realidade de trabalho dos professores de ensino

infantil, fundamental e médio ainda é dura no que diz respeito à estabilidade e

possibilidade de tempo suficiente para planejamento contínuo. Dentre tantas aulas a

“dar” e tantos vínculos empregatícios necessários a sua sustentação econômica,

pudemos notar ser difícil conseguir sua concentração e envolvimento profundo no

planejamento de dinâmicas e novas ações que resignifiquem o espaço de sala de aula

e enxerguem na escola um cenário para a promoção da saúde.

Outro ponto que merece destaque é a motivação dos escolares no decorrer

das ações empreendidas. Eles revelaram seus potenciais de olhar crítico e criativo

sobre a realidade vivenciada e protagonizaram a construção de conhecimentos para

promoção da saúde, diante do acesso que tiveram às informações sobre saúde e

alimentação saudável que foram compartilhadas em diálogos abertos.

Percebe-se que os educandos contêm histórias, ideais, pensamentos, críticas,

propostas e criatividades suficientes para se construir ações de educação em saúde

com base em suas realidades e cuja temática tenha uma interface direta com seu

cotidiano, atribuindo então um sentido singular para as ações, uma vez que remeterão

necessariamente ao estudante, sua família, sua comunidade e suas condições de

vida. A utilização da Educação Popular em Saúde ganhou sentido não apenas por ser

uma opção metodológica dos extensionistas, mas, sobretudo por consistir num

caminho significativo através do qual avaliamos conseguir não apenas dar a voz, mas

oportunizar o protagonismo e a criação de sentido por parte dos estudantes para as

ações de Promoção da Saúde empreendidas. Com a Educação Popular, alimentação

e saúde ganham contornos críticos, questionadores e complexos. Agregam sabores,

saberes, cores, cheiros e muitos outros elementos reveladores da riqueza presente no

mundo popular, os quais constituem dimensões bastante potenciais para a revelação

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de um conceito de saúde ampliado, suficiente para a formação de cidadãos

conscientes da alimentação e da saúde como direito, com dignidade, respeito,

humanização e eqüidade.

A participação da USF-Vila Saúde na gincana consistiu de outro ponto em

destaque, o que se deu através de uma ACS e uma dentista, como juradas,

demonstrando a construção do elo entre a EMEFAA, os profissionais da USF Vila

Saúde e o PINAB. O envolvimento dos trabalhadores da USF nesta experiência

constituiu uma provocação do PINAB e ganha sentindo enquanto estímulo ao

estreitamento de laços, diálogos e parcerias entre o serviço de saúde e a escola. Nos

últimos anos, o Programa Saúde na Escola estimulou este debate, e vem sendo

tocado com compromisso pelos profissionais da USF junto à escola, mas se nota que

suas principais motivações são as metas a serem cumpridas pela gestão de saúde,

não o estabelecimento continuado de diálogo perenes com a escola. Através de ações

como a gincana e outras, o PINAB vem buscando fomentar o estabelecimento de

parcerias mais consistentes do serviço com a escola, o que tem significado um desafio

na medida em que as agendas de ambos os serviços são sempre assoberbadas e a

integração se demonstrar pouco viável pelo escasso tempo disponível para construção

pactuada de ações em conjunto.

Com as atividades, percebemos que as ações realizadas na escola facilitaram

a participação dos estudantes e professores e o diálogo com a gestão escolar em

espaços de construção, com estímulo a criatividade, onde ambos protagonizaram a

construção de conhecimentos para promoção da saúde. Os extensionistas também se

sentem enriquecidos com essas experiências nas quais o conhecimento científico

dialoga com o conhecimento popular promovendo um olhar mais amplo e

transformador.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho efetuado pelo Grupo Operativo Escola materializou a tarefa de

fomentar a campanha da alimentação saudável junto à comunidade, e dessa forma

consolidar a educação popular envolvendo professores e alunos. O grupo também

assumiu o compromisso de orientar e educar jovens dentro da perspectiva da

Educação Popular em Saúde, permitindo assim a criação de um diálogo junto à

comunidade com o intuito de promover o conhecimento e o despertar da consciência

sobre a promoção da saúde.

12

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Dispor-se nestas vivências é uma forma de permitir a expressão do potencial de

cada um de modo que seja priorizada a participação e a comunicação de forma

espontânea na construção de saberes.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento da

Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília:

Ministério da Saúde, 2010.

2. Brasil. Portaria Interministerial No. 1.010, de 8 de maio de 2006. Institui as diretrizes

para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil,

fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.

[Acesso em 2012 jul 19]. Disponível em:

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