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Aula 03 Noções de Direito Administrativo p/ STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa Professor: Daniel Mesquita

Aula 03 - Direito Administrativo

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Aula 03 - Direito Administrativo

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  • Aula 03

    Noes de Direito Administrativo p/ STJ - Tcnico Judicirio - rea Administrativa

    Professor: Daniel Mesquita

  • Direito Administrativo p/ STJ Tcnico Judicirio - rea Administrativa. Teoria e Exerccios comentados. Prof Daniel Mesquita Aula 03

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    AULA 03: Contratos

    SUMRIO

    1) INTRODUO AULA 03 2

    2) CONTRATO ADMINISTRATIVO. 2

    2.1. CARACTERSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 4 2.1.1. FORMA ESPECFICA 4 2.1.2. CONTRATO DE ADESO 13 2.1.3. NATUREZA INTUITU PERSONAE 13 2.1.4. CARACTERIZAO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO COMO TTULO EXECUTIVO 18 2.1.5. EQUILBRIO ECONMICO E FINANCEIRO DO CONTRATO 18 2.1.6. PRESENA DAS CLUSULAS EXORBITANTES 23 2.1.6.1. ALTERAO UNILATERAL 23 2.1.6.2. RESCISO UNILATERAL 27 2.1.6.3. RESTRIO EXCEO DO CONTRATO NO CUMPRIDO 30 2.1.6.4. FISCALIZAO DO CONTRATO 31 2.1.6.5. APLICAO DE PENALIDADES 34 2.1.6.6. OCUPAO PROVISRIA DE BENS E SERVIOS ESSENCIAIS 36 2.1.6.7. GARANTIA 37 2.2. DA EXECUO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO 39 2.2.1. INEXECUO SEM CULPA (TEORIA DA IMPREVISO) 42 2.3. DAS ESPCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 44 2.3.1. CONTRATOS DE OBRAS 44 2.3.2. CONTRATOS DE SERVIOS 45 2.3.3. SERVIOS CONTNUOS (DURAO E PRORROGAO DOS CONTRATOS) 45 2.3.4. CONTRATOS DE FORNECIMENTO 49 2.3.5. CONTRATOS DE CONCESSO 49 2.3.6. CONTRATOS DE GESTO 51 2.4. EXTINO DO CONTRATO 53 2.4.1. CONCLUSO DO OBJETO CONTRATADO 53 2.4.2. ANULAO 55 2.4.3. RESCISO 56

    3) RESUMO 58

    4) QUESTES 61

    5) REFERNCIAS 71

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    1) Introduo aula 03

    Que bom que voc est conosco hoje novamente para mais essa

    aula para o concurso do STJ.

    Seguiremos com a anlise de diversas questes que j caram em

    concursos anteriores do CESPE.

    Nesta aula 03, abordaremos a matria 5 Contratos administrativos: conceito e caractersticas..

    Com certeza haver uma ou duas questes desta aula na sua

    prova, por isso, ABRA O OLHO!!!

    No se esquea que, ao final, voc ter um resumo da aula e as

    questes tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na

    vspera da prova!

    Chega de papo, vamos a luta!

    2) Contrato Administrativo.

    A existncia do contrato administrativo j chegou a ser negada por

    parte da doutrina administrativista brasileira, conforme verificado por Di

    Pietro (2009, p. 251-252). Hoje, h consenso no sentido de que os

    contratos administrativos existem como uma categoria prpria, diversa

    dos contratos de direito privado, uma vez que possuem caractersticas

    exclusivas e que diferem, e muito, dos ajustes celebrados no campo do

    direito privado, em que h uma liberdade quase que total e irrestrita na

    manifestao de vontade.

    Vamos ento ao conceito de FRQWUDWR DGPLQLVWUDWLYR Na definio de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 494),

    FRQWUDWRDGPLQLVWUDWLYRpRDMXVWHILUPDGRSHODDGPLQLVWUDomRS~EOLFDagindo nesta qualidade, com particulares, ou com outras entidades

    administrativas, nos termos estipulados pela prpria administrao

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    pblica contratante, em conformidade com o interesse pblico, sob

    UHJrQFLDSUHGRPLQDQWHGRGLUHLWRS~EOLFR O conceito de contrato administrativo, contudo, no pode ser

    confundido com o de contrato da administrao TXHp RDMXVWHfirmado entre a administrao pblica e particulares, no qual a

    administrao no figura na qualidade de poder pblico(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 495). Desse modo, o contrato

    administrativo regido pelo direito pblico e o contrato da

    administrao, predominantemente, pelo direito privado.

    2 YRFiEXOR SUHGRPLQDQWHPHQWH GHFRUUH GD LPSRVLomR OHJDOinserta no art. 62, 3., I, da Lei n. 8.666/1993. Segundo esse

    dispositivo, so aplicveis aos contratos da administrao, no que

    couber, as clusulas necessrias (art. 55), as exorbitantes (art. 58), a

    que dispe acerca da retroatividade dos efeitos da nulidade do contrato

    (art. 59) e as relativas formalizao dos contratos (60 e 61).

    1. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) O contrato

    administrativo uma modalidade de contrato em que a administrao

    pblica estabelece um acordo com outra entidade administrativa, sendo

    vedada a contratao com particulares.

    Vimos que o contrato administrativo tambm envolve a

    contratao de particulares com a administrao.

    Gabarito: Errado.

    2. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) Define-se

    contrato administrativo como um acordo entre duas partes em que

    ambas assumem obrigaes e direitos.

    Veja que a banca colocou um conceito bem simples, no deixa de

    estar correto.

    Questes de concurso

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    Questo certa.

    2.1. Caractersticas dos contratos administrativos

    Outro importante tema saber as caractersticas dos contratos

    administrativos. A Administrao rege-se por princpios prprios, dentre

    os quais o da supremacia do interesse pblico, da legalidade, da

    impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficincia.

    O administrador da coisa pblica no pode se dirigir a uma

    concessionria e celebrar um contrato de compra e venda de automvel

    para a Administrao. O particular assim o faz, sem qualquer condio

    extraordinria, porque o dinheiro gasto na compra do veculo dele e

    de mais ningum. Na administrao pblica, o dinheiro usado para o

    pagamento de qualquer bem no do gestor pblico, mas de todos os

    contribuintes do Estado.

    Diante disso, a lei instituiu clusulas e obrigaes especficas para

    os contratos administrativos. Os princpios e regras relacionados aos

    contratos no mbito do direito privado so aqui aplicados somente

    subsidiariamente (art. 54).

    As caractersticas dos contratos administrativos so as seguintes:

    2.1.1. Forma especfica

    Diante da importncia desse tpico, transcrevemos, de imediato os

    arts. 60 e 61:

    Art. 60. Os contratos e seus aditamentos sero lavrados nas reparties interessadas, as quais mantero arquivo cronolgico dos seus autgrafos e registro sistemtico do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartrio de notas, de tudo juntando-se cpia no processo que lhe deu origem. Pargrafo nico. nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor no superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alnea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

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    Conforme transcrito, o art. 60, pargrafo nico, da Lei n.

    DILUPDTXHpnulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao, salvo o de pequenas compras de pronto

    pagamento, assim entendidas aquelas de valor no superior a 5%

    (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alnea a

    GHVWD/HLIHLWDVHPUHJLPHGHDGLDQWDPHQWR2YDORUGLVFULPLQDGRQDlei , atualmente, de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

    Alm de ser escrito, o contrato administrativo deve mencionar os

    nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que

    autorizou a sua lavratura, o nmero do processo da licitao, da

    dispensa ou da inexigibilidade, a sujeio dos contratantes s normas

    da Lei n. 8.666/1993 e s clusulas contratuais (art. 61).

    condio de eficcia do contrato administrativo a publicao de

    seu instrumento e dos aditamentos, ao menos de forma resumida, na

    imprensa oficial (art. 61, pargrafo nico). No caso de dispensa e de

    inexigibilidade de licitao, como bem observam Marcelo Alexandrino e

    Vicente Paulo (2010, p. 498), alm da publicao do instrumento,

    devem ser publicados os atos de ratificao do procedimento praticados

    pela autoridade superior (art. 26).

    2DUWSRUVXDYH]REVHUYDTXHR LQVWUXPHQWRGe contrato obrigatrio nos casos de concorrncia e de tomada de preos, bem

    como nas dispensas e inexigibilidades cujos preos estejam

    Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o nmero do processo da licitao, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeio dos contratantes s normas desta Lei e s clusulas contratuais. Pargrafo nico. A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel para sua eficcia, ser providenciada pela Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem nus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

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    compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitao, e

    facultativo nos demais em que a Administrao puder substitu-lo por

    outros instrumentos hbeis, tais como carta-contrato, nota de empenho

    GHGHVSHVDDXWRUL]DomRGHFRPSUDRXRUGHPGHH[HFXomRGHVHUYLoR A Administrao convocar o vencedor da licitao para assinar o

    termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro

    das condies estabelecidas e do prazo definido em edital que poder ser prorrogado por uma vez por igual perodo, sob pena de decair o

    direito contratao (art. 64). Vale observar que, se decorridos 60 dias

    da data da entrega das propostas sem convocao para a contratao,

    ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

    Caso o convocado no comparea ou no aceite as condies, a

    Administrao pode revogar a licitao ou convocar os licitantes

    remanescentes, na ordem de classificao, para ocuparem o lugar do

    vencedor. Entretanto, os convocados devem aceitar as condies

    propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preos.

    Mas h hipteses em que o instrumento de contrato formalizado

    dispensado?

    PRESTE BEM ATENO NESTE PONTO!

    Sim, apesar das inmeras regras que demonstram um excessivo

    rigor formal nas contrataes realizadas pela Administrao, a lei

    flexibiliza no caso de compra com entrega imediata e integral dos

    bens adquiridos, dos quais no resultem quaisquer obrigaes

    futuras. Nessa hiptese, independentemente do valor do contrato,

    dispensvel o termo de contrato, podendo a Administrao substitu-lo

    por:

    x carta-contrato; x nota de empenho de despesa;

    x autorizao de compra; ou x ordem de execuo de servio ( 4. do art. 62).

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    Para que nenhum dispositivo desse ponto da Lei n 8.666/83 passe

    em branco, transcrevemos, ainda, os seguintes artigos para cincia:

    3. (CESPE -2015- DPE-PE - Defensor Pblico) De acordo com a

    Lei n. 8.666/1993, o contrato administrativo deve ser escrito, sendo

    nulo e de nenhum efeito todo contrato verbal celebrado com a

    administrao pblica.

    Conforme transcrito, o art. 60, pargrafo nico, da Lei n.

    DILUPDTXHpnulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao, salvo o de pequenas compras de pronto

    pagamento, assim entendidas aquelas de valor no superior a 5%

    Art. 63. permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatrio e, a qualquer interessado, a obteno de cpia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos. Art. 64. A Administrao convocar regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condies estabelecidos, sob pena de decair o direito contratao, sem prejuzo das sanes previstas no art. 81 desta Lei. 1o O prazo de convocao poder ser prorrogado uma vez, por igual perodo, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administrao. 2o facultado Administrao, quando o convocado no assinar o termo de contrato ou no aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condies estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificao, para faz-lo em igual prazo e nas mesmas condies propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preos atualizados de conformidade com o ato convocatrio, ou revogar a licitao independentemente da cominao prevista no art. 81 desta Lei. 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocao para a contratao, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

    Questes de concurso

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    (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alnea a

    GHVWD/HLIHLWDVHPUHJLPHGHDGLDQWDPHQWR Gabarito:Errado.

    4. (CESPE 2013 TRT Tcnico Judicirio Questo adaptada) O instrumento de contrato no ser obrigatrio nas hipteses

    em que a administrao puder substitu-lo pela ordem de execuo de

    servio.

    Questo perfeita! Isso mesmo! Vimos que o instrumento de

    contrato no ser obrigatrio quanto a administrao puder substitui-lo:

    x carta-contrato; x nota de empenho de despesa; x autorizao de compra; ou

    x ordem de execuo de servio ( 4. do art. 62). Gabarito: Correto

    5. (CESPE 2013 TRT Tcnico Judicirio Questo adaptada) Para que o contrato administrativo tenha eficcia,

    indispensvel a publicao resumida do instrumento de contrato na

    imprensa oficial, sendo dispensvel a adoo da mesma formalidade

    para os aditamentos contratuais.

    A lei 8.666/93 clara em seu artigo 61, nico:

    Pargrafo nico. A publicao resumida do instrumento de contrato ou

    de seus aditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel

    para sua eficcia, ser providenciada pela Administrao at o quinto

    dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de

    vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem

    nus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

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    Gabarito: Errado

    6. (CESPE 2013 ANP Analista Administrativo) Em consonncia com a previso constitucional de observncia do

    procedimento licitatrio no mbito da administrao pblica, no

    admissvel, em nenhuma hiptese, o contrato verbal.

    nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao,

    salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas

    aquelas de valor no superior a 5% (cinco por cento) do limite

    estabelecido para a modalidade convite, feitas em regime de

    adiantamento (art. 60, pargrafo nico, da Lei n 8.666/93). Logo, est

    INCORRETA.

    7. (CESPE CNJ 2013 Analista Judicirio rea Administrativa) Em virtude do princpio do formalismo, os contratos

    administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento

    escrito, salvo os de pequenas compras para pronto pagamento, em que

    se admite contrato verbal com a administrao pblica.

    nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao,

    salvo o de pequenas compras de pronto pagamento (art. 60, pargrafo

    nico, Lei n 8.666/93). Logo, est CORRETA.

    8. (CESPE - 2013 - TRT - 10 REGIO (DF e TO) - Tcnico

    Judicirio) Para os fins legais, somente ser considerado contrato o

    ajuste firmado entre a administrao pblica e particular que seja assim

    expressamente denominado em documento formal por escrito.

    Vimos que a regra que o contrato administrativo seja escrito,

    porm existem excees. permitido contrato verbal para pequenas

    compras, com valores de at R$ 4.000,00. Portanto, o item est

    incorreto.

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    Gabarito: Errado.

    9. (CESPE 2013 TRT Tcnico Judicirio Questo adaptada) A administrao deve convocar regularmente o interessado

    para assinar o termo de contrato, dentro do prazo e das condies

    estabelecidos, sem direito a prorrogao.

    Vejamos o que diz a Lei:

    Art. 64. 1o O prazo de convocao poder ser prorrogado uma

    vez, por igual perodo, quando solicitado pela parte durante o seu

    transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela

    Administrao.

    Portanto, incorreta a questo.

    Gabarito: Errado

    10. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio) Contratos de

    compra de pequeno valor e com pagamento imediato podem ser

    celebrados verbalmente pela administrao pblica.

    Como vimos, o art. 60, pargrafo nico, da Lei n. 8.666/1993,

    DILUPD TXH p QXOR H GH QHQKXP HIHLWR R FRQWUDWR YHUEDO FRP DAdministrao, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,

    assim entendidas aquelas de valor no superior a 5% (cinco por cento)

    do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alnea a desta Lei, feitas em

    UHJLPHGHDGLDQWDPHQWR2YDORUGLVFULPLQDGRQDOHLpDWXDOPHQWHGHR$ 4.000,00 (quatro mil reais).

    O fato da questo no discriminar o valor de R$4.000,00 no a

    torna errada.

    Gabarito: Certo.

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    11. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio) Os contratos

    relativos constituio, modificao e extino de direitos reais sobre

    imveis, como os demais contratos administrativos, devem ser lavrados

    e arquivados em ordem cronolgica na repartio interessada.

    Observe o que diz o art. 60:

    Art. 60. Os contratos e seus aditamentos sero lavrados nas

    reparties interessadas, as quais mantero arquivo cronolgico dos

    seus autgrafos e registro sistemtico do seu extrato, salvo os relativos

    a direitos reais sobre imveis, que se formalizam por instrumento

    lavrado em cartrio de notas, de tudo juntando-se cpia no processo

    que lhe deu origem.

    Gabarito: Errado.

    12. (CESPE - 2012 - Cmara dos Deputados Analista) considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito pela

    administrao, com exceo dos relativos a contrataes de pequenas

    compras de pronto pagamento, como as de valor no superior a 5% do

    valor estimado para a modalidade convite, feitas em regime de

    adiantamento.

    Voc tem que saber de cor essa parte da lei! Pois j caiu mais de

    uma vez:

    nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas

    aquelas de valor no superior a 5% (cinco por cento) do limite

    estabelecido no art. 23, inciso II, alnea a desta Lei, feitas em regime de

    DGLDQWDPHQWR Gabarito: Certo.

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    13. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) No que se

    refere formalizao do contrato administrativo, o denominado termo e

    contrato dispensvel nos casos de concorrncia e de tomada de

    preos.

    De acordo com o que foi falado em aula:

    e LQGLVSHQVDYHO R WHUPR GH FRQWUDWR H IDFXOWDGD D VXEVWLWXLomRprevista neste artigo, a critrio da Administrao e independente de

    seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos

    bens adquiridos, dos quais no resultem obrigaes futuras, inclusive

    assitncia tcnica.

    Gabarito: Errado.

    E nem poderia ser diferente. A modalidade com maior rigor formal,

    a concorrncia, no dispensaria o termo de contrato.

    Dessa forma o item esta errado.

    14. (CESPE - 2013 - MI - Todos os Cargos ) O resumo do

    instrumento de contrato deve ser publicado na imprensa oficial no prazo

    mximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia til do ms

    seguinte ao de sua assinatura.

    A assertiva bem parecida com uma das questes anteriores, e

    est correta, conforme art.61 pargrafo nico da Lei 8666.

    Gabarito: Certo.

    15. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista - Advocacia) Ser nulo

    qualquer contrato administrativo celebrado e ajustado verbalmente com

    a administrao pblica.

    considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito

    pela administrao, com exceo dos relativos a contrataes de

    pequenas compras de pronto pagamento, como as de valor no

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    superior a 5% do valor estimado para a modalidade convite, feitas em

    regime de adiantamento.

    Gabarito: Errado.

    2.1.2. Contrato de adeso

    Diante da supremacia e da indisponibilidade do interesse pblico,

    no pode a Administrao aceitar alteraes no contrato de forma a

    atender ao interesse do particular.

    A Lei Geral de Licitaes e Contratos informa, em seu art. 55, as

    clusulas necessrias em todo contrato administrativo. A insero

    dessas clusulas no instrumento do contrato realizada de forma

    unilateral pela Administrao.

    De forma a dar publicidade ao instrumento elaborado, a minuta do

    futuro contrato integrar sempre o edital ou ato convocatrio da

    licitao (art. 62, 1.). Nesse momento, cabe ao interessado em

    contratar com a Administrao verificar as condies do contrato e fazer

    uma nica escolha: concordar ou no com todas as clusulas que lhe

    sero impostas caso venha a ganhar a licitao.

    2.1.3. Natureza intuitu personae

    Os contratos administrativos so celebrados, em regra, aps o

    encerramento de um longo e complexo procedimento licitatrio. Nesse

    procedimento, a Administrao verifica se o interessado tem condies

    jurdicas, tcnicas, econmico-financeiras e regularidade fiscal. Essa

    avaliao tem o propsito de minimizar os riscos da Administrao e

    garantir que o bem contratado seja entregue pelo vencedor do certame.

    Depois de promovida essa complexa avaliao, seria uma

    incongruncia e at mesmo uma violao ao princpio da isonomia

    admitir a transferncia unilateral do objeto pelo contratado a um

    terceiro.

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    Por isso, um dos motivos para a resciso unilateral do

    FRQWUDWRSHOD$GPLQLVWUDomRpDVXEFRQWUDWDomRWRWDORXSDUFLDOdo seu objeto, a associao do contratado com outrem, a cesso

    ou transferncia, total ou parcial, bem como a fuso, ciso ou

    incorporao, no admitidas no edital e no contrato (art. 78, VI). Mas essa a regra! Toda regra tem exceo! E qual a exceo,

    no caso, meus amigos?

    Se voc for um leitor atento, percebeu que a parte final desse

    dispositivo prev que no haver a resciso unilateral do contrato

    quando a subcontratao for admitida no edital e no contrato.

    A subcontratao permitida pelo art. 72 da Lei n. 8.666/1993,

    que possibilita ao contratado subcontratar partes da obra, servio ou

    fornecimento, desde que previamente admitido pela Administrao.

    bom observar que a subcontratao ou terceirizao muito

    comum quando o objeto do contrato uma obra de grande porte. Ao

    empreiteiro contratado dada a possibilidade de subcontratar empresa

    para a execuo da parte hidrulica ou de ar-condicionado, por

    exemplo.

    A possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratao

    do objeto contratado no retira o carter intuitu personae do

    contrato administrativo. Por que no?

    (a) porque vedada a terceirizao integral do objeto

    contratado;

    (b) porque vedada a subcontratao quando se tratar de

    certame em que a qualificao tcnica do licitante for fator

    preponderante para a contratao (art. 13, 3., da Lei n.

    8.666/1993).

    Questo de concurso

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    16. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gesto de

    Telecomunicaes - Advogado) O contrato administrativo sempre

    consensual e, em regra, formal, oneroso e comutativo, mas no

    intuitu personae ou personalssimo.

    Uma questo simples mais que pega muita gente. O contrato

    administrativo consensual porque se fundamenta de acordo com as

    vontades pois no existe ato unilateral e impositivo da Administrao;

    formal porque se expressa por escrito e com requisitos especiais;

    oneroso porque remunerado na forma convencionada;

    comutativo porque estabelece compensaes recprocas e

    equivalentes para as partes e intuitu personae porque deve ser

    executado pelo prprio contratado, vedadas, em princpio, a sua

    substituio por outrem ou a transferncia de ajuste.

    Gabarito: Errado.

    17. (CESPE 2012 TJ-AC Juiz) No que se refere s disposies das Leis n. 10.520/2002 e n. 8.666/1993, que dispem

    sobre licitao, sistema de registro de preos e contratos

    administrativos, assinale a opo correta.

    (a) Quando a administrao procede alterao unilateral do

    contrato administrativo com o propsito de adequ-lo s finalidades de

    interesse pblico, no se faz necessria a reviso das suas clusulas

    econmico-financeiras.

    (b) Os contratos para os quais a lei exige licitao so

    firmados intuitu personae, ou seja, em razo de condies pessoais do

    contratado, apuradas no procedimento da licitao, razo pela qual

    vedada a cesso ou transferncia, total ou parcial, de seu objeto para

    outrem.

    (c) Para a licitao na modalidade prego, consideram-se bens

    e servios comuns aqueles cujos padres de desempenho e qualidade

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    possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de

    especificaes usuais no mercado.

    (d) Organizado o sistema de registro de preos para a prestao

    de servios e aquisio de bens, a administrao fica obrigada a firmar

    as contrataes que dele possam advir, vedada a utilizao de outros

    meios licitatrios que tenham idntico objeto e finalidade.

    (e) Conforme previso legal, a concorrncia, a tomada de

    preos, o convite, o concurso e o leilo devem adotar,

    obrigatoriamente, um dos seguintes tipos de licitao: menor preo,

    melhor tcnica, tcnica e preo e maior lance ou oferta.

    Apesar da questo abordar outros conhecimentos, algumas

    afirmativas podemos eliminar com a matria que j tivemos at aqui:

    a) A reviso das clusulas econmico-financeiras se faz

    necessria para permanecer o equilbrio contratual, pois conforme o art.

    GD/HLO regime jurdico dos contratos administrativos institudo por esta Lei confere Administrao, em relao a eles, a

    prerrogativa de: I - modific-los, unilateralmente, para melhor

    adequao s finalidades de interesse pblico, respeitados os direitos

    do contratado; 1o As clusulas econmico-financeiras e monetrias

    dos contratos administrativos no podero ser alteradas sem prvia

    concordncia do contratado. 2o Na hiptese do inciso I deste artigo,

    as clusulas econmico-financeiras do contrato devero ser revistas

    SDUDTXHVHPDQWHQKDRHTXLOtEULRFRQWUDWXDO b) $TXHVWmRVHWRUQDHUUDGDSRLVFRPRFRQVWDQRDUWO

    contratado, na execuo do contrato, sem prejuzo das

    responsabilidades contratuais e legais, poder subcontratar partes da

    obra, servio ou fornecimento, at o limite admitido, em cada caso, pela

    Administrao9DOH UHVVDOWDU TXHR DUW QR LQFLVR 9, DILUPDTXHFRQVWLWXHPPRWLYRSDUDUHVFLVmRGRFRQWUDWRDVXEFRQWUDWDomRWRWDORXparcial do seu objeto, a associao do contratado com outrem, a cesso

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    ou transferncia, total ou parcial, bem como a fuso, ciso ou

    LQFRUSRUDomRQmRDGPLWLGDVQRHGLWDOHQRFRQWUDWR. Lembrando que a possibilidade de se promover, em certos casos, a subcontratao do

    objeto contratado no retira o carter intuitu personae do

    contrato administrativo.

    c) A afimativa est de acordo com a Lei. 10520/02, art. 1,

    pargrafo nico, onde consideram-se bens e servios comuns na

    modalidade prego aqueles cujos padres de desempenho e qualidade

    possam ser objetivamente ser definidos pelo edital, por meio de

    especificaes usuais do mercado.

    d) A administrao no obrigada, conforme o teor do art. 15

    da Lei 8666/93.

    e) A afirtiva vai de encontro com o que consta no art. 45, 1

    e os demais incisos, alm do julgamento objetivo, a Comisso de

    licitao ou o prprio responsavel pelo convite ir realiz-lo de acordo

    com os tipos de licitao.

    Gabarito : Letra C

    18. (CESPE 2013 Polcia Federal Delegado) Considere que uma empresa vencedora de certame licitatrio subcontrate, com

    terceiro, o objeto do contrato firmado com a administrao pblica,

    apesar de no haver previso expressa para tanto no edital ou no

    contrato. Nessa situao, caso o contrato seja prestado dentro do

    prazo estipulado e com estrita observncia aos critrios de qualidade

    impostos contratualmente, no poder a administrao rescindir o

    contrato unilateralmente, visto que no se configura hiptese de

    prejuzo ou descumprimento de clusulas contratuais.

    Vimos logo acima que um dos motivos para a resciso

    unilateUDO GR FRQWUDWR SHOD $GPLQLVWUDomR p D VXEFRQWUDWDomRtotal ou parcial do seu objeto, a associao do contratado com

    outrem, a cesso ou transferncia, total ou parcial, bem como a

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    fuso, ciso ou incorporao, no admitidas no edital e no

    contrato (art. 78, VI). Conclui-se, portanto, que a subcontratao deve vir prevista em edital ou contrato. Portanto, errada a questo

    Gabarito: Errado

    19. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) A regra segundo

    a qual os contratos administrativos so realizados intuitu personae

    absoluta.

    Os contratos administrativos so intuitu personae, mas essa

    caracterstica no absoluta, pois h a lei possibilita ao contratado

    subcontratar parte do objeto contratado.

    Gabarito: Errado

    2.1.4. Caracterizao do contrato administrativo como ttulo executivo

    Essa uma caracterstica que no decorre da Lei n. 8.666/1993,

    mas da jurisprudncia. O contrato administrativo, complementado por

    outras informaes prestadas pela Administrao, pode se caracterizar

    como um documento pblico assinado pelo devedor a ensejar a sua

    caracterizao como ttulo executivo, especialmente quando o devedor

    o poder pblico. Nesse sentido se manifestou o STJ:

    2.1.5. Equilbrio econmico e financeiro do contrato

    MUITA ATENO, MEUS AMIGOS, NO SE ESQUEAM NUNCA

    DESSA CARACTERSTICA!!!

    1mRKidvidas que, em tese, o contrato administrativo e a certido fornecida por agente pblico, por traduzirem atos do Poder Pblico, podem ser considerados como ttulos executivos extrajudiciais e, consequentemente, aparelharem uma ao executiva, a teor do prHFHLWXDGRQRDUW,,GR&3&(REsp 1.099.127).

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    Caso haja a alterao do contrato administrativo, seja em razo de

    risco decorrente do negcio ou por vontade unilateral da Administrao,

    o contratado ter direito ao restabelecimento do equilbrio econmico e

    financeiro do contrato (art. 58, 1. e 2., e 65, 6., da Lei n.

    8.666/1993).

    A partir dessa anlise, Di Pietro (2009, p. 275-278), com razo,

    informa que um dos traos caractersticos do contrato administrativo

    a mutabilidade. Os interesses da Administrao e os riscos

    relacionados ao objeto contratado so circunstncias que podem variar

    no tempo. Nessas hipteses, ainda que haja modificao no contrato,

    deve ser mantido o seu equilbrio econmico e financeiro estabelecido

    inicialmente. Por isso, diz-se que o contrato administrativo um

    instituto dinmico.

    Para voc ter uma noo, vale mencionar aqui os tipos de riscos

    que o particular enfrenta quando contrata com a Administrao:

    (a) fora maior;

    (b) lea ordinria ou empresarial;

    (c) lea administrativa, que se subdivide em poder de alterao

    unilateral do contrato, fato do prncipe e fato da

    Administrao; e

    (d) lea econmica.

    Em todos esses casos, a Administrao responde sozinha pela

    recomposio do equilbrio econmico-financeiro.

    Com relao a esse tema, vale destacar as distines

    conceituais entre reviso, reajuste e repactuao.

    Para o restabelecimento do equilbrio econmico financeiro do

    contrato, a Administrao deve promover a reviso do valor

    contratado. Ela ocorre quando a administrao procede alterao

    unLODWHUDOGDVFOiXVXODVGHH[HFXomRRXTXDQGRDOJXPHYHQWRPHVPRque externo ao contrato, modifica extraordinariamente os custos de

    VXDH[HFXomR$/(;$1'5,12H3$8/2S-504).

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    J o reajuste promovido por imposio legal do art. 55, III, da

    Lei n. 8.666/1993, e corresponde modificao peridica de preos e

    WDULIDVHPGHFRUUrQFLDGDinflao ordinria ou da perda ordinria de poder aquisitivo da moeda, seguindo ndices determinados, tudo

    conforme prevLDPHQWH HVWDEHOHFLGR QR SUySULR FRQWUDWR(ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 503-504).

    A variao do valor contratual para fazer face ao reajuste de preos

    previsto no prprio contrato no considerado alterao contratual. Por

    isso, pode ser realizado por simples apostila, dispensando a celebrao

    de aditamento (art. 65, 8.).

    A reviso e o reajuste tambm no se confundem com a

    repactuao ou recomposio de preos (BANDEIRA DE MELLO,

    2010, p. 637). Esta, na lio de Maral Justen Filho1, uma modificao

    de preos que ocorre nos contratos de execuo continuada em que se

    analisa a efetiva variao dos custos da prestao desde a

    apresentao das propostas at o momento de sua prorrogao. Caso

    haja a amortizao de determinados custos durante a execuo do

    contrato, o valor a ser pago pela Administrao poder ser reduzido

    quando da prorrogao da avena. Caso haja o aumento dos custos, o

    valor do contrato ser majorado.

    1 Conceito retirado do artigo publicado em ,

    acessado em 02.05.2010.

    reviso reajuste Repactuao

    Alterao unilateral modificao

    extraordinria dos

    custos de execuo.

    Imposio legal e previso

    no contrato: decorre da

    inflao ou perda ordinria

    de poder aquisitivo da

    moeda.

    Efetiva variao dos

    custos da prestao, nos

    contratos de execuo

    continuada.

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    20. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gesto de

    Telecomunicaes - Advogado) O equilbrio financeiro do contrato

    administrativo a relao, estabelecida inicialmente pelas partes, entre

    os encargos do contrato e a retribuio da administrao para a justa

    remunerao do objeto do ajuste.

    Conforme estudamos a questo s correta.

    Gabarito: Correto.

    21. (CESPE 2013 TCE-RO Auditor) A recomposio ou reviso de preos visa manuteno do equilbrio econmico-

    financeiro do contrato, garantida constitucionalmente, aplica-se no

    caso de ocorrncia de fatos imprevisveis ou previsveis, mas de

    consequncias incalculveis, retardadores ou impeditivos da

    execuo do ajustado, ou, ainda, em caso de fora maior, caso

    fortuito ou fato do prncipe, configurando-se lea econmica

    extraordinria e extracontratual.

    Perfeita a questo! Levem ela para sua prova, ok?

    Gabarito: Correto.

    22. (CESPE- 2013 BACEN Procurador Questo adaptada) No contrato administrativo, o reajuste o instrumento por meio do qual

    realizado aumento real do valor pago ao contratado, podendo ocorrer

    independentemente de previso contratual.

    Cuidado para no confundir os institutos! Vimos que o reajuste

    decorre de imposio legal e previso no contrato: decorre da

    inflao ou perda ordinria de poder aquisitivo da moeda. Portanto, a

    questo est errada.

    Questes de concurso

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    Gabarito: Errado

    23. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) Ao contratar

    com a administrao pblica o empresrio corre um risco, denominado

    lea contratual, que pode ser classificada em ordinria ou

    extraordinria.

    Foi mencionado em aula os tipos de riscos que o particular enfrenta

    quando contrata com a Administrao:

    (a) fora maior;

    (b) lea ordinria ou empresarial;

    (c) lea administrativa, que se subdivide em poder de alterao

    unilateral do contrato, fato do prncipe e fato da

    Administrao; e

    (d) lea econmica.

    Esses riscos se dividem em duas classificaes: lea ordinria (item

    b) e lea extraordinria (itens a, c e d).

    Gabarito: Correto.

    24. (CESPE 2010 MS Analista) admitida a celebrao de contratos administrativos com pessoas fsicas domiciliadas no

    estrangeiro.

    O enunciado est de acordo com o 2, do art. 55, da Lei

    8.666/93, TXH SUHYr 1RV FRQWUDWRV FHOHEUDGRV SHOD $GPLQLVWUDo Pblica com pessoas fsicas ou jurdicas, inclusive aquelas

    domiciliadas no estrangeiro 3RUWDQWR D DOWHUQDWLYD HVWicorreta.

    Gabarito: Correto.

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    2.1.6. Presena das clusulas exorbitantes

    Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010, p. 500) assim

    caracWHUL]DP H GHILQHP DV FOiXVXODV H[RUELWDQWHV $V DVVLPdenominadas clusulas exorbitantes caracterizam os contratos

    administrativos, so a nota de direito pblico desses contratos, as

    regras que os diferenciam dos ajustes de direito privado. So chamadas

    exorbitantes justamente porque exorbitam, extrapolam as clusulas

    FRPXQVGRGLUHLWRSULYDGRHQmRVHULDPQHVWHDGPLVVtYHLV As clusulas exorbitantes so: alterao e resciso unilaterais,

    equilbrio econmico e financeiro do contrato, reajustamento de preos

    e tarifas, exceo do contrato no cumprido, controle do contrato,

    aplicao de penalidades, ocupao provisria de bens e servios

    essenciais.

    2.1.6.1. Alterao unilateral

    Nos termos do art. 65, I, da Lei n. 8.666/1993, os contratos

    administrativos podem ser alterados unilateralmente pela

    Administrao, sempre mediante justificativa, quando houver

    modificao do projeto ou das especificaes, para melhor adequao

    tcnica aos seus objetivos (alterao qualitativa); ou quando necessria

    a modificao do valor contratual em decorrncia de acrscimo ou

    diminuio quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela lei

    (alterao quantitativa).

    Importantssimo voc ter em mente os 1, 2, 3 e 4 do art.

    65 da Lei n 8.666/93:

    1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condies

    contratuais, os acrscimos ou supresses que se fizerem nas obras,

    servios ou compras, at 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial

    atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifcio ou

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    de equipamento, at o limite de 50% (cinqenta por cento) para os

    seus acrscimos.

    2o Nenhum acrscimo ou supresso poder exceder os limites

    estabelecidos no pargrafo anterior, salvo:

    I VETADO II - as supresses resultantes de acordo celebrado entre os

    contratantes.

    3o Se no contrato no houverem sido contemplados preos unitrios

    para obras ou servios, esses sero fixados mediante acordo entre as

    partes, respeitados os limites estabelecidos no 1o deste artigo.

    4o No caso de supresso de obras, bens ou servios, se o contratado

    j houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes

    devero ser pagos pela Administrao pelos custos de aquisio

    regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo

    caber indenizao por outros danos eventualmente decorrentes da

    supresso, desde que regularmente comprovados.

    O TCU (Deciso n. 215/99, Plenrio) consignou o entendimento de

    TXH WDQWR DV DOWHUDo}HV FRQWUDWXDLV TXDQWLWDWLYDV que modificam a dimenso do objeto quanto as unilaterais qualitativas que mantm intangvel o objeto, em natureza e em dimenso, esto sujeitas aos

    limites preestabelecidos nos 1. e 2. do art. 65 da Lei n. 8.666/93,

    em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I,

    da mesma Lei, do princpio da proporcionalidade e da necessidade de

    HVVHVOLPLWHVVHUHPREULJDWRULDPHQWHIL[DGRVHPOHL Em hipteses excepcionalssimas, o TCU j admitiu superar os

    limites de 25% e 50% de modificao do valor original do contrato.

    Essas hipteses so conhecidas como agravaes ou sujeies

    imprevisveis (GASPARINI, 2008, p. 755).

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    Importante observar que o princpio do contraditrio e da ampla

    defesa tambm se aplica nas hipteses de alterao unilateral do

    contrato administrativo. O STJ entende que a Administrao deve

    consultar o contratado, previamente, quando a modificao acarrete

    prejuzo ao particular (STJ, RMS 14.924).

    Por ltimo, conforme vimos acima, caso a alterao unilateral do

    contrato provoque o desequilbrio econmico-financeiro, a

    Administrao deve restabelec-lo (art. 58, 2., e 65, 6., da Lei n.

    8.666/1993).

    25. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio) As clusulas

    econmico-financeiras e monetrias dos contratos administrativos

    podem ser alteradas de forma unilateral pela administrao.

    Conforme art. 58 1:

    1o As clusulas econmico-financeiras e monetrias dos contratos

    administrativos no podero ser alteradas sem prvia concordncia do

    contratado.

    Gabarito: Errado.

    Mais uma questo neste sentido:

    26. (CESPE 2010 MS Analista) O regime jurdico dos contratos administrativos concede administrao pblica o direito de

    modificar unilateralmente as clusulas econmico-financeiras dos

    contratos administrativos, para melhor adequao ao interesse comum.

    Questo de concurso

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    Como vimos anteriormente, o art. 58, da Lei n 8.666/93, dispe

    que essas clusulas no podero ser alteradas sem prvia concordncia

    do contratado. Isso proporciona ao contratado garantia. Portanto, o

    item est incorreto.

    Gabarito: Errado.

    27. (CESPE - 2012 - Cmara dos Deputados Analista) A administrao pblica, ao suprimir parte do objeto de um contrato,

    provocou modificaes no valor inicial contratual. Nessa situao, o

    contrato poder ser rescindido mediante requerimento da empresa

    contratada.

    Conforme artigo 65:

    Art. 65 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condies contratuais,

    os acrscimos ou supresses que se fizerem nas obras, servios ou compras, at

    25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso

    particular de reforma de edifcio ou de equipamento, at o limite de 50% (cinqenta

    por cento) para os seus acrscimos.

    Gabarito: Errado.

    28. (CESPE - 2013 - Telebras - Advogado) Nos contratos

    pblicos, o direito privado atua de forma supletiva, pois no substitui ou

    derroga as normas privativas da administrao pblica.

    Os contratos administrativos so regulados pelas suas clusulas e

    pelos preceitos de direito pblico, sendo aplicado supletivamente os

    princpios da teoria geral dos contratos e as disposies de direito

    privado, conforme o art. 54, da Lei 8666. Assim, percebe-se que os

    contratos pblicos so assim regulados para que o interesse pblico no

    se submeta ao interesse do particular. Portanto, o item est correto.

    Gabarito: Correto.

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    29. (CESPE - 2013 - CNJ - Tcnico Judicirio - rea

    Administrativa) Considere que uma sociedade empresria tenha

    celebrado contrato administrativo de prestao de servio com

    determinado rgo pblico. Nessa situao hipottica, caso a

    administrao julgue conveniente a substituio da garantia de

    execuo, o contrato poder ser alterado unilateralmente.

    O art. 65 dispe como os contratos administrativos sero

    alterados. Neste artigo, separa-se os casos em que sero alterados

    unilateralmente pela Administrao (inc. I) e os que sero alterados por

    acordo das partes (inc.II). A hipotse tratada no enunciado vem diposta

    no Inc. II, em que o contrato ser alterado por acordo entre as partes

    quando conveniente a substituio da garantia de execuo. Portanto, o

    item est incorreto.

    Gabarito: Errado.

    2.1.6.2. Resciso unilateral

    A Administrao pode rescindir unilateralmente o contrato nos

    casos previstos nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei n.

    8.666/1993.

    Para que fique mais claro, adotamos a diviso de Di Pietro (2009,

    p. 270-272) dessas hipteses em:

    (a) casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII

    do art. 78), abrangendo hipteses como no

    cumprimento, cumprimento irregular ou lentido no

    cumprimento das clusulas contratuais, atraso

    injustificado, paralisao sem justa causa, subcontratao

    irregular, faltas reiteradas na execuo, caso fortuito ou

    fora maior impeditiva da execuo do contrato;

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    (b) inadimplemento sem culpa (incisos IX a XI), que abrangem

    a insolvncia, a dissoluo ou alterao da estrutura da

    sociedade;

    (c) razes de interesse pblico (inciso XII); e

    (d) caso fortuito ou fora maior (inciso XVII).

    A jurisprudncia se consolidou no sentido de que a resciso ser

    sempre motivada, conferindo-se ao contratado a ampla defesa e o

    contraditrio (STJ, RMS 20.385-PR).

    Nas hipteses de resciso unilateral por culpa do contratado,

    ocorrer a assuno imediata do objeto do contrato (opcional), a

    ocupao e utilizao do local, instalaes, equipamentos, material e

    pessoal pela Administrao de forma a dar continuidade execuo do

    contrato (opcional), execuo da garantia contratual caso o contratado

    deva multas e indenizaes Administrao, reteno dos crditos do

    contratado at o limite dos prejuzos do poder pblico e aplicao das

    sanes administrativas cabveis (art. 80).

    Caso no haja culpa do contratado, as mesmas consequncias

    so verificadas, uma vez que a lei no distingue as hipteses de

    resciso com culpa das hipteses em que h culpa do contratado. O art.

    79, 2., contudo, informa que a resciso levada a cabo pela

    Administrao, sem qualquer interferncia do contratado gera o direito

    deste de ser indenizado pelos prejuzos que houver sofrido (danos

    emergentes) e pelo custo da desmobilizao, de ver devolvida a

    garantia prestada e de receber o pagamento pelo que executou at o

    momento da resciso.

    30. (CESPE 2013 TJ-DF Analista Judicirio) Suponha que, na execuo de determinada obra pblica, o contratado paralise

    Questo de concurso

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    a obra sem justa causa e sem prvia comunicao administrao.

    Nesse caso, a administrao estar legitimada a promover a resciso

    do contrato aps obter autorizao judicial em ao proposta com

    essa finalidade especfica.

    Aps a explicao fica fcil n? A paralisao sem justa causa e

    sem prvia comunicao enseja resciso unilateral, no havendo

    necessidade, portanto, de obter autorizao judicial.

    Gabarito: Errado.

    31. (CESPE 2013 MI Todos os cargos) A administrao pblica pode rescindir unilateralmente o contrato administrativo,

    devendo motivar formalmente sua deciso e assegurar ao particular

    a ampla defesa e o contraditrio.

    Isso mesmo! Conforme art. 78, nico:

    Pargrafo nico. Os casos de resciso contratual sero

    formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o

    contraditrio e a ampla defesa.

    Gabarito: Correto.

    32. (CESPE - 2012 - TJ-RR Analista) Na hiptese de atraso injustificado do contrato administrativo provocado pelo contratado,

    cabvel a resciso unilateral pela administrao, sem que se imponha a

    esta o dever de ressarcir o contratado.

    Dentre as hipteses de resciso unilateral temos:

    (a)casos de inadimplemento com culpa (incisos I a VIII e XVII do art.

    78), abrangendo hipteses como no cumprimento, cumprimento

    irregular ou lentido no cumprimento das clusulas contratuais, atraso

    injustificado, paralisao sem justa causa, subcontratao irregular,

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    faltas reiteradas na execuo, caso fortuito ou fora maior impeditiva da

    execuo do contrato;

    Gabarito: Correto.

    33. (CESPE - 2012 - Banco da Amaznia - Tcnico Cientfico Direito) A inexecuo culposa de contrato administrativo resulta de ao

    ou omisso da parte, decorrente da negligncia, impercia ou

    imprudncia.

    A inexecuo ou inadimplncia do contrato o descumprimento de

    suas clusulas, total ou parcialmente. Pode ocorrer por ao ou

    omisso, culposa ou sem culpa, de qualquer das partes, caracterizando

    o retardamento (mora) ou o descumprimento integral do ajustado. A

    inexecuo culposa resulta de uma ao ou omisso decorrente de

    negligncia, imprudncia, imprevidncia ou impercia no atendimento

    das clusulas contratuais. Logo, est CORRETA.

    Gabarito: Correto.

    2.1.6.3. Restrio exceo do contrato no cumprido

    ABRA O OLHO! ESSE PONTO MUITO IMPORTANTE!

    3UHVFUHYH R DUW GR&yGLJR&LYLO GH TXH QRV FRQWUDWRVbilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida sua obrigao,

    SRGHH[LJLURLPSOHPHQWRGDGRRXWUR$VVLPQRVFRQWUDWRVGHGLUHLWRprivado, se uma das partes deixa de cumprir a sua obrigao, no pode

    essa mesma parte exigir que a outra execute o que previsto no

    contrato. Esse o instituto da exceo do contrato no cumprido ou

    exceptio non adimpleti contractus.

    Na Lei n. 8.666/1993, a exceo do contrato no cumprido pode

    ser oposta contra a Administrao quando o atraso no pagamento de

    obra ou servio j executado for superior a noventa dias. Nesse caso,

    pode o contratado escolher entre a suspenso da execuo do contrato

    ou a sua resciso judicial ou amigvel. Se optar pela resciso, ter

    direito s parcelas descritas no art. 79, 2., acima mencionado.

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    Veja a redao do art. 78, XV:

    A exceptio non adimpleti contractus s afastada integralmente

    aps os noventa dias nos contratos administrativos quando o no pagamento pela Administrao ocorre em caso de (a) calamidade

    pblica, (b) grave perturbao da ordem interna ou (c) guerra.

    Sob o aspecto inverso, no caso da Administrao se ver

    prejudicada caso o particular deixe de executar o seu dever contratual o ente pblico pode, imediatamente, opor a exceo do contrato no cumprido e suspender os pagamentos devidos ao contratado, sem

    prejuzo das demais sanes legais (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p.

    512).

    2.1.6.4. Fiscalizao do contrato

    2FRQWUROHGRFRQWUDWR administrativo um dos poderes inerentes Administrao e, por isso mesmo, implcito em toda contratao

    S~EOLFD GLVSHQVDQGR FOiXVXOD H[SUHVVD 0(,5(//(6 S Decorre desse poder a prerrogativa de fiscalizar a execuo dos

    contratos, conforme prev o art. 58, III, e o art. 67, ambos da Lei

    Geral.

    &RQVWLWXL PRWLYR SDUD UHVFLVmR GR FRQWUDWR R DWUDVR VXSHULRU D (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administrao decorrentes de obras, servios ou fornecimento, ou parcelas destes, j recebidos ou H[HFXWDGRV

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    Apurada a existncia de vcio na execuo do objeto, o contratado

    obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, s

    suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se

    verificarem vcios, defeitos ou incorrees resultantes da execuo ou

    de materiais empregados (art. 69).

    Por fim, destaca-se que a atividade de fiscalizao da

    Administrao no faz com que a responsabilidade do contratado por

    dano decorrente da culpa ou dolo seja reduzida ou transferida ao poder

    pblico (art. 70). No h que se falar aqui em culpa in vigilando do

    Estado.

    34. (CESPE 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o item subsequente, relativo a elaborao e fiscalizao de contratos.

    Considere que uma empresa contratada para prestao de servios

    tcnicos tenha concludo uma demanda. Considere, ainda, que essa

    empresa tenha notificado a instituio e solicitado validao para

    Art. 58. O regime jurdico dos contratos administrativos institudo por esta Lei confere Administrao, em relao a eles, a prerrogativa de: I - modific-los, unilateralmente, para melhor adequao s finalidades de interesse pblico, respeitados os direitos do contratado; II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execuo; Art. 67. A execuo do contrato dever ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administrao especialmente designado, permitida a contratao de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes pertinentes a essa atribuio.

    Questo de concurso

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    posterior emisso de fatura. Nesse caso, papel do fiscalizador do

    contrato validar se a demanda concluda faz parte do escopo contratual.

    A lei n 8.666/93 em seu art. 67 dispe que:

    Art. 67. A execuo do contrato dever ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administrao especialmente designado, permitida a contratao de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes pertinentes a essa atribuio. 1 O representante da Administrao anotar em registro prprio todas as ocorrncias relacionadas com a execuo do contrato,determinando o que for necessrio regularizao das faltas ou defeitos observados.

    Gabarito Certo.

    35. (CESPE 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o item subsequente, relativo a elaborao e fiscalizao de contratos.

    Ao encontrar uma irregularidade na execuo do contrato, o fiscal

    do contrato dever notificar tal irregularidade verbalmente, em primeiro

    momento, ao preposto da contratada. Caso essa irregularidade no seja

    corrigida, o fiscal dever notificar a empresa por meio de

    correspondncia simples entregue pelos correios.

    Pessoal, basta observar o art. 67 da lei 8.666/93 exposto acima,

    para responder essa questo.

    Gabarito Errado.

    36. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Celebrado

    o contrato com a administrao pblica, a execuo desse contrato

    deve ser acompanhada e fiscalizada por um representante da

    administrao especialmente designado para tal fim, admitida a

    contratao de terceiros para assistir ou subsidiar o trabalho.

    Veja como o Cespe no tem fugido da lei:

    Art. 67. A execuo do contrato dever ser acompanhada e fiscalizada por

    um representante da Administrao especialmente designado, permitida a

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    contratao de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes

    pertinentes a essa atribuio.

    Gabarito: Correto.

    2.1.6.5. Aplicao de penalidades

    Curioso, no ? Num contrato, uma parte pode impor uma multa a

    outra parte! , meus caros, isso ocorre quando algum contrata com

    administrao e descumpre o que foi acordado.

    A administrao pode se valer do atributo da imperatividade dos

    atos administrativos para impor ao particular contratado as sanes

    pelo descumprimento das clusulas firmadas no ajuste, seja pela

    inexecuo total ou pela parcial. Essa uma das prerrogativas do poder

    pblico.

    As sanes administrativas so definidas taxativamente nos arts.

    86 e 87 da Lei em comento. So elas: (a) advertncia; (b) multa; (c)

    suspenso temporria de participao em licitao e impedimento de

    contratar com a Administrao, por prazo no superior a dois anos; (d)

    declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a

    Administrao Pblica.

    Os dispositivos que regulam a aplicao de sanes devem ser

    interpretados restritivamente, uma vez que representam limitaes aos

    direitos dos contratados. Por isso, em razo da autorizao expressa no

    2. do art. 87 da Lei n. 8.666/1993, somente a pena de multa pode

    ser aplicada conjuntamente com qualquer outra penalidade

    (ALEXANDRINO e PAULO, 2010, p. 507, e DI PIETRO, 2009, p. 272).

    No aspecto procedimental, esse postulado determina que seja

    conferido o contraditrio e a ampla defesa ao contratado. O art. 87,

    2. e 3., da Lei Geral, em ateno a essa imposio constitucional,

    dispe que o contratado tem dez dias para apresentar defesa contra a

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    imposio da sano de declarao de inidoneidade e de cinco dias teis

    para as demais penalidades (TCU, Acrdo n. 611/2008-TCU-1.

    Cmara). Alm disso, a lei prev o recurso, no prazo de cinco dias teis,

    contra a deciso que aplicou as penas de advertncia, suspenso

    temporria ou de multa e o pedido de reconsiderao, no prazo de dez

    dias teis, da deciso que declara a inidoneidade.

    A multa pode ser aplicada pelo atraso na execuo do contrato

    (multa de mora, prevista no art. 86) ou em razo da inexecuo

    parcial ou total do contrato. Essa sano, como bem lembram

    Alexandrino e Paulo (2010, p. 507), pode ser diretamente descontada

    da garantia prestada pelo contratado. Nos termos do art. 86, 3., se a

    multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, alm da

    perda desta, responder o contratado pela sua diferena a qual ser

    descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administrao

    (atributo da autoexecutoriedade) ou cobrada judicialmente (se no h

    valor a ser repassado pelo poder pblico ou se a garantia for

    insuficiente, a Administrao s poder alcanar o patrimnio da

    contratada em demanda proposta perante o Poder Judicirio).

    A suspenso temporria de participao em licitao e

    impedimento de contratar com a Administrao em at dois

    anos s vale no mbito do rgo que aplicou a penalidade (TCU,

    Acrdo 842/2005-Plenrio e Acrdo 538/2009-1. Cmara), ou seja,

    no pode um rgo vedar a participao de determinada interessada na

    licitao se essa empresa tem em seus dados cadastrais uma

    penalidade de suspenso imposta por outro rgo, entidade ou unidade

    administrativa. Apesar dessa firme orientao do TCU, o STJ j chegou

    a afirmar que a suspenso do direito de participar de licitao no fica

    adstrita a um nico rgo (RESP 151567).

    A declarao de inidoneidade mais grave que a suspenso

    temporria para contratar. Ela ocorre quando a Administrao verifica a

    prtica de fraude, crime ou a prtica de fato grave por parte da

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    empresa contratada ou da interessada em contratar com o poder

    pblico ( admitida a imposio dessa penalidade a empresa no

    contratada: RESP 15.999).

    A declarao de inidoneidade vale para todo e qualquer rgo

    da Administrao de qualquer esfera (No STJ: RESP 520553 e RESP

    151567. No TCU: Deciso n. 52/99-Plenrio e Acrdo n. 538/2009-

    1. Cmara).

    A Lei n. 8.443/1992 define que a penalidade em foco pode ser

    fixada por at cinco anos. Esse perodo pode ser maior se perdurarem

    os motivos determinantes da punio (art. 87, IV, da Lei n.

    8.666/1993). Por outro lado, o prazo mnimo da declarao de

    inidoneidade de dois anos, nos termos da parte final do mesmo

    dispositivo da Lei n. 8.666/1993.

    A declarao de inidoneidade s pode ser aplicada por Ministro

    de Estado ou autoridade equivalente nas entidades federadas.

    O efeito dessa declarao, segundo recente orientao da Primeira

    Seo do STJ (MS 14002 e MS 13101), ex nunc, ou seja, no interfere

    nos contratos preexistentes ou nos que estejam em andamento.

    Entretanto, a Administrao pode promover medidas no sentido de

    rescindir esses contratos, nos moldes do art. 79 da Lei n. 8.666/1993.

    Essas so as sanes administrativas a que se sujeitam os

    interessados em contratar com a Administrao Pblica.

    2.1.6.6. Ocupao provisria de bens e servios essenciais

    Como bem observam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2010,

    p. 509), h duas situaes distintas em que se admite a ocupao

    temporria ou provisria: como medida acautelatria durante a

    execuo do contrato em razo da irregularidade na sua execuo (art.

    58, V, da Lei Geral) e como medida a assegurar a continuidade na

    prestao do servio pblico aps a resciso contratual (art. 80, II, da

    mesma lei).

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    Em ambos os casos, a Administrao pode ocupar provisoriamente

    o local, instalaes, equipamentos, material e pessoal empregados na

    execuo do contrato.

    E o que acontece com o pessoal que tinha vnculo trabalhista com a

    empresa contratada?

    Se houver a ocupao e a utilizao do pessoal para a continuidade

    da obra ou servio, os trabalhadores tero vnculo empregatcio

    diretamente com o poder pblico. Tambm por isso, a ocupao deve

    ser promovida somente em caso de excepcional interesse pblico.

    2.1.6.7. Garantia

    A Administrao pode ou no exigir garantia nas contrataes de

    obras, servios e compras. Quando essa garantia for exigida, ela ser

    clusula necessria no contrato administrativo (art. 55, VI, da Lei n.

    8.666/1993).

    O contratado pode optar pelas seguintes modalidades:

    x cauo em dinheiro ou em ttulos da dvida pblica; x seguro garantia; ou

    x fiana bancria. A exigncia deve ser limitada a cinco por cento para os contratos

    em geral e a dez por cento para obras, servios e fornecimentos de

    grande vulto envolvendo alta complexidade tcnica e riscos financeiros

    considerveis (art. 56, 2. e 3., da Lei n. 8.666/1993).

    Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela

    Administrao, dos quais o contratado ficar depositrio, ser exigida

    garantia adicional no valor desses bens ( 5.).

    Toda garantia prestada pelo contratado ser liberada aps a

    execuo do contrato. Se foi oferecida garantia em dinheiro, o valor

    ser devolvido com atualizao monetria ( 4.).

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    37. (CESPE 2-13 SERPRO Analista) A atualizao monetria devida a partir do vencimento da respectiva obrigao,

    ainda que no exista no contrato administrativo clusula expressa

    nesse sentido.

    9HMD FRPR D EDQFD FREURX VREUH DWXDOL]DomR PRQHWiULD ( Dquesto est perfeita. isso mesmo!

    Gabarito: Correto.

    38. (CESPE 2013 TCU Auditor) Visando resguardar o adequado cumprimento do contrato administrativo, a administrao

    pblica deve indicar e exigir, entre as opes legalmente previstas, a

    garantia a ser prestada pelo particular contratado para executar obras,

    servios e compras no mbito dos poderes da Unio, dos estados, do

    Distrito Federal e dos municpios.

    Lembre-se que a exigncia de garantia ato discricionrio da

    Administrao, ou seja, pode ou no exigir depsito de garantia.

    Portanto, questo errada.

    Gabarito: Errado.

    39. (CESPE 2013 MI Todos os cargos) A prestao de garantia pelo particular obrigatria para a execuo de contratos

    administrativos, por constituir exigncia expressa em lei.

    Acabamos que ver na questo acima! A prestao de garantia

    ato discricionrio!

    Gabarito: Errado.

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    2.2. Da Execuo do Contrato Administrativo

    A execuo do contrato administrativo a fase de efetivao das

    clusulas nele entabuladas. A execuo deve ser promovida

    observando-se fielmente o que dispem as obrigaes assumidas e a

    legislao de regncia. Nessa fase, tanto a administrao como o

    contratado devem observar o que est escrito no instrumento (pacta

    sunt servanda). Tambm nessa etapa devem ser observados os

    princpios da boa-f objetiva e da probidade.

    Algumas normas especficas so aplicveis execuo dos

    contratos.

    OLHO ABERTO, O PRINCIPAL ASPECTO DA EXECUO DOS

    CONTRATOS A RESPONSABILIDADE.

    Como j observado acima, o contratado responsvel pelos

    danos causados diretamente Administrao ou a terceiros,

    decorrentes de sua culpa ou dolo na execuo do contrato. Vale lembrar

    que a fiscalizao exercida pelo rgo contratante no exclui ou reduz

    essa responsabilidade (art. 70 da Lei n. 8.666/1993).

    O contratado tambm responsvel pelos encargos trabalhistas,

    previdencirios, fiscais e comerciais resultantes da execuo do

    contrato, conforme disposto no art. 71, caput, da Lei 8.666/1993.

    Na ADC n. 16, o STF entendeu que a responsabilidade da

    Administrao pelo pagamento das verbas trabalhistas das empresas

    contratadas no pode ser automtica, como vinha entendendo o TST. A

    culpa da Administrao na fiscalizao do contrato deve ser

    comprovada nos autos.

    Aps a deciso na ADC n 16, o TST passou a entender que:

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    A Lei n. 8.666/1993, por outro lado, prev como solidria a

    responsabilidade da Administrao e do contratado pelos encargos

    previdencirios resultantes da execuo do contrato (art. 71, 2.,

    da Lei 8.666/1993).

    Quando o objeto do contrato a compra de bens, uma importante

    faculdade que tem o poder pblico a de receber amostras ou fazer

    testes no objeto contratado para avaliar a qualidade do produto e

    verificar se ele ser recebido pela Administrao (art. 75).

    40. (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gesto de

    Telecomunicaes - Advogado) O contratado responsvel pelos

    encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais decorrentes

    da execuo do contrato, porm sua inadimplncia transfere a

    responsabilidade relativa a esses encargos para a administrao

    pblica.

    A assertiva vai de encontro com o Art. 71, 1 , qual seja:

    Art. 71. O contratado responsvel pelos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais resultantes da execuo do contrato. 1 A inadimplncia do contratado, com referncia aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais no transfere Administrao Pblica a responsabilidade por seu pagamento, nem poder onerar o objeto do contrato ou restringir a regularizao e o uso das obras e edificaes, inclusive perante o Registro de Imveis.

    2V HQWHV LQWHJUDQWHV GD DGPLQLVWUDomR S~EOLFD GLUHWD H LQGLUHWD UHVSRQGHPsubsidiariamente, nas mesmas condies do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigaes da Lei n. 8.666/93, especialmente na fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da prestadora de servio como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigaes trabalhistas assumidas SHOD HPSUHVD UHJXODUPHQWH FRQWUDWDGD QRYD UHGDomR Go item V da Smula 331/TST).

    Questes de concurso

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    Gabarito: Errado.

    41. (CESPE 2013 TRT Tcnico Judicirio Questo adaptada) Na hiptese de dano causado diretamente pelo contratado a

    terceiros, decorrente de sua culpa na execuo do contrato, o

    contratado ser responsvel pelo dano, ainda que tenha ocorrido a

    fiscalizao pelo rgo interessado.

    Como j observado acima, o contratado responsvel pelos

    danos causados diretamente Administrao ou a terceiros,

    decorrentes de sua culpa ou dolo na execuo do contrato. Vale lembrar

    que a fiscalizao exercida pelo rgo contratante no exclui ou reduz

    essa responsabilidade (art. 70 da Lei n. 8.666/1993).

    Gabarito: Correto.

    42. (CESPE 2013 TCE-RS Oficial de Controle Externo) Considere que determinado rgo pblico tenha contratado, mediante

    licitao, certa sociedade empresria para a prestao de servio de

    limpeza e que a referida empresa no tenha cumprido todas as

    obrigaes trabalhistas com seus empregados. Nessa situao, o rgo

    contratante responder solidariamente com a empresa contratada

    perante o Poder Judicirio pelos encargos no adimplidos.

    Muito cuidado com essa questo. Lembre-se que a

    responsabilidade solidria referente aos encargos previdencirios!

    Quanto aos encargos trabalhistas, a responsabilidade subsidiria

    quando incorrer omisso na fiscalizao. Da a incorreo da questo.

    Gabarito: Errado

    43. (CESPE 2013 SERPRO Analista) No que concerne execuo dos contratos administrativos, a administrao pblica

    responde solidariamente com o contratado pelo inadimplemento dos

    encargos previdencirios.

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    Perfeito! Como vimos logo acima, a responsabilidade solidria

    quanto aos encargos previdncirios!

    Gabarito: Correto.

    2.2.1. Inexecuo sem culpa (teoria da impreviso)

    A teoria da impreviso decorre da clusula rebus sic stantibus,

    segundo a qual as obrigaes contratuais ho de ser entendidas em

    correlao com o estado das coisas ao tempo em que se contratou. Se

    houver alterao no estado das coisas, devem ser alteradas disposies

    do contrato de forma a reequilibrar as prestaes.

    Caso ocorram eventos:

    (a) extraordinrios;

    (b) imprevisveis ou previsveis, mas de consequncias incalculveis;

    (c) inevitveis;

    (d) deflagrados sem qualquer culpa do contratado; e

    (e) que causem prejuzos a ele, desequilibrando o contrato,

    deve-se promover a mudana do que originariamente

    contratado.

    Mas o que esses requisitos tm em comum, professor? Eu quero

    uma dica de memorizao!

    Calma amigo, perceba que todos esses requisitos decorrem da

    noo de lea econmica TXH p WRGR DFRQWHFimento externo ao contrato, estranho vontade das partes, imprevisvel e inevitvel, que

    causa um desequilbrio muito grande, tornando a execuo do contrato

    H[FHVVLYDPHQWHRQHURVDSDUDRFRQWUDWDGR',3,(752S O contrato deve ser cumprido na medida em que mantidas as

    condies iniciais da celebrao.

    A teoria da impreviso tambm justifica a inexecuo do contrato

    administrativo sem culpa do contratado. Nessa hiptese, o art. 79,

    2., da Lei n. 8.666/1993, prev que ele ser ressarcido dos prejuzos

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    que houver sofrido e ter direito devoluo da garantia, aos

    pagamentos devidos pela Administrao at a data da resciso e ao

    valor relativo ao custo de desmobilizao.

    Vale observar que essa regra deve ser aplicada em situaes

    excepcionais de imprevisibilidade e inevitabilidade.

    Dentre as leas extraordinrias, que ensejam a inexecuo sem

    culpa do contrato administrativo ou o restabelecimento do seu equilbrio

    econmico financeiro, se possvel, esto:

    x Caso fortuito e fora maior: a prestao no pode ser cumprida porque ocorre circunstncia inevitvel, seja de

    forma imprevisvel ou de forma irresistvel. Nessas hipteses,

    h um desequilbrio e uma das partes passa a sofrer um

    encargo extremamente oneroso. Geralmente se define caso

    fortuito como o evento decorrente da fora da natureza

    (terremotos, tempestades etc.) e fora maior como um fato

    causado pela vontade humana (arrasto, greve etc.). Esse

    conceito, contudo, no unnime.

    x Fato do prncipe: a determinao geral imposta pelo Estado que influi diretamente na execuo do contrato,

    onerando-o. Assim como todo elemento que enseja a

    aplicao da teoria da impreviso, essa determinao deve

    ser inevitvel e imprevisvel (Ex: uma lei geral que altera o

    equilbrio do contrato).

    x Fato da administrao: ao ou omisso da Administrao que incida direta e especificamente sobre o contrato,

    provocando desequilbrio econmico ou inviabilizando sua

    execuo. Se o contratante no libera o local da obra no

    prazo determinado, por exemplo, est-se diante de um fato

    da administrao.

    Para resumir, apresentamos o seguinte quadro:

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    fato do prncipe fato da

    administrao

    Caso fortuito e fora

    maior

    Ato geral da

    Administrao

    Fato concreto da

    Administrao

    Circunstncia natural

    ou humana imprevista

    2.3. Das espcies de contratos administrativos

    2.3.1. Contratos de obras

    So aqueles cujo objeto a realizao de uma obra. O art. 6., I,

    da Lei n. 8.666/1993, define obra como toda construo, reforma,

    fabricao, recuperao ou ampliao de determinado bem pblico,

    realizada por execuo direta ou indireta.

    Nos termos do art. 6., VII e VIII, h dois regimes de execuo de

    obras:

    (a) direta, em que a execuo promovida pelos agentes da

    prpria Administrao;

    (b) indireta, em que a Administrao contrata terceiros para a

    realizao do objeto. Esta ltima modalidade de execuo se subdivide

    em:

    x empreitada por preo global, em que o preo ajustado leva em considerao a obra como um todo;

    x empreitada por preo unitrio, quando o preo leva em conta unidades determinadas da obra a ser realizada;

    x empreitada integral, quando a obra contratada na sua integralidade, compreendendo todas as suas etapas,

    incluindo servios e obras; e

    x tarefa, quando se ajusta mo de obra para pequenos trabalhos, por preo certo, com ou sem fornecimento de

    PDWHULDLV DUW9,,, G LQGHSHQGHQWHPHQWHGHSUpYLDlicitao.

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    S tem sentido se falar em contrato de obras pblicas no regime

    de execuo indireta.

    2.3.2. Contratos de servios

    Servio conceituado pela lei em anlise no art. 6., II, como toda

    atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a

    Administrao. Melhor explicando, com fundamento em conceitos de

    direito civil, o servio uma obrigao que consiste num fazer.

    A lei distingue os servios comuns, os quais no precisam ser

    executados por pessoas com habilitao especfica, dos tcnicos

    profissionais (art. 13), que exigem habilitao legal, seja atravs de

    curso superior especfico ou de registro nos rgos legalmente

    determinados (estudos tcnicos, percias, pareceres, assessorias,

    fiscalizao, gerenciamento etc.).

    2.3.3. Servios contnuos (durao e prorrogao dos contratos)

    Servios contnuos so aqueles que atendem necessidades

    permanentes da Administrao (JUSTEN FILHO, 2008, p. 669). Por

    essa razo, esses servios no podem sofrer soluo de continuidade,

    ou seja, no podem ser interrompidos (GASPARINI, 2008, p. 704).

    Para ilustrar esse conceito, vale a transcrio do seguinte trecho do

    Acrdo 1382/2003 &kPDUDGR7&8'HQDWXUH]DFRQWLQXDGDVmo os servios que no podem ser interrompidos, por imprescindveis ao

    funcionamento da entidade pblica que deles se vale. Enquadram-se

    nessa categoria os servios de limpeza e de vigilncia, o fornecimento

    de gua e de energia eltrica, a manuteno de elHYDGRUHV A Lei n. 8.666/1993 faz meno aos servios contnuos quando

    trata da durao dos contratos administrativos. Via de regra, a

    durao desses contratos fica adstrita vigncia dos respectivos

    crditos oramentrios (art. 57, caput).

    As excees a essa regra geral so:

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    x os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais podero ser

    prorrogados se houver interesse da Administrao e desde

    que isso tenha sido previsto no ato convocatrio;

    x a prestao de servios a serem executados de forma contnua;

    x o aluguel de equipamentos e a utilizao de programas de informtica, podendo a durao estender-se pelo prazo de

    at 48 (quarenta e oito) meses aps o incio da vigncia do

    contrato;

    x as hipteses previstas nos incisos IX (comprometimento da segurana nacional), XIX (compra de material de uso das

    Foras Armadas), XXVIII (produo de bens e servios no

    Pas que envolvam alta complexidade tecnolgica e defesa

    nacional) e XXXI (contrataes visando criao de

    ambientes especializados e cooperativos de inovao e de

    pesquisa e desenvolvimento para soluo de problem