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DIREITO ADMINISTRATIVO – SENADO FEDERAL CONSULTOR LEGISLATIVO PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 198 AULA 4 (06/02/2012) Prezado(a) aluno(a), Nessa quarta aula serão abordados os seguintes temas: Aula 4: Controle da Administração: Espécies. Tribunal de Contas da União (TCU). Improbidade administrativa (Lei 8.429, de 1992). Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos Concursos. Grande abraço e ótima aula, Armando Mercadante [email protected]

Aula 04

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Direito Administrativo para Senado Federal

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    AULA 4 (06/02/2012)

    Prezado(a) aluno(a),

    Nessa quarta aula sero abordados os seguintes temas:

    Aula 4: Controle da Administrao: Espcies. Tribunal de Contas da Unio (TCU). Improbidade administrativa (Lei 8.429, de 1992).

    Qualquer dvida utilize-se do frum disponibilizado pelo Ponto dos Concursos.

    Grande abrao e tima aula,

    Armando Mercadante [email protected]

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    CCOONNTTRROOLLE E DDA A AADDMMIINNIISSTTRRAAO O PPBBLLIICCAA

    Voc certamente se lembra que durante curso demonstrei que a atividade administrativa exercida pelos trs Poderes do Estado: o Poder Executivo de forma tpica e os demais Poderes de forma atpica.

    Quando um Poder executa determinada atividade administrativa, ele prprio e os demais Poderes, com objetivo de verificar a sua conformidade com o ordenamento jurdico, desempenham controle sobre o ato praticado,

    Controle da Administrao Pblica o poder de fiscalizao e de correo que os rgos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio exercem sobre as atividades administrativas.

    Espcies de controle

    1. Quanto origem:

    Controle interno - exercido dentro do mesmo Poder, ainda que envolva pessoas jurdicas distintas. Melhor explicando... Para que o controle se caracterize como interno ele deve ocorrer dentro do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Judicirio. Dessa forma, interno o controle finalstico que um Ministrio exerce sobre as entidades da administrao indireta do mesmo Poder, bem como o controle que o chefe exerce sobre seus subordinados dentro de um mesmo rgo pblico.

    Controle externo - est presente quando um Poder exerce controle sobre atos de outro Poder. Como exemplo: o Congresso Nacional (Poder Legislativo) sustando os atos normativos praticados pelo Poder Executivo que exorbitem os do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa (art. 49, V, CF).

    Controle popular - realizado pelos administrados. Como exemplo: art. 31, 3, CF (as contas dos Municpios ficaro, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qual poder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei).

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    2. Quanto ao momento:

    Controle prvio (preventivo ou a priori) - tem como objetivo impedirque ato ilegal ou contrrio ao interesse pblico seja praticado. Como exemplo: aprovao prvia pelo Senado Federal da escolha dos Ministros do Tribunal de Constas da Unio indicados pelo Presidente da Repblica

    Controle concomitante - realizado no momento que a atividade administrativa executada. Exemplo: acompanhamento de um concurso pblico pela Corregedoria.

    Controle posterior (subsequente) - exercido aps a realizao do ato, tendo como objetivo a sua reviso (por ex: anulao e revogao) ou confirmao (por ex: homologao, aprovao e convalidao).

    3. Quanto amplitude:

    Controle hierrquico - est ligado desconcentrao administrativa, pois decorre do escalonamento vertical de rgos integrantes da administrao direta e da indireta. Esse controle foi estudado na aula sobre administrao indireta quando abordamos a autotutela.

    Controle finalstico - decorrente da descentralizao administrativa, sendo exercido pela administrao direta sobre as entidades da administrao indireta. conhecido como tutela administrativa. Tambm j estudamos esse controle na aula sobre administrao indireta.

    4. Quanto ao aspecto controlado:

    Controle de legalidade ou legitimidade - tem como objetivo verificar a conformao do ato com o ordenamento jurdico.

    Controle de mrito por meio desse controle verifica-se a oportunidade e a convenincia (mrito administrativo) do ato praticado. Incide apenas sobre os atos discricionrios, pois somente esses possuem mrito (campo para anlise da oportunidade e da convenincia).

    5. Quanto ao rgo:

    Administrativo Legislativo Judicial.

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    CCoonnttrroolle e aaddmmiinniissttrraattiivvo o

    O controle administrativo exercido pelo Poder Executivo e pelos rgos do Legislativo e do Judicirio, no exerccio de funes administrativas, sobre suas prprias condutas.

    Com base nesse controle, a fiscalizao e a reviso dos atos sero realizadas adotando-se como critrios aspectos de legalidade e oportunidade/convenincia (mrito administrativo).

    Esse controle, que ocorre dentro da mesma estrutura de Poder (controle interno), decorre do princpio da autotutela, consagrado na smula 473 do STF, assim redigida: A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial.

    O controle administrativo exercido de ofcio (iniciativa da prpria Administrao) ou mediante provocao.

    Tema comum em provas de concursos pblicos so os meios postos disposio dos administrados para provocar o controle administrativo. Alguns autores denominam esses meios de recursos administrativos (em sentido amplo), que so decorrncia do exerccio do direito constitucional de petio:

    I) Representao: meio utilizado para denunciar irregularidades perante a Administrao Pblica. Quem representa no a pessoa diretamente interessada, mas sim qualquer pessoa que tenha interesse de denunciar na condio de cidado.

    II) Reclamao: diferentemente da representao, na reclamao o recorrente o interessado direto na reviso de ato que prejudica seu direito ou interesse.

    III) Pedido de reconsiderao: pode ser comparada a uma reclamao, com a diferena de ser dirigida mesma autoridade que praticou o atoprejudicial ao interessado.

    IV) Reviso: por esse instrumento, o recorrente pede a reavaliao de deciso proferida em processo administrativo j encerrado, da qual

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    tenha resultado aplicao de sano. imprescindvel que haja fatos novos que possam conduzir a uma deciso diferente da anterior.

    V) Recurso hierrquico: pedido de reexame de deciso dirigida autoridade superior a que proferiu a deciso recorrida. Divide-se em prprios e imprprios.

    O recurso hierrquico prprio dirigido autoridade hierrquica imediatamente superior, no mesmo rgo em que o ato foi praticado, no dependendo seu cabimento de previso legal expressa.

    J o recurso hierrquico imprprio dirigido autoridade no inserida na mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo seu cabimento dependente de previso legal expressa.

    CCoonnttrroollee lleeggiissllaattiivvoo

    Daremos sequncia ao nosso estudo focando agora o controle legislativo, tambm chamado de controle parlamentar.

    Nas hipteses previstas na Constituio da Repblica, o Poder Legislativo exerce controle externo sobre os demais Poderes sob os critrios (tipos) poltico e financeiro.

    Os entes federativos no podem criar hipteses de controle legislativo diversas das previstas na Constituio Federal, sob pena de vcio de inconstitucionalidade por ofensa ao princpio da separao dos Poderes.

    O controle sobre que o Legislativo exerce sobre seus prprios atos controle interno - confunde-se com o controle administrativo, que j foi objeto de estudo na questo anterior.

    Portanto, grave que o controle legislativo, tambm denominado de controle parlamentar, exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos dos Poderes Executivo e Judicirio, por isso considerado um controle externo.

    Estudaremos agora os tipos de controles legislativos:

    - Controle Poltico: incide sobre os atos relacionados funo administrativa dos Poderes Legislativo e Judicirio abrangendo aspectos de legalidade e tambm de mrito (oportunidade e convenincia: discricionariedade).

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    So exemplos: art. 49, I, II, III, IV, V, XII, XIV, XVII; art. 50, caput; art. 50, 2; art. 51, II; art. 52, III, IV, V e XI art. 58, 3, todos da Constituio da Repblica.

    No vejo necessidade de reproduzir todos esses exemplos. Reproduzirei apenas os cinco primeiros incisos do art. 49, deixando para voc conferir na sua CF os demais:

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional; II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa;

    - Controle financeiro: exercido pelo Poder Legislativo sobre os Poderes Executivo e Judicirio e sobre sua prpria administrao. Tem como objeto o controle das receitas, despesas e gesto de recursos pblicos.

    Quando o controle exercido sobre os demais Poderes, denominado de externo, e conta com o auxlio do Tribunal de Contas (que rgo integrante do Poder Legislativo); quando sobre seus prprios atos, ser interno (importante destacar que todos os Poderes exercem internamente esse controle).

    A propsito, veja a redao do art. 74 da CF:

    Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e dos oramentos da Unio; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia, da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades da administrao federal, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado;

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    III - exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da Unio; IV - apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional.

    O controle financeiro alcana todos os entes federados, abrangendo tanto a administrao direta como a indireta.

    Alm disso, importante saber para a prova que o controle financeiro no se limita administrao pblica, alcanando qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos, ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria (art. 70, pargrafo nico, CF).

    Todas as pessoas listadas acima so obrigadas a prestar contas ao TCU.

    O controle financeiro incide sobre cinco reas de atuao, nos termos do art. 70, caput, da CF:

    Contbil; Financeiro; Oramentrio; Operacional; Patrimonial. Alm disso, tambm com base no caput do art. 70 da CF, o controle ser exercido sob cinco aspectos:

    Legalidade; Legitimidade; Economicidade; Aplicao das subvenes; Renncia de receitas. Sobre o Tribunal de Contas, assim dispe a Constituio da Repblica:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

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    dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repblica, mediante parecer prvio que dever ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo Poder Pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta, includas as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso, bem como a das concesses de aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio; IV - realizar, por iniciativa prpria, da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comisso tcnica ou de inqurito, inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a Unio participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicao de quaisquer recursos repassados pela Unio mediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Municpio; VII - prestar as informaes solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comisses, sobre a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspees realizadas; VIII - aplicar aos responsveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanes previstas em lei, que estabelecer, entre outras cominaes, multa proporcional ao dano causado ao errio; IX - assinar prazo para que o rgo ou entidade adote as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Cmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

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    1 - No caso de contrato, o ato de sustao ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabveis. 2 - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, no efetivar as medidas previstas no pargrafo anterior, o Tribunal decidir a respeito. 3 - As decises do Tribunal de que resulte imputao de dbito ou multa tero eficcia de ttulo executivo. 4 - O Tribunal encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatrio de suas atividades.

    Tenho conscincia de que os alunos no gostam dessa parte da matria, mas j conversamos sobre a impossibilidade de escolhermos contedo programtico. Voc tem que estudar toda a matria, independente de gostar ou no. Muita pacincia agora, dedicao, pense no futuro, respire fundo e vamos prosseguir...

    No caso especfico desse art. 71 no preciso decorar, mas fazer uma leitura peridica e ficar atento(a) para as seguintes questes:

    I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repblica, mediante parecer prvio que dever ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

    O TCU no julga as contas do Presidente, mas to somente aprecia. A competncia para julgamento do Congresso Nacional.

    Pelo princpio da simetria constitucional, essa regra ser aplicvel aos Estados, DF e Municpios. Ento, por exemplo, as contas do Governador sero apreciadas pelo Tribunal de Contas do respectivo Estado e julgadas pela Assemblia Legislativa.

    II - julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo Poder Pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico;

    Se o TCU no julga as contas do Presidente da Repblica, diferente a situao quanto s contas dos demais administradores. As contas desses so julgadas pelo TCU. No mbito estadual e municipal, pelos respectivos Tribunais de Contas (no caso dos municpios, naqueles em que existir tribunal de contas).

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    Quanto a esse ponto, vale destacar trs decises do STF:

    ADI 1.779/PE (01/08/01): inconstitucional a outorga pela Constituio estadual de competncia para a Assemblia Legislativa julgar as suas prprias contas e as dos administradores locais. O julgamento deve ser feito pelo respectivo Tribunal de Contas.

    ADI 1.175/DF (04/08/04): a competncia para apreciar e julgar as contas do Tribunal de Contas do DF da respectiva Cmara Legislativa. Esse entendimento pode ser aplicado aos Estados, sendo, portanto, competente a Assemblia Legislativa para apreciar e julgar as contas dos Tribunais de Contas estaduais.

    ADIMC 3.715 (24/05/06): e inconstitucional previso em Constituio estadual de que o julgamento de contas realizado pelo tribunal de contas do estado est sujeito a recurso para o Plenrio da Assemblia Legislativa.

    Finalizando esse inciso, devo destacar que os Tribunais de Contas no exercem funo jurisdicional, que tpica do Poder Judicirio.

    III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e indireta, includas as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso, bem como a das concesses de aposentadorias, reformas e penses, ressalvadas as melhorias posteriores que no alterem o fundamento legal do ato concessrio;

    Quanto a esse inciso, chamarei ateno apenas para um detalhe simples: competncia do TCU apreciar a legalidade: I) dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta ou indireta, II) dos atos de concesses de aposentadorias, reformas e penses.

    A exceo refere-se apenas nomeao para cargo em comisso!!!

    Fiz questo destacar esse ponto, pois percebo em sala que diversos alunos interpretam de forma equivocada esse inciso e incluem na exceo as concesses de aposentadoria, reforma e penses.

    X - sustar, se no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Cmara dos Deputados e ao Senado Federal;

    importante que voc compare esse inciso X com o pargrafo primeiro, que abaixo novamente reproduzirei:

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    1 - No caso de contrato, o ato de sustao ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabveis.

    Observe que h diferena de tratamento entre ato e contrato.

    Sendo ato administrativo o prprio TCU susta a sua execuo; sendo contrato administrativo, a competncia para sustar do Congresso Nacional, que solicitar de imediato que o Poder Executivo adote as providncias necessrias. Caso Congresso Nacional e Poder Executivo no adotem as medidas cabveis, ter o TCU competncia para decidir a respeito, conforme leitura do 2 (Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, no efetivar as medidas previstas no pargrafo anterior, o Tribunal decidir a respeito).

    Por fim, outras informaes importantes para sua prova relacionadas aos tribunais de contas:

    Smula 347 do STF: O Tribunal de Contas, no exerccio de suas atribuies, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Pblico;

    Tm legitimidade para expedir medidas cautelares: com o objetivo de evitar a ocorrncia de prejuzo ao errio ou a direito alheio, bem como de preservar a efetividade de suas decises. Essas medidas cautelares podero ser concedidas inaudita altera parte, ou seja, sem antes ouvir a outra parte;

    No dispem de competncia para determinar a quebra do sigilo bancrio;

    Smula vinculante n 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso. (sem destaque no original)

    CCoonnttrroollee jjuuddiicciiaall

    Fechando a matria controle da Administrao Pblica, estudaremos o controle judicial (ou judicirio), que aquele executado privativamente pelos rgos do Poder Judicirio, quando provocados, sobre os seus prprios

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    atos administrativos e os praticados pelos demais Poderes quando realizam atividades administrativas.

    Por meio do controle judicial, o Poder Judicirio verifica exclusivamente se o ato administrativo foi praticado de acordo com o ordenamento jurdico (legalidade/legitimidade), no invadindo o mrito administrativo(convenincia e oportunidade).

    Da o Judicirio, no exerccio de sua funo jurisdicional (tpica), poder anular os atos administrativos ilegais, sejam eles vinculados ou discricionrios, no podendo, contudo, revogar os inconvenientes ou inoportunos.

    S ser possvel a revogao dos prprios atos pelo Poder Judicirio quando estiver exercendo funo administrativa.

    O Brasil adotou o sistema de jurisdio una (sistema ingls ou sistema de monoplio de jurisdio), pelo qual o Judicirio tem o monoplio da funo jurisdicional, apreciando com fora de coisa julgada leso ou ameaa a direitos individuais ou coletivos. No adotou, portanto, o sistema francs (sistema da dualidade de jurisdio ou sistema do contencioso administrativo), em que algumas decises administrativa fazem coisa julgada.

    Alguns atos esto sujeitos a controle especial pelo Poder Judicirio:

    Atos interna corporis: so os regimentos internos dos rgos colegiados, tais como Senado Federal, Cmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal etc.

    Atos polticos: no so atos propriamente administrativos, mas sim atos de governo. So os atos discricionrios praticados por agentes do Governo, no uso da competncia constitucional, utilizados como instrumentos para conduo dos negcios pblicos. Exemplos: ato de indulto do Presidente da Repblica (art. 84, XII, CF); ato tambm do Presidente permitindo que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional (art. 84, XXII, CF).

    So diversos os meios de controle postos disposio do administrado para provocar o Poder Judicirio no exerccio do seu direito de ao.

    Alguns desses meios foram previstos diretamente na Constituio Federal, sendo nominados pela doutrina de remdios constitucionais:

    Habeas corpus Habeas data

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    Mandado de injuno Mandado de segurana individual Mandado de segurana coletivo Ao popular Ao civil pblica

    QQUUEESSTTEESS SSOOBBRRE E CCOONNTTRROOLLE E DDA A AADDMMIINNIISSTTRRAAOO PPBBLLIICCAA

    Importante lembrar que as questes abaixo so reproduzidas no final do captulo sem os respectivos comentrios.

    01) (FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 1) A respeito dos sistemas de controle da administrao pblica, analise as afirmativas a seguir: I. Os responsveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade solidria. II. A aplicao das sanes decorrentes da prtica de ato de improbidade administrativa independe da aprovao ou rejeio das contas pelo rgo de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente. III. De acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, a revogao de atos administrativos por motivo de convenincia e oportunidade deve respeitar direitos adquiridos; entretanto, como se trata de desfazimento do ato por razes de mrito, no se oferece ao beneficirio a oportunidade de manifestar-se previamente revogao. Assinale a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. b) se apenas a afirmativa I estiver correta. c) se apenas a afirmativa II estiver correta. d) se apenas a afirmativa III estiver correta. e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

    COMENTRIOS

    I) Correta, pois reproduo do art. 74, 1, CF.

    II) Correta, pois assim dispe o art. 22, II, da Lei 8.429/92: a aplicao das sanes previstas nesta Lei independe (...) II - da aprovao ou rejeio das contas pelo rgo de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente.

    III) Em que pese o enunciado fazer referncia lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro possvel respond-lo independentemente de

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    conhecer o contedo do referido diploma. A assertiva est errada, pois a revogao no dispensa a observncia do princpio do contraditrio.

    GABARITO: letra A (I e II corretas)

    02) (FGV - 2010 - BADESC Advogado) Compete ao Senado Federal autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse das pessoas federativas. Essa competncia diz respeito: a) ao controle judicial. b) ao controle hierrquico. c) ao controle legislativo, de natureza poltica. d) ao controle legislativo, de natureza financeira. e) ao controle administrativo.

    COMENTRIOS

    O controle que o Poder Legislativo exerce sobre os demais Poderes denominado de legislativo, podendo ser poltico ou financeiro.

    Conforme ensina Jos dos Santos Carvalho Filho: a caracterstica do controle poltico tem por base a possibilidade de fiscalizao e deciso do Poder Legislativo sobre atos ligados funo administrativa e de organizao do Executivo e do Judicirio.

    O mesmo autor leciona: controle financeiro aquele exercido pelo Poder Legislativo sobre o Executivo, o Judicirio e sobre sua prpria administrao no que se refere receita, despesa e gesto dos recursos pblicos.

    A competncia do Senado Federal indicada no enunciado constitui controle legislativo de natureza poltica, sendo previsto no art. 52, V, CF.

    GABARITO: letra C.

    03) (FGV - 2010 - SEAD-AP - Fiscal da Receita Estadual - Prova 1) O poder de sustao do Congresso Nacional em relao aos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar uma funo do controle: a) administrativo. b) poltico. c) de legalidade. d) externo. e) normativo.

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    COMENTRIOS

    No caso apresentado, a sustao dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar (art. 49, X, CF) considerada pela doutrina como manifestao do controle legislativo poltico.

    GABARITO: letra B

    04) (FGV - 2009 - MEC - Administrador de Banco de Dados) Com relao ao tema Controle da Administrao Pblica, a representao e as apuraes de irregularidades pelas Comisses Parlamentares de Inqurito esto relacionadas, respectivamente, aos controles: a) hierrquico e judicial. b) judicial e legislativo. c) administrativo e judicial. d) legislativo e administrativo. e) administrativo e legislativo.

    COMENTRIOS

    A representao constitui a denncia de irregularidades feita perante a prpria Administrao Pblica ou a rgos de controle, como o Ministrio Pblico ou Tribunal de Contas. Constitui instrumento do controle administrativo.

    J a apurao de irregularidades pelas CPIs est relacionada ao controle legislativo poltico.

    GABARITO: letra E

    05) (FGV - 2008 - TCM-RJ Procurador) No que tange ao controle dos atos administrativos, analise as assertivas a seguir: I. A apreciao das contas e dos contratos municipais pelo Tribunal de Contas do Municpio, que as aprovou, no inibe a atuao do Poder Judicirio para o exame de sua legalidade e constitucionalidade, uma vez que as Cortes de Contas no exercem jurisdio. II. O controle da Administrao Pblica, considerado um princpio fundamental desta, indispensvel execuo das atividades administrativas do Estado e deve ser exercido em todos os nveis e em todos os rgos. III. Nos processos perante o Tribunal de Contas asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o

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    interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso. Assinale: a) se somente as assertivas I e II estiverem corretas. b) se todas as assertivas estiverem corretas. c) se somente as assertivas I e III estiverem corretas. d) se somente as assertivas II e III estiverem corretas. e) se nenhuma assertiva estiver correta.

    COMENTRIOS

    I) Prevalece no Brasil a teoria da unicidade de jurisdio, significando que apenas as decises proferidas pelo Poder Judicirio tm carter de definitividade. Dessa forma, as decises proferidas pelos Tribunais de Contas so passveis de apreciao pelo Poder Judicirio no que se refere sua legalidade/constitucionalidade. Lembrar que nenhuma ameaa ou leso a direito podem ser afastadas da apreciao do Poder Judicirio, conforme dispe o art. 5 da CF (princpio da inafastabilidade). Assertiva correta.

    II) Assertiva correta, traduzindo o necessrio controle que as atividades da Administrao Pblica devem sofrer.

    III) Correta, por ser reproduo da smula vinculante n 3: nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

    GABARITO: letra B.

    06) (FCC - 2010 - TRT - 8 Regio (PA e AP) - Analista Judicirio - Execuo de Mandados) O controle legislativo dos atos do Poder Executivo, em matria contbil, financeira e oramentria, exercido pelo Poder Legislativo a) por meio de seus auditores. b) com autorizao do Poder Judicirio. c) com auxlio do Tribunal de Contas. d) com auxlio do Ministrio Pblico. e) por meio de comisses parlamentares de inqurito.

    COMENTRIOS

    Conforme art. 71, caput, CF: o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de contas da Unio, ao qual compete....

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    GABARITO: letra C

    07) (FCC/2010/TCE-RO/Auditor) De acordo com as disposies da Constituio Federal, o controle exercido pelo Tribunal de Contas compreende, dentre outras hipteses, a) sustar, caso no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Cmara dos Deputados e ao Senado Federal. b) analisar e aprovar as concesses de aposentadoria, reformas e penses dos servidores da Administrao Direta e Indireta. c) fiscalizar e providenciar a liberao de recursos repassados pela Unio aos Estados e destes para os Municpios. d) julgar as contas do Presidente da Repblica e os atos de admisso de pessoal da Administrao Direta e Indireta. e) aplicar diretamente aos responsveis as sanes previstas em lei, excluda a imposio de multa, que depende de aprovao do Senado Federal.

    COMENTRIOS

    A) Resposta correta, conforme art. 71, X, CF

    B) Apreciar, para fins de registro, a legalidade das concesses de aposentadoria... O TCU no aprova, como dito na assertiva (art. 71, III, CF).

    C) Assertiva incorreta: o TCU fiscalizar a aplicao de quaisquer recursos repassados pela Unio mediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, a Estados, ao Distrito Federal ou a Municpio (art. 71, IV, CF).

    D) O TCU no julga as contas, mas sim aprecia (art. 71, I e III, CF).

    E) Assertiva incorreta. Conforme art. 71, VIII, CF: aplicar aos responsveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanes previstas em lei, que estabelecer, entre outras cominaes, multa proporcional ao dano causado ao errio.

    GABARITO: letra A

    08) (FCC/2010/TCM-PA/Tcnico de Controle Externo) Sobre o controle administrativo da Administrao Pblica INCORRETO afirmar que a) a Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais. b) o direito de petio uma forma de controle administrativo.

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    c) o recurso hierrquico imprprio o recurso dirigido a autoridade de outro rgo no integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato recorrido. d) a expresso coisa julgada administrativa significa que a deciso tornou-se irretratvel pela prpria Administrao, no impedindo que seja apreciada pelo Poder Judicirio se causar leso ou ameaa de leso. e) os recursos administrativos podem ter efeito suspensivo ou devolutivo, sendo que ambos so independentes de previso legal.

    COMENTRIOS

    A) A anulao dos prprios atos administrativos pela Administrao constitui exerccio do poder de autotutela, podendo ser exercido de ofcio ou mediante provocao.

    B) No exerccio desse direito os administrados exercem controle administrativo sob os atos praticados pela Administrao Pblica, valendo-se das reclamaes, representaes, recursos administrativos etc.

    C) Diferentemente do recurso hierrquico prprio que dirigido para autoridade do mesmo rgo e integrada em hierarquia superior daquele que proferiu o ato recorrido.

    D) Lembrar que o Brasil adotou o modelo de jurisdio una, apenas gozando de imutabilidade as decises judiciais acobertadas pela coisa julgada.

    E) Assertiva incorra, sendo a resposta da questo. O efeito devolutivo a regra, portanto, independe de previso legal. J o suspensivo, por constituir exceo, depende de previso legal.

    GABARITO: letra E

    09) (FCC/2010/AL-SP/Agente Tcnico Legislativo Especializado) No campo do controle administrativo dos servios pblicos, a denncia formal e assinada de irregularidades internas ou de poder na prtica de atos da administrao denomina-se a) recurso administrativo. b) representao administrativa. c) reclamao. d) pedido de reconsiderao. e) invalidao.

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    COMENTRIOS

    A Letra B contm a resposta correta: representao administrativa.

    Se houvesse indicao que o denunciante o prprio lesado, teramos reclamao como resposta.

    GABARITO: letra B

    10) (FCC/2010/TRF - 4 REGIO/Analista Judicirio/rea Judiciria) No que se refere forma de controle da Administrao Pblica, considere: I. O controle exercido pela Administrao direta sobre as pessoas jurdicas integrantes da Administrao indireta deriva do poder de tutela. II. O controle que visa verificar a oportunidade e convenincia administrativas do ato controlado, como regra, compete exclusivamente ao prprio Poder que, atuando na funo de Administrao Pblica, editou o ato administrativo. Essas formas, conforme a amplitude e o aspecto controlado, denominam-se, respectivamente, a) subsequente e preventivo. b) de mrito e subsequente. c) de legalidade e finalstico. d) finalstico e de mrito. e) hierrquico e de legalidade.

    COMENTRIOS

    I) A tutela tambm denominada pela doutrina de controle finalstico ou superviso ministerial.

    II) A assertiva traz a autotutela. Lembrar que a extino do ato pela anlise de mrito (oportunidade + convenincia) denomina-se revogao.

    GABARITO: letra D

    11) (FCC/2010/TRE-AC/Tcnico Judicirio/Administrativa) O dever do Administrador Pblico de prestar contas a) aplica-se a todos os rgos e entidades pblicas, exceto aos Tribunais de Contas por serem os rgos encarregados da tomada de contas dos administradores. b) aplica-se apenas aos agentes responsveis por dinheiro pblico. c) no alcana os particulares, mesmo que estes recebam subvenes estatais.

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    d) no se aplica aos convnios celebrados entre a Unio e os Municpios, por se tratar de acordo entre entidades estatais. e) imposto a qualquer agente que seja responsvel pela gesto e conservao de bens pblicos.

    COMENTRIOS

    A) O dever do Administrador Pblico aplica-se a todos os rgos e entidades pblicas, inclusive aos Tribunais de Contas. Assertiva incorreta por excluir os tribunais de contas.

    B) Assertiva incorreta, conforme art. 70, pargrafo nico, CF: prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    C) Assertiva incorreta, com base no art. 70, pargrafo nico, CF, acima reproduzido.

    D) Inclusive competncia do TCU fiscalizar a aplicao de quaisquer recursos repassados pela Unio mediante convnio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congneres, a Estados, ao Distrito Federal ou a Municpio (art. 71, IV, CF).

    E) Assertiva correta, conforme art. 70, pargrafo nico, CF, j reproduzido.

    GABARITO: letra E

    12) (FCC/2010/TRE-RS/Analista Judicirio/rea Judiciria) Est correto afirmar que, o controle administrativo a) exercido por meio de fiscalizao hierrquica, apenas. b) dos atos do Poder Executivo exercido pelo Poder Legislativo. c) permite a anulao dos atos administrativos por convenincia e oportunidade. d) deriva do poder-dever de autotutela que a Administrao tem sobre seus prprios atos e agentes. e) no pode ser exercido pelos Poderes Judicirio e Legislativo.

    COMENTRIOS

    A) Assertiva incorreta, pois a fiscalizao hierrquica um dos meios de controle administrativo.

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    B) Ser exercido pelo prprio Poder Executivo. Assertiva incorreta.

    C) Anulao: ilegalidade; revogao: oportunidade e convenincia (mrito). Assertiva incorreta.

    D) Assertiva correta.

    E) Poderes Legislativa e Judicirio exercem o controle administrativo quando do desempenho de funo administrativa.

    GABARITO: letra D

    13) (FCC - 2011 - TRT - 20 REGIO (SE) - Analista Judicirio - rea Judiciria) Sobre o Controle Judicial, especificamente no que diz respeito aos atos polticos e aos atos interna corporis, correto afirmar: a) Os atos interna corporis, em regra, so apreciados pelo Poder Judicirio. b) Os atos polticos no so passveis de apreciao pelo Poder Judicirio. c) Ambos podem ser apreciados pelo Poder Judicirio se causarem leso a direitos individuais ou coletivos. d) Apenas os atos polticos podem ser apreciados pelo Poder Judicirio, desde que causem leso a direitos individuais ou coletivos. e) Apenas os atos interna corporis podem ser apreciados pelo Poder Judicirio, desde que causem leso a direitos individuais ou coletivos

    COMENTRIOS

    Para responder a essa questo lembre-se da redao do art. 5, XXXV, CF: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito.

    Independentemente da natureza do ato praticado, sendo ilegal estar sujeito a controle pelo Poder Judicirio.

    Dessa forma, a resposta correta est na letra C, que prev a possibilidade de controle dos atos polticos e dos atos interna corporis ser causarem leso a direitos individuais ou coletivos.

    GABARITO: letra C

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    14) (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Pblico) Considere as seguintes afirmaes com relao aos controles externo e interno da administrao pblica, tendo em vista os artigos 70 a 75 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988: I. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma independente, sistema de controle interno, com a finalidade de apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional. II. Os responsveis pelo controle externo, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade subsidiria. III. O controle externo exercer a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da administrao, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas. a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III.

    COMENTRIOS

    I) Conforme art. 74, caput, CF, os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de ... . Assertiva incorreta.

    II) De acordo com o art. 74, 1, CF: os responsveis pelo controle externo, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade solidria. Assertiva incorreta.

    III) Assertiva correta. Nos termos do art. 70, caput, CF: A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncias de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder GABARITO: letra C (apenas o item III est correto)

    15) (FCC - 2009 - MRE - Oficial de Chancelaria) Smula 473 A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados

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    os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial. certo que a Administrao Pblica, dentre outras situaes, a) est sujeita fiscalizao administrativa de seus atos, sendo-lhe vedada a revogao de seus atos discricionrios. b) tem o dever de velar pela execuo da lei, facultada a anulao dos atos ilegais que praticar. c) sujeita-se ao controle jurisdicional de sua atuao, mas no ao controle legislativo de seus atos. d) no pode descumprir a lei a pretexto de sua inconstitucionalidade, mas pode atuar, em qualquer situao, contra legem ou praeter legem. e) deve anular os atos ilegais que praticar e pode revogar seus atos discricionrios inconvenientes ou inoportunos.

    COMENTRIOS

    A) O exerccio do poder de autotutela implica na anulao de atos ilegais e na revogao de atos inoportunos e/ou inconvenientes.

    B) Diante de uma ilegalidade, a Administrao Publica tem o dever-poder de anul-lo.

    C) A Administrao Pblica est sujeita ao controle administrativo, jurisdicional e legislativo, conforme estudado nessa aula.

    D) O simples fato de a assertiva dizer que a Administrao pode agir de forma contrria lei j demonstra a sua incorreo.

    E) Conforme dito no item A, exerccio do poder de autotutela, tema inclusive sumulado no STF. Assertiva correta. GABARITO: letra E

    OOUUTTRRAASS QQUUEESSTTEESS DDEE CCOONNCCUURRSSOOSS SSOOBBRREE CCOONNTTRROOLLE E DDA A AADDMMIINNIISSTTRRAAO O

    1) (CESPE/AFPS) A administrao pblica est sujeita a controle, interno e dos Poderes Legislativo e Judicirio.

    2) (CESPE/2009/DPE-AL/DEFENSOR PBLICO) Os atos polticos e os atos interna corporis so insuscetveis de apreciao pelo Poder Judicirio.

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    3) (CESPE/2009/TRE-MA/ANALISTA JUDICIRIO/REA JUDICIRIA) Configura controle interno, decorrente da autotutela, aquele exercido pela prpria administrao sobre os atos administrativos praticados no mbito da administrao pblica direta e da indireta.

    4) (TJ/SE/2008/CESPE) O TC, dentro do poder geral de cautela, tem competncia para determinar a quebra de sigilo bancrio do administrador pblico ordenador de despesa.

    5) (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) O ordenamento jurdico investe o cidado de meios para desencadear o controle externo da omisso abusiva de um administrador pblico. No h, porm, previso legal especfica que autorize um cidado a suscitar o controle da omisso pela prpria administrao.

    6) (FUNIVERSA/2009/PC/DF/Agente de Polcia) Por possuir presuno de legitimidade, h que se falar em controle judicial dos atos administrativos somente a posteriori.

    7) (FUNIVERSA/2009/PC-DF/Agente de Polcia) O controle exercido de vrias formas, sendo uma delas o de forma hierrquica exercido pelas secretarias de estado sobre suas autarquias que lhe so vinculadas.

    8) (CESPE/2009/TRE-MA/TCNICO JUDICIRIO/ADMINISTRATIVA) A superviso ministerial decorre do poder de autotutela da administrao pblica e configura-se como modalidade especial de controle administrativo.

    9) (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) A revogao do ato administrativo ato privativo da administrao pblica, haja vista decorrer de motivos de convenincia ou oportunidade. Como corolrio, correto afirmar, ento, que o Poder Judicirio jamais poder revogar um ato administrativo.

    10) (CESPE/2009/TRE-MA/TCNICO JUDICIRIO) O direito de petio previsto na CF instrumento hbil para provocar a atuao do controle administrativo estatal.

    11) (CESPE/2009/TRE-MA/ANALISTA JUDICIRIO) A reclamao constitui modalidade de recurso administrativo por meio do qual veiculada denncia de irregularidades perante a prpria administrao pblica ou perante os demais entes de controle.

    12) (CESPE/AFPS) O recurso hierrquico um dos meios de realizao do controle da atividade das entidades pblicas.

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    13) (DPE/ES/DEFENSOR/2009/CESPE) O recurso hierrquico prprio dirigido autoridade imediatamente superior, no mesmo rgo em que o ato foi praticado, enquanto o recurso hierrquico imprprio dirigido autoridade de outro rgo, no inserido na mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo que o cabimento de ambos depende de previso legal expressa.

    14) (CESPE/2009/TRE-MA/ANALISTA JUDICIRIO) As constituies estaduais podem estabelecer outras modalidades de controle do Poder Legislativo sobre a administrao pblica alm das previstas na CF.

    15) (CESPE/2009/TRE-MA/TCNICO JUDICIRIO) privativo do Senado Federal o controle poltico a ser exercido mediante a aprovao prvia, aps arguio em sesso secreta, da escolha de chefes de misso diplomtica de carter permanente.

    16) (ESAF/TRF/2002-2) Na rea federal, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) exerce o monoplio do controle contbil, financeiro e oramentrio, da Administrao Pblica Federal Direta e Indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade. a) Correta a assertiva. b) Incorreta a assertiva, porque esse controle exercido com exclusividade pelo Congresso Nacional. c) Incorreta a assertiva, porque tal funo cabe ao sistema de controle interno, com exclusividade. d) Incorreta a assertiva, porque tal fiscalizao compartilhada entre CN, TCU e sistema de controle interno. e) Incorreta a assertiva, porque esse controle exercido pelo TCU se restringe Administrao Direta.

    17) (CESPE/2009/TRE-MA/TCNICO JUDICIRIO) O titular do controle externo da atividade financeira do Estado o TCU.

    18) (ESAF/INSS/2002) Administrao Tributria e Fazendria) Entre as finalidades institucionais dos sistemas de controle interno dos Poderes da Unio, previstas expressamente na Constituio, no se inclui a de: a) exercer o controle das operaes de crdito. b) exercer o controle dos haveres da Unio. c) apoiar o controle externo. d) avaliar os resultados da aplicao de recursos pblicos, por entidades de direito privado. e) examinar os planos e programas nacionais e regionais previstos na Constituio.

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    19) (FISCAL DE RENDAS/ISS/RIO DE JANEIRO/2002) A respeito do controle dos atos administrativos pelas Cortes de Contas, correto afirmar-se que: a) alcana a legalidade, a legitimidade e a economicidade do ato b) limita-se verificao da conformao lei dos elementos estruturais do ato c) abrange, alm da legalidade, o exame das causas que impulsionaram o administrador a agir d) rev, apenas, os aspectos relacionados com a competncia, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade do ato

    20) (CESPE/2009/BACEN/PROCURADOR) O controle externo ser exercido pelo TCU, ao qual compete julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio.

    21) (TJ/SE/2008/CESPE) As decises do TC que imputem multa tm natureza de ttulo executivo judicial.

    22) (TJ/SE/2008/CESPE) A O juiz de direito de Sergipe tem competncia para julgar ao pelo rito ordinrio proposta para anular deciso do TCE/SE, na medida em que esta tem natureza jurdica de ato administrativo.

    23) (DPGU/DEFENSOR PBLICO/2007/CESPE) De acordo com o STF, o TCU no tem competncia para julgar contas das sociedades de economia mista exploradoras de atividade econmica, ou de seus administradores, j que os bens dessas entidades no so pblicos, mas, sim, privados.

    24) (ESAF/TRF/2002) A fiscalizao dos rgos da Administrao Pblica Federal, quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade, ser exercida pelo Congresso Nacional, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio TCU, e pelo sistema de controle interno de cada Poder, sendo que ao TCU compete apreciar as contas anuais do Presidente da Repblica e das suas decises, em geral, cabe recurso para o Congresso, salvo as de que resulte imputao de dbito, porque tero eficcia de ttulo executivo. a) Correta a assertiva. b) Incorreta a assertiva, porque a apreciao das contas presidenciais da competncia exclusiva do Congresso Nacional. c) Incorreta a assertiva, porque das decises do TCU no cabe recurso para o Congresso Nacional. d) Incorreta a assertiva, porque as decises do TCU imputando dbito no tm eficcia de ttulo executivo.

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    e) Incorreta a assertiva, porque o controle interno se restringe a verificar a regularidade contbil de contas.

    25) (TJ/DFT/Analista/2008/CESPE) O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico.

    Gabarito: 1) correta, 2) errada, 3) errada, 4) errada, 5) errada, 6) errada, 7) errada, 8) errada, 9) errada, 10) correta, 11) errada, 12) correta, 13) errada, 14) errada, 15) correta, 16) D, 17) errada, 18) E, 19) A, 20) correta, 21) errada, 22) correta, 23) errada, 24) C, 25) correta

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 25 25

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 25 25

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 25 25

    Gabarito comentado

    1) Correta - A administrao pblica est sujeita a controle, interno e dos Poderes Legislativo e Judicirio. (no controle interno, cada Poder controla seus prprios atos)

    2) Errada - Os atos polticos e os atos interna corporis so insuscetveis de apreciao pelo Poder Judicirio. (a apreciao de nenhuma ilegalidade poder ser afastada da apreciao do Poder Judicirio).

    3) Errada - Configura controle interno, decorrente da autotutela, aquele exercido pela prpria administrao sobre os atos administrativos praticados no mbito da administrao pblica direta e da indireta. (a questo mal formulada. Autotutela o controle que cada pessoa jurdica integrante da AD e da AI exerce sobre os seus atos)

    4) Errada - O TC, dentro do poder geral de cautela, tem competncia para determinar a quebra de sigilo bancrio do administrador pblico ordenador de despesa. (somente o Poder Judicirio)

    5) Errada - O ordenamento jurdico investe o cidado de meios para desencadear o controle externo da omisso abusiva de um administrador pblico. No h, porm, previso legal especfica que autorize um cidado a suscitar o controle da omisso pela prpria administrao. (a questo se esquece do direito de petio...)

    6) Errada - por possuir presuno de legitimidade, h que se falar em controle judicial dos atos administrativos somente a posteriori. (o controle pode ser prvio, simultneo ou posterior)

    7) Errada - O controle exercido de vrias formas, sendo uma delas o de forma hierrquicaexercido pelas secretarias de estado sobre suas autarquias que lhe so vinculadas. (no h hierarquia entre administrao direta e indireta. Desa forma, no h hierarquia entre secretarias e as autarquias que lhe so vinculadas)

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    8) Errada - A superviso ministerial decorre do poder de autotutela da administrao pblica e configura-se como modalidade especial de controle administrativo. (superviso ministerial, tambm denominada de controle finalstico ou tutela, representa o controle que a administrao direta exerce sobre os atos praticados pela administrao indireta)

    9) Errada - A revogao do ato administrativo ato privativo da administrao pblica, haja vista decorrer de motivos de convenincia ou oportunidade. Como corolrio, correto afirmar, ento, que o Poder Judicirio jamais poder revogar um ato administrativo. (poder revogar no exerccio de funo atpica administrativa)

    10) Correta - O direito de petio previsto na CF instrumento hbil para provocar a atuao do controle administrativo estatal.

    11) Errada - A reclamao constitui modalidade de recurso administrativo por meio do qual veiculada denncia de irregularidades perante a prpria administrao pblica ou perante os demais entes de controle. (a definio de representao. Na realidade, no gosto dessa questo, pois a diferena entre representao e reclamao que nesta o lesado quem denuncia, mas ambas veiculam irregularidades)

    12) Correta - O recurso hierrquico um dos meios de realizao do controle da atividade das entidades pblicas. (lembrando que meio de controle administrativo)

    13) Errada - O recurso hierrquico prprio dirigido autoridade imediatamente superior, no mesmo rgo em que o ato foi praticado, enquanto o recurso hierrquico imprprio dirigido autoridade de outro rgo, no inserido na mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo que o cabimento de ambos depende de previso legal expressa. (a primeira parte da questo perfeita. O erro est na sua parte final, pois o recurso hierrquico prprio no depende de previso legal expressa, somente o imprprio)

    14) Errada - As constituies estaduais podem estabelecer outras modalidades de controle do Poder Legislativo sobre a administrao pblica alm das previstas na CF. (devem ser observadas apenas as modalidades previstas na CF)

    15) Correta - privativo do Senado Federal o controle poltico a ser exercido mediante a aprovao prvia, aps arguio em sesso secreta, da escolha de chefes de misso diplomtica de carter permanente. (art. 52, IV, CF)

    16) Letra d, porque tal fiscalizao compartilhada entre CN, TCU e sistema de controle interno. (art. 70, CF)

    17) Errada - O titular do controle externo da atividade financeira do Estado o TCU (essa questo gerou muito discusso O TCU auxilia o Congresso Nacional no controle externo).

    18) Letra e a) exercer o controle das operaes de crdito. (art. 74, III, CF) b) exercer o controle dos haveres da Unio. (art. 74, III, CF) c) apoiar o controle externo. (art. 71, IV, CF) d) avaliar os resultados da aplicao de recursos pblicos, por entidades de direito privado. (art. 71, II, CF) e) examinar os planos e programas nacionais e regionais previstos na Constituio.

    19) Letra a a) alcana a legalidade, a legitimidade e a economicidade do ato (art. 70, caput) b) limita-se verificao da conformao lei dos elementos estruturais do ato

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    c) abrange, alm da legalidade, o exame das causas que impulsionaram o administrador a agir d) rev, apenas, os aspectos relacionados com a competncia, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade do ato

    20) Correta - O controle externo ser exercido pelo TCU, ao qual compete julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e sociedades institudas e mantidas pelo poder pblico federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuzo ao errio. (art. 71, II, CF)

    21) Errada - As decises do TC que imputem multa tm natureza de ttulo executivo judicial. (extrajudicial, conforme art. 71, 3, CF)

    22) Correta - A O juiz de direito de Sergipe tem competncia para julgar ao pelo rito ordinrio proposta para anular deciso do TCE/SE, na medida em que esta tem natureza jurdica de ato administrativo. (na verdade, a questo serviu para indicar a natureza das decises dos tribunais de contas: atos administrativos)

    23) Errada - De acordo com o STF, o TCU no tem competncia para julgar contas das sociedades de economia mista exploradoras de atividade econmica, ou de seus administradores, j que os bens dessas entidades no so pblicos, mas, sim, privados. (art. 71, II, CF)

    24) Letra c: Incorreta a assertiva, porque das decises do TCU no cabe recurso para o Congresso Nacional.

    25) Correta - O Poder Judicirio poder exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionrios quando o administrador, ao utilizar-se indevidamente dos critrios de convenincia e oportunidade, desviar-se da finalidade de persecuo do interesse pblico. (pois a teremos anlise de legalidade)

    QQUUEESSTTEES S SSOOBBRRE E CCOONNTTRROOLLE E DDAA AADDMMIINNIISSTTRRAAO O PPBBLLIICCA A CCOOMMEENNTTAADDAAS S NNEESSSSA A AAUULLAA

    01) (FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 1) A respeito dos sistemas de controle da administrao pblica, analise as afirmativas a seguir: I. Os responsveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade solidria. II. A aplicao das sanes decorrentes da prtica de ato de improbidade administrativa independe da aprovao ou rejeio das contas pelo rgo de controle interno ou pelo Tribunal de Contas competente. III. De acordo com a lei de processo administrativo do Estado do Rio de Janeiro, a revogao de atos administrativos por motivo de convenincia e oportunidade deve respeitar direitos adquiridos; entretanto, como se trata de

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    desfazimento do ato por razes de mrito, no se oferece ao beneficirio a oportunidade de manifestar-se previamente revogao. Assinale a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. b) se apenas a afirmativa I estiver correta. c) se apenas a afirmativa II estiver correta. d) se apenas a afirmativa III estiver correta. e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

    02) (FGV - 2010 - BADESC Advogado) Compete ao Senado Federal autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse das pessoas federativas. Essa competncia diz respeito: a) ao controle judicial. b) ao controle hierrquico. c) ao controle legislativo, de natureza poltica. d) ao controle legislativo, de natureza financeira. e) ao controle administrativo.

    03) (FGV - 2010 - SEAD-AP - Fiscal da Receita Estadual - Prova 1) O poder de sustao do Congresso Nacional em relao aos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar uma funo do controle: a) administrativo. b) poltico. c) de legalidade. d) externo. e) normativo.

    04) (FGV - 2009 - MEC - Administrador de Banco de Dados) Com relao ao tema Controle da Administrao Pblica, a representao e as apuraes de irregularidades pelas Comisses Parlamentares de Inqurito esto relacionadas, respectivamente, aos controles: a) hierrquico e judicial. b) judicial e legislativo. c) administrativo e judicial. d) legislativo e administrativo. e) administrativo e legislativo.

    05) (FGV - 2008 - TCM-RJ Procurador) No que tange ao controle dos atos administrativos, analise as assertivas a seguir: I. A apreciao das contas e dos contratos municipais pelo Tribunal de Contas do Municpio, que as aprovou, no inibe a atuao do Poder Judicirio para o exame de sua legalidade e constitucionalidade, uma vez que as Cortes de Contas no exercem jurisdio.

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    II. O controle da Administrao Pblica, considerado um princpio fundamental desta, indispensvel execuo das atividades administrativas do Estado e deve ser exercido em todos os nveis e em todos os rgos. III. Nos processos perante o Tribunal de Contas asseguram-se o contraditrio e a ampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso. Assinale: a) se somente as assertivas I e II estiverem corretas. b) se todas as assertivas estiverem corretas. c) se somente as assertivas I e III estiverem corretas. d) se somente as assertivas II e III estiverem corretas. e) se nenhuma assertiva estiver correta.

    06) (FCC - 2010 - TRT - 8 Regio (PA e AP) - Analista Judicirio - Execuo de Mandados) O controle legislativo dos atos do Poder Executivo, em matria contbil, financeira e oramentria, exercido pelo Poder Legislativo a) por meio de seus auditores. b) com autorizao do Poder Judicirio. c) com auxlio do Tribunal de Contas. d) com auxlio do Ministrio Pblico. e) por meio de comisses parlamentares de inqurito.

    07) (FCC/2010/TCE-RO/Auditor) De acordo com as disposies da Constituio Federal, o controle exercido pelo Tribunal de Contas compreende, dentre outras hipteses, a) sustar, caso no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Cmara dos Deputados e ao Senado Federal. b) analisar e aprovar as concesses de aposentadoria, reformas e penses dos servidores da Administrao Direta e Indireta. c) fiscalizar e providenciar a liberao de recursos repassados pela Unio aos Estados e destes para os Municpios. d) julgar as contas do Presidente da Repblica e os atos de admisso de pessoal da Administrao Direta e Indireta. e) aplicar diretamente aos responsveis as sanes previstas em lei, excluda a imposio de multa, que depende de aprovao do Senado Federal.

    08) (FCC/2010/TCM-PA/Tcnico de Controle Externo) Sobre o controle administrativo da Administrao Pblica INCORRETO afirmar que a) a Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais. b) o direito de petio uma forma de controle administrativo.

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    c) o recurso hierrquico imprprio o recurso dirigido a autoridade de outro rgo no integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato recorrido. d) a expresso coisa julgada administrativa significa que a deciso tornou-se irretratvel pela prpria Administrao, no impedindo que seja apreciada pelo Poder Judicirio se causar leso ou ameaa de leso. e) os recursos administrativos podem ter efeito suspensivo ou devolutivo, sendo que ambos so independentes de previso legal.

    09) (FCC/2010/AL-SP/Agente Tcnico Legislativo Especializado) No campo do controle administrativo dos servios pblicos, a denncia formal e assinada de irregularidades internas ou de poder na prtica de atos da administrao denomina-se a) recurso administrativo. b) representao administrativa. c) reclamao. d) pedido de reconsiderao. e) invalidao.

    10) (FCC/2010/TRF - 4 REGIO/Analista Judicirio/rea Judiciria) No que se refere forma de controle da Administrao Pblica, considere: I. O controle exercido pela Administrao direta sobre as pessoas jurdicas integrantes da Administrao indireta deriva do poder de tutela. II. O controle que visa verificar a oportunidade e convenincia administrativas do ato controlado, como regra, compete exclusivamente ao prprio Poder que, atuando na funo de Administrao Pblica, editou o ato administrativo. Essas formas, conforme a amplitude e o aspecto controlado, denominam-se, respectivamente, a) subsequente e preventivo. b) de mrito e subsequente. c) de legalidade e finalstico. d) finalstico e de mrito. e) hierrquico e de legalidade.

    11) (FCC/2010/TRE-AC/Tcnico Judicirio/Administrativa) O dever do Administrador Pblico de prestar contas a) aplica-se a todos os rgos e entidades pblicas, exceto aos Tribunais de Contas por serem os rgos encarregados da tomada de contas dos administradores. b) aplica-se apenas aos agentes responsveis por dinheiro pblico. c) no alcana os particulares, mesmo que estes recebam subvenes estatais. d) no se aplica aos convnios celebrados entre a Unio e os Municpios, por se tratar de acordo entre entidades estatais. e) imposto a qualquer agente que seja responsvel pela gesto e conservao de bens pblicos.

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    12) (FCC/2010/TRE-RS/Analista Judicirio/rea Judiciria) Est correto afirmar que, o controle administrativo a) exercido por meio de fiscalizao hierrquica, apenas. b) dos atos do Poder Executivo exercido pelo Poder Legislativo. c) permite a anulao dos atos administrativos por convenincia e oportunidade. d) deriva do poder-dever de autotutela que a Administrao tem sobre seus prprios atos e agentes. e) no pode ser exercido pelos Poderes Judicirio e Legislativo.

    13) (FCC - 2011 - TRT - 20 REGIO (SE) - Analista Judicirio - rea Judiciria) Sobre o Controle Judicial, especificamente no que diz respeito aos atos polticos e aos atos interna corporis, correto afirmar: a) Os atos interna corporis, em regra, so apreciados pelo Poder Judicirio. b) Os atos polticos no so passveis de apreciao pelo Poder Judicirio. c) Ambos podem ser apreciados pelo Poder Judicirio se causarem leso a direitos individuais ou coletivos. d) Apenas os atos polticos podem ser apreciados pelo Poder Judicirio, desde que causem leso a direitos individuais ou coletivos. e) Apenas os atos interna corporis podem ser apreciados pelo Poder Judicirio, desde que causem leso a direitos individuais ou coletivos

    14) (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Pblico) Considere as seguintes afirmaes com relao aos controles externo e interno da administrao pblica, tendo em vista os artigos 70 a 75 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988: I. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma independente, sistema de controle interno, com a finalidade de apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional. II. Os responsveis pelo controle externo, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade subsidiria. III. O controle externo exercer a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da administrao, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas. a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III.

    15) (FCC - 2009 - MRE - Oficial de Chancelaria) Smula 473 A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de

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    vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial. certo que a Administrao Pblica, dentre outras situaes, a) est sujeita fiscalizao administrativa de seus atos, sendo-lhe vedada a revogao de seus atos discricionrios. b) tem o dever de velar pela execuo da lei, facultada a anulao dos atos ilegais que praticar. c) sujeita-se ao controle jurisdicional de sua atuao, mas no ao controle legislativo de seus atos. d) no pode descumprir a lei a pretexto de sua inconstitucionalidade, mas pode atuar, em qualquer situao, contra legem ou praeter legem. e) deve anular os atos ilegais que praticar e pode revogar seus atos discricionrios inconvenientes ou inoportunos.

    Gabarito: 1) A, 2) C, 3) B, 4) E, 5) B, 6) C, 7) A, 8) E, 9) B, 10) D, 11) E, 12)D, 13) C, 14) C, 15) E.

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 15 15

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 15 15

    Data N questes Acertos % acerto Data N questes Acertos % acerto 15 15

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    IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA(Lei 8.842/92)

    DDiissppoossiie ess ggeerraaiiss

    OObbjjeettiivvo o

    Dispor sobre as sanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo na administrao pblica direta, indireta ou fundacional, alm de dar outras providncias.

    AAllccaannccee

    Sero punidos pela Lei 8.429/92, nos termos do art. 1, os atos de improbidade praticados por qualquer agente pblico, servidor ou no, contra a administrao direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual.

    Esto tambm sujeitos s penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimnio de entidade que receba subveno, benefcio ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgo pblico bem como daquelas para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com menos de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sano patrimonial repercusso do ilcito sobre a contribuio dos cofres pblicos.

    importante destacar, contudo, que a tese que prevalece no STF (Reclamao n 2138) a de que a Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) no aplicvel aos agentes polticos a que a Constituio atribuiu expressamente a prtica de crimes de responsabilidade, os quais esto submetidos Lei n 1.079/50, como por exemplo, art. 52, I e II, art. 102, I, c e art. 105, I, todos da CF.

    Quanto aos prefeitos, estes respondero pela ao de improbidade administrativa (Lei 8429/92), sujeitos ao juzo de primeiro grau de jurisdio.

    AAggeennttee ppbblliiccoo

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    Para os efeitos da lei de Improbidade Administrativa, reputa-se agente pblico todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo nas entidades mencionadas no item anterior (art. 2).

    Os agentes pblicos de qualquer nvel ou hierarquia so obrigados a velar pela estrita observncia dos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe so afetos.

    Sero alcanados por esta, conforme art. 3, no que couber, aquele que, mesmo no sendo agente pblico, induza ou concorra para a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

    RReessssaarrcciimmeennttoo ddoo ddaannoo

    Ocorrendo leso ao patrimnio pblico por ao ou omisso, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integral ressarcimento do dano (art. 5).

    No caso de enriquecimento ilcito, perder o agente pblico ou terceiro beneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimnio (art. 6)

    Quando o ato de improbidade causar leso ao patrimnio pblico ou ensejar enriquecimento ilcito, caber a autoridade administrativa responsvel pelo inqurito representar ao Ministrio Pblico, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. A indisponibilidade no decretada pelo Ministrio Pblico, mas sim requerida por ela autoridade judiciria (magistrado). A indisponibilidade recair sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acrscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilcito (art. 7).

    De acordo com o STJ, o pedido de indisponibilidade de bens previsto na referida lei no necessariamente deve ser apresentado em sede de ao cautelar autnoma, podendo ser realizado mediante requerimento na prpria ao principal por ato de improbidade (REsp 439.918-SP, 3/11/2005).

    O sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico ou se enriquecer ilicitamente est sujeito s cominaes desta lei at o limite do valor da herana (art. 8).

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    DDo oss aatto oss d dee iimmpprroobbiiddaadde e aaddmmiinniissttrraattiivvaa

    AAttoos s dde e iimmpprroobbiiddaad dee aaddmmiinniissttrraattiiv vaa qquue e iimmppoorrttaam m eennrriiqquueecciimmeennttoo iillcciit too

    Conforme art. 9, constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilcito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1, e notadamente:

    receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mvel ou imvel, ou qualquer outra vantagem econmica, direta ou indireta, a ttulo de comisso, percentagem, gratificao ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico;

    perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao de servios pelas entidades referidas no item 1.1 deste captulo por preo superior ao valor de mercado;

    perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a alienao, permuta ou locao de bem pblico ou o fornecimento de servio por ente estatal por preo inferior ao valor de mercado;

    utilizar, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1, bem como o trabalho de servidores pblicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

    receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a explorao ou a prtica de jogos de azar, de lenocnio, de narcotrfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilcita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

    receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declarao falsa sobre medio ou avaliao em obras pblicas ou qualquer outro servio, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterstica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1;

    adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico;

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    aceitar emprego, comisso ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse suscetvel de ser atingido ou amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico, durante a atividade;

    perceber vantagem econmica para intermediar a liberao ou aplicao de verba pblica de qualquer natureza;

    receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofcio, providncia ou declarao a que esteja obrigado;

    incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimnio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1;

    usar, em proveito prprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1.

    DDooss aattooss ddee iimmpprroobbiiddaaddee aaddmmiinniissttrraattiivva a qqu uee ccaauussa amm pprreejjuuz zoo a aoo eerrrri ioo

    Nos termos do art. 10, constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1, e notadamente:

    facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporao ao patrimnio particular, de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1;

    permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

    doar pessoa fsica ou jurdica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistncias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimnio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1, sem observncia das formalidades legais e regulamentares aplicveis espcie;

    permitir ou facilitar a alienao, permuta ou locao de bem integrante do patrimnio de qualquer das entidades referidas no art. 1, ou ainda a prestao de servio por parte delas, por preo inferior ao de mercado;

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    permitir ou facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem ou servio por preo superior ao de mercado;

    realizar operao financeira sem observncia das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidnea;

    conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

    frustrar a licitude de processo licitatrio ou dispens-lo indevidamente; ordenar ou permitir a realizao de despesas no autorizadas em lei ou

    regulamento;

    agir negligentemente na arrecadao de tributo ou renda, bem como no que diz respeito conservao do patrimnio pblico;

    liberar verba pblica sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicao irregular;

    permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente; permitir que se utilize, em obra ou servio particular, veculos, mquinas,

    equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1, bem como o trabalho de servidor pblico, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

    celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestao de servios pblicos por meio da gesto associada sem observar as formalidades previstas na lei;

    celebrar contrato de rateio de consrcio pblico sem suficiente e prvia dotao oramentria, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

    DDooss aattooss ddee iimmpprroobbiiddaadde e aaddmmiinniissttrraattiivva a qqu uee aatteennttaam m ccoonnttrra a ooss pprriinnccppiioos s dda a aaddmmiinniissttrraa oo ppbblliicca a

    Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente (art. 11):

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    praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competncia;

    retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio; revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e

    que deva permanecer em segredo;

    negar publicidade aos atos oficiais; frustrar a licitude de concurso pblico; deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo; revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da

    respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    Obs: A posio que prevalece no STJ exige a presena do elemento subjetivo dolo para configurao das condutas previstas nos arts. 9 e 11 da Lei 8.429/92 (respectivamente, enriquecimento ilcito e ofensa a princpios da Administrao Pblica) e os elementos culpa ou dolo nas condutas do art. 10 (prejuzo ao errio).

    DDaass ppeennaass

    Independentemente das sanes penais, civis e administrativas, previstas na legislao especfica, est o responsvel pelo ato de improbidade sujeito s cominaes abaixo listados, sendo certo que quando da fixao das referidas penas o juiz levar em conta a extenso do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente (art. 12):

    na hiptese de atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilcito, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de at trs vezes o valor do acrscimo patrimonial e proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de dez anos;

    na hiptese de atos de improbidade administrativa que causam prejuzo ao Errio: ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio, se concorrer esta circunstncia,

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    perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de at duas vezes o valor do dano e proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de cinco anos;

    na hiptese de atos de improbidade administrativa que atentam contra os princpios da Administrao Pblica, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos de trs a cinco anos, pagamento de multa civil de at cem vezes o valor da remunerao percebida pelo agente e proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de trs anos.

    Obs: A Primeira e Segunda Turmas do STJ, que compem a Primeira Seo, tm posio de que configurado o prejuzo ao Errio, o ressarcimento no pode ser considerado propriamente uma sano, mas sim decorrncia imediata e necessria do ato atacado, motivo pelo qual no se pode exclu-lo a pretexto de cumprir a proporcionalidade das penas inserta no art. 12 da Lei n. 8.429/92. Na realidade, ocorrendo prejuzo ao Errio, a sentena no pode condenar o agente mprobo apenas ao ressarcimento, pois este no constitui sano, devendo tal condenao vir acompanhada de pelo menos uma das penas previstas no referido art. 12.

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    A posse e o exerccio de agente pblico ficam condicionados apresentao de declarao dos bens e valores que compem o seu patrimnio privado, a fim de ser arquivada no servio de pessoal competente (art. 13).

    A declarao de bens ser anualmente atualizada e na data em que o agente pblico deixar o exerccio do mandato, cargo, emprego ou funo.

    O declarante, a seu critrio, poder entregar cpia da declarao anual de bens apresentada Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislao do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessrias atualizaes, para suprir as exigncias acima indicadas.

    A declarao compreender imveis, mveis, semoventes, dinheiro, ttulos, aes, e qualquer outra espcie de bens e valores patrimoniais, localizado no Pas ou no exterior, e, quando for o caso, abranger os bens e valores patrimoniais do cnjuge ou companheiro, do