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Autismo: do conceito à prática educativa em idades precoces

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  • Autismo: do conceito prtica educativa em idades precoces

  • Autismo define-se como umacondio ou estado de algumque aparenta estar invulgarmenteabsorvido em si prprio.

    (Marques,2003,p.25)

    AUTISMO

  • Desde 1938, tm chegado nossa ateno um nmero de crianas cuja

    condio difere to marcada e unicamente de qualquer coisa referida at hoje, que cada caso merece - e eu

    espero que eventualmente receba - uma considerao detalhada das suas

    peculiaridades fascinantes.Autistic disturbances of affective contact(Kanner, 1943, p. 217-219)

    LEO KANNER (1943)(Mdico psiquiatra americano)

  • LEO KANNER (1943)

    Kanner descrevia a inabilidade das crianas para se relacionarem de uma maneira vulgar com pessoas e com situaes, desde o incio das suas vidas;solido autista (aloneness).

    destacava uma falha no uso da linguagem com o propsito de comunicarem;

    e um desejo ansiosamente obsessivo para a manuteno do mesmo estado de coisas (sameness).

  • LEO KANNER (1943)

    Em essncia, um ensimesmamento quase global, acompanhado por um frequncia elevada de formas diversas de comportamentos estereotipados e/ou ritualistas, dificuldades em graus variados no desenvolvimento da linguagem, e consequentemente, um contacto social com limitaes muito evidentes.Autismo: o significado como processo central (Dissertao de Doutoramento em Psicologia)

    Sndrome de Kanner ou Perturbao Autsta

    (A.P.A. DSM-IV, 1994; A.P.A. DSM-IV, 1 Ed., 1996)

  • HANS ASPERGER (1944)(Mdico Pediatra Austraco)

    HANS ASPERGER (1944)(Mdico Pediatra Austraco)

    Psicopatologia Autstica da Infncia Psicopatologia Autstica da Infncia descreve um grupo de jovens rapazes que desenvolveram linguagem e inteligncia normais, mas tambm demonstraram srias disfunes a nvel de interao social, comportamental e de interesses.

  • HANS ASPERGER (1944)

    No que se segue, descreverei um tipo de criana que tem interesse sob diversos aspetos: As crianas tm em comum uma perturbao bsica que se manifesta ela prpria de uma maneira muito caracterstica em todos os fenmenos expressivos e comportamentais. Esta perturbao resulta em considerveis dificuldades tpicas de integrao social . Em muitos casos, a dificuldade de se integrar em grupo o aspeto mais notvel, mas em outros casos esta dificuldade est compensada por uma originalidade particular do pensamento e da experincia, que pode bem resultar em desempenhos posteriores excecionais na vida futura.

    (Asperger, 1944, p. 76)

  • Sndrome de ASPERGER

    Sndrome de Asperger hoje regra geral aplicada a crianas que manifestam problemas idnticos aos das crianas com autismo, mas com competncias lingusticas marcadamente superiores, de quocientes de inteligncia elevados, e que, em certos aspetos, se confundem com as crianas normais.

  • LORNA WING (1979)Desenvolveu um estudo com 132 crianas entre os 2 e os 18 anos, onde concluiu que as crianas que tinham dificuldades marcadas nas interaes sociais, tambm tinham alteraes na linguagem e na esfera do pensamento e do comportamento.

    A partir destes dados os critrios para o A partir destes dados os critrios para o diagnstico de autismo passam a incluir, diagnstico de autismo passam a incluir, concomitantemente, alteraes nestas concomitantemente, alteraes nestas

    trs reas do desenvolvimento trs reas do desenvolvimento trade trade --..

    A partir destes dados os critrios para o A partir destes dados os critrios para o diagnstico de autismo passam a incluir, diagnstico de autismo passam a incluir, concomitantemente, alteraes nestas concomitantemente, alteraes nestas

    trs reas do desenvolvimento trs reas do desenvolvimento trade trade --..

  • AUTISMO (DEFINIO)

    Perturbao do desenvolvimento, que afeta qualitativamente as interaes sociais recprocas, a comunicao verbal e a no verbal, a atividade

    imaginativa e que se expressa atravs de um reportrio restrito de atividades e interesses.

    (Pereira, 1996, Magerotte et al.,2005)

  • INCIDNCIAINCIDNCIA

    Em todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raa, cultura, educao ou classe social dos indivduos.

    Afeta em maior nmero o sexo masculino.

  • PERTURBAES DO PERTURBAES DO ESPECTRO DO AUTISMO ESPECTRO DO AUTISMO

  • Autismo Infantil Clssico(ou Sndrome de Kanner)

    Sndrome de Asperger

    Transtorno Desintegrativoda segunda infncia

    Autismo Atpico( ou Transtorno invasivo do desenvolvimento sem

    outra especificao)

    Hoje em dia fala-se de Perturbaes do Espectro doAutismo, que abrangem:

  • Autismo infantil Clssico

    Manifestao de sintomas antes dos 3 anos de idade.H casos que comeam claramente entre os 18-24 meses, associados normalmente, com epilepsia.

    Comprometimento grave do desenvolvimento da imaginao e da variabilidade do reportrio de comportamentos.Normalmente apresentam transtorno intelectual.

    Comprometimento grave do desenvolvimento de interaces sociais recprocas.

    Comprometimento grave no desenvolvimento da comunicao, quer no domnio verbal como no no verbal.

    Sndrome de Asperger

    Podem ter um Q.I normal ou acima da mdia. ( alto funcionamento).

    Pode ter uma boa compreenso verbal e/ou uma boa expresso verbal

    Todas as outras caractersticas soidnticas aos casos de AutismoInfantil Clssico

  • Transtorno Desintegrativo da Segunda Infncia

    extremamente raro.

    H um desenvolvimento normal at aos 3 - 4 anos de idade e ento acontece uma regresso, que se deve, algumas vezes, a desordens neurometablicas subjacentes.

    Ainda no se conhecem dados concretos sobre os mecanismos que desencadeiam essas desordens metablicas

    Autismo Atpico

    Existem algumas caractersticas ou sintomas incomuns.

    No apresentam um transtorno global do desenvolvimento, mas apenas em algumas reas.

    Gilberg (2005),

  • A trade

    (wing: 1979)

  • Isola-se. Tentam evitar o contacto fsico.

    Pouco ou nulocontato visual.

    No mostra interesse em relacionar-se com outras crianas.

    No reage quando ochamam pelo nome,parece agir como surdo

  • Onde vais?Onde vais?

    Ecollia (repetio depalavras e frases)

    Resistncia aos mtodosnormais de ensino

  • Domnio do Pensamento e do Comportamento: Rigidez do pensamento e do comportamento; Fraca imaginao social ausncia do jogo simblico; Comportamentos ritualistas e obsessivos (dependncia de rotinas); transtorno intelectual;

    Birras repentinas(baixa tolerncia frustrao)

    Resistncia mudana de rotinas

    Hiperatividade ouhipoatividade

    Podem apresentar um apego inusual por alguns objetosJogo repetitivo/ falha

    de jogo simblico (girar objetos ou alinh-los).

    Risos e gargalhadas sem motivo aparente

    Mello (2005)

  • Por se tratar de um diagnstico complexo, este deve ser realizado por um profissional da rea da medicina com experincia clnica;Por se tratar de um diagnstico complexo, este deve ser realizado por um profissional da rea da medicina com experincia clnica;

    A aplicao de um sistema de classificao diagnstica do autismo,claro e fivel, tem sido um dos principais campos de estudo de maiordificuldade e complexidade;

    A aplicao de um sistema de classificao diagnstica do autismo,claro e fivel, tem sido um dos principais campos de estudo de maiordificuldade e complexidade;

    No existem testes laboratoriais especficos para a deteo doautismo o que dificulta o seu estudo a partir de marcadoresbiolgicos;

    No existem testes laboratoriais especficos para a deteo doautismo o que dificulta o seu estudo a partir de marcadoresbiolgicos;

    Apesar da deteo de indcios fortes ser possvel a partir dos 18meses, ela raramente conclusiva antes dos 24 meses, sendo que amdia aponta para os 30 meses;

    Apesar da deteo de indcios fortes ser possvel a partir dos 18meses, ela raramente conclusiva antes dos 24 meses, sendo que amdia aponta para os 30 meses;

    MELLO (2005)

    DIAGNSTICODIAGNSTICO

  • Por se tratar de um quadro

    clnico complexo

    Por ser difcil obter um

    quadro conclusivo antes

    dos 30 meses

    Por ser necessrio

    realizar inmeros exames

    O DIAGNSTICO PRECOCE permite uma interveno educacional mais eficaz e

    adequada

  • 0-3 No fixar nem

    seguir com o olhar um objeto;

    Sobressaltar-se ao menor rudo;

    No sorrir ou chorar quando se lhe toca;

    No manifestar interesse em ser pegado ao colo;

    3-6 No reagir a sons; Desinteresse pelo

    ambiente;

    No manifestar desejo de ser pegado ao colo;

    Apatia; Apresentar hipo ou

    hipertonia; No responder a

    sorrisos nem manifestar medo de estranhos;

    No olhar para a me quando est a mamar;

    6-9 Manter-se sentado

    e imvel sem mudar de posio;

    No responder a sons;

    Vocalizao montona ou inexistente;

    No imitar; Apatia;

    Satisfao em ambientes solitrios e inalterados;

    Manter posturas assimtrica;

    9-12 Escolher sempre o

    mesmo brinquedo;

    Vocalizaes pobres ou inexistentes;

    No responder a sons; Desinteresse pelo

    ambiente;

    Movimentos estereotipados;

    No responder a sorrisos;

    Fraca coordenao motora;

    Dos 0 aos 12 meses

    ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO SINAIS DE ALARME

  • 12-18 Babar-se, levar tudo boca ou

    atirar tudo ao cho; No responder quando o

    chamam pelo nome: Lalao repetitiva; Isolamento;

    No se interessa pelo ambiente; Ausncia de jogos de imitao;

    Ausncia de ateno partilhada;

    Podem apontar para pedir algo, mas nunca para mostrar;

    Problemas de alimentao;

    18-24 Deitar os objetos para o cho; Parecer no compreender o

    que se lhe diz; No se interessar pelo que o

    rodeia;

    No imitar;

    Atraso ou ausncia de linguagem;

    Resistncia alterao de rotinas

    24-36

    Vocalizaes pobres, repetitiva ou inexistente;

    Isolamento e resistncia a mudanas;

    Persistncia em rotinas muito definidas;

    Ignorar a presena do outro, centrando-se apenas nos seus interesses;

    Dos 12 aos 36 meses

    ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO SINAIS DE ALARME

  • So esperados dfices qualitativos na

    1. Interao social[pelo menos 2]

    Deficits na comunicao no verbal para interao

    social;

    Incapacidade para desenvolver relacionamentos adequados ao

    nvel de desenvolvimento.

    Ausncia de espontaneidade na partilha de prazeres com os

    outros;

    Falta de reciprocidade social ou emocional

    2. Comunicao[pelo menos 1]

    Atraso ou ausncia de desenvolvimento na

    linguagem oral

    Em indivduos com fala adequada, dificuldade em manter atos de

    conversao

    Uso estereotipado ou repetitivo da linguagem

    Falta de jogos ou brincadeiras de imitao social variados e

    espontneosDSM-IV-TR (2002)

  • 3. Padres de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados

    [pelo menos 1]

    Preocupao absorvente por um ou mais padres estereotipados e restritivos de interesse que resultam

    anormais, quer na intensidade quer no objeto

    Adeso a rotinas ou a rituais especficos no funcionais

    Maneirismos motores estereotipados e repetitivos

    Preocupao persistente com partes de objetos

    DSM-IV-TR (2002)

  • INTERVENO PRECOCE NO AUTISMO

    Investigadores demonstraram, que se o autismo fordiagnosticado numa criana at aos 18 meses e forimediatamente iniciado um programa deinterveno precoce com a criana e com a suafamlia, possvel obter nveis mais elevados de Q.I. emelhorar as competncias lingusticas e decomportamento da criana.

  • LOGO QUE OS PAIS SUSPEITEM QUE ALGO NO EST BEME DETETEM ALGUNS SINAIS PRECOCES DE AUTISMO NO BEB,

    DEVEM:

    Procurar ajuda mdica (pediatra, consulta de desenvolvimento, consulta de autismo)

    Ficha de referenciao do Sistema Nacional de Interveno Precoce na Infncia.

    Iniciar a estimulao precoce da criana em casa, mesmo antes de ser feito o diagnstico.

  • Principais reas de um Principais reas de um Plano Individual de Interveno Precoce Plano Individual de Interveno Precoce

    para uma Criana com Autismopara uma Criana com Autismo

    Comunicao

    Os programas de interveno precoce tm comoobjetivo geral a promoo da linguagem pr-verbal everbal e das habilidades de comunicao funcionalem contextos sociais naturais. Procuram tambmexpandir o reportrio das funes comunicativas emvrios contextos naturais .

    (Mirenda & Erickson, 2000; Prizant et al, 2000)

  • ImitaoImitao

    Pesquisas tm revelado que melhoras na imitao aumentam o usodo olhar e a responsividade da criana autista (Klinger & Dawson, 1992)e tambm levam a experincias de contgio emocional e coordenaoafetiva, permitindo o desenvolvimento de alguns aspetos da atenocompartilhada, comunicao intencional, empatia e jogo simblico(Rogers & Bennetto, 2000).

    Por essa razo, e porque h uma relao entre imitao edesenvolvimento da linguagem, a imitao parte integrante naInterveno precoce com crianas com autismo.

  • Processamento sensorialProcessamento sensorial

    Muitas vezes os pais tentam uma ampla gama de intervenesque podem sobrecarregar sensorialmente a criana .A interveno precoce com crianas autistas deve ajudar os pais acompreender o comportamento da criana e a modificar oambiente para adequ-lo a ela. Depois de reconhecer o padro dacriana, o adulto deve antecipar as suas necessidades e proporcionaruma dieta sensorial apropriada (Anzalone & Williamson, 2000).

    Autistas relatam uma super ou sub reatividade sensorial que leva a uma indisponibilidade afetiva. (Grandin, 1995; Williams, 1996)

  • Jogo com pares

    O jogo com pares uma estratgia importante para expandire diversificar o reportrio comunicativo de autistas(). Assim,o jogo com pares pode servir de veculo principal para ascrianas aprenderem a dar-se conta das necessidades eperspectivas dos outros. (Schuler & Wolfberg, 2000)

    O jogo um recurso para facilitar as habilidades sociais em crianas autistas.

    (Klinger & Dawson,1992)

  • Famlia

    A participao dos pais como co-terapeutas uma exigncia dos programas de intervenoprecoce.Grande parte da programao levada a caboem casa, por eles e deve ocorrer diariamente.

  • O autismo no se cura. uma perturbao global do desenvolvimento que dura toda a vida. (Telmo, 2005)

    Apesar de no existir cura para o autismo, possvel reduzir algumas limitaes associadas a esta deficincia. A interveno pode ajudar a diminuir os comportamentos indesejados e a educao deve ensinar atividades que promovam maior independncia da pessoa com autismo. (Falco, 1999)

    INTERVENOUma realidade

    necessria!

    MODELOS DE INTERVENO

  • DIFICULDADES NA INTERVENO

    No podemos falar em interveno, neste mbito, sem considerar a importncia de fatores que a tornam possvel, a condicionam, ou mesmo impossibilitam.

    O mais importante: um efetivo envolvimento entre pais, familiares e tcnicos! coordenao entre os meios de suporte, (Pereira, 2008)

  • Devido variabilidade do sujeito com o

    mesmo diagnstico;

    Devido s caractersticas

    comportamentais nem sempre fceis

    de interpretar, prever e controlar;

    Devido complexidade do processo de

    diagnstico;

    Torna-se necessrio escolher a ABORDAGEM mais adequada, que deve ser ponderada em funo da perigosidade do tratamento, consequncias para a criana e para a famlia, validade cientfica, procedimentos de avaliao, experincias

    anteriores, experincia dos terapeutas, tipo de atividades, motivao individual, ambiente, envolvimento familiar, custo,

    frequncia e local do programa. (AMA, 2005)

    DIFICULDADES ASSOCIADAS INTERVENO

  • No existe uma nica abordagem que seja totalmente eficaz para todas as crianas, adolescentes e adultos em

    todas as diferentes etapas da vida. (Bosa, 2006)

    Atualmente existe uma gama muito vasta e diversificada de modelos de interveno e terapias

    direcionadas para pessoas que tm autismo.

    Algumas dessas abordagens apresentam fundamentao emprica e cientfica, outras no () dependendo o seu predomnio da posio defendida

    pela comunidade internacional.

  • Pereira (1996)

    Intervenes mdicas

    Intervenes psicopedaggicas

    Incluem-se neste ramo todos os mtodos psicoeducacionais , com base em variadas teorias da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem.

    Incluem-se neste ramo todos os processos que envolvam o uso de agentes qumicos como meio de melhorar a condio geral do funcionamento metablicos e celulares.

  • Modelo T.E.A.C.C.H. ( Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children)

    (Tratamento e Educao de Crianas Autistas e com Perturbaes da Comunicao)

    O Modelo TEACCH foi desenvolvido por Eric Shopler e colaboradores, na dcada de 70, nos E.U.A..

    O Modelo TEACCH foi desenvolvido por Eric Shopler e colaboradores, na dcada de 70, nos E.U.A..

    Ajudar a criana com PEA a crescer e a melhorar os seus desempenhos e capacidades adaptativas, de modo a atingir o mximo de autonomia ao

    longo da vida.

    Principal objetivo

  • Numa perspectiva educacional, o modelo TEACCH

    Prazer na partilha social

    Comunicao

    Organizao

    Pode ser adaptado

    necessidades individuais

    diferentes nveis

    de funcionamento

    interesses especiais

    memorizao derotinas funcionais

    processamento visual

    Promove o ensino de capacidades de:

    Centra-se nas reas fortes das pessoas com

    PEA

  • O ensino estruturado que aplicado pelo modelo TEACCH,tem vindo a ser utilizado em Portugal, desde 1996, comoresposta educativa aos alunos com perturbaes do Espectrode Autismo em escolas do ensino regular.O tempo da criana deve ser dividido entre a sala de ensinoestruturado e a sala de ensino regular.

    Atravs do ensino estruturado possvel:

    Fornecer uma informao clara e objetiva das rotinas

    Manter um ambiente calmo e previsvel

    Atender sensibilidade do aluno aos estmulos sensoriais

    Propor tarefas dirias que o aluno capaz de realizar

    Promover a autonomia

    Normas Orientadoras, Ministrio da Educao, DGIC (, 2008)

  • Organizao do espao

    O espao das Unidades de Ensino Estruturado deve ser organizadode forma visualmente clara, com reas bem definidas, para que acriana obtenha informao e se organize o mais autonomamentepossvel, sendo essencial para garantir a estabilidade e fomentar asaprendizagens.

    Numa Unidade de Ensino Estruturado podem ser criadasdiferentes reas.O espao existente e as necessidades dos alunos esto na base daestruturao do espao e na criao das que se consideremnecessrias.

    Normas Orientadoras, Ministrio da Educao, DGIC (, 2008)

  • Estrutura Fsica

    reas de trabalhorea de Reunio

    rea de Aprender

    rea de Trabalhar

    rea de Trabalho de Grupo

    rea de Brincar

    rea do Computador

    rea de transio

  • Organizao do Tempo

    9-2

    Horrio Individual Plano de Trabalho Carto de transio

    As atividades de cadacriana esto afixadas numhorrio individual, feito deacordo com asespecificidades de cadauma.O horrio informa o alunoda sequncia das atividadesque iro ocorrer ao longodo dia. Organiza o tempo e,simultaneamente, umsuporte eficaz para acomunicao e para ainteriorizao de conceitos.

    O plano de trabalho indicaas tarefas que o aluno temde realizar em determinadarea.Possibilita a visualizao dastarefas a realizar: o quefazer, quanto fazer, quandoacabar. essencial para o alunoaprender a trabalhar semajuda e adquirirautonomia.

    JOO

    O carto de transioinforma o aluno que sedeve dirigir rea detransio para saber o quevai fazer a seguir.Pode ser um objeto, ocarto do nome, smbolodo horrio ou outra pistavisual adequado ao nvelde funcionalidade doaluno.Encontra-se no final doplano de trabalho ou entregue pelo adulto.

  • Outras IntervenesMusicoterapia, hidroterapia, terapia com animais, dietas alimentares,

    medicao

    Musicoterapia Hidroterapia

    Objetivos: desenvolver faculdades cognitivas e motoras, dotar as crianas e jovens de competncias para que se desloquem autonomamente na gua; aumentar os tempos de interao social, de contato visual, concentrao, interesse, promover competncias de comunicao e linguagem.

    Objetivos: explorar talentos inatos (muitas crianas autistas tm-nos), proporcionar novas atividades de interao, sociabilizao, construo de relaes positivas entre os membros da famlia e pares; um evidente aumento de autoestima.

  • Terapias com animais

    Estudos efetuados tm vindo a mostrar que as terapias com animais so extremamente benficas: na presena dos animais os terapeutas conseguem construir uma verdadeira relao com a criana.

    Objetivos: fortalecer laos sociais, permitir criana que se conhea a si mesma e ao meio que a rodeia, aprender a tratar animais e pessoas com sensibilidade e desenvolver uma maior autoestima.

    Hipoterapia

  • Intervenes mdicas: medicao

    No tratamento de perturbaes do espectro do autismo, a medicaopode aliviar os sintomas e as alteraes comportamentais associadas,pelo que deve ser encarada como um complemento a outrasintervenes:

    A medicao deve ser dada, apenas sereceitada pelo mdico;

    Toda a medicao deve ser ponderada,tendo em conta os seus limites, riscos ebenefcios potenciais: famlias eprofissionais implicados devem sersempre informados;

  • Mtodo Son-rise

    O Programa Son-Rise foi criado no incio dos anos 70pelo casal Barry e Samahria Kaufman, para otratamento do filho Raun.

    Este mtodo centra-se na criana e valoriza a relao entre as pessoas.Consiste em implementar um programa dirigido pelos pais, facilitadores ouvoluntrios no domiclio da criana/jovem ou adulto com PEA.

    O tratamento parte de uma profunda compreenso e genuna apreciao dacriana, de como ela se comporta, interage e comunica, assim como dos seusinteresses. O Programa Son-Rise descreve isto como o ir at ao mundo dacriana.

  • O Programa Son-Rise ldico. Os pais, facilitadores e voluntrios seguem osinteresses da criana e oferecem-lhe atividades divertidas e motivadoras nasquais goste de participar.

    Quando a criana estiver motivada para interagir com um adulto, este poderproporcionar-lhe atividades que a ajudaro a fazer aquisies que s sopossveis atravs de interaes dinmicas com outras pessoas (contacto visual,comunicao,brincar, imaginao, criatividade , etc).

    As sesses individuais realizam-se num quarto especialmente preparado, compoucas distraes visuais e auditivas, contendo materiais inovadores quesirvam de instrumento facilitador para a interao divertida e dinmica,encorajando,desta forma, o desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

  • O ENVOLVIMENTO DOS PAISO ENVOLVIMENTO DOS PAIS

    Artigo 3Artigo 3

    Participao dos pais e encarregados de educaoOs pais ou encarregados de educao tm o direito e o dever de participar ativamente, exercendo o poder paternal nos termos da lei, em tudo o que se relacione com a educao especial a prestar ao seu filho, acedendo, para tal, a toda a informao constante do processo educativo.

    DecretoDecreto--Lei 3/2008 de 7 de JaneiroLei 3/2008 de 7 de Janeiro

  • O ENSINO / ESTRATGIASO ENSINO / ESTRATGIAS

    Fornecer apoios visuaisFornecer apoios visuais

    Dar instrues concretas e precisas numa linguagem claraDar instrues concretas e precisas numa linguagem clara

    Reforar as aprendizagensReforar as aprendizagens

    Organizar rotinas de trabalho, promovendo a sua crescente Organizar rotinas de trabalho, promovendo a sua crescente autonomiaautonomia

    As atividades devem ser curtas no incioAs atividades devem ser curtas no incio

    Os materiais devem ser organizados antes de serem Os materiais devem ser organizados antes de serem entregues aos alunosentregues aos alunos

    O tempo no dever ser uma preocupaoO tempo no dever ser uma preocupao

  • O ENSINO / ESTRATGIASO ENSINO / ESTRATGIAS

    O ambiente de trabalho deve ser organizado fsica e O ambiente de trabalho deve ser organizado fsica e visualmente para garantir estabilidade e fomentar visualmente para garantir estabilidade e fomentar aprendizagens.aprendizagens.

    Ter em conta a idade cronolgica e o perfil de Ter em conta a idade cronolgica e o perfil de desenvolvimento de cada criana.desenvolvimento de cada criana.

    Executar as atividades no sentido da escrita .Executar as atividades no sentido da escrita .

    Os comportamentos inadequados devem ser trabalhados Os comportamentos inadequados devem ser trabalhados sempre de uma forma ldica, calma e divertida.sempre de uma forma ldica, calma e divertida.

    Ter muita pacincia, pois os comportamentos demoram a Ter muita pacincia, pois os comportamentos demoram a mudar.mudar.

  • HH aspetosaspetos importantesimportantes aa terter emem consideraoconsiderao parapara umauma boaboa organizaoorganizaoespacialespacial queque aa EscolaEscola devedeve terter emem contaconta sempresempre queque integraintegra umauma crianacrianaautistaautista::

    Tamanho da sala.Tamanho da sala. As casas de banho devem estar prximas da sala.As casas de banho devem estar prximas da sala. A iluminao deve ser adequada.A iluminao deve ser adequada. A decorao no dever provocar muitas distraes.A decorao no dever provocar muitas distraes. til situar as reas de trabalho prximo das estantes ou til situar as reas de trabalho prximo das estantes ou

    armrios para que sejam de fcil acesso.armrios para que sejam de fcil acesso. As paredes nuas so aconselhadas.As paredes nuas so aconselhadas. A criana no deve sentarA criana no deve sentar--se junto a uma janela para evitar se junto a uma janela para evitar

    distrairdistrair--se.se. A moblia deve adequarA moblia deve adequar--se ao tamanho e idade da criana.se ao tamanho e idade da criana. As reas de jogo e de atividades mais independentes devem As reas de jogo e de atividades mais independentes devem

    estar longe das sadas, de modo a evitar a fuga.estar longe das sadas, de modo a evitar a fuga.

  • NA SALA DE AULANA SALA DE AULA

    Deve sentarDeve sentar--se o mais perto possvel do professor.se o mais perto possvel do professor.

    Deve ser chamado para ajudar o professor.Deve ser chamado para ajudar o professor.

    Deve ser ajudado com listas de tarefas e listas de Deve ser ajudado com listas de tarefas e listas de verificao.verificao.

    Deve aprender a pedir ajuda.Deve aprender a pedir ajuda.

    Deve ser elogiado sempre que desempenhar bem uma Deve ser elogiado sempre que desempenhar bem uma tarefa.tarefa.

    Deve ser vigiado no recreio para uma boa integrao Deve ser vigiado no recreio para uma boa integrao com os colegas.com os colegas.

  • FAMLIA FAMLIA -- AMBIENTE DOMSTICOAMBIENTE DOMSTICO

    Brincar na frente do espelho, desenvolvendo Brincar na frente do espelho, desenvolvendo exerccios corporais de modo a auxiliar a criao do exerccios corporais de modo a auxiliar a criao do sentimento de conscincia do eu e dos outros.sentimento de conscincia do eu e dos outros.

    Pintura a dedo, um exerccio timo de estimulao Pintura a dedo, um exerccio timo de estimulao que deve ser acompanhado pela enumerao do que deve ser acompanhado pela enumerao do nome das cores e das figuras mais simblicas.nome das cores e das figuras mais simblicas.

    Danar, auxilia muito as crianas no controle do Danar, auxilia muito as crianas no controle do corpo, podendo ser envolvida toda a famlia.corpo, podendo ser envolvida toda a famlia.

  • FAMLIA FAMLIA -- AMBIENTE DOMSTICOAMBIENTE DOMSTICO

    A criana precisa de sentir necessidade em A criana precisa de sentir necessidade em comunicar e de ter um meio para o fazer, da a comunicar e de ter um meio para o fazer, da a importncia do ldico nas interaes.importncia do ldico nas interaes.

    Valorizar a inteno comunicativa da criana, com o Valorizar a inteno comunicativa da criana, com o cuidado de limitar a linguagem ao lxico da criana, cuidado de limitar a linguagem ao lxico da criana, usar frases simples e curtas, falar devagar e usar frases simples e curtas, falar devagar e claramente.claramente.

    Reduzir a linguagem verbal e aumentar o apoio Reduzir a linguagem verbal e aumentar o apoio visual quando a criana estiver triste ou visual quando a criana estiver triste ou stressadastressada..

  • Alves, A. R. (2006).Autismo: intervenes educacionais. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28, 547-53.

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