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"  Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. " Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência (...) "rande é a poesia, a bondade e as dan!as"  #as o melhor do mundo são as crian!as,  $lores, m%sica, o luar, e o sol que  peca &' quando, em ve( de criar, seca .) (...) Fernando Pessoa , em Liberdade  * Liberdade uiando o +ovo , de Delacroix, uma  personificação d a liberdade que, ani!amene, era isa como resulad o de baal#as e d e imposição de onades e $usiças. %m filosofia, #& &rias concepç'es de liberdade, umas basane disinas das ouras. s eorias da liberdade diem respeio * meafísica e * +ica, * filosofia políica. Muios, ou  proaelmene od os os filsofos, e screeram sobre lib erdade. %nrean o, ela foi assuno que deu em poemas e em quesioname nos de odos os #omens, iso que o enendimeno maior de que se em de liberdade + que + al!o bom, sem amarras. liberdade + uma noção que desi!na, de uma maneira negativa, a aus-ncia de submissão, de seridão e de deerminação, iso +, ela qualifica a independ-ncia do ser #umano . %m empos mais ani!os, procuraase por liberdade demasiadame ne, iso que as +pocas de escraidão , orura e iol-ncia m&xima da /umanidade raa de al!uns anos ar&s. De maneira positiva, ela desi!na a auonomia e a esponaneidade  de um su$eio racional . 0so +, ela qualifica e consiui a condição dos comporamenos  #umanos olun&rios, desenole as poencialida des de cada um e aproxima o #omem de si mesmo, moiando a er auoesima. %m +ica a liberdade cosuma ser considerada um pressuposo para a  responsabilidade do a!ene, para o desenolimeno de seu ambiene, de suas esruuras para conse!uir, no final, saisfação para o meio. Liberdade Política De acordo com 0saia# 1erlin, #& dois ipos de liberdade políica2 a posiia, que consise na paricipação direa, pessoal e conínua dos cidadãos na ida políica, e a ne!aia, em que os cidadãos dedicamse aos seus assunos pariculares, dele!ando a responsabilida de pelos assunos políicos aos seus represenanes.

Autonomia e Heteronomia

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Page 1: Autonomia e Heteronomia

 

" Liberdade, essa palavra

que o sonho humano alimenta

que não há ninguém que explique

e ninguém que não entenda."Cecília Meireles, em Romanceira

da Inconfidência

(...)"rande é a poesia, a bondade e as

dan!as"

 #as o melhor do mundo são as

crian!as,

 $lores, m%sica, o luar, e o sol que

 peca

&' quando, em ve( de criar, seca.) (...)Fernando Pessoa, em Liberdade

 * Liberdade uiando o +ovo , de Delacroix, uma personificação da liberdade que, ani!amene, era isa como resulado de baal#as e deimposição de onades e $usiças.

%m filosofia, #& &rias concepç'es de liberdade, umas basane disinas das ouras. seorias da liberdade diem respeio * meafísica e * +ica, * filosofia políica. Muios, ou proaelmene odos os filsofos, escreeram sobre liberdade. %nreano, ela foiassuno que deu em poemas e em quesionamenos de odos os #omens, iso que oenendimeno maior de que se em de liberdade + que + al!o bom, sem amarras.

liberdade + uma noção que desi!na, de uma maneira negativa, a aus-ncia desubmissão, de seridão e de deerminação, iso +, ela qualifica a independ-ncia do ser#umano. %m empos mais ani!os, procuraase por liberdade demasiadamene, isoque as +pocas de escraidão, orura e iol-ncia m&xima da /umanidade raa de al!unsanos ar&s.

De maneira positiva, ela desi!na a auonomia e a esponaneidade  de um su$eio racional. 0so +, ela qualifica e consiui a condição dos comporamenos #umanos olun&rios,desenole as poencialidades de cada um e aproxima o #omem de si mesmo,moiando a er auoesima.

%m +ica a liberdade cosuma ser considerada um pressuposo para a  responsabilidade do a!ene, para o desenolimeno de seu ambiene, de suas esruuras para conse!uir,no final, saisfação para o meio.

Liberdade Política

De acordo com 0saia# 1erlin, #& dois ipos de liberdade políica2 a posiia, que consisena paricipação direa, pessoal e conínua dos cidadãos na ida políica, e a ne!aia, emque os cidadãos dedicamse aos seus assunos pariculares, dele!ando aresponsabilidade pelos assunos políicos aos seus represenanes.

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Liberdade de expressão + o direio de manifesar opini'es liremene. 3 um conceio basilar nas democracias  modernas nas quais a censura não em respaldo moral.

4 discurso lire + amb+m apoiado pela Declaração 5niersal dos Direios /umanos,especificamene no seu ari!o 67, e pelo ari!o 68 da  Conenção %urop+ia dos Direios/umanos, embora esse direio não se$a exercido em &rios países e, em !eral, não se$ailimiado.

4s !oernos podem, sob a +!ide das 4r!aniação das 9aç'es 5nidas  e dos países quedela faem pare, limiar formas pariculares de expressão, ais como aquelas que promoam o inciameno ao dio racial, nacional ou reli!ioso ou ainda o apelo *iol-ncia conra um indiíduo ou uma comunidade.

:e!undo a le!islação inernacional, as limiaç'es ao discurso lire deem aender a r-scondiç'es2 ser baseadas na ;ei, perse!uir um ob$eio recon#ecido como le!íimo e sernecess&rias * realiação desse ob$eio.

Denre os ob$eios considerados le!íimos es& a proeção dos  direios e da ine!ridademoral de ouros (proeção conra a difamação, cal<nia ou in$<ria)= a proeção da ordem p<blica, da se!urança nacional, da sa<de e do bem comum.

Autonomia

Filosoficamene, o conceio de autonomia confundese com o de liberdade, consisindona qualidade de um indiíduo de omar suas prprias decis'es, com base em sua raão indiidual.

Para >an, ser lire + ser au?nomo, iso, + dar a si mesmo as re!ras a serem se!uidasracionalmene. @odos enendem, mas nen#um #omem sabe explicar.

5ma das obras realiadas por >an + a Críica da Aaão Pura. 9esa, o esudo do fao daraão ornase perinene, pois discorre sobre a liberdade nesse conexo. 4 fao da raãociado por >an + a consci-ncia do indiíduo sobre as leis morais i!enes (A%;%,6778, p.76B). Mas esse fao da raão s pode ser admiido com a exis-ncia daliberdade, esa liberdade s + admiida com uma inuição inelecual, ou se$a,con#ecimeno. >an explica aqui que er consci-ncia das leis morais i!enes não +apenas por ias de inuição, ou con#ecimeno, puro nem inuiio, essa consci-ncia, oufao da raão depende da inuição inelecual, para que se possa er a liberdade como posiia. >an c#ama esse aspeco posiio de auonomia. liberdade que o #omemdee aproeiar, em >an, di respeio * onade. %ssa onade não dee ser bloqueada por nen#um ipo de #eeronomia. 4 lire arbírio dee ser uiliado de forma pura paraque não dependa de nada com relação * lei. Porano a pessoa doada de liberdade, ouse$a, sem inerenç'es de ourem, pode faer uso desa, por+m o far& com maior clarease seu con#ecimeno e consci-ncia de sua liberdade exisir.

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Autonomia do !re!o, autos, por si s, mais nom's que pode ser duas coisas, lei, e aomesmo empo, erririo. 9o in!l-s o ermo + devolution ou home rule). %m Ci-ncia políica, + a qualidade de um erririo ou or!aniação de esabelecer com liberdade suas prprias leis ou normas. 4 conceio difere da soberania, uma e que um %sado soberano em plenos poderes sobre si prprio, em ermos de represenação diplom&ica inernacional, enquano na auonomia os poderes não são plenos.

Heteronomia + um conceio criado po >an si!nificando as leis que recebemos. oconr&rio de auonomia, consise na su$eição do indiiduo * onade de erceiros ou deuma coleiidade. 3 conceio b&sico relacionado ao  stado de -ireito, em que odosdeem se submeer * onade da lei. 4urossim, Do !re!o #eeros (D0%A:4:) E 9omos (A%A:), a #eeronomia + a caracerisica da 9orma Gurídica, que esclareceser esa imponíel * onade do desinador 

lei + imposa ao indiíduo, e exerior a ele. Podendo a mesma ser criada pelo esadoque + considerado um ene ierno, por um bloco econ?mico (ene supraesaal) ou umene inernacional como a 495. consci-ncia moral eolui da #eeronimia para aauonomia, ou se$a, começamos por inerioriar as normas e obedecemosl#es por medodo casi!o /eeronomia e esa siuação eolui para um paamar mais eleado, ao qualnem odos c#e!am, que consise em nos auodeerminarmos em função de princípios ealores morais $usificados de forma racional uonomia.

#eeronomia si!nifica que a su$eição *s normas $urídicas não es& dependene do lirearbírio de quem a elas es& su$eio, mas, pelo conr&rio, se erifica uma imposiçãoexerior de que decorre da sua naurea obri!aria. #eeronomia +, assim, a nossoer, uma caracerísica da ordem $urídica, por conraposição * auonomia, comsi!nificado oposo. ( fone2;iro inrodução ao direio para as ci-ncias sociais.5niersidade @+cnica de ;isboa 0nsiuo :uperior de Ci-ncias :ociais e Poliicas)