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processo trabalho 01
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Aula 01
Direito Processual do Trabalho para TRT-MG (Tcnico Judicirio - rea Adm) - ComVideoaulas
Professor: Bruno Klippel
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Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/MG - FCC
Prof. Bruno Klippel Aula 01
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AULA 01 COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO
SUMRIO PGINA
1. Apresentao 01
2. Matria objeto da aula Teoria: 02 3. Questes comentadas sobre o tema: 41
4. Lista das questes apresentada 65
5. Gabaritos 76
6. Consideraes finais 77
1. APRESENTAO:
Prezados Alunos,
Iniciamos nossa aula 01 sobre COMPETNCIA DA JUSTIA DO
TRABALHO, um tema que sempre cobrado nos concursos, em especial,
aqueles realizados pela FCC FUNDAO CARLOS CHAGAS. Pelo menos uma questo de direito processual do trabalho envolve o tema
competncia, material ou territorial da Justia do Trabalho.
Qualquer dvida, s entrar em contato comigo. Forte abrao! Bons
estudos!
Bruno Klippel
Vitria/ES
www.brunoklippel.com.br
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2. MATRIA OBJETO DA AULA TEORIA:
1. Competncia;
1.1. Diferena entre jurisdio e competncia;
bastante comum confundir os institutos da jurisdio e competncia,
afirmando que em determinada situao a demanda ser da jurisdio da justia
do trabalho. Em verdade, no h motivos para o equvoco, j que os conceitos
so fceis e denotam situaes totalmente diferentes.
Em primeiro lugar, analisam-se os conceitos: jurisdio, na acepo do termo
significa dizer o direito, que um poder-dever-funo do Estado. Poder, pois
decorre de sua soberania. Dever, pois sendo vedada a autotutela, o Estado deve
analisar as questes conflituosas. Por fim, funo, pois o Estado deve criar
normas (Poder Legislativo), administrar os interesses dele mesmo e dos
cidados (Poder Executivo) e dirimir os conflitos (Poder Judicirio).
! Jurisdio o poder-dever-funo do Estado de dizer o direito
no caso concreto, quando provocado.
Para o exerccio do poder jurisdicional, o Estado atribuiu a determinadas pessoas
(juzes) o poder de atuar no caso concreto, organizando os rgos judicirios de
maneira a que tal mister seja desenvolvido da maneira mais eficiente possvel.
Assim, todos os juzos, ou seja, rgos jurisdicionais possuem jurisdio, isto ,
podem atuar nas demandas instauradas perante o Poder Judicirio, dizendo o
direito, o que representa dizer que, no caso concreto o Estado aplicar a norma
geral e abstrata criada pelo Poder Legislativo. Pode-se afirmar que todo rgo
judicirio possui jurisdio, por ser rgo estatal.
Em uma analogia simples com uma empresa que possui centenas de
funcionrios, todos esto ali para trabalhar e assim devem agir. Contudo, ser
que todos os trabalhadores daquela empresa podem vender, comprar, atuar no
setor de marketing ou no jurdico? A resposta negativa, pois apenas os
empregados com atribuio para comprar que compraro. Apenas os
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vendedores, que so aqueles que atribuio para vender, que atuaro nesse
setor. No jurdico, apenas os Advogados contratados com aquela finalidade.
Vejam que no Estado todos os rgos judicirios podem atuar, julgar, assim
como todos os empregados podem trabalhar. Porm, nas duas situaes h uma
GLYLVmRGHWDUHIDVGHRItFLRV+iXPDRUJDQL]DomRWHQGHQWHDID]HUFRPTXHRlabor seja melhor executado.
(VVDGLYLVmRGHWDUHIDVpUHDOL]DGDWDPEpPQR3RGHU-XGLFLiULRSRUPHLRGDV normas de competncia, pois so essas que conferem atribuio ao rgo para
atuar em determinado tipo de conflito, tais como cveis, criminais, consumidor,
etc.
Assim, competncia tida como a medida da jurisdio, pois demonstra em que
situaes pode o Magistrado, representante do Estado, exercer a sua jurisdio.
! Todo juzo possui jurisdio, mas nem todo juzo possui
competncia, pois esta restringe aquela, j que determina em
que situaes pode o julgador atuar.
Voltando nossa analogia com a HPSUHVDHVVDGLYLVmRGHWDUHIDVpUHDOL]DGDpossivelmente, com base na especializao e aptido do empregado. Se bom
de vendas, atuar naquele departamento. Se Advogado, trabalhar no setor
jurdico. No Poder Judicirio as normas de competncia tambm levam em
considerao determinados critrios, tais como o tipo de conflito, os entes que
esto envolvidos, dentre outros a serem estudados nos tpicos seguintes.
Exemplo: Moro em uma cidade em que h o Frum da Justia Comum
Estadual e Vara do Trabalho. Sei que l esto trabalhando Juzes
(Estadual e Trabalhista). Os dois foram aprovados em concurso pblico e
exercem suas atividades em nome do Estado. A funo exercida pelos
dois decidir os conflitos que so levados ao Poder Judicirio. Diversas
vezes ao dia o Juiz Estadual se depara com processos de famlia, assim
como o Juiz do Trabalho lida com aes pedindo o reconhecimento do
vnculo de emprego. Os dois dizem o direito no caso concreto, ou seja,
afirmam por meio de suas decises qual das partes possui razo no
conflito que gerou a ao judicial. Os dois, portanto, possuem
jurisdio, mas cada um possui uma competncia, isto , est apto a
julgar determinado tipo de pedido. No possui competncia o Juiz do
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Trabalho para decidir questes relacionadas famlia, assim como no
possui competncia do Juiz Estadual para julgar pedido de
reconhecimento de vnculo de emprego.
1.2. Critrio de competncia;
Os critrios utilizados pelo legislador para definir a competncia dos rgos
judicirios so de dois tipos: absolutos e relativos. Existem importantes e
fundamentais diferenas entre os dois critrios, abaixo analisadas:
ABSOLUTOS RELATIVOS
INTERESSE Estado Partes
CRITRIOS Material, pessoal e
funcional
Territorial e valor da
causa
LEGITIMIDADE Juiz de ofcio ou partes
a requerimento
Somente as partes
MOMENTO A qualquer momento e
grau de jurisdio
Prazo de defesa
FORMA Simples petio Exceo de
incompetncia
CONSEQUNCIAS Remessa dos autos
para o juzo
competente, com
anulao dos atos
decisrios
Suspenso do processo
pela apresentao da
exceo de
incompetncia e
remessa dos autos ao
juzo competente.
PRECLUSO No h precluso, por
tratar-se de norma de
ordem pblica
Precluso pela no
apresentao da
exceo de
incompetncia,
acarretando
prorrogao da
competncia.
AO RESCISRIA Cabe ao rescisria se No cabe ao
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a deciso que transitou
em julgado tiver sido
proferida por juzo
absolutamente
incompetente.
rescisria, por ter
havido precluso ante a
no apresentao de
exceo de
incompetncia.
x Interesse:
o Critrios absolutos: Ao criar tais critrios, o Estado organizou as
atribuies do Poder Judicirio tendo em vista o seu interesse em
melhor julgar, isto , os critrios absolutos refletem o interesse
pblico, razo pela qual as partes no podem alter-los. Apenas a
lei pode determinar eventual mudana nesses critrios.
o Critrios relativos: Em relao esses critrios, o legislador levou
em considerao o interesse das partes conflitantes, ou seja, teve
por ideal a ser seguido a comodidade das partes, j que para o
Estado tanto fez analisar o dissdio em Vitria/ES ou Salvador/BA.
x Critrios:
o Critrios absolutos: So critrios absolutos: 1. MATERIAL, que
define a atribuio do rgo judicirio levando em considerao o
tipo de conflito instaurado entre as partes, isto , a matria que
ser analisada pelo julgador. Um exemplo desse tipo de critrio
encontra-se no art. 114, I da CRFB/88, que afirma ser da
competncia da Justia do Trabalho as demandas relacionadas
relao de trabalho; 2. PESSOAL, que determina a competncia
tendo em vista as partes na demanda; 3. FUNCIONAL, que
destaca a competncia do rgo jurisdicional com base de exerccio
de uma funo, isto , pela relao existente entre dois ou mais
processos. A competncia do TRT/ES para analisar recurso ordinrio
interposto de sentena proferida por Vara do Trabalho de Vitria/ES
funcional, pois deixa clara a idia de continuao no exerccio do
poder jurisdicional. H ntida relao entre as funes exercidas
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(proferir sentena e analisar recurso). No CPC, tal critrio encontra-
se nos artigos 108 e 109, alm de muitos outros.
Art. 114 da CF:. Compete Justia do Trabalho
processar e julgar: I as aes oriundas da relao
de trabalho, abrangidos os entes de direito pblico
externo e da administrao pblica direta e indireta
da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios.
Art. 108 do CPC. A ao acessria ser proposta
perante o juiz competente para a ao principal.
Art. 109 do CPC. O juiz da causa principal tambm
competente para a reconveno, a ao
declaratria incidente, as aes de garantia e
outras que respeitam ao terceiro interveniente.
o Critrios relativos: Dois so os critrios relativos: 1.
TERRITORIAL, que define o local em que ser ajuizada a demanda
trabalhista. Seguem-se as regras previstas no art. 651 da CLT que,
em regra, destaca que o local de trabalho ser competente para o
ajuizamento da ao trabalhista; 2. VALOR DA CAUSA, que
utilizado para determinar a competncia do rgo jurisdicional
conforme o valor atribudo causa, sendo que tal valor
determinante para a escolha do procedimento (ordinrio,
sumarssimo e sumrio). Na Justia do Trabalho tal critrio no
relevante, pois o mesmo juzo possui atribuio para processar e
julgar demandas em todos os ritos descritos, isto , no existem
juizados especiais trabalhistas ou Vara do Trabalho que julguem
apenas aes ajuizadas em determinado procedimento.
Art. 651 - A competncia das Juntas de Conciliao
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e Julgamento determinada pela localidade onde o
empregado, reclamante ou reclamado, prestar
servios ao empregador, ainda que tenha sido
contratado noutro local ou no estrangeiro.
1 - Quando for parte de dissdio agente ou
viajante comercial, a competncia ser da Junta da
localidade em que a empresa tenha agncia ou filial
e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta,
ser competente a Junta da localizao em que o
empregado tenha domiclio ou a localidade mais
prxima.
2 - A competncia das Juntas de Conciliao e
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro
e no haja conveno internacional dispondo em
contrrio.
3 - Em se tratando de empregador que promova
realizao de atividades fora do lugar do contrato
de trabalho, assegurado ao empregado apresentar
reclamao no foro da celebrao do contrato ou no
da prestao dos respectivos servios.
x Legitimidade:
o Critrios absolutos: O ferimento s normas de competncia
absoluta deve ser declarado de ofcio pelo Magistrado, conforme
art. 113 do CPC. Assim, verificando o Juiz do Trabalho que a
demanda no de sua competncia, e sim, da Justia Comum,
determinar a remessa dos autos quela justia, reconhecendo a
sua incompetncia de ofcio, ou seja, sem requerimento. Tal fato
decorre do interesse pblico na criao de tais critrios.
o Critrios relativos: Diferentemente do que ocorre nos critrios
absolutos, em relao aos critrios relativos o juiz no pode
conhec-los de ofcio, nos termos da Smula 33 do STJ. Nessa
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situao, somente as partes podem alegar, j que o interesse na
sua criao privado.
Art. 113 do CPC. A incompetncia absoluta deve ser
declarada de ofcio e pode ser alegada, em
qualquer tempo e grau de jurisdio,
independentemente de exceo. 1o No sendo,
porm, deduzida no prazo da contestao, ou na
primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos
autos, a parte responder integralmente pelas
custas. 2o Declarada a incompetncia absoluta,
somente os atos decisrios sero nulos,
remetendo-se os autos ao juiz competente.
Smula n 33 do STJ: A incompetncia relativa no
pode ser declarada de ofcio.
x Momento:
o Critrios absolutos: No h um momento limite para que seja
reconhecida a incompetncia absoluta de um juzo, j que o art.
113 do CPC afirma que a regra deve ser reconhecida de ofcio pelo
juiz ou alegada pela parte a qualquer tempo e grau de jurisdio.
Caso o ru no a alegue na contestao (art. 301 do CPC preliminares de mrito), poder aleg-la posteriormente, enquanto
o processo estiver em trmite.
o Critrios relativos: por tratar-se de interesse privado, das partes, o
legislador imps que a alegao de incompetncia relativa fosse
apresentada em momento restrito, qual seja, na defesa do ru. A
nica oportunidade do que dispe a parte para apresent-la o
prazo de defesa, isto , na audincia, quando da apresentao da
defesa, dever o ru manifestar-se sobre a incompetncia relativa.
x Forma:
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o Critrios absolutos: Tratando-se de critrio no qual h ntido
interesse pblico, em que o Juiz deve conhecer de ofcio eventual
vcio, no h que se impor parte que sua alegao seja
apresentada por meio formal, como uma petio especfica. Assim,
a alegao de incompetncia absoluta pode ser feita por simples
petio, sendo que tal expresso denota a total ausncia de
formalidade, permitindo que seja alegado o vcio inclusive
oralmente.
o Critrios relativos: Conforme dispe o art. 112 do CPC, a forma
adequada para demonstrar a incompetncia relativa a exceo de
incompetncia, petio com requisitos prprios, conforme art. 307 e
seguintes do Cdigo de Processo Civil. Assim, tal vcio no pode ser
alegado em sede de contestao ou petio simples, sob pena de
no ser conhecido.
Art. 112 do CPC. Argi-se, por meio de exceo, a
incompetncia relativa.
Pargrafo nico. A nulidade da clusula de eleio
de foro, em contrato de adeso, pode ser declarada
de ofcio pelo juiz, que declinar de competncia
para o juzo de domiclio do ru.
x Consequncias:
o Critrios absolutos: Acaso reconhecida a incompetncia absoluta,
nos termos do art. 113, 2 do CPC, os autos sero remetidos para
o juzo competente, anulando-se os atos decisrios. Apenas os atos
decisrios sero anulados, mantendo-se os demais, inclusive os
instrutrios (provas). Em relao esses, caso o novo juzo
entenda necessrio, pode determinar a realizao de novas provas,
nos termos do art. 130 do CPC, que afirma a existncia dos poderes
instrutrios do juiz.
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Art. 113, 2 do CPC: Declarada a incompetncia
absoluta, somente os atos decisrios sero nulos,
remetendo-se os autos ao juiz competente.
Art. 130 do CPC: Caber ao juiz, de ofcio ou a
requerimento da parte, determinar as provas
necessrias instruo do processo, indeferindo as
diligncias inteis ou meramente protelatrias.
o Critrios relativos: Com a apresentao da exceo de
incompetncia, nos moldes do art. 306 do CPC, o processo fica
suspenso at deciso final na exceo (deciso de 1 grau). Assim,
nenhum ato processual realizado nos autos principais,
prosseguindo-se apenas no processamento e julgamento da
exceo. Sendo reconhecido o vcio, os autos so remetidos para o
juzo competente.
Art. 306 do CPC: Recebida a exceo, o processo
ficar suspenso (art. 265, III), at que seja
definitivamente julgada.
x Precluso:
o Critrios absolutos: No h precluso em relao aos critrios
absolutos, para as partes ou juiz, j que o art. 113 do CPC destaca
que a qualquer tempo e grau de jurisdio poder ser alegado o
vcio. O fato do Juiz ter recebido a petio inicial no o impede de
reconhecer a sua incompetncia absoluta posteriormente.
o Critrios relativos: No que concerne aos critrios relativos, h
precluso, pois a no apresentao de exceo de incompetncia no
prazo de defesa impede a posterior alegao, j que ocorrer a
denominada prorrogao de competncia, que significa dizer que o
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juzo que era incompetente passar a competente diante da inrcia
da parte, nos moldes do art. 114 do CPC.
Art. 114 do CPC: Prorrogar-se- a competncia se
dela o juiz no declinar na forma do pargrafo
nico do art. 112 desta Lei ou o ru no opuser
exceo declinatria nos casos e prazos legais.
x Ao Rescisria:
o Critrios absolutos: Caso a violao s normas de competncia
absoluta seja verificada no curso da ao, ou seja, enquanto
tramitando o processo, poder ser alegado por simples petio ou
reconhecido de ofcio pelo Magistrado, conforme j estudado. Caso
se verifique tal erro apenas aps o trnsito em julgado, poder a
parte ajuizar ao rescisria, no prazo mximo de 2 (dois) anos
(art. 495 do CPC), calcado no art. 485, II do CPC.
Art. 485, II do CPC: A sentena de mrito,
transitada em julgado, pode ser rescindida quando
(...) II - proferida por juiz impedido ou
absolutamente incompetente.
Art. 495 do CPC: O direito de propor ao rescisria
se extingue em 2 (dois) anos, contados do trnsito
em julgado da deciso.
o Critrios relativos: No tpico anterior afirmou-se que h precluso,
com a perda da possibilidade de alegar a incompetncia relativa, se
no houver a apresentao de exceo de incompetncia. Assim,
por bvio, por ser um vcio sanvel no curso do processo, no
ensejar o ajuizamento de ao rescisria, j que o art. 485, II do
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CPC aduz apenas incompetncia absoluta e a interpretao deve
ser restritiva.
Exemplo: Li o art. 114, I da CF/88 e vi que todas as aes relacionadas
ao vnculo de trabalho devem ser ajuizadas perante a Justia do
Trabalho. Por erro, ajuizei uma reclamao trabalhista em face do meu
ex-empregador na Vara Cvel, ou seja, na Justia Comum Estadual.
Quando o Juiz leu a petio inicial e verificou que se tratava de ao
sobre o vnculo de emprego que tive com a empresa r, ele chegou a
concluso que a competncia era da Vara do Trabalho da cidade. Por se
tratar de competncia material, pois vinculado ao problema da ao, o
Juiz remeteu a ao para uma das Varas do Trabalho da cidade,
reconhecendo-se incompetente para analisar o meu pedido. Isso foi
possvel porque a incompetncia era absoluta, conforme art. 113, 2 do
CPC. Em outra ao trabalhista, deveria ter formulado meu pedido em
uma das Varas do Trabalho de Vitria/ES, pois foi o local em que prestei
servios. Mas como estava residindo em So Paulo/SP, ali ajuizei a ao.
O Juiz do Trabalho de SP leu a minha petio inicial, viu que tinha
trabalhado em Vitria/ES e que, portanto, l deveria ter ajuizado a ao,
mas no remeteu para o local competente, por tratar-se de
incompetncia territorial. Aguardou o reclamado apresentar a exceo de
incompetncia para julg-la procedente, determinando a remessa dos
autos uma das Varas do Trabalho da capital do Esprito Santo.
1.2.1. Critrios absolutos;
1.2.1.1. Material, pessoal e funcional:
A competncia material da justia do trabalho sofreu importantes alteraes com
o advento da Emenda Constitucional n 45/2004, pois diversos incisos do art.
114 da CRFB/88 foram modificados/includos.
1.2.1.1.1. Relao de emprego x relao de trabalho;
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A primeira situao a ser analisada est descrita no inciso I do art. 114 da
CRFB/88: DVDo}HVRULXQGDVGDUHODomRGHWUDEDOKRDEUDQJLGRVRVHQWHVde direito pblico externo e da administrao pblica direta e indireta da
Unio, dos Estados, do Distrito Federal HGRV0XQLFtSLRV Antes da mencionada emenda constitucional, o dispositivo constitucional em
anlise fazia meno relao de emprego, que aquela firmada entre
empregado e empregador, com a presena dos requisitos do art. 3 da CLT,
quais sejam, pessoa fsica, pessoalidade, habitualidade, subordinao e
onerosidade. Somente a discusso em torno de direitos oriundos desse tipo de
relao jurdica podia ser levada ao conhecimento da Justia do Trabalho, o que
exclua os autnomos, eventuais, prestadores de servios, dentre outros.
Naquela poca, a Justia do Trabalho era tida como Justia do Empregado, pois
somente esse tipo de trabalhadores tinha acesso ao ramo especializado do Poder
Judicirio. A substituio do termo relao de emprego por relao de trabalho
ampliou significativamente a competncia daquela justia, pois todas as relaes
de trabalho, tais como aquela firmada pelo autnomo, eventual ou pelo mero
prestador de servios, passou a ser da competncia da justia laboral.
! Relao de trabalho gnero, no qual encontramos, dentre
outras, a relao de emprego.
Assim, desde que afirmada na petio inicial a existncia de vnculo jurdico
entre autor e ru e a prestao de labor, ser competente aquela justia para
anlise do conflito. Assim, retirou-se o foco existente no empregado, passando-o
para a relao de trabalho, que um gnero no qual se inclui a relao de
emprego.
Destaca-se na doutrina acerca da competncia da Justia do Trabalho para
julgamento de aes fundadas em relao de consumo. O entendimento
majoritrio no sentido de que a Justia Laboral no possui competncia para
tais aes, devendo ser propostas perante a Justia Comum.
! A Justia do Trabalho no detm competncia para anlise de
relao de consumo.
No tocante ao para cobrana de honorrios, o STJ editou a Smula n 363,
afirmando que FRPSHWH j -XVWLoD HVWDGXDO SURFHVVDU H MXOJDU D DomR GHFREUDQoDDMXL]DGDSRUSURILVVLRQDOOLEHUDOFRQWUDFOLHQWH O TST vem entendendo
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que a Justia do Trabalho mostra-se incompetente para analisar tais pedidos,
por mostrar-se como verdadeira relao de consumo.
Smula n 363 do STJ: Compete Justia estadual
processar e julgar a ao de cobrana ajuizada por
profissional liberal contra cliente.
Exemplo: Se fui empregado com carteira assinada ou se buscarei o
reconhecimento do vnculo de emprego (assinatura da CTPS), a
competncia ser da Justia do Trabalho, por tratar-se de relao de
emprego. Se na qualidade de professor prestei servios a uma faculdade
(palestra, por exemplo), a competncia para cobrana do valor tambm
da Justia do Trabalho, por tratar-se de relao de trabalho. Mas se, na
qualidade de Advogado, fui contratado e no recebi o valor acordado, a
competncia para a ao de cobrana no da Justia do Trabalho, e
sim,da Justia Comum estadual, pois a Smula n 363 do STJ diz que a
ao para cobrana de honorrios de profissional liberal contra cliente
no compete Justia do Trabalho, e sim, Justia Estadual.
1.2.1.1.2. Aes envolvendo acidentes de trabalho;
Trata-se de importante tema, que sofreu alteraes com o EC n 45/04, e pode
ser dividido em 2 (duas) situaes:
x 1: ao movida pelo empregado em face do empregador, buscando indenizao em virtude do acidente de trabalho: nessa hiptese, a
competncia da Justia do Trabalho.
x 2: ao movida em face do INSS, para que a autarquia previdenciria reconhea a existncia de acidente de trabalho e a incapacidade dele
advinda, de forma a que efetue o pagamento das verbas devidas. Nessa
hiptese, a competncia da Justia Comum Estadual. Nesse mesmo
sentido so as Smulas 15 do STJ e 235 e 501 do STF. Nessa situao, a
ao ser distribuda Vara de Acidentes de Trabalho, caso exista.
! Apesar do INSS ser uma autarquia federal, a competncia no
da Justia Comum Federal, e sim, da Justia Comum Estadual,
conforme art. 109, I, parte final, da CRFB/88.
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Smula n 15 do STJ: Compete Justia Estadual
processar e julgar os litgios decorrentes de
acidente do trabalho.
Smula n 235 do STF: competente para a ao
de acidente do trabalho a justia cvel comum,
inclusive em segunda instncia, ainda que seja
parte autarquia seguradora.
Smula n 501 do STF: Compete a justia
ordinria estadual o processo e o julgamento, em
ambas as instncias, das causas de acidente do
trabalho, ainda que promovidas contra a unio,
suas autarquias, empresas pblicas ou sociedades
de economia mista.
Se o empregado vier a falecer em decorrncia do acidente de trabalho, podero
viva e filhos ajuizaram a demanda indenizatria? Claro, pois vislumbra-se o
chamado dano em ricochete, reflexo ou indireto. Nessa hiptese, qual rgo ser
competente? A Smula n 366 do STJ previa a competncia da Justia
Comum Estadual, mas foi cancelada pelo Tribunal, fazendo com que o
entendimento majoritrio atualmente seja no sentido de reconhecer-se
competente a Justia Laboral.
Outro ponto relevante, que mereceu ateno do STF por meio da edio de
smula vinculante, o momento de incidncia das alteraes que a EC 45/04
empreendeu em matria de competncia material (absoluta).
Dvidas surgiram acerca da incidncia ou no das novas normas nos processos
j sentenciados e naqueles que estavam em curso.
O STJ editou a Smula n 367, afirmando que as alteraes trazidas pela
referida emenda constitucional no alcanam processos j sentenciados. Por sua
vez, o STF editou a smula vinculante n 22, cuja redao segue abaixo
transcrita:
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$-XVWLoDGR7UDEDOKRpFRPSHWHQWHSDUDSURFHVVDUHMXOJDUDVaes de indenizao por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado
contra empregador, inclusive aquelas que ainda no possuam
sentena de mrito em primeiro grau quando da promulgao
GD(PHQGD&RQVWLWXFLRQDOQ
Smula n 367 do STJ: A competncia estabelecida
pela EC n. 45/2004 no alcana os processos j
sentenciados.
Por tratar-se de norma de carter pblico, j que o critrio de competncia
material absoluto, as demandas deveriam ser remetidas para o rgo
competente aps a EC n 45/04, independentemente do momento processual.
Ocorre que o STJ e o STF, no tocante ao tema em estudo, entenderam por criar
XP PHLR-WHUPR TXH IH] FRP TXH RV SURFHVVRV Mi VHQWHQFLDGRVpermanecessem no rgo que os decidiu, enquanto que as demais demandas
seriam remetidas para novo rgo jurisdicional.
Exemplo 1: Ao fim de um dia de trabalho, estava em um andaime, no
5 andar da obra, quando cai por estar sem cinto de segurana
(equipamento de proteo individual). Tive vrios machucados, quebrei
perna, brao, ficando afastado por 6 meses, at total recuperao. O
culpa do meu acidente foi da empresa que no forneceu os
equipamentos de proteo individual. Se vier a ajuizar ao trabalhista
em face da empresa, para pedir danos materiais e morais, por exemplo,
terei que ajuizar perante a Justia do Trabalho, pois dele a
competncia, j que a discusso gira em torno da relao de emprego
existente entre as partes (eu e a empresa).
Exemplo 2: Digamos que, em virtude do acidente acima narrado, eu
precise de um afastamento superior a 15 dias, hiptese de recebimento
de auxlio-doena acidentrio, pago pelo INSS. Digamos ainda que a
autarquia no reconhea o meu acidente como de trabalho e negue o
benefcio. Se vier a ajuizar ao em face do INSS para que ele seja
condenado ao pagamento do auxlio-doena, a competncia ser da
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Justia Estadual, mesmo o INSS sendo autarquia federal, pois o tema do
processo acidente de trabalho, hiptese excepcional do art. 109, I da
CF/88.
1.2.1.1.3. Competncia criminal;
Conforme deciso proferida pelo Supremo Tribunal Federal, a justia do trabalho
no possui competncia criminal, mesmo aps a ampliao da competncia
daquele ramo do Poder Judicirio, implementada pela EC n 45/2004. Assim
decidiu o STF:
EMENTA: COMPETNCIA CRIMINAL. Justia do Trabalho. Aes
penais. Processo e julgamento. Jurisdio penal genrica.
Inexistncia. Interpretao conforme dada ao art. 114, incs. I,
IV e IX, da CF, acrescidos pela EC n 45/2004. Ao direta de
inconstitucionalidade. Liminar deferida com efeito ex tunc. O
disposto no art. 114, incs. I, IV e IX, da Constituio da
Repblica, acrescidos pela Emenda Constitucional n 45, no
atribui Justia do Trabalho competncia para processar e
julgar aes penais. (ADI 3684 MC, Relator(a): Min. CEZAR
PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/02/2007, DJe-072 DIVULG 02-
08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007 PP-00030 EMENT VOL-
02283-03 PP-00495 RTJ VOL-00202-02 PP-00609 LEXSTF v. 29, n.
344, 2007, p. 69-86 RMP n. 33, 2009, p. 173-184)
Atualmente, havendo crime contra a organizao do trabalho ou nos autos de
processo trabalhista, a competncia para o processo criminal ser da Justia
Comum Federal, nos termos do art. 109, VI da CRFB/88.
! Doutrina majoritria entende que, apesar da Justia do
Trabalho no deter competncia criminal, nada obsta que
venha a deter, caso haja lei dispondo acerca da questo.
Exemplo: Nos autos de um processo trabalhista, que tramitava perante
a 10 Vara do Trabalho de Porto Alegre/RS, uma testemunha, Joo da
Silva, mentiu deslavadamente, incorrendo no crime de falso testemunho.
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Apesar do crime ter ocorrido em processo que tramitava perante a
Justia do Trabalho, a competncia no ser dessa Justia, pois a Justia
do Trabalho no possui qualquer competncia criminal.
1.2.1.1.4. Aes envolvendo o exerccio do direito de greve;
O art. 114, II da CRFB/88, includo pela EC n 45/04, destaca, genericamente,
que as aes envolvendo o exerccio do direito de greve so da competncia da
Justia do Trabalho. O fato do texto constitucional ser genrico foi proposital, de
forma a retirar qualquer conflito sobre o tema da justia comum, uma vez que
greve um tema eminentemente trabalhista.
! A competncia da Justia do Trabalho para o tema greve
independe desta ser legal ou ilegal.
Assim, em decorrncia do exerccio do direito de greve podem ser ajuizadas
demandas individuais e coletivas. No primeiro grupo, podem-se destacar as
aes cautelares, visando a manuteno do mnimo para atendimento
populao, aes de indenizao por atos realizados durante o movimento
paredista. No segundo grupo, destacam-se os dissdios coletivos, que segundo
dispe o art. 114, 3 da CRFB/88, pode ser ajuizado pelo MPT, quando a greve
se der em servio essencial, ou pelas empresas e sindicatos.
Art. 114, 3 da CF: Em caso de greve em atividade
essencial, com possibilidade de leso do interesse
pblico, o Ministrio Pblico do Trabalho poder
ajuizar dissdio coletivo, competindo Justia do
Trabalho decidir o conflito.
Sobre o tema, indispensvel a leitura da Smula Vinculante n 23 do STF, assim
redigida: A Justia do Trabalho competente para processar e julgar ao possessria ajuizada em decorrncia do exerccio do direito de
greve pelos trabalhadores da LQLFLDWLYDSULYDGD
Exemplo: muito comum, durante as paralisaes oriundas de greves,
a invaso da empresas, a formao de barricadas na frente das
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empresas, para que os outros empregados no possam entrar para
trabalhar. Esses instrumentos de presso so ilcitos, pois fogem das
regras previstas na Lei n 7783/89, que regulamento o exerccio do
direito de greve. Digamos que tenha havido a invaso da empresa. Esse
poder ajuizar uma ao possessria (de reintegrao de posse) para
retirar os empregados daquela localidade, sendo a competncia da
Justia do Trabalho, j que relacionado greve. Da mesma forma, ser
da competncia da Justia do Trabalho eventual ao de indenizao
movida pela empresa contra o sindicato ou empregados que invadiram e
lhe geraram danos, materiais ou morais.
1.2.1.1.5. Aes sobre representao sindical;
Dispe o art. 114, III da CRFB/88, tambm includo pela EC n 45/2004, que
todas as aes envolvendo representao sindical, sejam entre sindicatos,
sindicatos e empregados e sindicatos e empregadores, sero da competncia da
Justia do Trabalho, o que fez com que diversas situaes que antes eram
julgadas pela Justia Comum Estadual passassem Justia Laboral.
Situao bastante comum, atualmente julgada perante a Justia Laboral, a
disputa por base territorial, em decorrncia do denominado princpio da
unicidade, que regula o direito coletivo do trabalho. Antes da EC 45/04, se dois
sindicatos estivessem discutindo a legitimidade para representar certa categoria,
tal litgio seria levado Justia Comum Estadual, o que trazia uma srie de
inconvenientes, j que os Juzes de Direito, por no atuarem cotidianamente
com tal tipo de demanda, no possuem conhecimentos profundos sobre o tema.
Assim, como exemplos de aes que passaram competncia da Justia
Laboral, tem-se:
x Aes visando a discusso sobre direito de filiao e desfiliao ao sindicato;
x Aes visando a discusso sobre unicidade sindical; x Aes cujo objeto seja eleio de representante sindical e todas as questes da advindas, tais como discusso acerca de estabilidade,
convocao de assemblia, etc.
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x Aes envolvendo contribuies devidas ao sindicato, federao e confederao, bem como aes de consignao e execuo das
mesmas;
Exemplo: Sabe-se, pela anlise do art. 8 da CF/88, que existe o
princpio da unicidade sindical, que impede a existncia de mais de um
sindicato, na mesma base territorial, para representar a mesma
categoria. Para controlar tal hiptese, feito o pedido de registro
perante o MTE. Digamos que existam dois sindicatos afirmando serem
legtimos para representar determinada categoria no Estado do Esprito
Santo. Essa discusso, se desaguar no Poder Judicirio, ser julgada pela
Justia do Trabalho, pois os sindicatos esto discutindo o tema
UHSUHVHQWDomR VLQGLFDO 6H XPD HPSUHVD FREUDGD SRU XP VLQGLFDWRquiser discutir judicialmente que no deve a contribuio para aquele
ente, e sim, para outro, dever ajuizar ao na Justia do Trabalho, pois
QRYDPHQWHRWHPDpUHSUHVHQWDomRVLQGLFDO
1.2.1.1.6. Mandado de segurana, habeas corpus e habeas data;
Outro importante dispositivo includo pela EC n 45/04 foi o inciso IV do art. 114
da CRFB/88, que atribui competente Justia do Trabalho para processar e
julgar os mandados de segurana, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matria sujeita sua jurisdio.
Em relao ao mandado de segurana, este passou a ser impetrado perante o 1
grau de jurisdio trabalhista, isto , a Vara do Trabalho, quando for impetrado
em face de ato de auditor fiscal do trabalho ou delegado do trabalho, quando o
ato estiver relacionado fiscalizao das relaes de trabalho. Alm disso,
tambm ser impetrado MS de competncia da Vara do Trabalho quando o ato
questionado for realizado por Membro do Ministrio Pblico do Trabalho, em
inquritos civis pblicos ou outros procedimentos administrativos.
A competncia funcional para o mandado de segurana, alm da Vara do
Trabalho, tambm poder ser do Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal
Superior do Trabalho, nas seguintes situaes:
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x Tribunal Regional do Trabalho: contra ato de Juiz do Trabalho, Juiz de Direito atuando com competncia trabalhista e atos do prprio TRT, em
rgos monocrticos ou colegiados.
x Tribunal Superior do Trabalho: contra ato do Presidente do TST ou de qualquer dos Ministros.
! Se o ato questionado for de membro do TRT, a competncia
para o mandado de segurana do prprio TRT, com recurso
ordinrio (art. 895, II CLT) para o TST.
! Se o ato questionado for de membro do TST, a competncia
para o mandado de segurana do prprio TST.
Em relao ao habeas corpus, este ser da competncia da Justia do Trabalho
quando a matria nele discutida envolver matria sujeita sua jurisdio. Antes
da EC n 45/04, entendia-se que do ato de Juiz do Trabalho que restringisse a
liberdade ou a locomoo, caberia habeas corpus de competncia da Justia
Comum Federal (TRF).
O exemplo mais utilizado para o cabimento do remdio constitucional em estudo
era a priso do depositrio infiel. Contudo, sobre o tema foi editada a Smula
Vinculante n 25 do STF, assim redigida: e LOtFLWD D SULVmR FLYLO GHGHSRVLWiULR LQILHOTXDOTXHUTXHVHMDDPRGDOLGDGHGRGHSyVLWR. Ocorre que outras situaes podem gerar a utilizao do habeas corpus, como, por
exemplo: priso decretada pelo Juiz testemunha, por ferir o dever de dizer a
verdade, restrio de liberdade do empregado pelo empregador, em situaes
de greve, de empregado em situao anloga de escravo, por haver clara
restrio liberdade de locomoo, dentre outros.
! No mais cabvel a decretao de priso do depositrio
infiel, qualquer que seja o motivo, ante o disposto na Smula
Vinculante n 25 do STF.
Nessas situaes, a competncia poder, em tese, de qualquer rgo da Justia
Trabalhista, a saber:
x Vara do Trabalho: quando o ato ilegal que viola o direito de locomoo for realizado por particular (empregador, por exemplo).
x Tribunal Regional do Trabalho: quando o ato ilegal for realizado por Juiz do Trabalho.
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x Tribunal Superior do Trabalho: quando o ato ilegal for realizado por Juiz do Tribunal Regional do Trabalho.
Por fim, o habeas data, que tambm pode ser utilizado em sede trabalhista,
nunca em face do empregador, e sim, em face de ato de autoridade pblica. Em
sede trabalhista, ser utilizado nas seguintes hipteses:
x Empregador em face dos rgos de fiscalizao do trabalho, por estar sofrendo processo administrativo, sem acesso aos autos.
x Servidor celetista em face do Estado, para ter acesso s informaes constantes em seu pronturio.
x Terceiro em relao Vara do Trabalho ou outro rgo do Poder Judicirio Trabalhista, para ter acesso aos autos de processo em que h testemunho
fazendo meno intimidade do impetrante.
Exemplo: muito comum a impetrao de mandado de segurana
contra ato de Juiz do Trabalho, quando esse profere deciso
interlocutria ilegal, como aquela que determina penhora em salrio ou
que indefere a reintegrao de empregada que foi demitida grvida.
Diante dessa deciso judicial ilegal, impetra-se mandado de segurana.
A competncia para esse MS ser do TRT, pois o ato ilegal da Vara do
Trabalho, rgo de 1 grau de Justia do Trabalho. Essa ao (mandado
de segurana) ter incio no TRT, por ser uma ao de competncia
originria daquele tribunal. Da deciso proferida no MS (acrdo do
TRT), caber recurso ordinrio (art. 895, II da CLT) para o TST.
1.2.1.1.7. Conflitos de competncia;
O art. 114, V da CRFB/88, estabelece a competncia da Justia do Trabalho para
julgar os conflitos de competncia apenas entre os rgos que possuem
competncia trabalhista. Situao excepcional decorre do art. 102, I, R da CRFB/88, que afirma a competncia do STF para os conflitos de competncia
envolvendo os tribunais superiores, isto , STF, STJ e TST.
Segundo dispe o art. 115 do CPC, existem 3 (trs) espcies de conflitos de
competncia:
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x Conflito positivo, que decorre da declarao de competncia entre dois ou mais juzos;
x Conflito negativo, que decorre da declarao de incompetncia entre dois ou mais juzos;
x Conflito na reunio ou separao de processos, quando surge controvrsia entre dois ou mais juzos em decorrncia daqueles fatos.
Sobre a legitimidade para iniciar o conflito, tem-se a aplicao dos artigos 118
do CPC e 805 da CLT, que destacam que o procedimento pode ser iniciado pelo
juiz, de ofcio, pelas partes e pelo Ministrio Pblico, sendo que os artigos 117
do CPC e 806 da CLT destacam a impossibilidade da parte que apresentou
exceo de incompetncia, suscitar o conflito de competncia.
Art. 117 do CPC: No pode suscitar conflito a parte
que, no processo, ofereceu exceo de
incompetncia. Pargrafo nico. O conflito de
competncia no obsta, porm, a que a parte, que
o no suscitou, oferea exceo declinatria do
foro.
Art. 118 do CPC: O conflito ser suscitado ao
presidente do tribunal: I - pelo juiz, por ofcio; II -
pela parte e pelo Ministrio Pblico, por petio.
Pargrafo nico. O ofcio e a petio sero
instrudos com os documentos necessrios
prova do conflito.
Art. 805 da CLT: Os conflitos de jurisdio podem
ser suscitados: a) pelos Juzes e Tribunais do
Trabalho; b) pelo procurador-geral e pelos
procuradores regionais da Justia do Trabalho; c)
pela parte interessada, ou o seu representante.
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Art. 806 da CLT: vedado parte interessada
suscitar conflitos de jurisdio quando j houver
oposto na causa exceo de incompetncia.
Sobre a competncia para julgamento dos conflitos, devem ser seguidas as
regras abaixo destacadas, afirmando-se desde logo que as Varas do Trabalho
no possuem competncia para o julgamento destes procedimentos.
x TRT: quando os juzos em conflito forem Varas do Trabalho da mesma regio ou quando o conflito se instalar entre Juzes de Direito investidos
na competncia trabalhista na mesma regio ou entre Varas do Trabalho e
Juzes de Direito investidos na competncia trabalhista da mesma regio.
Assim, se Vara do Trabalho de Vitria estiver em conflito com Vara do
Trabalho de So Mateus, por estarem ambas vinculadas ao TRT/ES, a
competncia ser daquele rgo.
! Atentar que aos Juzes de Direito, conforme j estudado, pode
ser atribuda competncia trabalhista.
! O TRT ter competncia para processar e julgar o conflito de
competncia quando as varas em conflito foram da mesma
regio. Se estiverem vinculadas TRTs de regies distintas, a
competncia ser do TST.
x TST: quando o conflito for instaurado entre Tribunais Regionais do Trabalho, entre Tribunais Regionais do Trabalho e Varas de Trabalho (ou
juzes de direito) de regies diferentes e entre Varas do Trabalho ou
Juzes de Direito investidos na competncia trabalhista, em regies
diferentes. Nesta hiptese, se Vara do Trabalho de Vitria estiver em
conflito com Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, por estarem vinculadas
TRTs de regies diferentes, a competncia ser do TST.
x STJ: quando o conflito for instaurado entre Vara do Trabalho ou TRT e Juzo de Direito no investido na competncia trabalhista.
x STF: quando o TST estiver em conflito com qualquer outro rgo do Poder Judicirio como, por exemplo, Vara Cvel, Vara do Trabalho, TRT, STJ,
STF, dentre outros.
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Por fim, vale a pena destacar a Smula n 420 do TST, que menciona a
inexistncia de conflito de competncia entre Vara do Trabalho e Tribunal
Regional do Trabalho, a que est vinculado.
Smula n 420 do TST: No se configura conflito
de competncia entre Tribunal Regional do
Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
Exemplo: Muitos conflitos de competncia surgiram a partir de 2004,
ano que em entrou em vigor a Emenda Constitucional n 45, que trouxe
vrias aes que antes eram ajuizadas na Justia Comum, para a Justia
do Trabalho. Imaginem a seguinte situao: Juiz do trabalho que recebe
uma ao em que o autor um profissional liberal cobrando os seus
honorrios de um cliente. O Juiz do Trabalho, conforme Smula n 363
do STJ, determina a remessa dos autos para a Justia Comum. Essa ao
chegando a uma Vara Cvel, encontra um Juiz Estadual que diz que a
competncia no dele, e sim, da Justia do Trabalho. Como ele no
pode devolver a ao, ser iniciado um conflito negativo de competncia,
porque os dois se dizem incompetentes para analisar a julgar o pedido.
Como temos uma Vara do Trabalho e uma Vara Cvel, a competncia
para julgamento do conflito ser do STJ.
1.2.1.1.8. Aes de indenizao por dano moral ou patrimonial;
Talvez um dos temas mais estudados sobre competncia da Justia do Trabalho
seja o dano moral decorrente da relao de trabalho, em virtude da incluso do
inciso VI do art. 114 da CRFB/88, por meio da Emenda Constitucional n
45/2004. Contudo, o TST j se inclinava por reconhecer a competncia daquela
justia especializada, para processar e julgar as demandas envolvendo dano
moral, quando decorrente da relao de trabalho. Tal tendncia firmou-se com a
edio da Smula n 392.
Smula n 392 do TST: Nos termos do art. 114 da
CF/1988, a Justia do Trabalho competente para
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dirimir controvrsias referentes indenizao por
dano moral, quando decorrente da relao de
trabalho.
Assim, o que o Legislador Constituinte fez foi incluir no art. 114 da CRFB/88 um
tema j pacificada na Justia do Trabalho, dando-lhe relevo constitucional.
Contudo, alguns temas devem ser estudados, principalmente no que concerne
ao dano moral que surge em decorrncia de acidente de trabalho.
J foram estudadas as normas sobre competncia em casa de acidente de
trabalho, ficando claro que:
x Se a ao for ajuizada em face do INSS (lide previdenciria), a competncia ser da Justia Comum Estadual.
x Se a ao for ajuizada em face do empregador, a competncia ser da Justia do Trabalho.
Exemplo: Eu e Joo somos velhos conhecidos. Ano passado comecei a
trabalhar na empresa de Joo. Ocorre que em um final de semana
prolongado, viajamos com nossas famlias para uma praia e, naqueles
dias, alguns desentendimentos surgiram entre ns dois. Numa dessas
discusses, Joo me agrediu e eu sai da briga com um olho roxo, bem
como um brao quebrado. Essa situao poderia gerar o pedido de
condenao de Joo ao pagamento de danos morais e materiais. Como
no h qualquer vnculo entre a briga e o trabalho, a competncia da
Justia Comum Estadual. Diferente seria se eu fosse agredido no
trabalho, em virtude dele. Se em uma discusso envolvendo o trabalho
que exero na empresa de Joo, tivssemos dano moral e material, a
competncia seria da Justia do Trabalho, haja vista que o dano decorre
do vnculo de emprego que existe entre ns.
1.2.1.1.9. Dissdios coletivos;
A competncia atribuda Justia do Trabalho para dirimir os conflitos coletivos,
isto , entre categorias, encontra sustentao no art. 114, 2 da CRFB/88, que
afirma, em sntese, que se as partes no chegarem ao trmino do conflito de
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maneira conciliatria, bem como no for estabelecida a arbitragem, o conflito
coletivo ser decidido pelo Poder Judicirio, que fixar as normas jurdicas a
serem aplicadas para aquelas categorias em conflito, por determinado perodo
de tempo.
! Atentar que o TST editou em maio de 2011, o Procedente
Normativo n 120, afirmando que a sentena normativa
produzir efeitos por at quatro anos se no for substituda por
acordo coletivo, conveno coletiva ou outra sentena
normativa.
Art. 114, 2 da CF: Recusando-se qualquer das
partes negociao coletiva ou arbitragem,
facultado s mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissdio coletivo de natureza econmica, podendo
a Justia do Trabalho decidir o conflito,
respeitadas as disposies mnimas legais de
proteo ao trabalho, bem como as
convencionadas anteriormente.
Em tpico prprio sero analisados todos os aspectos relacionados aos dissdios
coletivos, mas algumas notas sobre o tema sero tecidas:
x Classificao: segundo o Regimento Interno do TST, os dissdios podem ser classificados em econmicos, jurdicos e de greve.
x Natureza Jurdica da sentena normativa: ser constitutiva ou declaratria, a depender da espcie de dissdio coletivo. Porm, nunca
ser condenatria.
! A sentena normativa no possui carga condenatria, pois
apenas cria a norma jurdica (direito) ou interpreta norma
preexistente.
x Prazo mximo: a sentena normativa ter vigncia mxima de 4 (quatro) anos, sendo que aps 1 (um) ano poder ser revista, atravs de
dissdio econmico revisional.
! Atentar para o Precedente Normativo n 120 do TST.
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PN n 120 do TST: A sentena normativa vigora,
desde seu termo inicial at que sentena normativa,
conveno coletiva de trabalho ou acordo coletivo de
trabalho superveniente produza sua revogao,
expressa ou tcita, respeitado, porm, o prazo
mximo legal de quatro anos de vigncia.
x Competncia: Os dissdios coletivos nunca so julgados pela Vara do Trabalho, e sim, apenas pelos Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal
Superior do Trabalho, pois possuem competncia originria para tais
dissdios, a depender da amplitude das categorias em conflito.
x Ao de cumprimento: havendo o descumprimento de alguma norma constante da sentena normativa, no cabvel a ao de execuo, j
que a natureza jurdica daquele ato judicial constitutivo ou declaratrio,
e nunca condenatrio. Nessas situaes, caber o ajuizamento de ao de
cumprimento, de competncia da Vara do Trabalho.
! A ao de cumprimento da competncia da Vara do
Trabalho, enquanto o dissdio coletivo da competncia do TRT
ou TST.
Exemplo: muito comum, em algunas cidades, as greves de
determinadas categorias, como os rodovirios, ou seja, motoristas e
trocadores do servio pblico de transporte. Quando os sindicatos dos
empregados e empregadores no chegam a um consenso sobre salrios
e outros benefcios, temos a greve. Para por fim a greve, as categorias
podem continuar discutindo ou podem ajuizar a ao de dissdio coletivo
de trabalho, que ser julgado pelo Poder Judicirio Trabalhista, de forma
a que venham a ser criadas as regras que sero aplicadas naquele caso
concreto, como reajuste salarial, jornada de trabalho, dentre outros.
Quando a Justia do Trabalho decide o dissdio coletivo, ela profere uma
sentena normativa, que cria os direitos e deveres. Caso alguma norma
ali contido no seja respeitada, o titular do direito ter que ajuizar outra
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ao para demonstrar o desrespeito (no concesso do reajuste salarial,
SRU H[HPSOR VHQGR TXH HVVD DomR UHFHEH R QRPH GH DomR GHcumprimento
1.2.1.1.10. Aes sobre descumprimento de normas relativas
segurana, higiene e sade no trabalho;
A questo mostra-se totalmente pacificada por meio da Smula n 736 do STF,
que afirma ser da competncia da Justia do Trabalho as demandas que
contenham pedidos baseados no descumprimento das normas relativas
segurana, higiene e sade no trabalho, j que trata-se de obrigao de
empregador cumpri-las, em especial, no que toca entrega e fiscalizao na
utilizao dos Equipamentos de Proteo Individual (EPIs).
Smula 736 do STF: Compete Justia do
Trabalho julgar as aes que tenham como causa
de pedir o descumprimento de normas
trabalhistas relativas segurana, higiene e sade
dos trabalhadores.
Exemplo: pode ser que o Sindicato da categoria ou o Ministrio Pblico
do Trabalho verifique que uma determinada empresa no esteja
cumprindo as normas de segurana, higiene e sade no trabalho, por
no estar fornecendo os EPIs ou concedendo os intervalos para descanso
e alimentao. Qualquer ao que tenha por finalidade impor o respeito
s regras ou que visem a condenao por danos decorrentes do
descumprimento, ser da competncia da Justia do Trabalho.
1.2.1.1.11. Execuo das contribuies sociais;
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A EC n 45/04 incluiu o inciso VIII ao art. 114 da CRFB/88, afirmando a
competncia da Justia do Trabalho para executar as contribuies sociais
decorrentes das sentenas que proferir.
Assim, sendo proferida uma sentena condenatria ou homologado acordo,
sobre as parcelas de cunho salarial incidir a contribuio social prevista no art.
195, I, a e II da CRFB/88, devidas Unio. Tais valores, que antes eram
executados pelo INSS, passaram a ser devidos Unio, devido criao da
Receita Federal do Brasil, por meio da Lei n 11.457/2007.
Ponto importante a ser destacado a alterao do pargrafo nico do art. 876
da CLT, assim redigido:
6HUmR executadas ex-officio as contribuies sociais devidas em decorrncia de deciso proferida pelos Juzes e Tribunais
do Trabalho, resultantes de condenao ou homologao de
acordo, inclusive sobre os salrios pagos durante o perodo
contratual UHFRQKHFLGR
Ao inserir a expresso LQFOXVLYH sobre os salrios pagos durante o perodo contratual UHFRQKHFLGR, o legislador deixou claro que as sentenas declaratrias tambm podem ser objeto de execuo no tocante contribuio social, caso
haja reconhecimento do vnculo de emprego. Contudo, esse no o
entendimento do TST, que por meio de sua Smula n 368, I, afirmou no ter
competncia para executar as contribuies devidas no curso do contrato de
trabalho, e sim, apenas aquelas incidentes sobre o valor que compe a
condenao, ou seja, apenas incidentes sobre sentenas condenatrias.
Esse tema ser melhor explorado na aula sobre execuo trabalhista.
Outro ponto bastante controverso a realizao de acordo aps o trnsito em
julgado. Caso a sentena tenha condenado o reclamada ao pagamento de
R$10.000,00 (dez mil reais) em parcelas de natureza salarial, sobre as quais
incide a aludida contribuio, e aps o trnsito em julgado for realizado acordo
no importe de R$5.000,00 (cinco mil reais), sobre qual valor ser devida a
contribuio? R$10.000,00 ou R$5.000,00?
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A OJ 376 da SBDI-1 do TST firmou entendimento que a contribuio incidir
tendo por base o valor do acordo homologado, mesmo que formulado aps o
trnsito em julgado da deciso.
OJ n 376 da SDI-1 do TST: devida a contribuio
previdenciria sobre o valor do acordo celebrado e
homologado aps o trnsito em julgado de deciso
judicial, respeitada a proporcionalidade de valores
entre as parcelas de natureza salarial e indenizatria
deferidas na deciso condenatria e as parcelas
objeto do acordo.
Exemplo: Um determinado empregado trabalhou sem receber o
adicional de periculosidade, que uma verba com natureza salarial e,
portanto,, incide contribuio previdenciria (INSS). Como o empregador
no efetuou o pagamento do adicional, tambm no fez o recolhimento
mensal do INSS incidente. Como o empregado ajuizou ao trabalhista,
o empregador foi condenado ao pagamento de R$10.000,00, alm das
contribuies previdencirias devidas Unio. Como no houve o
pagamento das quantias, foram iniciadas as execues do valor devido
ao empregado e Unio, no mesmo processo. O Juiz determinou a
penhora de bens da empresa para o pagamento das duas verbas adicional de periculosidade e contribuio previdenciria.
1.2.1.1.12. Outras competncias previstas na CLT Art. 652:
Em algumas questes, a FCC se vale do art. 652 da CLT, principalmente para
dizer que a Justia do Trabalho possui competncia para as aes entre
trabalhadores porturios (avulsos) e o rgo Gestor de Mo de Obra OGMO, conforme inciso V do dispositivo, destacado a seguir:
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$UW- Compete s Juntas de Conciliao e Julgamento: a) conciliar e julgar:
I - os dissdios em que se pretenda o reconhecimento da
estabilidade de empregado;
II - os dissdios concernentes a remunerao, frias e
indenizaes por motivo de resciso do contrato individual de
trabalho;
III - os dissdios resultantes de contratos de empreitadas em que
o empreiteiro seja operrio ou artfice;
IV - os demais dissdios concernentes ao contrato individual de
trabalho; b) processar e julgar os inquritos para apurao de
falta grave; c) julgar os embargos opostos s suas prprias
decises; d) impor multas e demais penalidades relativas aos
atos de sua competncia;
e) (Suprimida pelo Decreto-lei n 6.353, de 20.3.1944)
V - as aes entre trabalhadores porturios e os
operadores porturios ou o rgo Gestor de Mo-de-Obra -
OGMO decorrentes da relao de trabalho;
Pargrafo nico - Tero preferncia para julgamento os dissdios
sobre pagamento de salrio e aqueles que derivarem da falncia
do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do
interessado, constituir processo em separado, sempre que a
UHFODPDomRWDPEpPYHUVDUVREUHRXWURVDVVXQWRV
1.2.1.1.13. Smula n 454 do TST (Maio de 2014) Seguro de Acidente de Trabalho (SAT):
SMULA N 454. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO.
EXECUO DE OFCIO. CONTRIBUIO SOCIAL REFERENTE AO
SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E
, $ '$ &2167,78,d2 '$ 5(3%/,&$ FRQYHUVmR GDOrientao Jurisprudencial n 414 da SBDI-1)
Compete Justia do Trabalho a execuo, de ofcio, da contribuio
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza
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GHFRQWULEXLomRSDUDDVHJXULGDGHVRFLDODUWV9,,,H,Dda CF), pois se destina ao financiamento de benefcios relativos
incapacidade do empregado decorrente de infortnio no trabalho (arts.
11 e 22 da Lei n 8.212/1991)
1.2.2. Critrio relativo - Territorial;
O critrio de competncia territorial define o local do ajuizamento da ao. No
direito processual do trabalho no se segue a regra geral do CPC, que versa que
a ao sobre direito pessoal ou real sobre mveis ser ajuizado no foro do
domiclio do ru.
Visando a proteo do empregado, hipossuficiente na relao jurdica firmada
com o empregador, bem como na colheita de provas e facilitao da busca pela
verdade real, o legislador criou normas diversas, previstas no art. 651 da CLT,
que afirmam ser o local da prestao dos servios, o competente para
processar e julgar a reclamao trabalhista. Mesmo que o empregado tenha sido
contratado em outro local, a competncia ser da comarca em que efetivamente
trabalhou e, se houve transferncia(s), o local em que se deu o encerramento do
liame jurdico, isto , no ltimo local da prestao dos servios.
! O acesso ao Poder Judicirio a principal razo que levou o
legislador a definir como competente o local da efetiva
prestao dos servios.
Art. 651 da CLT: A competncia das Juntas de
Conciliao e Julgamento determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar servios ao empregador, ainda
que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro.
1 - Quando for parte de dissdio agente ou
viajante comercial, a competncia ser da Junta da
localidade em que a empresa tenha agncia ou filial e
a esta o empregado esteja subordinado e, na falta,
ser competente a Junta da localizao em que o
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empregado tenha domiclio ou a localidade mais
prxima.
2 - A competncia das Juntas de Conciliao e
Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se
aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e
no haja conveno internacional dispondo em
contrrio.
3 - Em se tratando de empregador que promova
realizao de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, assegurado ao empregado apresentar
reclamao no foro da celebrao do contrato ou no
da prestao dos respectivos servios.
Assim, se for contratado em Vitria/ES para trabalhar no Rio de Janeiro/RJ, a
competncia territorial ser desta ltima cidade. Se for contratado em
Vitria/ES, transferido para So Paulo/SP e posteriormente para o Rio de
Janeiro/RJ, sendo neste ltimo local dispensado, a competncia ser da ltima
cidade em que laborou, ou seja, Rio de Janeiro/RJ.
Lembre-se que a competncia territorial relativa, no podendo ser reconhecida
de ofcio pelo Magistrado (Smula n 33 STJ), razo pela qual a parte
interessada deve apresentar exceo de incompetncia.
O art. 651 da CLT possui uma regra geral, j analisada, e algumas excees, a
seguir analisadas:
x Agente ou viajante comercial - 1 do art. 651 CLT: A anlise do dispositivo deve ser realizada com bastante cuidado, pois muitos so os
detalhes. As regras de competncia territorial, nessa hiptese, devem
observar a seguinte ordem:
o Local da agncia ou filial a que o empregado est
subordinado.
o Caso no haja agncia ou filial ou o empregado no esteja
subordinado quela, o local competente ser o domiclio do
empregado ou a localidade mais prxima, escolha do
empregado-reclamante.
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x Dissdios ocorridos em agncia ou filial no estrangeiro - 2 do art. 651 CLT: Se o empregado for brasileiro e sendo contratado no Brasil para
trabalhar no exterior, poder ajuizar a demanda trabalhista em nosso
pas. Ponto importante a desnecessidade da empresa reclamada possuir
sede ou filial no Brasil para o ajuizamento da reclamao trabalhista.
Apesar de entendimentos contrrios, no h tal necessidade, uma vez que
a citao poder ser realizada para o pas estrangeiro no qual a empresa
possui sede ou filial, por meio de carta rogatria.
x Empregador que promova a realizao de atividades fora do lugar do contrato de trabalho - 3 do art. 651 CLT: nessa hiptese, o viajante o
empregador, ou seja, o mesmo contrata o empregado em um local mas
promove a sua atividade em locais diversos, tais como os circos. Nessa
situao, poder o empregado escolher o ajuizamento de sua reclamao
no local da celebrao do contrato ou no local da prestao dos servios.
No h ordem preestabelecida, e sim, possibilidade de escolha pelo autor.
Exemplo 1: Joo que reside em Vitria/ES, foi contratado nessa
localidade para trabalhar para uma empresa em Salvador/BA. Na cidade
baiana trabalhou durante 2 anos e foi demitido. Apesar de sempre ter
residido em Vitria e de ter retornado para essa cidade, a ao deve ser
ajuizada em Salvador, por ter sido o local da prestao dos servios.
Exemplo 2: Joo foi contratado e trabalho para a filial de uma grande
empresa em Vitria/ES, sendo transferido para Macei/AL e, por ltimo,
para Belm/PA, local em que trabalhou por 3 anos antes de ser demitido.
Apesar de ter trabalhado em vrios locais, dever ajuizar ao em
Belm/PA, por ser o ltimo local da prestao dos servios.
1.3. Foro de eleio;
O foro de eleio significa a escolha do local do ajuizamento da ao pelas
partes em determinado negcio jurdico, tal como um contrato. Joo e Maria, em
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contrato firmado entre ambos, podem estabelecer como foro competente para
as aes oriundas daquele contrato, qualquer local dentro do territrio brasileiro.
Previsto no art. 111 do CPC, no aplicvel ao processo do trabalho, ante a
possibilidade de ser ferido o princpio da proteo, uma vez que o empregador
SRGHULD LPSRU VLWXDomR GHVIDYRUiYHO DR HPSUHJDGR HOHJHQGR ORFDO GLVWDQWHpara o ajuizamento das aes, por saber que o empregado no teria condies
de deslocar-se at o local. Se aplicvel, poderia ser imposta a seguinte situao:
Joo, contratado para trabalhar para a empresa Alfa S/A, em Vitria/ES, teria
em seu contrato clusula prevendo que eventual reclamao trabalhista seria
ajuizada na cidade de So Luis/MA ou Rio Branco/AC. Certamente o obreiro no
teria condies econmicas para deslocar-se para local to distante.
Art. 111 do CPC: A competncia em razo da
matria e da hierarquia inderrogvel por
conveno das partes; mas estas podem modificar
a competncia em razo do valor e do territrio,
elegendo foro onde sero propostas as aes
oriundas de direitos e obrigaes. 1o O acordo,
porm, s produz efeito, quando constar de
contrato escrito e aludir expressamente a
determinado negcio jurdico. 2o O foro
contratual obriga os herdeiros e sucessores das
partes.
Alm disso, tal fato prejudicaria certamente a produo de provas, j que em
So Luis/MA ou Rio Branco/AC no estariam as provas da relao de trabalho ou
as testemunhas que poderiam depor sobre os fatos narrados na inicial.
Porm, mesmo que venha a ser includo no contrato de trabalho, tal clusula no
possui validade, sendo nula de pleno direito. Sobre o tema, destaca-se o art.
112, pargrafo nico do CPC, que permite ao Juiz declarar de oficio a nulidade
da referida clusula.
! No h mais necessidade da parte requerer a declarao de
nulidade da clusula de eleio de foro, se existente, pois o juiz
pode de ofcio declar-la.
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Art. 112, nico do CPC: A nulidade da clusula de
eleio de foro, em contrato de adeso, pode ser
declarada de ofcio pelo juiz, que declinar de
competncia para o juzo de domiclio do ru.
1.4. Perpetuao da competncia;
O tema tambm conhecido como perpetuao da jurisdio e est previsto no
art. 87 do CPC, sendo indispensvel na anlise do tema competncia. A regra
prevista no Cdigo de Processo civil afirma que a competncia fixada no
momento do ajuizamento da ao, sendo irrelevantes determinadas alteraes,
o que significa dizer que uma vez ajuizada a ao, alguns fatos no modificam a
competncia que foi fixada no rgo judicial. Caso seja ajuizada reclamao
trabalhista e distribuda para a 5 Vara do Trabalho de Vitria/ES, a alterao do
domiclio do autor no interfere na competncia daquele rgo jurisdicional, que
se mantm, em regra, at o trmino da demanda. O Cdigo de Processo Civil
afirma que DV PRGLILFDo}HV GR HVWDGR GH IDWR RX GH GLUHLWR RFRUULGDV so irrelevantes, tais como a mudana de endereo, emprego, interdio, dentre
outras.
Art. 87 do CPC: Determina-se a competncia no
momento em que a ao proposta. So
irrelevantes as modificaes do estado de fato ou
de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem o rgo judicirio ou alterarem a
competncia em razo da matria ou da
hierarquia.
Porm, h excees, que so as alteraes em critrios de competncia absoluta
(material, pessoal e funcional) ou a supresso do rgo jurisdicional.
Assim, se um mandado de segurana tramita perante o TRT/ES em virtude de
norma de competncia material e essa vem a ser alterada, determinando a
tramitao perante Vara do Trabalho (1 grau de jurisdio), aquela demanda
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ser remetida de imediato para uma das varas do trabalho da localidade, j que
o critrio alterado absoluto, isto , de interesse do Estado.
! A alterao deve ser em critrio absoluto, isto , critrios
absoluto, funcional ou pessoal ou na hiptese de supresso do
rgo jurisdicional.
Tal fato ocorreu com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n 45/04,
pois essa norma alterou a competncia material da Justia do Trabalho, trazendo
as lides sobre acidente de trabalho (com exceo daquelas movidas em face do
INSS) da Justia Comum para a especializada. As lides acidentrias que
tramitavam nas Varas de Acidente de Trabalho foram encaminhadas Justia do
Trabalho, salvo aquelas nas quais j havia sentena proferida, de acordo com a
Smula Vinculante n 22 do STF.
Smula Vinculante n 22 do STF: A Justia do
Trabalho competente para processar e julgar as
aes de indenizao por danos morais e
patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador,
inclusive aquelas que ainda no possuam sentena
de mrito em primeiro grau quando da promulgao
da Emenda Constitucional n 45/04.
1.5. Modificao de competncia;
A modificao de competncia est descrita no art. 102 do CPC e est
relacionada apenas aos critrios relativos, isto , territorial e valor da causa.
Como j estudado, o valor da causa no direito processual do trabalho no
relevante para a definio da competncia, e sim, para a determinao do
procedimento. Assim, o que ser visto a partir de agora so as situaes em que
a competncia territorial sofrer modificaes.
Art. 102 do CPC: A competncia, em razo do valor e
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do territrio, poder modificar-se pela conexo ou
continncia, observado o disposto nos artigos
seguintes.
So trs as hipteses de modificao de competncia:
x Inrcia do ru: a inrcia do ru consiste na falta de apresentao da exceo de incompetncia territorial, que segundo ser estudado compe
a defesa do ru, que deve ser apresentada na audincia. O fato do ru se
mostrar inerte na apresentao de tal pea de defesa, luz do art. 114 do
CPC, importa na prorrogao da competncia, isto , o juzo que era
incompetente passa a ser competncia por no se argir o vcio.
! A exceo de incompetncia devera ser apresentada pelo ru
na audincia, durante o prazo de 20 (vinte) minutos, que
utilizado tambm para a contestao e reconveno se forem
apresentadas.
Art. 114 do CPC: Prorrogar-se- a competncia se dela
o juiz no declinar na forma do pargrafo nico do art.
112 desta Lei ou o ru no opuser exceo
declinatria nos casos e prazos legais.
x Conexo: Dispe o art. 103 do CPC que duas ou mais aes so conexas quando tiverem a mesma causa de pedir ou o mesmo pedido (objeto).
Nessas situaes, as aes sero reunidas de acordo com o art. 105 do
CPC, o que significa dizer que a competncia poder alterar-se aps o
ajuizamento da demanda, se verificar-se que em outro juzo h uma
demanda conexa. A reunio das aes tem por finalidade evitar o
proferimento de sentenas contraditrias.
! O art. 105 do CPC diz que o juiz poder reunir as demandas. O
termo realmente poder, pois o juiz deve verificar se
prudente reunir as demandas conexas, para julgamento
simultneo.
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Art. 103 do CPC: Reputam-se conexas duas ou
mais aes, quando Ihes for comum o objeto ou a
causa de pedir.
Art. 105 do CPC: Havendo conexo ou continncia,
o juiz, de ofcio ou a requerimento de qualquer das
partes, pode ordenar a reunio de aes propostas
em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente.
x Continncia: A mesma idia serve para a continncia. A diferena existe na conceituao do instituto. Segundo o art. 104 do CPC, Gi-se a continncia entre duas ou mais aes sempre que h identidade quanto s
partes e causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo,
DEUDQJHRGDVRXWUDV Se duas ou mais aes forem continentes, podero ser reunidas pelo juiz, evitando-se, como j dito, decises contraditrias.
Art. 104 do CPC: D-se a continncia entre duas
ou mais aes sempre que h identidade quanto
s partes e causa de pedir, mas o objeto de uma,
por ser mais amplo, abrange o das outras.
Exemplo 1: Joo trabalhou em Vitria/ES para determinada empresa,
mas ajuizou ao no Rio de Janeiro/RJ, seu novo domiclio, apesar do
correto ser o ajuizamento em Vitria/ES, local da prestao dos servios,
conforme art. 651 da CLT. Como a incompetncia territorial, o Juiz
nada pode fazer a no ser aguardar eventual defesa da empresa com
alegao de incompetncia da cidade do Rio de Janeiro/RJ. Ocorre que
no foi apresentada, pela empresa, a exceo de incompetncia, razo
pela qual a Vara do Trabalho do Rio de Janeiro que no era competente
para a ao, passou a ser, j que houve a prorrogao da competncia.
Ningum mais poder alegar a incompetncia e esse processo tramitar
at o seu final no RJ.
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Exemplo 2: Joo sofreu um acidente de trabalho quando trabalhava
SDUDDHPSUHVD$QDFLGDGHGH9LWyULD(6$MXL]RXDDomRSHGLQGRdanos materiais, tendo sido distribuda para a 2 Vara do Trabalho de
Vitria. DHSRLV DMXL]RX D DomR SHGLQGR GDQRVPRUDLV SHORPHVPRacidente, tendo sido distribuda a ao para a 10 Vara do Trabalho de
Vitria/ES. As duas aes tratam do mesmo acidente de trabalho,
mesmo tendo pedidos diferentes. As duas aes so conexas. Assim,
dever ser verificado quem recebeu a primeira ao (no nosso exemplo a
2 VT de Vitria), determinando-VHD UHPHVVDGDDomRTXHHVWiQD10 VT para a 2 VT.
3. QUESTES COMENTADAS SOBRE O TEMA:
1 - Q302350 ( Prova: FCC - 2013 - TRT - 9 REGIO (PR) - Analista
Judicirio - rea Judiciria / Direito Processual do Trabalho / Competncia;
) Athenas, residente na cidade de Apucarana, foi contratada em Londrina
para trabalhar como secretria da Diretoria Comercial da Empresa de
Turismo Semideuses Ltda., cuja matriz est sediada em Cascavel. Aps
dois anos de contrato prestado na filial da empresa em Curitiba, foi
dispensada, embora tenha avisado o seu empregador que estava grvida.
Athenas decidiu ajuizar ao reclamatria trabalhista postulando a sua
reintegrao por estabilidade de gestante. No presente caso, a Vara do
Trabalho competente para processar e julgar a demanda a do municpio
de
a) Londrina, porque foi o local da contratao da trabalhadora.
b) Cascavel, em razo de ser a matriz da empresa empregadora que r
na ao.
c) Curitiba, porque nesse caso a comarca competente a Capital do
Estado.
d) Apucarana, por ser o local da residncia da trabalhadora.
e) Curitiba, por ser o local da prestao dos servios.
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87577925691 - Ricardo Zia
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Teoria e questes de Processo do Trabalho para TCNICO JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA DO TRT/MG - FCC
Prof. Bruno Klippel Aula 01
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A alternativa &255(7$ e $ /(75$ ( A regra acerca da competncia territorial no processo do trabalho encontra-se no art. 651 da CLT, que prev ser
competente a Vara do Trabalho do local da prestao dos servios. Pouco
importa o local da contratao, da sede da empresa ou do domiclio do
empregado, pois a regra geral leva em considerao o local da prestao dos
servios, apenas. Na hiptese, a ao dever ser ajuizada em Curitiba, pois a
questo afirma que a obreira trabalhou dois anos naquela cidade, antes de ser
demitida injustamente. Transcreve-se o dispositivo da CLT, pois sempre
cobrado nas provas da FCC.
$UW - A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante ou reclamado, prestar servios ao empregador, ainda
que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (Vide
Constituio Federal de 1988)
1 - Quando for parte de dissdio agente ou viajante comercial,
a competncia ser da Junta da localidade em que a empresa
tenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado
e, na falta, ser competente a Junta da localizao em que o
empregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima.
(Redao dada pela Lei n 9.851, de 27.10.1999) (Vide
Constituio Federal de 1988)
2 - A competncia das Juntas de Conciliao e Julgamento,
estabelecida neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em
agncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja
brasileiro e no haja conveno internacional dispondo em
contrrio. (Vide Constituio Federal