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UNIVERSIDADE FUMEC Programa de pós-graduação strictu sensu em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento ! ! ! ! ! ! ! ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE DO GOVERNO ELETRÔNICO Avaliação de portais web com ênfase em portadores de deficiência visual ! ! GRAZIELLE COSTA SANTOS! ! ! ! ! ! ! ! Belo Horizonte - MG 2015

ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE DO GOVERNO ELETRÔNICO Avaliação de … · 2017-01-18 · Avaliação de portais web com ênfase em portadores de ... Deficiência visual: cegueira, na

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UNIVERSIDADE FUMEC

Programa de pós-graduação strictu sensu em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento

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ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE DO GOVERNO

ELETRÔNICO

Avaliação de portais web com ênfase em portadores de deficiência visual

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GRAZIELLE COSTA SANTOS!

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Belo Horizonte - MG

2015

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GRAZIELLE COSTA SANTOS

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ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE DO GOVERNO

ELETRÔNICO:

Avaliação de portais web com ênfase em portadores de deficiência visual

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Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de

Mestrado em 2015, da Universidade FUMEC,

como parte dos requisitos para a obtenção do

título de Mestre em Sistemas de Informação e

Gestão do Conhecimento.

Prof. Orientador: Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia

Prof. Co-orientador:

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Belo Horizonte - MG

2015

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RESUMO A tecnologia democratizou o acesso à informação, a competitividade das empresas do século

XXI cada dia mais se baseia em conhecimento e as gestões das ações da administração

pública ampliam a busca por um sistema coordenado, preocupado com a gestão eficiente que

possa maximizar o retorno social, levando-se em consideração os direitos humanos

fundamentais na esfera das relações informáticas. A administração pública avança em seus

processos de aproximação com a sociedade, pautando-se cada dia mais nos benefícios

proporcionados pela evolução dos processos de Tecnologia da Informação e Comunicação

(TICs), os serviços disponibilizados pelo governo eletrônico vêm ganhando espaço na vida

da população (G2C). Diante desta evolução os aspectos de acessibilidade são uma diretriz

clara e o Decreto Lei nº 5.296, define como barreiras nas comunicações e informações

“qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento

de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou

não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação; “

(BRASIL 2004). Após mais de 10 anos de promulgação da lei de Acessibilidade, é evidente

que a qualidade dos serviços prestados pelo governo eletrônico só será efetiva se o

instrumento de comunicação utilizado for realmente o facilitador da interação entre o

cidadão e o governo, sem distinção do público utilizador de tais serviços. Esta pesquisa

pretende avaliar aspectos de acessibilidade dos principais portais públicos brasileiros, sob a

ótica de pessoas com limitação visual, avaliando ações, atividades e iniciativas conforme a

abordagem da Engenharia Semiótica em prol das tecnologias assistivas de inclusão,

permitindo a recomendação de requisitos para a construção de Portais Web Acessíveis em

Multiplataforma, favorecendo a inclusão digital e maior independência dos mesmos.

! Palavras-chave: Engenharia Semiótica. Deficiência Visual. Acessibilidade. Interação

Humano-Computador. Tecnologias Assistivas. Governo Eletrônico.

4

LISTA DE FIGURAS

!

FIGURA 1- Brasileiros entre 15 e 59 anos com deficiência visual .......................................... 12

FIGURA 2- Percentual de uso do e-Serviços por internautas a partir de 16 anos (2008 a

2012) ......................................................................................................................................... 23

FIGURA 3- Proporção de internautas que não usam E-GOV, preferindo contato

pessoalmente. ............................................................................................................................ 27

FIGURA 4- Objetos de estudo em IHC .................................................................................... 28

FIGURA 5- Escala optométrica de Snellen e teste de acuidade ............................................... 33

FIGURA 6 - Comparativo total da população X portadores de deficiência visual no Brasil. .. 35

FIGURA 7 – Percentual de portadores de deficiência visual por estados da região sudeste. .. 35

FIGURA 8: JAWS for Windows .............................................................................................. 38

Figura 9- Leitor de tela Orca for Linux .................................................................................... 39

FIGURA 10- Leitor de tela Virtual Vision ............................................................................... 40

FIGURA 11- Leitor de tela – CPqD ......................................................................................... 41

FIGURA 12- Interface avaliador automatizado DaSilva . ........................................................ 47

FIGURA 13- Interface avaliador automatizado AccessMonitor. ............................................. 47

FIGURA14- Metacomunicação designer-usuário e comunicação usuário-sistema ................. 48

FIGURA 15- Semiose Ilimitada ............................................................................................... 50

FIGURA 16- Exemplos da classificação dos signos no portal eMAG ..................................... 52

Figura 17- Fluxo de trabalho com macro atividades proposto para o projeto de pesquisa. ..... 55

FIGURA 18- Linha do tempo das publicações do MAC ......................................................... 56

5

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Geração de Portais Corporativos ........................................................................ 22

QUADRO 2- Modelo de medição de presença na web ............................................................ 25

QUADRO 3- Modelo solicitação de autorização para pesquisa .............................................. 60

QUADRO 4- Termo de consentimento livre e esclarecido ...................................................... 61

6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Descritores de busca avançada utilizados no Portal CAPES ............................... 16

TABELA 2- Fichas resultantes da avaliação por título e resumo ............................................ 19

TABELA 3- Legislação relativa a acessibilidade ..................................................................... 44

TABELA 4- Comparativo recomendações de acessibilidade da WCAG 2.0 e eMAG 3.0 ...... 45

TABELA 5- Passo a passo sugerido pelo eMAG para avaliação de acessibilidade de sites .... 46

TABELA 6- Preparação do teste (Método de Análise de Comunicabilidade) ......................... 57

TABELA 7- Síntese das fases da criação de Personas ............................................................. 59

TABELA 8 - Cronograma atividades projeto de dissertação ................................................... 62

7

LISTA DE SIGLAS

TICs - Tecnologias da Informação e Comunicação G2C - Government to Citizen (Governo para o Cidadão) EAD - Ensino a Distância E-GOV - Governo Eletrônico e-Serviços - Serviços do Governo Eletrônico eMAG - Modelo de Acessibilidade do Governo Brasileiro ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas WAI - Web Accessibility Initiative W3C - Word Wide Web Consortium WCAG - Web Content Accessibility Guidelines IHC - Interação Humano-Computador IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NIC.br - Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br ONU - Organização das Nações Unidas CGI.br - Comitê Gestor da Internet no Brasil ARPA - Advanced Research Projects Agency HTTP - Hypertext Transfer Protocol HTML - HyperText Markup Language GTTI - Grupo de Trabalho em Tecnologia da Informação CEGE - Comitê Executivo de Governo Eletrônico CPF - Cadastro Pessoa Física CETIC.br

- Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação

TAs - Tecnologia Assistiva OCR - Optical Character Recognition WAVE - Waveform Audio File Format CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações FUNTTEL

- Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Comunicações

PDF - Portable Document Format NCE/UFRJ

- Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro

SISP -

Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática

PNEs - Portadores de Necessidades Especiais RENAPI - Rede de Pesquisa e Inovação em Tecnologias Digitais PDVs - Portadores de Deficiência Visual EngSem - Engenharia Semiótica MAC - Método de Avaliação de Comunicabilidade UCD - Design Centrado no Usuário ePWG

-

Padrões Web em Governo Eletrônico

8

SUMÁRIO!

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9

1.1. Problema de pesquisa ............................................................................................. 11

1.2. Objetivo geral ......................................................................................................... 12

1.3 Objetivos específicos ............................................................................................. 12

1.4. Justificativa ............................................................................................................. 13

1.5. Aderência ao programa ........................................................................................... 14

2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 15

2.1. Revisão da Literatura ............................................................................................. 15

2.2. Portais Corporativos ............................................................................................... 20

2.3. Governo Eletrônico ................................................................................................ 23

2.4. Serviços Eletrônicos ............................................................................................... 24

2.5. Usabilidade X Acessibilidade ................................................................................ 27

2.6. Deficiência Visual: Conceitos e tecnologias para pessoas com limitação visual. . 32

2.7. Acessibilidade Web X Inclusão: Recomendações sob a ótica dos órgãos

reguladores nacionais e internacionais. .............................................................................. 42

2.8. Engenharia Semiótica: Design de Interfaces, Comunicabilidade, Métodos de

Avaliação............................................................................................................................ 48

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................... 55

3.1. Utilização de Pesquisa Qualitativa: Entrevista semiestruturada ............................ 56

3.2. Utilização do MAC: Avaliação de Comunicabilidade (MAC) da EngSem. .......... 56

3.3. Definição do público de pesquisa: ......................................................................... 58

3.4. Definição do protocolo de ética da pesquisa .......................................................... 60

4. CRONOGRAMA ........................................................................................................... 62

5. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 63

9

1. INTRODUÇÃO

! A tecnologia democratizou o acesso à informação, a competitividade das empresas

do século XXI cada dia mais se baseia em conhecimento e as gestões das ações da

administração pública ampliam a busca por um sistema coordenado, preocupado com a

gestão eficiente que possa maximizar o retorno social, levando-se em consideração os

direitos humanos fundamentais na esfera das relações informáticas.

A administração pública avança em seus processos de aproximação com a sociedade,

pautando-se cada dia mais nos benefícios proporcionados pela evolução dos processos de

Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), os serviços disponibilizados pelo governo

eletrônico vêm ganhando espaço na vida da população. Cada dia mais serviços que antes

demandariam a presença do cidadão nos órgãos públicos, em dias e horários pré-

determinados são colocados a sua disposição na internet, sendo lhe facultado o acesso ao dia

e horário que desejar, propiciando assim o exercício da democracia eletrônica.

Segundo Fonseca Junior (2009) pode-se conceituar a democracia eletrônica como a

participação civil na condução dos negócios públicos a partir do uso da internet e de

dispositivos que lhe são compatíveis, permitindo ao indivíduo exercer seus direitos e

deveres.

Reynolds e Koulopoulos (1999) caracterizam os portais públicos como porta de

entrada para atender necessidades diferentes de informação de diversos grupos de usuários,

ofertando conteúdos e serviços, por meio de uma interface compatível com seu público alvo,

assim o conceito de governo eletrônico tem ganhado força não somente no Brasil, mas no

mundo.

De acordo com Diniz et al.(2009), o Governo Eletrônico (E-GOV) pode ser entendido

como uma das principais formas de modernização do Estado e está fortemente apoiado no uso

das novas tecnologias para a prestação de serviços públicos, mudando a maneira com que o

governo interage com os cidadãos, empresas e outros governos. O conceito não se restringe a

simples automação dos processos e disponibilização de serviços públicos através de serviços

on-line na Internet, mas sim na transformação da maneira com que o governo, através da TIC,

atinge os seus objetivos para o cumprimento do papel do estado.

Dentre alguns serviços que envolvem as relações entre governo e cidadão (G2C)

através da internet (e-Serviços) podem ser citados pagamentos de tributos, registros de

10

boletins de ocorrências, acesso a informações governamentais e transparência, cadastro em

programas sociais.

Diante desta evolução, os aspectos de acessibilidade são uma diretriz clara para que

todo cidadão realmente possa usufruir da democracia eletrônica e seus e-serviços, onde o

Decreto Lei nº 5.296 de 2004, define como barreiras nas comunicações e informações:

“qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento

de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou

não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação; “

(BRASIL 2004). Neste mesmo documento o Art.47, in verbis assegura que:

No prazo de até doze meses a contar da data de publicação deste Decreto, será

obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública

na rede mundial de computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de

deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis. ”, por

fim, o § 2o deste decreto esclarece que “Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas

portadoras de deficiência conterão símbolo que represente a acessibilidade na rede

mundial de computadores (internet), a ser adotado nas respectivas páginas de

entrada. (BRASIL 2004).

Após mais de 10 anos de promulgação da lei de Acessibilidade, é evidente que a

qualidade dos serviços prestados pelo governo eletrônico só será efetiva se o instrumento de

comunicação utilizado for realmente o facilitador da interação entre o cidadão e o governo,

sem distinção do público utilizador de tais serviços.

De acordo com o Censo do IBGE de 2010, mais de 23.500.000 (vinte e três milhões e

quinhentos mil) brasileiros com idades entre 15 e 59 anos, possuem algum tipo de

deficiência visual, número este que corresponde a mais de 12% da população recenseada

para tal pesquisa.

Para melhor compreensão citaremos o Decreto 5.904, que em seu Art. 2º conceitua o

seguinte:

Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05°

no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade

visual entre 0,3° e 0,05° no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos

quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor

que 60 graus; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.

(Brasil 2006).

Muitas vezes esta privação sensorial pode limitar o exercício da cidadania em relação

ao uso dos serviços E-GOV se as diretrizes de acessibilidade não forem uma preocupação no

desenvolvimento de portais públicos.

O Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico (eMAG), em sua versão 3.1

(2014), salienta o seguinte: “apesar de tornarem a avaliação de acessibilidade mais rápida e

11

menos trabalhosa, os validadores automáticos por si só não determinam se um sítio está ou

não acessível. Para uma avaliação efetiva, é necessária uma posterior validação manual.”,

diante desta observação é possível destacar os benefícios da Engenharia Semiótica para

avaliação de interfaces dos portais públicos de forma interativa, avaliando dentre outros

aspectos os elementos de interface em tempo de interação e os conteúdos de mensagens de

metacomunicação com ênfase inclusive em um público alvo específico.

A Engenharia Semiótica (EngSem) objetiva fundamentar os aspectos que permeiam a

Interação Humano Computador (IHC), valendo-se de várias técnicas para avaliação da

comunicabilidade entre os elementos envolvidos e a relação usuário-sistema em ambientes

digitais, não se pautando somente na análise realizada por especialista, mas também

considerando a experiência real dos usuários ao utilizar os sistemas, sendo assim esta linha

de pesquisa é capaz de produzir contribuições extremante relevantes para avaliações de

acessibilidade, permitindo considerar os cenários que permeiam a utilização de portais

públicos por usuários com deficiência visual e possibilitando a geração de recomendações

norteadoras para o desenvolvimento de aplicações acessíveis, favorecendo a inclusão digital

e maior independência a esta fatia de usuários.

1.1.Problema de pesquisa

Em 2010, 35.774.392 (trinta e cinco milhões, setecentos e setenta e quatro mil,

trezentos e noventa e dois) brasileiros faziam parte do total de pessoas com deficiência

visual conforme os conceitos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

(ONU/2007),

Deste total 23.502.979 (vinte e três milhões, quinhentos e dois mil, novecentos e

setenta e nove) pessoas tinham idades entre 15 e 59 anos (CENSO, 2010),

A FIG.1 demonstra que dentre este número, quase 10.000.000 (dez milhões) de

pessoas eram moradores da região sudeste, considerada com maior índice de rejeição ao uso

dos serviços do governo eletrônico do país.

Sabendo que apenas 2% das páginas web governamentais foram consideradas

adequadas aos padrões de acessibilidade dentre as mais de seis milhões avaliadas no Brasil

(W3C.br/NIC.br, 2014), surge então o questionamento:

Os serviços governamentais (e-Serviços) mais acessados dos portais públicos

estaduais da região sudeste são realmente acessíveis aos deficientes visuais?

12

FIGURA 1- Brasileiros entre 15 e 59 anos com deficiência visual Fonte: o autor (adaptado de IBGE – Censo 2010)

!

1.2. Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é avaliar os aspectos de acessibilidade dos serviços

governamentais (e-Serviços) mais acessados nos portais públicos estaduais da região sudeste

(estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), sob os aspectos de

acessibilidade necessários aos deficientes visuais, consolidando e gerando recomendações

que possam favorecer a inclusão digital deste público alvo.

!

1.3 Objetivos específicos

OBJ1 - Identificar as principais diretrizes de acessibilidade voltadas aos deficientes

visuais recomendadas pelos órgãos reguladores do Governo Federal, estabelecendo

um comparativo aos Padrões Design de Interface, IHC e Engenharia Semiótica

utilizados como embasamento teórico-científico.

OBJ2 - Identificar quais as diretrizes específicas ao público alvo, recomendadas

pelos órgãos reguladores do Governo Federal foram aplicadas aos serviços

governamentais (e-Serviços) selecionados para avaliação nos portais governamentais

dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

OBJ3 - Identificar ferramentas específicas de acessibilidade aos deficientes visuais

adotadas para uso dos serviços e portais avaliados.

OBJ4 - Verificar o nível de acessibilidade e o nível de autonomia de utilização dos

serviços e portais avaliados sob aspectos de acessibilidade digital com ênfase no

usuário com deficiência visual.

!

13

1.4. Justificativa

O desenvolvimento de Sistemas de Informação verdadeiramente acessíveis a todos

promove a disseminação do conhecimento e o exercício da verdadeira cidadania, permitindo

a melhoria dos serviços prestados, independentemente da esfera pública ou privada, gerando

assim insumos para a ampliação das práticas da Gestão do Conhecimento.

Segundo Maximiano (1992), uma organização é uma combinação de esforços

individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma

organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para

uma pessoa.

A ampliação do uso de novas tecnologias informacionais reflete-se em todas as

áreas de atuação. A própria relação entre os Estados e a mudança do conceito de

soberania tem como causa o “avanço dos meios de informação”.

A internet permitiu a globalização de serviços numa dimensão nem sequer

sonhada uma década antes e neste contexto segundo Oliveira Junior (2008),

acompanhando a composição histórica dos direitos humanos, que dependendo do

momento tem sua disposição diferente e especialmente relevante, é necessário que a

sociedade desperte para os “direitos de quinta geração”, ou seja, aqueles vinculados ao

uso das novas tecnologias informáticas.

Segundo Pasold (2005), o contexto dos “direitos da quinta geração” são induzidos

pelas inovações sociais e dos meios de comunicação que sempre implicaram na

necessidade de novos direitos.

Diante do exposto esta pesquisa pretende tornar-se relevante, tendo em vista, a

evidente necessidade do desenvolvimento de portais web acessíveis no país na mesma

proporção que as políticas de expansão da internet e acesso à tecnologia avançam em

todo território nacional.

O desenvolvimento de Sistemas de Informação com ênfase em tecnologias

assistivas potencializa e incentiva a inclusão digital e independência do cidadão portador

de necessidades especiais (PNEs), um arcabouço de informação para desenvolvimento de

portais acessíveis aos deficientes visuais e a gestão deste conhecimento pode contribuir

para a melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas que através do uso

Multiplataforma poderiam ter acesso a diversos serviços que muitas vezes lhe exigiriam

mobilidade ou estariam inacessíveis fisicamente por diversos motivos.

14

Esta pesquisa pretende permitir que não somente os profissionais de Tecnologia

da Informação e Comunicação (TIC), atuantes nos setores público ou privado repensem

suas estratégias e conceitos de acessibilidade, mas que a sociedade como um todo possa

rever os pensamentos de políticas inclusivas e a real velocidade em que a tecnologia é a

aplicada como ferramenta de inclusão social aos cidadãos portadores de deficiência,

podendo ser fonte de pesquisa a para diversos públicos.

1.5. Aderência ao programa

Os contextos de Interação Humano-Computador (IHC) enfatizados neste projeto a

partir da proposta de avaliações de serviços pertencentes ao E-GOV dos estados da

região sudeste, visa consolidar documentos, padrões e recomendações verdadeiramente

efetivas ao desenvolvimento de “Portais e Sítios Acessíveis”, com ênfase nas

necessidades dos deficientes visuais sendo aderente à proposta do Programa de Pós-

Graduação Strictu Sensu em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento da

Universidade FUMEC, tendo em vista, a realização da pesquisa aplicada com ênfase na

linha de Sistemas de Informação, inserida na trilha de Engenharia de Processos e

Sistemas, sendo expressivo tanto no contexto acadêmico, quanto profissional a presença

multidisciplinar do IHC nas áreas de Computação, Design, Ergonomia, Psicologia,

Sociologia entre outras áreas do conhecimento.

O Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Informação e Gestão do

Conhecimento da Universidade FUMEC – PPGSIGC pretende articular e aplicar

conhecimento profissional no abrangente campo de Sistemas de Informação. Sua missão

é a produção de atividades técnicas, de ensino e pesquisa, enfatizando a busca, o

desenvolvimento e a integração do conhecimento e das atividades que dele se originam

com vistas à formação de docentes e pesquisadores (Universidade FUMEC – PPGSIGC,

2015).

Alinhado aos objetivos do programa pretende-se mencionar a aderência deste

projeto de dissertação e justificar sua importância a partir do citado na Lei Brasileira de

Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146) em seu artigo 78:

Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a difusão de

tecnologias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias

da informação e comunicação e às tecnologias sociais.

Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:

15

I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instrumento de

superação de limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à informação, à

educação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;

II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a ampliar a acessibilidade

da pessoa com deficiência à computação e aos sítios da internet, em especial aos

serviços de governo eletrônico. (BRASIL 2015)

Mediante o exposto procurou se justificar a aderência deste projeto de pesquisa ao

Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento da

Universidade FUMEC – PPGSIGC.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1.Revisão da Literatura

Na primeira etapa foi realizada uma revisão da literatura, onde se procurou reunir

evidências e averiguar o estado da arte, a fim de avaliar a necessidade de trabalhos na área

de acessibilidade com ênfase em portadores de deficiência visual, identificar características

e novas dimensões a respeito do cerne que é a acessibilidade aos serviços do governo

eletrônico para os portadores de deficiência visual (PDVs), garantindo o embasamento

teórico-científico do projeto.

Como ferramenta de apoio a revisão da literatura foi escolhido o Portal de

Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que

é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a instituições de ensino e pesquisa no

Brasil produção científica nacional e internacional. Ele conta com um acervo de mais de 37

mil títulos com texto completo, 126 bases referenciais, 11 bases dedicadas exclusivamente a

patentes, além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e

conteúdo audiovisual. O Portal de Periódicos visa atender às demandas dos setores

acadêmico, produtivo e governamental e propiciando o aumento da produção científica

nacional e o crescimento da inserção científica brasileira no exterior. É, portanto, uma

ferramenta fundamental às atribuições da Capes de fomento, avaliação e regulação dos

cursos de Pós-Graduação e desenvolvimento da pesquisa científica no Brasil. (Portal

CAPES 2015)

16

Para averiguar o estado da arte em relação aos aspectos de acessibilidade no Brasil

foram trabalhadas a partir da interface de busca avançada do Portal CAPES, Strings de

busca onde foram consideradas os seguintes critérios para inclusão e exclusão de artigos:

a) Bases selecionadas para pesquisa:

(Área: do Conhecimento Ciências Exatas e da Terra; subárea: Ciência da

Computação)

1) ACM Digital Library

2) Web of Science - Coleção Principal (Thomson Reuters Scientific)

3) Computers and Applied Sciences Complete (EBSCO)

4) IEEE Xplore

5) SciELO.ORG

6) ScienceDirect - Freedom Collection (Elsevier)

7) SCOPUS (Elsevier)

8) SpringerLink

b) Data da publicação: últimos cinco anos (2010 a 2015)

c) Tipo de material: artigos

d) Idioma: qualquer idioma

e) Ordenado por: mais acessados

Por fim, as Strings pesquisadas e os resultados retornados seguem abaixo na Tabela 1:

Descritores de Busca avançada utilizados no Portal CAPES

Item Filtros utilizados Resultados

1 Qualquer and contém “acessibilidade web” 276 artigos

2 (Qualquer and contém “acessibilidade web”) and (Qualquer and

contém “deficientes visuais”)

35 resultados

3 (Qualquer and contém “acessibilidade web”) and (Qualquer and

contém “cegos”)

15 resultados

4 (Qualquer and contém “acessibilidade web”) and (Qualquer and é

exato “cegos”)

15 resultados

5 (Qualquer and contém “acessibilidade web”) and (Qualquer and é

exato “deficientes visuais”)

15 resultados

TABELA 1- Descritores de busca avançada utilizados no Portal CAPES Fonte: o autor (adaptado de Portal Capes 2015)

17

Devido ao pequeno número de resultados para os termos associados “acessibilidade

web” and “deficientes visuais” e “acessibilidade web” and “cegos”, se comparado apenas à

pesquisa pelo termo “acessibilidade web” já podemos observar a necessidade de pesquisas

relacionadas a aspectos de acessibilidade para deficientes visuais no Brasil.

Para a continuidade dos trabalhos foram considerados os resultados da String:

(Qualquer and contém “acessibilidade web”) and (Qualquer and contém “deficientes

visuais”) com 35 resultados obtidos, associados ao tema de pesquisa, sendo trados a partir de

então a seleção por título e resumo conforme aderência aos objetivos do projeto que

pretenderam para esta etapa: identificar quais as áreas de pesquisa relacionadas à

acessibilidade web, exemplos de metodologias utilizadas para a realização de testes de

acessibilidade, testes de acessibilidade realizados exclusivamente para deficientes visuais e

recomendações específicas para desenvolvimento web acessível aos PDVs.

18

O resultado do fichamento dos artigos segue na Tabela 2, posteriormente os mesmos foram coletados para leitura e analise.

Item Título Autores Ano Repositório

1 Virando a página: um novo conceito de

acessibilidade na web para deficientes visuais

De Souza O. 2014 SCOPUS (Elsevier)

2 Acessibilidade dos deficientes visuais e cegos às

informações de bibliotecas universitárias na web

Ferreira G 2011 SCOPUS (Elsevier)

3 Lêbraille TWT: providing visual accessibility to twitter

on touchscreen devices

Agebson R. Façanha; Maria da C. C. Araújo; Windson

Viana; Mauro C. Pequeno

2012 ACM Digital

Library

4 O acesso dos analfabetos funcionais ao conteúdo

informacional dos sites governamentais brasileiros

Eliane Capra; Kizzy Benjamin; Simone B. Leal Ferreira;

Claudia Capelli; Denis S. da Silveira

2013 ACM Digital

Library

5 Avaliando modelos de interação para comunicação

de deficientes auditivos

Stefan Martins; Lucia Filgueiras

2010 ACM Digital

Library

6 Enriquecendo a experiência de uso do piso tátil com

áudio descrições providas por celular

Emiliano Firmino; Mauro Teófilo

2013 ACM Digital

Library

7 Identificando barreiras de acessibilidade web em

dispositivos móveis: resultados de um estudo de caso

orientado pela engenharia de requisitos

Sarah Gomes Sakamoto; Lyrene Fernandes da

Silva; Leonardo Cunha de Miranda

2012 ACM Digital

Library

8 Uso do MIS para avaliar signos sonoros: quando um

problema de comunicabilidade se torna um problema

de acessibilidade

Luiz Paulo Damilton Corrêa; Flávio R. S. Coutinho; Raquel

Oliveira Prates; Luiz Chaimowicz

2012 ACM Digital

Library

9 Análise da relação entre acessibilidade web e

usabilidade para pessoas com deficiência visual

Janicy Aparecida Pereira Rocha; Tiago França Melo de

Lima

2010 ACM Digital

Library

10 Cine Libras: A Proposal for Automatic Generation and

Distribution of Windows of Libras on the Cinema

Rooms

Leonardo Araújo Domingues; Felipe Lacet S. Ferreira; Tiago

Maritan U. Araújo; Manoel Silva Neto; Lucenildo Aquino

Júnior; Guido Lemos S. Filho; Felipe Hermínio Lemos

2014 ACM Digital

Library

11 Estudo e relato sobre a utilização da tecnologia pelos

deficientes visuais

Juliana Cristina Braga; Antônio Carlos Costa Campi,

Jr.; Rafael Jeferson Pezzuto Damaceno Graduando; Neno

Henrique da Cunha Albernaz

2012 ACM Digital

Library

12 Projeto D4ALL: acesso e manipulação de diagramas por

pessoas com deficiência visual

Luciano Tadeu Esteves Pansanato; André Luís Martins

Bandeira; Luiz Gustavo dos Santos; Dferson do Prado Pereira

2012 ACM Digital

Library

13 Interação com conteúdo complementar para apoio ao

entendimento de programas televisivos

Kamila R. H. Rodrigues

Erick L. Melo; Patricia I. Nakagawa; Cesar A. C. Teixeira

2010 ACM Digital

Library

19

14 Estudo sobre o uso de tablets como ferramenta de

suporte à interação de pessoas cegas com painéis digitais

Ana Flavia de Andrade da Silva

Annibal Biondi Mendes da Silva; Veronica Oliveira

Pontes; Elaine Naomi Watanabe; Marcia Ito; Vagner

Figueredo de Santana

2013 ACM Digital

Library

15 Investigating accessibility on web-based maps Jonathas Leontino Medina; Maria Istela Cagnin; Débora

Maria Barroso Paiva

2015 ACM Digital

Library

16 A Customized Checklist for Analyzing Software

Transparency in Websites

Fabio Bittencourt Forte, Neto; Patricia Vilain; Fabiola

Ferreira de Macedo

2015 ACM Digital

Library

17 Biblioteca digital inclusiva no ensino superior Joseane Giacomelli; Amanda Meincke Melo; Rumenigue

Hohemberger

2010 ACM Digital

Library

18 Web accessibility evaluation on Brazilian institutions in

higher education | Avaliação da acessibilidade dos sítios

eletrônicos das instituições de ensino superior Brasileiras

Pereira A. 2013 SCOPUS (Elsevier)

19 Using Cultural Viewpoint Metaphors to

provide web accessibility for the visually impaired users

Pereira L. 2013 SCOPUS (Elsevier)

20 Applying the barrier walkthrough method: Going

beyond the automatic evaluation of accessibility

Braga H. 2013 SCOPUS (Elsevier)

21 Protocols for evaluation of site accessibility with the

participation of blind users

Ferreira S. 2012 SCOPUS (Elsevier)

22 Evaluation of web accessibility: An approach related to

functional illiteracy

Capra E. 2012 SCOPUS (Elsevier)

23 "Eu também quero jogar!": reavaliando as práticas e

diretrizes de acessibilidade em jogos

Jean Felipe Patikowski Cheiran; Marcelo Soares Pimenta

2011 ACM Digital

Library

TABELA 2- Fichas resultantes da avaliação por título e resumo

Fonte: o autor (adaptado de Portal Capes 2015)

Os resultados obtidos com a revisão da literatura ajudaram a guiar o referencial teórico e procedimentos metodológicos apresentados a seguir.

20

2.2.Portais Corporativos

Dispositivos como telégrafo, telefones fixos, rádios e TV foram inovações em seu

tempo que ajudaram a inspirar e antecederam a internet que hoje é uma ferramenta cotidiana

para a revolução social que acontece nas residências, corporações, instituições de ensino e

porque não na maneira de governar e no exercício da cidadania da população. Este cenário de

evolução pode ser observado em redor do mundo, em um movimento que cada vez mais está

associado a inserção no mundo globalizado, rompendo barreiras geográficas onde os

desníveis de renda entre países e entre as pessoas por um pequeno momento diminui sua

latência.

Terra e Gordon (2002) apud Berlini (2014) descreve a internet como uma fonte de

oportunidades síncronas e assíncronas para promover o encontro dos indivíduos, permitindo o

compartilhamento de informações, opiniões, apresentações e a tomada de decisões

colaborativas em tempo real, facilitando as relações e possibilitando as trocas de informações

e conhecimento.

A evolução tecnológica que precedeu a Internet que conhecemos hoje permitiu que no

fim da década de sessenta nossa protagonista começasse a escrever sua própria história. A

ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency) que interligava laboratórios de

pesquisa do Departamento de Defesa Norte Americano em 1969, com o propósito de ser um

sistema logístico militar de informações auxiliado por computadores, composto pela

interligação de apenas 4 nós distribuídos por todo o país através de circuitos de 56 kbits por

segundo, na década de 80 já interligava centenas de universidades e chegava inclusive no

Brasil mesmo com limitações tecnológicas que tornavam seu acesso restrito a pequenos

grupos de usuários, mesmo assim a inovação permitiu a expansão de centrais digitais no

Brasil através do Projeto Tópico, da antiga Telebrás.

Para um compartilhamento de informações mais eficiente fez-se necessário o

estabelecimento de uma linguagem universal para WEB, com a criação do protocolo HTTP

(HyperText Transfer Protocol) e a linguagem HTML (HyperText Markup Language),

possibilitando que diversidade de documentos compartilhados que a época eram indexados

pelas simples máquinas de busca da internet, tornassem-se documentos padronizados com

recursos multimídia a frente de seu tempo e fomentassem a inovação da recuperação e

disseminação das informações, tornando empresas especialistas valiosas e reconhecidas em

21

todo o mundo, provendo a busca e acesso a informação, acompanhando a evolução das

necessidades crescentes de seus usuários e permitindo crescimento também da indústria,

negócios e serviços em torno de seus utilizadores.

Castells (1999, p. 68) já apontava que:

O cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às

tecnologias da informação, processamento e comunicação. A tecnologia da

informação é para esta revolução o que as novas fontes de energia foram para as

revoluções industriais sucessivas, do motor à vapor à eletricidade, aos combustíveis

fósseis e até mesmo à energia nuclear, visto que a geração e distribuição de energia

foi o elemento principal na base da sociedade industrial. CASTELLS (1999, p.

68)

Segundo Davenport e Prusak (1998), a expansão da internet é um fator relevante no

desenvolvimento de processos da Gestão do Conhecimento, possibilitando a transferência,

sistematização e armazenamento das informações, além de favorecer um ambiente social no

cyberespaço que estabelece a comunicação e interação para a produção e troca de

conhecimento.

A capacidade de gerar conhecimentos, divulgá-lo na organização e incorporá-lo a

produtos, serviços e sistemas reflete substancialmente em seu desenvolvimento. Tal processo

se estabelece dentro de uma comunidade ou organização em interação e se expande,

alcançando níveis e fronteiras interorganizacionais (Nonaka; Takeuchi, 1997 apud Berlini,

2014).

Diante de tanta informação, serviços disponíveis e conhecimento a disposição dos

usuários, os Sites de Busca evoluíram aos denominados Portais, conforme define Dias

(2003).

O portal web facilita o acesso às informações contidas em documentos espalhados

pela internet, oferecendo mecanismos de busca, links separados por assunto, acesso a

conteúdos especializados e comerciais, e possibilidade de personalização de sua

interface (Dias, 2007).

Os portais web colocam a disposição dos usuários conteúdos e serviços que resultam

em conhecimentos individuais e conteúdos de domínio coletivo, permitindo a navegação por

categorias, personalização de funções e ferramentas aprimoradas pelas TICs de forma a

organizar e facilitar o acesso a informações internas de uma empresa.

Na literatura é possível classificar os portais web em seu processo evolutivo como:

portais corporativos onde a ênfase é o negócio da empresa, objetivando torna-la mais

22

competitiva no mercado e portais públicos onde a ênfase é atender às necessidades

informacionais de diversos grupos de usuários. O Quadro 1, apresenta um comparativo entre

as gerações de portais corporativos.

QUADRO 1: Geração de Portais Corporativos

Fonte: Eckerson (1999) apud Dias (2001)

Ambos vêm de encontro a necessidade das instituições em otimizar a comunicação e a

divulgação das informações aproveitando de forma eficiente os recursos tecnológicos como

instrumentos facilitadores para a geração, tratamento e distribuição de informação na gestão

do conhecimento, mantendo um ambiente interativo e sempre atualizado, sendo um

importante meio de transmissão de conhecimento nas instituições e difundindo este

conhecimento quando autorizado a demais utilizadores da rede mundial de computadores.

23

2.3. Governo Eletrônico

O governo eletrônico, também conhecido como E-GOVERNO ou sua abreviatura E-

GOV, consiste em:

(...) uso das novas tecnologias da informação pelos governos na prestação de serviços

e informações para cidadãos, fornecedores e servidores constitui o que se

convencionou chamar de E-GOVERNO. (...). E-GOVERNO envolve três tipos de

transações: GSG (government to government) quando se trata de uma relação intra ou

inter-governos, G2B (government to business) caracterizado por transações entre

governos e fornecedores e G2C (government to citizen) envolvendo relações entre

governos e cidadãos. Estas transações ocorrem não apenas por meio da Internet, mas

também por meio da telefonia móvel, televisão digital, call centers e outros tipos de

aplicações ligadas aos computadores pessoais (BNDES, 2000 apud Berlini 2014).

De acordo com dados do CETIC.br em 2007, 17% dos domicílios no Brasil possuía

acesso à internet e a mesma pesquisa em 2012 registrou um salto deste percentual de forma

expressiva para 44% de acesso na área urbana e 10% na área rural, dados que apesar de

refletirem a discrepância na realidade socioeconômica e na universalização do acesso à

internet embasa a o crescimento das ações de políticas públicas voltadas a inclusão digital dos

domicílios brasileiros e a expansão da oferta de serviços públicos ao cidadão em todas as

instâncias do poder público.

Segundo Vilella (2003), o portal governamental pode prover acesso a informação que

o governo deseja disseminar, bem como as informações que o governo coleta de si mesmo,

tornando-as disponíveis ao usuário e coletando informações requeridas, estabelecendo um

espaço de comunicação que contribui coma democracia e o engajamento dos cidadãos, dando

suporte a transações on-line entre cidadãos e o governo. A FIG.2 apresenta o percentual de

uso dos e-Serviços por internautas maiores de 16 anos.

FIGURA 2- Percentual de uso do e-Serviços por internautas a partir de 16 anos (2008 a 2012) Fonte: CGI.br (2014)

24

A democracia eletrônica potencializa a participação civil na condução de negócios

públicos, a partir da disponibilização de informações em portais E-GOV a atuação da

sociedade junto ao poder público de forma mais desburocratizada, permitindo o

estabelecimento de políticas de governança eletrônica de caráter consultivo, informativo ou

deliberativo em todas as esferas a partir do uso da internet e mediado pela TICs, mas para o

real exercício dos direitos e deveres do indivíduo o livre acesso a informação deve ser real,

disponibilizado de forma transparente a fim de promover a transforma da sociedade, mesmo

que isto signifique uma mudança cultural e estrutural do país em prol dos direitos do cidadão.

O direito à informação no Brasil é estabelecido pela Lei de Acesso à Informação

(Lei nº 12.527/2011) e rege a conduta entre nas esferas municipal, estadual e federal, a fim de

garantir o direito fundamental de acesso à informação, permitindo a população um controle

social da gestão pública conforme o artigo 3º:

Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental

de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios

básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;

II-divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;

III- utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV-fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;

V- desenvolvimento do controle social da administração pública (BRASIL, 2011).

Mediante o exposto faz-se necessário o estudo do governo eletrônico e análise de suas

ferramentas com ênfase na prestação de serviços à população viabilizando ao cidadão o

exercício da cidadania.

2.4.Serviços Eletrônicos

Os trabalhos voltados para construção do que hoje conhecemos como e-Serviços

(serviços eletrônicos) no âmbito do território nacional, iniciaram-se com o Decreto

Presidencial de 3 de abril de 2000, que instituiu o Grupo de Trabalho em Tecnologia da

Informação (GTTI), que desenvolver as ações conhecidas como: universalização de serviços,

governo ao alcance de todos e infraestrutura avançada, propondo no mesmo ano uma nova

política de interação eletrônica do Governo com a Sociedade, por meio da apresentação de

relatórios de diagnóstico da situação da infraestrutura e serviços do Governo Federal,

aplicações existentes e desejadas e a situação da legislação sobre o assunto.

Dentre as atividades mais relevantes da GTTI podemos destacar a "Proposta de

Política de Governo Eletrônico para o Poder Executivo Federal" que culminou na criação do

Comitê Executivo de Governo Eletrônico (CEGE) em 18 de outubro de 2000, com o objetivo

25

de formular políticas, estabelecer diretrizes, coordenar e articular as ações de implantação do

Governo Eletrônico.

Dentre vários modelos que caracterizam os estágios de evolução do governo

eletrônico, o modelo adotado pelas Nações Unidas (2003), categoriza os níveis de maturidade

tecnológica quanto a inovação e comunicação em 5 estágios: I) Presença Emergente; II)

Presença Aprimorada; III) Presença Interativa; IV) Presença Transacional e V) Presença na

Rede. (Quadro 2)

Modelo de medição de presença na web

QUADRO 2- Modelo de medição de presença na web Fonte: Nações Unidas (2003) apud RM Araújo et al (2013),

Conforme descrito no quadro anterior, as interações do tipo G2C (Governo para o

Cidadão) são caracterizadas por iniciativas do governo em fornecer informações e serviços ao

cidadão através de sistema on-line, além de viabilizar projetos de inclusão digital.

26

As ações de universalização de serviços propostas pela GTTI continuaram a se

expandir com o passar dos anos e podemos salientar a Lei de Acesso a Informação que veio

complementar o Decreto nº 6.932/2009, dispondo sobre a simplificação do atendimento

público prestado ao cidadão e dá outras providências. Está previsto em seu Art. 1º, parágrafo

VI mencionado aqui a “aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos

e procedimentos de atendimento ao cidadão e a propiciar melhores condições para o

compartilhamento das informações”, o parágrafo VII menciona a “articulação com Estados,

Distrito Federal, Municípios e outros poderes para a integração, racionalização,

disponibilização e simplificação de serviços públicos prestados ao cidadão.”.

O cerne desta lei institui a “Carta de Serviços ao Cidadão”, medida esta que atribui aos

órgãos públicos o dever de dar publicidade ao cidadão sobre os serviços prestados pelo

mesmo, requisitos e documentos para acesso ao serviço e prazos para atendimento.

É notório o crescimento da utilização dos e-Serviços no Brasil, de acordo a com

pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), o número de internautas maiores

de 16 anos que utilizaram a internet para acesso a e-Serviços, saltou de 66, 4 milhões de

pessoas entre outubro de 2012 e fevereiro de 2013, para 70,9 milhões entre setembro de 2013

e fevereiro de 2014.

Os serviços do governo eletrônico que lideram o ranking de utilização estão inclusos

nas categorias obtenção de documentos, justiça e segurança, previdência e assistência social,

pagamentos de impostos e taxas, abrangendo consultas e busca por informações sobre carteira

de identidade, carteira de trabalho, CPF, carteira de habilitação, multas, andamento

processual, direito do consumidor, solicitação de benefícios sociais, etc.

O site do Governo Eletrônico (2015) salienta características essências aos e-Serviços,

conforme aqui apresentado in verbis:

“A adoção de meios eletrônicos para a prestação dos serviços governamentais exige

que os sítios e portais desenvolvidos e mantidos pela administração pública sejam

fáceis de usar, relevantes e efetivos. Somente por meio da eficiência é possível

aumentar a satisfação dos usuários de serviços eletrônicos e conquistar

gradativamente uma parcela cada vez maior da população. A administração pública

busca ofertar ao cidadão sites do governo eletrônico mais acessíveis, respeitando

inclusive, as particularidades da população atingida, com vistas à melhoria dos

serviços prestados ao cidadão, a ampliação do acesso aos serviços, a melhoria da

gestão interna e a transparência e controle social sobre as ações de Governo”. (Brasil /

ePWG 2015)

Mesmo com todas as políticas inclusivas dos serviços E-GOV, a FIG.3, mostra que

22,9 milhões de internautas maiores de 16 anos optaram por não utilizar os serviços web e

27

salientam aspectos como a dificuldade de encontrar os serviços desejados no ambiente virtual,

a preocupação com a segurança dos dados, a indisponibilidade dos serviços e dificuldade de

contato/ retorno a suas solicitações.

Proporção de usuários de internet que não usam E-GOV

FIGURA 3- Proporção de internautas que não usam E-GOV, preferindo contato pessoalmente. Fonte: CGI 2013

Mediante este cenário torna-se relevante este projeto de pesquisa, a fim de verificar de

forma mais aprofundada se aspectos voltados à acessibilidade e usabilidade têm influenciado

na recusa dos usuários a utilizar os serviços do governo eletrônico.

2.5.Usabilidade X Acessibilidade

Antes de contextualizar os termos Usabilidade e Acessibilidade é necessário visitar os

conceitos de Interação Humano Computador (IHC), que a cada dia tornam-se mais presentes

na vida dos usuários, objetivando melhorar a comunicação que acontece durante a interação

28

entre usuários e sistemas, avaliando e implementando designers de sistemas interativos

enfatizando a cada dia mais características como usabilidade e acessibilidade a fim de

proporcionar maior experiência do usuário.

A FIG.4 vem ilustrar que os objetos de IHC podem ser agrupados em cinco tópicos

inter-relacionados: a natureza da interação humano-computador; o uso de sistemas interativos

situado em contexto; características humanas; arquitetura de sistemas computacionais e da

interface com usuários; e processos de desenvolvimento preocupados com o uso. (SDJ

Barbosa, 2010)

FIGURA 4- Objetos de estudo em IHC Fonte: SDJ Barbosa (2010, p. 10)

Com a evolução da Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) a presença de

interatividade e interoperabilidade tornou-se notória em nossas tarefas diárias, no ambiente

educacional, corporativo e lazer. É extremante usual valer-se hoje das TICs para obter

experiências diversas de IHC, com a presença dos dispositivos multimídia em veículos e

controle de tráfego, aeroportos, shoppings, instituições de ensino e locais com grande

aglomerado de pessoas, chegando inclusive às residências e equipamentos de uso pessoal,

mas é possível observar que a maioria destes meios de interação converge a um objetivo

maior que é o consumo de recursos e serviços disponibilizados pela web.

29

O conceito de natureza da interação objetiva investigar o que ocorre enquanto os

usuários utilizam sistemas interativos, considerando seu contexto de uso (cultura, sociedade,

organização) e características humanas a fim de avaliar quais as consequências desta

interação na vida do utilizador.

A IHC em seus contextos de interdisciplinaridade vale-se de conhecimentos e técnicas

não somente relacionadas às TICs, mas também a conceitos e práticas oriundos da psicologia,

sociologia e outros assuntos multidisciplinares de forma que profissionais com formações

diferentes possam contribuir para a melhoria da concepção, construção e evolução dos

sistemas computacionais.

A Interface é a parte do sistema computacional com o qual o usuário se comunica,

disparando ações e recebendo resultados destas ações, esta comunicação recebe o nome de

interação

A título de exemplo a definição de uma interface adequada aos padrões de IHC faz uso

de conhecimentos e técnicas associadas a Design, Ergonomia, Linguística e Semiótica.

Dentre diversos benefícios o aumento da qualidade de uso contribui para maior

produtividade dos usuários apoiados por ferramentas computacionais; melhores respostas dos

sistemas e oportunidades de interação reduzem a gravidade e o número de erros cometidos

pelos utilizadores; por consequência a atuação do suporte técnico será menor devido a

estabilidade do sistema e a capacidade e segurança do usuário em operacionalizar os mesmos,

gerando assim por consequência a satisfação e fidelização do utilizador.

Segundo a ISO 9241, o termo usabilidade é o índice pelo qual é possível mensurar o

quanto os utilizadores conseguem atingir os objetivos de suas tarefas, pautadas em 3

princípios:

Eficácia: Acurácia e completude com as quais usuários alcançam objetivos específicos.

Eficiência: Recursos gastos em relação à acurácia e abrangência com as quais usuários

atingem objetivos.

Satisfação: Ausência do desconforto e presença de atitudes positivas para com o uso

de um produto.

Sendo assim espera-se que um sistema com usabilidade permita a realização das

tarefas do utilizador com eficiência e eficácia, com qualidade suficiente para que a ação seja

realizada com sucesso e que esta experiência seja um motivador ao usuário para que este

utilize novamente tal aplicação.

30

Diante do exposto é realçada a importância da inserção dos conceitos de usabilidade na

criação de um produto (hardware, software e materiais) de forma especificada, passando por

um processo de avaliação e melhoria contínua a fim de acompanhar toda a evolução

envolvida hoje nos processos de interação humano computador em relação ao produto criado.

Para os aspectos de usabilidade o conceito de descrição de ambientes considera

características não somente do ambiente físico, mas também do ambiente cultural e social que

o usuário está inserido, considerando características relevantes dos usuários, aspectos como

conhecimento, habilidade, experiência, educação, treinamento, atributos físicos e capacidade

sensoriais e motoras.

A lei nº 10.098, em seu artigo 2º, parágrafo I define: “acessibilidade: possibilidade e

condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e

equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de

comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; ”

Esta lei foi regulamentada pelo decreto nº 5.296 de 2004 e em seu capítulo III, artigo

8º, § 2º, são caracterizadas barreiras quanto às condições gerais de acessibilidade conforme

descrito:

Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de

movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se

comunicarem ou terem acesso à informação, classificadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;

b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso

público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de

uso privado multifamiliar;

c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transportes;

d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que

dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio

dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem

como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação;” (Brasil 2004)

Vale ainda salientar os incisos V e IX, onde define-se os conceitos: “ajuda técnica: os

produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados

para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade

reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida;” e “desenho universal:

concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as

pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura

e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade.”

Analisando o cenário que vivemos hoje onde a presença das TICs é latente em quase

todos os espaços e que os processos inclusivos estão intimamente associados aos conceitos de

31

IHC, a necessidade que o conceito de acessibilidade digital seja realmente praticado e

empregado no desenvolvimento de sistema tornou-se imperativo, pois, esta deve permitir a

partir do uso de qualquer tecnologia a navegação web e utilização de sistemas de informação

de maneira inclusiva e interativa de forma que o indivíduo possa obter total e completo

entendimento da informação ali contida.

Segundo a versão 3.1 do eMAG (2014), no que se refere a acesso ao computador, as

quatro principais situações vivenciadas por usuários com deficiência são:

Acesso ao computador sem mouse: no caso de pessoas com deficiência visual,

dificuldade de controle dos movimentos, paralisia ou amputação de um membro

superior;

Acesso ao computador sem teclado: no caso de pessoas com amputações, grandes

limitações de movimentos ou falta de força nos membros superiores;

Acesso ao computador sem monitor: no caso de pessoas com cegueira;

Acesso ao computador sem áudio: no caso de pessoas com deficiência auditiva.

O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG), foi implantado na

expectativa de tornar a navegação web mais acessível aos portadores de necessidades especiais,

através de um modelo padronizado que permita a implementação de aspectos de acessibilidade

digital de acordo com padrões internacionais propostos pela W3C, a partir das recomendações

de acessibilidade do conteúdo Web (WCAG), associadas às necessidades da população

brasileira através de aspectos propostos pelo comitê da ABNT.

Sua primeira versão foi desenvolvida em 2004 e em 2007 a Portaria nº 3, de 7 de maio,

institucionalizou o eMAG no âmbito do sistema de Administração dos Recursos de Informação

e Informática – SISP, tornando sua observância obrigatória nos sítios e portais do governo

brasileiro.

32

2.6. Deficiência Visual: Conceitos e tecnologias para pessoas com limitação

visual.

A Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

contra Pessoas Portadoras de Deficiência (decreto nº 3956, de 8 de outubro de 2001) em seu

artigo I, parágrafo primeiro contextualiza o termo "deficiência" como uma restrição física,

mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer

uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente

econômico e social; no parágrafo segundo é caracterizado o termo "discriminação contra as

pessoas portadoras de deficiência" como toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em

deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de

deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o

reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus

direitos humanos e suas liberdades fundamentais.

O decreto nº 3298, de 20 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional

para integração da Pessoa Portadora de Deficiência, em seu artigo terceiro, parágrafo terceiro

caracteriza o termo “incapacidade” com uma redução efetiva ou acentuada da capacidade de

integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais

para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações

necessárias ao seu bem estar pessoal ou desempenho de função ou atividade exercida. Em seu

capítulo IX, artigo 51, parágrafo II, alínea C, são descritas como barreiras nas comunicações:

“qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de

mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa.”.

Mediante o exposto, é notório que o ambiente e condições sociais não podem ser um

limitador ao exercício da cidadania, privando pessoas com deficiência ao exercício de suas

atividades onde e quando necessitar e que a acessibilidade é uma característica indispensável

a qualquer ambiente seja ele físico ou virtual para inclusão social e experiência de usabilidade

deste público.

Quando observamos especificamente o contexto dos deficientes visuais, o decreto nº

3298, artigo 4º, § 3º, define o seguinte: “deficiência visual - acuidade visual igual ou menor

que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de

Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações;”. (Brasil 1999)

33

Para um melhor entendimento estima-se que uma pessoa com baixa visão não

consegue a luz do dia, a uma distância de 3 metros enxergar com clareza suficiente para

realizar a contagem dos dedos da mão de uma pessoa, bem como uma pessoa com acuidade

igual ou menor que 20/200 consegue enxergar objetos a 6 metros de distância da mesma

forma que uma pessoa com visão normal enxergaria a 60 metros segundo SONZA (2008).

A acuidade visual é caracterizada pela condição do olho em reconhecer dois pontos

próximos, medida pela relação entre o optótipo visualizado e a distância entre o observador e

o objeto. A aferição de acuidade visual ocorre desde a idade média e a criação de padrões

para tal teste ganhou força no século XIX, a tabela de Snellen, desenvolvida em 1862 é

mundialmente utilizada ainda hoje, mesmo com algumas contestações pela comunidade

científica em relação a existência de métodos mais atuais, mas a Escala Optométrica

desenvolvida pelo oftalmologista holandês Herman Snellen, ainda mostra-se eficiente para a

realização de pré-diagnóstico da condição visual em diversos locais do mundo, devido a

simplicidade de seu método, não substituindo um diagnóstico oftalmológico, a tabela pode ser

o primeiro passo para identificar problemas oculares.

Abaixo segue FIG.5, que apresenta a tabela de Snellen, onde considera-se visão

normal a capacidade de visualizar o optótipo da linha 20/20 com ambos os olhos e o exemplo

de teste aplicado com sua utilização.

FIGURA 5- Escala optométrica de Snellen e teste de acuidade Fonte: o autor (adaptado de UNIOESTE – 2015)

34

Em texto da portaria 3.128 / 2008, do Ministério da Saúde, a Organização Mundial de

Saúde (OMS) define, in verbis:

A pessoa com baixa visão é aquela que apresenta, após tratamentos e/ou correção

óptica, diminuição de sua função visual e tem valores de acuidade visual menor do

que 0,3 a percepção de luz ou um campo visual menor do que 10 graus de seu ponto

de fixação; porém usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento

e/ou execução de uma tarefa. (Brasil 2008)

Justifica-se o uso dessa definição pelo fato de que a maior parte da população

considerada cega (por alguma definição legal) tem, na verdade, baixa visão e é, a princípio,

capaz de usar sua visão para realização de tarefas. (WHO,1992; WHO, 1999; ISLVRR,

2005).

As deficiências visuais são subdividas em dois grandes grupos: congênita e adquirida,

sendo que a primeira advinda de doenças hereditárias, infecções ou problemas de gestação,

manifestam-se já no nascimento ou até os seis anos de idade, enquanto as deficiências visuais

adquiridas são contraídas após os seis anos de idade, estando associadas a doenças como

descolamento de retina, glaucoma, diabetes, degeneração senil e traumas oculares.

A seguinte definição foi apresentada aos entrevistados durante o censo 2010, no que

tange ao conceito de deficiência visual:

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/2007) ratificada

pelo Brasil traz a definição: pessoas com deficiência são aquelas que têm

impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os

quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e

efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. - Pessoas

com deficiência visual foram assim classificadas quando tiveram 'alguma dificuldade',

'grande dificuldade' ou 'não conseguiam de modo nenhum' como respostas para a

pergunta 'tem dificuldade permanente de enxergar? (Se utiliza óculos ou lentes de

contato, faça sua avaliação quando os estiver utilizando) (IBGE, Censo Demográfico

2010).

De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, a população brasileira era de

190.755.799 (cento e noventa milhões, setecentos e cinquenta e cinco mil, setecentos e

noventa e nove) pessoas, onde 35.774.392 (trinta e cinco milhões, setecentos e setenta e

quatro mil, trezentos e noventa e dois) brasileiros possuíam algum tipo de deficiência visual,

valor correspondente a 18,75% da população, sendo que deste total 23.502.979 (vinte e três

milhões, quinhentos e dois mil, novecentos e setenta e nove) brasileiros tinham entre 15 e 59

anos de idade. Na região sudeste residia 9.368.001 (nove milhões, trezentos e sessenta e oito

mil e um) brasileiros dentro desta faixa etária com perfil que se enquadrasse na definição de

deficiência visual.

35

Abaixo a FIG.6, exibe um comparativo entre o total da população brasileira e

população da região sudeste de acordo com o Censo 2010 em equiparação ao número de

pessoas com deficiência visual.

FIGURA 6 - Comparativo total da população X portadores de deficiência visual no Brasil. Fonte: o autor (adaptado do Censo 2010)

A FIG. 7, ilustra a distribuição geográfica da população de deficientes visuais com

idades entre 15 e 59 anos da região sudeste conforme dados referentes ao Censo 2010 pode

ser vista no gráfico a seguir:

FIGURA 7 – Percentual de portadores de deficiência visual por estados da região sudeste. Fonte: o autor (adaptado do Censo 2010)

190.755.799

80.364.410

23.502.979 9.368.001

0

50.000.000

100.000.000

150.000.000

200.000.000

250.000.000

BRASIL SUDESTE

Po

pu

laçã

o B

rasu

leir

a -

Cen

so 2

01

0

população total

deficientes visuais (idades entre 15 e 59 anos)

36

Segundo dados do CETIC.br para o mesmo período, 51% dos domicílios da região

Sudeste possuíam acesso à internet, o que possibilitava a mais da metade da população acesso

a produtos, serviços e lazer através da web.

Aos que se perguntam como o deficiente visual pode ter acesso aos recursos da web,

como resposta entre em cena o terno “Tecnologia Assistiva” (TA), baseada em soluções de

hardware e software que contemplam opções de acessibilidade, desde em Sistema

Operacionais e Programas Leitores de Tela, até hardwares adaptados ao uso de Braile, outros

tipos de informações táteis e Processamento de Linguagem Natural que possibilitam maior

independência ao utilizador em suas tarefas do dia a dia, possibilitando acesso à educação,

lazer, cidadania e mercado de trabalho entre outros benefícios.

Considerando que o conceito de acessibilidade visa promover a interação de usuários

de acordo com suas peculiaridades a um determinado produto, equipamento e ou sistema e

que a usabilidade considera a facilidade de uso e adaptação do usuário a estes itens a partir do

contato com os mesmos, a tecnologia assistiva vem desempenhar um papel fundamental na

inclusão dos deficientes visuais permitindo que os mesmos possam ser consumidores e

produtores de conhecimento.

No contexto de hardware podemos classificar os dispositivos de tecnologia assistiva

como dispositivos de entrada (dado de entrada a ser processado) e dispositivos de saída

(retorno da interface de apresentação da informação de saída útil), de acordo com esta ênfase

podemos citar alguns exemplos como:

- Dispositivos de entrada: teclados físicos modificados, teclados virtuais, mouses especiais,

telas touch screen, microfones e dispositivos de captação de linguagem natural, entre outros.

- Dispositivos de saída: impressoras braile, monitores braile, impressoras 3D, superfícies

táteis entre outros.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU), incorporada pelo

Brasil juridicamente na forma de equivalência constitucional pelo Decreto 6.949, estabelece

sem seu Artigo 4, como itens de obrigação geral:

Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade e

o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e

comunicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas,

adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo

acessível; Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito

de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, incluindo

novas tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e

instalações; (Brasil 2009)

37

As pessoas com deficiência visual valem-se da audição ou do tato em sua grande

maioria para leitura das informações, a navegação de conteúdo nestes casos pode acontecer

com o uso do teclado convencional.

A exemplo de TAs de custo acessível para deficientes visuais podemos citar os

softwares leitores de tela, estas aplicações em sua maioria fazem leitura de conteúdos

acessados pelo usuário a partir de seu código fonte, realizando a saída em linguagem natural

sintetizada ou gerando estes conteúdos para um monitor braile.

O primeiro leitor de tela com leitura de textos por voz sintetizada foi criado por

Raymond Kurzweil, em 1976 permitiu o reconhecimento de textos escritos a partir de

qualquer fonte, permitindo aos deficientes visuais ouvirem os textos escritos a partir do

computador.

A maioria dos leitores de tela é considera aplicação de usuário, sendo assim, deve ser

compatível e promover a interação com o Sistema Operacional e demais aplicações do

dispositivo. No caso da navegação na internet, leitor de tela está associado a um browser e a

tecla TAB., sendo que outras teclas especiais configuradas pelos desenvolvedores da

aplicação web permitem o usuário navegar entre os links.

A seguir será apresentado um breve comparativo entre os leitores de tela JAWS,

NVDA, Orca, Virtual Vision e CPqD, avaliados pelo Projeto de Acessibilidade Virtual do

eMAG (2009), a partir de testes realizados com deficientes visuais de baixa visão, utilizando

os navegadores Mozilla Firefox e Internet Explorer, para que seja possível conhecer mais a

respeito das funcionalidades deste recurso de tecnologia assistiva tão útil a vida dos

deficientes visuais quando se trata da acessibilidade digital.

JAWS: Leitor de tela lançado em janeiro de 1995, tem sua versão atualizada

cerca de uma vez por ano, é uma aplicação de usuário vinculada ao ambiente Windows,

atendendo tanto a plataformas de 32 quanto 64 bits, desde usuários domésticos a ambientes

Windows Server, com velocidade de leitura ajustável aos usuários, permite não somente o uso

do sintetizador de voz, mas também o modo de estudo Braile e em suas versões mais recentes

há o suporte a touch screen no Windows 8 inclusive para tablets. É uma aplicação Shareware

desenvolvida pela Freedom Scientific e sua versão licenciada inclui pacotes com diversos

idiomas, inclusive português e suporte a outras aplicações.

38

Seus resultados quando integrado ao browser para navegação web permitem ao

usuário interagir com o navegador, utilizando as opções dispostas na barra de menus pela

interface conforme FIG.8, detectar submenus e navegar pelas páginas nos browsers

homologados, realiza também a leitura de arquivos PDF nos navegadores e leitura de

arquivos PDF protegidos, desde que os arquivos não estejam em formato imagem.

A leitura pode ser feita por letra, palavra, linha, parágrafo e conteúdo total,

controlando a pronuncia das palavras ou expressões lidas a partida configuração de seus

dicionários.

A aplicação é capaz de indicar fonte, tipo, estilo e tamanho da fonte que estão sendo

utilizadas, bem como realiza o mapeamento de frames em páginas web, links, cabeçalhos,

títulos, formulários, botões e ferramentas permitindo a configuração de seus acessos a itens

do teclado do usuário e assim acontece também com os recursos do mouse que podem ser

geridos por estas teclas.

NVDA (NonVisual Desktop Access): Leitor de tela lançado em 2006 pelos

programadores australianos Michael Curran e James Teh, é um software de livre de código

aberto sob licença GNU (General Public License/Versão 2), traduzido em 43 idiomas, o

Brasil o segundo país em número de usuários, sendo o mesmo utilizado em mais de 120

países, atendendo desde usuários domésticos, associações e universidades.

É uma aplicação para ambiente Windows, não há suporte para uso em servidores, mas

é possível utilizar além dos sintetizadores de voz recursos para displays Braile, disponibiliza

recurso de rastreamento de mouse e indicação audível de sua posição.

FIGURA 8: JAWS for Windows Fonte: http://www.tecassistiva.com.br (2015)

39

Figura 9- Leitor de tela Orca for Linux Fonte: http://acessibilidade.bento.ifrs.edu.br/ (2015)

Seus resultados quando integrado ao browser para navegação web permite o usuário

interagir com o navegador, utilizando as opções dispostas na barra de menus pela interface, e

navegar pelas páginas nos browsers homologados, realiza a leitura de arquivos PDF nos

navegadores desde que os mesmos não estejam protegidos.

Orca: Leitor de tela lançado em 2005 para uso no ambiente Linux em

ambiente gráfico Gnome, é um software apoiado pela Sun Microsystems, que apoia entre

outros projetos o OpenOffice, é um software de livre de código aberto sob licença GNU

(General Public License). Desde 2006 a aplicação é nativa da distribuição Linux Ubuntu em

português e em 2010 as distribuições Mandriva, Fedora e OpenSUSE também já contavam

com o Orca em português. (FIG. 9)

A aplicação não é homologada para uso no Internet Explorer, mas em relação ao

Mozilla Firefox permite ao usuário interagir com o navegador, utilizando as opções dispostas

na barra de menus pela interface, e navegar pelas páginas, mas não realiza a leitura de texto

em PDF.

Virtual Vision: Leitor de tela lançado em 1997, desenvolvido no Brasil, pela

empresa MicroPower Comércio e Desenvolvimento de Software Ltda., a fim de atender a

uma demanda do Banco Bradesco por aspectos de acessibilidade de seus processos de internet

banking aos clientes com deficiência visual.

A primeira versão da aplicação estava limitada ao uso do sistema operacional

Windows 95 e Internet Explorer 3.02, já em 1998 houve o lançamento da versão do Bradesco

40

Net Internet Banking para deficientes visuais e posteriormente a solução foi incorporada

também para os usuários do Banco Real e Brasil Telecom.

É uma aplicação Shareware voltada para ambiente Windows, não há suporte para uso

em servidores, mas é possível utilizar além dos sintetizadores de voz recursos para displays

Braile, disponibiliza recurso de rastreamento de mouse e indicação audível de sua posição.

(FIG. 10)

Possui como diferenciais a gravação de parte ou todo o texto lido em um arquivo de

texto ou arquivo de áudio do tipo wave e a digitalização de textos para posterior impressão

em Braile, desde que o scanner utilizado possua programa OCR.

FIGURA 10- Leitor de tela Virtual Vision Fonte: http://acessibilidade.bento.ifrs.edu.br/ (2015)

Seus resultados quando integrado ao browser para navegação web permite ao usuário

interagir com o navegador, utilizando as opções dispostas na barra de menus pela interface, e

navegar pelas páginas nos browsers homologados (Internet Explorer e Mozilla Firefox nas

versões mais atuais), realiza a leitura de arquivos PDF nos navegadores inclusive de arquivos

protegidos desde que o PDF não esteja em formato de imagem.

CPqD: Leitor de tela lançado em 2008, desenvolvido no Brasil pelo

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), instituição

independente em parceria com o Ministério das Comunicações, foi financiado pela

FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Comunicações). Software de

licença freeware voltado para ambiente Windows, não há suporte para uso em servidores,

utiliza apenas sintetizadores de voz, não havendo suporte para displays Braile ou recurso de

rastreamento de mouse. (FIG. 11)

41

FIGURA 11- Leitor de tela – CPqD Fonte: http://acessibilidade.bento.ifrs.edu.br/ (2015)

Seus resultados quando integrado ao browser para navegação web permite ao usuário

interagir com o navegador, utilizando as opções dispostas na barra de menus pela interface, e

navegar pelas páginas nos browsers homologados, mas apresenta dificuldades de navegação

em páginas web se comparado aos leitores de tela apresentados anteriormente e não realiza a

leitura de arquivos PDF.

Dosvox: projeto desenvolvido pelo NCE/UFRJ – Núcleo de Computação

Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro não foi vinculado ao comparativo acima

por se tratar de interface especializada, que provê ao usuário um sistema completo com editor

de textos, browser entre outros utilitários totalmente nativos para o usuário com deficiência

visual, associados aos recursos de leitor de tela com sintetizador de voz em português e

impressor/formatador em Braile.

Esta sessão procurou realçar as principais características dos leitores de tela avaliados

pelo eMAG (2009), em relação a sua utilização para navegação web em browsers

homologados por seus fabricantes, mas é necessário ressaltar de forma unânime a

recomendação dos mesmos em relação à acessibilidade e ergonomia dos códigos fonte a

serem trabalhados pelos leitores de tela para que estes possam alcançar seus objetivos e

proporcionarem maior experiência ao usuário.

42

2.7. Acessibilidade Web X Inclusão: Recomendações sob a ótica dos órgãos

reguladores nacionais e internacionais.

Uma das principais atribuições do Governo Federal é promover a inclusão social, com

distribuição de renda e diminuição das desigualdades. Entre as diversas iniciativas que visam

atingir esse objetivo, o governo investe no uso adequado e coordenado da tecnologia porque

compreende a inclusão digital como caminho para a inclusão social. (eMAG, 2014).

Durante mais de uma década diversos decretos, leis e outros mecanismos legislativos

procuraram ressaltar aspectos de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais e a lei

nº 13.146 de 6 de julho de 2015, veio consolidar estes diversos aspectos através da instituição

da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ( Estatuto da Pessoa com Deficiência)

que dentre vários contextos abordados considera aspectos de acessibilidade, desenho universal,

tecnologias assistivas, barreiras nas comunicações e na informação, barreiras tecnológicas e em

seu capítulo II trata especificamente do Acesso à Informação e à Comunicação onde devemos

ressaltar:

Art. 63: que trata da obrigatoriedade dos aspectos de acessibilidade nos sítios da

internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou órgão de

governo para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhes acesso às informações

disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas

internacionalmente, destacando os símbolos de acessibilidade para sua identificação, a

obrigatoriedade de infraestrutura tecnológica acessível de no mínimo 10% em telecentros e lan

houses que recebem recursos do governo federal para seu custeio, menciona também a

observância dos critérios de acessibilidade nos sítios da internet para aspectos de obtenção de

financiamentos, bem como a inclusão de pessoas com deficiência para o uso de serviços como

telecomunicações e radio difusão, onde o poder público devera incentivar inclusive a oferta de

aparelhos de telefonia fixa e móvel com acessibilidade e tecnologias assistivas para uso da

população.

A acessibilidade Web, também conhecida por e-acessibilidade visa à remoção de

quaisquer obstáculos que impedem os portadores de necessidades especiais (PNEs) ao acesso

Web, independentemente dos dispositivos utilizados para o acesso, considerando as diversas

tecnologias de dispositivos móveis, resoluções de tela, tipos de mídias e velocidades de acesso

entre outros, não permitindo que estes aspectos sejam limitadores a inclusão social e produção

de conteúdo deste público alvo.

43

A portaria nº 3, de sete de maio de 2007 institucionalizou o Modelo de Acessibilidade

em Governo Eletrônico no âmbito do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e

Informática – SISP, que complementa o decreto 1048, de vinte e um de janeiro de 1994, que

considera a necessidade de assegurar a todos os interessados, independentemente de suas

capacidades físico-motoras, perceptivas, culturais e sociais, o acesso a informação disponível,

resguardados os aspectos de sigilo, restrições administrativas e legais voltados para a

transparência. Dentre diversos aspectos vale ressaltar o seu art. 1º que enfatiza a utilização

progressiva de diretrizes de acessibilidade de forma a assegurar que o planejamento,

desenvolvimento ou atualização e implantação de portais, sítios eletrônicos, sistemas,

programas e equipamentos de TIC no âmbito da Administração Pública Federal possam seguir

especificações técnicas de acessibilidade; em seu §1º menciona a sistematização do Modelo de

acessibilidade em Governo Eletrônico e sua adoção compulsória pelos órgãos integrantes do

SISP, no § 2º é mencionado à divulgação e disseminação ativa para a promoção da adesão

voluntária dos órgãos das entidades das administrações públicas estaduais, municipais e

distrital, estendendo-se também às pessoas jurídicas de direito privado que mantenham

relacionamento por meio eletrônico com a Administração Pública Federal.

O eMAG é uma versão especializada baseada nas diretrizes da W3C (World Wide Web

Consortium) que estabeleceu diretrizes específicas para e-acessibilidade através do guia de

melhores práticas intitulado WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), elaborado por

intermédio da WAI (Web Accessibility Initiative).

A W3C – WAI identifica sete componentes essenciais para que a acessibilidade web

seja alcançada: conteúdo (informação natural e código), navegadores e outros agentes do

usuário, tecnologia assistiva, conhecimento do usuário, desenvolvedores de conteúdo

(considerando desenvolvedores e usuários, inclusive PNEs), ferramentas de autoria e

ferramentas de avaliação)

O WCAG em sua versão 2.0 (2014) considera a acessibilidade de portais e sítios

baseados em quatro diretrizes macros:

1) Perceptível: As informações e componentes da interface de usuário devem ser apresentadas

de forma a serem percebidas pelo usuário. Considerando aspectos como alternativas

textuais, tamanhos de fonte, linguagem natural, braile, entre outros aspectos de tecnologias

assistivas, imagens, fornecimento de mídias baseadas em tempo como áudio e vídeo pré-

gravados claramente identificados, legendas, layout simplificado entre outros aspectos.

2) Operável: Os componentes de interfaces de usuário e navegação devem ser operáveis,

considera que todas as funcionalidades devem estar acessíveis a partir do teclado, que a

44

temporização seja o suficiente para que todos os usuários possam utilizar o conteúdo, que o

conteúdo apresentado não cause impactos neurológicos como convulsões, fornecimento de

ajuda ao usuário durante a navegação e pesquisa de conteúdo entre outros aspectos.

3) Compreensível: A informação e a operação da interface de usuário devem ser

compreensíveis considerando aspectos como a legibilidade do conteúdo em relação a

idioma, palavras incomuns, abreviaturas, nível de leitura, pronuncia previsibilidade na

apresentação do conteúdo e na interação do usuário com as páginas, assistência a entrada de

dados e correção de erros entre outros aspectos.

4) Robusto: O conteúdo deve ser robusto o suficiente para poder ser interpretado de forma

confiável por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.

Considera-se nesse aspecto itens de ergonomia de código fonte, tratamento de aspectos da

interface de usuário e demais itens que permitem ao usuário ter acesso ao conteúdo na

integra apoiado pelo uso de ferramentas de tecnologias assistivas.

A compilação que deu origem ao Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico no

Brasil foi criada a partir de pesquisas do comitê da ABNT em relação às melhores práticas

voltadas para acessibilidade considerando também outros países como: Estados Unidos, Reino

Unido, Portugal, Holanda, Alemanha e Irlanda (Governo Eletrônico, 2015).

A versão mais atualizada do eMAG é a 3.1 (2014), mas sua primeira versão foi lançada

em janeiro de 2005, sua elaboração contou com o apoio da ONG Acessibilidade Brasil e sua

versão 2.0 foi lançada em 14 de dezembro do mesmo ano contando com alterações propostas a

partir de consulta pública aos representantes da sociedade, a versão 3.0 de setembro de 2011,

surgiu da parceria firmada entre o Departamento de Governo Eletrônico e o Projeto

Acessibilidade Virtual da RENAPI (MEC).

A seguir apresentam-se os principais itens da legislação brasileira relativa à

acessibilidade e a regulamentação do eMAG: (Tabela 3)

Legislação Data de Publicação

Lei Nº 13.146 6 de julho de 2015

Decreto Nº 7.724 16 de maio de 2012

Lei Nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação) 18 de novembro de 2011

Decreto Nº 6.949 25 de agosto de 2009

Decreto Legislativo Nº 186 09 de julho de 2008

Portaria Nº3 7 de maio de 2007

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 2007

Decreto Nº 5.296 2 de dezembro de 2004 TABELA 3- Legislação relativa a acessibilidade

Fonte: o autor (Adaptado: governoeletronico.gov.br)

45

Considerando a W3C e o eMAG como as principais diretrizes para desenvolvimento

de portais web acessíveis no Brasil, a Tabela 4, apresenta a correspondência entre as

Recomendações de Acessibilidade das WCAG 2.0 e do eMAG 3.0.

WCAG 2.0 EMAG 3.0

Fazer com que toda a funcionalidade fique disponível a

partir do teclado.

Disponibilizar todas as funções da página via teclado

Garantir que os objetos programáveis sejam

acessíveis

Fornecer tempo suficiente aos usuários para lerem e

utilizarem o conteúdo.

Fornecer alternativa para modificar limite de tempo

Assegurar o controle do usuário sobre alterações

temporais do conteúdo

Fornecer controle de animação

Não criar conteúdo de uma forma conhecida que possa

causar ataques epilépticos.

Não incluir situações com intermitência de tela

Fornecer formas de ajudar os usuários a navegar,

localizar conteúdos e determinar o local onde estão.

Utilizar corretamente os níveis de cabeçalho

Ordenar de forma lógica e intuitiva a leitura e

tabulação

Fornecer âncoras para ir direto a um bloco de conteúdo

Oferecer um título descritivo e informativo à página

Descrever links clara e sucintamente

Estabelecer uma ordem lógica de navegação

Disponibilizar informação sobre a localização do

usuário na página

Possibilitar que o elemento com foco seja

visualmente evidente

Tornar o conteúdo de texto legível e compreensível.

Identificar o idioma principal da página

Garantir a leitura e compreensão das informações

Disponibilizar explicação para siglas, abreviaturas e

palavras incomuns.

Informar mudança de idioma no conteúdo

Fazer com que as páginas Web surjam e funcionem de

forma previsível.

Não provocar automaticamente alteração no contexto

Não abrir novas instâncias sem a solicitação do usuário

Não utilizar redirecionamento automático de páginas

Não criar páginas com atualização automática

periódica

Dividir as áreas de informação

Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.

Fornecer instruções para entrada de dados

Identificar e descrever erros de entrada de dados

Maximizar a compatibilidade com atuais e futuros

agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.

Respeitar os padrões de desenvolvimento Web

TABELA 4- Comparativo recomendações de acessibilidade da WCAG 2.0 e eMAG 3.0 Fonte: JAP Rocha, ABS Duarte (2013)

46

Estas diretrizes nada seriam se não fosse possível avaliar o percentual de sua utilização

e a aderência aos aspectos por elas propostos, presentes nos portais e demais páginas

integrantes não somente do E-GOV, bem como demais portais presentes na web.

Para permitir uma avaliação pautada nos parâmetros de acessibilidade recomendados pelo

WCAG e eMAG é possível valer-se de ferramentas de validação semiautomáticas, estas

visam analisar se o código fonte dos portais e páginas web está de acordo com as

recomendações de acessibilidade e associa-las a testes manuais recomendados.

Os testes mais comuns estão ligados aos validadores de sintaxe, que visam avaliar se

os códigos HTML, XML, CSS, PHP, SMIL entre outros estão aderentes aos padrões

recomendados pela W3C, mas é possível a avaliar também o comportamento das páginas

mediante o uso de recursos como: leitores de tela, dispositivos táteis, monitores com

diferentes tipos de contrastes, utilização exclusiva do teclado entre outros testes, na tentativa

de reproduzir situações relevantes ao dia a dia do usuário.

O eMAG reconhece a necessidade da avaliação de acessibilidade e sugere um passo a

passo em seis etapas para avaliar a acessibilidade de um site, conforme apresenta a Tabela 5.

1 Validação de códigos de conteúdo HTML e CSS;

2 Verificação do fluxo de leitura da página utilizando navegador textual ou leitor de tela;

3 Checagem do fluxo de leitura das páginas sem estilos, sem scripts e sem as imagens;

4 Verificação das funcionalidades disponíveis na barra de acessibilidade, como atalhos e contrastes;

5 Validação de acessibilidade através do uso de validadores automáticos;

6 Realização da validação manual, com o uso de checklist de validação humana.

TABELA 5- Passo a passo sugerido pelo eMAG para avaliação de acessibilidade de sites Fonte: o autor (adaptado de curso eMAG / desenvolvedor 2015)

A W3C em sua página intitulada “Web Acessibility Evaluation Tools List”, relaciona

48 ferramentas de avaliação automatizada de acessibilidade, que podem ser apresentadas nas

formas de softwares ou serviços on-line, ajudam a determinar se um web site é acessível.

Dentre as ferramentas listadas vale a pena destacar o DaSilva e AcessMonitor, por se tratarem

de ferramentas web disponível para uso já em português.

DaSilva: Este validador foi precursor dos testes automatizados de acessibilidade no

Brasil, hoje disponível em versão web, desenvolvido em parceria entre a Acessibilidade Brasil

e a empresa W2B Soluções internet, possui como diferencial a avaliação sob os princípios da

W3C (WCAG1.0 e WCAG2.0) e pelos padrões eMAG.

47

Apresenta interface totalmente em português, desenvolvido em linguagem Java, seu conjunto

de regras semânticas orientadas a objeto permitem sua utilização em qualquer plataforma que

suporte Java. Permite a verificação de acessibilidade a partir do endereço do site ou pela

inserção do código fonte na interface da aplicação. (FIG. 12)

FIGURA 12- Interface avaliador automatizado DaSilva . Fonte: http://www.dasilva.org.br/ (2015)

AccessMonitor: Validador automático totalmente web, verifica diretrizes de

acessibilidade para conteúdos segundo padrões do WCAG2.0 da W3C. É possível utilizar a

ferramenta a partir de qualquer dispositivo com browser para navegação web instalado. (FIG.

13)

FIGURA 13- Interface avaliador automatizado AccessMonitor. Fonte http://www.acessibilidade.gov.pt/accessmonitor/ (2015)

Desenvolvido a partir de outra ferramenta de validação (validador eXaminator), é a

ferramenta oficial para validação de acessibilidade da Administração Pública Portuguesa e é

bastante utilizada também para avaliação de portais E-GOV no Brasil, sendo inclusive a

48

ferramenta oficial utilizada pelo governo do Estado de Minas Gerais, conforme a última

versão do Manual de Avaliação de Sítios de Informação na Internet do Governo do Estado de

Minas Gerais (2012).

2.8. Engenharia Semiótica: Design de Interfaces, Comunicabilidade, Métodos de

Avaliação.

A Engenharia Semiótica é uma teoria de IHC centrada na comunicação, caracterizando

a comunicação mediada por sistemas computacionais, tendo como foco de investigação a

comunicação entre designers, usuários e sistemas, onde os processos de comunicação são

investigados em dois níveis distintos: a comunicação direta usuário-sistema e a

metacomunicação do designer para o usuário mediada pelo sistema através de sua interface.

(SDJ Barbosa, 2010). A FIG.14 apresenta o fluxo da metacomunicação designer-usuário e

usuário-sistema.

FIGURA14- Metacomunicação designer-usuário e comunicação usuário-sistema Fonte: http://www.marceloramos.com.br/public/img/paginas/ihc/engenharia-semiotica.jpg

Interface é o nome dado a toda a porção de um sistema com a qual um usuário mantém

contato ao utilizá-lo, tanto ativa quanto passivamente, engloba tanto software quanto hardware

(dispositivos de entrada e saída, tais como: teclados, mouse, tablets, monitores, impressoras e

etc.). Considerando a interação como um processo de comunicação, a interface pode ser vista

como o sistema de comunicação utilizado neste processo. (Prates, et al, 2003)

Na engenharia semiótica o designer tem o papel fundamental, pois, sua expressão das

necessidades do usuário, atividades e ambientes, valendo-se dos recursos computacionais, dá

origem a produtos de metamensagem codificados e apresentados aos usuários na forma de

interfaces, páginas, portais e sistemas de informação dotados de conteúdo, comportamentos,

49

automatização e recursos multimídia diversos, os quais ele espera que os usuários sejam

capazes de utilizar, interagir e se beneficiar com as possibilidades apresentadas.

Cabe aos usuários atribuir significado às metamensagens do designer, mas esta

codificação e interpretação acontecem gradualmente, onde os usuários valem-se dos sistemas

para realizar a interação já que os designers na maioria dos casos não estão presentes em

tempo real para acompanhar a interpretação de sua intenção comunicativa por parte do

usuário.

O conceito de preposto do designer é a o termo utilizado para expressar a necessidade

da comunicabilidade (comunicação de forma eficiente e efetiva das intenções do designer

para com o usuário) de forma completa onde ocorra a real interação humano-computador,

permitindo ao usuário interpretar e realizar ações através do sistema na real forma idealizada

pelo designer.

Em sistemas com alta comunicabilidade os usuários são capazes visualizar e responder

a respeito das vantagens de utilização, seu funcionamento, princípios gerais de interação e

principalmente qual aplicabilidade na vida dos usuários, permitindo que os mesmos formulem

um modelo mental semelhante às intenções do designer ao conceber aquele produto.

Entende-se por sistemas de significação a codificação entre a expressão e o conteúdo, mas

deve-se considerar que sua existência se baseia em convenções sociais e culturais dos

utilizados e designer que irão produzir e interpretar os signos existentes nas mensagens de

metacomunicação.

Os sistemas de significação concretizam o processo de comunicação, tendo em vista

que as pessoas produzem mensagens formadas por signos e utilizam o sistema de significação

com o intuito de expressar determinados conteúdos, é papel da comunicação também o uso

criativo dos signos existentes e a invenção de novos, para que o receptor da mensagem seja

capaz de interpretar o desejo do emissor. (Prates e Barbosa, 2007)

O estudo de fenômenos de significação e comunicação recebe o nome de Semiótica e

seus conceitos fundamentam a Engenharia Semiótica.

Para melhor entendimento serão apresentados os conceitos de Signo, Objeto e

Interpretante segundo Pierce (1995).

Um signo, ou representâmen, é aquilo que, sob certo aspecto ou modo representa algo

para alguém. Dirige-se a alguém, isto é, cria, na mente dessa pessoa, um signo

equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Ao signo assim criado denomino

interpretante do primeiro signo. O signo representa alguma coisa, seu objeto.

Representa esse objeto não em todos os aspectos, mas com referência a um tipo de

idéia que eu, por vezes, denominei fundamento do representâmen. (PIERCE, 1995,

p.46)

50

Ainda segundo Pierce os signos podem ser divididos em ícones, índices e símbolos

que dão origem a outros signos e retroalimentam o processo de comunicação.

Quando o processo de associação de ideias pode gerar novos interpretantes a partir de

um interpretante inicial é conceituado como semiose ilimitada, devido a possibilidade do

receptor da mensagem gerar quantos interpretantes quiser até se dar por satisfeito com o

processo de associações, este processo pode ser exemplificado pela FIG. 15.

FIGURA 15- Semiose Ilimitada Fonte: Prates e Barbosa (2007, pag. 8)

Para que o conceito de comunicabilidade em uma interface seja realmente efetivo, é

necessário que o designer seja capaz de compreender as necessidades, avaliar os possíveis

cenários de solução e decidir-se da forma mais acertada, mas estas decisões envolvem

diversos aspectos que vão desde a ergonomia do código até a representação da interface pelos

signos definidos por ele, que em seu entendimento irão contribuir da forma mais eficiente

possível ao processo de comunicação.

Para os aspectos de design de interfaces, os cenários e soluções são conceitos

relativos, dependem da visão que o designer tem em relação ao problema e estes conceitos

podem ser alterados à medida que o entendimento sobre tal situação evolui, para que o

processo de reflexão durante a ação (reflection-in-action) possa ocorrer é necessário que

hipóteses e experimentações sobre o problemas sejam levantados, permitindo que diversos

cenários sejam avaliados e a opção possa ser feita por aquele que trará melhores resultados,

tornando a interface mais utilizável possível; baseado neste contexto surge o conceito de

ferramentas epistêmicas, ferramentas estas que permitem ao designer interagir e refletir sobre

51

as questões relacionadas aos artefatos de metacomunicação que deseja produzir em relação

aos resultados esperados.

Um sistema computacional interativo é considerado um artefato intelectual resultante

das atividades de análise e interpretação de um problema que gera um conjunto de soluções

sobre a situação analisada; sendo assim a linguagem de interface é resultante das decisões do

designer sobre as estratégias de atuações e de resolução de problemas dos usuários que

pretende apoiar com o sistema por ele projetado (SDJ Barbosa, 2010).

Para que a metamensagem seja eficaz, os aspectos de interpretação do receptor e o mundo que

este está inserido devem ser considerados, pois desconsiderando tais parâmetros a

interpretação do receptor pode se distanciar e muito das intenções do designer ao enviar a

mensagem.

Para que a comunicação eficaz aconteça, o designer necessita expressar-se tomando

como balizador em suas decisões repostas geradas a partir da reflexão de como suas

motivações e ou limitações podem ser utilizadas em benefícios do receptor da

metacomunicação.

Além deste questionamento é necessário refletir também quais as crenças, motivações

e limitações dos receptores da metacomunicação, avaliando quais elementos do contexto de

comunicação serão os mais adequados para promover a interação do usuário, considerando

aspectos tecnológicos e físicos, além de suas condições psicossociais, definindo assim qual o

canal de comunicação mais adequado para a metacomunicação designer-usuário e qual a

mensagem mais adequada para transmitir a real intenção comunicativa do designer.

As mensagens são compostas por signos e seu conjunto procura transmitir a intenção e o

significado das mensagens do emissor ao receptor, de acordo com a EngSem, os signos

utilizados em uma linguagem de interface podem ser classificados em três tipos:

Signo Estático, cuja interpretação ocorre independentemente de relações causais e

temporais da interface, pode-se resumi-los em signos que expressam o layout ou

estado do sistema, sendo uma forma de visualização que não inclui animações ou sofre

alterações com a interação do usuário.

Signos Dinâmicos estão diretamente vinculados a interação do usuário com o sistema,

cuja interpretação ocorre considerando relações causais e temporais da interface,

podemos resumi-los como a relação entre a escolha do usuário e o próximo

comportamento do sistema a partir desta escolha.

52

Signos Metalinguísticos fazem referência a signos de interface, associando aspectos

verbais aos signos estáticos ou dinâmicos escolhidos pelo designer para criação do

sistema, podendo esclarecer ao usuário o significado dos signos e sua forma de

utilização; assim a intenção do designer pode ser mais bem manifestada através de

mensagens pré-definidas disponíveis no sistema como as mensagens de ajuda,

contextos, etc.

A figura 16, exemplifica a presença de signos estáticos e metalinguísticos no portal do eMAG

(2015) para um melhor entendimento.

FIGURA 16- Exemplos da classificação dos signos no portal eMAG Fonte: autor (adaptado de http://emag.governoeletronico.gov.br/)

A reflexão do designer na concepção e desenvolvimento de um sistema é fundamental

para que os objetivos de metacomunicação sejam alcançados, tendo em vista os diversos

públicos e a natureza imprevisível do usuário; deve-se colocar em primeiro plano os

benefícios que o sistema pode apresentar ao utilizador e não simplesmente projetar sistemas

considerando que suas características operacionais serão extensivas a todos públicos.

Neste sentido, a engenharia semiótica considera a comunicabilidade de um sistema

interativo fundamental para que os usuários façam um bom uso da tecnologia, pois, os

O layout da página como um topo do representa um signo estático

Signos Metalinguísticos

53

processos de design devem ser considerados com a finalidade de servir aos usuários e não às

tecnologias.

Segundo Nielsen (1993), a engenharia de usabilidade deve ocorrer durante todo ciclo

de vida de um software onde devem ser considerados como usuários utilizadores diretos e

demais stakeholders, suas características devem ser consideradas antes e depois do uso do

sistema, estabelecendo aspectos de análise competitiva a fim de introduzir ao sistema em

desenvolvimento melhores práticas e conceitos considerados nos sistemas já existentes, bem

como a definição de metas de usabilidade que se deseja atingir como fatores de qualidade em

um projeto, considerando a participação de usuários representativos da amostra do público

alvo durante as etapas de criação do design. Mesmo com os aspectos de design participativo

faz-se necessário o design coordenado de interface para garantir a validação das metas pré-

estabelecidas, bem como a coesão e coerência das interfaces alinhadas aos aspectos de

documentação do sistema.

Devido a tantas nuances que permeiam os aspectos de IHC no desenvolvimento de um

sistema interativo, é fundamental que ocorram atividades de avaliação também do produto

final para que os aspectos de qualidade e problemas de interação com interfaces possam ser

identificados e a satisfação do usuário possa ser a mais garantida possível.

Quando se fala de sistema interativo sua avaliação pode acontecer considerando três

perspectivas distintas e que se completam como aspecto final de qualidade do software:

Perspectiva do Desenvolvedor: considera especificação de requisitos aderente

às funcionalidades, robustez e confiabilidade, enfatizando testes dos conceitos de engenharia

de software como caixa-preta e caixa branca, por exemplo, os testes em sua grande maioria

são executados por ferramentas automatizadas e não consideram o ponto de vista do usuário,

por isso problemas relacionados à usabilidade / acessibilidade e metacomunicação podem

existir em sistemas interativos totalmente validados por ferramentas.

Perspectiva do Designer e do Utilizador: considera a usabilidade, acessibilidade do

sistema como ferramenta de apoio para maior experiência do usuário ao utilizar o software, a

preocupação com o código fonte e aspectos internos existe apenas a partir do momento que

seu funcionamento transpassa aspectos internos e expressa seus comportamentos através da

interface. Os testes em sua grande maioria são executados por usuários, stakeholders e

especialistas, consideram o ponto de vista do usuário e a criatividade do designer, por isso

problema relacionados a usabilidade / acessibilidade e metacomunicação podem ser

identificados e corrigidos em sistemas interativos logo após a consolidação dos processos de

54

avaliação. Estes resultados podem também contribuir para a evolução e construção de novos

sistemas.

Do ponto de vista dos métodos de avaliação de IHC, considerando qual fase de

desenvolvimento do software a mesma será aplicada é possível analisa-las a partir de dois

grandes blocos:

Avaliação Formativa: realizada ao longo dos ciclos de (re)design, de forma a

avaliar aderência da proposta de desenvolvimento com as necessidades do usuário antes da

finalização da solução, permitindo identificar o quanto antes problemas de interação e

interface em prol da qualidade de uso.

Sua ênfase está voltada principalmente para os artefatos gerados na etapa de

especificação do produto considerando níveis de detalhe e fidelidade com a solução final,

analisando cenários de uso, telas, protótipos dentre outros artefatos, fase esta que possibilita

programar ajustes e correções a um custo muito menor que nas demais etapas do

desenvolvimento de um sistema.

Avaliação Somativa: realizada a partir de um escopo definido, considerando

um determinado momento na fase de desenvolvimento (solução parcial) ou avaliando o

sistema já finalizado (solução completa), a fim de validar se o produto possui níveis de

qualidade de uso desejados de acordo com as metas do design.

A coleta de dados para ambas as avaliações, quanto ao ambiente do mundo real a ser

escolhido pode acontecer na forma de avaliação de contexto, onde os estudos de campos

ocorrem perante diversas situações de uso, possibilitando ao pesquisador entender melhor os

aspectos que permeiam o uso da tecnologia e o cotidiano do utilizador, mas por se tratar de

um cenário mais amplo existe maior complexidade em limitar o escopo dos testes e analisar

todas as situações possíveis. Na forma de avaliação em laboratório, o ambiente é controlado e

permite comparar de forma consistente as experiências que diferentes usuários tiveram com o

sistema, o ambiente recomendado varia de acordo com o tipo de teste a ser aplicado e vai

desde uma simples sala de reunião a um espaço multi ambiente com câmeras, microfones,

monitores e vidro espelhado para permitir que os avaliadores possam acompanhar diversos

aspectos de interação do usuário com o sistema.

Quanto ao tipo de método de avaliação a ser aplicado, cabe ao avaliador definir quais

os objetivos da avaliação e dentre outros itens os critérios de qualidade de uso a serem

mensurados, podendo optar por métodos do tipo investigação, inspeção ou observação onde

independentemente do método escolhido as atividades básicas de preparação, coleta de dados,

interpretação, consolidação e relato de resultados deverão ser desenvolvidas.

55

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Propõe-se um estudo exploratório restrito à questão da acessibilidade e usabilidade

pelos portadores de deficiência visual aos serviços do governo eletrônico, mais

especificamente os e-Serviços mais acessados nos portais públicos estaduais da região sudeste

(estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo).

O fluxo de trabalho proposto com suas macro atividades é apresentado na FIG. 17:

Figura 17- Fluxo de trabalho com macro atividades proposto para o projeto de pesquisa. Fonte: autor

A partir do fluxo de trabalho proposto na FIG. 17 seguem nas próximas subseções algumas

diretrizes já levantadas que serão adotadas para este projeto de pesquisa, bem como suas

justificativas na literatura.

56

3.1. Utilização de Pesquisa Qualitativa: Entrevista semiestruturada

Em consistência com a concepção de que IHC é um fenômeno singular e não

previsível, os métodos que a teoria propõe são qualitativos.

Para fins de entendimento os métodos qualitativos são de caráter exploratório que buscam

conhecer em profundidade um problema por meio da investigação e sentidos atribuídos a ele,

permitindo ao pesquisador a geração de novos conhecimentos e não somente a confirmação

de hipóteses já conhecidas. Diferentemente dos métodos quantitativos e experimentais, que

buscam prever a ocorrência e comportamento dos fenômenos estudados, os métodos

qualitativos são preditivos, enfatizando interpretações possíveis sobre o fenômeno em estudo

(Denzin & Lincoln, 2006).

3.2. Utilização do MAC: Avaliação de Comunicabilidade (MAC) da EngSem.

Baseado em testes empíricos com os usuários o Método de Avaliação de

Comunicabilidade (MAC), tem como objetivo a analisar a recepção da metacomunicação do

designer.

Este método foi apresentado a partir do design de semiótica em 1999, evoluindo sua

utilização no decorrer dos anos, até que em 2003 foi apresentado para fins didáticos a

Sociedade Brasileira de Computação, no decorrer dos anos foi também comparado a

avaliação de base cognitiva e aplicado para teste em diversos sistemas groupware e avalições

de usabilidade, até que em 2007 houve a teorização do método. A FIG. 17 apresenta a linha

do tempo das publicações do MAC.

FIGURA 18- Linha do tempo das publicações do MAC Fonte: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0521499_09_cap_02.pdf (2015)

57

Diferentemente do Método de Inspeção Semiótica (MIS), que é um método que deve

ser executado por um especialista que analisa as interfaces projetadas, sem priorizar a atuação

do usuário nesta avaliação, mas enfatiza a identificação de forma antecipada de rupturas de

comunicação antes da utilização do usuário final, o Método de Avaliação de

Comunicabilidade (MAC) enfatiza a participação de um especialista, mas na observação de

usuários em ambiente controlado, registrando a interação do usuário com o sistema,

permitindo também a verificação de rupturas de comunicação, mas analisando as expressões

emitidas pelo usuário a partir do uso de etiquetas de comunicabilidade.

Conforme foi possível observar na Figura 15, a aplicação do MAC evoluiu desde o

final da década de 90 até os dias atuais, por se tratar de um método interpretativo os

resultados da pesquisa estão diretamente ligados ao conhecimento técnico e observações do

avaliador, que reconstrói a metamensagem a partir da experiência do usuário com o sistema,

permitindo a avaliação dos problemas de comunicação e a reconstrução da metamensagem se

este for o caso.

A seguir serão apresentadas as etapas para a preparação do teste, etapa esta que

antecede a coleta e análise dos dados. (Tabela 6)

Etapa 1- Preparação do Teste (Método de Análise de Comunicabilidade)

Ação Descrição das atividades

1 Inspecionar informalmente o sistema, determinar o objetivo da avaliação, identificar

as principais atividades e metas do sistema e/ ou ponto problemáticos da interface.

2 Elaborar as tarefas a serem executadas pelo usuário, gerando seu respectivo cenário

a fim de contextualizar uma situação motivacional de uso real para o usuário

3 Selecionar participantes com base no perfil de utilização que o sistema preconiza. É

recomendado que haja de 5 a 8 participantes de avaliação

4 Definir aspectos éticos pautado a partir da Resolução 196/96, que considera entre

outros aspectos o caráter voluntário de participação do usuário e seu anonimato,

assim como a desistência do mesmo na participação da pesquisa a qualquer

momento.

5 Gerar material impresso para avaliação com questionário pré-teste, termo de

consentimento, roteiro de entrevistas pré e pós-teste para o usuário, formulário de

acompanhamento do teste para anotações do avaliador e textos explicativos sobre o

sistema a ser avaliado. TABELA 6- Preparação do teste (Método de Análise de Comunicabilidade)

Fonte: o autor (adaptado de Souza & Leitão, 2009 apud ER de Oliveira, 2010)

58

3.3. Definição do público de pesquisa:

Para a definição do público alvo da pesquisa pretende-se utilizar a técnica de Persona,

que é uma prática de IHC desenvolvida por Angus Jenkinson e Alan Cooper em meados de

1995 e aprimorada por Pruitt & Adlin em 2006, que enfatiza a importância do design de

produtos com design centrado no usuário (UCD).

A escolha da técnica se justifica devido à heterogeneidade do possível público alvo da

pesquisa, tendo em vista que os PDVs enquadram se em diversos perfis sócio econômicos,

faixa etária, perfil de uso da internet, entre outros aspectos, então se pretende levantar

requisitos e criar uma persona que permita identificar um perfil de usuários que se enquadre

realmente no perfil de usuários dos serviços e-GOV da região sudeste conforme perfil de

entrevistados apresentado como base na pesquisa TIC Domicílios (CETIC.br 2010 a 2012) e

Censo Demográfico (IBGE 2010).

O uso da técnica de Persona possibilita a modelagem de usuários, através da criação

de perfis que servem como exemplo de representação do usuário final do sistema, servindo

inclusive de base para testes de usabilidade e acessibilidade, ajudando assim aos designers a

atingir seus objetivos de metacomunicação e serem mais produtivos, pois, a associação da

técnica a outros métodos pode amplificar a efetividade dos testes.

A representação deste público alvo consiste na criação de um ou mais personagens

onde são descritas habilidades, atitudes, restrições, experiências, comportamentos e objetivos

em relação a um determinado produto, avaliando o domínio de atividade do usuário.

A utilização de personas é aderente ao conceito de engenharia de usabilidade, onde se

preconiza que para a qualidade de um produto o mesmo não deve ser adaptado para atender

de forma superficial a maioria das pessoas, mas sim proporcionar uma experiência de

utilização satisfatória agrupada com a finalidade de atender a personas específicas.

Tal técnica propõe que as personas sejam criadas no início do projeto proporcionado à

equipe envolvida conhecer seu público alvo, tendo em vista que sua execução consiste na

aplicação de pesquisas e observação de perfis que enfatizam os aspectos comportamentais do

usuário.

Sua utilização é multidisciplinar, independe do porte do projeto e não está limitada a

suas etapas iniciais, pois, de acordo com o proposto por Alan Cooper, cada persona deve ser

criada para um projeto de análise específico, sendo possível chegar à definição da Persona

através de leituras, testes de usabilidade, estudos etnográficos, grupos focais, entrevistas

dentre outras possibilidades, desde que o fluxo de trabalho do produto que se deseja avaliar

59

seja corretamente identificado, assim podemos utiliza-la para avaliar situações de uso

verdadeiras de um produto.

A seguir será apresentado na Tabela 7 a síntese das fases da criação de Personas,

segundo Pruitt & Adlin (2006).

Síntese das fases da criação de Personas

Fase Nome da Fase Síntese das Tarefas

1 Planejando a Família Persona (Persona Family Planning)

Planejar a pesquisa considerando a equipe de trabalho

envolvida, a organização e mercado a ser avaliados,

problemas e necessidades do produto / organização.

Definir escopo e objetivos a serem alcançados, bem

como seus marcos e entregáveis.

Realizar a coleta de dados conforme escopo.

2 Gestação e Concepção da Persona (Persona Conception & Gestation)

Subfase Concepção:

Categorizar e subcategorizar os usuários, organizar os

dados coletados, definir elementos característicos e

quantidade de personas a serem criadas, bem como

marco para a apresentação das personas.

Subfase Gestação:

Criar rascunhos das personas (skeletons) que serão

evoluídos até sua validação.

3 Nascimento e Maturação da

Persona (Persona Birth and Maturation)

Subfase Nascimento:

Criar plano de trabalho das personas em relação

à equipe e cenários que a mesma será utilizada em

relação ao produto.

Avaliar e realizar atualizações nas personas e seu

projeto se necessário.

Subfase Maturação:

Garantir o uso das personas no projeto para o qual foi

criada, para o caso de desenvolvimento de produtos e

design deve-se garantir que sejam incorporadas às

fases do projeto.

Avaliar e realizar atualizações nas personas caso seja

necessário.

4 Idade adulta da Persona (Persona Adulthood)

Utilizar efetivamente as personas para avaliação de

design e (re)design, a fim de que estas possam

contribuir para o planejamento do produto em

desenvolvimento ou sua análise após finalizado.

5 Vida no projeto, reuso e aprovação (Lifetime Achievemente, Reuse &

Ratirement)

Validar aspectos de aceitação e uso efetivo das

personas no projeto

Mensurar o retorno de investimento das personas.

Decidir se as personas elaboradas serão reusadas em

outro projeto ou descontinuadas.

TABELA 7- Síntese das fases da criação de Personas

Fonte: o autor (adaptado de KMF Holanda, 2010)

60

3.4. Definição do protocolo de ética da pesquisa

Atendendo ao que preconiza a resolução 196/96 (versão 2012) da Comissão Nacional

de Ética em Pesquisa, que se fundamenta nos principais documentos internacionais sobre

pesquisas que envolvem seres humanos, a saber, o Código de Nuremberg, de 1947, a

Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, a Declaração Universal sobre Bioética

e Direitos Humanos, de 2005, e outros documentos afins. Cumpre as disposições da

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e da legislação brasileira correlata,

atendendo aos aspectos da eticidade da pesquisa conforme salienta o parágrafo terceiro foram

produzidos os formulários constantes dos quadros 3 e 4 a seguir:

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA

Nome da instituição entrevistada

Belo Horizonte, ___ de _____ de 2015.

À Diretoria Geral

Nome da instituição entrevistada

Eu, Grazielle Costa Santos, responsável principal pelo projeto de dissertação ASPECTOS DE

ACESSIBILIDADE DO GOVERNO ELETRÔNICO - Avaliação de portais web com ênfase em

portadores de deficiência visual, o qual pertence ao curso de Mestrado em Sistemas de Informação e

Gestão do Conhecimento da Universidade FUMEC, venho pelo presente, solicitar, através da Diretoria

Geral desta Instituição, autorização do Diretor Geral, para realizar pesquisa com grupo focal de portadores

de deficiência visual moderada, com o objetivo coletar informações que irão fomentar a pesquisa em relação ao

tema proposto.

Orientado pelo Professor Dr. Luiz Cláudio Maia

Contato do pesquisador principal e orientador (telefone, e-mail).

[email protected]

grazielle @fumec.edu.br – Fone (31) 8723-0383

Após a aprovação, a coleta de dados deste projeto será iniciada, atendendo todas as solicitações

administrativas desta Diretoria Geral.

Contando com a autorização desta instituição, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

____________________________

Grazielle Costa Santos

_____________________________

Assinatura do Orientador da Pesquisa

QUADRO 3- Modelo solicitação de autorização para pesquisa

Fonte: o autor

61

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário(a), do Projeto de Pesquisa sob o título

“ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE DO GOVERNO ELETRÔNICO - Avaliação de portais web com ênfase em

portadores de deficiência visual”. Meu nome é Grazielle Costa Santos, sou o pesquisador responsável e sou aluna no curso

de Mestrado em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento na Universidade FUMEC. Após receber os

esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que

está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado (a)

de forma alguma. Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com o(s) pesquisador responsável e o

orientador da pesquisa por e-mail: [email protected] ou [email protected]. Em casos de dúvidas sobre a ética

aplicada a pesquisa, você poderá entrar em contato com o orientador da pesquisa a qualquer momento. O objetivo da

atividade a qual está sendo convidado a participar é coletar informações que irão fomentar os trabalhos em relação ao tema

proposto, sua participação será concretizada após a assinatura deste termo de consentimento participando de uma

avaliação a partir do Método de Avaliação de Comunicabilidade (MAC), com questões relacionadas ao conteúdo

deste projeto;

Esclarecemos: que não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira pela sua participação;

Garantimos sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa;

Apresentamos a garantia expressa de liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado; Do uso de imagem e áudio se houver–

nesta autorização deverá constar a forma e a utilização previstas para as imagens.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA PESQUISA

Eu, _________________, RG (CPF / n° de matrícula) ______________, abaixo assinado, declaro ser maior de 18 anos e

concordo em participar do estudo acima proposto, como sujeito. Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pela

pesquisadora Grazielle Costa Santos sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e

benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento,

sem que isto leve a qualquer penalidade

Local e data __________,____ de _________ de 2015.

_____________________________

Assinatura do pesquisado

E-mail do pesquisado _______________________________________________________________________

Eu, Grazielle Costa Santos obtive de forma voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do sujeito da pesquisa ou

representante legal para a participação da pesquisa.

Grazielle Costa Santos / ASSINATURA

Assinatura do pesquisador responsável

QUADRO 4- Termo de consentimento livre e esclarecido Fonte: o autor

62

4. CRONOGRAMA

O cronograma da Tabela 8 estabelece as intenções de data para a realização de cada uma das

fases envolvidas no processo desta pesquisa:

Cronograma de atividades do projeto

Atividades a serem desenvolvidas durante o ano de 2015/2016

Atividades Ago

Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

Documentação X X X

Leitura/ fichamento X X X

Personas / Preparação

das Entrevistas / testes

automatizados

X X

Entrevistas

X X

Análise dos dados

X X X

Redação X X X

Revisão/ Depósito X X

Defesa X

TABELA 8 - Cronograma atividades projeto de dissertação Fonte: o autor

63

5. REFERÊNCIAS

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64

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